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Introducao a economia

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Introdução à economia
ALEKSANDRA SLIWOWSKA BARTSCH
1ª Edição
Brasília/DF - 2018
Autores
Aleksandra Sliwowska Bartsch
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e 
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático....................................................................................................................................... 4
Introdução ............................................................................................................................................................................. 6
Capítulo 1
Conceito de Economia ................................................................................................................................................ 7
Capítulo 2
Sistemas Econômicos ................................................................................................................................................16
Capítulo 3
Microeconomia ............................................................................................................................................................27
Capítulo 4
Macroeconomia ...........................................................................................................................................................36
Capítulo 5
Economia Internacional ...........................................................................................................................................66
Capítulo 6
Economia do Setor Público .....................................................................................................................................79
Referências ..........................................................................................................................................................................94
4
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros 
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, 
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Indicado para ressaltar trechos importantes do texto.
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, 
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa 
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
5
ORganIzaçãO DO LIvRO DIDátICO
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
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Introdução
Querendo ou sem querer, a Economia dita os nossos passos. Precisamos de dinheiro para 
viver. Precisamos também saber administrar esse dinheiro, a fim de que possamos ter nossas 
necessidades atendidas. Outra necessidade é fazer com que parte do que ganhamos sobre no final 
do mês. Poupar é uma arte, assim como multiplicar o que ganhamos. A Economia é uma ciência 
da vida. Engloba tanto os indivíduos quanto os países e está em permanente transformação. 
Nossas necessidades mudam, catástrofes acontecem, previsões se alteram. Estar atento ao mundo 
em permanente transformação é uma necessidade para que, como profissionais, possamos 
conduzir nossa empresa pelo caminho tão almejado da lucratividade. Mas a Economia não é 
movida apenas pelo lucro. Tem como metas o alto nível de emprego, nível de preços estável, 
eficiência, distribuição equitativa de renda, crescimento e desenvolvimento. Esse último envolve 
não só a questão econômica, como, também, questões ligadas ao bem-estar das nações como 
segurança, educação, infraestrutura. No final desta disciplina, você estará apto a entender como 
as medidas adotadas pelo governo podem afetar-lhe diretamente, bem como espera-se que se 
sinta motivado a contribuir com seu conhecimento para o desenvolvimento sustentado do Brasil 
do presente e das futuras gerações.
Objetivos
 » Entender o conceito de Economia.
 » Compreender as diferenças entre a postura econômica de países e indivíduos.
 » Conhecer a evolução histórica dos sistemas econômicos.
 » Avaliar os impactos de políticas econômicas, oriundas da macroeconomia e da 
microeconomia nas empresas e nas decisões individuais.
 » Compreender a importância da economia internacional e do papel do estado para o 
bom funcionamento de empresas e da sociedade.
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Introdução
Neste primeiro capítulo você será apresentado ao estudo da Economia, que é uma ciência 
relativamente jovem, que teve seu marco em 1776. Será abordado o conceito da disciplina, bem 
como algumas definições da Economia. Você também conhecerá as metas almejadas pelos 
economistas, a saber: alto nível de emprego, nível de preços estável, eficiência, distribuição 
equitativa de renda e crescimento/desenvolvimento. Também será abordada a divisão do estudo 
dessa ciência, que busca equalizar desejos ilimitados com recursos escassos, visando sempre ao 
bem-estar da população e à riqueza das nações.
Objetivos
 » A Economia é uma ciência humana, a qual tem no homem a sua principal variável, que 
muda constantemente.
 » A Teoria Econômica divide-se em Macroeconomia e Microeconomia, que possuem 
uma série de subdivisões, procurando atender, cada uma com políticas específicas, às 
necessidades de indivíduos, empresas e nações.
 » A Economia é a ciência da escassez, que obriga aos agentes considerarem ininterruptamente 
as questões do que será produzido e de que maneira, bem como quem será o demandante.
1CAPÍTULOCOnCEItO DE ECOnOMIa
8
CAPÍTULO 1 • COnCEItO DE ECOnOMIa
Figura 1. Desejos ilimitados, recursos escassos...
Fonte: <http://outraspalavras.net/posts/cronicas-do-consumismo-a-entrada-de-dezembro/>.
Você já parou para pensar que somos eternamente insatisfeitos? Sim, é verdade! Se você trabalha, 
lembre-se de quando ganhou seu primeiro salário. Com certeza, você se sentiu o máximo, com o 
poder em suas mãos. Comprou várias coisinhas, mas... com o fim da euforia inicial, certamente 
aqueles itens tão festejados foram, aos poucos, perdendo a importância, e você começou a 
sonhar com outros produtos. Algum problema? Nenhum para você, mas para a economia, sim, 
pois enquanto nossos desejos são ilimitados, os recursos são absolutamente escassos. 
É exatamente esse o grande problema que a economia procura resolver e que não é tarefa fácil. 
Isso porque se pararmos para pensar, necessidades básicas podem ser resumidas em dois pares 
de sapato, duas mudas de roupa, um prato de arroz e feijão e uma casa que não precisa ser nossa, 
precisamos apenas ter dinheiropara pagar o aluguel. Assim, nada mais é necessário, o restante 
é desejo. E, para o desejo, o céu é o limite. 
E os recursos? Esses englobam terra, capital e trabalho. São finitos e, além de nos ajudarem a 
realizar nossos desejos, precisam buscar atingir cinco metas básicas da Economia que são:
alto nível de emprego
Um dos primeiros sinais de que algo está errado é o aumento do desemprego. Maior desemprego 
significa menos gente recebendo salários e um consumo menor. Por outro lado, quando se atinge 
essa meta, mais pessoas passam a ter uma renda e a comprar mais. Quando o setor produtivo 
vende mais, torna-se interessante investir, comprar mais máquinas, mais matérias-primas 
para produzir mais. Claro que alguém precisa operar essas máquinas, trabalhar para que mais 
produtos sejam colocados no mercado. Então, mais trabalhadores serão necessários, ou seja, 
trabalho gera renda, que gera trabalho, que leva ao crescimento. 
nível de preços estável
Preços estáveis contribuem para o equilíbrio da economia que é fundamental para um crescimento 
sustentado. Você se imagina fazendo um crediário para os próximos 12 meses se a cada dia 
9
COnCEItO DE ECOnOMIa • CAPÍTULO 1
ou a cada semana o preço aumenta? Isso é inflação, que pode ser definida como o aumento 
sistemático de preços. E, acredite, até 1994 essa era exatamente a situação em que os brasileiros 
se encontravam, com preços subindo duas, três vezes ao dia! Impossível planejar qualquer coisa 
em longo prazo. 
Figura 2.
Fonte: <http://odia.ig.com.br/noticia/economia/2015-03-08/com-alta-da-inflacao-e-necessario-planejar-orcamento-e-
quitar-as-dividas.html>.
Pois é, como vemos na figura, o ano de 2015 começou com os brasileiros tendo de apertar 
os cintos, inflação, desemprego. Cenário pessimista, na contramão do que é positivo para a 
economia. Quando os preços sobem, a incerteza aumenta também. E a incerteza é inimiga do 
investimento, do crescimento. Do ponto de vista pessoal, é bom lembrar que, em momentos 
assim, é fundamental planejar a partir do conhecimento de todos os gastos. Além disso, 
sintonizar o orçamento doméstico com a atividade econômica, cortando despesas, fugindo dos 
gastos desnecessários, não comprometendo a renda com parcelamentos longos e procurando 
aposentar o máximo possível o cartão de crédito, pois o que os olhos não veem, o coração não 
sente, mas o banco sempre lembra e manda a fatura! Outro ponto é procurar economizar ao 
máximo, seja substituindo alimentos mais caros por produtos similares, com preços mais em 
conta, e na hora da tentação da compra se perguntar: “eu preciso?”. Agora, se você já estiver 
10
CAPÍTULO 1 • COnCEItO DE ECOnOMIa
inadimplente, a regra é partir para a renegociação. Os credores sempre preferem receber parcelas 
menores que nada. Então, não se esconda, encare-os e proponha valores que você possa pagar!
Eficiência
Aqui estão em jogo dois conceitos: eficiência técnica e eficiência alocativa. A eficiência técnica 
busca produzir mais, utilizando menos recursos. Então, quanto menos terra, capital e trabalho 
você precisar para produzir um produto, mais eficiente tecnicamente você será. Mas, também é 
necessário fazer as escolhas certas, possuir eficiência alocativa. Por exemplo, a sociedade brasileira 
encontra-se cada vez mais em processo de envelhecimento, logo, reorientar os produtos, as 
cidades, os serviços para essa faixa da população é um exemplo de busca pela eficiência alocativa. 
Acertar nas escolhas é um pouco mais complicado. Depende de pesquisa, de investimentos, 
de mão de obra qualificada, para sempre procurar produzir bens de valor agregado mais alto e 
lucrar mais com isso. 
Distribuição equitativa de renda
Veja! Não é distribuição igualitária de renda. Não é todo mundo ganhando a mesma coisa. 
Um assistente administrativo não deve ganhar a mesma coisa que um presidente de uma empresa, 
mas, de acordo com essa meta, a renda precisa permitir com que aqueles que a recebem tenham 
uma vida digna, com acesso a moradia, alimentação e educação de qualidade. Infelizmente, 
essa situação não tem sido realidade no Brasil. Segundo a Receita Federal, de 2012 para 2013, 
os brasileiros com renda mensal superior a 160 salários mínimos e que corresponde a 0,3% dos 
declarantes de IR – concentrou, em 2013, 14% da renda total e 21,7% da riqueza, totalizando 
rendimentos de R$ 298 bilhões e patrimônio de R$ 1,2 trilhão. Se adicionarmos a esse grupo 
aqueles com renda mensal acima de 80 salários mínimos, chega-se a 208.158 brasileiros (0,8% 
dos contribuintes), que respondem, sozinhos, por 30% da riqueza total declarada à Receita.
Crescimento/desenvolvimento
Uma das medidas de crescimento de uma economia é o aumento do PIB, que é o somatório das 
riquezas produzidas pelo País. Mas, é fundamental que essa riqueza seja redistribuída entre seus 
habitantes, bem como que seja convertida em saúde, educação, segurança, mobilidade urbana. 
Quando isso ocorre, diz-se que o país se desenvolveu. Em 2015, entretanto, o Brasil perdeu uma 
posição no ranking que mede o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países e ficou 
em 75º lugar em 2014, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre 188 
países, sendo superado pelo Sri Lanka.
A busca pelo atingimento dessas metas não é tarefa fácil, envolve, como foi dito no início deste 
capítulo, a utilização de recursos que são finitos e cuja dinâmica ajuda a definir a Economia 
segundo Paul A. Samuelson, por exemplo, que diz 
11
COnCEItO DE ECOnOMIa • CAPÍTULO 1
A Economia é a ciência que se preocupa com o estudo das leis econômicas 
indicadoras do caminho que deve ser seguido para que seja mantida em nível 
elevado a produtividade, melhorado o padrão de vida das populações e empregados 
corretamente os recursos escassos. 
E segundo Rossetti: 
Não houvesse escassez nem necessidade de repartir os bens entre os homens, 
não existiriam tampouco sistemas econômicos nem Economia. A Economia 
é, fundamentalmente, o estudo da escassez e dos problemas dela decorrentes.
Figura 3.
Fonte: <http://apartamento38.com/dieta-da-maca/>.
Pode-se, ainda, dizer, tranquilamente, que quando nas Sagradas Escrituras Deus, ao expulsar 
Adão do paraíso, disse que ele viveria do suor do seu rosto, estava definido o início da Economia, 
pois para não morrer de fome, o homem teve de aprender a usar os recursos a seu favor: produzir, 
coletar, caçar, gerar trabalho, enfim, transformar os bens da natureza para a sua utilidade, 
transformar os recursos disponíveis em riqueza. 
E, para equalizar metas, desejos e escassez, a economia formula três questões fundamentais: 
o que e quanto, como e para quem produzir, o que não é tarefa das mais fáceis, uma vez que 
diferentes variáveis têm impactado as decisões de empresas e da sociedade em geral. 
Evolução histórica da Economia
A ciência econômica tem início formalmente em 1776, quando Adam Smith publica, na Inglaterra, 
A Riqueza das Nações, neste livro o autor defende a ideia da economia de mercado e o governo 
apenas para prover educação e segurança pública para os cidadãos. 
A Economia já existia há muito tempo. Aristóteles (384-322 a.C.), foi considerado o primeiro 
analista econômico, embora na sua época a Economia fosse considerada como a ciência da 
administração da comunidade doméstica. 
A palavra economia vem do grego (oikonomia, de oikos = casa, nomos = lei). Tratava-se, pois, 
de um ramo do conhecimento destinado a abranger apenas o campo da atividade econômica, 
12
CAPÍTULO 1 • COnCEItO DE ECOnOMIa
em suas mais simples funções de produção e distribuição. Como a teria definido Aristóteles, a 
Economia era “a ciência do abastecimento, que trata da arte da aquisição”.
Da Antiguidade à Renascença, as questões econômicas assumiram gradualmente maior 
importância, com o aparecimento de formas de organização mais complexas que as do primitivo 
regime de comunidades domésticas. Nesse período, foram abundantemente discutidos os 
sistemas da posse territorial, a servidão, a arrecadaçãotributária, a organização das corporações 
de possessores, dos artífices e das fraternidades, a exploração pré-capitalista das fazendas e, 
ainda, as questões relacionadas à concessão de mercados, ao comércio inter-regional, às guildas 
e à cunhagem e emprego de moedas.
Todavia, as dimensões da Economia só se alargariam no período pós-renascentista, quando o 
desenvolvimento dos novos Estados-nações da França, Alemanha, Inglaterra, Espanha e Portugal 
e, particularmente, a descoberta da América impuseram a necessidade de a Análise Econômica 
se desligar das questões puramente éticas, às quais se mantivera ligada como que por um 
cordão umbilical e pelas quais se deixara eclipsar durante longos séculos. Nesse novo período, 
os escritores mercantilistas desenvolveriam diversos estudos sobre a administração dos bens e 
rendas do Estado, ampliando-se, então, de forma extraordinária, o campo de ação da Economia.
Esse grande salto, porém, não seria definitivo, pois só no século XVIII é que a Economia iria 
desenvolver-se e ingressar em sua fase científica. Naquele século, considerado como a Idade 
da Razão ou a Época do Iluminismo, os pensadores econômicos procurariam reformular os 
princípios fundamentais da Economia. Duas importantes obras foram publicadas, em 1758 e 
1776: Tableau Économique, de François Quesnay, e An lnquiry into the Nature and Causes of 
the Wedth of Nations, de Adam Smith. A partir das obras desses dois autores – fundadores de 
duas importantes escolas econômicas na França e na Inglaterra –, os pensadores econômicos 
iriam dedicar-se à descoberta e análise dos princípios, das teorias e das leis que pudessem ser 
estabelecidas em cada um dos três grandes compartimentos da atividade econômica: formação, 
distribuição e consumo das riquezas.
As definições clássicas da Economia fundamentavam-se, assim, nos três compartimentos básicos 
da atividade econômica. Da formação ao consumo das riquezas, passando pela sua distribuição, 
toda a atividade econômica haveria de ser cuidadosamente classificada, investigada e submetida 
a um coerente e completo conjunto de princípios, teorias e leis. Essa nova concepção indicaria 
que as Ciências Econômicas se haviam definitivamente libertado dos padrões pós-renascentistas, 
não se subjugando apenas ao atendimento dos objetivos políticos do Estado. A partir das 
aberturas liberais desenvolvidas no século XVIII, cuidaria a Economia de penetrar em cada um 
dos aspectos da atividade econômica livre, investigando os fatores envolvidos no processo de 
formação das riquezas, examinando os aspectos relacionados à sua distribuição e chegando, 
afinal, a considerar a etapa última do consumo.
13
COnCEItO DE ECOnOMIa • CAPÍTULO 1
No século XIX, à concepção clássica da economia somou-se a abordagem socialista, de inspiração 
marxista. O binômio produção-distribuição (entendendo-se distribuição no sentido de processo 
repartitivo ou, mais simplesmente, como repartição) foi a base a partir da qual a perspectiva 
socialista construiu sua concepção sobre a matéria de que se ocupa a economia.
Na transição dos séculos XIX-XX, uma nova linha conceitual seria proposta por Alfred Marshall, 
ilustre professor de Economia em Cambridge, responsável pela chamada síntese neoclássica. 
Em seu Principies of Economics, editado em 1890, Marshall centrou sua atenção na constatação de 
que o processo econômico visa atender às aspirações humanas e à satisfação de suas necessidades 
materiais. Deslocou, assim, para conceitos mais abrangentes, como os de riqueza e bem-estar 
social, as questões cruciais da economia. Os pontos fundamentais dessa abordagem estabelecem 
que a economia é o estudo dos homens tal como vivem, agem e pensam nos assuntos ordinários 
da vida. Mas diz respeito, principalmente, aos motivos que afetam, de modo intenso e constante, 
a condução do homem no trato com as questões que interferem em sua riqueza e nas condições 
materiais do seu bem-estar. 
O despertar dos povos subdesenvolvidos – vale dizer, pela conscientização dos contrastes entre 
a opulência e a miséria, fez com que a Economia passasse a ser considerada, na mais simples 
das suas definições, como a ciência da escassez. 
Definições de Economia
Outras definições podem ser apresentadas: 
Richard H. Leftwich
A Economia é o estudo da organização social através da qual os homens satisfazem 
suas necessidades de bens e serviços escassos. Assim, embora nem sempre seja 
fácil a demarcação das fronteiras que separam a Economia de outras disciplinas 
ou campos do conhecimento social, há atualmente concordância geral em relação 
ao seu conteúdo principal. Ao se ocupar das condições gerais do bem-estar, o 
estudo da Economia inclui a organização social que implica distribuição de 
recursos escassos entre necessidades humanas alternativas e uso desses recursos 
com a finalidade de satisfazê-las a nível ótimo.
Raymond Barre
A Economia é a ciência voltada para a administração dos escassos recursos das 
sociedades humanas: ela estuda as formas assumidas pelo comportamento 
humano na disposição onerosa do mundo exterior em decorrência da tensão 
existente entre os desejos ilimitados e os meios limitados aos agentes da atividade 
econômica.
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CAPÍTULO 1 • COnCEItO DE ECOnOMIa
Divisão do Estudo Econômico
A análise econômica, para fins metodológicos e didáticos, é normalmente dividida em quatro 
áreas de estudo:
 » Microeconomia ou Teoria da Formação de Preços.
 » Macroeconomia.
 » Economia Internacional.
 » Desenvolvimento e Crescimento Econômico.
a teoria Econômica
A Teoria Econômica pode ser dividida em duas partes: microeconomia e macroeconomia. A 
primeira estuda o comportamento dos consumidores e das empresas em seus mercados, as 
razões que levam os consumidores a comprar mais, ou menos, de determinado produto e a 
pagar mais, ou menos, por ele. Estuda também os motivos que levam uma empresa a produzir 
maior ou menor quantidade de uma mercadoria e de que forma seus preços são determinados. 
Consideram os mercados nos quais as empresas e consumidoras atuam.
Já a macroeconomia é o estudo do comportamento agregado de uma economia, ou seja, das 
principais tendências (a partir de processos microeconômicos) da economia no que concerne 
principalmente à produção, à geração de renda, ao uso de recursos, ao comportamento dos 
preços, e ao comércio exterior. Os objetivos da macroeconomia são principalmente: o crescimento 
da produção e consumo, o pleno emprego, a estabilidade de preços, o controle inflacionário e 
uma balança comercial favorável. Um conceito fundamental à macroeconomia é o de sistema 
econômico, ou seja, uma organização que envolva recursos produtivos.
O objetivo central da teoria econômica é a solução dos problemas econômicos fundamentais. 
Da escassez dos recursos ou dos fatores de produção, associa-se às necessidades ilimitadas do 
homem, originando problemas econômicos fundamentais:
 » O quê e quanto produzir: dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de 
escolher quais produtos serão produzidos e em que quantidades.
 » Como produzir: a sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão 
utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente.
 » Para quem produzir: a sociedade terá também que decidir como seus membros 
participarão da distribuição dos resultados de sua produção (demanda, oferta, 
determinação de salários, das rendas das terras, dos juros etc.).
15
COnCEItO DE ECOnOMIa • CAPÍTULO 1
A Economia busca, com o auxílio, tanto da Macroeconomia quanto da Microeconomia, resolver 
essas questões relacionadas à escassez. Uma parte dos Economistas defendem que esses problemas 
devem ser solucionados com o auxílio do Estado, outros que apenas o Estado é capaz de solucionar 
os males da humanidade. Há ainda outro grupo que defende que o Estado deve se dedicar apenas 
a questões como Segurança Pública e Educação Básica, deixado a responsabilidade de fazer a 
sociedade desenvolver-se a cargo do livremercado. 
Sintetizando
Vimos até agora:
 » A Economia trata da questão da escassez e dos problemas dela decorrentes, formulando questões como: O quê? Para quem 
produzir? Como produzir?
 » São metas da Economia: alto nível de emprego, nível de preços estável, eficiência, distribuição equitativa de renda e 
crescimento/desenvolvimento.
 » A ciência econômica tem início formalmente em 1776, quando Adam Smith publica, na Inglaterra, A Riqueza das Nações, 
nesse livro o autor defende a ideia da economia de mercado e o governo apenas para prover educação e segurança pública 
para os cidadãos.
 » A análise econômica, para fins metodológicos e didáticos, é normalmente dividida em quatro áreas de estudo: 
Microeconomia ou Teoria da Formação de Preços, Macroeconomia, Economia Internacional e Desenvolvimento e 
Crescimento Econômico.
16
Introdução
Neste nosso segundo capítulo abordaremos os sistemas econômicos. Sejam eles capitalistas, 
com a maximização dos lucros, propriedade privada e concorrência; sejam eles socialistas com 
a planificação estatal como ponto fundamental, todos os sistemas possuem estoque de recursos, 
unidades de produção e instituições que operam fluxos reais e monetários. Além disso, contam 
com agentes de mercado, ou seja, ofertantes e demandantes, os quais podem operar na forma 
de concorrência perfeita ou imperfeita. Mas, com terra chegando cada vez mais cedo no cheque 
especial, cada vez mais a lógica capitalista precisa de adaptações visando à sustentabilidade 
desta e das futuras gerações. Boa leitura!
Objetivos
 » Identificar os estoques de recursos produtivos ou fatores de produção.
 » Compreender a dinâmica das unidades de produção, o conjunto de instituições políticas 
e suas respectivas circulações de fatores e de moeda. 
 » Compreender a diferença entre a gestão tradicional e a gestão ecocêntrica e sua 
necessidade de adoção face à saturação do modelo econômico vigente.
2CAPÍTULOSIStEMaS ECOnÔMICOS
17
SIStEMaS ECOnÔMICOS • CAPÍTULO 2
Elementos básicos dos Sistemas Econômicos
A busca pela melhor solução dos problemas centrais da Economia ocorre em sistemas econômicos, 
os quais podem ser definidos como a forma política, social e econômica pela qual está organizada 
uma sociedade. É composto por pessoas, instituições e envolve a produção, distribuição e 
consumo de bens e serviços em uma economia.
Os elementos básicos de um sistema econômico são:
1. Estoques de recursos produtivos ou fatores de produção: recursos humanos (trabalho 
e capacidade empresarial), capital, terra, reservas naturais e a tecnologia.
2. Complexo de unidades de produção: constituído pelas empresas.
3. Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são à base da 
organização da sociedade.
Os sistemas econômicos possuem dois tipos de circulação. A primeira, que envolve a circulação 
dos fatores de produção em troca de bens e serviços (fluxo real). Já a segunda traz a circulação 
de fatores de produção e bens e serviços em troca de moeda (fluxo monetário). O Fluxo Real 
descreve o processo produtivo no sistema econômico, em que as famílias fornecem recursos 
produtivos às empresas, que, por sua vez, transformam em bens e serviços, que serão consumidos 
pelas famílias. Já o Fluxo Monetário descreve o processo de geração de renda, pois as famílias 
são remuneradas ao fornecerem recursos produtivos às empresas. Com a renda obtida, pagam 
pelos bens e serviços consumidos.
Para entender o funcionamento do sistema econômico, vamos supor uma economia de mercado 
que não tenha interferência do governo e não tenha transações com exterior (economia fechada).
Os agentes econômicos são as famílias e as empresas. As famílias são proprietárias de fatores de 
produção e os fornecem às empresas, por meio do mercado dos fatores de produção. As empresas, 
pela combinação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias 
por meio do mercado de bens e serviços.
Figura 5. Fluxo Real da Economia.
Mercado de Bens e serviços
Famílias
Demanda
DemandaOferta
Oferta
Empresas
Mercado de fatores de produção
Fonte: <unipvirtual.com.br>.
http://unipvirtual.com.br/material/MATERIAL_ANTIGO/economia_mercado/modulo2/mod_2.html
18
CAPÍTULO 2 • SIStEMaS ECOnÔMICOS
No entanto, o fluxo real da economia só se torna possível com a presença da moeda, que é utilizada 
para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços.
Desse modo, paralelamente ao fluxo real temos um fluxo monetário da economia.
Figura 6. Fluxo Monetário da Economia.
Pagamento dos bens e serviços
Famílias Empresas
Remuneração dos fatores de produção
Fonte: <unipvirtual.com.br>.
Evolução Histórica
Figura 7.
Fonte: <https://www.timetoast.com/timelines/sistemas-economicos-de-produccion-7825e96e-49a6-48ac-b488-
11222e460f1a>.
Os sistemas econômicos evoluíram junto com a história da humanidade. Começaram a partir dos 
sistemas primitivos, a Tradição e a Autoridade, onde havia um caráter hereditário das ocupações e 
inexistia um sistema monetário. Posteriormente, tradição e autoridade se fundiram e resultaram 
no Feudalismo, que se dividiu em duas fases. 
A primeira, caracterizada pelo localismo e autossuficiência e pelo poder da Igreja Católica. 
Posteriormente, a partir do século XV, o Feudalismo começou uma segunda fase, na qual os limites 
dos Feudos foram ultrapassados, sendo formados os Estado Nacionais, os quais precisavam 
enriquecer seus cofres. Começou, então, a busca pela acumulação de riqueza, a qual poderia 
acontecer perto ou longe, em terras distantes. Aliás, nesse momento, pode-se dizer que Portugal 
inaugura a globalização. 
http://unipvirtual.com.br/material/MATERIAL_ANTIGO/economia_mercado/modulo2/mod_2.html
19
SIStEMaS ECOnÔMICOS • CAPÍTULO 2
Figura 8.
Fonte: <http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/compreendendo-mudanca-sociedade-feudal.htm>.
O fim do Feudalismo foi marcado, também, por reformas religiosas, técnicas e científicas. 
Houve a valorização do progresso técnico e os Estados Nacionais se sedimentaram. Teve início 
um novo sistema, o Mercantilismo e, com ele, o engrandecimento do poder central, o Estado, 
o qual comandava todas as áreas, tanto da colônia quanto da metrópole. Seu poder era tão 
grande que gerou uma aversão ao controle. Em função disso, em 1776 houve uma mudança de 
pensamento. De um lado, na Inglaterra, Adam Smith lançou seu livro A Riqueza das Nações, e, 
com ele, o Capitalismo e a ciência econômica, e de outro, os Estados Unidos, proclamaram a 
sua independência. 
O Capitalismo pregava o lucro e a concorrência a qualquer preço e à custa da exploração dos 
trabalhadores, pois ainda não existiam regras que protegessem os trabalhadores. Por conta disso, 
Karl Marx, lançou O Capital, em 1867, dando início ao Socialismo. Este, por sua vez, defendia 
a planificação global, bem como que os fatores de produção deveriam pertencer à sociedade. 
Figura 9.
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=54YDa4JwoYY>.
20
CAPÍTULO 2 • SIStEMaS ECOnÔMICOS
Capitalismo e Socialismo são os dois sistemas econômicos predominantes e podem ser 
caracterizados:
 » Sistema capitalista, ou economia de mercado, é aquele regido pelas forças de mercado, 
predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. É um 
sistema caracterizado por crises frequentes que geram inflação, desemprego, falências. 
Além disso, também há tendência para a formação de cartéis e monopólios. Para amenizar 
os efeitos dessas crises, é crescente a intervenção do Estado na economia.
 » Sistema socialista ou economia centralizada, ou, ainda, economia planificada, é aquele 
em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de 
planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção. O sistema 
socialista tem suas doutrinas e movimentos políticos voltados para os interesses dos 
trabalhadores, priorizando eliminar as diferenças entre as classes sociais e planificara 
economia.
Sistemas econômicos e sustentabilidade
O Contrato Social, de Rousseau, publicado em 1762, preconizava a soberania da sociedade em 
detrimento dos valores individuais. Pode-se dizer que essa visão do coletivo tem se mostrado 
cada vez mais necessária nos dias atuais, pois, com o crescimento acelerado das economias, a 
demanda da humanidade por recursos naturais em um ano tem excedido, cada vez mais cedo, 
a capacidade da Terra de regenerar tais recursos no mesmo período. O Dia da Sobrecarga da 
Terra, como é chamado o momento em que a Terra começa a operar no vermelho, ocorreu, 
em 2015, no dia 13 de agosto. Muito mais cedo do que em 1970, quando a Terra atingiu sua 
capacidade máxima no dia 23 de dezembro. Desde então, a data vem sendo antecipada de 
maneira preocupante (3 de novembro em 1980; 4 outubro em 2000; 3 de setembro em 2005 
e 28 de agosto em 2010). Se nada for feito, em 2030, a data acontecerá em junho, segundo 
previsões dos cientistas.
O fato é que nos tornamos herdeiros de um impasse civilizatório: como desfrutar da vida e, ao 
mesmo tempo, viver dentro dos limites do planeta? As tecnologias, as máquinas, os computadores, 
o conhecimento científico, são úteis no processo de descoberta de alternativas, mas não são 
capazes de “cuidar” do planeta, da natureza e dos seres humanos. 
Satisfazer as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das futuras 
gerações de satisfazerem as suas próprias necessidades. Esse é o conceito da sustentabilidade. 
A grande questão é que o universo da sustentabilidade engloba questões econômicas, políticas, 
sociais e culturais, além de um ambiente equilibrado que seja capaz de vencer a desigualdade 
social, trazendo melhores condições de vida para a geração presente e seus descendentes, com 
valores pautados na ética e no respeito ao próximo.
21
SIStEMaS ECOnÔMICOS • CAPÍTULO 2
O conceito de sustentabilidade comporta sete aspectos ou dimensões principais, a saber:
 » Sustentabilidade social: melhoria da qualidade de vida da população, equidade na 
distribuição de renda e de diminuição das diferenças sociais, com participação e 
organização popular;
 » Sustentabilidade econômica: públicos e privados, regularização do fluxo desses 
investimentos, compatibilidade entre padrões de produção e consumo, equilíbrio de 
balanço de pagamento, acesso à ciência e tecnologia;
 » Sustentabilidade ecológica: o uso dos recursos naturais deve minimizar danos aos 
sistemas de sustentação da vida: redução dos resíduos tóxicos e da poluição, reciclagem 
de materiais e energia, conservação, tecnologias limpas e de maior eficiência e regras 
para uma adequada proteção ambiental;
 » Sustentabilidade cultural; respeito aos diferentes valores entre os povos e incentivo a 
processos de mudança que acolham as especificidades locais;
 » Sustentabilidade espacial: equilíbrio entre o rural e o urbano, equilíbrio de migrações, 
desconcentração das metrópoles, adoção de práticas agrícolas mais inteligentes e não 
agressivas à saúde e ao ambiente, manejo sustentado das florestas e industrialização 
descentralizada;
 » Sustentabilidade política: no caso do Brasil, a evolução da democracia representativa para 
sistemas descentralizados e participativos, construção de espaços públicos comunitários, 
maior autonomia dos governos locais e descentralização da gestão de recursos;
 » Sustentabilidade ambiental: conservação geográfica, equilíbrio de ecossistemas, 
erradicação da pobreza e da exclusão, respeito aos direitos humanos e integração social. 
Abarca todas as dimensões anteriores por meio de processos complexos.
Sachs, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2000. 
Outra visão aborda que a sustentabilidade não pode ser reduzida apenas a uma dimensão social 
ou ambiental e, sim, é resultado de uma visão integrada de várias dimensões. A partir dessa visão, 
ganha destaque a chamada gestão ecocêntrica, que olha na direção de um novo modelo focando 
nas relações humanas entre si e com o ambiente, independentemente dos limites temporais ou 
espaciais, diferentemente da visão tradicional que objetiva a maximização dos lucros. O quadro 
a seguir mostra as diferenças entre os dois modelos de gestão:
Quadro 1. gestão tradicional x gestão econcêntrica
Variáveis Gestão tradicional Gestão ecocêntrica
objetivos Crescimento econômico e lucros
Riqueza dos acionistas
Sustentabilidade e qualidade de vida.
Bem-estar dos interessados
22
CAPÍTULO 2 • SIStEMaS ECOnÔMICOS
Variáveis Gestão tradicional Gestão ecocêntrica
valores antropocêntrico
Conhecimento racional e “pronto 
para uso”
Ecocêntrico
Compreensão das reais necessidades 
dos indivíduos e da sociedade
Produtos voltados para atender aos desejos 
dos consumidores
Desperdício nas embalagens
Desenhados para o ambiente
Embalagens não agressivas ao 
ambiente
Sistemas de 
produção
Intensivos em energia e recursos 
Eficiência técnica
Baixo uso de energia e recursos
Eficiência ambiental
Organização Estrutura hierárquica
Processo decisório autoritário
autoridade centralizada
Estrutura não hierárquica
Processo decisório participativo
autoridade descentralizada
ambiente Dominação sobre a natureza
ambiente gerenciado como recurso
Poluição é externalidade
Harmonia com a natureza
Recursos entendidos como finitos
Eliminação/gestão da poluição
Funções de 
negócios
Marketing age para aumento do 
consumo
Finanças atuam para a maximização 
dos lucros
Contabilidade dedica-se aos custos 
convencionais
gestão de Recursos Humanos 
voltada para o aumento da 
produtividade no trabalho
Marketing age para a educação do 
ato de consumo
Finanças atuam para o crescimento 
sustentável de longo prazo
Contabilidade focaliza os custos 
ambientais
gestão de Recursos Humanos 
dedica-se a tornar o trabalho 
significativo e o ambiente seguro e 
saudável para o trabalho 
Fonte: aSHLEY, Patrícia. Ética e Responsabilidade Social nos negócios, 2002.
No contexto atual, se, por um lado, a inovação é considerada um processo irreversível pelo grau 
de conhecimento técnico-científico alcançado pela humanidade, por outro, o apreço desmedido 
pelo consumo de “novidades”, um comportamento típico do homem contemporâneo, está se 
transformando em uma doença cada vez mais comum entre os indivíduos de nosso tempo – a 
oneomania (ou compulsão pelo consumo).
Em um cenário de crescimento econômico e ascensão de mais da metade dos 
cidadãos brasileiros à classe média, o Brasil se depara com a oportunidade 
histórica de delinear um novo padrão de desenvolvimento. Os padrões de 
consumo observados nos países de primeira industrialização mostraram-se 
predatórios e insustentáveis, avançando sobre os recursos naturais em seu 
território e fora dele. O estímulo ao consumo excessivo e a pouca preocupação 
em ofertar tecnologias e produtos menos nocivos ao meio ambiente agravaram 
problemas globais, como as mudanças climáticas, a poluição dos oceanos e a 
geração de lixo. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014)
23
SIStEMaS ECOnÔMICOS • CAPÍTULO 2
a agenda 21 e os Objetivos de Desenvolvimento do 
Milênio (ODM)
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio 
de Janeiro em junho de 1992 (a Rio 92) foi o grande marco para o desenvolvimento sustentável 
e na qual foi concebida a Agenda 21, um plano de ação mundial para orientar a transformação 
desenvolvimentista, identificando, em 40 capítulos, 115 áreas de ação prioritária.
Dentre alguns dos focos discriminados na Agenda 21, pode-se destacar: cooperação internacional, 
combate à pobreza, mudança dos padrões de consumo, habitação adequada, integração entre meio 
ambiente e desenvolvimento na tomada de decisões, proteção da atmosfera, abordagem integrada 
do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres, combate ao desflorestamento, manejo 
de ecossistemas frágeis, luta contra a desertificação e a seca, promoção do desenvolvimento 
rural e agrícola sustentável, conservação dadiversidade biológica, manejo ambientalmente 
saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com os esgotos, fortalecimento do papel 
das organizações não governamentais, fortalecimento do papel dos agricultores, transferência 
de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e fortalecimento institucional, a ciência 
para o desenvolvimento sustentável, promoção do ensino, da conscientização e do treinamento.
Em 2015, a ONU obteve em Paris um novo compromisso intitulado Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável (ODS) com um total de 17 objetivos e 169 metas sobre questões de desenvolvimento 
sustentável:
 » ODS1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; 
 » ODS2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição, e 
promover a agricultura sustentável; 
 » ODS3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as 
idades; 
 » ODS4. Garantir educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades 
de aprendizado ao longo da vida para todos; 
 » ODS5. Alcançar igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas; 
 » ODS6. Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos; 
 » ODS7. Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e moderna para todos;
 » ODS8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego 
pleno e produtivo, e trabalho decente para todos; 
 » ODS9. Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e 
sustentável, e fomentar a inovação; 
24
CAPÍTULO 2 • SIStEMaS ECOnÔMICOS
 » ODS10. Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles; 
 » ODS11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes 
e sustentáveis; 
 » ODS12. Assegurar padrões de consumo e produção sustentáveis; 
 » ODS13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos;* 
*Reconhecendo que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima 
(CQNUMC) é o principal fórum internacional e intergovernamental para negociar a 
resposta global à mudança do clima. 
 » ODS14. Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos 
para o desenvolvimento sustentável; 
 » ODS15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, 
gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, bem como deter e 
reverter a degradação do solo e a perda de biodiversidade; 
 » ODS16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, 
proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis 
e inclusivas em todos os níveis; 
 » ODS17. Fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global para 
o desenvolvimento sustentável. 
(Publicado originalmente no EcoD, via PNUD com informações do UN News Centre). 
Fonte: www.akatu.org.br. 
No contexto atual, as esferas da vida social e individual se organizam em função da lógica do 
consumo. Se a primeira e a segunda fase da modernidade produziram o consumidor moderno, 
a última consolida o domínio ilimitado do consumo como lógica social, nada parece escapar ao 
seu domínio. Mas será que na era do consumo emocional a motivação consumista é totalmente 
hegemônica, capaz de tudo absorver e reciclar segundo sua própria racionalidade? Será que 
dispomos de atores e domínios sociais capazes de escapar à esfera exclusiva do lucro e do 
consumo pelo consumo?
Encontrar respostas para essas questões se faz urgente, o futuro da sociedade contemporânea 
depende cada vez mais da capacidade de fazer a ética da responsabilidade triunfar sobre os 
comportamentos irresponsáveis, mas, para isso, é preciso a consciência de que tais comportamentos 
não irão desaparecer sozinhos, por terem sido inscritos na lógica social de nosso tempo.
Será preciso conceber um processo de alfabetização ecológica, disposição para rever hábitos de 
consumo e, acima de tudo, comprometimento para desenvolver uma ética de cuidado com o 
planeta no qual vivemos e única garantia de nossa permanência no mundo.
25
SIStEMaS ECOnÔMICOS • CAPÍTULO 2
É urgente sobrevivermos ao ridículo do mundo contemporâneo. E para sobreviver a ele, devemos 
desprezá-lo de alguma forma (...). A verdadeira sabedoria passa, em algum momento, pelo 
desprezo do mundo a sua volta. Em mil anos seremos esquecidos. Nossa época não ocupará 
mais do que um parágrafo nos livros de História no futuro. Passarão da bomba atômica (...) 
para as grandes trevas do final do século XXI, causadas por nossas manias com saúde, luxo, 
alimentação, sexualidade, liberdade e narcisismo. A Idade Média perderá seu título de era das 
trevas e nós receberemos essa maldição. Lembrar-se-ão de nós como mimados, ressentidos e 
covardes. (...) Ouvirão falar vagamente de nossas redes sociais e de nossa crença em seu potencial 
revolucionário (...). Levarão mais a sério os gregos, os romanos e hebreus, porque verão neles 
povos que buscavam o conhecimento, e não suas próprias imagens no rosto do universo. 
Uma agenda para o contemporâneo é um ato de coragem. Sua missão é nos fazer ver quem 
somos numa época afogada em narcisismo. (PONDÉ, 2014, p. 17-20)
Nesse ponto torna-se importante pontuar algumas informações essenciais sobre o consumo 
consciente. A humanidade já consome 30% mais de recursos naturais do que a capacidade de 
renovação da terra, segundo informações publicadas na página do Ministério do Meio Ambiente, 
se o padrão atual de consumo e produção for mantido, em menos de 50 anos precisaremos de 
dois planetas para atender às necessidades de água, energia e alimentos. 
Esse é um dado crítico, principalmente se observamos que até mesmo no caso dos países mais 
desenvolvidos, como os EUA (cuja cultura influencia o modo de ser, pensar e sentir de muitos 
brasileiros), a banalização do consumo, resultante do encorajamento para que as pessoas 
consumam mais do que necessitam, tem sido questionada em função dos diversos efeitos 
negativos que vão desde a obesidade infantil até o estresse familiar, quando o responsável pelo 
sustento da família é obrigado a negar aos apelos consumistas de um dos membros, gerando 
frustração que, não raro, deixa um rastro de brigas, conflitos e desentendimentos que minam a 
solidariedade e os afetos dos envolvidos na disputa.
“Fala-se muito em sonho de consumo. Estamos imersos numa cultura consumista, com a promessa 
de que, quanto mais compras eu fizer e mais coisas eu tiver, mais feliz serei” (TRIGUEIRO, 2012, 
p. 27). Em termos globais, o consumo não consciente consiste no consumo acima da capacidade 
de renovação dos recursos naturais, na compra por impulso e desprovida da reflexão sobre o ato 
da compra, do uso ou descarte de produtos ou serviços.
Segundo Trigueiro (2012), não se trata simplesmente de dizer para as pessoas que parem de 
comprar, pois é sabido que o consumo faz parte da vida (consumir água, energia, alimentos, 
roupa, lazer e cultura), mas de promover uma reflexão sobre as consequências do consumo. 
Repensar o que realmente é importante e priorizar as coisas importantes. Em outras palavras, 
o discurso do consumo consciente tem por objetivo promover a reflexão e conscientização, 
sobre os impactos que o consumo terá sobre a sociedade, o meio ambiente e sobre o próprio 
consumidor.
26
CAPÍTULO 2 • SIStEMaS ECOnÔMICOS
Sintetizando
Vimos até agora:
 » Neste capítulo, foram apresentadas as principais características de Sistemas Econômicos, que passaram pelo Feudalismo, 
Mercantilismo, Socialismo e Capitalismo. Esses sistemas, independentemente de questões sociopolíticas possuem 
conjuntos de instituições e agentes que operam trocando entre si terra, capital e trabalho e moeda. 
 » Os elementos básicos de um sistema econômico são: estoques de recursos produtivos ou fatores de produção, complexo 
de unidades de produção e conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais.
 » Os sistemas econômicospossuem dois tipos de circulação. A primeira, que envolve a circulação dos fatores de produção 
em troca de bens e serviços (fluxo real). Já a segunda, traz a circulação de fatores de produção e bens e serviços em troca de 
moeda (fluxo monetário).
 » A chamada gestão ecocêntrica, que olha na direção de um novo modelo focando nas relações humanas entre si e com 
o ambiente, independentemente dos limites temporais ou espaciais, diferentemente da visão tradicional que objetiva a 
maximização dos lucros.
27
SIStEMaS ECOnÔMICOS • CAPÍTULO 2
Introdução
A Teoria Econômica divide-se em dois eixos fundamentais: a Microeconomia e a Macroeconomia. 
Neste terceiro capítulo, serão apresentados os conceitos relativos à análise microeconômica, que 
traz a visão empresarial e do consumidor dentro dos mercados. Serão também abordados os 
conceitos de mercado e de concorrência, tanto perfeita quanto imperfeita. Cabe ressaltar que o 
mercado prescinde de uma localização específica. Ele existe quando compradores e vendedores 
interagem para comprar e vender um produto específico. Boa leitura!
Objetivos
 » Compreender como funciona o sistema de mercado.
 » Determinar o que é oferta.
 » Determinar o que é demanda.
 » Explicar como a oferta e a demanda determinam o preço.
 » Compreender a diferença entre concorrência perfeita e imperfeita.
3CAPÍTULOMICROECOnOMIa
28
CAPÍTULO 3 • MICROECOnOMIa
O que é Microeconomia?
A Microeconomia é definida como um problema de alocação de recursos escassos em relação 
a uma série possível de fins. As famílias são consideradas fornecedores de trabalho e capital, 
e demandantes de bens de consumo. As firmas são consideradas demandantes de trabalho e 
fatores de produção e fornecedoras de produtos.
Os consumidores maximizam a utilidade a partir de um orçamento determinado. As firmas 
maximizam lucro a partir de custos e receitas possíveis.
A Microeconomia procura analisar o mercado e outros tipos de mecanismos que estabelecem 
preços relativos entre os produtos e serviços, alocando de modos alternativos os recursos dos 
quais dispõem determinados indivíduos organizados numa sociedade. Divide-se em:
 » Teoria do consumidor: estuda as preferências do consumidor, analisando o seu 
comportamento, as suas escolhas, as restrições quanto a valores e à demanda de mercado. 
A partir dessa teoria se determina a curva de demanda. 
 » Teoria da firma: estuda a estrutura econômica de organizações cujo objetivo é maximizar 
lucros. Organizações que, para isso, compram fatores de produção e vendem o produto 
desses fatores de produção para os consumidores. Estuda estruturas de mercado tanto 
competitivas quanto monopolísticas. A partir dessa teoria se determina a curva de oferta. 
 » Teoria da produção: estuda o processo de transformação de fatores adquiridos pela 
empresa em produtos finais para a venda no mercado. Estuda as relações entre as 
variações dos fatores de produção e suas consequências no produto final. Determina 
as curvas de custo, que são utilizadas pelas firmas para determinar o volume ótimo de 
oferta. 
Pressupostos básicos da análise microeconômica
 » Hipótese coeteris paribus (tudo o mais permanece constante): o foco de estudo é 
dirigido apenas àquele mercado, analisando o papel que a oferta e a demanda nele 
exercem, supondo que outras variáveis interfiram muito pouco, ou que não interfiram 
de maneira absoluta.
 » Papel dos preços relativos: são mais relevantes os preços relativos, isto é, os preços dos 
bens em relação aos demais, do que os preços absolutos (isolados) das mercadorias. 
 » Princípio da racionalidade: os empresários tentam sempre maximizar lucros 
condicionados pelos custos de produção, os consumidores procuram maximizar sua 
satisfação no consumo de bens e serviços (limitados por sua renda e pelos preços das 
mercadorias).
29
MICROECOnOMIa • CAPÍTULO 3
Para as empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes decisões:
 » Políticas de preços da empresa.
 » Previsão de demanda e faturamento.
 » Previsão de custos de produção.
 » Decisões ótimas de produção (melhor combinação dos custos de produção).
 » Avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo/benefício).
 » Política de propaganda e publicidade.
 » Localização da empresa.
Em relação à política econômica, pode contribuir na análise e tomada de decisões das seguintes 
questões:
 » Efeitos de impostos sobre mercados específicos.
 » Política de subsídios.
 » Fixação de preços mínimos na agricultura.
 » Controle de preços
 » Política salarial.
 » Políticas de tarifas públicas. (água, luz etc.).
Os estudos microeconômicos visam atingir o equilíbrio geral que leva em conta as inter-relações 
entre todos os mercados, procurando analisar se o comportamento, independente de cada 
agente econômico, conduz todos a uma posição de equilíbrio global, embora todos sejam, na 
realidade, interdependentes. 
Os agentes de mercado: oferta e demanda
A Microeconomia parte dos agentes de mercado, ou seja, dos ofertantes e demandantes. 
 » Demanda: quantidade de bem ou serviço procurada pelo consumidor, a certo preço, 
em determinado período de tempo. A demanda é inversamente proporcional ao preço, 
ou seja, quanto maior este for, menor será o desejo de consumo. 
 » Oferta: quantidade de bem ou serviço oferecida pelo produtor/vendedor, a certo preço, 
em determinado período de tempo. A oferta é diretamente proporcional ao preço, ou 
seja, quanto maior este for, maior será o desejo de vender. 
30
CAPÍTULO 3 • MICROECOnOMIa
Demanda de Mercado
Conforme foi descrito anteriormente, a demanda ou procura pode ser definida como a quantidade 
de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período 
de tempo. 
A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas: renda, gostos, 
preços dos bens ou serviços afins, expectativas de consumidores e número de compradores. 
Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem. É 
a chamada Lei Geral da Demanda. Essa relação pode ser observada a partir dos conceitos de 
escala de procura, curva de procura ou função demanda.
A relação preço/quantidade procurada pode ser representada por uma escala de procura, 
conforme apresentada a seguir:
tabela 1.
Preço ($) Quantidade Demandada
1,00 12.000
3,00 8.000
6,00 4.000
8,00 3.000
10,00 2.000
Fonte: Elaboração da própria autora, 2016.
A curva da demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito 
substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade demandada 
será provocada por esses dois efeitos somados:
 » Efeito substituição: se um bem possui um substituto, ou seja, outro bem similar que 
satisfaça a mesma necessidade, quando seu preço aumenta, o consumidor passa adquirir 
o bem substituto, reduzindo, assim, sua demanda. Exemplo: Fósforo.
Figura 10. Demanda.
DEMANDA
0
2
4
6
8
10
12
2000 3000 4000 8000 12000
Quantidade
Pr
eç
o
Fonte: Elaboração da própria autora, 2016.
31
MICROECOnOMIa • CAPÍTULO 3
 » Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem, o consumidor perde o poder 
aquisitivo, e a demanda por esse produto diminui.
A procura de uma mercadoria não é influenciada apenas por seu preço. Existem outras variáveis 
que também afetam a procura. Quando há um aumento da renda, o consumidor tende a 
substituir suas compras por outros produtos de maior valor agregado. Por exemplo, diminuirá 
o consumo de carne de segunda, e aumentará o consumo da carne de primeira. Influencia 
também a demanda se o consumidor possui uma renda permanente, como aposentadorias 
ou, também, quando há variações nas taxas de juros. Quando essas caem, o dinheiro fica mais 
barato e logo há um acesso maior ao crédito. Há, também, a questão dos bens relacionados. 
Esses podem ser substitutos ou complementares. No caso dos substitutos, temos, por exemplo, 
as frutas. Quando o preço da maçã sobe, tendemosa comprar outras frutas que estejam mais 
baratas. Bens complementares são aqueles em que um depende do outro. Por exemplo, se o 
preço do cartucho de determinado tipo de impressora aumentar, a tendência será diminuir a 
aquisição desse tipo de equipamento. 
Oferta de Mercado
A oferta consiste nas várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em 
determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de vários 
fatores; dentre eles, de seu próprio preço, dos demais preços, dos preços dos fatores de produção, 
das preferências do empresário e da tecnologia.
Diferentemente da função demanda, a função de oferta mostra uma correlação direta entre a 
quantidade ofertada e nível de preços. É a chamada Lei Geral da Oferta.
Podemos expressar uma escala de oferta de um bem X, ou seja, dada uma série de preços, quais 
seriam as quantidades ofertadas a cada preço:
tabela 2.
Preço ($) Quantidade Ofertada
1,00 2.000
3,00 3.000
6,00 4.000
8,00 8.000
10,00 12.000
Fonte: Elaboração da própria autora, 2016.
32
CAPÍTULO 3 • MICROECOnOMIa
Figura 11. Oferta.
OFERTA
0
2
4
6
8
10
12
1000 3000 4000 11000 13000
Quantidade
Pr
eç
o
Fonte: Elaboração da própria autora, 2016.
Equilíbrio de Mercado
A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio 
de um bem ou serviço em dado mercado. Veja o quadro a seguir representativo da oferta e da 
demanda do bem X:
tabela 3.
Preço
Quantidade
Situação de Mercado
Procurada Ofertada
1,00 12 1 Excesso de procura (escassez de oferta)
3,00 8 3 Excesso de procura (escassez de oferta)
6,00 4 4 Equilíbrio entre oferta e procura
8,00 3 11 Excesso de oferta (escassez de procura)
10,00 2 13 Excesso de oferta (escassez de procura)
Fonte: Elaboração da própria autora, 2016.
Figura 12. Equilíbrio.
EQUILÍBRIO
0
2
4
6
8
10
12
1000 3000 4000 11000 13000
Quantidade
Pr
eç
o
Fonte: Elaboração da própria autora, 2016.
Como se observa na tabela, existe equilíbrio entre oferta e demanda do bem X, quando o preço 
é igual a 6,00 unidades monetárias.
33
MICROECOnOMIa • CAPÍTULO 3
Estruturas de mercado
Foram estudadas anteriormente quais variáveis afetam a demanda e a oferta de bens e serviços, 
e como são determinados os preços, supondo sem interferências, o mercado automaticamente 
encontra seu equilíbrio. Implicitamente, estava sendo suposta uma estrutura específica de 
mercado, qual seja, a de concorrência perfeita.
As várias formas ou estruturas de mercados dependem fundamentalmente de três características:
 » número de empresas que compõem esse mercado;
 » tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados);
 » se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado.
Concorrência pura ou perfeita
Figura 13.
Fonte: <http://empreendedorx.com.br/brasil-e-empreendedorismo/analisar-redes-sociais-da-concorrencia.>.
É um tipo de mercado em que há grande número de vendedores (empresas), de tal sorte uma 
empresa, isoladamente, por ser insignificante, não afeta os níveis de oferta do mercado e, 
consequentemente, o preço de equilíbrio.
Nesse tipo de mercado ainda existem as seguintes características: não existe diferenciação entre 
os produtos ofertados pelas empresas concorrentes, não existem barreiras para o ingresso de 
empresas no mercado e todas as informações sobre lucros e preços são conhecidas por todos 
os participantes do mercado. 
Concorrência Imperfeita
Figura 14.
Fonte: <http://www.doctorfit.com.br/noticias/capitulo-2-santa-concorrencia>.
34
CAPÍTULO 3 • MICROECOnOMIa
Ocorre quando um dos agentes (ofertante ou demandante) tem o poder de determinar o preço 
de um bem. Nesse caso, diz-se que esse agente possui o poder de mercado. Existem quatro tipos 
diferentes de concorrência imperfeita. Do lado da oferta há o monopólio e o oligopólio. Do lado 
da demanda o monopsônio e o oligopsônio.
Monopólio
O mercado monopolista caracteriza-se por apresentar condições opostas às da concorrência 
perfeita. Nele existe, de um lado, uma única empresa, dominando inteiramente a oferta e, de 
outro, todos os consumidores. Não há, portanto, concorrência, nem produto substituto ou 
concorrente. Nesse caso, ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo vendedor, 
ou simplesmente deixaram de consumir o produto.
Para a existência de monopólios, deve haver barreiras que praticamente impeçam a entrada 
de novas firmas no mercado. Essas barreiras podem advir das seguintes condições: monopólio 
puro, elevado volume de capital, patente e controle de matérias-primas básicas, existem, ainda, 
os monopólios institucionais ou estatais em setores considerados estratégicos ou de segurança 
nacional (petróleo, energia, comunicação).
Oligopólio
É um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de empresas que 
dominam a oferta de mercado. Pode caracterizar-se como um mercado em que há um pequeno 
número de empresas, como a indústria automobilística, ou, então, onde há um grande número 
de empresas, mas poucas dominam o mercado, como a indústria de bebidas.
O setor produtivo no Brasil é altamente oligopolizado, sendo possível encontrar inúmeros exemplos: 
montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de papel, indústria farmacêutica etc.
Nos oligopólios, tanto as quantidades ofertadas quanto os preços são fixados entre as empresas 
por meio de cartéis. O cartel é uma organização formal ou informal de produtores dentro de um 
setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ele pertencem.
Monopsônio
Trata-se de uma forma de mercado na qual há somente um comprador para muitos vendedores 
dos serviços dos insumos. É o caso da empresa que se instala em determinada cidade do interior 
e, por ser a única, torna-se demandante exclusiva da mão de obra local e das cidades próximas, 
tendo para si a totalidade da oferta de mão de obra.
Oligopsônio
É um mercado em que existem poucos compradores que dominam o mercado para muitos 
vendedores. Exemplo: indústria de laticínios. Em cada cidade existem dois ou três laticínios que 
35
MICROECOnOMIa • CAPÍTULO 3
adquirem a maior parte do leite dos inúmeros produtores rurais locais. A indústria automobilística, 
além de oligopolista no mercado de bens e serviços, também é oligopsonista na compra de 
autopeças.
Quadro 2. Principais Características das Estruturas Básicas de Mercado.
Característica Concorrência perfeita Monopólio Oligopólio
1. Quanto ao número de 
empresas
Muito grande Só há uma empresa Pequeno
2. Quanto ao produto Homogêneo. não há 
diferenças
não há substitutos 
próximos
Pode ser homogêneo ou 
diferenciado
3. Quanto ao controle das 
empresas sobre os preços
não há possibilidade de 
manobras pelas empresas
as empresas têm grande 
poder para manter preços 
relativamente elevados
Embora dificultado pela 
interdependência entre as 
empresas, estas tendem a 
formar cartéis
4. Quanto à concorrência 
extrapreço
Não é possível
Nem seria eficaz
a empresa geralmente 
recorre a campanhas 
institucionais
É intensa, sobretudo 
quando há diferenciação 
do produto
5. Quanto às condições de 
ingresso no mercado
não há barreiras Barreiras de acesso de 
novas empresas
Barreiras de acesso de 
novas empresas
Fonte: Elaboração da própria autora, 2016.
Sintetizando
Vimos até agora:
 » Neste capítulo, foram apresentadas as principais questões referentes aos mercados, seus agentes e sistemas de operação. 
Foi demonstrado que em um mercado livre, ou seja, sem interferência dos governos, os consumidores decidem o que 
será produzido. Quando há alguma mudança nas preferências dos consumidores, os produtores precisam alocar os 
recursos para oferecer aquilo que os consumidores desejam e podem comprar. Essa situação é oposta aos mercados em 
concorrência imperfeita em que um dos agentes determina o comportamento de uma imensa maioria, a qual tem de se 
adaptar às diretrizes estabelecidas por esses agentes dominantes. 
 » AMicroeconomia procura analisar o mercado e outros tipos de mecanismos que estabelecem preços relativos entre os 
produtos e serviços, alocando de modos alternativos os recursos dos quais dispõem determinados indivíduos organizados 
numa sociedade. 
 » Existem dois tipos de concorrência. O primeiro é a concorrência perfeita, em que nenhum dos agentes tem o chamado 
poder de mercado ou poder de determinar o preço. Já na concorrência imperfeita, um grupo pequeno, de ofertantes ou 
demandantes, determina o valor a ser pago, constituindo uma relação desigual.
36
Introdução
Neste capítulo será estudada a Macroeconomia, que considera, para a formulação das políticas 
econômicas o comportamento da economia em seu conjunto. A unidade de referência é o todo e 
não suas partes individualizadas.Também serão estudados alguns indicadores macroeconômicos 
que permitem avaliar o desempenho totalizado da economia, os quais auxiliam os governos para 
encontrar as causas e os mecanismos corretivos das grandes flutuações conjunturais, os altos e 
baixos da economia como um todo. Boas leituras!
Objetivos
 » O que é oferta agregada.
 » O que é demanda agregada.
 » As diferenças entre Renda Nacional, Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto.
 » As ações utilizadas para a implementação das políticas econômicas.
4CAPÍTULOMaCROECOnOMIa
37
MaCROECOnOMIa • CAPÍTULO 4
O que é Macroeconomia?
A macroeconomia preocupa-se com o conjunto de decisões de todos os agentes econômicos, 
que se refletirá em maior ou menor produção e nível de emprego. Inflação, taxa de juros, taxa de 
câmbio, nível de emprego global, crescimento econômico são objetos da análise macroeconômica. 
Estuda, também, as decisões tomadas pelo formulador de política econômica do País. 
Estuda a realidade econômica de forma global. Ela se preocupa com a relação entre os agentes 
econômicos e o funcionamento da economia em seu conjunto. Procura obter uma visão 
simplificada da economia, utilizando um número reduzido de variáveis, como: produto agregado; 
demanda agregada; consumo; emprego; investimento; nível geral de preços; equilíbrio geral; 
crescimento econômico etc. 
A Análise Macroeconômica foi particularmente desenvolvida após a publicação, em 1936, da 
principal obra de J. M. Keynes (1883-1946), The general theory of employment, interest and 
money1. Essa obra é de enorme significado histórico, pode ser considerada, de um lado, fruto dos 
difíceis anos da Grande Depressão, e de outro, da incapacidade revelada pela Microeconomia 
clássica e neoclássica para solucionar os problemas macroeconômicos do desemprego em massa. 
A Macroeconomia está voltada, fundamentalmente, para:
 » O comportamento da economia em seu conjunto, agregadamente considerado. A unidade 
de referência é o todo e não suas partes individualizadas.
 » O desempenho totalizado da economia. As causas e os mecanismos corretivos das 
grandes flutuações conjunturais. Os altos e baixos da economia como um todo etc. 
Assim sendo, a Macroeconomia ocupa-se, basicamente, de garantir a manutenção do pleno 
emprego dos recursos disponíveis dos sistemas econômicos, eliminando todos os possíveis focos 
de subemprego ou de desemprego generalizado; ocupa-se, ainda, das condições necessárias 
ao desenvolvimento econômico, bem como de seu significado, custos e benefícios; finalmente, 
ocupa-se, também, das questões relacionadas à inflação, procurando determinar as causas e os 
efeitos das elevações gerais dos níveis de preços como um todo. 
Oferta agregada
Consiste na quantidade total de bens e serviços que as empresas de um país estão dispostas a 
produzir e a vender num dado período. É dependente do nível de preços, da capacidade produtiva 
e dos custos a suportar pela economia.
A Oferta Agregada representa o que as empresas, no seu conjunto, estão dispostas a produzir e a 
vender para cada nível geral de preços, assumindo como constantes todas as restantes variáveis 
1 Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda.
38
CAPÍTULO 4 • MaCROECOnOMIa
determinantes da oferta agregada, tais com as tecnologias disponíveis e as quantidades e preços 
dos fatores produtivos. Conjugada com a procura agregada, a oferta agregada permite encontrar 
o equilíbrio macroeconômico.
Demanda agregada
A Demanda Agregada corresponde à totalidade da despesa desejada pelo conjunto dos agentes 
econômicos (famílias, empresas, Estado e exterior) para um determinado nível de preços, 
mantendo-se constantes outros fatores, tais como a política orçamentária, a oferta de moeda, a 
disponibilidade de capital, entre outras, e tem quatro componentes:
 » Consumo: consiste nas despesas de consumo das famílias, o qual é determinado, além 
dos preços, pelo rendimento disponível, pelas tendências demográficas e pela riqueza 
acumulada;
 » Investimento: corresponde às despesas realizadas pelas empresas em equipamentos 
e instalações, as quais são determinadas em grande medida pelo custo dos fatores 
produtivos, pela evolução da economia e pelas expectativas dos empresários;
 » Gastos do Governo (ou despesa pública): referem-se às despesas realizadas pelo Estado 
com a aquisição de bens e serviços, sendo determinada diretamente por este, constituindo, 
por isso, um importante instrumento de política econômica;
 » Exportações líquidas: correspondem às exportações subtraídas das importações; no 
caso das importações, estas são determinadas pelos mesmos fatores que determinam 
o consumo, o investimento e os gastos do Estado e, ainda, pela relação entre os preços 
internos e os preços externos e pela taxa de câmbio do país; quanto às importações, 
estas são determinadas pelo rendimento dos outros países e também pela relação entre 
os preços internos e externos e pelas taxas de câmbio.
Política econômica
A esta altura na nossa trajetória, você deve estar se perguntando como, então, o governo faz 
tudo funcionar, como ele atua na prática, como ele faz uma imensa engrenagem como o nosso 
Brasil de magnitude continental funcionar. Essas ações governamentais, planejadas no sentido 
de garantir estabilidade, eficiência, crescimento e desenvolvimento recebem o nome de política 
econômica, que é executada pelo próprio governo e pelo Banco Central. 
A política econômica é determinada por um conjunto de medidas governamentais, que atuam 
sobre a Economia do País. Consiste na determinação dos setores ou polos econômicos, que 
prioritariamente devem ser impulsionados e desenvolvidos, mediante apoio técnico, financeiro 
ou fiscal. Como não é possível atuar de forma efetiva em todos os campos da Economia, o 
governo deve priorizar determinados setores que mais necessitam da ação do Estado e canalizar 
http://www.notapositiva.com/dicionario_economia/procuraagregada.htm
http://www.notapositiva.com/dicionario_economia/agenteeconom.htm
http://www.notapositiva.com/dicionario_economia/agenteeconom.htm
http://www.notapositiva.com/dicionario_economia/rendimentodisponivel.htm
http://www.notapositiva.com/dicionario_economia/factoresprod.htm
http://www.notapositiva.com/dicionario_economia/factoresprod.htm
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MaCROECOnOMIa • CAPÍTULO 4
recursos orçamentários para apoiar uma ação, que deve ser minuciosamente estudada para que 
os recursos sejam aplicados de forma eficiente e eficaz. 
Vamos recordar que as principais metas das políticas econômicas são:
 » Alto nível de emprego;
 » Estabilidade de preços;
 » Eficiência;
 » Distribuição de renda socialmente justa; 
 » Crescimento econômico.
Para que essas metas sejam atingidas, o governo adota alguns instrumentos de políticas 
econômicas, as quais têm como última função a de estabilizar/controlar os grandes agregados 
macroeconômicos. A política econômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade 
produtiva (oferta agregada) e despesas planejadas (demanda agregada), com o objetivo de permitir 
que a economia opere em pleno emprego, com baixa taxa de inflação e uma distribuição justa 
de renda. Dentro dessa função do setor público, os principais agregados econômicossão: taxa 
de juros, crescimento econômico, nível de preços, taxa de desemprego e taxa de câmbio.
Assim, para que esses objetivos do setor público sejam alcançados de forma eficaz, o governo 
utiliza-se de um conjunto de políticas e instrumentos econômicos destacados a seguir. 
Política monetária
A política monetária tem como objetivo controlar a oferta de moeda na economia. Determinar 
a quantidade de moeda (dinheiro) na economia é função do Conselho Monetário Nacional 
(CMN), com participação do Banco Central do Brasil (Bacen). Ao determinar a quantidade de 
dinheiro, tem-se a formação da taxa de juros, ou seja, a taxa de juro pode ser simplificadamente 
interpretada como o preço do dinheiro.
O que é moeda?
Deparamo-nos todos os dias com questões que envolvem moedas. Para iniciarmos o nosso 
estudo sobre moeda, vamos voltar um pouco na história por meio do Texto apresentado no livro 
Moeda, de onde veio para onde foi (GALBRAITH, 1997, p. 5).
Selecionamos alguns autores renomados para entendermos o conceito de moeda:
Moeda é a representação concreta do dinheiro. Consiste numa terceira mercadoria, convencional 
e representativa do valor de troca dos bens e mercadorias, destinando-se a decompor a troca em 
compra e venda. (GASTALDI, 2000, p. 227).
40
CAPÍTULO 4 • MaCROECOnOMIa
De acordo com o Dicionário de Economia, a moeda é um signo de valor. A mais antiga representação 
do dinheiro, muitas vezes empregada como sinônimo. (SANDRONI, 1999)
Uma moeda corrente, ou dinheiro, pode ser qualquer coisa em que as pessoas confiam e que 
utilizam como meio de realizar comércio ou trocas. (SPARROWE, 2003, p. 61)
De acordo com Sparrowe (2003) as primeiras moedas padronizadas podem ter sido pequenos 
pedaços de eletro, um liga natural de ouro ou prata utilizada na Lídia, atual Turquia, em 600 
a.C. O rei da Lídia garantia a uniformidade dos pedaços por meio da autorização da impressão 
de um desenho de cada um. Como vimos no texto anterior, ao longo da história, muitos outros 
meios foram utilizados. 
Para entender melhor o que é moeda, você conhecerá os tipos de moedas existentes, de acordo 
com Sandroni (1999).
 » Moeda-chave. moeda utilizada como padrão para o cálculo de paridade entre duas 
moedas. Em lugar de se calcular diretamente a cotação de uma moeda em relação a 
outra, faz-se a conversão das duas em uma terceira, a moeda-chave.
Ex.: Nas transações comerciais internacionais costuma-se utilizar o dólar como moeda-
chave.
 » Moeda conversível. moeda que, de acordo com os termos de sua emissão e durante 
a vigência do padrão-ouro ou do padrão-cambio ouro, podia ser convertida, numa 
determinada cotação fixa, em ouro monetário ou em moedas fortes.
Ex.: O dólar e a libra. 
 » Moeda de boa lei (Bona Monetas). esta expressão admite dois sentidos: 1) quando o 
toque e o peso de uma moeda corresponde àquele que a lei lhe determina; 2) quando 
tem credibilidade no mercado.
Ex.: a expressão pagamento em bona monetas significa pagamento realizado com 
moeda de boa lei.
 » Moeda corrente: constitui no dinheiro legalmente autorizado a circular no País como 
meio de pagamento, em geral emitido (células de papel-moeda) ou cunhado (moedas 
metálicas) pelo próprio governo. Ex.: Nosso Real em papel e em moeda.
 » Moeda escritural: é a ordem de pagamento que se originou da generalização do uso 
do papel moeda. 
Ex.: a abertura de uma conta corrente por meio de determinado depósito em dinheiro 
permite a qualquer pessoa movimentar esse fundo depositado no banco, utilizando, 
por exemplo, o cheque.
41
MaCROECOnOMIa • CAPÍTULO 4
 » Moeda estrangeira: moeda de outro país, que pode ou não ser cotada em relação à 
moeda corrente na tabela de câmbio que regula as transações internacionais. 
Ex.: O poder de compra das moedas estrangeiras é expresso pela taxa cambial, fixa ou 
livre, que tende a refletir a efetiva relação de troca existente entre as distintas moedas 
de diferentes países. 
 » Moeda forte: a que apresenta facilidade de circulação e conversibilidade nas transações 
internacionais, por oferecer ampla garantia como meio de pagamento ou reserva de valor. 
Ex.: Entre as moedas fortes mais utilizadas até a década de 1970 destacam-se o dólar 
norte-americano, a libra esterlina e o marco alemão, que ainda mantêm relativa 
paridade com o padrão câmbio ouro e servem de referência nas cotações cambiai 
em todo o mundo. 
 » Moeda fraca: aquela que circula com dificuldade no mercado internacional ou nem 
mesmo é aceita como meio de pagamento em operações de comércio exterior. 
Ex.: Nesse caso, incluem-se praticamente todas as moedas dos países subdesenvolvidos. 
 » Moeda internacional: qualquer moeda aceita internacionalmente como forma de 
pagamento. Até a Segunda Guerra Mundial, a libra, como moeda forte, era a mais aceita 
internacionalmente, sendo substituída de forma gradual pelo dólar norte-americano. 
Ex.: qualquer moeda forte (iene japonês, marco alemão etc.) pode ser utilizada em 
pagamentos internacionais, devido a sua procura nas casas de câmbio e a sua relativa 
estabilidade.
Além desses tipos de moedas, uma ferramenta muito utilizada nos dias atuais para as trocas 
comerciais é o plástico, na forma de cartões de crédito e cartões para transações em caixas eletrônicos. 
Segundo Sparrowe (2003), graças a uma complexa rede de comunicações computadorizada, ou 
seja, a informatização, uma pessoa de Chicago de férias no Rio de Janeiro, no Brasil, pode acessar 
suas contas bancárias e, em segundos, receber dinheiro em moeda local, utilizando a taxa de 
conversão apropriada. 
Quais são as funções básicas da moeda?
Para Gastaldi (2002), as funções básicas da moeda são três:
 » Unidade de conta: a moeda serve para comparar o valor de mercadorias diversas (os 
diversos bens e serviços são expressos em quantidade de moeda, por meio dos preços). 
Além disso, a moeda resolve o problema de se somar coisas distintas, embora os preços 
de diferentes produtos e mercadorias guardem entre si relação. Um quilo de café 
corresponde, por exemplo, a quatro quilos de gasolina. 
42
CAPÍTULO 4 • MaCROECOnOMIa
 » Meio de troca: significa que a compra e venda de bens e serviços opera-se com a utilização 
de moeda. São comprados por moeda e vendidos em troca de moeda, mesmo sem 
necessidade de transferência física de meio circulante. Entende-se que a moeda serve 
como meio de troca, aceitação, obrigatória num país ou região. 
Ex.: o Real, no Brasil; a libra, na Inglaterra etc.
 » Reserva de valor: um indivíduo que recebe moeda por alguma transação que tenha 
realizado, ou até mesmo, como prêmio, não precisa gastá-la imediatamente. Pode 
guardá-la para uso posterior. Isso significa que ela serve como reserva de valor. Para 
que se cumpra seu papel, é necessário que tenha valor estável, de forma que quem a 
possua tenha ideia precisa do quanto pode obter em troca.
Verifica-se, pelo exposto, que os tipos e funções da moeda são de grande importância para a 
atividade econômica. Sem elas não existiria a troca de bens e serviços. Como estamos tratando 
de serviços, temos que atentar aos serviços públicos. De que forma está sendo utilizada a moeda 
nos serviços públicos? 
A lógica da política monetária consiste em controlar a oferta de moeda (liquidez) para determinar 
a taxa de juros de referência do mercado. Nesse sentido, o Banco Central, seja qual for o país, eleva 
a taxa de juros, enxugando (diminuindo) a oferta monetária, e a reduz, atuando de forma inversa.
Cabe destacar que em um sistema econômico, moeda representa os meios de pagamentos. 
Esses, na sua forma mais líquida, podem ser representados pelo papel-moeda e pelos depósitos 
à vista nos bancos comerciais. Tanto as cédulas/moedas metálicas quanto os valores existentes 
em contas bancárias representam os meios de pagamento.
A política monetária, ao controlar os meios de pagamentos, está visando estabilizar o nível de 
preços geral da economia. Os governos que necessitam diminuir a taxa de inflação reduzem a 
oferta de monetária e aumentam

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