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geopolitica geral e do Brasil 4

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Geopolítica Geral e 
do Brasil
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Flávio Silva 
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos 
A Geopolítica Norte-Americana
5
• Introdução
• A geopolítica do Rimland
• A influência dos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial
 · Analisar a Geopolítica norte-americana no período entre a Segunda Guerra 
Mundial até os dias atuais, considerando as situações ocorridas durante a 
Guerra Fria e as relações de poder com várias nações do mundo.
Esta unidade de Geopolítica tem o objetivo de destacar a atuação dos Estados Unidos 
da América no cenário mundial durante e após a Guerra Fria, procurando demonstrar as 
influências nos campos militar, econômico e espacial, bem como as consequências e reflexos 
nos dias atuais.
É importante que você leia todo o material teórico com atenção e assista às videoaulas, para 
que possa construir conhecimentos acerca do tema.
Ao final, as referências bibliográficas poderão ser utilizadas, caso queira, para que você se 
aprofunde no assunto.
Lembre-se também de que esta disciplina faz parte da grade curricular do seu curso; portanto, 
é importante ao seu processo de formação.
A Geopolítica Norte-Americana
6
Unidade: A Geopolítica Norte-Americana
Contextualização
Os EUA e sua influência sobre o mundo.
A ideologia norte-americana é vigorosamente divulgada dentro e fora dos EUA por uma 
imensa máquina de produção e difusão de entretenimento. Filmes, programas de TV, 
livros, revistas, jornais, games, histórias em quadrinhos e produtos industriais relacionados 
se encarregam de difundir as ideias básicas da ideologia norte-americana. Entre essas 
ideias, destacam-se: a superioridade moral dos EUA e seu poder militar insuperável; a 
incrível inteligência e adaptabilidade dos norte-americanos em situações limite (guerras, 
catástrofes, epidemias, entre outras) e sua bondade inerente; a missão civilizatória dos 
EUA e seu destino manifesto; o culto das armas e a vitória do capitalismo; os benefícios 
do Estado mínimo e a generosidade nata do povo norte-americano; a moral protestante 
e o trabalho duro reconhecido.
(Fonte: RIBEIRO, Fábio de Oliveira. Ideologia e sistema ideológico norte-americano. 
Texto publicado em 29/12/12. Disponível em: http://www.midiaindependente.org/pt/red/2012/12/515134.shtml. Acesso em: 16 jan. 2015. Adaptado).
7
Introdução
“A América para os americanos” (Monroe, 1823). Com essa frase ou slogan, pode-se 
ter uma ideia da doutrina criada pelo então presidente norte-americano James Monroe, que 
estabelecia como prioridade em sua política externa a ampliação da influência dos Estados 
Unidos sobre os países do continente americano.
Até a primeira metade do século XX, os Estados Unidos garantiram sua hegemonia nas 
Américas, no entanto com a nova configuração geopolítica do planeta, no pós-Segunda 
Guerra, os norte-americanos precisaram reformular sua política externa a fim de fazer frente 
à expansão do socialismo no mundo.
8
Unidade: A Geopolítica Norte-Americana
Como vimos na primeira unidade, o raciocínio do Rimland compreendia uma situação em que 
os Estados Unidos da América deveriam defender sua soberania e, para isso, deveria ser contida 
qualquer expansão da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas para a periferia da Eurásia, 
tanto por terra quanto pelo mar, já que essa expansão, se ocorresse, significaria o controle da 
Eurásia e, portanto, a possibilidade do controle do mundo.
O raciocínio de Spykman considerava que os Estados Unidos deveriam promover a divisão e 
o equilíbrio dos poderes na Europa e na Ásia, assegurando, assim, sua hegemonia no hemisfério 
ocidental. Tal raciocínio levou Spykman a ser o principal mentor da grande estratégia dos Estados 
Unidos em relação à política mundial.
A geopolítica do Rimland
Conhecendo um pouco mais sobre a geopolítica do Rimland.
Na concepção do geógrafo americano, as linhas mestras da política internacional poderiam 
ser resumidas em duas grandes variáveis. Se a Europa e a Ásia fossem dominadas por um 
único poder ou por uma constelação de poderes, acumulariam uma força não compensada 
que poderia projetar-se no Atlântico e no Pacífico e, num movimento de pinças, cercar 
o hemisfério ocidental. Se, ao contrário, fossem mantidos uma divisão e um equilíbrio de 
poderes tanto na Europa como na Ásia, os Estados Unidos deteriam um excedente de poder 
em condições de projetar-se nos dois oceanos e cercar ambas as pontas da Eurásia [...]. 
O que estava em jogo era o equilíbrio de forças não em escala hemisférica, mas mundial. 
Em resumo: a hegemonia seria conquistada por uma potência ou coalizão que conseguisse 
acumular uma margem de poder residual que pudesse ser aplicada no exterior para cercar a 
outra ilha-continente. [...] 
Na hipótese da unificação das bordas da Eurásia por dois grandes sistemas imperiais, a 
única possibilidade de defesa do hemisfério ocidental seria, segundo Spykman, a integração 
política e econômica do continente americano sob liderança dos Estados Unidos. Apenas a 
organização de uma economia continental autárquica e centralmente coordenada, protegida 
por uma linha de defesa terrestre e aérea, apoiada por sua vez numa rede de bases avançadas 
insulares, poderia oferecer uma resistência eficaz ao cerco estratégico teuto-nipônico.
A panregião de Spykman abarcaria o grande espaço intercontinental que se estende do Alasca 
até a Patagônia e do Atlântico ao Pacífico. Com sua diversidade étnica e climática, sua gama 
de matérias-primas e recursos minerais, essa nova entidade seria regida por um superestado 
que, do alto de seu poderio industrial, financeiro e militar, gerenciaria, de Washington, 
uma economia autossuficiente e regionalmente integrada. [...]. Na América, as condições 
geopolíticas específicas inviabilizavam a aplicação do princípio do equilíbrio de poder. [...]. 
Outro objetivo basilar da estratégia americana deveria ser a organização de poderes divididos 
e equilibrados na Eurásia. As forças reciprocamente compensadas tanto na Europa como na 
Ásia não disporiam de fôlego para acumular uma massa de poder adicional que, na ausência 
de um contrapeso, pudesse projetar-se livremente na política mundial. No tabuleiro geopolítico 
das duas bordas da Eurásia, o equilíbrio de poder criaria uma situação ideal, na qual as forças 
conflitantes se neutralizariam mutuamente. Esse poder devidamente compensado não disporia 
de recursos excedentes que pudessem colocar em perigo a segurança e os interesses estratégicos 
dos Estados Unidos.
Texto extraído integralmente da publicação: Mello, Leonel Itaussu Almeida. Quem tem medo da Geopolítica? 
São Paulo: Hucitec; Edusp, 1999, p. 103, 104, 112, 113 e 115.
9
A influência dos Estados Unidos Após a Segunda Guerra Mundial
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a situação dos Estados Unidos era a mais “positiva” 
e favorável, comparada às demais situações de todas as outras grandes potências na época, 
tornando-se o grande fornecedor de capital necessário, não só à reconstrução de países como 
a Alemanha e o Japão, derrotados na guerra, como também aos países aliados, que, apesar 
de vitoriosos com o resultado da guerra, também tiveram a necessidade de ajuda financeira.
Diante desse novo cenário, os Estados Unidos, à época, passavam a assumir a função 
de guardiões do ocidente e de sua liberdade, além do sistema capitalista, alterando sua 
responsabilidade perante as demais nações e, por consequência, toda a geopolítica do mundo.
Já os demais países, como Inglaterra, Alemanha (Ocidental e Oriental) e França não tinham 
muito o que fazer, pois se tornaram dependentes de outra nação, ao contrário do que ocorrera 
em outras épocas.
Em julho de 1944, foi realizada a Conferência de Bretton Woods, na cidade norte-americana 
de New Hampshire, em que os 44 países participantes propuseram a implementação de uma 
nova ordem econômica, visando desenvolver e estabilizar o sistema capitalista e reconstruir a 
economia mundial.Nessa ocasião, com a liderança dos Estados Unidos, foram criados o Banco Internacional de 
Reconstrução e Desenvolvimento, que depois veio a ser o Banco Mundial, e o Fundo Monetário 
Internacional, além de ter sido definido o padrão monetário “dólar-ouro”, que consistia em uma 
situação em que o Banco Central norte-americano (Federal Reserve) garantia a paridade entre 
US$ 35,00 e 31,1 gramas de ouro (onça troy) para quem desejasse fazer a troca de dólar por 
ouro. Como resultado, houve um aumento na economia dos Estados Unidos. No entanto, na 
década de 1960, com os constantes gastos com a corrida armamentista, desequilíbrio na balança 
comercial e sucessivos déficits orçamentários, a economia norte-americana começou a entrar em 
crise. O Fundo Monetário Internacional, em uma reunião ocorrida em 1973, decidiu pôr fim no 
padrão “dólar-ouro”, possibilitando aos Estados Unidos a emissão de moeda sem o lastro do outro, 
tendo-se como consequência a desvalorização do dólar perante outras moedas circulantes.
Já o Banco Mundial, em seu objetivo inicial, destinava-se à ajuda aos países da Europa 
destruídos pela guerra. No entanto, com o passar dos anos, passou a atuar também no 
financiamento de infraestrutura necessária nos países subdesenvolvidos (do Terceiro mundo).
Os Estados Unidos lançaram também um programa de recuperação europeia, conhecido 
como Plano Marshall. Além da questão da recuperação, per estar inserido no contexto da 
Guerra Fria, o plano também tinha outro objetivo: tentar frear a expansão da URSS e do 
domínio comunista pelo planeta, e era parte da doutrina que procurava impedir a expansão 
do comunismo pelo mundo, chamada de Doutrina Truman. O programa ficou conhecido 
popularmente como Plano Marshall, em razão do Secretário de Estado dos Estados Unidos, 
chamado George Marshall, ser seu idealizador. O objetivo do plano era a reconstrução e o 
auxílio econômico para os países europeus que estavam destruídos após a Segunda Guerra, 
tendo destinado, aproximadamente, 13 bilhões de dólares em quatro anos aos países que 
aceitaram a ajuda. Como resultado, suas economias cresceram muito mais do que os índices 
registrados antes da Segunda Guerra Mundial e os Estados Unidos, por sua vez, ampliaram 
e consolidaram sua hegemonia e sua influência, não só sobre os países europeus, impondo 
seus princípios, como também a vários países dos outros continentes, barrando também a 
expansão do comunismo.
10
Unidade: A Geopolítica Norte-Americana
Figura 1 – Países beneficiados pelo Plano Marshall na Europa (1948-1952)
Importante!
Sabe o que foi a Doutrina Truman?
A Doutrina Truman foi estabelecida pelo Presidente norte-americano Harry S. 
Truman e previa que os Estados Unidos prestariam apoio político, militar e de 
assistência econômica a todas as nações democráticas sob a ameaça das forças 
autoritárias externas ou internas. A Doutrina Truman, efetivamente, reorientou a 
política externa americana para possíveis intervenções em conflitos distantes e, 
assim, não permitir a expansão forçada de totalitarismo soviético em nações livres 
e independentes.
Fonte: U.S. Department of State – Office of the Historian - MILESTONES: 1945–1952: The Truman 
Doctrine, 1947. Disponível em: https://goo.gl/Ny8Tqx. Acesso em: 26 nov. 2014.
Na década de 1950, com a posição geopolítica de hegemonia adotada pelos Estados Unidos, 
através da própria influência cinematográfica de Hollywood, a sociedade norte-americana 
era vista como uma sociedade evoluída, com bens e equipamentos técnicos avançados. O 
desenvolvimento do capitalismo norte-americano se dava também através da ampliação de 
suas empresas multinacionais em outras nações, o que lhe propiciou um acelerado crescimento 
econômico, que, por sua vez, foi o motor do desenvolvimento norte-americano e, obviamente, 
produziu a modernização de sua produção industrial e o processo de mecanização agrícola.
Já na década de 1960, os Estados Unidos veem em seu território a ascensão na luta 
pelos direitos civis nos discursos do Presidente John Fitzgerald Kennedy ou nos sermões do 
Reverendo Martin Luther King ou, ainda, nas manifestações da comunidade negra. Kennedy 
adotou a política social e econômica conhecida como Nova Fronteira 1, buscando a justiça 
1 A política denominada Nova Fronteira, de Kennedy, foi composta por várias propostas que incluíam benefícios aos cidadãos norte-americanos 
em relação à melhoria das condições nas áreas da saúde, previdência e educação, além de melhores condições de igualdade e de justiça social.
Fonte: Wikimedia Commons
11
social para os cidadãos norte-americanos. No entanto, em relação à política externa, iniciou 
uma intervenção militar no Vietnã, que resultou em uma guerra que se arrastou por anos. 
Em relação a Cuba, forneceu treinamento a exilados cubanos a fim de deporem o presidente 
Fidel Castro, mas acabou por gerar o incidente da Baía dos Porcos 2, resultando na definitiva 
aproximação de Cuba da URSS.
Na política externa, a fim de minimizar o incidente com Cuba, Kennedy firmou a chamada 
Aliança para o Progresso, em que promovia ajuda econômica aos países pobres da America 
Latina, além de criar a Peace Corps, que consistia no envio de jovens americanos para fazer 
o trabalho de desenvolvimento econômico e social (em excursões de 2 anos) nas áreas de 
maior necessidade no Terceiro Mundo, com o objetivo de que, segundo consta documentado 
no Departamento de Estado dos EUA, esses jovens, além de conhecerem sobre o mundo, 
pudessem promover uma mudança positiva nesses locais. 
No dia 25 de maio de 1961, o presidente Kennedy afirmou que os EUA enviariam um 
homem à lua até o final da década. Em 1963, Kennedy propôs, na assembleia da ONU, que 
a URSS e os EUA cooperassem mutuamente para conseguir enviar naves tripuladas à lua, o 
que foi rejeitado naquele momento pelo premiê soviético Nikita Khrushchev, que, no entanto, 
aceitou a proposta mais tarde.
Já em outubro de 1962, aviões de espionagem norte-americanos detectaram movimentos que 
indicavam a movimentação soviética para instalar uma base de mísseis nucleares em Cuba. Como 
consequência, as duas semanas seguintes foram de forte tensão entre os EUA e a URSS, com a 
advertência do presidente Kennedy a Moscou de que usaria armas nucleares caso os soviéticos 
insistissem na implantação da base de mísseis. Diante dessa situação, o presidente soviético Nikita 
Khrushchev recuou, tendo conseguido um compromisso do presidente norte-americano de que 
não haveria intervenção em Cuba. Em consequência ao fato ocorrido, os Estados Unidos iniciaram 
um bloqueio econômico e naval do país, a fim de asfixiar a economia cubana.
Figura 2 - Imagem de base soviética, em 17/10/1962, com mísseis SS5 de longo alcance, em Cuba
Fonte: imagohistoria.blogspot.com.br
2 O incidente na Baía dos Porcos, em Cuba, deu-se a partir da invasão da ilha por tropas dissidentes cubanas que haviam se deslocado para 
Miami após Fidel Castro ter assumido o poder, tendo sido, no entanto, a tentativa frustrada. 
12
Unidade: A Geopolítica Norte-Americana
Até o ano de 2007, o bloqueio econômico dos Estados Unidos a Cuba teria causado um 
prejuízo superior a US$ 82 bilhões àquele país.
Importante!
Entendendo um pouco mais sobre essa questão.
Segundo o Relatório, elaborado em 2005, sobre o Bloqueio dos EUA contra a ilha 
e suas consequências, o prejuízo econômico direto causado ao povo cubano pela 
aplicação do bloqueio, “a partir de cálculos conservadores preliminares”, ultrapassa 
82 bilhões de dólares, com uma média de 1.782 milhões de dólares anuais. “Essa 
cifra total não inclui os mais de 54 bilhões de dólares imputáveis a danos diretos 
ocasionados a objetivos econômicos e sociais do país, pelas sabotagens e ações 
terroristas estimuladas, organizadas e financiadas desde os Estados Unidos, nem 
o valor dos produtos deixados de produzir ou os prejuízos derivados das onerosas 
condições creditícias impostas a Cuba. O prejuízo ocasionado pelo bloqueio no último 
ano (2004) ultrapassou2,764 bilhões de dólares”, afirma o documento. A exigência 
da Assembleia Geral da ONU para se pôr um fim ao bloqueio, incluída em quinze 
resoluções adotadas com o apoio quase unânime dos estados membros das Nações 
Unidas, tem sido ignorada sistematicamente pelo governo dos EUA.
Fonte: Matéria escrita por Marco Aurélio Weissheimer para a publicação Carta Maior. 
Disponível em: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Bloqueio-economico-contra-Cuba-completa-45-anos/6/12192. 
Acesso em 02 dez. 2014. Reproduzido integralmente.
Com o assassinato do presidente Kennedy, ocorrido em Dallas, Lyndon Johson assume a 
presidência e implanta um programa denominado “A Grande Sociedade”, que consistia em 
uma sociedade reconciliada, além do progresso, não conseguindo, no entanto, acabar com as 
questões relacionadas à pobreza e de segregação racial. Em paralelo, essa foi a época em que 
os Estados Unidos mais se expandiram economicamente após a Segunda Guerra, que perdurou 
até o início da década de 1970, quando se iniciou a perda da concorrência de seus produtos 
para os japoneses e europeus. Em 1968, a nave Apollo 8 realizou o primeiro voo tripulado em 
órbita lunar.
Em meio à crise, em 1969 assume o presidente Richard Nixon, que reestabelece relações 
diplomáticas com a China e promove a aproximação da União Soviética. Ainda em 1969, os 
americanos Neil Armstrong e Edwin “Buzz” Aldrin, astronautas da Apollo 11, chegam à lua e 
marca-se mais um passo na corrida espacial. 
No campo internacional, em 1979, sob a administração do presidente Gerald Ford, o líder 
iraniano, o xá Mohammed Reza Pahlevi, que era aliado político dos Estados Unidos na região, 
foi retirado do poder pelo líder fundamentalista islâmico aiatolá Ruhollah Khomeini, além de 
ter havido a tomada da embaixada dos Estados Unidos no Irã e a manutenção de dezenas de 
cidadãos norte-americanos como reféns por mais de um ano. Em abril de 1980, no entanto, o 
governo norte-americano fez uma tentativa de resgatar os reféns, o que, de forma desastrosa, 
resultou na queda de dois helicópteros no deserto iraniano, promovendo o agravamento da 
crise entre os dois países.
Em julho de 1975, os soviéticos e os norte-americanos criaram um projeto conjunto de 
missão espacial tripulada chamado Apollo-Soyuz Test Project 3, encerrando, assim, o período 
da corrida espacial.
3 O projeto tratava-se do transporte de um módulo de acoplagem, por uma espaçonave norte-americana que, por sua vez, permitiu sua 
ligação com a espaçonave russa Soyuz.
13
O então presidente Jimmy Carter, em 1977, assinou o tratado em que assegurou, até 
1999, aos Estados Unidos o controle do Canal do Panamá. Mediou os encontros entre o Egito 
e Israel, de que resultaram os Acordos de Paz de Camp David, um momento destacado do 
complexo processo de paz no Médio Oriente. No entanto, quando a União Soviética invadiu 
o Afeganistão, Carter impediu a participação dos esportistas norte-americanos nos Jogos 
Olímpicos de Moscovo.
Figura 3 - Estrutura do Canal do Panamá
No ano de 1981, o presidente Ronald Reagan assume a Casa Branca, com a política de 
valorização dos valores tradicionais norte-americanos. No campo estratégico militar, lança um 
programa espacial antimísseis, que ficou conhecido como “Guerra nas Estrelas”. Em relação 
à política internacional, os norte-americanos adotam a Doutrina Reagan4 (criada pelo próprio 
presidente), em que as ações tinham como objetivo a redução da influência ideológica dos 
soviéticos através do investimento em grupos de oposição, além de tentar promover uma 
abertura de portas para o capitalismo. O resultado disso foi que, pelo fato de ter havido 
ajudas financeiras e militares, do ponto de vista técnico, a grupos anticomunistas, com o 
fim da Guerra Fria, esses grupos promovem ações terroristas contra os norte-americanos. 
Um exemplo nítido dessa situação pode ser observado no Afeganistão. Durante a década de 
1980, os EUA financiaram armamentos para Osama Bin Laden e o Talibã lutarem contra os 
soviéticos e, atualmente, esses mesmos armamentos são utilizados contra os norte-americanos.
4 A Doutrina Reagan foi uma estratégia orquestrada e administrada pelo próprio presidente, na qual os Estados Unidos contribuíam com 
guerrilheiros e movimentos de resistência que se posicionavam contra governos soviéticos e comunistas em países da Ásia, África e 
América Latina.
14
Unidade: A Geopolítica Norte-Americana
 Figura 4 – Momento em que o voo 175 da United Airlines se chocou contra o World Trade Center
Fonte: imagohistoria.blogspot.com.br
No dia 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos da América, sob a administração do 
presidente George W. Bush, sofreram o maior ataque terrorista de sua história, com dois 
aviões de passageiros que foram desviados da sua rota e colidiram intencionalmente com 
as duas torres do World Trade Center, em Nova Iorque, que desabaram. Um terceiro avião 
foi também desviado da sua rota e colidiu com o Pentágono, em Washington, provocando 
uma forte explosão e danificando parte da edificação. Outro avião foi também desviado, mas 
acabou não conseguindo atingir seu objetivo. Tal situação fez com que os Estados Unidos, 
com o apoio da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), criassem uma operação 
antiterrorista, com a invasão do Afeganistão, em que bases militares do Talibã começaram 
a ser bombardeadas, derrotando oficialmente o grupo terrorista em princípios de dezembro 
de 2001, com a prisão, sem julgamento, de vários combatentes afegãos na base militar de 
Guantánamo. Osama Bin Laden, no entanto, foi localizado e morto por tropas especiais dos 
EUA em 1º de maio de 2011, na região do Paquistão, próxima à fronteira com o Afeganistão. 
Nunca algum órgão de imprensa recebeu as fotos feitas pelos soldados norte-americanos de 
Bin Laden morto, pois se especula que ele tenha sido alvejado por mais de 100 tiros.
15
Em março de 2003, Bush ordenou uma invasão ao Iraque, sob o pretexto de que o então 
presidente Saddam Hussein escondia armamento proibido, de destruição em massa - armas 
químicas e biológicas. Apesar de na invasão daquele país pelas tropas norte-americanas e 
britânicas não terem sido encontradas armas de destruição em massa, as tropas internacionais 
mantiveram-se no local na tentativa de manter a paz, mas vários ataques terroristas e raptos de 
estrangeiros ameaçaram a sua intervenção. Contudo, George W. Bush alegou a continuidade 
com a política de guerra contra o terrorismo.
Figura 5 - Tropas americanas no Kuait se preparam para cruzar a fronteira do Iraque em 20/03/2003
Fonte: imagohistoria.blogspot.com.br
Barack Obama, democrata e sucessor de Bush, que era republicano, desde o início de seu 
mandato adotou a premissa de se distanciar de seu antecessor no que tange à política externa, 
o que não significa dizer que os Estados Unidos abandonaram sua ideologia geopolítica. 
Pode-se considerar que, quando comparado ao seu antecessor, Obama adotou um perfil mais 
diplomático, no entanto sem abandonar a ideologia geopolítica de liderança.
16
Unidade: A Geopolítica Norte-Americana
Figura 6 – Concentração de Forças ao redor da Síria (Agosto, 2013)
Fonte: imagohistoria.blogspot.com.br
Um exemplo dessa situação ocorreu na crise da Síria, resultado de uma guerra civil entre o 
governo sírio e rebeldes que ocorre desde 2011. 
17
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, elogiou [...] a 
Síria por anunciar a adesão ao tratado internacional 
contra armas químicas, afirmando que a medida 
mostra a disposição de Damasco para resolver 
o conflito no país. O embaixador sírio na ONU, 
Bashar Já’afari, anunciou na noite anterior a adesão 
plena do seu país ao acordo, datado de 1997. 
[...] A medida estava prevista em uma proposta 
russa que coloca o arsenal químico sírio sob controle 
internacional, poupando assim o país de uma ação 
militar internacional liderada pelos Estados Unidos. 
Os norte-americanos afirmam que a intervenção 
seria uma represália pelo suposto ataquecom gás 
sarin em 21 de agosto, a quem acusam o governo 
– Damasco nega essa versão dos fatos e culpa a 
oposição pelo ataque. (Fonte: UOL NOTÍCIAS: 
Síria assina tratado contra armas químicas e 
Putin fala em “intenção séria”. Disponível em: 
http://goo.gl/RH93fn. Acesso em: 02 dez. 2014).
Em um primeiro momento, a administração americana de Obama dispôs-se a intervir 
militarmente no conflito, mantendo a linha de trabalho de seus antecessores diretos. No 
entanto, nesse cenário, houve uma situação diferenciada: o presidente russo Vladimir Putin, 
em uma jogada diplomática, acabou por criar uma situação constrangedora ao governo norte-
americano, que, por sua vez, viu-se obrigado a aderir à proposta:
Neste caso, a dominação estritamente coercitiva, marca 
da política externa de Bush, não obteria o mesmo êxito 
tento em vista a falta de poder consentido com o qual 
os Estados Unidos convivem. O país, portanto, precisa 
se reinventar no longo século XXI que se anuncia, seja 
compartilhando poder e negociando sua acomodação 
a uma nova ordem, como fez a Grã-Bretanha do pós-
Segunda Guerra, ou criando um fato novo – uma nova 
rodada de inovações tecnológicas, por exemplo – que 
lhe proporcionem uma nova rodada de hegemonia. 
(OLIVEIRA, 2014).
Diante do que expõe a autora, a política externa estadunidense precisa ser reinventada, 
até mesmo em uma alusão cíclica da história, que, em outra época, fez-se necessária a 
outras hegemonias.
18
Unidade: A Geopolítica Norte-Americana
Material Complementar
Leituras:
O autor Luiz Alberto Moniz Bandeira, em Geopolítica e política exterior: Estados Unidos, 
Brasil e América do Sul, aborda questões geopolíticas em quatro artigos. No entanto, a 
atenção relacionada ao tema que você estudou pode ser complementada com a leitura do 
primeiro desses artigos: “Dimensão Estratégica e Política Externa dos Estados Unidos”, 
que apresenta as ações recentes da política externa dos Estados Unidos da América e 
suas razões impregnadas da necessidade de energia, em especial do petróleo.
Trata-se de um material complementar interessante para não só complementar o 
conhecimento, mas também como objeto de reflexão.
Para baixar a publicação, acesse: http://www.funag.gov.br/biblioteca/dmdocuments/0578.pdf
BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. Dimensão estratégica e política externa dos 
Estados Unidos. In: Geopolítica e política exterior: Estados Unidos, 
Brasil e América do Sul. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2009. 
Disponível em: <http://www.funag.gov.br/biblioteca/dmdocuments/0578.pdf>. Acesso em 16 jan. 2015.
19
Referências
COSTA, Wanderley Messias da. Geografia Política e Geopolítica: discursos sobre o 
território e o poder. São Paulo: Hucitec; Edusp, 1992.
MELLO, Leonel Itaussu Almeida. Quem tem medo da Geopolítica? São Paulo: Hucitec; 
Edusp, 1999.
OLIVEIRA, Ana Carolina Rosso de. O declínio norte-americano: sinais que vêm do Oriente 
Médio. Trabalho apresentado no V Congreso Uruguayo de Ciencia Política. Montevideo, 
Uruguay, 2014.
The Cold War (Reading Like A Historian). 
Disponível em: https://www.blendspace.com/lessons/eyp5A1ehs1BY3w/the-cold-war-
reading-like-a-historian. Acesso em 26 nov. 2014. 
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20
Unidade: A Geopolítica Norte-Americana
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