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Apostila - Introdução as Teorias Psicanalitícas

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Introdução às teorias psicanalíticas
I – Teoria da Personalidade
O que é uma teoria de personalidade?
· São conjuntos de construtos teóricos que vão dar a compreensão do funcionamento do psiquismo, bem como postular acerca dos processos de desenvolvimento, estruturação da personalidade e das noções de psicopatologia. 
O surgimento da Psicanálise no contexto da História da Psicologia:
· Antes das descobertas psicanalíticas acerca da ideia de inconsciente outros sistemas de pensamento eram vigentes na época. Seus conceitos e métodos básicos tinham sido formados e aprimorados em laboratórios, bibliotecas e sala de aula, e suas preocupações eram voltadas para as sensações, a percepção, mensuração e aprendizagem. Esses sistemas se esforçavam por ser “ciência pura”. 
· A psicanálise não ocupava as áreas tradicionais da psicologia, pois desde o início se volta para a ideia do inconsciente e de como este operava na mente, seja na saúde e na doença, tópico este ignorado pelos outros sistemas de pensamento da época.
· Tanto os psicólogos experimentais (Wundt e Titchener) quanto os funcionalistas, que acreditavam no foco exclusivo da consciência não aceitaram a ideia freudiana de inconsciente.
· Além da psicologia a psiquiatria da época não contava com os recursos medicamentosos que atualmente dispõe para tratar as doenças mentais, portanto os doentes eram tidos como loucos, bruxos ou depositados em asilos manicomiais.
· A área que mais fazia progressos era a neurologia, que foi a primeira especialização de Freud.
A teoria psicanalítica:
· Disciplina instituída por Sigmund Freud no final do século XIX, que parte de sua observação enquanto médico neurologista criando um corpo de hipóteses a respeito do funcionamento e desenvolvimento da mente do homem. Ela se interessa tanto pelo funcionamento mental como pelo patológico. 
· Para Freud não somos donos da nossa mente, somos dominados, dirigidos por processos mentais inconscientes, por desejos, medos, conflitos e fantasias.
· Procura ampliar os horizontes quanto a uma compreensão de teorias que eram fundamentalmente das ciências físicas e biológicas.
· É entre outras coisas, um estudo da história de vida de um individuo uma procura dos principais acontecimentos daquela vida e suas conexões com suas causas e consequências psicológicas. Interessa-se principalmente com aquelas partes da vida que todo homem mantém escondidas. 
II - História da Psicanálise
Na Moravia,(hoje Tchecoeslováquia) em 06 de maio de 1856, nasceu Sigmund Freud, o fundador da Psicanálise. De família judaica, seu pai (Jakob) era um bem sucedido comerciante de lã e sua mãe Amalie casou-se com ele aos vinte anos, e Jakob tinha 40 e já tinha dois filhos adultos. Freud foi o primeiro e preferido filho de Amalie, que teve mais sete filhos. Inicia seu curso de medicina na Universidade de Viena em 1883 e seu interesse sempre esteve voltado para Histologia e Neurofisiologia. Ele sempre quis ser cientista e não apenas médico. O fato de ser judeu marcou a obra de Freud, pois lhe deu a capacidade de suportar críticas, e seguir postulando suas idéias.
Antes de abrir sua clínica, Freud que era noivo de Martha Bernays precisou trabalhar muito como médico-assistente nas clinicas de Viena. Viena era conhecida por seus famosos cafés literários, musica, ópera, teatro, e uma sociedade burguesa aristocrata, no entanto essa encantadora erudição escondia uma censura velada à novas idéias. Já Paris vivia seus dias de maior renovação, pós revolução francesa, era uma metrópole em ascensão. Freud ganha uma bolsa de estudos para estudar em Paris com um famoso neurologista chamado Jean-Martin Charcot, diretor do manicômio Salpetriére.
	É com Charcot que Freud tem os primeiros contatos com estudos sobre Histeria, patologia que mais acometia os pacientes da época. As histéricas eram tidas como “bruxas”, e a palavra Hystera em grego significa útero. Inicialmente acreditava-se que somente as mulheres mostravam sintomas histéricos: paralisias, espasmos, sonambulismo, perda da fala e dos sentidos, perda de memória. A causa da histeria tinha duas explicações: uma irritação dos órgãos sexuais femininos que era tratado com pressão no ovário e intervenções cirúrgicas no clitóris, ou fruto da imaginação, fingimento das mulheres.
	Charcot não aceita essas etiologias, mas é Freud que se aprofunda no estudo da histeria sob o ponto de vista da neurose. O que mais intrigava os médicos é que a histeria apresentava sintomas sem qualquer alteração física. A histeria ignora a anatomia, era uma perturbação de função, não de estrutura. Então se perguntava Freud: será que o sintoma pode ser efeito de uma ideia? 	
 Freud começa a investigar a possível origem sexual de algumas perturbações psicológicas. Surge então a hipnose como forma de terapia, os histéricos de deixavam hipnotizar com sucesso, e após a hipnose as histéricas se livravam temporariamente e parcialmente dos sintomas. Aprofunda seus estudos sobre hipnose e encontra um velho amigo médico que também fazia experiências com esse método: Josef Breuer, ambos passam a explorar a dinâmica da histeria. 
 Freud avança em seus estudos e abandona a hipnose, passa pelo método da pressão da cabeça, até chegar à associação livre. “Assim Freud ouvindo as associações livres apenas do controle consciente, era capaz de formar uma imagem, por inferência, do que inconscientemente estava ocorrendo na mente do paciente” (p.24)
 A psicanálise começa a ter seguidores, Adler, Ferenczi, Jung, Rank, Abraham, Ernest Jones. Freud publica 24 volumes de sua obra, e trabalha até seus 83 anos de idade.
III. Duas hipóteses fundamentais
 O fim do século XIX foi certamente um período de muita prosperidade cientifica para a psiquiatria e psicologia, em relação à compreensão do fenômeno mental humano. Simultaneamente publicam suas obras: Freud e sua Interpretação dos Sonhos, Bleuler com seus estudos sobre Esquizofrenia, Alzheimer descobre a doença degenerativa que leva seu nome e Jaspers publica sua obra Psicopatologia Geral. A psicologia estava voltada para fenômenos da consciência e da razão, dos processos conscientes, pesquisas laboratoriais com ênfase nos processos mentalistas, tais como experiência consciente e percepção cognitivos que buscavam responder questões do comportamento humano.
ZEITGEIST (espírito da época/sinais do tempo)
 Freud traz uma compreensão totalmente nova para o ser humano, a descoberta do inconsciente, e postula as hipóteses fundamentais de sua teoria: determinismo psíquico e a existência do inconsciente.
· Determinismo psíquico ou da causalidade: nada acontece por acaso ou de modo fortuito, cada evento psíquico é determinado por aqueles que o precederam. Os fenômenos mentais não são desconexos. Não existe descontinuidade na vida mental. Para psicanálise estamos sempre nos perguntando: o que provocou? Porque foi assim? Ex: esquecer ou perder alguma coisa. Muda-se a idéia de “apenas aconteceu” para a idéia da causalidade
· Cada uma dessas “casualidades” foi provocada por um desejo ou intenção da pessoa envolvida. 
· Ex: Os sonhos seguem o mesmo princípio. Cada imagem em cada sonho é a consequência de outros eventos psíquicos e cada fato mantém uma relação coerente e siginificativa com o restante da vida psíquica da pessoa que sonha.
· Os sonhos sintomas seguem o mesmo princípio, apesar de o paciente considera-lo estranho e desligado de sua vida mental. Ex: Hidrofobia da jovem histérica.
· É exatamente o fato de tantas coisas serem inconscientes que respondem à “aparente descontinuidade em nossa vida mental”.
· Freud se propôs a descobrir que nos pensamentos humanos existe uma rede de relações deterministicamente entrelaçadas que não permitiria a existência de comportamentos ou pensamentos avulso, aleatórios ou arbitrários.
· Por isso sua intenção com sua teoria era investigar e teorizar a respeito do sentido oculto de todas as ações humanas, especialmente as mais estranhas que escapam à qualquer classificação racional ou científica – podendo ser chamado de loucura.· Existência de processos inconscientes
· Existe sempre uma conexão causal que se apresenta a nível ics, se for possível através da análise se chegar à essa causa, então todas as descontinuidades aparentes desaparecem, e a cadeia causa ou sequência de torna clara. Ex. pag 20
· É fato de que anda não dispomos de um método que nos permite observar diretamente os processos mentais ics, os métodos são indiretos.
· Os processos mentais inconscientes são de grande frequência e tem sempre um significado tanto no funcionamento normal quanto no anormal. “É exatamente o fato de tantas coisas que acontecem em nossa mente serem inconscientes (desconhecidas para nós) que respondem pela aparente descontinuidade em nossa vida mental” (p.19). Quando se descobre as causas inconscientes todas as “ilógicas” e descontinuidades desparecem, é como montar um quebra-cabeças. Os métodos para observar os processos mentais inconsciente são indiretos.
· Ambas as hipóteses (determinismo e processo ics) são leis estabelecidas a respeito do funcionamento da mente.
Como Freud começa a observar esses processos de forma indireta?
A psicanálise é uma teoria – técnica – modelo antropológico
Sua terapêutica consiste em uma técnica de investigação. Portanto, o tratamento é a própria investigação com o sujeito.
Freud começa sua carreira como médico neurologista e na época não havia forma de tratamento psiquiátrico orientada etiologicamente. “Há apenas 100 anos o médico de boa formação quase não era superior ao mais ignorante charlatão em sua capacidade de tratar enfermidades, ainda que fosse capaz de diagnosticá-las de forma superior”.
A primeira técnica utilizada por Freud foi a hipnose, seguido da técnica persuasiva e então a associação livre, que proporcionou o acesso ao inconsciente livre do controle consciente. 
Freud conhece o médico Breuer que lhe contou sobre o tratamento de uma mulher histérica através da hipnose. Percebe Breuer que os seus sintomas desaparecem quando ela foi capaz, em estado hipnótico de recordar uma experiência e a emoção associada que conduzida o sintoma em questão. Seus sintomas foram afastados ao conversar sobre eles sob hipnose.
“Freud verificou que a hipnose não era uniformemente fácil de se induzir, que os resultados tendiam a ser transitórios e que pelo menos algumas pacientes tornaram-se sexualmente apegadas a ele durante o tratamento hipnótico” (p.23)
Com isso ele descobre a transferência (ligação emocional entre o hipnotizador e o paciente). Se o paciente tivesse uma boa ligação com o médico ele era capaz de relembrar de fatos esquecidos sem ser reipnotizado. Então se configura o método psicanalítico como “a cura pela fala”
A partir desse início desenvolveu a técnica psicanalítica cuja a essência consiste em que o paciente empreende a comunicação ao psicanalista de quaisquer pensamentos, sem exceção, que lhe venham a mente, sem censura.
A razão do paciente do grande valor de o paciente necessitar ao controle consciente de seus pensamentos é esta: aquilo que ele pensa e diz em tais circunstancia é determinado por motivos e pensamentos ics.
Mecanismo da formação do sintoma: existe uma idéia que não pode ser recordada, pela censura, essa idéia é reprimida, se torna inconsciente e aquele afeto deslocado da idéia forma um sintoma. Quando o paciente pode se recordar da experiência e sua emoção é novamente conduzida ao sintoma em questão então os sintomas deixam de existir. 
“Aprendemos com a psicanálise que a essência do processo de repressão não está em pôr fim, em destruir a idéia que representa um instinto, mas em evitar que se torne consciente”. Quando isso acontece, dizemos que a idéia se encontra num estado ‘inconsciente’, e podemos apresentar boas provas para mostrar que, inclusive quando inconsciente, ela pode produzir efeitos, incluindo até mesmo alguns que finalmente atingem a consciência.  (FREUD, 1915) 
Então Freud propõe os sistemas: consciente, pré-consciente, inconsciente (poderiam se tornar cs a custo de considerável esforço). E percebe a influência que os processos ics produzem efeitos sobre nossos pensamentos e ações. 
Pré-conscientes: pensamentos, lembranças etc que podiam facilmente se tornar conscientes por um esforço de atenção. Tem acesso fácil a consciência.
Inconscientes: eram de alguma forma “barrados” da consciência por uma força considerável que tinha que ser superada até se tornarem conscientes.
Como devemos chegar a um conhecimento do inconsciente? Certamente, só o conhecemos como algo consciente, depois que ele sofreu transformação ou tradução para algo consciente. A cada dia, o trabalho psicanalítico nos mostra que esse tipo de tradução é possível. (FREUD, 1915) 
Freud conseguiu demonstrar que os processos mentais inconscientes eram capazes de produzir efeitos sobre nossos pensamentos e ações através da sugestão pós-hipnótica. (P.25)
· Sonhos, sonhar com desejos não realizados. Ex: foi dormir sem perceber que estava com fome e sonhou com comida. Ex: sede, vontade de urinar. Sonhar que esta bebendo alguma coisa, pois esta com sede. “Sonhos de conveniência”
· Atos falhos
· Esquecimentos: é notoriamente fácil esquecer algo que é desagradável, ou aborrecido como pagar uma conta por exemplo. O rapaz apaixonado não esquece o encontro. Exemplos p.28
· As atividades mentais inconscientes influenciam nosso comportamento consciente: o pacifista que briga muito quando é contrariado. Seu pacifismo consciente é acompanhado de um desejo inconsciente de lutar, que no caso é exatamente o que sua atitude condena. Nem sempre se tem consciência das suas verdadeiras intenções.
· Se o paciente sofre de cegueira histérica naturalmente presume-se que ele ics não deseja ver, ou que sua consciência o proíbe de olhar. 
· Piadas (chistes)
Todos esses estudos convenceram Freud de que de fato a maior parte do funcionamento mental se passa fora da consciência, e de que a consciência é um atributo excepcional do que comum do funcionamento mental.
Todos os atos e manifestações que noto em mim mesmo, e que não sei como ligar ao resto de minha vida mental, devem ser julgados como se pertencessem a outrem; devem ser explicados por uma vida mental atribuída a essa outra pessoa.(FREUD, 1915) Ex: sonhar com a morte de alguém significa mais vida para outra pessoa.
IV. Os Impulsos
 As descobertas de Freud tinham como ponto de partida o sentido fisiológico, e ele acreditava que um dia os fenômenos mentais poderiam ser descritos em termos de funcionamento cerebral. 
 O estudo dos instintos nos permite entender os aspectos do funcionamento psíquico. Mas como são termos abstratos, Freud parte das ideias do funcionamento físico, biológico. Na verdade Freud tentava formular uma “psicologia neurológica”, mas a abandona.
Vamos entender o esquema pelo qual as forças instintivas energizam nossa mente e a impelem para a atividade.
 Mas vamos partir da biologia. Um instinto é a capacidade ou necessidade inata de reagir a um conjunto determinado de estímulos de um modo estereotipado ou constante. Esse modo de reação difere de um reflexo por exemplo: reflexo patelar. Reflexo reação involuntária, automática. Instinto = reação pode variar. 
Impulso - Instinto - Pulsão
 O que chamamos de impulso no ser humano é diferente do que chamamos de instinto nos animais. O instinto é a capacidade ou necessidade inata de realizar a um estímulo. É mais complexo que um reflexo. Porque é diferente?? Porque no ser humano mesmo um impulso (no sentido corporal) tem desde muito cedo uma qualidade psíquica. Ex: eu estou com sede, eu posso beber agua para matar a sede, mas eu posso ter sede de coca-cola. Isso significa que nós não reagimos de forma instintiva somente para assegurar nossa sobrevivência, mas também para obter prazer nas ações. O grau de resposta dos animais é muito menor que no homem. No homem os fatores de ambiente ou de experiência podem modificar a resposta.
A atividade motora que se segue a um estado de excitação é mediada por uma parte da mente bastante diferenciada que chamamos de ego.
Ex: rejeiçãodo bebê ao leite materno repentinamente.
	Estímulo
	Instinto
	Estimulação externa 
	Estimulação interna
	É possível evitar, defender
	Não é possível 
	Impacto momentâneo
	Impacto constante
A mente é energizada (catexizada) por forças instintivas que a impele para a atividade.
 Aquilo que chamamos de instinto no homem não inclui a resposta motora, mas um estado de excitação em resposta ao estímulo (interno). Ou seja, a resposta motora que se segue à essa excitação é mediada por parte do ego. Não é possível fugir de um instinto como de um estímulo, como fechar o olho diante de uma luz forte.
“Um instinto é um estímulo aplicado à mente”
Freud presumiu que existe uma energia psíquica que é constituída de uma parte dos instintos mas que de certa forma deriva deles.
Instinto = energia psíquica diferente de energia física.
Nós não podemos ver a energia física mas podemos ver o trabalho dela, exemplo: contratura muscular. Também não podemos ver a energia psíquica puramente, mas seu derivado: uma crise de ansiedade. A energia psíquica não pode fluir através do espaço, ou se ligar a qualquer objeto. 
Damos o nome “catexia” à quantidade de energia psíquica que se dirige ou se liga à uma representação de pessoa ou coisa. O que é catexizado são as lembranças, pensamentos, e fantasias. Quanto maior a catexia mais importante é o objeto, no sentido psicológico. Porque lembramos de certas coisas da tenra idade e não de outras? 
Ex: a mãe para o bebê. A mãe é um objeto importante para os impulsos do bebê, logo passa a ser altamente investido de energia psíquica, ou seja, catexizado.
Mas antes de haver a percepção da relação entre mãe-bebê, o objeto mais catexizado pelo recém nascido é seu próprio corpo.
“O ego é antes de tudo um ego corporal”
O ego é uma instância da mente que pode lidar com um instinto, de acordo com as experiências e a reflexão. Ex: bebê que para driblar a fome coloca o dedo na boca.
 O instinto (pulsão) é um constituinte psíquico geneticamente determinado, que quando em ação produz um estado de excitação psíquica ou tensão. Essa tensão impele o indivíduo para a atividade (descarga) gratificação (prazer). 
· A pulsão age como uma força constante, comparável a uma “necessidade” que busca incessantemente satisfação.
· Freud vê a pulsão na necessidade de se alimentar e na busca pela satisfação sexual.
· A sensação de desprazer está relacionada a um crescimento de excitação e a sensação de prazer como uma diminuição desta. 
Cada ser humano tem um quantum de energia psíquica que serão investidos nas relações, ações. À esse investimento damos o nome de catexia = energia = energia psíquica que não se vê, mas que se liga a uma representação de uma pessoa ou coisa. 
Classificação dos impulsos:
· Impulso sexual e de autoconservação. (busca da sobrevivência se liga a uma experiência de prazer)
· Sexual e agressivo (dualismo pulsional)
· Ambos (sexual e agressivo) fundidos.
Impulso sexual – componente erótico as atividades mentais enquanto o Impulso agressivo gera o componente destrutivo. Impulso sexual – de vida – libido 
Impulso destrutivo – de morte – destrudo = tânathus – sinônimo do que comumente chamados de agressividade.
· Impulso de Vida e Impulso de morte = oscilam, pois estão fundidos. Ex: até o mais insensível ato de crueldade intencional que parece apenas satisfazer a pulsão agressiva, possui um componente sexual ics (gratificação, prazer) para seu autor. Do mesmo modo, não há ato de amor, por mais terno que seja, que não proporcione simultaneamente o impulso agressivo: Ex: amar tanto o filho e ter vontade de morder. Ex: não há vida sem morte, não há morte sem vida.
· O impulso agressivo é sinônimo do que chamamos de agressividade e o impulso sexual equivale ao desejo.
· Não se pode associar agressividade à algo negativo, ruim.
A teoria psicanalítica postula que aquelas forças instintivas que já estão em atividade no bebê, influenciando seu comportamento e clamando por gratificação mais tarde produz os desejos sexuais do adulto com todo seu sofrimento e êxtase. 
No adulto a sexualidade é vivida em sua plenitude, com objetivo de reprodução. E o curso desses instintos originaram os Três Ensaios sobre a Sexualidade no qual Freud propõe o desenvolvimento psicossexual. Ele observou essa manifestação em crianças, e na análise de adultos.
Freud propõe o termo fases do desenvolvimento da libido: fase oral, anal, fálica e genital. Essas fases ou etapas são o curso evolutivo da personalidade da criança, e não são etapas estanques, lineares, bem definidas de progressão retilínea. Elas se transformam, superpõe, e interagem entre si. 
“A atividade sexual se apóia inicialmente em uma das funções que serve à conservação da vida”. Mais tarde se separa da necessidade de alimentação e se torna independente. Parece, no entanto, que a vida sexual da criança costuma expressar-se numa forma acessível à observação por volta dos três ou quatro anos de idade.
FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL
· Sequência de fases que se produzem normalmente na infância como manifestações do impulso sexual. 
· Essa sequencia envolve naturalmente variações de grau de interesse e importância que se prende na vida psíquica da criança aos objetos e modalidades de gratificação do impulso sexual. 
· A cada fase novos objetos são catexizados e antigos são abandonados.
· A catexia libidinal de um objeto de uma fase anterior diminui a medida que se alcança a fase seguinte. No entanto, nenhuma catexia libidinal forte é completamente abandonada.
FASE ORAL
Essa é a primeira etapa de organização da libido, e foi denominada fase oral pois é o primeiro meio de contato do bebê com o mundo. Todas as gratificações e experiências ocorrem pela boca, que passa a ser uma área altamente catexizada (principal órgãos sexuais das crianças: boca, lábios, língua). A finalidade da libido oral além da gratificação também visa a incorporação, e posteriormente identificação. Ex. óstea, canibalismo de tribos primitivas.
Durante o primeiro ano de vida a boca o principal órgão dessa fase, mas ela constitui um modelo de incorporação e expulsão, ou seja, como um protótipo de funcionamento arcaico que intermedia o mundo interno com o externo. Assim outras zonas corporais são incluídas nessa fase: o trato grastrointestinal, órgãos da fonação e linguagem, as sensações cinestesicas, enteroceptivas e proprioceptivas e a própria pele, devido ao contato pele-pele com a mãe.
São as experiências vividas nessa fase que vão configurar a relação da criança com seu próprio corpo e com o corpo do outro.
· A necessidade de repetir a satisfação sexual dissocia-se então da necessidade de absorção de alimento.
· Persistindo essa significação, tais crianças, uma vez adultas, serão ávidas apreciadoras do beijo, se forem homens, terão um poderoso motivo para beber e fumar. Caso sobrevenha o recalcamento, porém, sentirão nojo da comida e produzirão vômitos histéricos. (ex. chatos pra comer)
FASE ANAL
Por volta de um ano e meio a três anos da criança, com o amadurecimento do aparelho digestivo as funções de expulsão, retenção e controle de fezes tornam o anus a zona mais catexizada. O anus é investido de tensões e gratificações. Mas diferentes ganhos são previstos nessa fase: aquisição da linguagem, engatinhar e andar, aprendizagem e controle esfincteriano, controle da motricidade e prazer com a atividade muscular, ensaios de indivuação e separação: comer sozinho, pedir para ir ao banheiro. Aquisição da noção do “não”.
O controle esfincteriano é considerado um modelo como se processa o controle motor em geral: sensações de domínio, prazer na expulsão ou retenção, intermediação entre aquilo que é uma produção e posse do bebê, as implicações emocionais nos atos de receber, reter, eliminar, tomar e dar. 
Baseados nas características da fase anal e em seus pontos de fixação e regressão alguns autores vão descrever considerações a respeito da formação de um caráter anal da personalidade, como o obsessivo-compulsivo.
Para Freud vai se fundar nessa fase as bases da relação de trocada criança com o mundo, e futuramente na relação com o dinheiro, presentes e filhos. É nessa fase que a criança desenvolve sentimentos sádicos e masoquista, (faz com a boneca aquilo que sofre) as noções de poder, a rivalidade e competição, as comparações: dentro x fora, ativo x passivo, grande x pequeno.
FASE FÁLICA
Etapa pré-genital também considerada recentemente como fase edípica. Acontece no final do 3º ano. Nessa fase há a descoberta dos órgãos genitais e a diferencia anatômica dos sexos. Os órgãos genitais são descobertos como áreas prazerosas. Acontece a descoberta da masturbação, que fica bastante associado ao prazer uretral no ato de urinar. Já nas meninas Freud acreditava que em relação à vagina haveria um conhecimento intuitivo.
É a fase conhecida como a fase dos porquês, justamente pela atividade exploratória da criança, a começar pelo seu próprio corpo, o que mais tarde será sublimado em impulso epistemofílico. As perguntas compreendem as duvidas quanto as diferenças masculino-feminino, grande-pequeno, seio-penis, e a constatação progressiva dessas diferenças gera angustia na criança, que encontra um alivio quando recebe explicações adequadas. Caso não as receba ela mesma se obrigará a construir as mais loucas teorias para aplacar a angustia.
As teorias são a respeito da diferença anatômica dos sexos, da origem dos bebês, da cena primaria e do complexo de castração. A cena primária é o nome dado quando a criança imagina o que se passa no quarto fechado dos pais. Isso se dá tanto por intuição como por estímulos externos: barulhos, cenas de televisão). A imaginação da criança é permeada por duvidas que giram em torno das fantasias. 
Fase oral e anal: fases pré-genitais
Fase fálica: desejo de olhar os genitais – voyeurismo e desejo de exibir: exibicionismo.
Interação dos fatores inatos + ação do meio ambiente.
A cada fase a catexia se transforma, se desprende de um objeto e vai cedendo lugar a outro, porém não totalmente. Quando a catexia se mantém persistente em um objeto é chamada de fixação. 
Período da latência
Depois dos 6 anos de idade a criança entra no período de latência, que apresenta duas características: 
· Vai acontecer a repressão da sexualidade infantil, com uma amnésia relativa às experiências anteriores.
· Se estrutura um reforço das aquisições do ego. 
· A combinação de ambas propicia a “sublimação” das pulsões, comumente na escolarização e em atividades esportivas, formação de aspirações morais, etc.
· Dificuldades do período da latência: TDAH, hipersexualização.
FIXAÇÃO
Um conceito importante são os “pontos de fixação” que deixam impressos no psiquismo diferentes momentos evolutivos, e para os quais o sujeito pode regredir. Os pontos de fixação são momentos que houve exagerada gratificação ou frustração de uma determinada “zona erógena”, = trauma. Fixação = inconsciente = patologia.
Exemplo: quando um ponto de fixação representa um momento de gratificação, o sujeito quando vive um angustia insuportável tenta regredir para esse tempo e espaço que lhe foi protetor e gratificante. Ex: ganhar um irmão e voltar a mamar na mamadeira, chupar chupeta, fazer xixi na cama etc. Quando a regressão acontece diante de uma frustração: 
Erotismo – capacidade de auto-gratificar-se – dá certa independência do meio ambiente – quando o mundo externo se mostra muito frustrante – retraimento total do mundo externo – patologia grave (esquizofrenia).
Todas essas fases são manifestações dos impulsos sexuais, mas os impulsos agressivos mostram a mesma capacidade de fixação e regressão. 
Ex: fase oral (morder) – oral canibal. Fase anal (expulsão e retenção) anal – sádica.Fálica (pênis como arma, nas brincadeiras infantil, espada, arma)
Dizemos que a primeira fase da formação da personalidade se dá no cursos das etapas pré-genitais, uma segunda fase se consolida na adolescência. Como se fosse o 1º e 2º tempo.
V. O aparelho psíquico
Qual foi a imagem da mente que obtivemos até aqui?
A compreensão do aparelho psíquico pela psicanálise é dinâmica, pulsante, com vida, nada estática. Procura demonstrar o crescimento e funcionamento da mente com suas operações e conflitos. 
Duas hipóteses fundamentais: aspecto descritivo
Impulsos: Aspecto dinâmico.
(ler p.47)
O primeiro modelo de aparelho psíquico surge no texto A interpretação dos sonhos (1900) – microscópio – Motor – Memoria – Perceptivo.
 (Modelo telescópio) 1º modelo: semelhante a um instrumento óptico; elementos dispostos de maneira consecutiva, uma parte do aparelho reage aos estímulos sensoriais, outra, ligada à primeira produzia o fenômeno da consciência, armazenara traços de memória e reproduzia. A energia psíquica fluía através desses sistemas. Ideia da cs. (sistema perceptivo até o motor)
 Modelo topológico, compõe os sistemas mentais: Cs, pré-cs, Ics. 2º modelo: a consciência é uma base inadequada para diferenciar os conteúdos. (sugestão hipnótica)
O sistema Inconsciente
Esse sistema é em sua maior parte teórico, não pode ser observado diretamente, mas a nível de manifestações: sonhos, atos falhos, lapsos. O estudo destes conteúdos permite demonstrar que os atos mentais tem sempre um causa definida, sempre obedecem a um propósito emocionalmente lógico, ainda que do ponto de vista intelectual não aparente. 
O inconsciente não é o contrario de consciente, são graus de mobilidade da libido. 
Não significa que o que era inconsciente e já se tornou consciente não poderá se tornar inconsciente novamente. Podemos considerá-lo uma matéria prima da qual se alcança uma parte mínima.
O modo de atuar do inconsciente se dá pelo processo primário. Processo primário é quando a energia psíquica escoa-se livremente, passando sem barreira de uma representação para outra segundo os mecanismos de deslocamento e de condensação. É particularmente evidenciado pelo sonho, que caracteriza-se não por uma ausência de sentido, como afirmava a psicologia clássica, mas por um incessante deslizar de sentido. O processo primário é o pensamento típico da criança, cujo ego é imaturo.
Ex: fechar o olho e acreditar que algo desapareceu. “Não tem dinheiro dá cheque”.
Características: O inconsciente tem seu modo próprio de atuar, seguindo o processo primário:
Ausência de cronologia
Ausência de contradição
Linguagem simbólica
Igualdade de valores para a realidade interna e externa
Predomínio do principio do prazer.
No inconsciente uma parte é composta por elementos que se encontram temporariamente nele e estão submetidas às suas leis, mas que podem a qualquer momento tornar-se conscientes; e um parte cujos elementos não podem aflorar ao consciente, mas podem chegar por outras vias como na formação de sintomas ou sonhos.
O sistema Pré-Consciente
Está situado entre o consciente e o inconsciente:
ICS
CS
 Pre-Cs ---Pre
O pré-consciente é como uma “barreira”, peneira, onde permanecem conteúdos que podem tornar-se conscientes através de atenção. Os sistemas Pré-cs e Consciente tem estreita relação. Um pensamento que, num determinado momento pertencer ao sistema Cs fará parte do sistema pré-cs depois, quando a atenção lhe tiver sido retirada e ele já não for consciente.
O conteúdo do sistema PCS está integrado em parte por elementos em transito do ics para o cs e também do cs para o ics adotando a forma de matéria pré-consciente. O Pcs está relacionado com a realidade externa e com o inconsciente. Esse sistema é regido pelo processo secundário, pois ganha a representação de conteúdos ics através da representação da palavra, e é regido por:
· Elaboração de uma sucessão cronológica nas representações
· A descoberta de uma correlação lógica
· O preenchimento de lacunas existentes entre ideias isoladas (insight)
· A introdução dos fatos causal, relação de coexistência e sucessão entre fenômenos de causa e efeito.
	Processo Primário
	Processo Secundário
	Caracteriza o inconsciente
	Pré-consciente e consciente
	Energia psíquica escoa livremente
	Adiamento da descarga/satisfação
	Pensamentos irracionais
	Pensamentos racionais
	Predomínio do principio doprazer
	Predomínio do principio da realidade
	Ego imaturo
	Ego maduro
Ex: o sonho é processo primário a elaboração do sonho secundário, a piada é primário, a compreensão da piada é secundário.
A mediação processo primário-secundário se dá pelo ego.
O sistema Consciente
O consciente é um órgão de percepção para as impressões que nos absorvem no momento e deve ser considerado como um órgão sensorial situado no limite do interno e externo, com capacidade para perceber processos de uma ou outra procedência. Para que um ato psíquico chegue a ser consciente é necessário que percorra todos os níveis do sistema psíquico.
Por exemplo no sonho: as representações de objetos pertencentes ao inconsciente devem associar-se às representações pré-consciente correspondente. Então, ela deve conseguir vencer a censura entre esses dois campos até que chegue ao conhecimento. Em uma noite podemos ter infinitos sonhos, e nos lembramos de um especifico, podemos pensar que ele conseguiu através essa barreira, e se tornar consciente. Ou não se lembrar de nenhum, de modo que a repressão impediu a tomada de consciência.
O sistema consciente também tem a função de proteção do aparelho psíquico, proteção de certas excitações que poderiam perturbar seu equilíbrio, Freud considerou um dispositivo, equivalente a um detector ou amortecedor de estímulos. (nós percebemos do ponto de vista objetivo aquilo que podemos perceber subjetivamente)
Se a mente recebe um estimulo externo excessivamente intenso, ele o amortece e transmite-o gradualmente evitando um desequilíbrio. Desta forma ele é capaz de alterar a senso-percepção para poupar o psiquismo de dar uma representação mental à esse fato.
Esse amortecedor de excitações é o que capacita o homem a regular sua vida psíquica, mediante uma distribuição econômica das cargas energéticas, o que lhe permite conservar em repouso e manter equilíbrio adequado sua tensão.
3º Modelo estrutural: id, ego, superego: verificou que existem outros critérios além do impedimento ativo da penetração na consciência.
Id: representações psíquicas dos impulso, ego: funções ligadas às relações do indivíduo com seu ambiente e superego: preceitos morais, aspirações e ideais.
https://www.youtube.com/watch?v=tMgpFnycZCg
“Id”
O id é concebido como um conjunto de conteúdo de natureza pulsional e de ordem inconsciente. O Id é uma parte indomável do ego, deseja a satisfizer o seu prazer, constitui o pólo pulsional da personalidade. Estando seus conteúdos, expressão psíquica das pulsões, no inconsciente, por um lado é hereditário e inato e, por outro, recalcados e adquiridos. A libido nasce do Id, e é um reservatório inicial da energia psíquica, abrigando e interagindo com as funções do ego e com os objetos, tanto da realidade exterior, como aqueles que, internos, habitam o superego, com os quais vivem em constante conflito, contudo, não raramente, o id estabelece alguma forma de aliança e conluio com o superego, porém, tem suas diferenciações a partir da genética. Bem como citado anteriormente, o id é regido pelo princípio do prazer, logo pelo processo primário, nos recordando do modelo topográfico, o inconsciente, como instância psíquica coincide com o id. Se o aparelho mental estiver maduro, tendo sua capacidade desenvolvida, o id se manifestará com menos frequência, pois o id consiste à forma agressiva da mente, manifesta-se de dentro para fora. O id com o próprio desenvolvimento vai se diferenciando e se torna ego a partir dos 6, 8 meses. O superego só vai se estabelecer no complexo de Édipo, em torno de 5 anos de idade.
Id: reservatório da libido
Ego
Freud descreve o ego como uma parte do Id, que por influência do mundo exterior, ter-se-ia diferenciado. O princípio de realidade substitui o princípio de prazer. Enquanto o Id é regido pelo princípio do prazer, o ego é regido pelo princípio da realidade, tendo grande associação com a simbolização.
PRINCIPIO DO PRAZER X PRINCIPIO DA REALIDADE
A realidade exige que o ser humano desenvolva a capacidade de tolerar a frustração de não satisfazer-se imediatamente através de ações impulsivas, o que implica em maior consciência. Isso diferencia o principio do prazer do principio da realidade, a medida que adiar a gratificação impulsiva dos instintos passa a representar também um ganho para o individuo.
(Mal estar na civilização)
 Enquanto o principio do prazer desconsidera a realidade e age de maneira impulsiva (um bom exemplo disto são as paixões), o principio da realidade leva em conta a mesma.
A criança pequena tem a seguinte prática: Dê-me o que eu quero!! Façam o que eu quero! Ou seja, de inicio o ambiente tem a função de ser a única fonte de gratificação e descarga de desejos que surgem dos impulsos advindos do id. Isso vai se modificando, quando se muda a relação que se tem com o meio ambiente, e isso é a diferenciação do ego. É claro que isso vai permear uma relação de intenso conflito entre id e ego. 
A primeira hesitação entre impulso e a ação, ou seja, o primeiro retardamento na descarga, posteriormente evoluirá para o fenômeno complexo que chamamos de pensamento.
Ego: executor dos impulsos
 O ego faz a função de relação do individuo com o meio ambiente, ele é o executor dos impulsos. 
Funções do ego: 
· Percepção interna de necessidades instintivas
· Percepção das condições externas (percepção sensorial)
· Função integrativa que permite ao ego coordenar os impulsos entre si e depois da censura do superego adaptá-los a realidade
· Função executiva, pela qual controla a conduta voluntaria.
· Aquisição e controle da musculatura do esqueleto.
· Aquisição da memória
· Aquisição do pensamento (adiamento do impulso)
· Sentimentos
“o ego é antes de tudo um ego corporal”
O desenvolvimento do ego é determinado pela maturação do SNC + experiência, alguns processos ajudam o ego a se diferenciar:
Identificação: ato de se tornar semelhante a algo ou alguém. Se identificar com o outro para Freud representa uma maneira importante de estabelecer relacionamentos com as pessoas e é de particular importância desde os primórdios da vida.
 Ex: bebê quando sorri, linguagem, sotaque. 
Quando há perda do objeto, identificação com o objeto (luto)
Parte das identificações são em grande medida inconscientes. Há uma tendência a identificação com pessoas ou coisas do próprio meio ambiente que são altamente catexizados pela libido. O ego se torna enriquecido para melhor ou pior.
Superego
É uma das instâncias da personalidade tal como Freud a descreveu no quadro da sua segunda teoria do aparelho psíquico: o seu papel é assimilável ao de um juiz ou de um censor relativamente ao ego. Freud vê na consciência moral, na auto-observação, na formação de ideais, funções do superego. Certamente, quando o ego precisar agir, sempre estará em juízo do superego, que dirá o que deve ou não ser feito, caso algo de errado, o superego, sempre estará pronto para culpar o ego.
Modos de funcionamento do Aparelho psíquico
Processo primário: a energia do impulso é móvel, busca descarga imediata, é a forma original de funcionamento. (Id, ego imaturo)
Facilidade com que um método de descarga pode ser substituído por outro, ex: bebê quando suga o polegar quando não consegue obter o seio ou a mamadeira. Ex: o pai que grita com os filhos para descarregar a tensão que teve com o patrão. Isso é chamado de deslocamento.
Aspectos do processo primário: deslocamento e condensação
Condensação: representação de várias idéias através de uma palavra ou imagem. Analisando a frase “o palhacio do sultão era muito grande” Aceitando o neologismo, “palhacio”, como ato falho, pode-se ainda sugerir que tal palavra nada mais é do que a condensação de palácio, com palhaço. Como na análise da condensação do sonho, para entender essa condensação, o criador deste ato falho deve analisar e associar o sentido e contexto que estas palavras lhe remetem.
No processo primário existe ausência do sentido de tempo, presente, passado e futuro são a mesma coisa. Ex: caso de psicose, os delírios que remontam conflitos de “outros tempos”. As criançasnão tem ideia de tempo: perguntam sempre tá chegando? Quando é o Natal?
Aspectos do processo secundário: adiamento da descarga para pensar, desenvolve-se gradativamente (ego maduro). A forma de descarga da catexia pode ser substituída por outra.
Simbolização: processo que o ego adquire gradativamente. Quando a criança brinca de faz de conta ainda não fantasia, é como se fosse e por isso se assusta. Brinca de esconder para simbolizar a falta. A neutralização de impulsos ocorre como se fosse uma linguagem secreta do inconsciente. A energia fica a disposição do ego, diferente da não neutralização, em que a descarga é imediata. A neutralização é progressiva. Exemplo neutralização: no inicio a linguagem da criança. A gagueira por exemplo é quando houve a neutralização de maneira inadequada. Quando o ego atinge sua autonomia, a energia fica à disposição dele para várias funções. Quando há um problema no curso dos impulsos o ego começa a falhar: lapsos de memória, falhas nas funções do ego.
VI. O aparelho psíquico (continuação)
 Já vimos que as funções psíquicas básicas pertencem ao ego. Fatores que influenciam o desenvolvimento no ego:
· Como o ego adquire conhecimento e como domina o mesmo?
· Como o ego administra os desejos e tendências decorrentes dos impulsos?
O ego se desenvolve a partir de características inatas + ambiente. Ele é o mediador entre o id e o superergo. Existem 3 funções muito importantes:
· A percepção sensorial – que informa o ego sobre o ambiente.
· Capacidade de funcionar de acordo com o processo secundário (capacidade de pensar, lembrar, agir)
· Controle e habilidades motoras.
Prova ou teste de realidade: capacidade do ego distinguir entre os estímulos do mundo interno e do mundo externo. (habilidade perdida na psicose/paranóia). É uma aquisição do ego devido a maturação do SNC e da experiência. Se o ego é capaz de realizar essa tarefa com êxito dizemos que o individuo tem um sentido bom ou adequado da realidade. Isso é tarefa fundamental para um funcionamento saudável. Se o ego não pode desempenhar essa tarefa dissemos que o sentido da realidade é pobre ou deficiente. Exemplo: morreu o pássaro da criança e colocaram outro no lugar sem contar. Ex: medo do que pode estar embaixo da cama.
O ego é quem dá sentido a realidade
 Frustração é elemento necessário para o desenvolvimento dessa capacidade. Ela permite a diferenciação do eu-não-eu. Essa aquisição acontece na infância e através dela o bebê entende que as coisas vem e vão, que estão presentes e ausentes. O doente mental acredita que seus delírios ou alucinações são reais quando decorrem principalmente de seus temores e desejos de seu próprio eu interior.
Ego: intermedia id e realidade, retarda descarga, controla isso favorece o processo secundário. Ex: criança adquirindo controle urinário. 
Mas também pode ocorrer o controle do id pelo ego, se o ego “demorar” para administrar as exigências do id. Ex: desejo de matar o irmão. As crianças muito pequenas tem o desejo de atacar o irmão mas com o passar do tempo e sob a pressão da desaprovação do ambiente o ego rejeita esse desejo do id. Mas o id se enfraquece quando começa a ser controlado pelo ego. Exemplo: nos sonhos e devaneios ocorre uma gratificação parcial dos impulsos, o impulso atendido se enfraquece. 
A categoria decisiva para o ego torna-se senhor do id: princípio do prazer: a mente procurando o prazer e evitando o desprazer. A mente de inicio opera somente sob o principio do prazer. E a partir do principio do prazer entendemos a: 
1ª teoria sobre a ansiedade = acumulação da libido não liberada pelo aparelho psíquico. O aumento de uma quantidade de catexias não descarregadas dentro do aparelho psíquico determina o surgimento do desprazer, tensão psíquica. O represamento inadequado da libido se transforma em ansiedade. Parte dessa teoria foi abandonada, pois Freud entendeu que outros fatores disparavam a ansiedade, não era somente relativo com a quantidade de estímulo recebida mas com a qualidade.
Ansiedade é o problema central da neurose. Tem uma base herdada. Na 2ª teoria da ansiedade: relacionada a situações de perigo, traumáticas, quem dá o alerta é o ego, através do sistema perceptivo. Situação em que a psique é engolfada por uma afluência de estímulos grandes demais para que a mente possa dominar ou descarregar. 
Diante do perigo são acionados mecanismos de defesa. O ego mobiliza forças para enfrentar ou evitar situações traumáticas. Na situação traumática a mente é invadida por uma carga de estímulos além de sua capacidade para suportar ou descarregar. 
1º trauma: do nascimento. Outra situação de perigo vivida pelo bebê é o afastamento da mãe. Medo da perda do objeto amado. (vemos isso nos intervalos de sessão, fim da entrevista)
Resumo:
· A ansiedade desenvolve-se automaticamente sempre que a mente enfrenta estímulos maiores que sua capacidade de suportar.
· Esses estímulos são de origem externa ou interna.
· Quando se estabelece um padrão de ansiedade podemos pensar numa situação traumática.
· É característica da infância devido à imaturidade do ego, mas também se manifesta na vida adulta como neurose de angustia atual.
· Antecipar a reação à situação traumática: ansiedade de alarme. (caso D)
· É necessária à vida psíquica e ao crescimento.
E como o ego pode se defender contra o id? Modificando a atenção, estimulando outro impulso que seja mais seguro, empregar métodos defensivos: mecanismos de defesa: são de suma importância para o funcionamento mental.
 REPRESSÃO
É o primeiro mecanismo de defesa estudado por Freud, muito observado nas patologias histéricas e em todas as neuroses. Também é um mecanismo de defesa da civilização, da educação, pois constituem suas bases. Sem repressão não há cultura. A satisfação do impulso reprimido causa tanto prazer quanto desprazer, mas a condição indispensável da repressão é que o motivo do desprazer adquire um poder superior ao do prazer que a satisfação produziria. 
A repressão consiste em uma atividade que o ego barre da consciência um impulso indesejável do id: recordações, desejos, fantasias.
A repressão adoece, pois é necessário um dispêndio constante de energia para mantê-la, desta forma é antieconômico psiquicamente, metaforicamente seria como manter um barril vazio afundando na água, teria que usar uma força constante já que a ausência da força traria o barril à tona.
Ela acontece em duas fases: na primeira ela afasta ou repulsa o instinto da consciência desconectando do viés associativo, depois a manutenção dessa repressão, de modo que qualquer elo associativo àquela ideia reprimida tem que ser afastado. Porém aquilo que foi reprimido sempre continua a existir.
FORMAÇÃO REATIVA
A formação reativa leva o ego a efetuar aquilo que é totalmente oposto às tendências do id que se pretende rechaçar. Exemplo clínico: Cheguei em casa irritado e encontrei a filhinha da empregada chorando e fazendo manha. Senti vontade de jogá-la da janela que estava aberta, mas me contive. Sentei-me para estudar e de repente vi a mãe da garotinha colocar um banco junto à janela para que a filha pudesse ficar olhando a rua. A partir desse momento não consegui mais estudar, fiquei com medo dela realmente cair da janela, então me sentei perto da menina para cuidá-la. Eu temia que ela pudesse cair.
A ideia rechaçada é jogar a garotinha à rua, a formação reativa foi sentar-se perto para tomar conta dela. É comum alguém que por formação reativa faz-se bombeiro como defesa contra sua piromania. . Exemplo: se a pessoa luta contra tendências anais, desenvolverá hábitos de limpeza, ordem, economia obsessiva. Se ela luta contra tendências agressivas, cairá numa bondade.
O ódio substituído pelo amor, a crueldade pela gentileza, obstinação pela submissão, etc. é produzido inconscientemente. Ex: A mãe está tão triste pela saída da filha de casa que diz que será um alívio não ter tantos vestidos pra passar. 
ISOLAMENTO
Esse mecanismo consiste em isolar, isto é, em separar um pensamento ou uma ação do seu contexto geral. O isolamento faz comque se considere aparentemente “separado” aquilo que na realidade permanece unido. Esse tipo de defesa observa-se particularmente nas neuroses obsessivas, onde o indivíduo conhece a causa dos sintomas mas não sabe conscientemente de qual vivencia provém. Os rituais destinam-se a anular algum impulso do id que se ache perigoso. Ex: não visitar a cidade onde perdeu um parente.
NEGAÇÃO
É também um mecanismos muito primitivo, desde o inicio existe a capacidade de negar partes desagradáveis da realidade em contrapartida da gratificação alucinatória dos desejos. As tentativas de negação têm como adversárias as seguintes funções do ego: percepção e memória. O desenvolvimento gradativo do ego e do principio da realidade reforça a experiência e a memória, lentamente enfraquecendo a tendência à negação. Quando acontece um severo prejuízo na função do juízo de realidade pode irromper uma psicose. Em menor grau, nos neuróticos, acontece a cisão parcial do ego que conhece a verdade e uma parte mais profunda se nega à essa observação. Ex: criança fecha o olho e acredita que está invisível. Ex: taxista repete: eu não minto.
PROJEÇÃO
É o mecanismo através do qual o individuo atribui a uma objeto externo suas próprias tendências inconscientes inaceitáveis para seu superego, percebendo-as então como características pertencentes à outras pessoa e não a si mesmo. Exemplo: Alguém que é muito avarento e sempre acham que vão lhe dar o troco a menos. Ou uma criança que vai a um zoológico e diz: vamos embora mamãe pois você está com medo dos leões. As pessoas tem a tendência de atribuir aos outros desejos e impulsos que lhe são inaceitáveis. Ex: tipos de preconceito, superstições. Quanto mais projeção menos o ego distorce a visão da realidade.
IDENTIFICAÇÃO PROJETIVA
PROJETA + IDENTIFICA
Quando a projeção volta-se pra si próprio, há uma identificação com o objeto do impulso. Ex: criança tem raiva do amigo e bate em si mesmo. No caso ao bater em si própria estivesse dizendo: “Eu sou ele, e é assim que eu vou bater nele”. A base da empatia é a identificação projetiva. Quando a mãe é capaz de identificar o choro do bebê. É sempre acompanhada de um identificação inconsciente. Eu me identifico com aquilo que eu projeto no outro, ou com o que é projetado em mim. Ex: um paciente chega me questionando coisas e no fim da sessão eu estou me sentindo culpada. Atualmente é entendida como uma forma primitiva de comunicação. 
Identificação introjetiva: identificação com o material projetado. Ex: óstea = corpo de Cristo. É visto em tribos primitiva que não enterram seus mortos, após cremarem o corpo, fazem uma infusão com as cinzas e bebem, acreditando que assim incorporam as virtudes do falecido.
REGRESSÃO
Dá-se o nome de regressão ao processo que conduz uma atividade psíquica a uma forma de atuação já superada, evolutiva e cronologicamente mais primitiva do que a atual. Exemplo: voltar a fazer xixi na cama, uso de fraldas, ou em adultos por exemplos doenças rápidas, que exigem uma parada, repouso. Também é vista quando o paciente infantiliza-se, por vezes é perceptível pelo tom de voz, ele regride a um movimento infantil frente à determinada dificuldade da vida adulta. A regressão da atuação do ego a um nível anterior ao amadurecimento pode ocorrer em qualquer período da vida. É um fenômeno produzido como consequência de uma grande decepção ou de um intenso temor, ou frente à grandes mudanças na vida. 
SUBLIMAÇÃO
Considerado um mecanismo de defesa bem sucedido. Atividade que substitui um impulso original (sexual ou agressivo) por uma atividade socialmente aceita. Harmonia entre id e ego. Isso constitui uma satisfação indireta. Por exemplo: em essência o instinto agressivo satisfeito poderia causar um desprazer (castigo, punição). Deste modo o instinto elege um novo fim, em relação a um outro objeto, seja pessoa ou coisa, capaz de conciliar as exigências do principio da realidade e do superego, e que além disso seja socialmente aceito. Na sublimação há uma fluidez do instinto, e ele é agradável.
VII. O aparelho psíquico (conclusão)
Na formação do aparelho psíquico nos primeiros anos de vida da criança, as pessoas às quem ela se apega tem posição central, de modo que as relações posteriores seguirão esse padrão de relacionamento. Seja essa relação permeada por amor ou ódio.
Relação de dependência - independência: criança por muito tempo é relativamente indefesa.
O temor objeto para psicanálise equivale: pessoa ou coisas do ambiente externo que passa a ser um objeto interno, pois se tornam psicologicamente significativas.
O primeiro objeto: corpo da criança – investimento da libido – auto-erotismo – narcisismo. 
Narcisismo:
- hipercatexia do eu
- hipocatexia dos objetos do ambiente
- relação patológica imatura com esses objetos
Primeiro objeto é parcial depois total. A atitude da criança com os primeiros objetos é totalmente egocêntrica. Ex: a mãe interessa ao bebê quando ele tem fome, a principio. De inicio a criança só catexiza partes do objeto: rosto da mãe. 
As relações de objeto iniciais são marcadas pela ambivalência de sentimentos, e posteriormente com o fenômeno de identificação com o objeto.
Primeiras relações objetais: pré-genitais ou pré-falicas: as relações da criança acontece conforme o papel desempenhado na vida libidinal da mesma, na fase que ela está vivendo. Ex: fase oral=seio da mãe, depois quando a criança se aproxima do pai
Quando a criança tem aproximadamente três anos as relações de objeto passam a ser mais intensas e decisivas de toda sua vida, seu ego já está mais integrado.
Relações totais: fase fálica: diferenciação eu-outro, o ego já está mais desenvolvimento e apresenta variações de sentimentos: ciúmes, medo, raiva, rivalidade.
As relações de objeto mais importantes são as que se agrupam sob o Complexo de Édipo: período de três a seis anos. É universal.
 Neste período a criança vive um conjunto de desejos amorosos e hostis em relação a seus pais. É um período muito importante para as identificações aspecto essencial na formação da personalidade e do sentimento de identidade.
O complexo de Édipo significa a combinação de amor pelo genitor do sexo oposto e ciúmes contra o genitor do mesmo sexo, combinação altamente integrada de atitudes emocionais que constitui o clímax do longo desenvolvimento da sexualidade infantil, por isso a configuração familiar é tão importante.
 O complexo de Édipo ideal reflete uma situação triangular, exemplo no caso do menino se falta o pai ou se o mesmo é fraco pode então resultar numa predisposição à feminilidade, pelo fato das crianças se identificarem mais com aqueles dos pais que se vê como fonte de frustrações decisivas.
No começo do período edipiano tanto menino quanto menina habitualmente mantém com a mãe sua relação de objeto mais forte. Existe um desejo de possui esse amor com exclusividade. Paralelamente existe o desejo de aniquilação dos rivais: pais e irmãos. Isso desperta ainda mais a ambivalência na criança, que odeia os rivais ao mesmo tempo que os ama e admira. A criança teme tanto a retaliação quanto a perda do amor em consequência de seu ciúme.
No menino: Por volta dos três anos o comportamento do menino em face a mãe sofre algumas alterações, o pai adquire para ele uma nova dimensão e o garoto vê nele um poderoso representante do mundo exterior. Ele desenvolve um sentimento de proteção para com a mãe, diante da qual tenta apresentar-se como um individuo forte e grande como o pai. Muitos demonstram tal amor pela mãe que se declaram como um “pequeno amante” desejando se casar com ela quando crescer. Isso o contrapõe ao pai em relação ao qual se sente ao mesmo tempo agressividade e admiração, tornando mais complexa uma situação que não seria tanto se houvesse simplesmente ódio pelo pai e amor pela mãe. Paralelo a esse sentimento de angustia o menino deseja ter a força e a potencia do pai, e dessa forma vive o complexo de castração, teme que lhe sejam “extraídos ou danificados” seu órgão genital, pois o pai real, ao mesmo tempo que está investido de amore admiração, também esta investido de sentimentos hostis e de competição. O pai precisa ser continente ao filho ao mesmo tempo em que mostre que o lugar ao lado da mãe é dele, e não do filho. Exemplo: gato e rato disputando a mãe.
Na menina: Na menina o curso é naturalmente diferente pois o seu primeiro objeto de amor é a mãe, que é do mesmo sexo que ela, e só depois ela passa a fixar-se no pai. Para Freud a menina vai descobrir a falta de um penis, o que pode ser fantasiado por ela como um castigo recebido, e pode gerar na menina um ódio pela mãe, pelo fato de na fantasia da menina ela imaginar que a mãe não lhe deu um ou retirou dela. Ela começa a sua aproximação ao pai, também com sentimentos de amor e rivalidade à mãe, desejando ser a namoradinha do pai. É daí que se fundam a base dos sentimentos de feminilidade e auto-estima, quando a menina pode perceber os olhares de encanto do pai, mas também a continência da mãe, através da identificação com ela. É a fase em que a menina geralmente experimenta “ser mulher” usando sapatos da mãe, maquiagem e acessórios. 
Com o término da fase edípica todos esses conteúdos são reprimidos, mas subsistem na consciência de forma disfarçada de devaneios, nas atividades sexuais adultas, criatividade, atividades sublimadas etc.
“Superpego é herdeiro do Complexo de Édipo”: é a partir dele que se formam as identificações com aspectos morais e proibitivos dos pais. As proibições se instalaram permanentemente dentro da mente e podem vigiar o id.
Funções do S.E:
· Aprovação ou desaprovação das ações
· Auto-crítica e auto-punição
· Capacidade de sentir culpa, desejo de reparação e arrependimento
· Auto-estima
Grande parte do superego é inconsciente, e a criança introjeta em parte o superego dos pais. O superego possui uma relação intima com as lembranças auditivas. Ex: a voz da consciência, delírios de perseguição.
Com a formação do superego o ego perde grande parte de sua liberdade de ação e permanece sob o domínio do superego.
Na adolescência o individuo tende a se diferenciar dos pais e se identificar com outros modelos (ídolos) introjeção do superego deles, porém o núcleo será sempre do modelo edipiano.
Não é só a severidade dos pais que determina a severidade do superego mas também a intensidade dos próprios impulsos hostis da criança.
Quando existe uma ação cujo efeito é a desaprovação do superego, o ego teme e reage com ansiedade:
1º ansiedade pelo medo da perda do objeto
2º perda do amor pelo objeto
3º temor à castração
4º desaprovação do superego (sentimento de culpa)
Ex: boca de mãe é sagrada.
O Superego possui duas características inconsciente: 
· Lei de Talião: olho por olho, dente por dente: conceito de justiça primitivo: a punição ou maldade consiste em fazer com que o mal feitor sofra o mesmo mal que infligiu.
· Quando há falta de discriminação entre o desejo e a ação (o superego castiga tanto um quanto o outro)
Também é comum a necessidade do superego de punição. Ex: criminoso deixa pistas, com isso se torna aliado da lei. O criminoso pode ter culpa ou não (psicopata) mas ele tem a noção de certo e errado.
Relação entre superego e psicologia de grupos: Certos grupos se mantém unidos porque os componentes do grupo introjetam ou se identificam com a pessoa do líder. Ex: Nazismo.
Conclusão: “O superego surge em consequência da introjeção das proibições e exortações paternas na fase edípica e pelo resto da vida sua essência inconsciente continua sendo a proibição dos desejos sexuais e agressivos, apesar dos acréscimos e alterações que sofra mais tarde. (infância – adolescência – vida adulta)”. 
VIII. As parapraxias e o chiste
Parapraxias = atos falhos, lapsos 	Chistes = piadas
Temas da psicopatologia da vida cotidiana: lapsos, chistes, sonhos, psiconeuroses. Esse fenômenos na mente popular eram atribuídos ao acaso e chamados de “acidentes”. 
“um lapso verbal delata o verdadeiro estado da mente”
Depois foram considerados como influências de espíritos maus e maliciosos, impressor da bíblica ato falho: cometerás ao invés de não cometerás.
Para Freud os lapsos são resultado de uma ação proposital ainda que inconsciente.
· Lapsos: “um lapso verbal delata o verdadeiro estado da mente”. De modo geral esses fenômenos são atribuídos ao acaso. Lapso como esquecimento = ligação com a repressão. Significado: pensamento ou desejo que é revelado pois não foi reprimido com tanta intensidade.
Exemplo: quando o paciente esquece de um minuto para o outro algo que considera importante e que conscientemente deseja lembrar.
Porque alguém haveria de esquecer de alguma coisa que “não há razão” para esquecer???
(esquecimento = culpa, ansiedade, ambas)
Ou seja, o esquecimento é uma “capacidade suspeita” a mente na verdade precisa reprimir.
As contracatexias repressivas do ego dirigem-se mais contra o superego do que contra o id.
Só se tem acesso ao significado do ato falho pelas associações da própria pessoa.
Exemplo pagina 142.
· Lapsos de escrita: falha na repressão total de algum pensamento ou desejo inconsciente, o significado oculto de expressa claramente no ato falho: Ralatório em vez de relatório. Advogado em relação a seus clientes: contam-lhe seus problemas mais intermináveis aos invés de seus problemas mais íntimos. Aluna que escreve ET para a paciente que se sentia muito estranha.
O cansaço, desatenção, pressa ou excitação são facilitadores na ocorrência dos lapsos, pois facilitam o transito dos processos incs.
No entanto, para Freud eles tem uma função acessória, coadjuvante. Segue analogia: Se um homem fosse assaltado e roubado em uma rua escura e solitária, não diria que fora roubado pela escuridão ou pela solidão. Foi roubado por um ladrão, que encontrou um ambiente propicio (escuridão e solidão). Ou seja, os processos mentais ics são sempre condição necessária para um lapso.
Mecanismo psíquico do Lapso
Lapsos associados ao processo primário: condensação, deslocamento, analogia, representação do todo por uma parte.
A pessoa é causadora, responsável pelo acidente. Ex: alguém foi atingido por um raio durante uma tempestade elétrica, deveríamos pensar que tal fato foi acidental, afinal ninguém pode prever onde vai cair o raio! No entanto, soube-se que a vitima estava sentada em baixo de uma árvore isolada e perto de uma corrente de aço que prendia os galhos. A vitima estava mesmo que ics facilitando que tal situação ocorresse. Se pudermos obter as associações e cooperação do paciente podemos entender a razão pela qual ele possa ter induzido tal acidente. O que ocorre é que a consciência parcial da intenção é geralmente reprimida. Exemplo pagina 149
 Ação do superego nos lapsos: muitos acidentes são inconscientemente tencionados a causar perdas devido a necessidade inconsciente de punição. Ex: trocar o nome da esposa.
Por vezes um acidente reúne “crime e castigo”.
Na análise certamente os atos falhos são materiais de trabalho, para paciente e analista. O lapso escapou (falha do ego) em integrar as forças instintivas e a ação do superego. Os lapsos são causados por certa falha no ego em integrar de modo harmonioso as forças do id e do superego que estão ativas na mente. 
A parapraxia ocorre apesar do ego.
Chistes
Definição de Chiste: A palavra chiste, oriunda do alemão Witz, significa “gracejo”, e é encontrada na obra de Freud, que o define como uma espécie de válvula de escape de nosso inconsciente, utilizado para dizer, em tom de brincadeira, aquilo que verdadeiramente se deseja. Isto é possibilitado pelo chiste ao conectar arbitrariamente, duas ideias, contrárias, através de uma associação verbal. (piadas, anedotas, trocadilhos) Função do chiste: dar transito livre a modos de pensamentos usuais no inconsciente.
“Toda brincadeira tem um fundo de verdade”
Habilidade de encontrar similaridades entre coisas dessemelhantes, ou escondidas.
O jogo de ideias, fusão com rapidez varias ideias, o chiste contém particularidades de origens, cidades, países e pessoas.
De cultura: Anedota de Judeu: Dois judeus se encontram no balneário. Um deles pergunta: Você tomou um banho?O outro responde: o que? Há um faltando??
O autor de uma piada faz uma regressão parcial, exprime a ideia de acordo com o processo primário, e a plateia compreende a piada também devido a uma regressão temporária do pensamento ao processo primário. 
O contador de piadas sabe que, depois que o auditório começa a rir qualquer coisa em seguida bastará para provocar mais risos. Também se houver ingesta de álcool o contador de piada ficará mais engraçado.
O chiste muitas vezes considera algo de peculiar, uma cultura, uma língua e portanto só pode ser compreendida por quem se identifica com aquele código. Ex: Piadas do Oscar
Geralmente os chistes tem conotação hostil ou sexual. Para ser boa a piada não basta ter um tom inteligente, tem que ter uma “ponta de malícia.” Ex: galã da novela das 7
Quando um conteúdo é transmitido de forma espirituosa é bem possível que a reprovação do superego seja evitada.
O prazer do chiste provém de duas fontes: a substituição regressiva do pensamento de processo secundário para primário. E como consequência a liberação dos impulsos que em outras circunstâncias seriam controlados ou proibidos.
A substituição do processo secundário pelo primário resulta, por si só, em uma certa reserva de energia psíquica, que fica assim disponível para uma descarga imediata, na forma do riso. Ou seja, os impulsos que seriam reprimidos, são momentaneamente libertados.
 O prazer do chiste provém de suas fontes diferentes:
· Substituição do processo secundário pelo primário (característica infantil, se libertar das repressões da vida adulta)
· Liberar impulsos reprimidos (descarga em forma de riso)
Porque eles existem afinal? Porque a cultura e a educação não nos permite viver a intensidade de nossos impulsos. Os chistes não criam compromissos, não evitam a inibição, permitem uma descarga pelo jogo de palavras.
Isso acontecia muito com as músicas da ditadura. “PAI AFASTA DE MIM ESSE CÁLICE” na verdade quer dizer: “PAI AFASTA DE MIM ESSE CALE-SE”.
O lapso acontece apesar do ego e o chiste é e permissão do ego para uma regressão temporária.
IX. Sonhos
O livro a Interpretação dos Sonhos (1900) foi um obra tão revolucionária quanto a Origem das Espécies de Darwin.
Prefacio do próprio Freud: Este livro contém a mais valiosa de todas as descobertas que tive a sorte de fazer. Um discernimento dessa natureza só acontece a gente uma vez na vida.
Em nenhum outro fenômeno da vida psíquica normal os processos inconscientes da mente são revelados de forma tão acessível e clara ao estudo. “Os sonhos são verdadeiramente uma estrada real que leva ao inconsciente”. 
Dormir resulta em sonhar e sonhar é uma necessidade neurofisiológica. O sonho é o guardião do sono.
Durante o sono ocorre uma profunda regressão do funcionamento do ego a um nível característico de uma infância muito remota. O pensamento se processa mais a maneira do processo primário e é essencialmente pré-verbal. Os sonhos consistem em grande parte em imagens sensoriais que são primordialmente visuais. 
Há uma incapacidade temporária do ego reconhecer estímulos internos e externos. 
Todo mundo sonha? Todas as noites sonhamos?
As descobertas de Freud, de que os sonhos têm um conteúdo psicológico fundamental, revolucionaram o estudo da mente. Antes, os sonhos eram tidos como meros efeitos de um trabalho desconexo, provocados por estímulos fisiológicos. Os conhecimentos desenvolvidos por Freud trouxeram os sonhos para o campo da Psicologia e demonstraram que estes são tão somente a realização de desejos, disfarçados ou não, satisfeitos em pleno campo psíquico. 
Foi através da análise dos próprios sonhos que Freud começa a entender o Complexo de Édipo.
 Sonhos= atividade mental inconsciente. Ele revela principalmente os processos e conteúdos que foram reprimidos ou excluídos da consciência pelas atividades defensivas do ego.
A experiência subjetiva que aparece na CS durante o sono e que após despertar chamamos de sonho é apenas o resultado final de uma atividade mental inconsciente. É o fenômeno total.
Os sonhos se utilizam do conteúdo manifesto para representar o latente. O manifesto são as imagens, visuais, latente são os impulsos, desejos. Ex: imagem de um onça (manifesto) representando uma emoção (raiva, ódio, agressividade) experiência que pode ser expressa da forma de uma imagem.
Composição do Sonho:
Conteúdo Latente Conteúdo Manifesto
	Inconsciente
	Consciente
	Significado do sonho
	Significante (palavra)
	Idéia Original
	Disfarces
	Processo secundário (elaboração)
	Processo primário (descarga)
Na análise: entender o latente a partir do manifesto.
Ex: Sonho da criança que ganha um irmão (livro p.166)
O sonho manifesto é a versão altamente condensada dos pensamentos, sensações e desejos que compõe o conteúdo latente do sonho. No Sonho manifesto há uma formação de compromisso: compromisso entre as forças opostas do conteúdo latente do sonho (impulsos) e das defesas do ego.
O processo de sonhar:
· Evidências sensoriais noturnas: som despertador, sede, fome, urgência de urinar, calor, frio, dormência, posição incômoda. Tudo isso pode constituir parte do conteúdo latente do sonho. A maioria desses estímulos não perturbam o sono, as vezes nem a ponto de antecipar a formação de um sonho. Há pessoas que dormem durante uma tempestade violenta sem acordar ou sonhar com isso, apesar da audição estar funcionando. Ou a pessoa pode ter o efeito de acordar por causa de uma impressão perturbadora mas nem assim sonhar. Exemplo: o sono leve dos pais quando o filho esta doente. 
· Restos diurnos (preocupações, atividades do dia presente): sentimentos de esperança ou medo, pessoas ou situação com os quais se deparou, orgulho ou humilhação, pensamentos sobre a festa da noite anterior, uma tarefa não concluída, um interesse corrente.
· Impulsos do id (em forma original forma banidos ou não gratificados) PARTE ESSENCIAL do conteúdo latente pois provém do que foi reprimido. Dessa parte provém a maior parcela da energia psíquica necessária ao sonho.
O processo de sonhar é em essência um processo de satisfação (parcial) de um impulso do id + fantasia. (sonho da criança com amoras)
A fantasia é um substituto já que a mobilidade da libido está bloqueada pela repressão. Os disfarces e as distorções do sonho são frequentes e necessárias para a formação do sonho, e as vezes tão tamanhas que tornam o aspecto da relação do desejo irreconhecível. E quando o disfarce e a distorção se revelam intensamente chamamos de pesadelo. (sonho do elevador que cai)
A catexia ativa o aparelho psíquico que passa a realizar a elaboração do sonho, conseguindo uma descarga parcial por meio da imagem da fantasia que satisfaz o desejo e constitui o sonho manifesto. Porque realiza-se parte dos desejos e não todos?
Processo de Elaboração de um sonho:
· A Realidade é a própria essência de formação do sonho através dos mecanismos de deslocamento e condensação (forma os disfarces) Funciona como se fosse uma tradução da linguagem do processo secundário para o primário.
· Atividades defensivas do ego = censura dos conteúdos. Musicas de Chico Buarque
· Elaboração secundária: contar o sonho, associar = tradução do sonho: tradução do sonho para o processo primário do conteúdo latente que o sonho originalmente se expressa pelo processo secundário. A representabilidade do sonho se dá por imagens visuais. Ex: sonho no filme divertidamente.
· Durante um sonho um elemento de material reprimido tem mais probabilidade de se tornar consciente porque há um relativo enfraquecimento das defesas do ego e da prova da realidade.
· O sonho manifesto por vezes é uma miscelânea de fragmentos que aparece sem relação aparente que parece não ter qualquer sentido e muito menos representar uma realização de um desejo. Outras vezes o disfarce e a distorção revelam-se tão intensamente que o sonho manifesto torna-se uma realidade apavorante, e desagradável.
· O sonho é o resultado final de um processo que visa à fantasia de satisfação de um desejo,expresso de outra maneira, de modo a descarregar a energia psíquica evitando que a pessoa acorde. 
· Não é surpreendente que o sonho manifesto não seja imediatamente compreendido nem mesmo para a própria pessoa que sonhou.
O sonho e as defesas
Censor onírico: Freud comparou essa parte onírica do ego com o inconsciente ao de um “censor de noticias com amplos poderes para suprimir qualquer trecho que ele julgue inconveniente”. Durante o sono, portanto, os mecanismos de defesa do ego tentam barrar as fontes de desprazer do acesso à consciência. Ou seja, o ego não pode impedi-lo mas pode influir na atividade do sonho, tornando o sonho manifesto distorcido de maneira irreconhecível, quase ininteligível. 
Mecanismo defensivo do ego – dividido em:
Condensação  – O trabalho do sonho tem sempre por finalidade formar uma imagem única que presente simultaneamente todos os componentes do conteúdo latente, o que pode ser feito por omissões, fusão, neologismo e etc.
Deslocamento – É uma obra da censura dos sonhos e opera de duas maneiras: Substituição de um elemento por outro mais remoto e outra maneira é quando o acento é mudado de um elemento importante para outros sem importância.
Exemplo: eu sonhei que estava em uma selva e que eu era um macaco e surrava com vários murros um leão (isso é o manifesto - imagens do sonho). Mas na verdade (latente) é que no dia anterior o meu chefe brigou comigo e eu não pude revidar. Logo, o sonho – como realização de um desejo – fez com que eu me transformasse em um “macaco” (insignificante) e meu chefe em um “leão” (o rei da selva), porém, no sonho, eu (macaco) consegui esmurrar o meu chefe (leão).
No sonho manifesto ocorre o que Freud chamou de formação de compromisso: compromisso entre as pulsões do id e as defesas do ego que permitem somente uma gratificação parcial e tolerável daquelas pulsões. Exemplo página 173-174.
SONHO E ANSIEDADE
Durante muito tempo os críticos tentaram contestar o pensamento de Freud de que todo sonho é a realização de um desejo. Existe uma classe de sonhos em que a ansiedade é um traço predominante do conteúdo manifesto, são chamados de sonhos ansiosos (pesadelos).
Nos pesadelos houve uma falha nas atividades defensivas do ego, ou seja, apesar dos esforços da defesa, o conteúdo latente do sonho consegue penetrar de maneira mais intensa ou direta do que o ego pudesse tolerar. Consequentemente o ego reage com ansiedade. Geralmente esses sonhos estão relacionados com fantasias edípicas, não raro o terror e a gratificação sexual estão presentes. 
Outro tipo de sonhos: são de punição: o ego antecipa a culpa, a condenação do superego, e no lugar da fantasia de satisfação, é expresso o desejo reprimido como necessidade de punição. Ex: sonho do filme crime e castigo. 
Os sonhos nos suscitam a percepção de extrema realidade, isso ocorre porque no sono ocorre uma profunda regressão do funcionamento do ego, consequentemente a “perda” da noção de realidade. Freud dizia que os sonhos se assemelham muito às alucinações. Isso ocasiona uma tendência a surgirem imagens pré-verbais, visuais, e uma incapacidade transitória de reconhecer se elas advém dos estímulos internos e externos.
SIMBOLOGIA ONÍRICA
Simbolização – durante algum tempo Freud acreditou que haveria uma linguagem simbólica e universal, de tal sorte que um mesmo símbolo teria o mesmo significado para todos (por exemplo, o aparecimento de uma serpente em qualquer sonho seria sempre um símbolo fálico). Porem aos poucos ele foi considerando que o símbolo onírico corresponde a significados oníricos de cada individuo e, também, das suas respectivas repressões (assim, aquela hipotética “serpente” do sonho pode, para alguns de fato, representar um pênis, enquanto para outros pode representar uma pessoa má, pérfida, traiçoeira).
 
A tarefa de interpretar sonhos limita-se praticamente à terapia psicanalítica, uma vez que requer a aplicação da técnica psicanalítica, é um processo técnico. Mas também outras ciências se utilizam, ex: homeopatia.
Até aqui cai na prova

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