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Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica Metalurgia Extrativa e Siderurgia Tomo II Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 5. PROCESSOS SIDERÚRGICOS 2 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 5. Processos siderúrgicos 5.1 Fabricação do Ferro Gusa; 5.2 Fabricação do Aço; 5.3 Processos de Redução Direta; 5.4 Fundição Contínua. 3 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 4 5.1 Fabricação do Ferro Gusa A indústria siderúrgica abrange todas as etapas necessárias para, a partir das matérias primas, produzir-se ferro e aço. Figura 6.1. O processo clássico - “alto forno” - ferro-gusa” - aço. Figura 1. Matérias-primas da indústria siderúrgica: 1. Minério de ferro – essencial, pois dele se extrai o ferro. 2. Carvão – combustível, redutor do minério e fornecedor de carbono. 3. Calcário – fundente. 5.1 Fabricação do Ferro Gusa; 5.2 Fabricação do Aço; 5.3 Processos de Redução Direta; 5.4 Fundição Contínua. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 5 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 6 Minério de Ferro Composto – óxido, carbonato e sulfetos – raramente ocorre forma nativa. Principais Minérios: 1. Magnetita (Fe 3 O 4 ) – 50 a 70% de ferro, cinza escuro e propriedades magnéticas. 2. Hematita (Fe 2 O 3 ) – 45 – 68% de ferro, avermelhado. É o tipo mais comum de minério. 3. Limonita (2Fe 2 O 3 H 2 O) – 20 a 50% de Fe – hematita hidratada – cor marrom. 3. Siderita – pouco comum – carbonato (FeCO 3 ) - 10 a 45% Fe. 4. Pirita – pouco comum – sulfeto (FeS 2 ) sem interesse metalúrgico. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Os minérios são geralmente lavados a céu aberto. Beneficiado por fragmentação, britagem, moagem e pulverização, seguida de classificação por peneiramento, concentração por separação magnética. Eventualmente passa por processo de preparação como calcinação e ustulação. Finalmente, aglomerado por pelotização e sinterização. 7 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 8 Ferro Primário Fontes de Ferro 5mm<Pelotas<18mm 5mm<Sinter<50mm 6mm< Minério granulado <40mm Em detalhe Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 9 Processo de Pelotização Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo de Sinterização 10 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo de Sinterização 11 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 12 Fundente Função: Combinar-se com as impurezas (ganga) do minério e com as cinzas do carvão, formando as escórias. 1. Principais fundentes: 1. calcário (CaCO 3 ) calcina no forno formando cal (CaO), que atuará no acerto da escória. 2. Fluorita - Matéria-prima importante em siderúrgica. Agente fluidificante da escória. 2. Caraterísticas: 1. CaF 2 – 86 – 92% 2. SiO 2 – 5% máximo 3. BaSO 4 – 2% máximo 4. S – 0,3% máximo Aciaria Alto forno CaO 50% 48% MgO máximo 3% 10% SiO2 máximo 2.6% Até 5% Al2O3 máximo 1% 1,5% P máximo 0.05% 0,05% S máximo 0.05% 0.05% Fe2O3 Até 3% Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 13 Carvão Combustível utilizado no alto-forno: 1. Coque; 2. Carvão de madeira. Carvão Coque – é o produto sólido da destilação de uma mistura de carvões realizada a em torno de 1100 o C em fornos chamados coquerias através da “coqueificação”. O processo de coqueificação consiste no aquecimento do carvão mineral na ausência da ar. Carvão – Mineral – restos de matéria vegetal que se decompõe com o tempo, na presença de umidade, ausência de ar e variação de temperatura e pressão, por ação geológica, transformando–se através de milênios, progressivamente, em turfa, linhito, carvão sub–betuminoso, carvão betuminoso, semi–antracito e antracito. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 14 Seqüência de operação Coqueria Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 15 Detalhes do processo Típica Bateria de coqueificação Coque incandescente pronto para ser descarregado Coqueria Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 1. O coque ou o carvão de madeira são introduzidos no alto- forno em vez do carvão de pedra ou da lenha – resistência suficiente para suportar a carga. – Temperaturas mais elevadas são atingidas(menos infamáveis). – Na coqueificação origina-se uma série de derivados de grande valor tecnológico e comercial. – No alto–forno todos os componentes voláteis formados escapariam. 2. A destilação dá origem aos produtos carbo-químicos (gases, vapores condensáveis, benzol, alcatrão, etc) que são comercializados pelas siderúrgicas. O gás de coqueria é um importante insumo para a própria usina. 3. Principais produtos obtidos a partir da destilação do carvão mineral – Figura 3. 16 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 17 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Coqueria O Papel do Coque no Alto Forno 1. Fornecer o calor necessário às necessidades térmicas do processo ou seja – fornecedor de carbono para a combustão; 2. Produzir e "regenerar" os gases redutores – Fornecedor de carbono para a redução do óxido de ferro; 3. Carburar o ferro gusa – fornecedor de carbono como principal elemento de liga do ferro gusa; 4. Fornecer o meio permeável nas regiões inferiores do forno onde o restante da carga está fundida ou em fusão. 18 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Produção do Ferro Gusa – Alto Forno 1. O alto forno é um forno de cuba que operado em regime de contra corrente. 2. No topo do forno o coque, calcário, e o material portador de ferro (sinter, pelotas e minério granulado) são carregado em diferentes camadas. 3. A carga sólida, alimentada pelo topo, desce por gravidade reagindo com o gás que sobe. 4. Na parte inferior do forno o ar quente (vindo dos regeneradores) é injetado através das ventaneiras. 5. Em frente asventaneiras o O 2 , presente no ar, reage com o coque formando monóxido de carbono (CO) que ascende no forno reduzindo o óxido de ferro presente na carga que desce em contra corrente. 19 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 20 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 21 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 22 Alto Forno John A. Ricketts, Ispat Inland, Inc. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 23 O alto-forno – Figuras 4, 5 e 6. 1. Diâmetro do cadinho – 10 m 2. Altura do cadinho – 4 m 3. Número de ventaneiras – 20 a 32 4. Altura da rampa – 4 m 5. Diâmetro da rampa – até 10,5 m 6. Cuba-altura – 25 m 7. Altura do alto-forno (total) – 30 m 8. Acessórios: 1. Coletor de poeira 2. Lavadores 3. Estufas ou regeneradores – 7. 4. Instrumentos de controle e medida: medidor de vazão, manômetros, registradores, pares termoelétricos, registrador de nível de carga, etc. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 24 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 25 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 26 Operação do alto-forno: aquecimento dos regeneradores para aquecer o ar para secar o alto-forno (10 a 15 dias – 6000C) ou pela queima de carvão de madeira ou coque. A primeira carga - mais coque para acelerar o aquecimento do revestimento refratário. A seguir é feito o aumento da proporção de outros elementos constituintes da carga até atingir o normal. – Figura 8. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A A matéria prima requer de 6 a 8 horas para alcançar o fundo do forno (cadinho) na forma do produto final de metal fundido (gusa) e escória líquida (mistura de óxidos não reduzidos). Estes produtos líquidos são vazados em intervalos regulares de tempo. Uma vez iniciada a campanha de um alto forno ele será operado continuamente de 4 a 10 anos com paradas curtas para manutenções planejadas. 27 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 28 Alto Forno Minério Coque Zona Granular Zona de Amolecimento e Fusão Zona de Coque Ativa Camada em Amolecimento e Fusão Zona de Combustão Cadinho Zona de Gotejamento Zona de Coque Estagnado Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 29 As Temperaturas mais elevadas – ventaneiras (1.800 0 C – 20000C). 1. C + O 2 CO 2 originando grande quantidade de calor. O CO 2 em contato com o coque incandescente tem-se: 1. CO 2 + C 2CO CO – elemento redutor. A carga sofre uma secagem (água higroscópica e água de hidratação). Decomposição dos carbonetos do calcário dá-se a aproximadamente 800 0 C. 1. CaCO 3 CaO + CO 2 2. MgCO 3 MgO + CO 2 1. O CO e o carbono atuam como agente redutor: 1. 3Fe 2 O 3 + CO 2Fe 3 O 4 + CO 2 2. Fe 3 O 4 + CO 3FeO + CO 2 3. FeO + CO Fe + CO 2 ou Fe 2 O 3 + 3C 2Fe + 3CO 2. Logo acima das ventaneiras ocorrem as seguintes reações: 1. Fe 2 O 3 + 3C 2Fe + 3CO 2. Mn 3 O 4 + C 3MnO + CO 3. MnO + C Mn + CO 4. SiO 2 + 2C Si +2CO 5. P 2 O 5 + 5C 2P + 5CO 6. FeS + CaO + C CaS + Fe + CO 3. E na rampa: 1. 3Fe + C Fe 3 C 2. 3Fe + 2CO Fe 3 C + CO 2 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 30 Processo Temperatura (°C) H (kJ/Kmol) Evaporação da umidade 100 + 6,490 Remoção da água de hidratação 120 - 300 + 7,955 Remoção do CO2: 3 MnCO3 Mn3O4+CO2+CO 3 FeCO3 Fe3O4+CO2+CO FeCO3 FeO+CO2 > 525 380 - 570 > 570 + 363,791 + 236,973 + 112,206 Redução do Fe2O3 a Fe3O4: 3Fe2O3+CO Fe3O4+CO2 400 - 550 - 52,854 Remoção do CO2: MgCO3 MgO+CO2 MgCO3 . CaCO3 MgO . CaO+CO2 400 - 500 400 - 750 + 114,718 + 304,380 Decomposição do CO: 2CO CO2+C 450 - 600 - 172,467 Redução do Fe3O4 a FeO: Fe3O4+CO 3FeO+CO2 570 - 800 + 36,463 Remoção do CO2: CaCO3 CaO+CO2 850 - 950 + 177,939 Redução do FeO a Fe: FeO+CO Fe+CO2 650 - Ts - 17,128 Reação de Boudouard: CO2+C 2CO > 900 + 172,467 Fusão da escória primária 1100 + 921,1 (kg slag) Dissolução do CaO na escória primária 1250 + 1046,7 (kg Fe) Combustão do Ccoque: Ccoque+O2 CO 2Ccoque+CO2 2CO Ccoque+0.5O2 CO 1800 - 2000 2000 - 1450 1550 - 406,120 + 172,467 - 116,83 Alto Forno Reações químicas típicas do Alto Forno Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 31 1. As reações de formação da escória são mais complexas. A escória resulta da combinação de CaO e do MgO do calcário com a ganga do minério e as cinzas do carvão. 2. Ganga do Minério: Sílica SiO 2 , Alumina Al 2 O 3 , Sulfeto de cálcio CaS, Cal CaO, Magnésia MgO, Óxido de ferro FeO, Óxido de Titânio TiO 2 , Óxido de Manganês MnO 2 , Sulfeto de Manganês MnS, Óxido de Zn ZnO e Óxido Pb PbO 2 3. Cinzas do carvão: SiO 2 e S 4. Constituintes da escória: CaO.SiO 2 , 2CaO.SiO 2 , FeO.SiO 2 , Al 2 O 3 .SiO 2 , MgO.Al 2 O 3 , CaO.Al 2 O 3 etc. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 5. Os produtos do alto forno são o gusa (que segue para o processo de refino do aço), a escória (matéria-prima para a indústria de cimento), gases de topo e material particulado. 6. Produtos do Alto-Forno: 1. Ferro gusa: C – 3-4,5%, Si – 0,5-4,0%, Mn – 0,5-2,5%, P – 0,05- 2%, S – 0,02% máx. 2. Escória: SiO 2 – 29-38%, Al 2 O 3 – 10-22%, CaO + MgO – 44-48%, FeO + MnO – 1-3%, CaS – 3-4% 3. Gás do alto-forno: CO 2 – 13%, CO – 27%, H 2 – 3%, N 2 – 57% 32 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Alto Forno As condições termodinâmicas existentes no interior do reator promovem a incorporação de algumas impurezas ao gusa líquido e separa outras na fase escória e gás. 33 COQUE MINÉRIO Fe2O3 MnO2 P2O5 K2O SiO2 CaO Al2O3 ESCÓRIA GUSA Fe3O4 FeO FeO Fe (99%) Si (10%) SiO2 CaO Al2O3 P2O5 P (95%) G Á S K2O G Á S C C(12%) G Á S Mn (70%) MnO G Á S Mn3O4 MnO Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 34 1. Técnicas para aumentar a produção do alto-forno: 1. Elevação da temperatura do ar soprado e controle de sua umidade; 2. Injeção de combustível através das ventaneiras; 3. Adição de oxigênio no ar; 4. Operação a alta pressão. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 35 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Produção de ferro primário 1. ALTO FORNO é um processo de redução em forno de cuba para a produção de metal líquido (gusa) a partir de pelotas, sinter, minério granulado e coque. 2. COREX ® é um processo de redução em forno de cuba para produção de metal líquido a partir de pelotas, minério granulado e carvão não coqueificável. 3. FINMET® é um processo de redução direta em leito fluidizado utilizando finos de minério de ferro e gás natural, gerando um produto com 92% de metalização. 4. MIDREX® e HyL são processos de redução em forno de cuba utilizando gás redutor rico em CO para a produção de ferro esponja a partir de pelotas e minérios granulado. 36 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Pré-tratamento do gusa 1. De forma a maximizar a produtividade do Conversor LD ou Forno a Arco Elétrico (EAF) e minimizar os custos de refino é importante executar um pré-tratamento do gusa antes da fase de refino. 2. O pré-tratamento do gusa inclui: 1. remoção de enxofre; 2. remoção de Silício; 3. remoção de fósforo; 4. processos para redução do teor de Va, Cr, Ti e Mn. 37 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 38 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 39 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 5.2 Fabricação do Aço 1. A produção do aço líquido se dá através da oxidação controlada das impurezas presentes no gusa líquido e na sucata. 2. Este processo é denominado refino do aço e é realizado em uma instalação conhecida como aciaria. 3. Aço – Liga ferro-carbono contendo geralmente 0,008% até 2,11% de carbono, além de certos elementos residuais, resultantes dos processos de fabricação. 1. Impurezas normais no ferro gusa – Si, Mn, P, S. 2. Aços – baixos teores de C, Si, Mn, P, S. 3. Redução desses teores – processo de oxidação. 40 5.1 Fabricação do Ferro Gusa; 5.2 Fabricação do Aço; 5.3 Processos de Redução Direta; 5.4 Fundição Contínua. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Classificação dos processos de obtenção do aço: 1. Conforme o agente oxidante utilizado: 1. Processos pneumáticos – Agente oxidante: ar e oxigênio. Figuras 9 e 10. 2. Processos Siemens Martin, elétrico, duplex, etc. – Agente oxidante de natureza sólida. 2. Conforme o tipo de aço desejado: 1. Processos ácidos – diminuídos ou removidos facilmente: C, Si, Mn – o mesmo não acontece com P e S 2. Processos básicos – todos os elementos podem ser reduzidos aos valores desejados. 41 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 42 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 43 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 1. O refino do aço normalmente é realizado em batelada pelos seguintes processos: 1. Aciaria a oxigênio – Conversor LD (carga predominantemente líquida). 2. Aciaria elétrica – Forno elétrico a arco – FEA (carga predominantemente sólida). 44 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Aplicações típicas dos aços. – Figura 6.11 45 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 46 1. Oxidação de ferro gusa. Compostos intermetálicos com o ferro que comprometem o desempenho do produto final. 1. FeS – sulfeto de baixo ponto de fusão que se precipita e segrega nos contornos de grão e que fundem à temperatura de forjamento, provocando o surgimento da “fragilidade a quente”. 2. Fe 3 P – fosfeto de elevada dureza, que faz surgir a “fragilidade a frio”, impedindo o sucesso dos processos de conformação a frio. 3. Fe 3 C – carbeto de elevadíssima dureza. Os teores desses elementos devem ficar em níveis abaixo dos que caracterizam o ferro gusa. – Oxidação pela passagem de oxigênio (puro ou do ar) em meio à massa de ferro gusa em estado líquido (aproximadamente 1600 0 C). 2. Tabela 6.4. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 47 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 48 1. As reações de oxidação do carbono, silício manganês, fósforo e enxofre são nitidamente exotérmicas, o que permite a manutenção da temperatura sem o auxílio de combustão paralela – queima de combustível. 2. O fósforo apresenta reação de oxidação menos viável e, visto que a oxidação é de caráter preferencial, será esse o elemento de mais difícil oxidação, com redução restrita de seu teor. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Fabricação do Aço: Processos Pneumáticos 1. Processos Pneumáticos 1. Conversores ácidos ou básicos dependendo do tipo de escória e de refratário utilizados. 1. Ácidos – ferro gusa com teor desprezível de fósforo. – Escória e refratário ácidos (sílica SiO 2 ). 2. Básicos – ferro gusa com elevado teor de fósforo. – adição de cal (CaO) como fundente para escorificar o fósforo. – Escória e refratário básicos ( à base de dolomita ou magnesita) 49 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 1. As reações podem elevar a temperatura do banho de 1300 0 C (gusa líquido) para 1600 0 C aço líquido) limitando a reciclagem de sucata de aço para um máximo de 10% em peso. 2. O tempo de oxidação (período de sopragem) é da ordem de 15 minutos. 3. O uso do ar como veículo do oxigênio poderá provocar um aumento no teor de nitrogênio que, em certos casos, poderá ser prejudicial. 50 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Fabricação do Aço: Processos Pneumáticos 1. Conversor Bessemer – Figura 6.13. 1. Capacidade: 25 a 30 T. 2. Natureza: ácida – sílico-aluminoso. 3. Carga: sucata, casca de óxido, minério (se desejado) e gusa líquido. 4. Fim do sopro: coloração da chama (curta e transparente). 5. Fortes desoxidantes: Fe-Si, Al e Al e C – Aços acalmados – Acrescentar elementos de liga (raramente). 6. Controle problemático, processo rápido: Temperatura alta (excesso de O 2 e N 2 ). 51 Prof.Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 52 Gusa Aço Aço Acalmado Carbono (%) 4,0 a 4,5 Menor 0,10 Mais 0,10 Silício (%) 1,10 a 1,50 Menor 0,005 0,10 a 0,30 Manganês (%) 0,40 a 0,70 Menor 0,50 0,35 a 1,25 Fósforo (%) 0,090 max. 0,08 0,08 Enxofre (%) 0,030 max. 0,025 0,025 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 53 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 54 Processos Pneumáticos - Continuação 1. Conversor Thomas 1. Capacidade – 40 T. 2. Natureza – básica – dolomita. 3. Antes da coloração da gusa no conversor o ferro e dessulfurado pela adição de “barrilha” ou carboneto de sódio e a escória é retirada. No conversor adiciona-se cal (130kg/t) e em seguida carrega-se o gusa. 4. Característicos físicos e o sistema de sopragem são semelhantes, em princípio, aos do conversor Bessemer. Figura 11. Gusa Carbono (%) 3,50 a 3,80 Silício (%) 0,25 a 0,50 Manganês (%) 0,40 a 1,00 Fósforo (%) 1,70 a 1,90 Enxofre (%) 0,08 max. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 55 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 56 Processos Pneumáticos - Continuação 1. Conversor de sopro lateral. 1. Capacidade - 2,5 T. 2. Natureza – ácida - revestimento silicoso. – Conversor Tropenas. 3. Usado em fundições. 2. Oxidação com oxigênio puro: 1. Evita o aumento de nitrogênio nos aços. O tempo de sopragem será maior e permite uma adição de até 20% de sucata na carga, sem necessidade de queimar combustível. 2. Capacidade máxima entre 50 e 100 toneladas. 3. Principais processos: 1. Processo L-D ou BOP; 2. Processo Kaldo; 3. Processo Rotor; 4. Processo Spray. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 57 Processos Pneumáticos - Continuação 1.Conversor de sopro pelo topo (Conversor L-D ou BOP). 1. Responsável por cerca 60% (540 milhões ton/ano) da produção de aço líquido mundial, a tecnologia continua a ser a mais importante rota para a produção de aço, particularmente, chapas de aço de alta qualidade. 2. Processo industrial teve início em 1952, quando o oxigênio tornou-se industrialmente barato. A partir daí o crescimento foi explosivo. 3. Permite elaborar uma enorme gama de de tipos de aços, desde o baixo carbono aos média-liga. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 6. Basicamente similar ao Bessemer porém sem caixa inferior de sopragem. Figura 6.16. 7. Capacidade superior a 100t de carga. 8. Natureza – básico – revestimento de dolomita ou magnesita. 9. Sopragem por meio da lança. 10.Temperaturas mais elevadas provocando reação violenta e imediata além de enérgica agitação do banho facilitando e acelerando as reações de oxidação. 58 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 1. O gusa pode apresentar qualquer composição. 2. O controle da temperatura é feito pela regulagem da quantidade de sucata a ser adicionada. 3. Computador permite cálculo preciso dos vários componentes da carga, a partir da especificação do aço a ser produzido, quantidade de oxigênio a ser soprado e fim de sopro. Figura 12. 59 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 60 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 61 Conversor LD Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 62 Conversor LD Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 63 Processos Pneumáticos - Continuação 1. Processo Kaldo 1. Derivação do processo LD. – Movimento de rotação do corpo do conversor. – Melhor homogeneização do banho – Figura 6.17. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 1. Processo Rotor 1. Desenvolvimento do processo Kaldo. – Figura 6.18. 2. Provavelmente o mais eficiente dos processos de oxidação por meio de oxigênio puro. 3. Permite a utilização de até 30% de sucata na carga. 64 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 1.Processo Spray: 1.É o mais sofisticado dos processos que utilizam o oxigênio puro. 2.Baseia-se na oxidação “gota a gota” do gusa, portanto de grande eficiência. Figura 6.19. 3.Custo do aço é elevado, tornando-o não competitivo em comparação com os demais processos. 65 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 66 FABRICAÇÃO DO AÇO: Processo Siemens-Martin 1. Processo Siemens-Martin (Open-Heath) 2. Também chamado forno de sola. 3. Cargas do forno 1. Gusa líquido e minério de ferro como substância oxidante; 2. Gusa líquido, sucata e minério de ferro; 3. Gusa sólido, sucata e minério; 4. Sucata (mais raramente). 5. Usa-se, normalmente, de 20 a 50% de ferro gusa. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 1. A fase de refino dá-se por processo de oxidação – Ferrugem na sucata, pelo óxido de ferro devido à atmosfera oxidante das chamas e, principalmente, pela adição de minério de ferro que, no processo, atua essencialmente como agente oxidante. 2. Tem-se um maior controle da composição química do aço – aços de baixo, médio e alto carbono além de aços-ligas. 3. Operação demorada: 1. Carregamento e fusão da carga; 2. Período de trabalho ou de refino; 3. Acabamento da corrida. 67 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo Siemens-Martin 68 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 69 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 70 1. Características básicas do forno (Figuras 13 e 14): 1. Grandes dimensões e capacidades (200 t / operação). 2. Geralmente fixos. 3. Soleira (básica) magnesita ou dolomita; abobada (ácida) – sílica. Outros podem ser totalmente de natureza básica suportam maiores temperaturas, permitem injeção de O 2 e são mais caros. 4. As paredes são sustentadas externamente por uma estrutura metálica (aço). São inclinadas para facilitar a limpeza do forno. 5. Portas de carregamento (número de 3, 5 e 7). Figura 6.21. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 6. Furo de corrida (tapado com dolomita ou magnesita durante a operação. Calha de vazamento. 7. Bolsas ou câmaras de escória – refratário: cromo- magnésia. 8. Regeneradores ou recuperadores de calor – empilhamentode tijolos refratários (sílico-aluminoso). 9. Queimadores de gás e dutos de chegada de ar. 10.Chaminé (2,5 m de diâmetro – 70 m de altura). 11.Válvulas de inversão. Figura 15. 71 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 72 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 73 1. Operação dos fornos Siemens-Martin. 1. Tempo de operação – 10 h para fornos de 200 t. O uso de oxigênio encurta esse período em duas horas. 2. Normalmente carrega-se primeiramente alguma sucata no fundo e sobre ela o fundente (calcário) e o minério de ferro (quando a porcentagem de gusa líquido e elevada). 3. Quando a carga sólida está parcialmente fundida, é carregado o gusa líquido. Logo após a adição do gusa líquido, inicia-se as importantes reações de oxidação, pela ação dos óxidos de ferro do minério e da sucata. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 1. Terminada a fervura inicia-se o período de trabalho ou de refino. 1. Objetivos: Reduzir o fósforo e o enxofre a teores abaixo dos máximos especificados, eliminar o carbono rapidamente e levar o banho a condições que permitam e desoxidação final e o vazamento, mantendo ao mesmo tempo a escória com a composição química e a viscosidade apropriadas. 2. Nesse período, retiram-se a intervalos regulares, amostras do banho para análise química. 3. Os ajustes finais da composição da escória, da composição do aço e de sua temperatura são realizados antes do vazamento. 4. Fazem-se as necessárias adições de ferro-ligas, conforme o tipo de aço programado e procede-se ao vazamento. 74 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 75 FABRICAÇÃO DO AÇO 1. Aços acalmados – maior teor de C - produção de peças forjadas. 2. Aços efervescentes – carbono abaixo 0,2% utilizados na produção de chapas e arames. Não são suficientemente desoxidados, de modo que, no instante do vazamento, contêm quantidade razoável de FeO dissolvido, o qual, ao reagir com o carbono do aço, forma bolhas de CO que produz uma efervescência nos lingotes. 3. Aços semi-acalmados – tipo intermediário - destinado a fabricação de perfis estruturais e chapas grossas. 4. A desoxidação final, quando necessária é feita na panela por ocasião do vazamento, pela adição de alumínio granulado. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A OUTROS PROCESSOS 1. Processo Duplex – Combinação de dois processos. 2. Processo Elétrico – Figura 6.22. 3. Fluxograma – Figura D45. 76 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Aciaria Elétrica Processo industrial começou no início do século XX. 1. Inicialmente, o forno elétrico era considerado sobretudo como um aparelho para a fabricação de aços especiais, inoxidáveis e de alta liga. 2. Atualmente, ele tem sido cada vez mais utilizado na fabricação de aço carbono. 3. Processo reciclador de sucata por excelência; não há restrição para proporção de sucata na carga. 4. A participação do aço elétrico no mundo vem crescendo substancialmente nas últimas décadas. 77 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 78 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 79 Aciaria Elétrica Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Metalurgia de Panela 1.Após o refino, o aço ainda não se encontra em condições de ser lingotado. O tratamento a ser feito visa os acertos finais na composição química e na temperatura. Portanto, situa-se entre o refino e o lingotamento contínuo na cadeia de produção de aço carbono. 2.Desta forma o FEA ou o conversor LD pode ser liberado, maximizando a produção de aço. 80 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Forno de Panela 1. As seguintes operações podem ser executadas: 1. Homogeneização do calor; 2. Ajuste da composição; 3. Ajuste da temperatura do aço; 2. Desoxidação – remoção do oxigênio residual do aço e cria condições termodinâmicas para a adição de elementos de liga (os desoxidantes mais comuns são ferro-ligas, escolhidos em função do aço a ser fabricado (FeMn, FeSiMn) e Alumínio 3. Desulfuração com escória sintética ou injeção de pós; 4. Desfoforação 81 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 82 Forno de Panela Forno na metalurgia de panela Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Desgaseificação 1. É uma operação que tem como objetivo a remoção de gases residuais do aço (hidrogênio, nitrogênio e oxigênio) e secundariamente auxilia na remoção de inclusões. 2. Na siderurgia, a desgaseificação é processada de duas maneiras: 1. Desgaseificação à vácuo; 2. Desgaseificação com sopro de argônio. 83 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A 5.3 REDUÇÃO DIRETA 84 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo de redução direta 1. Consiste em tratar-se óxidos de ferro praticamente puros a temperaturas usualmente entre 950 e 1050 o C, na presença de uma substância redutora, resultando, freqüentemente uma massa escura e porosa, conhecida como “ferro esponja”. 85 5.1 Fabricação do Ferro Gusa; 5.2 Fabricação do Aço; 5.3 Processos de Redução Direta; 5.4 Fundição Contínua. Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo de redução direta 1. Pode ser classificada em: 1. processos que utilizam redutores sólidos; 2. processos que utilizam redutores gasosos. 2. Eliminar o alto-forno, produzindo aço diretamente do minério, ou produzindo um material intermediário a ser empregado como “sucata sintética” nos fornos de aço. 3. Teoricamente são aplicados em países que não dispõem do melhor carvão de pedra coqueificado ou que não possuam minérios de alto teor em ferro. 86 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo de redução direta 1. Alguns processos podem ser classificados como: 1. Processo SL/RN; 2. Processo Hognaes; 3. Processo Midrex; 4. Processo HyL; 5. Processo Wiberg-Soderfors (red. Gasoso). 87 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo SL/RN 1. A carga consiste de concentrados de minério de ferro, na forma moída ou na forma de “pelotas”, coque e calcário moídos. 2. A carga é levada a um forno rotativo, onde a temperatura é mantida na faixa de 1000 a 1076 o C. 3. O produto sólido resultante é resfriado e o ferro é separado mediante separador magnético. 4. O coque não utilizado é removidoe reutilizado. 5. O processo permite produzir material contendo enxofre entre 0,02 e 0,05% apenas, o que o torna adequado para a utilização em fornos de aço. 88 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo SL/RN 89 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo Hoganaes 1. São carregados em recipientes cerâmicos, camada alternada de minério de ferro e alto teor em ferro, moinho ou finos de carvão e calcário. 2. Os fornos são aquecidos pela queima de gás de geradores de CO resultante da redução do minério, com máxima temperatura de 1.260° C. 3. Os recipientes são resfriados no interior do forno, removidos e o ferro reduzido é separado. 4. Obtém-se ferros esponja e uma parte é moída e refinada pera ser empregada em processo de metalurgia do pó. 90 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo Wiberg-Soderfors 1. O redutor é gasoso, Os gases redutores consite numa mistura de 20 a 30% de hidrogenio e 70 e 80% de CO, produzidos num “carburador” a coque ou carvão de madeira, aquecido eletricamente; 2. O forno é construído de um material refratário; 3. A carga consiste de minério de ferro, “sínter” ou “pelotas”; 4. O produto resultante é resfriado entre 90 e 150°C numa camâra resfriada a água e, em seguida encaminhada aos fornos de aço e apresentando uma redução de aproximadamente 90%. 91 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo Wiberg-Soderfors 92 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo Midrex 1.O redutor é uma mistura de CO e hidrogênio, obtidos a partir de gás natural “re-formado”; 2.O forno é do tipo vertical e a carga consiste de “pelotas” de óxido de ferro; 3.A zona de redução situa-se na parte superior do forno e o ferro esponja resultante é resfriado na sua parte inferior. 93 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo Midrex 94 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A Processo HyL 1. O combustível resulta de gás natural, misturado com vapor; 2. A mistura é “re-formada”, originado CO e H2 e dessulfurada; 3. O s gases passam por torres de resfriamento a água de modo a remover o excesso de vapor, em seguida são novamente pré-aquecidos entre 770 e 980°C; 4. São introduzidos nas “retortas” de redução, chia de minério de ferro de alto teor ou aglomerados a partir de refino de minério. 95 Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM M E T A L U R G I A E X T R A T I V A BIBLIOGRAFIA 1. Departamento de Ciência dos Materiais e Metalurgia – PUC, Rio 2. Campos Filho, M. Prates, Introdução à Metalurgia Extrativa e Siderurgia, Lec./Funcamp, 1981. 3. Chiaverini, V., Tecnologia Mecânica vol. I, vol. II e vol. III, Ed. Makron Books do Brasil Ltda, 1986. 4. Nilvangela Escobar – Seminário apresentado na disciplina Materiais de Construção Mecânica I – UFCG, 2010 96
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