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1/3 Processo de combustão Você deve se familiarizar com alguns termos específicos do processo de combustão: • Gás de combustão: Todos os gases resultantes do processo de combustão incluindo o vapor de água, algumas vezes considerados de base úmida; • Análise de Orsat ou base seca: Todos os gases resultantes do processo de combustão sem a inclusão do vapor de água. (A análise de Orsat se refere a um tipo de instrumento de análise de gases, no qual os volumes dos gases respectivos são medidos sobre a água e em equilíbrio com ela; portanto, todos os componentes da mistura estão saturados com vapor de água. O resultado final da análise se obtém ao eliminar a água como componente.) • Como exemplo, considere um gás com a seguinte composição molar em base úmida: 20% de CO2, 45% de N2, 15% de CO e 20% de H2O. Obtenha a composição do gás obtida pela análise de Orsat, técnica de análise que fornece a composição de gases de combustão em base seca. Considerando como base de cálculo (BC), tem-se que: 100 mols gás úmido = 80 mols gás seco + 20 mols H2O • Logo a composição em base seca é dada por: • Combustão completa: A reação completa do combustível produzindo CO2 e H2O. Por exemplo, Combustão completa ou total do butano (C4H10): • Combustão parcial: A combustão do combustível produzindo ao menos algum CO a partir da fonte de carbono. Visto que o CO por si só pode reagir com oxigênio, a produção de CO em um processo de combustão não produz a mesma quantidade de energia que seria produzida se apenas CO2 fosse formado. Por exemplo, Combustão incompleta ou parcial do dissulfeto de carbono (CS2): 2/3 Observe que na combustão completa ou total ocorre um maior consumo de oxigênio em relação à combustão incompleta ou parcial. • Ar teórico (ou oxigênio teórico): A quantidade de ar (ou oxigênio) necessário para conduzir o processo para combustão completa. Algumas vezes essa quantidade é chamada de ar requerido (ou oxigênio); • Excesso de ar (ou excesso de oxigênio): De acordo com a definição de reagente em excesso apresentada na aula 3, o excesso de ar (ou oxigênio) é a quantidade de ar (ou oxigênio) em excesso do ar teórico necessário para combustão completa. Como exemplo, suponha que 200 mols de propano por hora e 6000 mols de ar por hora sejam alimentados num reator de combustão. Calcule a porcentagem de ar em excesso. Considerando a estequiometria da combustão completa do propano: O oxigênio teórico e o oxigênio alimentado são calculados como sendo: 3/3 Na resolução de problemas de balanço material envolvendo processos com reação de combustão, alguns procedimentos prévios auxiliam os cálculos: 1. Ao desenhar o fluxograma do processo, não esquecer de incluir o N2 nas correntes de entrada e de saída, uma vez que não participa da reação. Na corrente de saída, não esquecer das quantidades não convertida de combustível e não reciclada de O2, além dos produtos de combustão (CO2, CO, H2O); 2. Se for conhecida a porcentagem de excesso de ar, o (O2)alimentado pode ser calculado a partir do (O2)teórico utilizando a Equação acima, e as quantidades de N2 e de ar alimentadas podem ser calculadas considerando as frações molares de O2 e N2 no ar, ou seja, (N2)alimentado = 3,76⋅(O2)alimentado e (Ar)alimentado = 4,76⋅(O2)alimentado; 3. O (O2)teórico não depende de quanto combustível é realmente queimado, ou seja, da sua conversão; nem se parte do combustível reage de forma incompleta (combustão parcial) gerando CO. O (O2)teórico é calculado considerando que “todo” o combustível é queimado (100% de conversão) para produzir “exclusivamente CO2” (combustão completa ou total). Observe que o cálculo do (O2)teórico considera uma situação de máxima demanda de oxigênio. Caso haja combustão incompleta ou conversão inferior a 100%, o consumo de O2 será sempre menor que o (O2)teórico.