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A IMPORTÂNCIA DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM MONTAGENS DE EVENTOS DE GRANDE PORTE

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RENATO PEDROSO DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA 
DO TRABALHO EM MONTAGENS DE EVENTOS DE 
GRANDE PORTE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2015 
RENATO PEDROSO DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA 
DO TRABALHO EM MONTAGENS DE EVENTOS DE 
GRANDE PORTE 
 
 
Monografia apresentada à 
Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo 
para obtenção do título de 
Especialista de Engenharia 
de Segurança do Trabalho. 
 
 
São Paulo 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santos, Renato Pedroso dos 
A importância da engenharia de segurança do trabalho 
em montagens de eventos de grande porte / R.P. dos 
Santos. – São Paulo, 2014 
 
83 p. 
 
Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança 
do Trabalho) - Escola Politécnica da Universidade de São 
Paulo. Programa de Educação Continuada em Engenharia. 
 
1.Segurança do trabalho 2.Eventos I. Universidade de São 
Paulo. Escola Politécnica. Programa de Educação Continuada 
em Engenharia II.t. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a DEUS, fonte de 
sabedoria e inteligência, e à minha 
família, fonte de persistência, 
dedicação, força de vontade e amor. 
Para Andressa Yida Gonçalves, pessoa 
com a qual pretendo formar uma nova 
família, e que vejo como símbolo de 
persistência e modelo de mulher 
batalhadora. 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Ao Eng.º Marcelo Gandra Falcone, diretor de SEL/SEGUR-3, pela constante 
paciência e estímulo transmitido durante todo o trabalho. 
Aos amigos e colegas de trabalho da SEGUR (Antigo CONTRU), nos quais 
inspiraram me a realizar essa especialização. 
A todos que colaboraram direta ou indiretamente na realização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A tarefa não é tanto ver aquilo que 
 ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda 
pensou sobre aquilo que todo mundo vê”. 
 (Arthur Schopenhauer). 
RESUMO 
 
 
O que se desejou demonstrar nesse trabalho foi a importância que se faz a 
Engenharia de Segurança do Trabalho no processo de montagem de eventos de 
grande porte. Pretendeu-se informar os principais desafios que os profissionais da 
área de segurança do trabalho encontram ao realizar vistorias técnicas e 
procedimentos de vigilância nos locais de montagens de grandes estruturas 
provisórias para a realização de eventos temporários, sendo eles esportivos, 
culturais ou de cunho financeiro. O presente trabalho aponta as principais falhas 
encontradas pelos profissionais da área de segurança, sendo elas na maneira que 
os trabalhadores se comportam no ambiente do trabalho, bem como da dificuldade 
de implantar técnicas que permitam a preservação do bem estar físico e social 
destes respectivos trabalhadores no ambiente em que se situam. Essa tese 
apresenta sugestões de ações que podem ser introduzidas para evitar acidentes e 
danos, concebendo um ambiente de trabalho seguro e saudável. 
 
Palavras-chave: Segurança do Trabalho. Eventos. Montagem de estruturas 
temporárias. Trabalho em Altura. Equipamento de Proteção Individual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
What if desired demonstrate in this work was the importance that makes the 
Occupational Safety Engineering at large events assembly process. It was intended 
to inform the main challenges that professional's work safety area are to carry out 
technical inspections and surveillance procedures in local assemblies of large 
temporary structures for holding temporary events, namely sports, cultural or financial 
nature. This paper outlines the main faults found by security professionals, which 
were in the way workers behave in the workplace, as well as the difficulty of 
implementing techniques that allow the preservation of the physical and social well 
being of these workers in their environment in which they are located. This thesis 
presents suggestions of actions that can be introduced to prevent accidents and 
damage, designing a safe and healthy work environment. 
 
Keywords: Work Safety. Events. Installation of temporary structures. Working at 
Height. Personal Protective Equipment. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1. Jogos Olímpicos de 1986 – Atenas (GRE) ..................................................... 18 
Figura 2. Quantidade de eventos no Brasil por região 
em 2013 
.............................................. 19 
Figura 3. Quantidade de público em eventos por região 
em 2013 
............................................ 19 
Figura 4. Mapa Mental de Acidentes do Trabalho ....................................................... 25 
Figura 5. Os cinco fatores na sequência de acidentes – 
Teoria dos Dominós 
........................................... 26 
Figura 6. Exemplo de ato inseguro ............................................................................ 27 
Figura 7. Exemplo de ato inseguro ............................................................................ 27 
Figura 8. Modelo de Treinamento para Segurança do 
Trabalho 
................................................. 28 
Figura 9. Modelo de Treinamento para Segurança do 
Trabalho 
................................................. 28 
Figura 10. Acidente do trabalho em montagens no Estádio 
de Itaquera 
..................................... 30 
Figura 11. Bienal do Livro de São Paulo (2014) .......................................................... 34 
Figura 12. Congresso de Medicina ............................................................................ 35 
Figura 13. Organograma de SEGUR ......................................................................... 36 
Figura 14. Vista Aérea do Autódromo de Interlagos .................................................... 39 
Figura 15. Palco para shows no evento Live Music Rocks ..................................... 41 
Figura 16. Queima de fogos na Avenida Paulista para 
Reveillon de 2014 
.............................................. 42 
Figura 17. Trabalhadores em serviços de limpeza .................................................... 44 
Figura 18. Trabalhadores com calçado inaquedado ................................................. 45 
Figura 19. Trabalhadores de cenografia .................................................................... 46 
Figura 20. Uso de grampeador de tapeceiro em trabalho 
de cenografia 
......................................... 47 
Figura 21. Dedos lesionados de trabalhadores ......................................................... 47 
Figura 22. Trabalhador de marcenaria desprovido de EPI’s 
para a tarefa 
...................................... 48 
Figura 23. Transporte irregular de pessoas em veículos 
de carga 
............................................ 50 
Figura 24. Carregamento de gradis e pessoas em veículo 
de carga 
........................................ 50 
Figura 25. Trabalhador em montagem de Instalações 
Elétricas 
.............................................. 51 
Figura 26. Trabalhador em montagem de estrutura 
sem proteção de EPI 
................................................... 53 
Figura 27. Cinto de segurança para trabalho em altura ............................................ 54 
Figura 28. Modelo de cinto de segurança para trabalho 
em altura 
............................................ 54 
Figura 29. Trabalhador sobre treliça sem uso de trava queda ................................... 55 
Figura 30. Trabalhador sobre estrutura sem uso de 
trava queda 
................................................ 55 
Figura 31. Modelo de linha devida flexível com trava quedas..................................... 56 
Figura 32. Trabalhador em altura fazendo uso correto 
de EPI 
.............................................. 56 
Figura 33. Trabalhador sobre estruturas visualizando 
 trabalho em altura 
.............................................. 57 
Figura 34. Trabalhadores utilizando cordas para trabalho 
em altura 
......................................... 57 
Figura 35. Dupla proteção em trabalho com corda ................................................... 58 
Figura 36. Trabalhador sobre estruturas de coberturas 
de tendas 
............................................... 59 
Figura 37. Trabalho em altura em cobertura de tenda .............................................. 59 
Figura 38. Exemplo de trabalho em cobertura com uso 
de cabo guia 
........................................... 60 
Figura 39. Trabalhador sobre escada ...................................................................... 61 
Figura 40. Modelo de talabarte usado em trabalho em altura ................................... 62 
Figura 41. Trabalhador utilizando carros com rodas para 
alcançar a tarefa a ser realizada 
........................................... 62 
Figura 42. Trabalhador auxilia na montagem de tenda, sem 
uso de EPI 
..................................... 63 
Figura 43. Sinalização de proibição ......................................................................... 65 
Figura 44. Sinalização de uso obrigatório de EPI ...................................................... 65 
Figura 45. Sinalização de área de montagem ............................................................ 65 
Figura 46. Sinalização de advertência ...................................................................... 66 
Figura 47. Sinalização para equipamento de proteção contra 
incêndio 
.................................... 66 
Figura 48. Trabalhador em posição desconfortável em 
sua tarefa 
.............................................. 67 
Figura 49. Postura Incorreta de trabalho .................................................................... 68 
Figura 50. Posição correta de trabalho junto ao chão .............................................. 68 
Figura 51. Cenografia em ambientes com tecido tensionado ................................... 69 
Figura 52. Triangulo de Fogo ................................................................................... 70 
Figura 53. Tetraedro de Fogo .................................................................................... 70 
Figura 54. Brigadista e equipamento de combate a incêndio 
próximo a gerador de energia 
..................................... 71 
Figura 55. Brigadista e equipamento de combate a incêndio 
em local de montagem 
.................................... 71 
Figura 56. Sinalização para rota de fuga e saída 
de emergência 
...................................................... 71 
Figura 57. Sinalização para rota de fuga .................................................................... 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1. Classificação das cores utilizadas para 
 sinalização de segurança ............................................................................................................ 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
 
Art. Artigo 
a.C. Antes de Cristo 
GRE Grécia 
Min. Ministro 
nº Número 
m metro(s) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
ABEOC Associação Brasileira de Empresas de Eventos 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
BSI British Standards Institution 
BWI Building and Wood Worker's Internatioinal 
CA Certificado de Aprovação 
CAU Conselho de Arquitetura e Urbanismo 
CBPMESP Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo 
CLT Consolidação das Leis do Trabalho 
CONTRU Departamento de Controle do Uso de Imóveis 
CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia 
EPI Equipamento de Proteção Individual 
F1 Fórmula 1 
FIFA Fédération Internationale de Football Association 
GP Grande Prêmio 
IEC International Electrotechnical Commission 
ISO International Organization for Standardization 
NBR Norma Técnica Brasileira 
NFPA National Fire Protection Association 
NR Norma Regulamentadora 
OIT Organização Internacional do Trabalho 
OSHAS Occupational Health and Safety Assessment Services 
PA Arcos de Alumínio 
PVC Poli Cloreto de Vinila 
SEGUR Controladoria de Atividade Especial e Segurança do Uso 
SEHAB Secretaria Municipal de Habitação 
SEL Secretaria Municipal de Licenciamento 
SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 
SPDA Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas 
MTE Ministério do Trabalho e Emprego 
UNICAMP Universidade de Campinas 
VIP Very Important Person 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 17 
1.1. OBJETIVOS ........................................................................................................................................................ 19 
1.2. ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................................................. 20 
1.3. JUSTIFICATIVAS ............................................................................................................................................ 20 
1.3.1. Escolha do tema do trabalho ........................................................................................................ 21 
1.3.2. Escolha dos eventos a serem observados ..................................................................... 21 
2. REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................................... 23 
2.1. DEFINIÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ...................................................................... 23 
2.2. DEFINIÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO ............................................................................. 24 
2.3. CONTEXTO HISTÓRICO ............................................................................................................ .............. 25 
2.4. SEGURANÇA DO TRABALHO EM EVENTOS ......................................................................... 28 
2.4.1. Acidentes do Trabalho e a Copa do Mundo .................................................................. 29 
2.4.2. Fiscalizações nas montagens ........................................................................................................ 29 
2.5. LEGISLAÇÕES .................................................................................................................................................. 31 
2.5.1. Normas Regulamentadoras ............................................................................................................ 31 
2.5.2. Normas Técnicas ....................................................................................................................................... 32 
2.6. TIPOLOGIA DE EVENTOS ....................................................................................................................... 32 
2.7. EVENTOS NA CIDADE DE SÃO PAULO ...................................................................................... 34 
2.8. O PAPEL DA SEGUR ................................................................................................................................... 35 
3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................................. 37 
3.1. MÉTODO DE OBSERVAÇÃO EM CAMPO ................................................................................. 37 
3.2. A ELABORAÇÃO DAS OBSERVAÇÕES...................................................................................... 38 
3.3. DESCRIÇÃO DOS EVENTOS VISTORIADOS ......................................................................... 38 
3.3.1. Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 2014 ............................................................................ 39 
3.3.2. Live Music Rocks 2014 ......................................................................................................................... 40 
3.3.3. Reveillon na Paulista 2014 ................................................................................................................ 41 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................. 43 
4.1. O USO DE EPI .................................................................................................................................................. 43 
4.1.1. Uso de EPI em serviços de limpeza .......................................................................................... 44 
4.1.2. Uso de EPI em transporte de carga manual ...................................................................... 45 
4.1.3. Uso de EPI em montagem de cenografia ............................................................................. 46 
4.1.4. Uso de EPI em serviços de marcenaria ................................................................................. 48 
4.2. TRANSPORTE DE CARGA ATRAVÉS DE 
 EQUIPAMENTO COM FORÇA MOTRIZ ......................................................... 49 
4.3. TRABALHO COM ELETRICIDADE ..................................................................................................... 50 
4.3.1. Utilização de EPI ....................................................................................................................................... 51 
4.3.2. Atendimento a NR-10 ............................................................................................................................. 52 
4.4. TRABALHO EM ALTURA ........................................................................................................................... 52 
4.4.1. Trabalho sobre estruturas ................................................................................................................. 53 
4.4.2. Trabalho com auxílio de cordas .................................................................................................. 57 
4.4.3. Trabalho em coberturas ...................................................................................................................... 59 
4.5. TRABALHO COM AUXÍLIO DE ESCADAS .................................................................................. 60 
4.6. SITUAÇÕES DE ATOS INSEGUROS .............................................................................................. 62 
4.7. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ........................................................................................................ 64 
4.8. ERGONOMIA ...................................................................................................................................................... 66 
4.9. PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS ................................................................................................ 69 
4.9.1. Terminologia sobre fogo e incêndio ....................................................................................... 69 
4.9.2. Proteção contra incêndio em montagens de eventos ............................................ 70 
4.10. ANÁLISE PELA TEORIA DOS DOMINÓS .............................................................................. 72 
4.40.1. Ambiente social ....................................................................................................................................... 72 
4.10.2. Falha pessoal ............................................................................................................................................. 73 
4.10.3. Atos e/ou condições inseguras ................................................................................................. 73 
4.10.4. Acidente ........................................................................................................................................................ 74 
4.10.5. Lesões ............................................................................................................................................................ 74 
5. CONCLUSÕES ............................................................................................................................................... 75 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................... 77 
17 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Como ser social, o homem busca incessantemente formas de interação entre seus 
pares. E dentre os instrumentos mais efetivos para atingir esta sociabilidade estão 
os eventos, por ser uma ação diferenciada, adaptável, itinerante, relativamente 
econômica e impactante. 
 
A origem da palavra evento é do latim eventu, tendo como significado principal como 
sendo acontecimento. Acontecer, por sua vez, vem do latim "contigescere", ou seja, 
ser ou constituir um fato de importância na vida social ou em outros âmbitos. Assim, 
levando-se em conta a correlação existentes entre evento e acontecimento, 
podemos definir EVENTO como sendo uma iniciativa cujo objetivo é de reunir 
pessoas para diversas finalidade como comemorações, festividades culturais ou 
sociais, troca de informações, etc. Ainda, de acordo com o SENAC (2000), evento 
´pode ser definido como qualquer acontecimento que foge á rotina, programado com 
o intuito de reunir um grupo de pessoas. 
 
Os primeiros eventos que se tem notícia foram os Jogos Olímpicos da Antiguidade, 
realizados pela primeira vez em 776 a. C, em Olímpia, Grécia. Devido ao sucesso, o 
evento passou a ser realizado de quatro em quatro anos, durante séculos, 
expandindo-se para outras cidades gregas. A mobilização das pessoas era tamanha 
que havia até trégua das guerras, muito comuns naquela época. Com o fim da era 
conhecida como Antiguidade, o evento foi suspenso até 1896, ano que marcou a 
primeira versão dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, em Atenas (Figura 1). O 
Carnaval é outro evento que surgiu na Antiguidade, em 500 a. C, com as Festas 
Saturnálias. Além de lazer, permitiam representações de desejos, esperanças e 
folclore das cidades greco-romanas. 
 
 
 
18 
 
 
 
 
Figura 1. Jogos Olímpicos de 1986 – Atenas (GRE) 
Fonte: http://veja.abril.com.br/historia/olimpiada-1896/especial-jogos-olimpicos-era-moderna-
atenas.shtml 
 
O primeiro evento com caráter informativo aconteceu em 377 a. C, em Corinto, 
Grécia, e foi denominado Congresso. Tratava-se de uma reunião de todos os 
delegados das cidades gregas para discutir questões de interesse público. No Brasil, 
o primeiro grande evento realizado foi o Baile de Máscaras de Carnaval de 1840, no 
Hotel Itália, na então capital do país, Rio de Janeiro, com a presença de duques, 
duquesas, príncipes, princesas, condes, condessas, rainhas e reis. 
 
Os eventos vêm se tornando cada vez mais essenciais à sociedade, quanto a 
questões econômicas como também culturais, esportivas e sociais. Ano a ano eles 
crescem em número, proporções e grau de sofisticação. Em um levantamento 
recente sobre a Dimensão Econômica da Indústria de Eventos no Brasil, realizado 
pela ABEOC, dados impressionantes foram revelados: R$ 209,2 bilhões de 
faturamento total do setor, o que representa 4,3 % do PIB brasileiro. Os dados 
revelam também que o setor de eventos é responsável por 7,5 milhões de empregos 
diretos, indiretos e terceirizados na economia nacional e contribui com R$ 48,69 
bilhões de impostos. Os números da pesquisa mostram a importânciado mercado 
de eventos em relação ao número de participantes e à quantidade de eventos no 
país. Em comparação com o estudo de 2001, constatou-se que houve um aumento 
de 153% dos participantes, variando de 79,8 milhões para 202,2 milhões, em 2013. 
Já em relação ao número de eventos, o aumento foi de pouco mais de 80%, 
passando de 330 mil eventos para mais de 590 mil no mesmo período de 
comparação. 
19 
 
 
 
 
Figura 2. Quantidade de eventos no Brasil por região em 2013 
Fonte: II Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil (ABEOC – 2013) 
 
 
Figura 3. Quantidade de público em eventos por região em 2013 
Fonte: II Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil (ABEOC – 2013) 
 
 
1.1. OBJETIVOS 
 
 
Face à enorme quantidade de eventos e do grande número de trabalhadores que 
eles envolvem, principalmente no que se diz no processo de montagens desses 
eventos, torna-se extremamente necessário que a Segurança do Trabalho esteja 
envolvida nestes processos. Há no meio técnico atualmente, principalmente no 
campo da segurança do trabalho, diversos assuntos de interesse mútuo para que 
sejam solucionados em discussões e estudos. 
 
Os objetivos deste trabalho foram demonstrar estão relacionados quanto a 
aplicabilidade de assuntos ligados a segurança do trabalho na operação de 
montagem de eventos de grande porte, onde a mão de obra necessária para 
20 
 
 
 
montagens das estruturas físicas que comportaram um evento é elevada. Com a 
observação desses assuntos, serão identificados os eventuais sombreamentos 
existentes e desafios encontrados pelos profissionais de Segurança do Trabalho no 
ambiente de montagem de eventos. Em um segundo momento será demonstrada as 
responsabilidades das partes envolvidas e alguns indicadores para identificar as 
possíveis melhorias na infraestrutura de segurança, além de propostas que podem 
ser desenvolvidas nesse ambiente. 
 
 
1.2. ESTRUTURA DO TRABALHO 
 
 
Além desta introdução, a estrutura deste trabalho consiste em mais quatro capítulos. 
No segundo capítulo é feita a revisão de literatura, com uma breve definição de 
assuntos relevantes do que se diz a respeito da Segurança do Trabalho e das 
legislações que devem ser atendidas, pertinentes ao assunto, citação de autores 
que realizaram de estudos sobre alguns assuntos que serão abordados no 
desenvolvimento do trabalho, bem como citar as principais legislações que devem 
ser obedecidas quanto ao assunto tratado. Os materiais e os métodos utilizados na 
coleta de dados e observação de situações através de pesquisa de campo e 
definição de indicadores que serão analisados e detalhados, bem como 
apontamento das falhas contidas serão realizadas no capítulo 3. O capítulo 4 traz os 
resultados encontrados a partir da comparação dos problemas encontrados com os 
modelos seguros de trabalho que podem ser adotados no local de trabalho. Para 
finalizar, no capítulo 5 encontram-se a conclusão das ideias e as principais 
recomendações deste trabalho. 
 
 
1.3. JUSTIFICATIVAS 
 
 
Nesta seção, são apresentadas justificativas do autor quanto a escolha do tema a 
ser tratado neste trabalho, bem como os eventos escolhidos e que na qual foram 
realizadas as observações de campo. 
21 
 
 
 
1.3.1. Escolha do tema do trabalho 
 
 
A escolha do tema desse trabalho é justificada pela necessidade de se mostrar que 
há muito o que se fazer, no que se diz a respeito de segurança do trabalho em 
montagens de eventos. Um exemplo a ser disposto refere-se ao crescente número 
de acidentes envolvendo trabalhadores durante a montagem de stands em feiras de 
negócios. Segundo a ABEOC, apenas na cidade de São Paulo, entre os anos de 
2010 a 2013, foram 180 ocorrências – sem fatalidade, mas que levaram ao 
afastamento dos funcionários. Ainda, segundo a ABEOC (2013), face ao grande 
número de eventos que se realizam durante o ano, os prazos para a montagem e 
desmontagem dos eventos se tornam cada vez mais apertados, fazendo se 
necessário uma maior atenção por parte da segurança do trabalho quanto aos 
funcionários, devido à grande pressão gerada pela promotoras e organizadoras de 
eventos. 
 
Por buscar melhores resultados em saúde e segurança do trabalho aos 
trabalhadores responsáveis na montagem e desmontagem de eventos, por meio de 
um caminho que aponta as falhas ocorridas durante este processo, buscando assim 
criar métodos e ferramentas, aplicadas na gestão da segurança, para um novo 
programa que busca mudar os preceitos comportamentais dos empregados, e por 
estar inserido num ambiente em que a preocupação com a segurança vem antes até 
mesmo da importância que se dá a questões financeiras ou culturais, o 
desenvolvimento desse tema foi abordado na elaboração deste trabalho. 
 
 
1.3.2. Escolha dos eventos a serem observados 
 
 
Os eventos foram escolhidos para serem exemplos deste trabalho de forma empírica 
e aleatória, não sendo usados critérios básicos para caracterizar essas escolhas, 
exceto no que diz a respeito por se tratarem de eventos de grande porte, que é o 
objetivo no tópico do tema do trabalho. 
 
22 
 
 
 
Durante as observações de campo foram realizadas fotografias específicas para o 
assunto tratado neste trabalho. Não foram realizadas entrevistas com os 
trabalhadores ou qualquer outro tipo de pesquisa, seja ela por checklist prévio ou 
perguntas simples, pois o objetivo neste trabalho era de observar o comportamento 
dos trabalhadores no ambiente do trabalho e suas atitudes quanto a saúde e 
segurança do trabalho para si e para os que estavam em sua volta naquele instante. 
Com isso, abre-se aqui uma lacuna para trabalhos futuros a respeito desse tema 
explorarem de forma mais objetiva. 
 
Portanto, os trabalhadores que serão demonstrados nas situações, a serem 
apresentadas neste trabalho, estavam na sua naturalidade de trabalho no seu dia a 
dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
2. REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
Na literatura acadêmica, poucos trabalham tratam especificamente aqui o assunto 
abordado nesse trabalho. Há trabalhos acadêmicos que tratam assuntos 
específicos, abordados como tópicos do assunto principal deste trabalho. Entre os 
tópicos, cita-se ao projeto e montagem de arquibancadas provisórias (BRITO, 2005), 
mas focado principalmente nas estruturas metálicas. Outros trabalhos encontrados 
no meio acadêmico relacionam-se ao trabalho em altura, como os de TAVARES 
(2014) e MENDES (2013). 
 
No que se refere a eventos, os trabalhos encontrados na literatura citam, 
principalmente, a importância dos eventos para o turismo e hotelaria da localidade 
na qual se realiza o evento, bem como de questões econômicas. Neste sentido, 
podemos citar os trabalhos de IGNARRA (2007), PETITINGA (2008) e DOMINGUES 
(2007). 
 
 
2.1. DEFINIÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
O termo “Segurança” no trabalho, em uma breve definição, refere-se ao estado de 
“estar livre de riscos inaceitáveis que causem danos” (BENITE, 2004). Pela definição 
da OSHAS (1999), Segurança é definida como sendo “condições e fatores que 
afetam o bem-estar de funcionários, trabalhadores temporários, pessoal contratado, 
visitantes e qualquer outra pessoa no local de trabalho”. Em uma outra definição, 
temos que a segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacional, 
médica e psicológica utilizadas para prevenir acidentes seja eliminado condições 
inseguras do ambiente, seja instrumento ou convencendo as pessoas da utilização 
de práticas preventivas. Ela é indispensável ao desempenho satisfatório do trabalho. 
(CHIAVENATO, 2004). 
 
24 
 
 
 
Portanto, podemos dizer que a segurança do trabalho resume-se em um conjunto de 
recursos e técnicas aplicadas preventiva ou corretivamente, para a proteção do 
homem, dos bens de uma empresa e do meio ambiente, visando eliminar os riscos 
de acidentesdecorrentes do processo de trabalho ou da realização de uma tarefa. 
Ainda, segundo Antônio Castro Diniz (2005), a prevenção dos acidentes deve ser 
realizada através de medidas gerais de comportamento, eliminação de condições 
inseguras e treinamento dos empregados, devendo o uso dos EPI’s ser obrigatório, 
havendo fiscalização em todas as atividades, sendo os empregados treinados 
quanto ao seu uso correto. 
 
As tarefas devem ser previamente avaliadas, os riscos e os padrões de trabalho 
identificados pelos responsáveis pela saúde e segurança do trabalho. Vale ressaltar 
também que as organizações são responsáveis por todos os trabalhadores em sua 
dimensão do local de trabalho, independentemente de serem colaboradores ou 
prestadores de serviços, bem como visitantes e por todos aqueles cujos processos 
podem afetar. (SZABO JÚNIOR, 2013). 
 
 
2.2. DEFINIÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO 
 
 
A palavra Acidente tem origem latina – accidens – que significa acaso. Pode ser 
definido por qualquer fato inesperado que interrompe o andamento normal de 
alguma atividade por meio de um acontecimento indesejado, gerando algum dano. 
Caso esse acontecimento indesejado não provoque danos, ele é chamado de 
incidente. 
 
A Lei 8213/1991, que dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social 
define acidente do trabalho: 
 
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a 
serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos 
no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação 
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou 
temporária, da capacidade para o trabalho. 
25 
 
 
 
O Mapa Mental de Acidentes do Trabalho (Figura 4) tem a finalidade de determinar 
quais os principais tipos de acidente, as principais causas e riscos, e bem como 
métodos de prevenção do mesmo. 
 
 
Figura 4. Mapa Mental de Acidentes do Trabalho 
Fonte: http://tstsergiobigi.blogspot.com.br/2011/04/mapa-mental-acidentes-de-trabalho.html 
 
 
2.3. CONTEXTO HISTÓRICO 
 
 
As primeiras referências na história sobre trabalhos sobre saúde e doença dos 
trabalhadores foram registradas nos pairos egípcios e, posteriormente, no mundo 
greco romano. Plínio, o velho, mencionou doenças que ocorriam em trabalhadores 
expostos a poeiras em minas, e a utilização de membranas de bexiga de carneiros 
como máscaras. (FERNANDES, 2000, apud ASSMANN, 2006, p.18). Entretanto, o 
primeiro grande trabalho a respeito do assunto foi elaborado pelo médico Bernardino 
Ramazzini, na obra As doenças dos trabalhadores, publicado na Itália em 1700. Por 
isso, Ramazzini desde então é chamado de “o pai da medicina do trabalho” 
 
Ao longo dos anos, diversos pesquisadores buscaram interpretar a segurança do 
trabalho, através de estudos que são aceitos por diversas entidades trabalhistas ao 
26 
 
 
 
redor do mundo. Uma delas é a Teoria dos Dominós, formulada por Heinrich 
em1929, com base na existência de cinco fatores que, ao ocorrerem em sequência, 
resultam em lesões para os trabalhadores, conforme apresentado na figura 5. 
I. Ambiente social: Também podendo ser chamada de personalidade. É o conjunto 
de características positivas e negativas, de qualidades e defeitos, que constituem a 
sua personalidade. Essas características (irresponsabilidade, temeridade, teimosia, 
etc.) podem se constituir em razões próximas para a prática de atos inseguros; 
II. Falha pessoal: Devido aos traços negativos de sua personalidade, o homem seja 
qual for a sua posição hierárquica e experiência dentro do ambiente de atividade, 
pode cometer falhas, do que resultarão as causas de acidentes; 
III. Atos e condições inseguras: Pela ABNT NBR 14280, ato inseguro é uma ação ou 
omissão que, contrariando o preceito de segurança, pode causar ou favorecer a 
ocorrência do acidente, ou seja, é o ato praticado pelo homem, em geral 
consciente do que está fazendo, que está contra as normas de segurança. São 
exemplos de atos inseguros: subir em telhado sem cinto de segurança contra 
quedas, ligar tomada de aparelhos elétricos com as mãos molhadas e dirigir a altas 
velocidades. Já condição insegura, pela mesma norma, referencia-se do meio que 
causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência. 
IV. Acidente: A ideia de acidente no trabalho nos remete a algo ligado à desgraça, 
destruição, fatalidade, que decorreu de um caso fortuito e anormal, acabando por 
destruir completa ou parcialmente a saúde do trabalhador, gerando consequências 
de ordem material. (COSTA, 2009). 
V. Lesões: É a consequência do acidente, embora nem sempre os acidentes 
provoquem lesões. 
 
Figura 5 - Os cinco fatores na sequência de acidentes – Teoria dos Dominós 
Fonte: https://qvtunibero.wordpress.com/2010/09/13/raudson-limaraul-caracteristicas-de-acidentes-
de-trabalho-ii/ 
 
27 
 
 
 
Em resumo, pela teoria de Henrich, uma lesão é causada por um acidente e que 
este, por sua vez, é causado por condições ou atos inseguros. Essas condições ou 
atos inseguros são causados pelas falhas de pessoas que podem ser adquiridas ou 
herdadas, tais como imprudência, nervosismo, temperamento violento, excitação, 
desconsideração ou ignorância de práticas seguras. Estas, por sua vez, são 
causadas pelo ambiente social do trabalhador. Para isso, o autor usou como base 
de sua fundamentação, estudos realizados em registros de acidentes de trabalho 
ocasionados na década de 1950. Os dados adquiridos durante a pesquisa 
mostraram que, 85% dos acidentes os atos inseguros, ou seja, o comportamento do 
trabalhador em relação à segurança era um dos motivos que levaram a ocorrer os 
acidentes. 
 
 
Figuras 6 e 7. Exemplos de atos inseguros. 
Fonte: https://maissegurancanotrabalho.wordpress.com/tag/ato-inseguro/ 
 
Portanto, para se evitar a ocorrência de uma lesão é coibir que ocorra uma série de 
eventos ou circunstâncias, que ocorrem em ordem fixa, ou seja, um fator é 
dependente do outro e ocorre devido ao outro. Transportando essa ideia para os 
dominós, podemos dizer que após a queda do primeiro dominó, haverá um efeito em 
cadeia, ocasionando a queda dos demais dominós da fila. 
 
Após os estudos de Henrich na década de 50, nas décadas posteriores diversos 
demostraram também que, a maior parte das causas dos acidentes estavam 
relacionadas ao comportamento inseguro no ambiente de trabalho ou a erros 
humanos, onde mais de 90% dos acidentes estudados tiveram estas causas como 
sendo as principais. O termo fator humano “[...] foi utilizado em estudos com diversos 
significados, tais como o comportamento em relação à segurança, a predisposições 
e a características cognitivas e motivacionais”. (TOMAS, 1999) 
28 
 
 
 
Uma questão que ainda persiste até os dias atuais refere-se à razão pela qual leva 
os trabalhadores a se comportarem de modo inseguro no ambiente de trabalho 
(TOMAS, 1999). Os estudos de clima de segurança se destacam na literatura atual e 
algumas das principais dimensões analisadas estão relacionadas à importância de 
programas de treinamento, à adoção de práticas de segurança, medidas de controle 
e reconhecimento de riscos e ao envolvimento da alta liderança e da supervisão com 
questões relacionadas à segurança (ZOHAR, 1980; BROWN e HOLMES, 1986). As 
figuras a seguir mostram modelos de treinamento específicos para segurança do 
trabalho. Na figura 8 ocorre um treinamento para relacionado a trabalho em altura, 
enquanto que na figura 9 o treinamento tem objetivo relativo a prevenção de 
incêndios. 
 
 
Figuras 8 e 9. Modelos de Treinamento para Segurança do Trabalho. 
Fonte: http://cammindmontagem.com.br/exibe-noticia-2.php 
 
 
2.4. SEGURANÇA DO TRABALHO EM EVENTOS 
 
 
A indústria da promoção de eventos é uma atividade econômica que envolve 
tradicionais estruturas sociais, culturais, econômicas e políticas. Portanto, o 
empregador tem que conhecer a importância dasegurança no trabalho e oferecer o 
instrumento para que ela ocorra, pois a Segurança do Trabalho se aplica a todos os 
segmentos. Evidentemente cada segmento tem suas características e riscos 
específicos, e exatamente por isso, cada ambiente precisa ser “cuidado” com um 
olhar particular. Devido à grande quantidade de eventos que se realizam no país, a 
segurança do trabalho com foco na montagem de estruturas de eventos de grande 
29 
 
 
 
porte tornou-se mais imprescindível nos últimos anos. Contudo, percebeu-se que há 
muito do que se melhorar ainda. 
 
 
2.4.1. Acidentes do Trabalho e a Copa do Mundo 
 
 
A Copa do Mundo da FIFA, realizada no Brasil em meados de junho a julho do ano 
passado, teve no seu período de montagem das estruturas para receber esse macro 
evento enormes falhas no quesito segurança do trabalho, que inclusive levaram a 
perdas de vidas de trabalhadores. O Brasil contou com nove mortes na montagem 
de estruturas dos estádios do Mundial, sendo que um terço das arenas registraram 
acidentes fatais. Foram várias causas de mortes, desde acidentes com trabalho em 
altura, através de quedas, quanto a incidentes com eletricidade, onde um deles 
recebeu uma alta descarga elétrica enquanto ajudava a instalar a fiação de um dos 
setores do estádio. Esses fatos levaram a presidente Dilma Rousseff assinar nesta 
uma cartilha com diretrizes gerais sobre a segurança do trabalho na Copa, 
entretanto, o documento será divulgado a menos de um mês do início do torneio. 
 
Conforme afirmou a BWI (2013), entidade internacional que se dedica a combater as 
más condições de trabalho, a correria para concluir as obras necessárias para a 
realização de grandes eventos esportivos faz com que a segurança dos operários 
fique comprometida – e isso acontece com mais frequência em países onde a 
proteção aos trabalhadores é menos rigorosa. O Brasil, onde a construção civil é um 
dos setores que mais fornecem empregos, ainda está distante das nações que são 
referência no setor. Ainda, segundo o professor João Roberto Boccato, especialista 
em segurança do trabalho da Unicamp (Universidade de Campinas), as construtoras 
estão mais preocupadas em cumprir os cronogramas de obras do que em cumprir a 
legislação prevencionista. 
 
 
2.4.2. Fiscalizações nas montagens 
 
 
30 
 
 
 
As fiscalizações também se tornaram ineficazes, pois segundo Luiz Antônio 
Medeiros, autoridade do Ministério do Trabalho no Estado de São Paulo na época, 
em entrevista após a morte de um trabalhador no Estádio de Itaquera (Figura 10), 
confessou que a construção tem irregularidades, que elas são ignoradas por causa 
da necessidade de terminar o estádio a tempo e que o ministério "faz de conta que 
não vê" os problemas. (UOL, 2014). Neste mesmo episódio, foi constatado que o 
funcionário que faleceu trabalhava na montagem das arquibancadas provisórias, 
entretanto o mesmo não estaria totalmente capacitado para esse trabalho. No caso 
da morte do trabalhador em Cuiabá, ele foi contratado para trabalhar como 
montador, mas acabou sendo deslocado para fazer serviço de eletricista. A 
superintendência de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego em Mato 
Grosso informou que o operário "não usava os equipamentos necessários para 
desempenhar a função e não teria a capacitação necessária para exercer a mesma" 
(G1, 2014). Outro fator para o aumento considerável dos acidentes com queda na 
construção civil são as inovações tecnológicas e o descompasso com trabalhadores 
desqualificados, que ainda não sabem lidar de forma adequada com essas 
inovações. 
 
 
Figura 10. Acidente do trabalho em montagens no Estádio de Itaquera 
Fonte: (Marcelo Camargo / Agência Brasil) 
 
 
 
 
31 
 
 
 
2.5. LEGISLAÇÕES 
 
 
Para se falar em sociedade é necessário ter o mínimo conhecimento de códigos que 
regulam e norteia a vida dos indivíduos pertencentes àquele grupo social, chamado 
de sociedade. Há no Estado moderno uma supremacia da lei escrita, devendo ser 
observado que tal atitude foi imposta ante a necessidade da sociedade exigir uma 
codificação para representar uma maior segurança e certeza nas relações jurídicas. 
Para o trabalho proposto, a principal consulta dedicada ao assunto tratado e seus 
tópicos foram em legislações específicas para cada área, em especial as normas. A 
normalização é uma atividade que existe desde o início da humanidade e foi um dos 
meios fundamentais para a evolução da sociedade. 
 
Neste trabalho, diversas legislações foram consultadas como base para a realização 
deste trabalho, sendo elas da esfera municipal, estadual e federal. Na esfera federal, 
temos as Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e Emprego 
(MTE), na qual teve auxílio principal de consulta neste trabalho. 
 
 
2.5.1. Norma Regulamentadoras 
 
 
A publicação e revisão das Normas Regulamentadoras (NR) são de 
responsabilidade única e exclusiva do MTE, com base no texto do Capítulo V 
da CLT, e entraram em vigor por meio da Portaria Nº 3214, de 08 de Junho de 1978. 
Sobre as exigências das normas regulamentadoras, a CLT diz, em seu Art. 157, 
inciso I, que cabe as empresas cumprirem e fazerem cumprir as normas de 
segurança e medicina do trabalho. 
 
A implantação das NR’s proporcionou a mudança de papel do profissional em Saúde 
e Segurança do Trabalho, o qual deixou de ser meramente um fiscal e passou a ter 
que planejar e desenvolver técnicas ligadas ao gerenciamento e controle de riscos. 
Assim, evolui-se de uma visão basicamente corretiva para uma perspectiva 
preventiva. Entretanto, a ocorrência de acidentes de trabalho ainda é frequente. 
32 
 
 
 
Mesmo com o aumento de melhores condições de trabalho, o Brasil ainda tem um 
dos maiores números de acidentes de trabalho, conforme OIT. 
 
 
2.5.2. Normas Técnicas 
 
 
As Normas Técnicas (conhecidas por NBR's), emitidas pela ABNT, são documentos 
estabelecidos por consenso e aprovados que fornecem, para um uso comum e 
repetitivo, regras, diretrizes ou características para os produtos ou processos. Seguir 
as normas de publicação da ABNT é importante para não existirem conflitos, bem 
como a padronização ajuda ainda na comparação de pesquisas relacionadas a um 
mesmo assunto. Sua observância não é obrigatória, exceto quando uma norma é 
exigida por um dispositivo legal (lei, medida provisória, etc.), onde o seu 
cumprimento passa a ser obrigatório. 
 
De acordo com a legislação brasileira, na falta normalização técnica brasileira sobre 
um determinado assunto, podem ser utilizadas normas técnicas emitidas por 
organismos internacionais como a ISO, IEC, BSI, NFPA, dentre outros. 
 
 
2.6. TIPOLOGIA DE EVENTOS 
 
 
O SENAC (2000) agrupa os eventos de acordo com os seguintes critérios: data, 
perfil dos participantes, objetivo e dimensão do evento. 
I. Data do evento: O evento pode ser realizado em datas fixas em um 
calendário turístico, por exemplo; com datas móveis, conforme o desejo do 
promotor e esporádica, acontecendo em determinadas ocasiões específicas. 
II. Perfil dos participantes ou público presente: Podem ser do tipo geral, onde 
todas as classes podem participar; para um público dirigido ou específico, ou 
seja, específico para um determinado grupo; 
III. Objetivo: existem diversos objetivos relativos a eventos. Os mais comuns são 
o científico, o cultural e o esportivo. 
33 
 
 
 
No que se diz a respeito do porte e dimensão do evento, os eventos são divididos 
em 4 classes: 
I. Macroeventos: Considerados como eventos que requisitam grande oferta 
hoteleira tanto da cidade sede, quanto das cidades em seu entorno, 
mobilizando um número muito grande de pessoas em sua organização e em 
sua concretização. A maior parte dos macroeventos alcançam uma grande 
repercussão interna e externa, e projetam a cidade e instituições 
organizadoras em todo o mundo, onde o objetivo é de ampliar as 
possibilidadesda atividade turística naquela localidade para depois da 
realização desse evento. São exemplos dessa classe de eventos a Copa do 
Mundo e os Jogos Olímpicos. 
II. Eventos de grande porte: Em sua grande maioria, são organizados pela 
iniciativa privada e costumam abranger um grande número de participantes. 
Esse tipo de evento demanda grande parte da oferta hoteleira da cidade em 
que se realiza, gerando um impacto considerável naquela região. 
Dependendo da característica do evento, poderá ocorrer um interesse a uma 
amplitude nacional e até internacional. São exemplos dessa classe as 
grandes feiras de São Paulo (Salão do Automóvel, Bienal do Livro, etc.), os 
festivais de música como o Rock in Rio, as festas de Réveillon do Rio de 
Janeiro e de São Paulo, o GP Brasil de Fórmula 1, entre outros. 
III. Eventos de médio porte: Esse tipo de evento apresenta também um número 
elevado de profissionais e empresas. Geralmente, assim como os de grande 
porte, são produzidos pela iniciativa privada. Alguns dos eventos que se 
enquadram nessa tipologia são exposições, congressos nacionais como de 
medicina, eventos culturais de médio porte como shows musicais com público 
de até 10.000 pessoas. Outra característica comum a esse tipo de evento é a 
regularidade em que ocorre, fazendo, assim, parte do calendário turístico de 
uma determinada cidade ou região geográfica, apresentando, inclusive um 
grande apelo de participação à comunidade, que via de regra, costuma se 
envolver de modo efetivo na organização e realização de tais eventos, como 
por exemplo, as festas relativas a santos padroeiros promovidos pela Igreja 
Católica. 
IV. Eventos de pequeno porte: Trata-se da tipologia que ocorre em maior 
número, e podem ser tanto de iniciativa privada quanto pública, tendo como 
34 
 
 
 
característica distintiva o caráter mais objetivo e específico, destinada a um 
público mais específico e direcionado, contando com um número reduzido de 
pessoas envolvidas em sua organização, bem como quanto ao número de 
participantes, não ultrapassando em média, de 2.000 pessoas. São exemplos 
dessa classe as pequenas feiras de negócios, congressos especializados de 
medicina, cultos religiosos, eventos esportivos como corridas de rua, 
apresentações culturais em espaços públicos, etc. 
 
 
2.7. EVENTOS NA CIDADE DE SÃO PAULO 
 
 
A cidade de São Paulo é considerada a capital sul-americana das feiras de negócios 
e eventos culturais. Ao todo, cerca de 90 mil eventos por ano são realizados, que 
geram uma média de um evento a cada 6 minutos. (SÃO PAULO OUTLOOK, 2013). 
 
Os segmentos que mais realizam feiras, reuniões e eventos na cidade são pela 
ordem: 1º - Medicina, 2º - Ciência, Tecnologia e Comunicação, 3º - Cultura e 
Educação, 4º - Técnico e Científico e 5º - Turismo, que geram na cidade um impacto 
econômico de R$ 16,3 bilhões ao ano entre investimentos realizados pelos 
promotores até recursos gerados pelos eventos como, por exemplo, nos setores de 
hospedagem. (ABEOC, 2013) 
 
 
Figura 11. Bienal do Livro de São Paulo (2014) 
Fonte: Agência UOL 
 
35 
 
 
 
 
Figura 12. Congresso de Medicina 
Fonte: http://www.transamericaexpo.com.br/eventos-em-sao-paulo 
 
 
2.8. O PAPEL DA SEGUR 
 
 
A SEGUR surgiu em 2013 com a criação da Secretaria Municipal de Licenciamento 
– SEL. Seu embrião foi o antigo Departamento de Controle do Uso de Imóveis – 
CONTRU, órgão na qual era vinculado a SEHAB. O Contru foi criado em 1974, após 
a ocorrência de dois incêndios de grandes proporções, que aconteceram em São 
Paulo, nos edifícios Andraus e Joelma. O órgão, que atua na prevenção e 
fiscalização de instalações e sistemas de segurança de edificações do município de 
São Paulo, fiscaliza a segurança de edificações institucionais, comerciais e de 
serviços, concede licenças e fiscaliza a instalação e o funcionamento de elevadores, 
esteiras e escadas rolantes. Também é atribuição do órgão conceder licença para a 
instalação de equipamentos de armazenagem de produtos químicos, inflamáveis e 
explosivos. 
 
É de responsabilidade também deste órgão, especificamente na Divisão Técnica de 
Locais de Reunião – SEGUR-3 o licenciamento dos eventos temporários a serem 
realizados na capital paulista, conforme figura 13. 
 
36 
 
 
 
 
Figura 13. Organograma de SEGUR 
Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/licenciamentos/segur/index.php?p=148613 
 
 
Conforme Decreto Municipal Nº 49.969/2008, em seu art. 5º: 
 
Art. 5º 
- Depende da prévia expedição de Alvará de Autorização a realização de 
eventos públicos e temporários com mais de 250 (duzentas e cinquenta) 
pessoas, que ocorram em: 
I - imóveis públicos ou privados; 
II - edificações ou suas áreas externas, ainda que descobertas e abertas, 
tais como jardins, áreas de lazer e recreação, pátios de estacionamento, 
áreas externas em clubes de campo, áreas para a prática de atividades 
físicas, esportivas e similares; 
III - terrenos vagos, terrenos não-edificados e edificações inacabadas; 
IV - logradouros públicos, tais como ruas, praças, viadutos e parques. 
§ 1º - Entende-se por evento público aquele dirigido ao público, com ou sem 
a venda de ingressos. 
§ 2º - Entende-se por evento temporário aquele realizado em período 
restrito de tempo ou com prazo determinado de duração. 
 
Já no Art. 24 do referido decreto, são relacionados os documentos que devem ser 
apresentados ao órgão para a expedição do Alvará de Autorização para Evento 
Temporário. 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 
Para esta etapa, são verificadas a fundamentação e estrutura da proposta do 
trabalho proposto, apresentando aqui a descrição do perfil e planejamento das 
atividades realizadas para a busca de material a ser discutido neste trabalho, com o 
delineamento de materiais e métodos aplicados, onde as observações em campo 
foram o método escolhido para coletar informações pertinentes à discussão deste 
trabalho. 
 
 
3.1. MÉTODO DE OBSERVAÇÃO EM CAMPO 
 
 
A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente 
como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à 
análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica 
consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado. Exige 
também a determinação das técnicas de coleta de dados mais apropriadas à 
natureza do tema e, ainda, a definição das técnicas que serão empregadas para o 
registro e análise. 
 
As observações ou pesquisas em campo são abordados por diversos autores. Para 
Martins (2009, p.86), as técnicas de observação em campo são procedimentos 
empíricos de natureza sensorial e que o planejamento e execução de trabalhos de 
campo onde o pesquisador interage com o sujeito da pesquisa e seu respectivo 
ambiente de trabalho não podem ser desconsideradas como técnica de coleta de 
dados. Já Severino (2007) reforça a necessidade da visita in loco, de coletar dados 
referentes aos temas a serem debatidos. 
 
Ao observador, não basta simplesmente o olhar. Deve, certamente, saber ver, 
identificar e descrever diversos tipos de interações e processos humanos com o 
38 
 
 
 
ambiente em si. Essa técnica tem contribuído para o desenvolvimento do 
conhecimento científico, especialmente por coletar dados de natureza não-verbal. 
 
Uma observação, qualquer que seja o seu objetivo e suas respectivas finalidades, 
deve propor, inicialmente, quatro importantes questões a serem objeto de 
consideração ao longo de todo o trabalho: 
I. O que deve ser efetivamente observado? 
II. Como proceder para efetuar o registro dessas observações? 
III. Quais os procedimentos a utilizar para garantir a validade das observações? 
IV. Que tipo de relação estabelecer entre o observador e o observado, qual a sua 
natureza e como implementar essa relação?3.2. A ELABORAÇÃO DAS OBSERVAÇÕES 
 
 
A elaboração desta pesquisa teve como base as vistorias técnicas realizadas pela 
SEL/SEGUR-3. A vistoria técnica visa prioritariamente o atendimento às condições 
de segurança e risco eminente, tais como instalações elétricas, equipamentos de 
combate a incêndio, acessibilidade e saídas de emergência. Para o Decreto 
Estadual 56.819/2011, na qual instituiu o Regulamento de Segurança contra 
Incêndio das edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo, regulamento 
esse aplicado pelo CBPMESP, “vistoria é o ato de verificar o cumprimento das 
exigências das medidas de segurança contra incêndio nas edificações e áreas de 
risco, em inspeção no local”. 
 
 
3.3. DESCRIÇÃO DOS EVENTOS VISTORIADOS 
 
 
As observações de campo realizadas para a sintetização do tema deste trabalho 
foram realizadas no período de montagens das estruturas para os eventos 
relacionados a seguir. Durante as observações, foram feitos registros fotográficos 
39 
 
 
 
com uma câmera digital comum, e alguns pontos foram anotados, e que serão 
apresentados durante a explanação das situações vivenciadas. 
 
 
3.3.1. Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 2014 
 
 
O Grande Prêmio Brasil de F1 (Figura 14), faz parte do calendário do Mundial do F1 
desde 1973. Com exceção dos anos de 1978 e de 1981 a 1989, onde foi disputado 
no Autódromo Nelson Piquet, no Rio de Janeiro, o evento é realizado no Autódromo 
José Carlos Pace (Autódromo de Interlagos). Em 2014, teve como datas os dias 07 
a 09 de novembro, com público estimado de 100.000 pessoas no fim de semana do 
evento, sendo no dia da corrida (09/11) o público foi de 70.000 pessoas. 
 
Neste evento, as observações de campo foram realizadas no dia 06 de novembro, 
durante as vistorias de SEGUR-3. 
 
 
Figura 14. Vista Aérea do Autódromo de Interlagos 
Fonte: http://quehoraesen.net/pt/sao-paulo/evento/grande-premio-do-brasil-formula-1-2014-
corrida/28545 
 
Para este evento, as principais estruturas a serem montadas são: 
I. Arquibancadas: Estruturas de seções tubulares de aço, com fixação de 
cadeiras e/ou tablado de madeira, dispostos em módulos com níveis em 
forma de escada, que servem de assento ao público; 
40 
 
 
 
II. Camarotes: montados em estrutura metálica construída em um ou dois níveis, 
com cobertura por tenda no formato piramidal. As laterais são formadas por 
barricadas metálicas revestidas e o piso é constituído por tablado acarpetado; 
III. Setores “VIP”: Estrutura metálica construída em um ou dois níveis, com 
cobertura por tenda no formato piramidal, montada em uma edificação 
existente de alvenaria. As laterais são formadas por guarda corpos metálicos 
e o piso é de alvenaria (concreto armado), com cobertura feita de acarpetado; 
IV. Tendas: Tenda Piramidal estrutura fabricada em chapa de ferro tubular, 
montada em sistema de encaixe e unida com parafusos e conexões em aço 
inoxidável. Possui uma lona de Cobertura em PVC com reforço em poliéster 
impermeável; 
V. Instalações Elétricas: montagem de linhas elétricas para ligação de 
equipamentos móveis ou estacionários, dispositivos de comando e 
sinalização, quadros de distribuição, quadros de distribuição terminais, 
tomadas de corrente e extensões, sistema de iluminação e sistema de 
aterramento das estruturas; 
 
 
3.3.2. Live Music Rocks 2014 
 
 
O Live Music Rocks (Figura 15) é um projeto anual de shows que já trouxe ao Brasil 
nomes importantes do cenário da música internacional como a cantora Beyouncé e 
as bandas Bom Jovi e Iron Maiden. Em 2014, consistia em shows musicais de 
bandas nacionais e internacionais, sendo o principal nome do evento a banda Artic 
Monkeys. 
 
Realizado na área de concentração do Sambódromo do Anhembi (também 
conhecido como Arena Anhembi), o evento foi realizado no dia 14 de Novembro, 
com um público estimado de 25.000 pessoas. Neste evento, as observações de 
campo foram realizadas no dia 12 de Novembro. 
 
41 
 
 
 
 
Figura 15. Palco para shows no evento Live Music Rocks 
Fonte: Arquivo pessoal 
 
Neste evento, as estruturas a serem montadas foram: 
I. Palco: Estrutura constituída em alumínio medindo 13,5mt x 10,50mt de 
profundidade, composto por: torres flys, house mix, stage mix, guarda corpo 
em seu entorno, camarins, e torres para PA; 
II. Tendas: Tenda piramidal estrutura fabricada em chapa de ferro tubular 
montada em sistema de encaixe e unida com parafusos e conexões em aço 
inoxidável. Possui uma lona de cobertura em PVC com reforço em poliéster 
impermeável; 
III. Instalações Elétricas: Montagem de linhas elétricas para ligação de 
equipamentos móveis ou estacionários, dispositivos de comando e 
sinalização, quadros de distribuição, quadros de distribuição terminais, 
tomadas de corrente e extensões, sistema de Iluminação e de aterramento 
das estruturas. 
 
 
3.3.3. Revéillon na Paulista 2014 
 
 
O Revéillon da Paulista (Figura 16) já se tornou como um dos maiores eventos na 
cidade de São Paulo e do Brasil, devido à grande quantidade de pessoas que atrai 
todos os anos, cerca de 2 milhões de pessoas, para celebrar a chegada de um novo 
ano. O palco de shows é montado entre a Rua Padre João Manoel e a Min. Rocha 
42 
 
 
 
Azevedo, tendo sua frente voltada em direção para a Rua Paraíso, na altura do Nº 
1919 da avenida mais famosa de São Paulo, a Avenida Paulista. Como principal 
atração neste evento está o show pirotécnico, considerado um dos mais belos do 
país. Neste evento, as observações de campo foram realizadas no dia 29 de 
dezembro. 
 
 
Figura 16. Queima de fogos na Avenida Paulista para Reveillon de 2014 
Fonte: http://www.reveillonnapaulista.com.br/reveillon2015/2014.php 
 
Para este evento, são montadas as seguintes estruturas: 
I. Palco: Estrutura constituída em alumínio medindo 46,5mt x 10,00 m de 
profundidade, composto por: Torres Flys, House Mix, Stage Mix, Guarda 
corpo em seu entorno, camarins, e Torres para PA; 
II. Tendas: Tenda piramidal estrutura fabricada em chapa de ferro tubular 
montada em sistema de encaixe e unida com parafusos e conexões em aço 
inoxidável. Possui uma lona de cobertura em PVC com reforço em poliéster 
impermeável; 
III. Camarote: montado em estrutura metálica construída em um nível, com 
cobertura por tenda no formato piramidal. As laterais são formadas por 
barricadas metálicas revestidas e o piso é constituído por tablado acarpetado; 
IV. Instalações Elétricas: montagem de linhas elétricas para ligação de 
equipamentos móveis ou estacionários, Dispositivos de comando e 
sinalização, Quadros de distribuição, Quadros de distribuição terminais, 
Tomadas de corrente e extensões, Sistema de Iluminação e sistema de 
aterramento das estruturas. 
43 
 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
 
Durante as observações de campo, foram possíveis verificar as condições de 
trabalho dos trabalhadores, ao realizar as montagens para os eventos com 
segurança. Percebeu-se que, a grande maioria dos trabalhadores são 
conscientizados perante o trabalho na qual está exercendo, atendendo plenamente 
ou em sua maior parte os itens relevantes a quesitos referentes a segurança do 
trabalho. Entretanto, foram possíveis presenciar algumas falhas nos que se refere ao 
segurança do trabalhador, conforme será demonstrado neste capítulo. 
 
 
4.1. O USO DE EPI 
 
 
A NR-6 define como EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo 
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a sua saúde e 
sua segurança no trabalho. Cabe ressaltar que o EPI deve ser a última opção para 
proteção do trabalhador, sendo que medidas de proteção coletiva devem ser 
implementadas anteriormente a adoção de uso de medidas individuais. Para a 
atividade que se quer desenvolver, o equipamento de proteção a ser utilizado pelo 
trabalhador deve ser especificado por profissional competente em segurança do 
trabalho, não partindodo trabalhador essa escolha. 
 
Para a comercialização ou utilização de EPI, sendo ele de fabricação nacional ou 
importado, só poderá ser aceito com a indicação do Certificado de Aprovação (CA), 
expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde e do 
trabalho, no MTE. 
 
Nas montagens de eventos, são executadas diversas atividades diferentes, cada 
uma com seus respectivos riscos e perigos inerentes ao trabalhador que a executa. 
Ao se verificar as condições no que se diz a respeito ao assunto referendado, 
podemos observar o disposto pela NR-6, no seu item 6.7.1: 
 
44 
 
 
 
6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI: 
 a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; 
 b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; 
 c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para 
uso; 
 d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. 
 
O Anexo I da referida norma relaciona uma listagem de equipamentos de proteção 
Individual a serem utilizados pelos trabalhadores em diversas situações, para 
proteção de partes do corpo como crânio, mãos, etc., e que foi utilizado como base 
para a caracterização das situações a serem descritas nos itens a seguir. 
 
 
4.1.1. Uso de EPI em serviços de limpeza 
 
 
Para a situação demonstrada na Figura 17, são mulheres pertencentes a equipe de 
limpeza da empresa contratada pela promotora do evento, cuja responsabilidade é 
de manter o local limpo durante as montagens, bem como na limpeza durante a 
realização do evento. Como instrumento ou ferramentas de trabalho são utilizadas 
vassouras e pás. 
 
 
Figura 17. Trabalhadores em serviços de limpeza 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
45 
 
 
 
Nessa situação, para atendimento da NR-6, não foram atendidos os itens de 
segurança como o uso de luvas para proteção das mãos contra agentes abrasivos, 
escoriantes, cortantes e perfurantes; bem como de calçado apropriado para 
proteção dos pés contra impactos de quedas de objeto sobre artelhos, contra 
agentes cortantes e perfurantes. Vale ainda ressaltar que outros métodos de 
proteção à saúde do trabalhador podem ser utilizados nesta situação, como 
proteção aos raios solares (pois o trabalho estava em local aberto e durante o dia) 
com o uso de creme protetor contra radiação solar, bem o uso de capacete, caso 
esteja realizando a atividade embaixo de estruturas suspensas. 
 
 
4.1.2. Uso de EPI em transporte de carga manual 
 
 
O transporte e levantamento de cargas é extremamente comum em montagem de 
eventos. Na situação abaixo, (Figura 18) são demonstrados trabalhadores 
responsáveis pelo transporte e separação dos elementos para montagem da 
estrutura do palco. 
 
 
Figura 18. Trabalhadores com calçado inaquedado 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
A legislação brasileira possui diversas normas que estipulam o limite máximo de 
peso para transporte e manuseio de cargas individualmente. Nas normas, 
recomenda-se que o limite máximo de levantamento individual é de 40 kg. 
46 
 
 
 
A NR-17 determina como sendo transporte manual de carga como todo o transporte 
no qual o peso da carga é sustentado por um único trabalhador, não informando os 
parâmetros quanto levantamento, transporte e manuseio de cargas individuais. Na 
NR-18, é tratado o manuseio de cargas na construção civil, enquanto que a NR-5 
destaca como sendo um dos principais riscos do trabalho o manuseio e transporte 
de cargas. 
 
Nessa situação, os trabalhadores não utilizavam calçado apropriado para a tarefa 
em si, para a proteção dos pés contra impactos de quedas de objeto sobre artelhos 
e contra agentes cortantes e perfurantes como parafusos e arestas de metais, por 
exemplo. Apesar de a figura não demonstrar, foi percebido também o não uso de 
luvas para o manejo dos elementos. 
 
 
4.1.3. Uso de EPI em montagem de cenografia 
 
 
As figuras 19 a 21 demonstram o trabalho de dois funcionários responsáveis pela 
parte de acabamento das estruturas para finalidade de cenografia. Com utilização de 
um grampeador de tapeceiro, a tarefa a ser realizada era de grampear o material 
(lona sintética) em painéis de madeira, para utilização dos mesmos como 
sinalização dos bares a serem montados para o evento. 
 
 
Figura 19. Trabalhadores de cenografia 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
47 
 
 
 
 
Figura 20. Uso de grampeador de tapeceiro em trabalho de cenografia 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
 
Figura 21. Dedos lesionados de trabalhadores 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
Para as situações demonstradas anteriormente, os trabalhadores não utilizavam 
diverso EPI’s úteis para sua segurança, como óculos de proteção contra impactos 
de partículas volantes, evitando assim que materiais atinjam os olhos do trabalhador, 
protetor facial para proteger sua face contra impactos de partículas volantes, e de 
luvas para proteção das mãos contra agentes abrasivos, escoriantes, cortantes ou 
perfurantes, neste caso os grampos, evitando lesões nos dedos como demonstrado 
na figura 21. 
 
 
48 
 
 
 
4.1.4. Uso de EPI em serviços de marcenaria 
 
 
Nos eventos, os serviços de marcenaria são dispostos em diversas utilidades como 
na montagem de arquibancadas, construção de rampas de acesso e na cenografia 
de ambientes produzida em madeira para composição, comunicação visual, divisão 
de ambientes, balcões diversos e acabamento personalizado. Em feiras, a 
marcenaria é utilizada também na montagem dos stands utilizados pelos 
expositores. 
 
Para a situação evidenciada na figura 22, o trabalhador executa serviços de 
marcenaria na construção de uma rampa de acesso, sem o uso de qualquer EPI 
necessário para a realização da tarefa, como óculos de proteção, utilizados contra 
impactos de partículas volantes, evitando que materiais atinjam os olhos do 
trabalhador, luvas para proteção das mãos contra agentes abrasivos, escoriantes, 
cortantes ou perfurantes (neste caso, os pregos), bem como de capacete para 
proteção contra impactos de objetos sobre o crânio. Quanto a utilização correta da 
ferramenta de trabalho (martelo), verificou-se que o trabalhador empunhava 
corretamente o equipamento, firmemente, quase no final do cabo. 
 
 
Figura 22. Trabalhador de marcenaria desprovido de EPI’s para a atividade 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
 
49 
 
 
 
4.2. TRANSPORTE DE CARGA ATRAVÉS DE EQUIPAMENTOS COM FORÇA 
MOTRIZ 
 
 
Durante as observações de campo, outro ponto verificado quanto no que se diz a 
respeito à segurança de transporte de carga refere-se aos transportes através de 
equipamentos com força motriz própria. A NR-11 é a norma na qual estabelece os 
requisitos de segurança que devem ser adotados nas atividades que envolvam 
transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais, na sua forma 
mecânica ou manual, para evitar acidentes no local de trabalho. 
 
Na situação presenciada, conforme demonstra as figuras abaixo (Figuras 23 e 24), o 
equipamento era um veículo tipo “carro de golfe” com caçamba para o transporte de 
pequenas cargas. Foi observado que há o transporte inadequado de pessoas sobre 
a carga a ser transportada, podendo em uma freada brusca ocasionar queda dos 
trabalhadores e da carga sobre eles. O peso da carga, aparentemente, está dentro 
do peso que pode ser transportado pelo veículo, entretanto, com o peso dos 
funcionários acima dela, há um carregamento de peso maior que a mesma pode 
carregar. Isso fica evidente com a visualização das rodas traseiras. 
 
Por ser ela de dimensões maiores que a dimensão do veículo, na carga poderia 
conter uma sinalização visual de alguma forma, em suas extremidades. Outro ponto 
verificado refere-se aos ocupantes do veículo, inclusive o condutor, pois não 
possuíam qualquer EPI necessário para sua segurança no trabalho como capacetes, 
calçado, luvas, etc. 
 
50 
 
 
 
 
Figura 23. Transporte irregular de pessoas em veículos de cargaFonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
 
Figura 24. Carregamento de gradis e pessoas em veículo de carga 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
 
4.3. TRABALHO COM ELETRICIDADE 
 
 
As instalações elétricas se fazem presente em praticamente todos os eventos, cuja 
utilidade varia desde a iluminação do ambiente a até a sonorização do ambiente 
para o evento em si. Em eventos, as instalações elétricas, em grande parte, são 
providas de geradores de energia, bem como o Sistema de Aterramento de 
Estruturas. Há de se destacar também que nos eventos a céu aberto, deve-se 
providenciar também, para segurança dos trabalhadores e do público do evento, um 
Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA). 
51 
 
 
 
4.3.1. Utilização de EPI 
 
 
Na situação a seguir (Figura 25), foi observado um trabalhador na montagem das 
instalações elétricas em uma tenda. Nessa situação, em primeira análise, foram 
observados os preceitos estabelecidos pela NR-6 para a segurança de 
trabalhadores em instalações elétricas. 
 
 
Figura 25. Trabalhador em montagem de Instalações Elétricas 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
Para a situação demonstrada, o trabalhador não portava capacete para proteção 
contra impactos de objetos sobre o crânio e choques elétricos, de óculos para 
proteger os olhos contra impactos de partículas volantes, de luvas para proteção das 
mãos contra choques elétricos e de mangas, útil na para proteção do braço e 
antebraço contra choques elétricos; 
 
Podem ainda serem observados nessa situação a falta de concentração para o 
serviço a ser executado, pois o funcionário está em conversa com uma outra 
pessoa, o trabalho em uma escada, onde o poder de concentração e equilíbrio na 
mesma são importantes para se evitar uma queda da mesma, e a vestimenta do 
funcionário, que não condiz com o local de trabalho e sua tarefa, podendo ocasionar 
em um acidente, o agravamento de lesões. 
 
 
52 
 
 
 
4.3.2. Atendimento a NR-10 
 
 
Quanto aos preceitos estabelecidos pela NR-10, foram observados os itens 
relacionados abaixo: 
• Conforme Item 10.2.9.2 da referida norma, as vestimentas de trabalho devem 
ser compatíveis com a tarefa a ser realizada, onde deve-se comtemplar a 
condutibilidade, inflamabilidade e suas influencias eletromagnéticas que 
podem ocorrer; 
• As Instalações elétricas montadas devem assegurar a saúde e a segurança 
dos trabalhadores e dos usuários, e serem supervisionados por profissional 
autorizado e competente, conforme item 10.4.1 da referida norma; 
• Conforme item 10.3.10, devem ser proporcionados aos trabalhadores boas 
condições de iluminação e posição de trabalho segura durante as instalações 
em atendimento a NR-17; 
 
Portanto, ao analisar a situação descrita anteriormente, o trabalhador não atendeu 
ao princípio básico de sua responsabilidade, conforme determina a referida norma 
no seu item 10.13.4.a: 
 
10.13.4 Cabe aos trabalhadores: 
a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser 
afetadas por suas ações ou omissões no trabalho; 
 
 
4.4. TRABALHO EM ALTURA 
 
 
Para o trabalho em altura, foram observadas as condições de trabalho quanto ao 
uso correto de EPI e as técnicas aplicadas relativas ao trabalho em si. O trabalho em 
altura é normatizado pela NR-35, que estabelece os requisitos mínimos e medidas 
de proteção para o trabalhador em altura, de forma a garantir a segurança e a saúde 
dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. É 
considerado trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m do nível 
inferior em que existam riscos de queda. 
53 
 
 
 
Para realizar trabalhos em altura, o empregado deve passar por treinamento 
periódico bienal, com carga horária mínima de 08 (oito) horas. Todo trabalho em 
altura deve ser precedido de Análise de Risco, das atividades a serem realizadas 
pelo trabalhador. Para a execução das atividades, o empregado deve receber a 
Permissão de Trabalho, expedida pro responsável competente, com duração de 
validade limitada à duração da atividade, que deverá estar corretamente descrita e 
delimitada na permissão. 
 
 
4.4.1. Trabalho sobre estruturas 
 
 
Na figura 26, foi observado que o presente funcionário não atendeu a nenhum dos 
requisitos básicos para trabalho em altura, quanto ao uso de EPI, na montagem do 
palco do evento Reveillon na Paulista. No presente momento da observação, o 
funcionário estava em uma altura de aproximadamente 1,5 m do nível do piso do 
palco. Entretanto, com relação ao nível da via pública, a altura era de 
aproximadamente 20 m. 
 
 
Figura 26. Trabalhador em montagem de estrutura sem proteção de EPI 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
O funcionário, ao realizar seu trabalho, não portava os EPI’s mínimos para a 
realização da tarefa, como luvas e capacete, bem como EPI’s específicos para 
trabalho em altura como os cintos de segurança tipo paraquedista, por exemplo. 
54 
 
 
 
Este equipamento é constituído de sustentação na parte inferior do peitoral, acima 
dos ombros e envolto nas coxas, conforme mostra as figuras 27 e 28. Os cintos de 
segurança tipo paraquedista deve possuir argolas e mosquetões de aço forjado, 
ilhoses de material não-ferroso e fivela de aço forjado ou material de resistência e 
durabilidade equivalentes. 
 
Figura 27. Cinto de segurança para trabalho em altura 
Fonte: ABNT 
 
 
Figura 28. Modelo de cinto de segurança para trabalho em altura. 
Fonte: http://www.altiseg.com.br/equipamento.php?idequipamento=25 
 
55 
 
 
 
Em outros momentos da observação no local do referido evento, foram possíveis 
verificar outras situações de não atendimento as normas de segurança, conforme 
demonstra as figuras 29 e 30. 
 
 
Figura 29. Trabalhador sobre treliça sem uso de trava queda 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
 
Figura 30. Trabalhador sobre estrutura sem uso de trava queda 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
Nas situações anteriores, percebe-se que os trabalhadores estavam com o cinto de 
segurança e demais EPI’s relevantes ao trabalho (capacete, luvas e calçado 
apropriado). Entretanto, ao caminhar pela viga de treliça, o mesmo não estava 
conectado com um trava queda na estrutura ou em uma linha de vida, conforme 
exemplo na figura 31. Ou seja, caso o trabalhador se desequilibre, poderá ocorrer 
queda do mesmo em uma altura de cerca de 30 m. 
56 
 
 
 
 
Figura 31. Modelo de linha de vida flexível com trava quedas. 
Fonte: Catálogo de Sistemas de Linha de Vida (Honeywell,2012) 
 
Diferentemente das situações acima, durante as observações de campo no evento 
Live Music Rocks, onde o trabalho em altura era também realizado em uma estrutura 
semelhante ao evento anterior (Palco), os quesitos em relação ao trabalho em altura 
estavam, aparentemente, em concordância com os requisitos estabelecidos pela 
NR-35, conforme demonstrados nas figuras 32 e 33. 
 
 
Figura 32. Trabalhador em altura fazendo uso correto de EPI 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
57 
 
 
 
 
Figura 33. Trabalhador sobre estruturas visualizando trabalho em altura 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
 
4.4.2. Trabalho com auxílio de cordas 
 
 
Para a situação a seguir (Figura 34) foi possível observar trabalhadores com tarefa 
relacionada a cenografia de ambientes, fazendo uso de corda para realização de 
trabalho em altura. 
 
 
Figura 34. Trabalhadores utilizando cordas para trabalho em altura 
Fonte: Arquivo SEL/SEGUR-3 
 
58 
 
 
 
O trabalho em altura com acesso por cordas foi promulgado pela Portaria MTE Nº 
593, publicada em 30 de abril de 2014, tornando–se o Anexo I da NR-35, 
promulgada em 2012. Conhecida também como “Alpinismo Industrial”, o trabalho em 
cordas vem tornando-se cada vez mais presente em construções no Brasil, bem 
como no auxílio de serviços gerais como limpeza de vidraças em edifícios, por 
exemplo. Portanto, viu-se a necessidade de estabelecer requisitos de segurança, 
qualidade

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