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Materiais Eletroeletrônicos Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Lincoln Ribeiro Nascimento Revisão Textual: Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira Propriedades dos Materiais Eletroeletrônicos • Introdução; • Propriedades Físicas dos Materiais; • Propriedades Químicas. • Apresentar ao aluno as principais propriedades dos materiais utilizados nas indústrias elétrica e eletrônica e a importância de cada uma dessas propriedades na seleção de um material a ser utilizado em projetos de engenharia. OBJETIVO DE APRENDIZADO Propriedades dos Materiais Eletroeletrônicos Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Propriedades dos Materiais Eletroeletrônicos Introdução Ao escolher um material que será utilizado no desenvolvimento de um novo produto é necessário conhecer as propriedades dele. É possível afirmar que as propriedades de um material correspondem a persona- lidade desse material. Conhecer essa personalidade vai permitir prever o compor- tamento desse material durante a sua utilização. É possível prever também como ele irá se comportar quando estiver em contato com outros materiais. As propriedades de um material de eletroeletrônicos podem ser divididas em dois tipos: • Propriedades Físicas; • Propriedades Químicas. As propriedades físicas de um material estão relacionadas ao comportamento desse material desde sua fabricação até sua utilização. Por outro lado, as propriedades químicas de um material são percebidas quando um material entra em contato com outros materiais ou, ainda, quando esse mate- rial entra em contato com o meio ambiente ao seu redor. A seguir, as principais propriedades dos materiais de eletroeletrônicos serão devidamente estudadas. Propriedades Físicas dos Materiais Para facilitar o estudo das propriedades físicas dos materiais, elas podem ser classificadas em 4 grupos: • Propriedades Mecânicas; • Propriedades Térmicas; • Propriedades Elétricas; • Propriedades Físicas Gerais. A seguir, as principais propriedades mecânicas, térmicas, elétricas e físicas ge- rais serão apresentadas. Propriedades Mecânicas As propriedades mecânicas de um material são necessárias quando um material, durante a sua utilização, estará sujeito, de alguma forma, a esforços mecânicos. Por que estudar as propriedades mecânicas de um material que será utilizado em aplicações da indústria eletroeletrônica?Ex pl or 8 9 Existem diversas aplicações de engenharia em que um material escolhido para um projeto, devido às suas propriedades elétricas e eletrônicas, deve também ser capaz de resistir a esforços mecânicos. Como exemplo, é possível citar materiais que vão estar sujeitos ao atrito, e, dessa forma, devem resistir ao desgaste. Também podem ser incluídos nesse item os materiais que vão estar sujeitos à compressão e, por isso, devem possuir boa resistência mecânica. Dessa forma, as principais propriedades mecânicas dos materiais são enumera- das a seguir: • Resistência Mecânica; • Tensão Mecânica; • Elasticidade; • Plasticidade; • Maleabilidade; • Ductilidade; • Tenacidade; • Dureza; • Fragilidade. A seguir, essas propriedades serão brevemente apresentadas. Resistência Mecânica A resistência de mecânica de um material é a capacidade desse material resistir a esforços mecânicos sem que ocorra uma deformação permanente nesse material, ou ainda, sem que ocorra sua ruptura. Esses esforços mecânicos podem ser classificados em 6 tipos: • Esforço de Tração: Gera um alongamento do corpo. Na figura 1 é possível visualizar um corpo submetido à ação de uma Força Normal (FN) sobre uma área A de um corpo, causando a tração desse corpo. Figura 1 – Corpo submetido à ação de uma Força Normal provocando a Tração desse corpo 9 UNIDADE Propriedades dos Materiais Eletroeletrônicos • Esforço de Compressão: Gera um encurtamento do corpo. Na figura 2 é possível visualizar um corpo submetido à ação de uma Força Normal (FN) sobre uma área A de um corpo, causando a compressão desse corpo. Figura 2 – Corpo submetido à ação de uma Força Normal provocando a Compressão desse corpo • Esforço de Flambagem: É um tipo particular de esforço de compressão que ocorre quando esse esforço é aplicado em um corpo que possua um compri- mento muito maior do que sua área de seção transversal, causando seu en- vergamento (flambagem). Na figura 3 é possível visualizar a aplicação de uma Força Normal (FN) sobre uma área A de um corpo com comprimento muito grande, causando a flambagem desse corpo. Figura 3 – Corpo submetido à ação de uma Força Normal provocando a Flambagem desse corpo • Esforço de Flexão: Ocorre quando uma força, paralela a área da seção trans- versal (A) de uma barra, é aplicada em uma barra a uma distância “x” do ponto de apoio dessa barra, causando a flexão dessa barra. Na figura 4 é possível visualizar uma barra submetida a esforços de flexão, onde uma força F é apli- cada a uma distância x do ponto de apoio A da barra, causando tração e flexão na área A da barra e a flexão dessa barra. 10 11 Figura 4 – Corpo submetido à ação de um Esforço de Flexão • Esforço de Cisalhamento Puro: Ocorre quando a direção da força (ou o esforço) aplicada em um corpo é paralela à área resistente desse corpo. No cisalhamento puro, a força tende a “cortar” ou “cisalhar” o corpo. Na figura 5 é possível visualizar duas placas que estão unidas através de um pino. Ao apli- car-se a Força Ft, com direção paralela à área A do pino, o resultado será o cisalhamento do pino, conforme também pode ser visualizado na figura 5. Figura 5 – Pino submetido à ação de uma Força paralela à área resistente desse pino, causando o seu cisalhamento • Esforço de Torção: Ocorre quando a direção da força (ou o esforço) aplicada em um corpo é paralela à área resistente desse corpo. Porém, nesse caso, o efeito da força será a torção do corpo, com o consequente cisalhamento desse corpo. Na figura 6 é possível visualizar uma barra submetida à ação de uma força Tangencial Ft em uma barra com Área Resistente A e que possui Raio da seção transversal R, causando a torção da barra. Figura 6 – Barra submetida a esforço mecânico de torção 11 UNIDADE Propriedades dos MateriaisEletroeletrônicos Esses esforços podem atuar de forma isolada, ou em conjunto, sobre um corpo construído a partir de um determinado material. Em outras palavras, é possível que esse corpo esteja sujeito a apenas um tipo de esforço mecânico, ou que ocorra mais de um tipo de esforço mecânico atuando simultaneamente sobre esse corpo. Quando um material eletroeletrônico, durante a sua aplicação, estiver exposto a algum desses esforços, ele deve possuir uma boa resistência mecânica. Tensão Mecânica Tensão Mecânica é a razão entre a intensidade da força aplicada em um corpo e a área desse corpo que resiste a essa força. Sendo assim, ao se decidir pela aplicação de um material em uma estrutura de engenharia, é necessário conhecer os valores de tensão que esse material suporta. Em outras palavras, é possível associar essa propriedade à resistência mecânica do material. Um material que possui maior resistência mecânica, vai suportar um maior valor de tensão aplicada sobre ele. O cálculo da tensão pode ser efetuado através da equação 1. Tensão Força Área = � (1) Unidades de medida: Força N� ���� Área m�� �� � 2 Tensão N m Pa� �� �2 A área do corpo que “resiste” ao esforço será chamada de Área Resistente do Corpo. A área resistente de um corpo é a área do corpo que, caso for alterada, fará com que a resistência desse corpo à força também seja alterada. A unidade de medida de Tensão é o Pascal (Pa) que é obtido pela razão entre o Newton (N) e o metro quadrado (m²), que também pode ser utilizada como unidade de medida. Dessa forma, tem-se que: 1 1 2 Pa N m = Uma outra unidade de medida de tensão bastante utilizada é o Mega Pascal (Mpa) que, na verdade, é um múltiplo do Pascal (Pa). Dessa forma, tem-se que: 1 1 2 MPa N mm = 12 13 Para entendermos melhor o conceito de tensão, vamos imaginar que uma força com intensidade de 600N é aplicada sobre a superfície de um corpo com dimen- sões de 3m X 2m, conforme a figura 7: Figura 7 – Corpo submetido à ação de uma força Neste exemplo, a área resistente do corpo tem o formato de um retângulo. Logo, o valor da área A será dado por: A m X m m= =3 2 6 ² Sendo assim, a tensão atuante nesse corpo será obtida dividindo-se a força atu- ante pela área resistente do corpo, da seguinte forma: Tensão Força Área N m N m = = = 600 6 100 2 2 Ou seja, é como se fosse aplicada uma força de 100N a cada 1m² de área, con- forme ilustrado na figura 8: Figura 8 – Tensão aplicada à área resistente do corpo Desse modo, quando um fabricante for especificar o valor da resistência de um material a um esforço, ao invés de indicar o valor da Força que o material suporta, o fabricante vai indicar o valor da Tensão que esse material suporta. Pode-se classificar os tipos de tensão que atuam em corpos em 2 tipos: • Tensão Normal (σ); • Tensão de Cisalhamento (τ). 13 UNIDADE Propriedades dos Materiais Eletroeletrônicos A seguir, esses 2 tipos de tensão serão explicados: Tensão: Em quais situações a tensão atuante em um corpo é do tipo Normal? E em quais situações, a tensão atuante em um corpo é do tipo Cisalhamento?Ex pl or a) Tensão Normal (σ) A Tensão Normal (σ) ocorre quando a direção da força (ou o esforço) aplicada em um corpo é perpendicular à área resistente desse corpo. Quando a direção da força atuante em um corpo é perpendicular à área resistente desse corpo, ela é chamada de Força Normal (FN). Sendo assim, o valor da intensidade da Tensão Normal atuante em um corpo pode ser determinado através da equação 2. � � � F A N (2) Onde: σ → Tensão Normal FN → Força Normal A → Área Resistente Unidades de medida: F NN� ���� A m� �� 2 [ ] ² � � � N m Pa A Tensão Normal (σ) é a tensão que ocorre nos seguintes esforços mecânicos: • Esforços de Tração; • Esforços de Compressão; • Esforços de Flambagem; • Esforços de Flexão. b) Tensão de Cisalhamento (τ) A Tensão de Cisalhamento (τ), também conhecida como Tensão Tan- gencial, ocorre quando a direção da força (ou o esforço) aplicada em um corpo é paralela à área resistente desse corpo. 14 15 Quando a direção da força atuante em um corpo é paralela à área resis- tente desse corpo, ela é chamada de Força Tangencial (Ft), ou em alguns casos, de Força Cortante ou Cisalhante. Assim, o valor da intensidade da Tensão de Cisalhamento atuante em um corpo pode ser determinado através da equação 3. � � F A t (3) Onde: τ → Tensão de Cisalhamento ou Tensão Tangencial Ft → Força Tangencial ou Força Cortante A → Área Resistente Unidades de medida: F Nt� ���� A m� � � 2 [ ]� � � N m Pa 2 A Tensão de Cisalhamento (τ) é a tensão que ocorre nos seguintes esforços mecânicos: • Esforços de Cisalhamento Puro; • Esforços de Torção. Elasticidade A Elasticidade de um material é a capacidade que esse material possui de de- formar-se, quando submetido a esforços mecânicos, e de retornar ao seu formato original após o término desses esforços. É a chamada deformação temporária ou deformação elástica. A propriedade que quantifica a intensidade da elasticidade de um material é chamada de Módulo de Elasticidade do Material (E), também conhecido como Mó- dulo de Young. O valor da intensidade do módulo de Elasticidade de um material também é expresso em Pascal (Pa). Essa propriedade mecânica é extremamente importante para a fabricação de es- truturas de engenharia que devem sofrer apenas deformações temporárias, quando submetidas a esforços mecânicos. Na figura 9 é possível visualizar uma mola de suspensão de um automóvel, que, ao sofrer um esforço mecânico, deforma-se e, em seguida, uma vez cessado o es- forço, volta ao seu tamanho original, graças à elasticidade. 15 UNIDADE Propriedades dos Materiais Eletroeletrônicos Figura 9 – Mola de uma suspensão automotiva Fonte: iStock/Getty Images Plasticidade A Plasticidade de um material é a capacidade que esse material possui de defor- mar-se, quando submetido a esforços mecânicos, e de manter esse novo formato após o término desses esforços. É a chamada deformação permanente ou defor- mação plástica. Essa propriedade mecânica é extremamente importante quando se utiliza um material eletroeletrônico para a fabricação de um componente através de pro- cessos de conformação mecânica, como a estampagem de chapas, por exemplo. Na figura 10 é possível visualizar um exemplo de um conector de fios elétricos que foi fabricado através do processo de conformação de chapas em prensas. Figura 10 – Exemplo de conector de fios elétricos fabricado através da conformação de chapas Fonte: iStock/Getty Images 16 17 A plasticidade de um material pode ainda ser classificada de 3 formas: • Maleabilidade; • Ductilidade; • Tenacidade. Essas 3 propriedades mecânicas, maleabilidade, ductilidade e tenacidade do ma- terial, também são chamadas de propriedades plásticas do material. Maleabilidade A Maleabilidade de um material é a capacidade que esse material possui de deformar-se plasticamente, de tal forma que se possa fabricar lâminas a partir desse material. Quanto mais fina for a lâmina que se pode obter a partir de um material, mais maleável ele será. Essa propriedade mecânica é extremamente importante quando se utiliza um material para a fabricação de chapas através de processos de conformação mecâ- nica, como a laminação, por exemplo. Na figura 11 é possível visualizar uma chapa de cobre na mão de uma pessoa. Essa chapa foi produzida através do processo de laminação (transformação do material em lâminas). Figura 11 – Chapa de cobre laminada Fonte: iStock/Getty Images Ductilidade A Ductilidade de um material é a capacidade que esse material possui de defor- mar-se plasticamente, de tal forma que se possa fabricar fios a partir desse material. Quanto mais fino for o fio que se pode obter a partir de um material, mais dúctil ele será. 17 UNIDADE Propriedades dos Materiais Eletroeletrônicos Essa propriedade mecânica é extremamente importante quando se utiliza um material para a fabricação defios e arames através de processos de conformação mecânica, como a trefilação, por exemplo. Na figura 12 é possível visualizar bo- binas de fios de cobre, que são utilizadas para a condução de eletricidade. Essas bobinas foram produzidas através de um processo de trefilação (transformação do material em fios através de estiramento). Figura 12 – Bobinas de fios de cobre Fonte: iStock/Getty Images Tenacidade A Tenacidade de um material é a capacidade que esse material possui de defor- mar-se plasticamente, sem que ocorra o rompimento desse material. Em outras palavras, quando utilizamos um material para fabricar chapas ou fios, por exemplo, esse material irá deformar-se devido aos esforços mecânicos, alteran- do, assim, seu formato. Porém, quanto maior for essa deformação, sem que ocorra o rompimento desse material, maior será sua tenacidade. Dureza A Dureza de um material é a capacidade que esse material possui de resistir ao risco e ao desgaste. Essa propriedade mecânica é muito importante quando se deseja aplicar um material em um projeto de engenharia no qual ocorra a presença de atrito entre partes móveis de um equipamento. Quanto maior for a dureza do material, maior será a resistência desse material ao desgaste. Um exemplo de aplicação bastante interessante é a utilização de materiais com alta dureza em mancais (apoios) de máquinas elétricas rotativas, como um motor elétrico. Na figura 13 é possível visualizar-se um exemplo de mancais de rolamento aplicados em um motor elétrico. 18 19 Figura 13 – Mancais de rolamento e carcaça de um motor elétrico Fonte: iStock/Getty Images Fragilidade Um material é considerado frágil quando esse material, ao ser submetido a esfor- ços mecânicos, ao invés de sofrer deformação, acaba se quebrando ou rompendo. Normalmente, um material que possui elevada dureza, possui grande fragilidade quando submetido a esforços mecânicos nos quais ocorre o impacto no material. Um bom exemplo de material duro (e frágil) é o vidro, conforme pode ser visu- alizado no exemplo da figura 14. O copo dessa figura, ao receber um impacto, ao invés de deformar-se, acabou se quebrando. Figura 14 – Copo de vidro – Material frágil Fonte: iStock/Getty Images O vidro é bastante utilizado na indústria elétrica e eletrônica como um material isolante elétrico. Na figura 15 é possível visualizar um exemplo de aplicação do vidro através de anéis de vidro utilizados como isolante elétrico em uma rede de alta tensão elétrica. 19 UNIDADE Propriedades dos Materiais Eletroeletrônicos Figura 15 – Anéis de vidro em uma rede de alta tensão elétrica Fonte: iStock/Getty Images Propriedades Térmicas As propriedades térmicas dos materiais são propriedades que determinam o com- portamento desses materiais quando são submetidos a variações de temperatura. As principais propriedades térmicas dos materiais são: • Ponto de fusão; • Ponto de ebulição; • Dilatação Térmica; • Condutividade Térmica. A seguir, essas propriedades serão apresentadas. Ponto de Fusão É a temperatura na qual ocorre a transformação de um material do estado sólido para o estado líquido. Essa propriedade é muito importante, por exemplo, para processos de fabrica- ção em que se utiliza o material fundido (derretido), ou seja, processos de fundição. Assim, deve-se saber qual é o ponto de fusão do material, para que se aqueça o forno com uma temperatura acima desse ponto. Esse processo é utilizado, por exemplo, para a fabricação da carcaça de alguns motores elétricos, conforme ilustrado no exemplo da figura 16. Na figura 16 é possível visualizar um exemplo de processo de fundição, no qual o profissional está derramando o material fundido dentro de moldes. 20 21 Figura 16 – Exemplo de processo de fundição Fonte: iStock/Getty Images Ponto de Ebulição É a temperatura na qual ocorre a transformação de um material do estado líquido para o estado gasoso. Essa propriedade é muito importante, por exemplo, para processos de fabrica- ção e refino de materiais, quando é possível se separar determinados materiais de outros através do aquecimento em fornos. Dilatação Térmica É a propriedade de um material de modificar o seu tamanho devido à variação de temperatura. Geralmente, ao se aquecer um material, ocorre o aumento de suas dimensões. Conhecer essa propriedade é muito importante, para que se desenvolva proje- tos de produtos com vãos entre as peças que formam esse produto, de forma a permitir a sua dilatação, após o aquecimento. Condutividade Térmica É a propriedade de um material de conduzir calor devido à variação de tempe- ratura entre dois pontos desse material. A condução de calor sempre irá ocorrer do ponto onde a temperatura estiver maior para o ponto onde a temperatura estiver menor. Conhecer essa propriedade é muito importante, pois um material que tiver uma baixa condutividade térmica pode ser usado, por exemplo, como um isolante tér- mico, para manter a temperatura de um forno. 21 UNIDADE Propriedades dos Materiais Eletroeletrônicos Por outro lado, um material com elevada condutividade térmica pode ser utiliza- do para facilitar o resfriamento de um componente, por exemplo, pois vai facilitar a condução de calor. Na figura 17 é possível visualizar um dissipador de calor de um processador de um computador, fabricado com aletas de alumínio, material com elevada condutividade térmica. Figura 17 – Dissipador de calor de alumínio Fonte: iStock/Getty Images Propriedades Elétricas As propriedades elétricas dos materiais são propriedades que determinam o comportamento desses materiais quando submetidos à corrente elétrica. As principais propriedades elétricas dos materiais são: • Condutividade Elétrica; • Resistividade Elétrica. A condutividade elétrica de um material é a propriedade que esse material possui de conduzir a corrente elétrica. Conhecer essa propriedade é muito importante para se determinar qual material a ser utilizado, por exemplo, em condutores de eletricidade. Na figura 18 é possível vi- sualizar fios condutores de cobre, material que possui elevada condutividade elétrica. Figura 18 – Condutores de eletricidade de cobre Fonte: iStock/Getty Images 22 23 Por outro lado, a resistividade elétrica de um material é a propriedade que esse material possui de resistir à passagem da corrente elétrica. Conhecer essa propriedade é muito importante para se determinar qual material a ser utilizado, por exemplo, para o isolamento de condutores de eletricidade. Na figura 18 também é possível visualizar capas coloridas sobre os fios condutores de cobre. Essas capas são fabricadas em materiais plásticos (polímeros), que possuem elevada resistividade elétrica, ou seja, servem como isolantes elétricos. Propriedades Físicas Gerais As propriedades físicas gerais são propriedades que não se enquadram nas clas- sificações anteriores (mecânicas, térmicas e elétricas), mas também são importan- tes nos projetos de engenharia que envolvam materiais eletroeletrônicos. As principais propriedades físicas gerais dos materiais são: • Massa específica ou densidade; • Opacidade; • Transparência; • Magnetismo. A massa específica de um material é a razão (divisão) entre a massa de um corpo fabricado utilizando-se esse material e o volume ocupado por esse corpo. Também é chamada de densidade. Sendo assim, a massa específica de um material pode ser calculada através da equação 4: �e m V � � (4) Onde: ρe → Massa Específica ou Densidade m → Massa V → Volume Unidades de medida: m kg� ���� V m� �� 3 �e kg m � �� 3 23 UNIDADE Propriedades dos Materiais Eletroeletrônicos Para que serve entender a propriedade conhecida com Massa específica de um material? Ex pl or Ao saber a massa específica de 2 materiais diferentes, por exemplo, é possível saber qual dos 2 materiais será mais pesado. A opacidade de um material é uma propriedade óptica que indica que a luz não consegue atravessar um material. Por outro lado, a transparênciade um material é a propriedade inversa da opacidade, ou seja, indica que a luz consegue atravessar esse material. Em outras palavras, quanto mais opaco for um material, maior será a dificuldade de a luz atravessar esse material. Da mesma forma, quanto maior for a transparên- cia de um material, maior será a facilidade de a luz atravessar esse material. Finalmente, o magnetismo é a propriedade de um material atrair outros corpos, de forma natural (ímãs), ou de forma artificial. Essa propriedade é bastante importante na indústria eletroeletrônica para a fa- bricação de transformadores de tensão elétrica. Na figura 19 é possível visualizar um exemplo de transformador de tensão elétrica. Figura 19 – Transformador de Tensão Elétrica Fonte: iStock/Getty Images Propriedades Químicas As propriedades químicas dos materiais são propriedades que determinam o comportamento desses materiais quando estão em contato com outros materiais. A principal propriedade química que deve ser conhecida é a resistência à cor- rosão de um material. 24 25 Existem materiais que sofrem corrosão devido ao contato com o oxigênio (oxi- dação). Existem ainda outros materiais que sofrem corrosão ao entrar em contato com sais, ácidos, entre outros materiais. Na figura 20 é possível visualizar um exemplo de corrosão por contato com oxigênio (oxidação) que ocorreu em um motor elétrico. Figura 20 – Corrosão em um motor elétrico Fonte: iStock/Getty Images 25 UNIDADE Propriedades dos Materiais Eletroeletrônicos Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Ciência e Engenharia dos Materiais Como material complementar, leia o capítulo 6 (p. 155-178) da obra dos autores Askeland e Wright, intitulada “Ciência e Engenharia dos Materiais”, disponível na Biblioteca Virtual da Universidade, no item “E-books – Minha Biblioteca”. Nesse texto serão apresentadas propriedades mecânicas dos materiais. Para acessar as obras, percorra o seguinte caminho: Após entrar em sua “área do aluno”, no menu à esquerda da tela, clique em “Serviços”, depois em “Biblioteca” e, no centro da tela, clique em “E-books – Minha Biblioteca”. No topo da tela que abrirá, haverá um campo de busca para autor, título, assunto etc. Nesse espaço, digite “Materiais” e clique na capa abaixo, que aparecerá como resultado. Ciência dos Materiais Ainda como material complementar, leia também o capítulo 1 (p. 9-12) da obra de James F. Shackelford, intitulada “Ciência dos Materiais”, disponível na Biblioteca Virtual da Universidade, no item “E-books – Bib. Virtual Universitária”. Nesse texto seraõ apresentadas as propriedades e o processamento dos materiais. Para acessar as obras, percorra o seguinte caminho: Após entrar em sua “área do aluno”, no menu à esquerda da tela, clique em “Serviços”, depois em “Biblioteca” e, no centro da tela, clique em “E-books – Bib. Virtual Universitária”. No topo da tela que abrirá, haverá um campo de busca para autor, título, assunto etc. Nesse espaço, digite “Materiais” e clique na capa abaixo, que aparecerá como resultado. Vídeos Ciência dos Materiais – Aula 04 – Principais propriedades dos materiais para engenharia Nesse endereço eletrônico, está disponível um vídeo bem interessante que trata das Propriedades dos Materiais de Engenharia. https://youtu.be/ZQoYYVrAbwk Ciência dos Materiais – Aula 09 – Processamento de materiais Nesse endereço eletrônico, também está disponível um vídeo que trata do Processamento de Materiais. https://youtu.be/G82UgSXWXkM 26 27 Referências ASKELAND, Donald R., WRIGHT, Wendelin J., Ciência e Engenharia dos ma- teriais. 3ª Edição – Ed. Cengage Learning, São Paulo, 2014. CALLISTER Jr., William D., RETHVISCH, David G., Ciência e Engenharia de Materiais – Uma Introdução. 9ª Edição – Ed. LTC, Rio de Janeiro, 2018. LESKO, Jim., Design Industrial: Materiais e Processos de Fabricação. 1ª Edição – Ed. Blucher, São Paulo, 2004. SHACKELFORD, James F., Ciência dos Materiais. 6ª Edição – Ed. Pearson Prentice Hall, São Paulo, 2008. SMITH, William F., HASHEMI, Javad., Fundamentos de Engenharia e Ciência dos Materiais. 5ª Edição - Ed. AMGH, Porto Alegre, 2012. 27
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