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Arte Medieval

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Arte Gótica
Elevação da fé
Por João Campos
Vários processos históricos, reforçam as transformações sofridas nas estruturas
sociais, econômicas e religiosas que aprofundaram aspectos da Baixa Idade Média
(XI-XV) - quando a Arte Gótica (XIII-XV) foi desenvolvida – como a crise do
Feudalismo; o início do renascimento urbano e mercantil; o surgimento ainda
tímido de uma nova classe social, a dos burgueses; a sociedade ainda que
continuasse bastante estamental, passou a permitir alguma mobilidade nas
cidades; a consolidação dos primeiros Estados Nacionais Modernos; o apoio ao
desenvolvimento e à adoção ampla nas sociedades europeias de línguas
nacionais; etc.
Introdução
Lorenzetti, Ambroglio (1290-1348) pintor italiano (Reasncença-Trecento) - c.1328 - afresco - Alegoria do 
bom governo.
FN
A organização dos artesãos em guildas estabeleceu não apenas o controle de
certos aspectos da produção manufaturada como também favoreceu o avanço
técnico em função da troca mais intensa de experiências entre eles. As guildas
controlavam preços e em certa medida o comércio.
Em meio às Cruzadas que, em linhas gerais, objetivavam a retomada de Jerusalém
do controle muçulmano pelos cristãos, a sociedade dos séculos XI e XIII modificou-
se em função dos poucos e breves sucessos dessas empreitadas que
enfraqueceram o poder da aristocracia feudal, o que deu espaço para o aumento do
poder dos reis, que seria o prenúncio do Absolutismo e dos Estados Modernos.
Outra consequência desses eventos foi a "orientalização" do comércio, o que
fomentou seu aparelhamento e desenvolvimento.
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Contexto interdisciplinar
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Com a consolidação das condições socioeconômicas que configuraram a Baixa
Idade Média, inicia-se um intenso processo de mudança nas formas de relação em
sociedade com o início de uma economia sustentada pelo comércio e com uma vida
social que se deslocava para centros urbanos, assim nascia a burguesia urbana.
Tem início, portanto, a crise do Sistema Feudal.
Nesse período de crise e transição, o poder da Igreja sobre a sociedade sofre um
processo de supressão, ainda que lento e de ordem econômica e política mais
intensamente. Esse contexto é também influenciado por eventos como a Guerra dos
Cem Anos (1337-1453), a Peste Negra (auge 1347-1351), o enfraquecimento da
nobreza feudal, a flexibilização das relações de servidão, a ascensão dos Estados
Nacionais, o estabelecimento do Absolutismo, a consolidação da burguesia, as
Grandes Navegações e o Mercantilismo.
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Contexto interdisciplinar
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A Arte Gótica desenvolve-se na Baixa Idade Média a partir do século XII em
especial na França e é um reflexo do desenvolvimento das cidades e da ainda
muito importante influência religiosa. Prolonga-se até o estabelecimento do
Renascimento em Florença. Por isso, é vista como uma tradição artística beneficiada
pelo desenvolvimento técnico e científico que se intensifica com a Crise do
Feudalismo, por isso mais precisa e requintada na representação da figura humana
e nas construções escultóricas e arquitetônicas, ao mesmo tempo é dedicada à
espiritualização e à representação da harmonia divina. É também uma resposta
refinada à austeridade, à horizontalidade e à robustez do Românico, já que os
elementos que a definem são a verticalidade e a luminosidade.
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Contexto estético
O termo Gótico tem forte conotação pejorativa, já que remete aos Godos, povo
bárbaro famoso por ser um dos mais selvagens e violentos em função dos
saques e da destruição imposta a Roma no ano de 410 d.C. Foi cunhado no início
da Renascença e reflete o desprezo que se tinha ao longo do século XVI a tudo que
estava associado à Idade Média, chamada então de Era das Trevas.
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Arquitetonicamente, a Arte Românica predominava ainda no século XII, embora
fosse perceptível uma série de mudanças significativas na forma de projetar
edifícios. A primeira diferença que é notável entre a igreja gótica e a românica é a
fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um único portal, a
igreja gótica tem três portais que são acesso para três naves, que são espaços
geralmente compridos e estreitos demarcados por colunas, que atravessam uma
igreja do pórtico até o altar longitudinalmente.
A arquitetura gótica é caracterizada por edificações altas e alongadas, rumo aos
céus, tanto para expressar a grandiosidade da obra divina quanto a crença
absoluta na existência de Deus. Portanto, os prédios góticos elevam-se ao alto
com suas torres agudas como uma espécie de homenagem ao deus cristão ou
mesmo uma tentativa de elevar-se em sua direção. As catedrais góticas mais
conhecidas são a de Notre Dame de Paris e a de Notre Dame de Chartres.
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A rosácea ou roseta, abertura oval ou circular fechada por vitral de armações
feitas de pedra ou de metal em forma de flor ou rosa, é um elemento
arquitetônico típico do estilo gótico presente em quase todas as igrejas erguidas
entre os séculos XII e XIV. Outros elementos característicos da arquitetura gótica
são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridos que garantem luminosidade
espetacular dentro dessas edificações.
Vitrais e rosáceas comprovam o enorme desenvolvimento técnico do período
gótico em função da complexidade de suas construções que exige um nível de
sofisticação técnica que até a Contemporaneidade impressiona pela precisão,
beleza e apuro.
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A arquitetura gótica, enfim, é caracterizada pela verticalidade representada pela
preocupação intensa com a altura dos edifícios; pelo espaço interno sem muitas
divisões; pelas grandes janelas adornadas com vitrais repletos de detalhes;
pelos arcos pontiagudos, ogivais ou de volta quebrada; pela abóbada com
traves; pelo arcobotante ou contraforte; pelas rosáceas; pelo ambiente interno
leve e iluminado; pelas paredes estreitas; pelas torres com telhado em forma de
pirâmide e pelo ambiente externo ricamente decorado.
Estruturalmente, os elementos que de fato permitiram a arquitetura gótica são a
abóbada e o arcobotante que permitiram a construção de paredes finas e
repletas de vitrais, já que funcionavam como pontos de apoio para uma estrutura
que agora poderia ser elevada, requintada e fina ao mesmo tempo. Enfim, eram
prova da ousadia estética e do requinte tecnológico de um período que
injustamente chamado por muitos de Era das Trevas.
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Nota: formatos de ogiva.
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Nesse tempo, cristaliza-se a absoluta e central importância das catedrais para as
cidades como estrutura maior e símbolo máximo das aspirações coletivas,
inclusive porque eram normalmente construídas com a ajuda de toda a comunidade.
Como levavam décadas ou mesmo séculos para serem concluídas, é comum ver
elementos de diferentes tradições estéticas usados ao longo do processo construtivo
como é o caso da Catedral de Santiago de Compostela, que, sob uma planta
românica, foram sendo acrescidos elementos góticos e renascentistas ou da
Catedral de Colônia que demorou seis séculos para ser finalizada.
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A escultura gótica compartilha muitas das características estéticas da arquitetura
do período como a verticalidade, por isso são intensamente alongadas em direção
ao alto. Entretanto, ela não é apenas um complemento da arquitetura como foi
fundamentalmente ao longo de todo o Românico, pois tinha mais funções além da
pedagógica ou evangelizadora, pois nesse período abundam as esculturas de reis
e nobres instaladas também dentro de espaços religiosos, pois muitas vezes eram
os principais financiadores da construção dos espaços ou mesmo do trabalho dos
artistas. Suas características são a humanização das posturas e gestos; os pés são
representados em uma posição horizontal; a roupa e o volume corporal são
esculpidos com evidente interesse de mostrar a força da gravidade; a maior atenção
aos detalhes e a expressão realista e serena.
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Etrusco
https://pt.wikipedia.org/wiki/Roma_Antiga
Sobre as gárgulas, há mais dúvidas do que certezas, sobre a razão de figuras
monstruosas ou demoníacas tão fantasiosas, grotescas e exóticas, ou mesmo
eróticas, estarem instaladas no exterior da maioria das catedrais góticas. Sobre a
sua função, é notório que eram usados como uma forma de escoamento da água
das chuvas que acumulavam-se nas calhas das igrejas. Contudo, do ponto de
vista simbólico, há muitas dúvidas, pois, ainda que estudiosos afirmem ser um
método usado desde a Antiguidade Clássica para afastar maus espíritos e
forças malignas, pairam ainda muitas dúvidas sobre a razão da existência de
gárgulas, já que há fontes que entendem seu uso, por exemplo, como um modo de
lembrar os fieis sobre o que os espera caso não respeitem os desígnios da
Igreja. Predominam as criaturas fantásticas, os demônios e as figuras
zoomorfizadas.
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Arte gótica
Da fé a razão
Por João Campos
A pintura plenamente gótica desenvolve-se apenas a partir do início do século XIII
e segue até o início do Renascimento. O apogeu da pintura gótica ocorre na
primeira metade do século XIV. Era uma linguagem artística dedicada de forma
quase absoluta ao sacro. As pinturas eram fundamentadas na representação
realística de figuras religiosas, sempre com muita roupa; com olhar resignado e
servil em direção ao céu; sem grande atenção à profundidade; num sistema de
proporções simbólico e em posição estática. A técnica mais usada era a
têmpera sobre madeira.
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Contexto estético
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A pintura gótica é fundamental para se entender muito do que viria a definir as
características estéticas do Renascimento. Giotto foi o pintor visto como o mais
destacado responsável por essa transição entre a arte medieval e a renascentista.
Giotto desenvolveu a humanização da figura dos santos, pois eles eram
representados imageticamente muito assemelhados ao homem comum, mas
mesmo assim tinham destaque central na pintura. Daí, o entendimento de que a
pintura de Giotto mostrava uma visão humanista da arte, de certa forma
antecipando a Renascença. Também é perceptível o interesse tanto pela
perspectiva quanto na representação do volume dos corpos, embora sejam esforços
incipientes. Entre suas obras de maior destaque estão os afrescos da Igreja de São
Francisco de Assis (Itália) e do Retiro de São Joaquim entre os Pastores.
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Contexto estético
João Campos
Pintura
Giovanni Gualteri – Cimabue (c. 1240-1302) pintor florentino e criador de mosaicos 
• Representante da transição: arte medieval – arte gótica.
• Nítida preocupação com o realismo das figuras.
• Utilização do “drapeamento” de roupas.
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João Campos
Pintura
Giotto di Bondone – Giotto (1267-1337) pintor e arquiteto italiano (elo entre o medieval e 
o renascentista) 
• Representante da transição: arte medieval – arte renascentista.
• Rompeu com conservadorismo bizantino.
• Tentou traduzir para a pintura o aspecto realista da escultura.
• Redescobriu a arte de criar a ilusão de profundidade em uma superfície plana.
• Preferiu visualizar mentalmente as passagens bíblicas.
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A iluminura ou miniatura é um tipo de ilustração de páginas, de títulos ou de
letras maiúsculas em códices de pergaminhos manuscritos medievais. Era
produto de um ofício refinado e exigente, por isso era mais comumente produzida
por monges copistas em conventos e abadias durante toda a Idade Média em
livros e códices que serviriam quase que exclusivamente aos próprios religiosos.
Mais tarde os livros passam a também ser acessíveis para burgueses e aristocratas,
por isso, entre os séculos XII e XV, essa arte passou a ser encontrada também em
manuscritos laicos.
Contexto estético
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56
Arte medieval
Na Idade Média, a produção musical era fortemente atrelada a temas sacros.
Ainda que houvesse um enorme número de músicos profanos como menestréis ou
trovadores, é o canto coral católico que dará início à longa e rica história da
Música Erudita ou Clássica, ainda que este nome só fará pleno sentido e será
amplamente usado a partir do Classicismo.
Os primeiros cânticos associados à tradição cristã foram claramente influenciados
por salmos bíblicos. Eram orações musicadas em que solo e coro, ou coros
alternados, cantavam em uníssono, o que iria ser chamado mais tarde de
monofonia.
Música
Lentamente, surgiram músicos profissionais ao longo da Idade Média que
aperfeiçoaram as peças e mesmo o canto desses grupos. Os grandes centros da
Igreja nesse tempo também eram os grandes centros de produção musical, a saber:
Bizâncio, Roma, Antioquia e Jerusalém.
Ao longo da Idade Média, vários cristãos em especial Santo Ambrósio, Santo Hilário
e Santo Isidoro conceberiam formas de canto coral diversos, ainda que o mais
conhecido cantochão do período, Cantus planus, pela melodia linear, plana e sem
sobressaltos que os caracterizava, era o canto gregoriano, por força das ideias e
da posição do Papa Gregório Magno, fundador da Schola Cantorum. Era um canto
monódico, em que todos cantavam em uníssono, o que favorecia a espiritualização
dos ouvintes e mesmo a capacidade de concentrar-se intensamente na liturgia
religiosa durante as cerimônias.
59
Música
A partir do século XIII, o canto gregoriano começa a receber influências da criação
musical erudita que começava a mobilizar a música executada nos castelos da
nobreza e mesmo das canções populares, o que era reprovado pela comunidade
eclesiástica, pois essas influencias foram tornando os cantos religiosos corais de
forma gradual cada vez menos monódicos ou monofônicos. Esse foi o primeiro
lampejo no sentido da polifonia que a música religiosa recebeu, graças às várias
melodias reunidas em um mesmo canto profano.
60
Música
Dos poucos compositores de que se tem notícia na Idade Média, pode-se destacar
Mestre Leoninus e seu discípulo Perotinus que eram os responsáveis pela música
sacra na catedral de Notre-Dame em Paris. Isso se deve às precárias formas de
notação musical do período além da opressiva interferência da Igreja na produção
artística medieval o que acabou, no caso da música com mais ênfase, sendo um
desestímulo para a busca e mesmo o reconhecimento da autoria na Idade Média. A
esse período final da Idade Média, que corresponde a Arte Gótica, deu-se o nome
Ars Antiqua, embora fosse, em função dos experimentos com a polifonia, uma arte
nova e muito requintada se comparada com o que foi produzido na Europa Ocidental
durante a maior parte do Medievo.
61
Música
A primeira forma de notação musical da Europa surgiu entre os séculos VIII e
X da Idade Média e era baseada no alfabeto: as sete primeiras letras representavam
os sete sons da escala natural, a qual era iniciada pela nota lá. Para informar mais
sobre como as músicas deveriam ser executadas introduziu-se os neumas, que
eram informações adicionais representadas por sinais gráficos utilizados na escrita
como o acento grave, agudo e circunflexo, entre outros. A notação neumática como
era chamada tinha limitações sérias como não indicar a altura e a duração dos sons.
Mais tarde, o monge Guido de Arezzo (995-1050) adotou uma pauta de quatro
linhas, tetragrama, para registrar as notas e claves para indicar a altura dos sons,
além disso as notas musicais ganharam os nomes e a ordem que usamos até hoje
basicamente. Tais nomes e ordem foram retirados de um hino a São João Batista:
62
Música
Música
Por João Campos
O epitáfio de Sícilo é um exemplo da notação 
musical praticada durante a Grécia Antiga.
Transcrição de tablatura para órgão, século 
XVI. Abaixo, o equivalente em notação 
moderna
Os primeiros neumas, apenas como
marcas junto das palavras. Fragmento
de Laon, Metz, meados do século X
UT queant laxis Para que possam
REsonare fibris ressoar as maravilhas
MIra gestorum de teus feitos
FAmuli tuorum com largos cantos
SOLve polluti apaga os erros
LAbii reatum dos lábios manchados
Sancte Ioannes. Ó São João.
Obs.: o UT mais tarde passou a ser chamado de dó e assim como o estabelecimento do
nome da nota si, ignora-se a autoria deseu(s) criador(es).
64
Música
O Mensuralismo, mais tarde, no século XII, criado na Alemanha por Walter Odding e
Franco de Colônia, ajudou a estabelecer a duração dos tempos sonoros, assim notas
passaram a ter uma duração específica e regular e serem nomeadas com os termos
breve, semibreve, mínima, etc.
A partir dessas contribuições técnicas e do amadurecimento dos experimentos com a
polifonia, surge na França a Ars Nova, que consistia na produção de determinadas
realizações sonoras do choque de um som contra outro, o que foi denominado de
punctus contra punctus, ou seja, contraponto. Isso ajudou a criar novas formas vocais
como o Conducto e o Rondó. Essa nova concepção musical foi amplamente estudada
por vários intelectuais, entre eles destaca-se o Bispo Filipe de Vitry, que sistematizaram
a música matematicamente, o que permitia não só o registro, mas o melhor
entendimento de combinações musicais.
65
Música
Com as inovações e a liberdade criativa do canto profano, o cantochão (ambrosiano,
gregoriano, gótico, etc.) perde drasticamente espaço para uma nova expressão litúrgica
musical, a Missa, que são peças para acompanhar o ato litúrgico católico de mesmo
nome. Nesse contexto, ganham destaque organistas e outros músicos em função da
importância da música instrumental como organizadora, mobilizadora e inspiradora
de atos litúrgicos católicos como a missa, o batismo, etc.
Pouco antes da eclosão do Renascimento, a Ars Nova revela-se como a grande
contribuição para a música oriunda da Idade Média em função do amálgama que ela
representa entre a música popular e profana e a música religiosa. Entre o fim da
Idade Média e o início do Renascimento, destacam-se diversos compositores como
Johannes Ciconia, Jean de Garlande, Giovanni de Cascia, Jacopo de Bologna, entre
outros.
66
Música
A dança sofreu ao longo da Idade Média uma importante restrição quando
formas sagradas e requintadas de dança pagã foram coibidas pela tradição
católica que entendia como profano e pecaminoso movimentar-se como
praticamente qualquer dança exige, em especial quando havia um simbolismo
religioso envolvido nela. Isso criou uma divisão na história da dança, pois
paradoxalmente é na Idade Média que ela é libertada do jugo religioso que a
definiu e a conduziu com quase exclusividade desde as suas origens. Reforça esse
marco o fato de a dança nunca ter sido formalmente incorporada à liturgia católica
tradicional.
As danças populares e folclóricas são um marco importante na história dessa
arte na Idade Média, pois foi certamente a partir de variantes rudimentares e
antigas das manifestações dessa arte em meio a tradições populares, repassadas
pelo exemplo e pela oralidade por milhares de anos, que a dança desenvolveu-se
como forma artística e como técnica corporal.
67
Dança
Dança
Por João Campos
Pré-histrória
2,5 milhões – 1.200 a.C.
Egito antigo
3200 a.C. – 2100 a.C.
Antiguidade Clássica
Séc.VIII a.C. – V d.C.
Dança como manifestação 
religiosa
Dança como manifestação 
livre
Idade Média
476 d.C. a 1453
Essa repressão é bem ilustrada por documentos papais como é o caso do Papa
Zacarias em 774 que se opôs publicamente à dança, porque era “...contra os
movimentos indecentes da dança...”.
Nesse tempo, inicia-se o longo processo de desenvolvimento da dança primeiro
como manifestação recreativa e popular, para depois se transformar também em
uma expressão conscientemente artística, o que precisou da sua popularização
entre as camadas mais abastadas da sociedade da época para ocorrer
plenamente.
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Dança
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Dança
Por João Campos
Idade MédiaDança recreativa
Dança popular - Carola
Dança erudita - Momo
Nesse contexto, nas camadas populares, a dança desenvolveu-se em ocasiões
não religiosas em que se dançava de forma livre e grupal em círculos (Carola)
ou em fileiras - com o acompanhamento de tambores e tamborins - como forma de
reforçar sentimentos de comunhão e união entre os dançarinos. Mais tarde, será
incorporada por grupos mambembes de teatro e circo e se tornará evento tradicional
em festas camponesas. Dessa maneira, era uma atividade artística grupal, com
pouco ou nenhum espaço para a valorização de manifestações individuais na
dança.
72
Dança
Entre as camadas privilegiadas da Idade Média, a dança desenvolve-se de forma
mais rica e complexa, como uma forma talvez de as pessoas dessas classes
diferenciarem-se dos demais. Ela requinta-se em função de ser conduzida por
uma métrica musical menos repetitiva e de ter movimentos desenvolvidos
com o objetivo de serem belos e graciosos. Essa ampliação das possibilidades
da dança coincide com o declínio do Feudalismo, com o início do renascimento
urbano e com movimentos intelectuais e culturais em claro processo de mobilização
contra o Teocentrismo e a favor da secularização da sociedade e da arte.
73
Dança
No fim da Idade Média, no período marcado pela Guerra dos Cem Anos (1337-
1453), pelas piores colheitas da Era Medieval, pela devastadora Peste Negra (1347-
1351) e pelo crescimento de sentimentos nacionalistas, a dança nas camadas mais
abastadas seguiu sendo refinada e diversificada, mas num sentido simbolicamente
mais funesto e, por vezes, macabro. Prova disso é a variação dos ritmos com a
alternação de tempos lentos e rápidos, frequentemente com predomínio dos
primeiros, o que se explica pelo clima tenso e severo pelo qual passava mesmo as
classes mais privilegiadas. A Carola, que era uma dança alegre e festiva, ganha
variantes mais sombrias e associadas à morte, o que faz com que essa
expressão artística volte a ter aspectos religiosos e ritualísticos.
74
Dança
Nesse tempo, entre nobres, tem início o desenvolvimento do Momo, gênero de
dança basilar para o surgimento mais tarde do Balé, que se derivou daquele em
função do processo de requintamento e espetacularização pelo qual passou o
Momo, sendo uma atração esperada entre os pratos servidos em um banquete.
No final do século XV, o Momo era uma tradição sólida nas cortes europeias e
antecipava muitas das características constituintes do futuro Balé de corte –
antecessor do Balé de repertório – como grupos musicais de número crescente,
efeitos cenográficos, cantores e, claro, dançarinos.
75
Dança
Durante a Idade Média, sob o controle rígido da Igreja Católica, por certo período
houve encenações em missas de passagens da Bíblia, entretanto pelo temor de
autoridades católicas de que o caráter sagrado da missa fosse perdido, as
encenações foram proibidas.
Já na rua, o teatro desenvolveu-se por meio das comédias bufas voltadas para
temas políticos, comportamentais e sociais, além da farsa que estereotipava tipos
sociais e mesmo figuras públicas para ironizar e criticar acontecimentos do cotidiano
das pessoas.
76
Teatro
Para a maioria das representações teatrais do período medieval, o palco era a rua,
mesmo porque as companhias que as encenavam eram mambembes, ou seja,
itinerantes. Isso impunha que a atuação dos atores fosse exagerada para que
pudessem competir com o ruído da rua, assim como a maquiagem e a cenografia
que necessitavam ser bastante chamativas como forma de atrair atenção da massa
para o espetáculo.
Um exemplo atual de companhia inspirada nessa tradição teatral medieval, por
exemplo, é o Grupo Galpão.
77
Teatro
BENNETT, R. Uma breve história da música. Tradução de Maria Teresa Resende Costa. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
1986.
BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro. São Paulo, Ed. Perspectiva, 2000.
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Referências bibliográficas

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