Buscar

DIREITO_PUBLICO _PRIVADO

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PÚBLICO E 
PRIVADO 
 
 
2 
Índice Geral da Disciplina 
 
Noções de Direito 
 Conceito de Direito 
 Norma jurídica 
 Fontes 
 Direito objetivo e subjetivo 
 Direito Público e Direito Privado 
 
Direito Constitucional 
 Conceito básicos 
 Cláusulas pétreas 
 Forma de Estado e de governo 
 Direitos e garantias fundamentais 
 
Direito Civil 
 Direito civil: princípios básicos 
 Pessoa Física 
 Incapacidade na legislação brasileira 
 Emancipação 
 Direito Contratual 
 Direito de Família e Sucessões 
 
Direito do Trabalho 
 Conceitos e princípios 
 Consolidação das leis trabalhistas 
 Empregado e empregador 
 Contrato de trabalho 
 Meios de prova da relação de trabalho 
 Formas de contratação 
 Equiparados ao empregador 
 Outras formas de contratação 
 
 
3 
 
Direito Comercial 
 Conceito de empresário 
 Exercício da atividade empresarial 
 Sociedade limitada 
 Sociedade anônima 
 
Direito Tributário 
 Conceito de Direito Tributário 
 Conceito de tributo 
 Princípios 
 Classificação 
 Elementos do tributo 
 
 
 
 
4 
APRESENTAÇÃO 
Caro(a) aluno(a), 
 
Você irá iniciar a disciplina Direito Público e Privado nesta instituição de ensino superior e 
tecnológico que tem por objetivo o estudo das noções básicas de Direito e seus principais ramos. 
Esta disciplina terá duração de oitenta horas, divididas em seis unidades. Neste material 
você encontrará as informações fundamentais e os conteúdos necessários para a realização desta 
disciplina e para o enriquecimento da sua aprendizagem, o qual está em consonância com o 
material do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Leia-o com atenção. 
Procure elaborar o seu cronograma de estudo de forma a poder acompanhar a nossa 
disciplina, atentando para os conteúdos e os prazos de entrega das atividades de fixação. Este é 
um dos principais aspectos que envolvem o estudo em Educação a distância (EaD), são o 
compromisso, a disciplina e a autonomia por parte do aluno. 
Durante todo o período da disciplina você contará com o auxílio da equipe do Núcleo de 
Educação a distância do UNINOVAFAPI e com a ajuda do seu tutor no link fórum permanente com 
o professor que se encontra na tela do AVA. Desta forma você receberá todas as orientações 
necessárias para estudar e aprender a distância, realizando as suas atividades com o melhor 
aproveitamento possível. 
Desejamos a você um excelente curso! 
 
 
 
5 
Objetivo geral 
 
O objetivo geral desta disciplina é o estudo das noções básicas de Direito e seus principais ramos, 
conforme a divisão clássica da doutrina brasileira. 
 
Objetivos específicos 
 
 Analisar os conceitos dos principais institutos do Direito. 
 Aprender as fontes do Direito. 
 Conhecer as divisões do Direito, entendendo os principais objetos de estudo de 
cada área. 
 Situar-se na condição de um futuro profissional capaz de ter plena noção, tanto da 
legislação, quanto dos demais aspectos jurídicos, para que se desenvolva a 
atividade profissional. 
 
 
 
6 
 
Objetivo: 
 
Apresentar as noções básicas de Direito, por meio da análise do conceito de normas 
jurídica, das Instituições de Direito Público e Privado e do Direito subjetivo e objetivo. 
 
Palavras-chave 
Norma. Instituições. Direito Público. Direito Privado. Fontes. 
Índice 
 Conceito de Direito 
 Norma jurídica 
 Fontes 
 Direito objetivo e subjetivo 
 Direito Público e Direito Privado 
 
Noções de Direito 
 
 
7 
1. Noções de direito: conceitos básicos 
 
 
 
Assista: 
Assistam a VIDEO AULA da unidade 01 disponível no AVA. 
 
O Direito é um fenômeno inerente à vida cotidiana. A vida em sociedade necessita 
de certos parâmetros, limites. Esses parâmetros ou limites correspondem à normas, que 
na maior parte dos casos pertencem à categoria do Direito, são, portanto, normas 
jurídicas. 
Atualmente, é inconcebível a vida em sociedade sem a tutela do Direito, que é a 
ferramenta mais eficaz para dirimir conflitos entre as pessoas. 
O Direito surgiu, em algumas sociedades há milhares de anos da necessidade de 
conduzir os homens, por meio de regras de conduta, à pacificação social. 
O homem, desde sempre busca o convívio social para garantir sua sobrevivência: 
 
“O estudo da História revela que o ser humano nunca procurou ficar 
completamente isolado dos seus semelhantes para viver e sobreviver. Isso 
significa que ele nunca adotou a solidão como forma habitual de vida, 
demonstrando que a sociabilidade é característica fundamental de nossa 
espécie. De fato, se não fosse a sociabilidade, gerando a união entre os 
grupos humanos, talvez não fosse possível superar os perigos e as 
dificuldades da vida primitiva” (COTRIM, 2009, p.3). 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
Leia: 
Entre no AVA, e acesse os links de 2 pequenos textos que 
esclarecerão mais algumas dúvidas sobre o que é Direito. No primeiro 
texto você poderá vislumbrar de forma clara e concisa os principais 
conceitos das expressões mais usuais para o entendimento da nossa 
disciplina. Já no segundo texto você fará uma análise do Direito como 
instrumento de pacificação social. 
Após ler os textos, você deverá responder a uma questão discursiva! 
 
Assim, percebe-se que viver agrupado é uma característica humana. No entanto, 
para viver em grupo o ser humano necessita se comportar de maneira social. É primordial 
para a sobrevivência de um grupo um respeito mútuo e um sentimento de colaboração 
entre os conviventes. 
 
 “Por viver em sociedade, a ação de um ser humano interfere na vida de 
outros, provocando, consequentemente, a reação dos seus semelhantes. 
Para que essa interferência de condutas tivesse um sentido construtivo, foi 
necessária a criação de regras capazes de preservar a paz no convívio 
social. Assim nasceu o Direito, ou seja, da necessidade de estabelecer um 
conjunto de regras que dessem uma certa ordem à vida em sociedade” 
(COTRIM, 2009, p.3). 
 
Deste modo, surgem as chamadas “regras” que nada mais são do que orientações 
de como se comportar e agir em grupo, para que seja mantida a ordem e a paz. 
 
 
 
PENSE e REFLITA: o que seria da humanidade sem as regras??? 
 
 
2. Norma jurídica e demais normas sociais 
 
 
9 
O Direito estabelece um conjunto de normas das quais derivam os direitos e as 
obrigações dos seres humanos vivendo em determinada sociedade. 
Norma é uma espécie de princípio, de regra. 
 
“No plano teórico, costuma-se reconhecer que as normas jurídicas tendem 
a realizar os ideais de justiça, ou seja, a justiça seria o objetivo que dá 
sentido à existência da norma jurídica. Do contrário, ela não seria uma 
norma legítima e, sim, arbitrária (COTRIM, 2009, p.5). 
 
No caso da norma jurídica, há três características associadas à mesma, e que a 
diferencia dos demais tipos de normas: a imperatividade, a atributividade e a sanção. 
A imperatividade é a característica de toda norma jurídica de impor um dever. 
A atributividade, por sua vez, é a característica de toda norma de conferir direitos a 
outrem. 
Já a sanção, é a pena pelo descumprimento da norma jurídica. 
 
 
 
ATENÇÃO!!! 
As 3 características das normas jurídicas são: imperatividade, 
atributividade e sanção. 
 
Qualquer norma que não possuir essas características não será considerada norma 
jurídica, mas qualquer outro tipo de norma. 
Existem outras normas sociais, tanto quanto as jurídicas, que também disciplinam a 
vida em sociedade, são elas as normas religiosas e as normas morais: 
 
 
 
10 
“Existem sanções jurídicas, morais e religiosas. A sanção jurídica é aquela 
prevista numa norma e aplicada quando desobedecida; a sanção moral é 
o remorso, o arrependimento; quando a consciência pesa por praticar 
determinado ato, que mesmo não sendo prevista em uma norma jurídica 
lhecause grande pesar e dor, e por último, a sanção religiosa que diz 
respeito à crença e à fé da pessoa, que, ao infrigir uma norma, acredita em 
uma sanção vinda de Deus” (WATANABE, 2011, p. 24). 
 
A norma jurídica é uma das espécies de norma social: 
 
“Sabemos que só existe Direito onde existe sociedade. Então, temos de 
admitir que as normas jurídicas são, essencialmente, regras sociais. Isso 
significa que a função das normas jurídicas é disciplinar o comportamento 
social dos seres humanos. No entanto, isso não é suficiente para 
caracterizá-las, porque existem diversas outras normas que também 
disciplinam a vida social” (COTRIM, 2009, p.4). 
 
As normas religiosas têm aplicação restrita a determinado grupo religioso e são 
criadas para disciplinar dogmas, condutas e ritos. O Estado não pode interferir na criação, 
tampouco na regulamentação dessas normas, a não ser em casos específicos e pontuais 
nos quais há desobediência às normas positivas estatais. 
Ou seja, as normas religiosas são aplicáveis apenas em determinado ambiente 
religioso, e o Poder Público não pode, em princípio, interferir nas relações estabelecidas 
nesse ambiente, a não ser que, obviamente, a norma religiosa contenha um enunciado 
contrário à lei e ao próprio ordenamento jurídico vigente ou a própria religião ou rito tenha 
alguma conduta ilícita. 
Outra norma muito importante que também disciplina a vida em sociedade é a norma 
moral. 
O Direito guarda algumas semelhanças com a Moral, no entanto, são criados de uma 
maneira diferente, e principalmente, têm objetivos muito diversos, não obstante, têm em 
comum o fato de que são capazes de disciplinar a vida em sociedade. 
 
 
11 
A Moral está ligada à consciência individual de cada ser humano, não é criada pelo 
Poder Legislativo do Estado, mas, por valores, formação, experiência de vida de cada 
indivíduo, o descumprimento de uma norma moral não estabelece uma sanção (punição) 
por parte do Estado. 
Ao contrário de uma norma jurídica criada pelo Poder Legislativo do Estado, que 
estabelece uma punição às pessoas sujeitas à sua jurisdição: 
“A palavra moral vem do latim mos ou mores que significa costumes. 
É um conjunto de normas que são cumpridas por hábito” (MARTINS, 
2014, p.6). 
 
Direito e moral, não obstante as diferenças, apresentam vários pontos em comum: 
 
“A moral e o direito muitas vezes podem ser encontrados juntos, como, por 
exemplo o caso de um pai que abandona o filho moral e materialmente. 
Abandonar totalmente um filho à mercê de sua própria sorte é uma atitude 
moralmente repugnante e reprovada pela sociedade. Tal atitude é imoral. 
Esse ato é também considerado imoral pelo direito, que não só desaprova 
e pune o responsável, assegurando ao filho o direito de recorrer ao poder 
judiciário para obtenção de pensão alimentícia” (WATANABE, 2011, p.19). 
 
Analisando a definição acima pode-se dizer que a vida social só é possível se tiver 
regra de convivência, regras estas de cunho ético emanado da Moral e do Direito que dita 
como deve se comportar cada membro da sociedade. 
 
 
 
Opine: 
Chegou a hora de você participar!!! 
Entre no AVA para dar sua opinião e participar do fórum “Noções 
de Direito”. Em sua participação, escreva sobre a importância 
do Direito e das regras impostas ao homem. 
 
 
12 
 
3. Fontes do Direito 
A palavra fonte tem o sentido de indicar uma origem. 
O Direito se origina, principalmente, de quatro fontes formais: lei; costume jurídico; 
jurisprudência e doutrina. 
A lei é a fonte formal mais importante do Direito, corresponde à norma jurídica 
elaborada pelo Poder Legislativo, distingue-se, por exemplo, dos decretos, regulamentos 
e das portarias expedidas pela Administração Pública, que emanam do Poder Executivo. 
Nos países de tradição romano germânica, como o Brasil, a lei representa um papel 
crucial no desenvolvimento do Direito; é a fonte principal, a qual juízes, juristas e demais 
operadores do Direito devem se valer para aplicar o Direito. 
 
“A lei é estabelecida genericamente para regular condutas. Não pretende 
atender a certa e específica questão, mas regular genericamente 
condutas. Obriga igualmente a todos. É geral a lei, disciplinando o 
comportamento de várias pessoas que estão em certa situação. É abstrata, 
pois determina uma categoria de ações e não uma ação singular. A lei 
realiza a certeza jurídica. Lei em sentido formal é a norma emanada do 
Estado, e tem caráter imperativo. Lei em sentido material é a disposição 
imperativa, que tem caráter geral, contendo regra de direito objetivo” 
(MARTINS, 2014, p.13). 
 
O costume é a norma jurídica que não faz parte da legislação escrita, é criado 
espontaneamente pela sociedade, sendo produzido por meio de uma prática geral, 
constante e prolongada. 
 
“Nas comunidades primitivas, o costume era a principal fonte do Direito. 
Não existiam leis escritas. As normas se fixavam pelo uso repetido de uma 
regra, que se transmitia oralmente, de geração a geração. Nos dias atuais, 
o costume deixou de ser a principal fonte do Direito. Entretanto, ainda 
 
 
13 
mantém seu valor como fonte alternativa ou supletiva nos casos em que a 
lei for omissa, isto é, na falta da lei. O costume também é utilizado quando 
a própria lei expressamente o autoriza. Devemos salientar que o costume 
não poderá ser aplicado se for contrário a uma determinação expressa em 
lei. Do ponto de vista legal, somente uma nova lei pode revogar a lei antiga. 
Mas, na prática, sabemos que há casos de leis que não são efetivamente 
aplicadas, por serem contrárias aos hábitos tradicionais da comunidade. A 
aplicação do costume varia conforme o ramo do Direito. Em Direito 
Comercial, o costume tem considerável importância. Já no Direito Penal, o 
costume, com força de lei, é radicalmente proibido. Segundo o Código 
Penal, não há crime lei sem anterior que o defina. Dessa maneira, ninguém 
pode ser criminalmente condenado por ter desrespeitado apenas um 
costume”. (COTRIM, 2009, p.7). 
 
Outra fonte importante e tradicional do Direito é a jurisprudência. 
A jurisprudência é o conjunto de decisões judiciais de tribunais superiores reiteradas 
sobre determinadas questões, é dinâmica, se forma a partir das soluções (sentenças) 
adotadas pelos órgãos judiciais ao julgar casos jurídicos semelhantes. 
Nos países de tradição da common law (ou direito comum), tais como, Inglaterra, 
Estados Unidos, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, etc, é a principal fonte de Direito. 
No Brasil, fazem jurisprudência os tribunais superiores, principalmente; os Tribunais 
de Justiça dos Estados (que representam a justiça de segundo grau, ou mais 
popularmente conhecidas como segunda instância); o Tribunal Superior de Justiça (STJ), 
que representam a justiça de terceiro grau, ou terceira instância), e o Supremo Tribunal 
Federal (STF), que é a representação da terceira instância ou justiça de terceiro grau. 
 
“O nosso sistema permite que os advogados utilizem a jurisprudência em 
suas petições. Eles argumentam que se trata de jurisprudência dominante, 
mas nem sempre o é, podendo ser um caso isolado e nada ter a ver com 
a predominância de decisões uniformes. Também permite recurso das 
decisões dos tribunais, o chamado duplo grau de jurisdição. Dessa forma, 
sempre é possível uma decisão de um juiz de primeira instância maior. A 
 
 
14 
jurisprudência tem valor maior quando proferida por juízes de instâncias 
superiores (WATANABE, 2011, p.35). 
 
A jurisprudência varia com o tempo e as inclinações da sociedade. 
 
“Ao longo do tempo, o sentido dos julgados varia, adequando o Direito às 
mudanças histórico sociais. Além disso, conforme a situação, não há um 
consenso dos julgados, mas apenas uma tendência que vai formando uma 
jurisprudência dominante” (COTRIM, 2009, p. 8). 
 
Doutrina é o estudo sistemático sobre alguns temas de Direito, que podem, emalguns casos, inovar a ponto de criar outras bases para o estudo do Direito. 
 
“O parecer em comum sobre determinados assuntos, de diversos 
especialistas de notório saber jurídico, constitui verdadeiras normas que 
orientam legisladores, juízes e advogados. Assim como ocorre com a 
jurisprudência, a doutrina é dinâmica e, em muitas situações, permite 
enfoque plural” (COTRIM, 2009, p.8). 
 
Contudo, alguns doutrinadores entendem que a doutrina não se constitui em uma 
das fontes do Direito. 
 
“A doutrina também se constitui em valioso subsídio para a análise do 
Direito, mas também não se pode dizer que venha a ser uma de suas 
fontes, justamente porque os juízes não estão obrigados a observar a 
doutrina em suas decisões, tanto que a doutrina muitas vezes não é 
pacífica, tendo posicionamentos opostos” (MARTINS, 2014, p.18). 
 
 
 
15 
Todavia, essa é não é a posição majoritária, e o entendimento de que a doutrina 
também é fonte de Direito é o mais é aceito. 
 
 
 
PENSE e REFLITA: como as leis podem evoluir sem o trabalho 
dos pesquisadores e estudantes do direito??? 
 
 
 
4. Direito objetivo e Direito subjetivo 
O Direito objetivo pode ser definido como a norma propriamente dita, constante no 
ordenamento jurídico, ou seja, as normas jurídicas presentes no ordenamento jurídico. 
 
“Direito objetivo é o complexo de normas que são impostas às pessoas, 
tendo caráter de universalidade, para regular suas relações. É o direito 
como norma – ius est norma agendi (MARTINS, 2014, p. 5)”. 
 
Direito objetivo é a norma que forma o Direito positivo de determinado país: 
 
“A palavra objetivo veio do verbo latino objacere, que tem como significado 
estar adiante. Estar adiante, empregado junto com o Direito, significa que 
o Direito objetivo está adiante e deve ser utilizado como um sentido correto. 
Dessa forma, podemos dizer que o Direito objetivo é o conjunto de normas 
vigentes em determinada época ou determinado momento, consideradas 
corretas. Mesmo que advenham de fontes distintas, diferenciam-se uma 
das outras e se agrupem em categorias diferentes, são todas direito-
normas consideradas corretas e que devem ser seguidas por todos” 
(WATANABE, 2011, p. 22). 
 
 
 
16 
O Direito subjetivo é a possibilidade que a norma proporciona para que um 
determinado indivíduo exerça determinada conduta descrita na lei, trata-se da lei, que 
aplicada ao caso concreto autoriza a conduta de uma parte. 
 
“Direito subjetivo é a faculdade de a pessoa postular seu direito, visando à 
realização de seus interesses (ius est facultas agendi). Pressupõe o Direito 
a existência dos seguintes elementos: sujeito, objeto e relação. Todo 
direito tem um sujeito, uma pessoa, que são as pessoas físicas ou 
jurídicas. Objeto do Direito é o bem ou a vantagem determinada pela ordem 
jurídica em relação à pessoa. A relação do Direito é a garantia que a ordem 
jurídica estabelece para proteger o sujeito de direito e seu objeto” 
(MARTINS, 2014, p.6). 
 
Alguns autores afirmam que não é possível conceber o Direito subjetivo 
separadamente do Direito Objetivo: 
 
“O Direito subjetivo é a permissão que o ser humano tem para agir de 
acordo com o que está estabelecido no Direito objetivo. Conclui-se que o 
direito subjetivo não pode existir sem o Direito objetivo. Por exemplo, o 
Direito objetivo determina que os pais devam dar amparo moral e material 
ao filho. Digamos que em uma separação a criança fique sob a guarda da 
mãe e foi determinado que o pai depositasse mensalmente na conta da 
mãe certa quantia em dinheiro e título de pensão alimentícia da criança. 
Com o passar do tempo, esse pai constitui uma nova família e para de 
pagar os alimentos ao filho. A criança tem o direito de receber o valor 
acordado a título de pensão alimentícia, que é o direito objetivo, porém a 
criança pode, por meio de seu representante legal, utilizar-se dos meios 
legais para se valer desse direito e cobrar os valores devidos. Por outro 
lado, a mãe da criança pode não necessitar do dinheiro e não fazer nada 
com relação ao pai da criança. Esse é o direito subjetivo, a criança, por 
meio de seu representante legal tem a permissão de cobrar o que lhe é de 
direito, mas poderá ou não fazê-lo” (WATANABE, 2011, p. 23). 
 
 
17 
 
5. Direito positivo e Direito natural 
 
O Direito positivo é o conjunto de normas jurídicas que formam o ordenamento 
jurídico de determinado país: 
 
“O Direito positivo tem como base o ordenamento jurídico e determina o 
Direito como um fato e não como um valor e procura dar a ele 
características científicas que o mostram tal como é e não como deveria 
ser, diferentemente do Direito Natural que sustenta o Direito ideal e não o 
real. Ele é escrito, o contrário do Direito natural. Só é válido se estiver 
registrado. Não é permanente e representa um fato. É o conjunto de 
normas vigentes em determinado país, em determinada época. 
Representa o direito de uma comunidade definida: o Direito da China, o 
Direito do Brasil, o Direito da Argentina. É o conjunto de normas criadas 
pelo ser humano e colocadas pelo Estado para auxiliar p homem a viver 
em sociedade. Visa à paz social, tendo como base o Direito natural, pois 
procura sempre estar de acordo com os ideais do ser humano. É a 
concordância entre a norma e a conduta que ela representa” (WATANABE, 
2011, p.20). 
 
Direito natural é o conjunto de princípios e ideias de justiça que dominam a sociedade 
humana desde tempos imemoriais e que basearam a formação do Direito escrito 
(Positivo): 
 
“Houve um tempo em que se buscava quem era superior, o Direito Natural 
ou o Direito Positivo, sendo que a divisão entre ambos parecia uma disputa 
de poder dentro do Direito e não um estudo da ciência jurídica, havendo 
momentos em que o Direito Natural era considerado superior ao Positivo e 
em outros tempos, o inverso. Na Idade Média, o Direito Natural era tido 
como a vontade de Deus, consequentemente, superior a tudo, porém a 
 
 
18 
partir do século XVIII surge o racionalismo e o direito passa a ter outra 
conotação, mais voltada aos princípios de igualdade e liberdade vinculados 
a razão e a justiça. O Direito Natural é comum a todas as nações e 
indivíduos. Não faz distinção entre os indivíduos e visa a fazer com que o 
ser humano saiba distinguir o certo do errado e pratique apenas o que é 
certo, rejeitando tudo o que é errado. O princípio do Direito Natural é que 
o bem deve ser feito e o mal, evitado” (WATANABE, 2011, p.20). 
 
 6. Instituições de Direito Público e Privado 
 
Pelo critério romano da divisão do Direito, duas são as grandes divisões do mesmo: 
Direito Público e Direito Privado: são as chamadas Instituições de Direito Público e de 
Direito Privado. 
O Direito Público é aquele que tem como objetivo maior disciplinar os interesses 
gerais da coletividade, esta, representada pelo povo e Estado, numa relação jurídica de 
Direito Público, de uma forma ou de outra, o Estado (interesse público) sempre está 
presente na relação jurídica. 
Já no caso de uma relação de Direito Privado, os interesses dos indivíduos em 
relação a seus bens, ou a outros indivíduos, são os mais importantes 
O Direito Público pode ser subdividido em: Direito Público externo e Direito Público 
interno. 
O primeiro, regulamenta as relações entre os Estados, e entre estes e as 
organizações internacionais (União Europeia, Organização das Nações Unidas, Mercosul, 
etc). 
Já o Direito Público interno, no caso do Brasil, é representado por seus ramos, 
disciplinas, tais como: 
Direito Constitucional: regula a estrutura básica do Estado, representada pela 
Constituição Federal (normas e princípios constitucionais). 
 
 
19 
Direito Tributário: fixa os tributos e as alíquotas dos mesmos, nos níveis municipal, 
estadual e federal. Suas principais fontes são o Código Tributário Nacional (CTN), de 
1966, e a ConstituiçãoFederal de 1988. 
Direito Administrativo: regula a organização e o funcionamento da administração 
pública e dos órgãos que executam serviços públicos. 
Direito Penal: estabelece a tipificação e as penas aos crimes e às contravenções 
penais. 
Direito Processual (Civil e Penal): regula as atividades do Poder Judiciário e das 
partes em conflito no decorrer do processo judicial. 
O Direito Privado, por sua vez, tem a atuação menor do Estado, e subdivide-se em: 
Direito Civil, Direito Comercial e Direito do Trabalho. 
O Direito Civil regulamenta a relação dos particulares e entre eles e seus bens. 
O Direito Comercial é o direito das sociedades empresárias, dos títulos de crédito, 
da falência e recuperação judicial, entre outros. 
O Direito do Trabalho regulamenta as relações individuais de trabalho, entre 
empregado e empregador, representadas pelo contrato individual de trabalho, e as 
relações coletivas de trabalho. (obs.: Os doutrinadores se dividem quanto à sua 
classificação do Direito do Trabalho em público ou privado: há quem entenda que o 
contrato de trabalho por ter natureza privatista, levaria, por lógica, à classificação do 
Direito do Trabalho na família dos ramos do Direito Privado, contudo, existe também no 
Direito do Trabalho, um elemento público importante: a regulamentação dos direitos 
sindicais, portanto, partindo-se desse pressuposto, o Direito do Trabalho se filiaria ao 
Direito Público.) 
 
 
 
 
 
 
 
Responda: 
Acesse o AVA para responder o questionário da unidade. 
 
 
20 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
COTRIM, Gilberto. Direito fundamental. Instituições de Direito Público e Privado. 23.ed. São 
Paulo: Saraiva, 2009. 
COTRIM, Gilberto. Direito fundamental. 23.ed. São Paulo Saraiva, 2009. 
MARTINS, Sergio Pinto. Instituições de Direito Público e Privado. 24 ed. São Paulo: Atlas, 
2014. 
MASCARO, Alysson Leandro. Introdução ao Estudo do Direito. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
PALAIA, Nelson. Noções essenciais de Direito. São Paulo: Saraiva, 2006. 
WATANABE, Marilda. Manual de Direito. 2ed. São Paulo: Saint Paul, 2011. 
 
 
 
 
21 
 
 
 
Objetivo: 
 
Apresentar as noções básicas de Direito, por meio da análise do conceito de normas jurídica, 
das Instituições de Direito Público e Privado e do Direito subjetivo e objetivo. 
 
Palavras-chave 
 
Constituição. Princípios. Estado. Direitos fundamentais. 
 
Unidade II – Direito Constitucional 
 Conceito básicos 
 Cláusulas pétreas 
 Forma de Estado e de governo 
 Direitos e garantias fundamentais 
 
Direito Constitucional 
 
 
22 
1. Direito Constitucional: conceitos básicos 
 
 A Constituição é a lei máxima, magna do Estado. Na hierarquia das normas 
jurídicas é a norma mais importante, sendo que as demais devem a ela se submeter. 
 “Na Constituição, encontram-se, geralmente, as normas básicas que compõem a 
estrutura política, social, econômica e jurídica do Estado” (COTRIM, 2009, p 19). 
 
 No Brasil, a Constituição atualmente em vigor é de 1988. 
 “Constituição é a declaração da vontade política de um povo, manifestada por meio 
de seus representantes cujos mandatos resultam de eleição popular. É uma declaração 
solene expressa mediante um conjunto de normas jurídicas superiores a todas as outras 
que estabelece os direitos e deveres fundamentais das pessoas, das entidades e dos 
poderes públicos” (COTRIM, 2009, p. 19). 
 
2. Princípios fundamentais da Constituição Federal 
 
 No título I da Constituição Federal de 1988 estão contidos os princípios fundamentais 
do país. 
 Já no artigo 1.o fica claro que o Estado brasileiro é organizado por meio de um Estado 
Democrático de Direito, o que significa que a democracia brasileira é garantida pela Lei: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
 
 
 
Assista: 
Assistam a VIDEO AULA da unidade 02 disponível no AVA. 
 
 
23 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
São os fundamentos da República Federativa do Brasil: 
 A soberania é representada pela independência política interna, ou seja, o 
Brasil é independente e não se submete à ordens de outros países. 
 A cidadania é exercida por meio dos direitos políticos e civis pelos cidadãos 
brasileiros e pelos estrangeiros que aqui estiverem também; 
 A dignidade da pessoa humana é resultado da ratificação e adoção, pelo 
Brasil, dos tratados e das convenções de Direitos Humanos, que tem o homem 
como o principal centro do Direito; 
 Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, traduzem a adoção, pelo 
Brasil, de uma economia de mercado; Significa que o Brasil apoia e incentiva o 
desenvolvimento econômico; 
 Já o pluralismo político tem como resultado final a garantia da participação 
política por meio da existência de vários partidos políticos e o direito ao voto 
universal. 
Pela análise da constituição de 1988, o Brasil adota como forma de governo a 
República, que se caracteriza pela eleição pelo povo dos agentes políticos, que, por sua 
vez, têm mandatos estabelecidos por tempo limitado. 
A forma de Estado, de acordo com a nossa constituição, é a federação: 
“O Brasil é uma federação formada pelas seguintes entidades estatais autônomas: a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios. Brasília é a capital federal. Em razão 
de sua autonomia político-administrativa, as entidades da federação exibemauto-
organização, autogoverno e autolegislação nas esferas de suas respectivas 
competências” (COTRIM, 2009, p.23). 
Ainda de acordo com a Constituição, no parágrafo, 4.o do artigo 60: 
 
 
24 
 § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a 
abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
São as chamadas cláusulas pétreas: 
“As cláusulas de imodificabilidade ou cláusulas pétreas são aquelas que não podem 
ser modificadas nem mesmo por meio de emenda constitucional e tem como objetivo 
impedir modificações em assuntos considerados cruciais. É possível alterar uma cláusula 
pétrea somente por meio de uma nova Assembleia Constituinte, como ocorreu em 1988, 
que aprovou a nossa atual Constituição Federal” (WATANABE, 2011, p. 43). 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: 
Quer aprender um pouco mais? Então anote: 
- A Constituição do Brasil é: 
 Formal: pois todas as normas constitucionais estão reunidas 
em um documento só, e ela é escrita; 
 Democrática: porque elaborada por uma Assembleia 
Nacional Constituinte 
 Rígida: pois é preciso um procedimento de alteração 
qualificado 
 Analítica: pois regula uma ampla gama de matérias 
 Dirigente: por conter uma série de institutos e programas de 
governo 
 Dogmática: pois elaborada num determinado momento 
histórico, a saber, a Assembleia Nacional Constituinte, o que 
resultou na Constituição Federal de 1988; 
 Eclética: por consagrar diversas ideologias; 
 Normativa: por ter valor jurídico. 
 
 
 
 
25 
3. Direitos e garantias fundamentais 
 
No título II, a Constituição Federal prevê os direitos e garantias fundamentais, 
tratam-se de garantias, ao cidadão, de direitos políticos e sociais básicos constantes do 
artigo 5º da Constituição. O art. 5°, caput, da Constituição Federal afirma que “Todos são 
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade,à segurança e à propriedade”. Assim, tais direitos protegem tanto as pessoas 
naturais, brasileiros ou estrangeiros no território nacional (estes últimos ainda que apenas 
em trânsito), como as pessoas jurídicas. 
 Alguns desses direitos são: 
 
a) O Direito à Vida: o direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, já que 
constitui pré-requisito para o exercício de todos os demais direitos, sendo 
considerado sob dois aspectos preponderantes, o direito de continuar vivo, bem 
como de conviver dignamente. A Constituição protege a vida de uma forma geral, 
inclusive uterina. 
b) Igualdade perante a lei: todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza; 
c) Princípio da legalidade: todas as pessoas e atos devem se submeter à lei; 
d) Liberdade de crença e expressão: de acordo com conteúdo da constituição, é livre 
a expressão da atividade artística ou científica, independentemente de censura, 
sendo vedado o anonimato. “Ninguém será privado de direito por motivo de crença 
religiosa, política ou filosófica; no entanto, o direito à crença não pode servir como 
desculpa para a prática de ato ilícito, exemplo: práticas de sacrifício humano” 
(COTRIM, 2009, 26). 
e) Devido processo legal: todo cidadão tem o direito a um processo de acordo com 
as leis. 
f) Defesa do consumidor: de acordo com a Constituição de 1988, o Estado 
promoverá, na forma da lei, a defesa dos direitos do consumidor. 
 
 
 
26 
 
 
Faça: 
Depois de ler o artigo entre no AVA para elaborar um texto resumido 
em 3 linhas, respondendo ao questionamento do arquivo proposto 
acerca dos princípios e garantias constitucionais. 
 
Vale lembrar que, cada inciso do artigo 5º dá margem para interpretações que vão 
além da letra da lei. O grau de subjetividade é tamanho que, num momento introdutório, 
pode ocorrer conflitos entre em alguns casos certo conflito. Contudo, em uma análise mais 
minuciosa notamos que o a ponderação revela que não há conflitos e sim sobreposição 
de direitos fundamentais. 
 
 
 
PENSE e REFLITA: 
Como é importante a nossa constituição? 
 
 
Portanto, podemos concluir que os direitos fundamentais são garantias essenciais 
conferidas a todos. O núcleo central dos textos constitucionais é a existência de regras de 
limitação ao poder autoritário de um governo e de prevalência dos direitos fundamentais. 
Logo, analisar os direitos fundamentais é perceber como uma sociedade evoluiu, pois, ao 
longo dos tempos conquistou e assegurou direitos básicos imprescindíveis para a vida em 
sociedade. 
 
 
 
Opine: 
Entre no AVA dê sua opinião e discuta com seus colegas e tutores, no 
Fórum com o tema: “Direitos Fundamentais”. 
Vamos dialogar... Neste fórum, você deverá falar sobre um direito 
fundamental que você acha que não é devidamente respeitado no 
Brasil 
 
 
 
27 
 
 
 
Faça: 
Chegou a hora de exercitar e fixar o que foi lido realizando o seu 
questionário. 
 
 
 
 
 
28 
BIBLIOGRAFIA 
 
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 26 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. 
COTRIM, Gilberto. Direito fundamental. 23.ed. São Paulo Saraiva, 2009. 
MARTINS, Sergio Pinto. Instituições de Direito Público e Privado. 24 ed. São Paulo: Atlas, 
2014. 
MASCARO, Alysson Leandro. Introdução ao Estudo do Direito. 4 ed. São Paulo: Atlas, 
2013. 
WATANABE, Marilda. Manual de Direito. 2ed. São Paulo: Saint Paul, 2011. 
 
 
 
 
29 
 
 
Objetivos 
 
Analisar o conceito introdutórios de Direito Civil. Discutir a capacidade no Direito 
brasileiro e o instituto da emancipação. Analisar as pessoas jurídicas e os contratos no 
direito brasileiro. Entender as principais normas sobre o Direito de família e sucessões. 
 
Palavras-chave: Código Civil de 2002. Pessoa física. Pessoa jurídica. Capacidade. 
Emancipação. Contratos. Família. Casamento. Sucessões. 
 
Unidade III – Direito Civil 
 Direito civil: princípios básicos 
 Pessoa Física 
 Incapacidade na legislação brasileira 
 Emancipação 
 Direito Contratual 
 Direito de Família e Sucessões 
 
Direito Civil 
 
 
 
30 
 
 
 
Assista: 
Assistam a VIDEO AULA da unidade 03 disponível no AVA. 
 
1. Direito Civil: princípios básicos. 
 
 Direito é ramo do Direito Privado, é o direito dos particulares. 
 Refere-se ao conjunto de princípios e normas concernentes às atividades dos 
particulares e às suas relações, disciplinado as relações jurídicas das pessoas, dos bens, 
etc. Representado pelo Código Civil promulgado em 2002 e que entrou em vigor em 2003, 
sendo sua principal fonte. 
 “O Direito Civil é o direito comum a todos os seres humanos. É disposta nele a lei 
civil, que discorre a forma de agir e de ser de todas as pessoas em determinada 
sociedade, devendo a lei civil ser seguida por todos de forma igualitária, sem distinção de 
classe social, etnia, cultura ou credo. Nele estão regulamentadas a capacidade das 
pessoas e as relações entre os indivíduos: familiares e patrimoniais” (WATANABE, 2011, 
p.153). 
 O Direito Civil é uma área muito extensa do Direito, pois abrange praticamente 
todos os atos da vida civil da pessoa, desde seu nascimento, até sua morte. 
 O Direito Civil, é regulamentado pelo chamado Código Civil, e foi dividido em Parte 
Geral e Parte Especial. Assim como o código, a doutrina também estuda o direito civil 
divido em livros, conforme o assunto. 
A Parte Geral do Direito civil compreende as seguintes áreas: 
 
 Livro I: pessoas (físicas e jurídicas); 
 Livro II: bens; 
 Livro III: fatos jurídicos. 
Já a Parte Especial é dividida da seguinte forma: 
 
 
31 
 
 Livro I: direito das obrigações (relações jurídicas entre devedor e credor); 
 Livro II: direito da empresa (regulamenta os direitos e deveres dos empresários e 
as sociedades empresárias; 
 Livro III: direito das coisas (bens e propriedade). 
 Livro IV: direito de família (casamento, vínculo de parentesco, etc). 
 Livro V: direito das sucessões (normas acerca da transmissão do patrimônio do 
falecido). 
 
 
Faça: 
Você deverá responder a uma atividade que é composta de uma 
questão discursiva acerca de como o Direito Civil está presente na sua 
vida. 
 
2. Pessoa física 
 
 Pessoa física pode ser definida como o ser humano dotado de personalidade civil, 
ou seja, é aquele que tem aptidão reconhecida pela ordem jurídica para exercer direitos e 
contrair obrigações. 
“A palavra pessoa deriva de persona, do latim, que significa máscara de teatro, pois, na 
Antiguidade, os atores romanos utilizavam máscara na face com um dispositivo para 
emissão de voz. Com o passar do tempo, a palavra pessoa passou a significar aquilo que 
se referia à própria pessoa como sujeito de direitos em determinada sociedade” 
(WATANABE, 2011, p.153). 
De acordo com o Código Civil: 
 
 Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
 
 
 
32 
Já o artigo 2o, reza que: 
 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei 
põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
 
O nascituro, de acordo com a lei, é o feto já concebido e que se encontra no ventre 
materno, que só receberá ou transmitirá direitos se nascer com vida, mas enquanto isso 
não acontecer, terá a proteção do Direito. 
É por essas entre outras razões, que se proíbe a prática do aborto no Brasil, fora das 
exceções da lei. 
Por outro lado, a lei também regulamenta o fim da existência da pessoa física, nos 
seguintes termos: 
 
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, 
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão 
definitiva. 
 
 
3. Incapacidade na legislação brasileira (os absolutamente incapazes e os 
relativamente incapazes) 
 
 No Brasil, a capacidade jurídica plena é adquirida aos 18 anos completos. 
A lei estabelece que toda pessoa é capaz civilmente em relação a direitose deveres, 
contudo, nem todos podem exercer pessoalmente os atos da vida civil, no Código Civil 
essas pessoas nessas condições são chamadas de absolutamente incapazes ou 
relativamente incapazes, dependendo do grau de incapacidade. 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: 
MUITO IMPORTANTE: O Código Civil foi recentemente alterado 
pela 11.146, de 06/07/2015, que revogou ALGUMAS disposições 
que tratam de incapacidade civil. Essa lei nova já está em vigor 
desde o início de janeiro de 2016. 
Assim, conforme a nova lei, não são mais incapazes civilmente 
para atos os deficientes mentais. Os deficientes mentais serão 
capazes civilmente para a realização de atos, e somente serão 
declarados incapazes, caso uma ação judicial seja proposta e uma 
sentença declare que o deficiente possui alguma necessidade 
especial devendo ser representado ou assistido por alguém. Veja 
o quadro comparativo das legislações: 
CÓDIGO CIVIL 2002, ANTES: CÓDIGO CIVIL 2002, APÓS 
ALTERAÇÕES DA LEI 11.146/15 
Art. 3o São absolutamente incapazes de 
exercer pessoalmente os atos da vida 
civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a prática 
desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, 
não puderem exprimir sua vontade. 
Art. 3o São absolutamente incapazes 
de exercer pessoalmente os atos da vida 
civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 
 
Art. 4o São incapazes, relativamente a 
certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de 
dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em 
tóxicos, e os que, por deficiência mental, 
tenham o discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem 
desenvolvimento mental completo; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos 
índios será regulada por legislação 
especial. 
Art. 4o São incapazes, relativamente a 
certos atos ou à maneira de os exercer: 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 
2015) (Vigência) 
I - os maiores de dezesseis e menores 
de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em 
tóxico; (Redação dada pela Lei nº 
13.146, de 2015) (Vigência) 
III - aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; (Redação dada pela Lei nº 
13.146, de 2015) (Vigência) 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos 
indígenas será regulada por legislação 
especial. (Redação dada pela Lei nº 
13.146, de 2015) (Vigência) 
 
 
 
34 
 
 De acordo com o artigo 3.o, são absolutamente incapazes os menores de 16 anos. 
 O legislador considera como absolutamente incapaz também aquela pessoa que, 
mesmo por causa transitória, não puder exprimir sua vontade, seria o caso, por exemplo, 
de pessoas em estado de coma, ou por acometidas de outros tipos de doença grave que 
a impeça de se comunicar e exprimir sua vontade. 
Já nos casos de incapacidade relativa, o legislador entende que a pessoa possui um 
mínimo de discernimento para a prática de atos da vida civil. 
É o caso das pessoas entre 16 e 18 anos, que podem praticar pessoalmente alguns 
atos da vida civil, pois como já analisado, as pessoas com 18 anos completos já são 
capazes. 
O ébrio habitual, é aquele que consome bebida alcoólica na quantidade para 
incapacitá-lo para atos da vida civil. É necessária a comprovação do efeito nefasto e 
incapacitante da bebida na vida daquela pessoa. 
Já o pródigo, também mencionado na lei, é aquele que gasta seu patrimônio 
imoderadamente a ponto de desestabilizar sua vida privada e familiar. Esse tipo de 
incapacidade é declarada por meio de ação de interdição, movida pela família. 
 
 
 
Opine: 
Entre no AVA dê sua opinião e discuta com seus colegas e tutores, no 
Fórum com o tema: “Direito Civil no cotidiano” 
Vamos dialogar... Neste fórum, você deverá falar sobre alguma 
experiência da sua vida ou da vida de um amigo, ou familiar (não 
precisa identificar o nome). Fale de algum direito que você entende ser 
seu, e que existe graças ao Direito Civil. 
 
4. Emancipação 
 Emancipação é a aquisição da capacidade civil antes dos 18 anos completos. 
 “O emancipado, apesar de menor de idade, passa a ter capacidade de exercício 
dos atos da vida civil sem a necessidade de ser assistido por um responsável” 
(WATANABE, 2011, p.160). 
 
 
35 
Pela lei civil, os casos de emancipação são os seguintes: 
 
 Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, 
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de 
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos 
tenha economia própria. 
 
 A hipótese de emancipação tratada no inciso I é realizada em Cartório de Notas no 
qual é lavrada uma escritura pública de emancipação. É realizada pela concessão dos 
pais, a partir dos 16 anos. Esse mesmo inciso trata da emancipação concedida pelo 
Judiciário: nesse caso, o menor com 16 anos completos que se torna órfão, poderá ser ter 
sua emancipação concedida, ouvidos o tutor e o próprio menor. 
 A emancipação também pode se dar pelo casamento a partir dos 16 anos; pelo 
emprego público e efetivo (o menor deve ter tomado posse) e pela colação de grau em 
nível superior (o que diga-se, não é muito comum). 
O menor de 18 anos também pode ser emancipado se provar ter se estabelecido com 
economia própria ou com relação de emprego. 
Deve-se salientar que, para todos os casos, a lei estabelece a idade mínima de 16 anos 
para a emancipação. 
 
5. Pessoas jurídicas 
 De acordo com o Código Civil, existem as seguintes espécies de pessoas jurídicas 
no direito brasileiro: 
 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
 
 
36 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros 
e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações; 
IV - as organizações religiosas; 
V- os partidos políticos; 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
As pessoas jurídicas têm personalidade jurídica distinta da dos seus membros: 
“Podemos conceituar pessoa jurídica como sendo a união de pessoas, criadas na 
forma da lei, com objetivos e interesses comuns, possuidora de personalidade jurídica 
própria dotada de direitos e obrigações” (WATANABE, 2011, p.167). 
6. Direito Contratual 
Contrato é todo ato humano, lícito, capaz de adquirir, transferir, modificar, ou 
extinguir uma relação jurídica (contrato em sentido lato). 
Contrato é o negócio jurídico, que as partes se sujeitam a observância da conduta 
idônea, à satisfação dos interesses que pactuam (contrato em sentido estrito). 
Assim, contrato é o acordo de vontades entre duas ou mais pessoas, sobre objeto 
lícito e possível, com o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. O 
contrato ocorre, conforme o código civil explica quando os contratantes, reciprocamente, 
ou um deles, assume a obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa. 
O acordo de vontades é pressuposto do contrato. 
 
 
 
Atenção: 
LEMBRE-SE: Para que o contrato seja válido, é preciso que 
seu objeto seja lícito e possível,e as partes contratantes sejam 
capazes, isto é, estejam legalmente aptas para contratar. 
 
Portanto, todo contrato gera obrigações no direito moderno. 
 
7. Direito de família e sucessões: aspectos básicos 
 
 
37 
 Em nosso ordenamento jurídico, vários ramos do direito trazem a definição do 
termo família. 
 A família, por ser a base da sociedade, sempre teve uma atenção especial do 
Estado na sua regulamentação. 
 Casamento é a união entre homem e mulher, de acordo com a lei, para se 
reproduzirem, se ajudarem mutuamente e criarem seus filhos”. (MARTINS, 2014, p. 297)”. 
 Apesar da lei e da doutrina estabelecerem o casamento nas bases acima citadas, 
o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da Resolução n. 175, estabeleceu que os 
cartórios de todo o Brasil não poderão recusar a celebração de casamentos civis de casais 
do mesmo sexo ou deixar de converter em casamento a união estável homo afetiva. A 
Resolução também proíbe as autoridades competentes de se recusarem a habilitar ou 
celebrar casamento civil ou, até mesmo, de converter união estável em casamento entre 
pessoas de mesmo sexo. 
 O casamento faz nascer a família, constituída segundo as exigências da lei. 
Entretanto, a Constituição Federal, para efeito da proteção do Estado, também reconhece 
como entidades familiares a união estável entre o homem e a mulher, independentemente 
de essa união obedecer às formalidades do casamento, bem como a comunidade formada 
por qualquer dos pais e os seus filhos. 
 A união estável é a entidade familiar configurada na união pública, contínua e 
duradoura, entre homem e mulher desimpedidos, estabelecida com o intuito de constituir 
família. São considerados desimpedidos para constituir união estável os solteiros, os 
viúvos, os separados judicialmente ou de fato e os divorciados” (COTRIM, 2009, p.141). 
 Regime de bens pode ser conceituado como o conjunto de normas que regulam os 
interesses econômicos dos cônjuges durante o casamento. 
 O regime de bens é o instituto que determina a comunicação ou não do patrimônio 
do casal após a realização do casamento. Tem por finalidade regular o patrimônio anterior 
e posterior ao casamento, bem como à administração dos bens 
 De acordo com o disposto no Código Civil, são quatro os diferentes tipos de regimes 
de bens: a comunhão parcial; a comunhão universal; a participação final nos aquestos e 
a separação de bens. 
 
 
38 
 Conforme dispõe o artigo 1.667 do novo Código Civil, o regime de comunhão 
universal é aquele que importa na comunicação de todos os bens presentes e futuros dos 
cônjuges, excluindo, os bens doados ou herdados com cláusula de incomunicabilidade, 
as dívidas anteriores ao casamento, as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges 
ao outro com cláusula de incomunicabilidade, os bens de uso pessoal, os livros e 
instrumentos de profissão, os proventos do trabalho pessoal 
 No regime da comunhão parcial comunicam-se os bens tão somente adquiridos na 
constância do casamento, de acordo com o conteúdo do artigo 1.658 do Código Civil. 
 Entram na comunhão os bens adquiridos na constância do casamento por título 
oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges, os bens adquiridos por doação ou 
herança em favor de ambos os cônjuges, as benfeitorias em bens particulares de cada 
cônjuge, os frutos dos bens comuns ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na 
constância do casamento. 
 Excluem-se da comunhão os bens que cada cônjuge possuir ao casar e os que lhe 
sobrevierem na constância do casamento, por doação ou sucessão, obrigações anteriores 
ao casamento. 
 Pelo novo regime de participação final nos aquestos previsto nos artigos 1.672 e 
seguintes do novo Código Civil, os cônjuges vivem sob verdadeira separação de bens, 
vale dizer cada cônjuge tem livre administração de seus próprios bens, enquanto durar a 
sociedade conjugal. 
 
 A separação judicial equivale ao antigo desquite. Ela promove a separação de 
corpos e de bens, mas não dissolve o vínculo conjugal, isto é, o casamento (COTRIM, 
2014, p. 147). 
 
 Desde 2010, com a publicação da Emenda Constitucional 66, os casais que 
desejam se divorciar podem fazê-lo sem a necessidade da separação prévia. A medida 
extinguiu os prazos que eram obrigatórios para dar entrada no pedido. 
 
 Além disso, desde 2007, por meio da Lei nº 11.441/07, foi instituído no Brasil o 
divórcio por via administrativa, ou extrajudicial, ou seja, realizado em cartórios de registro 
 
 
39 
civil, não sendo mais necessário, portanto, que o casal, ou um dos cônjuges tenha que 
ingressar com uma ação no Judiciário, bastando apenas os até então cônjuges 
comparecerem, assistidos por um advogado, perante um ofício do Registro Civil e 
apresentar tal pedido junto ao órgão competente para tal fim. A mesma regra vale para 
inventários e partilhas de bens. 
 
O último livro do Código Civil estuda o direito das sucessões. 
 
 O Direito das Sucessões é o conjunto de normas que disciplinam a transferência 
do patrimônio (ativo e passivo – créditos e débitos) de alguém, depois de sua morte, em 
virtude de lei ou testamento. Está regulado nos arts. 1.784 a 2.027 CC. A Constituição 
Federal assegura o direito de herança (artigo 5º, XXX). O fundamento do direito sucessório 
é a propriedade, conjugada ou não com o direito de família. 
 
 
 
Faça: 
Chegou a hora de exercitar e fixar o que foi lido realizando o 
questionário proposto no AVA. 
 
 
 
 
40 
Bibliografia 
COTRIM, Gilberto. Direito fundamental. 23.ed. São Paulo Saraiva, 2009. 
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das famílias. 8.a ed. São Paulo: RT, 2011. 
MARTINS, Sergio Pinto. Instituições de Direito Público e Privado. 24 ed. São Paulo: Atlas, 
2014. 
MASCARO, Alysson Leandro. Introdução ao Estudo do Direito. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
WATANABE, Marilda. Manual de Direito. 2ed. São Paulo: Saint Paul, 2011. 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 Objetivos 
 
 Estudar o Direito do Trabalho e as normas que regulamentam as relações 
jurídicas travadas entre empregado e empregador, além de noções acerca de direitos e 
deveres de cada um em uma relação de emprego. 
 
 Palavras chave: Trabalho. Empregado. Empregador. Consolidação das Leis 
Trabalhistas. Contrato de trabalho. 
 
Índice 
 
Unidade IV – Direito do Trabalho 
 Direito do Trabalho: conceitos básicos 
 Contrato de Trabalho 
 Direitos Trabalhistas Fundamentais 
 
Direito do Trabalho 
 
 
42 
 
 
 
Assista: 
Assistam a VIDEO AULA da unidade 4 disponível no AVA. 
 
1. Direito do Trabalho: conceitos básicos 
 
O Direito do Trabalho é um ramo do Direito que cuida da regulamentação 
das normas que regem as relações entre empregado e empregador, estabelecendo 
direitos e obrigações entre os mesmos. 
O trabalho sempre exerceu um importante papel no desenvolvimento 
econômico e social dos países, desde a Antiguidade, até os tempos atuais, tempos estes, 
permeados de teorias em princípio ameaçadoras ao trabalho, tais como; globalização e 
terceirização. 
É fato que o trabalho sempre foi preocupação dos governos e do Direito 
que sempre procurou regulamentar de uma maneira mais lógica e completa, a tão sempre 
contraditória relação empregador/empregado. 
“O Direito do Trabalho abrange o conjunto de princípios e normas que 
regulam as relações de trabalho subordinado, ocupando-se, ainda, em garantir condições 
sociais básicas ao trabalhador” (COTRIM, 2009, p. 228). 
A partir do século XVIII foram lançadas as primeiras bases do Direito do 
Trabalho propriamente dito, que desde sua gênese, estava baseado na criação de uma 
relação de emprego mais humana, digna, e justa. 
“Direito do Trabalho é o conjunto de princípios e normas que regulam as 
relações entre empregados e empregadores, estabelecendo direitos e obrigações entre 
eles. Também pode ser apresentado com outros nomes, como Legislação social, Direito 
social e Direitooperário, porém a denominação Direito do Trabalho, que surgiu na 
Alemanha por volta de 1912, é a mais utilizada em vários países, inclusive no Brasil” 
(WATANABE, 2011, p. 273). 
No Brasil, a principal fonte do Direito do Trabalho é a Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT), promulgada em 1943, durante o governo de Getúlio Vargas, e 
 
 
43 
onde encontram-se as principais normas, antes esparsas, sobre a matéria, a Constituição 
Federal de 1988 também apresenta algumas disposições de natureza generalista sobre a 
disciplina. 
Trata-se da primeira lei geral aplicável a todos os empregados, sem 
distinção da natureza do trabalho técnico, manual ou intelectual. 
 
 
Faça: 
Você deverá responder a uma atividade que é composta de uma 
questão discursiva sobre o direito do trabalho. 
 
2. Contrato de trabalho 
 
Conceito de contrato de trabalho e relação de trabalho: haverá contrato 
de trabalho sempre que uma pessoa física se obrigar a realizar atos, executar 
obras ou prestar serviços para outra e sob dependência desta, durante um período 
determinado ou indeterminado de tempo, mediante o pagamento de uma 
remuneração; quanto à relação de emprego, dar-se-á quando uma pessoa realizar 
atos, executar obras ou prestar serviços para outra, sob dependência desta, em 
forma voluntária e mediante o pagamento de uma remuneração, qualquer que seja o ato 
que lhe dê origem. 
São dois os sujeitos num contrato de trabalho: o empregado e o 
empregador. 
Empregador é o ente, dotado ou não de personalidade jurídica, com ou 
sem fim lucrativo, que tiver empregado. De acordo com a Consolidação das Leis 
Trabalhistas (CLT): 
 
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, 
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a 
prestação pessoal de serviço. 
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação 
de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as 
 
 
44 
associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que 
admitirem trabalhadores como empregados. 
§ 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, 
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou 
administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de 
qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de 
emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma 
das subordinadas. 
 
São vários os tipos de empregador: há o empregador em geral, a 
empresa, e o empregador por equiparação, os profissionais liberais, etc.; quanto à 
estrutura jurídica do empresário, há pessoas físicas; firmas individuais e sociedades, 
sendo principal a anônima; quanto à natureza da titularidade, há empregadores 
proprietários, arrendatários, cessionários, usufrutuários, etc.; quanto ao tipo de atividade, 
há empregadores industriais, comerciais, rurais, domésticos e públicos. 
Empregado é a pessoa física que presta pessoalmente a outrem serviços 
não eventuais, subordinados e assalariados. Já o conceito de empregado, na CLT, 
apresenta-se da seguinte forma: 
 
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços 
de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e 
mediante salário. 
 
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e 
à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e 
manual. 
 
“É necessário que o empregado seja pessoa física, excluindo-se, portanto, a 
pessoa jurídica, isso porque o trabalho deve ser executado pela própria pessoa 
contratada, que é uma forma que o direito do trabalho encontrou para proteger o 
trabalhador como sujeito da relação de emprego. O trabalho deve ser realizado de forma 
periódica e não eventual. O empregado tem periodicidade nos dias e horários trabalhados 
mediante salário” (WATANABE, 2011, p.284). 
 
 
45 
Existem vários tipos de empregados: estagiário, empregado doméstico, 
empregado rural, empregado em domicílio, empregado aprendiz, dentre outras 
nomenclaturas. 
De acordo com o artigo 442 da CLT, contrato de trabalho pode ser definido 
como: 
 
 Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente 
à relação de emprego. 
 
Um acordo tácito é aquele em que as partes se ajustam numa relação 
empregatícia sem a necessidade de um contrato escrito ou uma anotação na Carteira de 
Trabalho, o empregado inicia determinada atividade laboral sem que tenham discutido os 
termos da mesma, e o empregador a ela não se opõe. 
Já o contrato expresso pode ser escrito ou verbal, o ajuste desse último é 
feito por meio de palavras, e não por um contrato escrito. 
Já a relação de emprego mencionada no artigo 442, refere-se, como já 
analisado, ao acordo firmado entre empregado e empregador. Nesse acordo, de uma 
maneira geral, o empregado se compromete a prestar serviços não eventuais sob a 
direção do empregador, que se compromete a pagar um salário pelo mesmo. 
“Também denominada vínculo empregatício, a relação de emprego tem 
início no momento em que o trabalhador entra na empresa e começa a trabalhar, não 
importando se existe ou não contrato, já que basta existir vontade para se caracterizar o 
vínculo” (WATANABE, 2011, p. 282). 
De acordo com a lei, os princípios do contrato de trabalho são: 
 
a) Prestação de serviços continuados; 
b) Recebimento de salário; 
c) Subordinação profissional; 
d) Condições do trabalho. 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção!!! 
Os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para 
ocupar empregos públicos, tendo uma vinculação contratual com o 
Estado regida pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Por isso, 
são conhecidos como “celetistas”. Aos servidores públicos estatutários 
são garantidos os seguintes direitos trabalhistas (art. 39, § 3º, da CF): 
a. Salário mínimo; 
b. Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que 
percebem remuneração variável; 
c. Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
d. Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de 
baixa renda nos termos da lei; 
e. Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de 
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção 
coletiva de trabalho; 
f. Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos 
domingos; 
g. Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 
cinquenta por cento à do normal; 
h. Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço 
a mais do que o salário normal; 
i. Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com 
a duração de seis meses; 
j. Licença -paternidade, nos termos fixados em lei; 
k. Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante 
incentivos específicos, nos termos da lei; 
l. Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas 
de saúde, higiene e segurança; 
m. Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de 
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado 
civil. 
 
 
 
47 
 
 
Opine: 
 Entre no AVA dê sua opinião e discuta com seus colegas e tutores, 
no Fórum com o tema: “Uma saudável relação de emprego.” 
 
 Neste fórum vamos falar sobre a relação de trabalho... Como o direito 
do trabalho pode contribuir para uma relação amigável entre patrão e 
empregado? 
 
3. Direitos trabalhistas fundamentais 
 
A Constituição Federal e a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) 
asseguram aos trabalhadores vários direitos fundamentais: 
 
a) Duração do trabalho 
 
A CLT estabelece que a duração normal de uma jornada de trabalho não 
pode exceder o limite máximo de oito horas, independentemente da atividadeexercida, 
contudo, a essas oito horas poderão ser acrescidas duas horas extras, que deverão ser 
previamente negociadas por meio de um contrato coletivo de trabalho. 
A lei assegura ainda, aos trabalhadores, os seguintes direitos quanto à 
duração da jornada: entre um período de duas jornadas de trabalho deverá haver um 
período mínimo de onze horas consecutivas de descanso, descanso semanal remunerado 
de vinte e quatro horas, o qual deverá, preferencialmente, ser gozado aos domingos; e 
pelo menos 20% de acréscimo da hora trabalhada noturna (das vinte e duas horas as 
cinco do dia seguinte) em relação à jornada diurna. 
 
b) Remuneração 
 
Um dos direitos do trabalhador é receber uma remuneração pelo trabalho 
realizado. O valor do salário é fixado tendo em vista o mercado de trabalho da atividade 
ou o comum acordo entre as partes. 
 
 
48 
De acordo com a lei, a remuneração é paga por dia, semana, quinzena ou 
mensalmente. Podem compor essa remuneração uma quantia fixa em dinheiro, por tarefa, 
comissões, gorjetas, ou mesmo gastos com transporte, alimentação, assistência médica, 
etc. Também fazem parte da remuneração, se for o caso, as horas extras, adicionais 
noturnos, de insalubridade e de periculosidade. 
Dependendo da categoria, os salários são reajustados de acordo da lei, 
do contrato de trabalho ou da convenção coletiva de trabalho. 
A CLT também prevê as seguintes espécies de salário: o salário-
maternidade e o 13.o salário. O primeiro consiste em licença de cento e vinte dias sem 
prejuízo de vencimentos, em período posterior ao parto. Já o 13.o salário, é pago em duas 
parcelas: a metade entre fevereiro a novembro (férias) e a outra metade até o dia vinte de 
dezembro. 
 
 
 
Atenção!!! 
Redução da jornada com diminuição do salário: é inquestionavelmente 
lícita, uma vez que a CF/88 permite, pela negociação, a redução da 
jornada. 
 
c) Dispensa do empregado 
 
Quando se fala em dispensa de empregados, o primeiro ponto que deve 
ser analisado é a questão da natureza dessa dispensa. 
A dispensa do empregado, por vontade do empregador, é um ato o qual 
o aquele não pode impedir, contudo, de acordo com a lei, o empregador é obrigado a 
caracterizar a dispensa em duas categorias: despedida por justa causa e despedida sem 
justa causa. 
Na modalidade de dispensa sem justa causa, quando o contrato de 
trabalho é por tempo indeterminado, o empregador não tem um motivo específico para 
justificar a mesma, apenas há a comunicação da dispensa ao empregado (aviso prévio). 
 
 
49 
Com a despedida sem justa causa, o empregado terá direito aos depósitos 
do FGTS, acrescidos de multa de 40% em relação aos mesmos, férias vencidas e 
proporcionais e o 13º salário. 
 Já no caso contrário, de demissão, o empregado deve manifestar sua 
vontade de não mais trabalhar para o empregador e deve também dar o aviso prévio, não 
tendo, contudo, os mesmos direitos concedidos na dispensa (sem justa causa) 
formalizada pelo empregador. 
A despedida por justa causa, na qual se configura uma falta grave, é 
regulamentada no artigo 482 e 483 da CLT, nesse caso, ao contrário da despedida sem 
justa causa, o empregador tem um motivo para a dispensa que se consubstancia na 
conduta faltosa do empregado em sua atuação na empresa. A justa causa pode ser 
arguida tanto pelo empregado, como pelo empregador, para rescindir o contrato de 
trabalho. 
 
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: 
 
a. Ato de improbidade; 
b. Incontinência de conduta ou mau procedimento; 
c. Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e 
quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, 
ou for prejudicial ao serviço; 
d. Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido 
suspensão da execução da pena; 
e. Desídia no desempenho das respectivas funções; 
f. Embriaguez habitual ou em serviço; 
g. Violação de segredo da empresa; 
h. Ato de indisciplina ou de insubordinação; 
i. Abandono de emprego; 
 
 
50 
j. Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, 
ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, 
própria ou de outrem; 
k. Ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o 
empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria 
ou de outrem; 
l. Prática constante de jogos de azar. 
 
O empregado que se enquadrar nas hipóteses acima, perde o aviso 
prévio, o 13.o salário proporcional e as férias proporcionais e não pode movimentar os 
recursos do FGTS. 
No caso da letra a, improbidade deve ser associada a furto, roubo, 
apropriação indébita, etc, que cause danos materiais à empresa e ao empregador, a 
improbidade deve ocorrer no local da empresa, para que se configure a despedida por 
justa causa, na hipótese do artigo 482, letra a da CLT. 
Na hipótese da letra b, o legislador referiu-se a determinados 
comportamentos inadequados ao ambiente de trabalho. Mau procedimento está 
relacionado ao comportamento do empregado dentro ou fora da empresa, como por 
exemplo: linguagem grosseira, desrespeito aos colegas de trabalho, de um modo geral. 
Incontinência de conduta relaciona-se à uma conduta imoderada ou inconveniente do 
empregado no que tange à sua vida sexual, ofensa ao pudor, entre outras. 
Negociação habitual, que trata a letra c, deve ocorrer sem a permissão do 
empregador, por meio de uma negociação habitual, por conta própria ou de terceiros, que 
constitua ato de concorrência e que seja prejudicial à empresa. 
A condenação criminal, referida na letra d, somente vai configurar justa 
causa se o empregado for preso, se houver a condenação, caso não seja decretada uma 
pena de prisão, o empregado não perde o emprego. 
Desídia, na linguagem corrente do Direito do Trabalho, é sinônimo de 
negligência, imprudência, desatenção no cumprimento das funções. 
A embriaguez citada na letra f, refere-se ao fato do empregado 
apresentar-se no trabalho alcoolizado, não é necessário que a embriaguez seja habitual, 
 
 
51 
mas que ocorra no trabalho, se ocorrer fora do ambiente de trabalho, para justificar a 
dispensa, a mesma deve ser habitual e trazer reflexos para o ambiente de trabalho. 
A violação, por parte de empregado, de segredo de empresa, constituiu 
justa causa para a dispensa. 
O abandono de emprego, referido na letra i, para ser caracterizado, 
segundo a jurisprudência dominante, deve ocorrer num prazo de trinta dias, ou seja, o 
empregado que permanecer trinta dias fora do posto de trabalho, sem justificativa, poderá 
perder o emprego por justa causa. 
Ato lesivo da honra ou da boa fama, citados na letra k, referem-se à ofensa 
à honra, dignidade ou decoro, dentro do ambiente de trabalho, ou mesmo fora dele, o 
empregador não pode ofender ou agredir em serviço ou fora dele o empregador ou seu 
superior hierárquico, trata-se das hipóteses de difamação, calúnia, entre outras. 
 
d) Prazo para ingressar com reclamação trabalhista 
 
De acordo com a legislação trabalhista brasileira, o prazo para que o 
empregado ingresse com uma reclamação trabalhista é de 2 anos após o término do 
contrato de trabalho, incluindo-se o prazo do aviso prévio. 
 
e) Jornada de trabalho e descanso semanal 
 
De acordo com a CLT, em seu artigo 4.o jornada é o tempo que o 
empregado se dedica à atividade laboral, à disposição do empregador: 
 
Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à 
disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial 
expressamente consignada. 
 
 
 
52 
De acordo com a lei, denomina-se jornada de trabalho normal a diária de 
8 horas e a semanal de 44 horas. 
Ainda de acordo com as disposições da CLT, o descanso semanal é de 
24 horas consecutivas, preferencialmenteaos domingos. 
 
f) Trabalho noturno 
 
O trabalhador noturno tem sua jornada, de acordo com a lei, realizada 
entre as 22 horas e 5 horas do dia seguinte: 
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá 
remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo 
de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. 
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 
horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. 
 
g) Adicional de periculosidade insalubridade 
 
“É considerado trabalho em condições de periculosidade aquele que por 
natureza ou método implique contato permanente com inflamáveis, explosivos em 
condições de risco acentuado, energia elétrica (Lei n. 7369/85) ou radiações ionizantes. 
O adicional de periculosidade é de 30% sobre o salário contratual sem os acréscimos 
resultantes de gratificações, prêmios ou participações de lucros da empresa” 
(WATANABE, 2011, p. 293). 
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da 
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua 
natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição 
permanente do trabalhador a: 
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; 
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança 
pessoal ou patrimonial. 
 
 
53 
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional 
de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, 
prêmios ou participações nos lucros da empresa. 
 
“São consideradas insalubres as atividades que, por sua natureza, 
condição ou método de trabalho, expõem os empregados a agentes nocivos à sua saúde, 
sendo os critérios de determinação para medição do grau de insalubridade fixado pelo 
Ministério do Trabalho. O empregado que trabalhar em locais considerados insalubres 
pelo Ministério do Trabalho recebe esse adicional. A ele será assegurado adicional 
correspondente a 10%, 20% ou 40% do salário mínimo da região ou de acordo com o 
valor de referência fixado pelo sindicato da categoria, conforme o grau de insalubridade 
mínimo, médio e máximo” (WATANABE, 2011, p. 292). 
 
Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância 
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional 
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) 
do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. 
 
h) Aviso prévio 
 
“De acordo com o artigo 287 da CLT, aquele que desejar rescindir um 
contrato de trabalho por prazo indeterminado, sem justo motivo, deverá necessariamente 
manifestar a sua vontade a outra parte. A falta de aviso por parte do empregador dá ao 
empregado o direito ao salário correspondente ao prazo do aviso. Da mesma maneira, na 
falta de aviso prévio por parte do empregado, dá ao empregador o direito de descontar o 
salário correspondente” (WATANABE, 2011, p. 300). 
 Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir 
o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de: 
I. Oito dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior; 
II. Trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 
(doze) meses de serviço na empresa. 
 
 
54 
 
 
 
Faça: 
Chegou a hora de exercitar e fixar o que foi lido realizando o 
questionário proposto no AVA. 
 
 
 
 
 
55 
Bibliografia 
COTRIM, Gilberto. Direito fundamental. 23.ed. São Paulo Saraiva, 2009. 
MARTINS, Sergio Pinto. Instituições de Direito Público e Privado. 24 ed. São Paulo: 
Atlas, 2014. 
MASCARO, Alysson Leandro. Introdução ao Estudo do Direito. 4 ed. São Paulo: Atlas, 
2013. 
WATANABE, Marilda. Manual de Direito. 2ed. São Paulo: Saint Paul, 2011. 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
Objetivos: 
Analisar os principais conceitos de Direito Comercial: sociedades empresárias e falência 
e recuperação empresarial. 
Palavras chave: Empresário. Sociedade Limitada. Sociedade Anônima. Falência. 
Recuperação. 
 
índice 
 
Unidade V – Direito Comercial 
 Conceito de empresário 
 Exercício da atividade empresarial 
 Sociedade limitada 
 Sociedade anônima 
 Recuperação extrajudicial, recuperação judicial e falência 
 
 
Direito Comercial 
 
 
57 
 
Assista: 
Assistam a VIDEO AULA da unidade 05 disponível no AVA. 
 
1. Conceito de empresário 
Nosso primeiro e único Código Comercial data de 1850, e seguiu a 
orientação do Código Comercial Napoleônico (1808). Ou seja, nossa primeira fase do 
Direito Comercial foi objetiva, com base na Teoria dos Atos de Comércio. Tais atos vieram 
enumerados no Regulamento 737/1850.Já o nosso Código Civil de 2002 segue a 
orientação italiana da Teoria da Empresa, a teoria subjetiva. Primeiramente, é importante 
destacar que o CC/02 revogou somente a primeira parte do Código Comercial (a parte de 
comércio terrestre), restando em vigor até hoje a segunda parte, que trata do comércio 
marítimo (art. 2045, CC).Segundo a Teoria da Empresa, qualquer atividade pode ser 
considerada empresária. Tudo vai depender da forma como ela é exercida. Não há mais 
um rol de atividades consideradas comerciais ou não. Esta teoria também abandona o 
conceito de comerciante e passa a usar o de empresário. Nossa disciplina, no entanto, 
pode chamar-se Direito Empresarial ou Comercial, tendo em vista que a Constituição de 
1988 ainda usa este termo. 
De acordo com o artigo 966 do Código Civil, empresário é: 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Ainda de acordo com o mesmo artigo, em seu parágrafo único, quem não 
é considerado empresário? 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares 
ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
 
 
 
58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pense Nisso!! 
 
Vamos destrinchar o conceito para entendê-lo melhor: 
a) Profissionalmente — Exercer uma atividade de forma profissional 
tem relação com a habitualidade. Uma pessoa que distribui doces 
de São Cosme e Damião não pode ser considerada profissional do 
ramo de doces, pois o faz esporadicamente, ao contrário de uma 
pessoa que faz bolos para festas e vive disso. 
b) Atividade — É sinônimo de empresa. Empresa é atividade, não 
local físico onde esta é desenvolvida. Não é sujeito de direitos, não 
tem personalidade jurídica. A empresa é objeto de direitos. 
c) Econômica — O empresário visa o lucro. A atividade empresarial 
pode até não ser lucrativa em determinados momentos, mas tem 
que almejar o lucro. 
d) d) Organizada — É aquela atividade que conjuga os quatro 
fatores de produção capitalista: mão de obra, insumos, capital e 
tecnologia (ou know how). O empresário dispõe esses quatro 
fatores da forma que melhor lhe convém. Da forma mais 
conveniente para desenvolver a sua atividade, a sua empresa. Se 
a forma de exercer determinada atividade for organizada, estar-se-
á diante de um empresário. 
 
“A Teoria da empresa surgiu na Itália, quando o mundo estava em guerra. 
O governo estava nas mãos do ditador fascista Mussolini, época em que foi instituído no 
Código Civil italiano o primeiro regime legal amplo voltado para a empresa e que regulava 
as relações de trabalho” (WATANABE, 2011, p.312). 
A teoria da empresa também foi aplicada no Brasil, no Código Civil de 
2002: 
“Assim, nosso Código Civil introduziu a Teoria de Empresa no Livro II, do 
Direito de Empresa, deixando de

Continue navegando