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NOÇÕES DE HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA Autor: Dirceu Silveira Sampaio NOÇÕES DE HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA Este é um material de uso restrito aos empregados da PETROBRAS que atuam no E&P. É terminantemente proibida a utilização do mesmo por prestadores de serviço ou fora do ambiente PETROBRAS. Este material foi classificado como INFORMAÇÃO RESERVADA e deve possuir o tratamento especial descrito na norma corporativa PB-PO-0V4-00005“TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES RESERVADAS". Órgão gestor: E&P-CORP/RH Autor: Dirceu Silveira Sampaio Ao final desse estudo, o treinando poderá: • Reconhecer os conceitos básicos da mecânica dos fluidos aplicáveis aos sistemas hidráulicos e pneumáticos; • Relacionar os conceitos de hidráulica e pneumática às atividades práticas de operação e manutenção. NOÇÕES DE HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das atividades profissionais na Companhia. É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo. Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força de trabalho às estratégias do negócio E&P. Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das competências necessárias para explorar e produzir energia. O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados e a reciclagem de antigos. Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de sucesso que ela é. Programa Alta Competência Programa Alta Competência Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila está organizada e assim facilitar seu uso. No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual representa as metas de aprendizagem a serem atingidas. Autor Ao fi nal desse estudo, o treinando poderá: • Identifi car procedimentos adequados ao aterramento e à manutenção da segurança nas instalações elétricas; • Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao aterramento de segurança; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. ATERRAMENTO DE SEGURANÇA Como utilizar esta apostila Objetivo Geral O material está dividido em capítulos. No início de cada capítulo são apresentados os objetivos específi cos de aprendizagem, que devem ser utilizados como orientadores ao longo do estudo. No fi nal de cada capítulo encontram-se os exercícios, que visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem. Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do capítulo em questão. Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas C ap ít u lo 1 Riscos elétricos e o aterramento de segurança Ao fi nal desse capítulo, o treinando poderá: • Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e riscos elétricos; • Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. 20 Alta Competência 21 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança A gravidade dos efeitos fi siológicos no organismo está relacionada a quatro fatores fundamentais: Tensão;• Resistência elétrica do corpo; • Área de contato;• Duração do choque.• Os riscos elétricos, independente do tipo de • instalação ou sistema, estão presentes durante toda a vida útil de um equipamento e na maioria das instalações. Por isso é fundamental mantê-los sob controle para evitar prejuízos pessoais, materiais ou de continuidade operacional. Os • choques elétricos representam a maior fonte de lesões e fatalidades, sendo necessária, além das medidas de engenharia para seu controle, a obediência a padrões e procedimentos de segurança. 1.4. Exercícios 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( ) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 24 Alta Competência 25 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/ parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/ choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( B ) “Todas as partes dasinstalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: ( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica. ( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos. ( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento. ( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”. ( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. 1.7. Gabarito1.6. Bibliografi a Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas defi nições estão disponíveis no glossário. Ao longo dos textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente identifi cados, pois estão em destaque. 48 Alta Competência Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança 49 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança Todas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores, geradores, painéis elétricos, transformadores e outros). A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção nos sistemas de aterramento envolvidos nestes equipamentos. Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve ser mantido em perfeitas condições de funcionamento. Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico por contato indireto e de incêndio e explosão. 3.1. Problemas operacionais Os principais problemas operacionais verifi cados em qualquer tipo de aterramento são: • Falta de continuidade; e • Elevada resistência elétrica de contato. É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 defi ne o valor de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo admissível para resistência de contato. 56 Alta Competência Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança 57 Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma corrente elétrica. Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm. CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade – Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. 3.5. Bibliografi a3.4. Glossário Objetivo Específi co O material está dividido em capítulos. No início de cada capítulo são apresentados os objetivos específi cos de aprendizagem, que devem ser utilizados como orientadores ao longo do estudo. No fi nal de cada capítulo encontram-se os exercícios, que visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem. Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do capítulo em questão. Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas C ap ít u lo 1 Riscos elétricos e o aterramento de segurança Ao fi nal desse capítulo, o treinando poderá: • Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e riscos elétricos; • Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. 20 Alta Competência 21 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança A gravidade dos efeitos fi siológicos no organismo está relacionada a quatro fatores fundamentais: Tensão;• Resistência elétrica do corpo; • Área de contato;• Duração do choque.• Os riscos elétricos, independente do tipo de • instalação ou sistema, estão presentes durante toda a vida útil de um equipamento e na maioria das instalações. Por isso é fundamental mantê-los sob controle para evitar prejuízos pessoais, materiais ou de continuidade operacional. Os • choques elétricos representam a maior fonte de lesões e fatalidades, sendo necessária, além das medidas de engenharia para seu controle, a obediência a padrões e procedimentos de segurança. 1.4. Exercícios 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( ) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 24 Alta Competência 25 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança CARDOSO ALVES,Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/ parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/ choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: ( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica. ( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos. ( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento. ( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”. ( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. 1.7. Gabarito1.6. Bibliografi a Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas defi nições estão disponíveis no glossário. Ao longo dos textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente identifi cados, pois estão em destaque. 48 Alta Competência Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança 49 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança Todas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores, geradores, painéis elétricos, transformadores e outros). A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção nos sistemas de aterramento envolvidos nestes equipamentos. Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve ser mantido em perfeitas condições de funcionamento. Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico por contato indireto e de incêndio e explosão. 3.1. Problemas operacionais Os principais problemas operacionais verifi cados em qualquer tipo de aterramento são: • Falta de continuidade; e • Elevada resistência elétrica de contato. É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 defi ne o valor de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo admissível para resistência de contato. 56 Alta Competência Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança 57 Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma corrente elétrica. Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm. CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade – Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. 3.5. Bibliografi a3.4. Glossário Objetivo Específi co Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, basta consultar a Bibliografi a ao fi nal de cada capítulo. Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos. A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo abordado de um determinado item do capítulo. “Importante” é um lembrete das questões essenciais do conteúdo tratado no capítulo. 24 Alta Competência 25 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas,2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/ parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/ choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: ( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica. ( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos. ( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento. ( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”. ( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. 1.7. Gabarito1.6. Bibliografi a 14 Alta Competência 15 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a primeira observação de um fenômeno relacionado com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome dado à resina produzida por pinheiros que protege a árvore de agressões externas. Após sofrer um processo semelhante à fossilização, ela se torna um material duro e resistente. Os riscos elétricos de uma instalação são divididos em dois grupos principais: 1.1. Riscos de incêndio e explosão Podemos defi nir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma: Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes, fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera potencialmente explosiva por descarga descontrolada de eletricidade estática. Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer instalação e seu descontrole se traduz principalmente em danos pessoais, materiais e de continuidade operacional. Trazendo este conhecimento para a realidade do E&P, podemos observar alguns pontos que garantirão o controle dos riscos de incêndio e explosão nos níveis defi nidos pelas normas de segurança durante o projeto da instalação, como por exemplo: A escolha do tipo de • aterramento funcional mais adequado ao ambiente; A seleção dos dispositivos de proteção e controle;• A correta manutenção do sistema elétrico.• O aterramento funcional do sistema elétrico tem como função permitir o funcionamento confi ável e efi ciente dos dispositivos de proteção, através da sensibilização dos relés de proteção, quando existe uma circulação de corrente para a terra, provocada por anormalidades no sistema elétrico. Observe no diagrama a seguir os principais riscos elétricos associados à ocorrência de incêndio e explosão: Já a caixa de destaque “Resumindo” é uma versão compacta dos principais pontos abordados no capítulo. Em “Atenção” estão destacadas as informações que não devem ser esquecidas. Todos os recursos didáticos presentes nesta apostila têm como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo. Aproveite este material para o seu desenvolvimento profi ssional! Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VOCÊ SABIA?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! ImpOrTANTE! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas rESUmINDO... NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VOCÊ SABIA?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! ImpOrTANTE! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas rESUmINDO... NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredesda tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VOCÊ SABIA?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! ImpOrTANTE! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas rESUmINDO... NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, basta consultar a Bibliografi a ao fi nal de cada capítulo. Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos. A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo abordado de um determinado item do capítulo. “Importante” é um lembrete das questões essenciais do conteúdo tratado no capítulo. 24 Alta Competência 25 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/ parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/ choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: ( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica. ( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos. ( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento. ( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”. ( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. 1.7. Gabarito1.6. Bibliografi a 14 Alta Competência 15 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a primeira observação de um fenômeno relacionado com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome dado à resina produzida por pinheiros que protege a árvore de agressões externas. Após sofrer um processo semelhante à fossilização, ela se torna um material duro e resistente. Os riscos elétricos de uma instalação são divididos em dois grupos principais: 1.1. Riscos de incêndio e explosão Podemos defi nir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma: Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes, fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera potencialmente explosiva por descarga descontrolada de eletricidade estática. Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer instalação e seu descontrole se traduz principalmente em danos pessoais, materiais e de continuidade operacional. Trazendo este conhecimento para a realidade do E&P, podemos observar alguns pontos que garantirão o controle dos riscos de incêndio e explosão nos níveis defi nidos pelas normas de segurança durante o projeto da instalação, como por exemplo: A escolha do tipo de • aterramento funcional mais adequado ao ambiente; A seleção dos dispositivos de proteção e controle;• A correta manutenção do sistema elétrico.• O aterramento funcional do sistema elétrico tem como função permitir o funcionamento confi ável e efi ciente dos dispositivos de proteção, através da sensibilização dos relés de proteção, quando existe uma circulação de corrente para a terra, provocada por anormalidades no sistema elétrico. Observe no diagrama a seguir os principais riscos elétricos associados à ocorrência de incêndio e explosão: Já a caixa de destaque “Resumindo” é uma versão compacta dos principais pontos abordados no capítulo. Em “Atenção” estão destacadas as informações que não devem ser esquecidas. Todos os recursos didáticos presentes nesta apostila têm como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo. Aproveite este material para o seu desenvolvimento profi ssional! Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VOCÊ SABIA?? É muito importante que vocêconheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! ImpOrTANTE! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas rESUmINDO... NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VOCÊ SABIA?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! ImpOrTANTE! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas rESUmINDO... NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VOCÊ SABIA?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! ImpOrTANTE! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas rESUmINDO... NÍVEL DE RUÍDO DB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos SumárioSumário Introdução 17 Capítulo 1 - Conceitos básicos Objetivos 19 1. Conceitos básicos 21 1.1. Propriedades dos fluidos 21 1.1.1. Massa específica 22 1.1.2. Peso específico 22 1.1.3. Densidade 23 1.1.4. Pressão 23 1.1.5. Viscosidade 24 1.2. Hidrostática 25 1.2.1. Pressão atmosférica 26 1.2.2. Pressão hidrostática 27 1.3. Vazão e velocidade 28 1.3.1. Vazão 29 1.3.2. Velocidade 30 1.3.3. Fluxo 31 1.4. Exercícios 33 1.5. Glossário 35 1.6. Bibliografia 36 1.7. Gabarito 37 Capítulo 2 - Hidráulica Objetivos 39 2. Hidráulica 41 2.1. Fundamentos da Hidráulica 42 2.1.1. Força e pressão 42 2.1.2. Potência hidráulica 45 2.2. Principais componentes de um circuito hidráulico 46 2.2.1. Bombas hidráulicas 47 2.2.2. Cilindros e motores hidráulicos 57 2.2.3. Válvulas 63 2.2.4. Acumuladores hidráulicos 73 2.2.5. Fluidos e circuitos hidráulicos 79 2.3. Simbologia aplicada a circuitos hidráulicos 86 2.4. Principais cuidados na manutenção 87 2.4.1. Vazamentos 87 2.4.2. Desgaste de bomba pneumática 87 2.4.3. Perda de pressão de pré-carga nos acumuladores 87 2.4.4. Emperramento das válvulas direcionais hidráulicas 88 2.5. Cuidados nas instalações e partidas de unidades hidráulicas 88 2.5.1. Retirada da embalagem e inspeção visual 89 2.5.2. Colocação da unidade na base 90 2.5.3. Pré-partida do sistema hidráulico 90 2.5.4. Pré-partida do sistema elétrico 91 2.5.5. Partida da unidade 91 2.5.6. Flushing (limpeza) das linhas 92 2.6. Limpeza de sistemas hidráulicos 92 2.6.1. Análise da limpeza do fluido 93 2.6.2. Norma de limpeza 94 2.6.3. Técnicas de montagem e desmontagem 94 2.6.4. Alguns cuidados na manutenção 95 2.7. Exercícios 97 2.8. Glossário 100 2.9. Bibliografia 102 2.10. Gabarito 103 Capítulo 3 - Pneumática Objetivos 105 3. Pneumática 107 3.1. Pneumática - fundamentos 107 3.1.1. Propriedades físicas do ar 108 3.1.2. Lei de Bernouille 109 3.2. Compressão 110 3.2.1. Compressores – tipos 110 3.3. Preparação do ar comprimido 116 3.3.1. Tratamento da umidade 116 3.3.2. Resfriador posterior 117 3.3.3. Reservatório de ar comprimido 118 3.3.4. Secadores por refrigeração 120 3.3.5. Secador por absorção 121 3.3.6. Secador por adsorção 121 3.4. Distribuição do ar comprimido 123 3.4.1. Redes de distribuição 123 3.4.2. Configurações de redes 124 3.4.3. Implementação da rede 125 3.4.4. Drenagem de umidade 126 3.4.5. Unidades de condicionamento (filtros reguladores) 126 3.5. Principais componentes de um circuito pneumático 128 3.5.1. Válvulas pneumáticas 128 3.5.2. Cilindros e motores pneumáticos 129 3.5.3. Circuitos pneumáticos - elaboração e interpretação 130 3.6. Simbologia aplicada a circuitos hidráulicos e pneumáticos 134 3.7. Defeitos mais freqüentes dos sistemas pneumáticos 135 3.7.1. Vazamentos 135 3.7.2. Desgaste dos compressores 135 3.7.3. Saturação de secadoras de ar 135 3.7.4. Queima de solenóides das válvulas direcionais 136 3.8. Cuidados nas instalações e manutenções de unidades pneumáticas 136 3.8.1. Montagem 137 3.8.2. Teste de pressão 137 3.9. Limpeza de sistemas pneumáticos 138 3.10. Exercícios 139 3.11. Glossário 142 3.12. Bibliografia 143 3.13. Gabarito 144 17 Introdução No mundo atual, vivemos em uma era de contrastes no que diz respeito às escalas e dimensões envolvidas nos processos produtivos. Sob influência da nanotecnologia - cuja unidade de medida é o nanômetro, que corresponde a um bilionésimo de metro - os equipamentos usados na instrumentação e nos sistemas de interface com os técnicos de operação são cada dia mais compactos, necessitando de cada vez menos energia para seu funcionamento. Por outro lado, em função das crescentes demandas dos processos produtivos, principalmente na indústria de petróleo e gás, os elementos finais de controle são cada vez maiores, requerendo mais energia para seu funcionamento. Sistemas de potência precisam ser construídos de forma a preencher a lacuna que se abre entre as duas extremidades de controle. Isso permite que os comandos dados através dos supervisórios de baixa potência efetivamente atuem nos equipamentos de grande porte e alto consumo energético existentes no campo. Atualmente, são utilizadas quatro formas de gerar e transmitir energia: a mecânica, a elétrica, a hidráulica e a pneumática. As duas primeiras são nossas velhas conhecidas. A mecânica move nossos carros; elétrica alimenta nossas casas. Elas também estão presentes em diversas aplicaçõesnos processos industriais. Já o uso dos sistemas hidráulicos e pneumáticos sob pressão como meio de geração e transmissão de energia é relativamente recente. Seu desenvolvimento foi posterior à Primeira Guerra. Na área industrial, em especial na de petróleo, esses sistemas estão entre as principais fontes de energia para acionamento de válvulas, sobretudo nas plantas de processo. Assim, é importante conhecer os conceitos básicos de Hidráulica e Pneumática envolvidos nos sistemas de fornecimento e transmissão de energia, com vasta gama de aplicações na Petrobras. RESERVADO RESERVADO C ap ít u lo 1 Conceitos básicos Ao final desse capítulo, o treinando poderá: • Enumerar as propriedades dos fluidos; • Distinguir pressão atmosférica e pressão hidrostática; • Identificar as principais grandezas envolvidas nas áreas de Hidráulica e Pneumática; • Identificar as expressões matemáticas envolvendo a Hidrostática. RESERVADO 20 Alta Competência RESERVADO 21 Capítulo 1. Conceitos básicos 1. Conceitos básicos Toda vez que se lida com algum elemento, é necessário conhecer seu comportamento e a propriedade para que se possa fazê-lo de forma segura. Para um eletricista, é importante conhecer o comportamento dos elétrons e as suas propriedades; se o trabalho estiver relacionado à área nuclear, é fundamental conhecer o comportamento das radiações. Da mesma forma, deve-se conhecer o comportamento dos fluidos para atuar com segurança em circuitos hidráulicos ou pneumáticos. A mecânica dos fluidos é a ciência que estuda os seus comportamentos, subdividida em duas áreas básicas: a hidrostática, que estuda os fluidos em equilibrio estático, ou seja, em repouso, e a hidrodinâmica, que estuda os fluidos em movimento. De forma parecida, a Hidráulica compõe essas duas ciências estudando o comportamento dos fluidos em movimento e em repouso, porém em suas aplicações práticas. 1.1. Propriedades dos fluidos São classificadas como fluidos as substâncias capazes de escoar e tomar a forma de seus recipientes. O primeiro exemplo de fluido que vem à mente é a água, no estado líquido, porém, os fluidos podem ser divididos em: Líquidos: • fluidos praticamente incompressíveis que ocupam volumes definidos e possuem superfícies livres; Gases: • fluidos compressíveis e capazes de se expandir até ocupar todas as partes do recipiente. Os fluidos apresentam diferentes propriedades. Sendo assim, é importante destacar o peso específico, a massa específica, a densidade, a pressão e a viscosidade, por serem os mais importantes para o estudo de sistemas hidráulicos e pneumáticos de aplicação prática. RESERVADO 22 Alta Competência Dependendo do tipo de fluido e da sua aplicação, cada propriedade poderá ter um papel fundamental, secundário ou inócuo. Por exemplo, na dinâmica dos líquidos, a massa específica e a viscosidade ocupam papel primordial por interferirem diretamente em sua forma de escoamento. No caso dos gases, os princípios da termodinâmica serão determinantes em função da sua compressibilidade, que é a capacidade de ser comprimido. 1.1.1. Massa específica É a massa de uma unidade de volume de uma substância, e é representada por ρ. Por exemplo, o litro como unidade de volume, pode-se dizer que a massa específica da água é de 1kg/l a 4oC. ρ = massa / volume A massa específica de uma substância é dimensional, ou seja, uma grandeza que precisa ser expressa com a sua unidade (kg/l, g/cm3, ton/m3 etc...) e não deve ser confundida com a densidade que é uma grandeza adimensional, ou seja, que não pode ser expressa por uma unidade de medida. A massa específica deve ser sempre referenciada a uma temperatura em função da dilatação ocorrida nos materiais quando aquecidos, o que altera sua massa específica. 1.1.2. Peso específico Peso é uma força exercida pela ação da gravidade sobre uma massa, logo peso é igual à força, portanto peso específíco é força por unidade de volume. Se um indíviduo tem uma massa de 60 quilogramas, ele exercerá sobre o solo uma força de aproximadamente 600 N (60 Kg . 10 m/s2). RESERVADO 23 Capítulo 1. Conceitos básicos Assim, peso específico de uma substância é o peso de uma unidade de volume dessa substância e é representado por w: w = peso/volume 1.1.3. Densidade A densidade de um corpo é o número adimensional que representa a relação de peso da unidade de volume de uma substância comparada ao peso da mesma unidade de volume de uma substância tomada como padrão. Normalmente, a substância padrão utilizada para sólidos e líquidos é a água porque seu peso específico, quando expresso em Kgf/l (quilograma-força por litro), equivale a 1 (um) . 1.1.4. Pressão A pressão é definida como a razão entre a força exercida sobre uma superfície e a área dessa superfície. Pressão = Força / Área Isso significa que quanto maior for a área onde se aplica uma determinada força, menor será a pressão obtida. Ao contrário, quando a mesma força é aplicada sobre uma área cada vez menor, maior será a pressão obtida. Dessa forma, a pressão obtida a partir de uma força constante é inversamente proporcional à área. Se for considerada a relação anterior, sob o ponto de vista da pressão constante exercida sobre uma determinada área, a força obtida será proporcinal à área. Em um fluido a pressão é transmitida com igual intensidade em qualquer direção. Quando a pressão é exercida sobre uma área surge uma força sempre perpendicular a ela, expressa pela fórmula (F = P . A). RESERVADO 24 Alta Competência ATENÇÃO Pressão absoluta é aquela referenciada ao vácuo, ou seja, à ausência de atmosfera. Pressão manométrica é aquela usual e que está referenciada à pressão atmosférica local (mede-se com um manômetro). 1.1.5. Viscosidade A viscosidade expressa a resistência ao escoamento exercida por um fluido quando submetido a uma força externa, logo, fluidos ditos de alta viscosidade exercem grande resistência ao escoamento, enquanto os de baixa viscosidade exercem pouca ou quase nenhuma resistência ao escoamento. Pode ser considerada como a força de atrito interna do fluido que aparece quando uma camada de fluido é forçada a se mover em relação à outra. A viscosidade de um fluido determina o seu perfil de velocidade dentro de uma tubulação e, portanto, tem influência direta sobre o cálculo de sua vazão. O conceito de viscosidade foi definido por Isaac Newton a partir das tensões de cisalhamento provocadas pela movimentação de uma camada de fluido sobre a outra, ou seja pelas forças internas de atrito. Em seu estudo, assumiu que a viscosidade seria independente do tempo para um mesmo fluido e também não deveria variar em função da intensidade das tensões de cisalhamento aplicadas. Dessa forma, quando o fluido possui viscosidade, independente do tempo e da tensão de cisalhamento aplicada para uma determinada temperatura, chama-se Newtoniano. Sempre se consideram Newtonianos os fluidos usados nos circuitos hidráulicos. RESERVADO 25 Capítulo 1. Conceitos básicos A unidade SI (Sistema Internacional) de viscosidade, ou viscosidade absoluta, é o Pascal Segundo ou Poiseuille (não confundir com o poise). A unidade de Poiseuille é Newton segundo por metro quadrado (N.s/m2). a) Viscosidade cinemática Define-se como viscosidade cinemática a divisão da viscosidade absoluta de um fluido pela sua densidade. Como existem diferentes tipos de viscosidade, existe certa confusão no que diz respeito às unidades de viscosidade. A unidade de viscosidade cinemática no SI é o metro quadrado/ segundo, ou m2/s. A unidade de viscosidade cinemática não SI é o stoke (St) com dimensão de cm2/s. Na prática, o mais utilizado é o seu submúltiplo, o centistoke. b) Viscosidade dinâmica A viscosidade dinâmica (1 poise) é definida como uma força tangencial de 1 d/cm2, resistindo à vazão de duas lâminas móveis e paralelas do fluido, com velocidade diferencial de 1 cm/s, separadas entre si por um centímetro. Comoo poise é muito grande, usa-se normalmente seu submúltiplo, o centipoise. O poise é a unidade não SI de viscosidade dinâmica. 1.2. Hidrostática A palavra hidrostática é formada pelo radical “hidro”, que significa água e “statica”, que significa imóvel. A partir dessa análise, pode-se conceituar hidrostática como a parte da Física que estuda os líquidos em repouso ou o equilíbrio estático. A referência à água deve-se ao fato de que é a substância mais abundante na natureza. A partir dela, todos os conceitos começaram a ser definidos. RESERVADO 26 Alta Competência 1.2.1. Pressão atmosférica O planeta Terra é envolvido por uma camada de ar que se chama atmosfera. O ar é composto por um conjunto de gases e, portanto, constitui “matéria” e possui peso (força). O peso do ar exerce pressão sobre a superfície terrestre, que é denominada pressão atmosférica. Atmosfera Terra A camada de gases que envolve a Terra é chamada de ar atmosférico ou simplesmente atmosfera. A pressão atmosférica foi determinada pela primeira vez pelo físico italiano Torricelli (1608-1647), discípulo de Galileu, que realizou a seguinte experiência: Ele encheu um tubo de vidro com mercúrio e emborcou a extremidade, tampada com o dedo, dentro de uma cuba contendo o mesmo líquido. Ao destampar o tubo, verificou que o mercúrio do tubo descia até a altura de 76 cm. Torricelli concluiu, então, que a pressão atmosférica equivale à pressão exercida por uma coluna de mercúrio de 760 mm de altura. 76 cm Vácuo Coluna de mercúrio A pressão da atmosfera que age sobre a superfície livre do líquido (mercúrio), equilibra uma coluna de mercúrio de 76 cm de altura. RESERVADO 27 Capítulo 1. Conceitos básicos Torricelli determinou, então, uma unidade de pressão, expressa em mmHg (milímetros de mercúrio). Assim: 1 atmosfera (atm) = 760 mmHg 1.2.2. Pressão hidrostática Já é sabido que os fluidos sempre se ajustam ao formato do seu recipiente. Mesmo a água, na natureza, toma a forma do oceano, do lago ou do rio. E assim como acontece com o ar na atmosfera, seu peso exerce sobre a superfície desse recipiente, rio ou lago, uma pressão que é chamada de pressão hidrostática. Pode-se observar, intuitivamente, que quanto mais fundo se mergulha um objeto em um fluido qualquer, maior será a massa de fluido acima do objeto mergulhado. Portanto, maior será o peso desse fluido sobre a superfície de tal objeto. Isso indica que maior será a pressão exercida pelo fluido sobre o objeto. Muitos submarinos, durante a Segunda Guerra Mundial, ao tentarem escapar de seus inimigos, foram esmagados quando desceram a profundidades superiores a sua capacidade. VOCÊ SABIA?? A relação entre pressão do fluido e profundidade é determinada pelo Princípio Fundamental da Hidrostática (Lei de Stevin), segundo o qual a pressão em um ponto qualquer no interior de um líquido é proporcional à massa específica (ρ) do líquido, à aceleração da gravidade local (g) e à altura (h) da coluna de líquido acima do ponto considerado. Isto é: p = ρ.g.h RESERVADO 28 Alta Competência Observe que a expressão anterior se refere apenas à coluna de líquido. Não se pode esquecer que acima dela existe ainda a pressão atmosférica. Quando se trabalha com pressões manométricas referenciadas à pressão atmosférica local, estas já expressam diretamente a pressão manométrica naquela profundidade. Entretanto, para obter a pressão absoluta em uma determinada profundidade de líquido, deve-se somar a pressão atmosférica, alterando a expressão para: p = patm + ρ.g.h Veja como a teoria se aplica na prática: Um recipiente de forma cilíndrica, hermeticamente fechado, possui 1L de água em seu interior. Sabendo que a altura do cilindro é de 30cm, determine a pressão que a água exerce no fundo do recipiente. Bem, sendo o cilindro hermeticamente fechado, supõe-se que a pressão atmosférica não aja diretamente sobre o fluido (água). Dessa forma, a pressão no interior do cilindro será dada apenas pelo peso da água em cada ponto. Sendo assim: p = ρ.g.h = 1000 kg/m3 . 10m/s2 . 0,3m = 3000 N/m2 supondo g = 10 m/s2 e ρ = 1000 kg/m3 Observe que o formato do recipiente foi absolutamente irrelevante, pois a única coisa que importa é a altura da coluna de líquido acima do ponto onde se quer calcular a pressão. 1.3. Vazão e velocidade A produtividade de um poço de petróleo é indicada através da vazão de certa quantidade de barris de petróleo por dia. Mas, o que vem a ser vazão e como pode ser medida? RESERVADO 29 Capítulo 1. Conceitos básicos 1.3.1. Vazão A vazão de um fluido pode ser definida como o volume de fluido que escoa, por uma unidade de tempo. Isso significa que a vazão é a rapidez com que um volume escoa. Ou seja: Vazão (Q) = Vol / t A exploração da Bacia de Campos começou no final de 1976. O primeiro poço foi o 1-RJS-9-A, que deu origem ao campo de Garoupa. Mas a exploração comercial da Bacia de Campos só começou em agosto de 1977, com o poço 3-EM-1-RJS, no campo de Enchova. Esse poço tinha vazão de 10 mil barris/dia. Plataforma Cidade de Armação dos Búzios acoplada à plataforma fixa de Garoupa, na bacia de Campos. Esta é uma plataforma do tipo SMU (Safety Maintenance Unity), que atua ao mesmo tempo como um Flotel (hotel flutuante) e uma unidade de apoio e manutenção de plataformas. VOCÊ SABIA?? São adotadas para o cálculo, em geral, as seguintes unidades de medida: m³/s (metro cúbico por segundo); m3/h (metro cúbico por hora); l/s (litro por segundo) ou l/h (litro por hora). RESERVADO 30 Alta Competência 1.3.2. Velocidade Embutido no conceito de vazão, “um volume que escoa ou que se desloca no tempo”, percebe-se, intuitivamente, um conceito de movimento associado. Se um objeto qualquer se desloca por uma distância x em um tempo t, pode-se determinar sua velocidade: V=x/t V (velocidade) = x (distância)/ t (tempo) Com isso, é possível estabelecer que se um fluido está escoando, suas partículas estão em movimento e possuem velocidade e, portanto, todo o fluido escoando está em movimento e em velocidade. A velocidade nem sempre é a mesma para todas as partículas do fluido, nem mesmo possuem a mesma direção. Essa variação se dá tanto em valor (módulo) quanto em direção, uma vez que a velocidade pode ser definida como uma grandeza vetorial. Entretanto, se o fluido escoa em um duto, seja ele aberto ou fechado, possuirá uma velocidade média em cada ponto. Essa velocidade média é a velocidade considerada para o cálculo da vazão. Além disso, apenas sua parcela ortogonal à seção reta por ela atravessada é utilizada. Agora, supondo que um duto qualquer por onde escoe um fluido, num ponto em que possua uma seção reta de área A, a vazão do fluido poderia ser considerada como correspondente ao produto da área da seção transversal atravessada pelo fluido pelo valor (módulo) da velocidade média com que ele a atravessa. Dessa forma, se um fluido incompressível, ou seja, que não altera o seu volume com a pressão, atravessa uma área qualquer de um duto fechado (uma tubulação, por exemplo), em um determinado intervalo de tempo, nesse mesmo intervalo de tempo, um volume igual irá atravessar qualquer outra área do duto, mesmo se esta não for idêntica a anterior. RESERVADO 31 Capítulo 1. Conceitos básicos Isso significa que: A vazão de um • fluido incompressível (água, por exemplo) em um duto forçado (tubulação, por exemplo) será sempre constante, em qualquer ponto do duto; Se a área do duto variar, a velocidade do • fluido irá variar inversamente, de forma a manter a vazão constante. 1.3.3. Fluxo Considerando velocidade como uma grandeza vetorial, pode-se criar outro vetor, que é chamado de fluxo, composto pelo produto do vetor velocidade pela área por ele atravessada. Chega-se a um “valor”, dimensionalmente igual ao da vazão (m3/h), porém associado a uma direção. Quando se fala de volume de um fluido que passa por uma unidade de tempo em uma tubulação, identifica-sea vazão. Quando se quer saber qual o sentido em que o fluido se movimenta, usa-se o termo “sentido de fluxo”, e jamais sentido de vazão, porque a vazão é uma grandeza apenas modular, enquanto o fluxo é uma grandeza vetorial que possui um módulo e uma direção. ImpOrTANTE! Embora constitua um fenômeno que participa com freqüência do nosso cotidiano, o escoamento dos fluidos é um tema bastante complexo e nem sempre sujeito à análise matemática exata, uma vez que cada elemento do fluido pode estar sujeito a diferentes vazões e acelerações. RESERVADO 32 Alta Competência Por ora, o estudo se concentrará apenas no caso de dutos forçados, que se aplica às plantas de processos. Neste caso, o vetor velocidade do fluido pode assumir diferentes módulos e direções em cada ponto de uma mesma seção reta do duto. Em alguns pontos, o vetor velocidade pode estar até apontando contrariamente à direção de fluxo. Considera-se o escoamento em dutos forçados como unidirecional, porque a soma de todos os vetores de velocidade em uma mesma seção reta aponta na direção do fluxo. RESERVADO 33 Capítulo 1. Conceitos básicos 1) Um mergulhador consulta seu manômetro de pulso que indica a pressão absoluta de 1,6x105 N/m2. Antes do mergulho, ele verificou a pressão atmosférica local e anotou o valor de 1x105 N/m2. A que pro- fundidade se encontra esse mergulhador? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Complete as lacunas a seguir: a) O ___________________de uma substância é o peso de uma unidade de volume dessa substância e é representado por w, sendo w = peso/volume. b) ____________________de uma substância é a massa de uma unidade de volume da substância e é representada por ρ, sendo ρ = massa / volume. c) A ___________________ expressa a resistência que o fluido exerce ao escoamento, quando submetido a uma força externa. d) Define-se a _____________________como o volume, por unidade de tempo, que escoa através de determinada seção transversal de um conduto livre ou de um conduto forçado. e) A __________________varia em diversos pontos da mesma seção reta. Essa variação se dá tanto em valor quanto em direção. 1.4. Exercícios RESERVADO 34 Alta Competência 3) Leia as definições a seguir e complete corretamente com “pressão hidrostática” ou “pressão atmosférica”: É o peso do ar exercendo pressão sobre a superfície terrestre. É a pressão exercida por um fluido sobre um corpo nele mergulhado. RESERVADO 35 Capítulo 1. Conceitos básicos Atrito - força que inibe o deslizamento de objetos, agindo no sentido oposto ao deslizamento. Centistoke - unidade de viscosidade cinemática (submúltiplo do stoke). Fluido - corpo cujas moléculas são tão pouco aderentes entre si que deslizam umas sobre as outras, tomando o corpo, sem consistência, a forma do vaso que o contém. Grandeza vetorial - grandezas que são completamente definidas quando são especificados o seu módulo, direção e sentido. Inócuo - sem efeito, indiferente, irrelevante etc. Manômetro - instrumento para medir e indicar a pressão de gases e vapores. Parcela ortogonal - parcela do duto que forma um ângulo reto. Planta de processo - unidade de processo. Stoke - unidade de viscosidade cinemática. Tensão de cisalhamento - definida como força por unidade de área, que atua tangencialmente à superfície, e não perpendicularmente, como a tensão normal. Termodinâmica - ciência que estuda as interações energéticas e as correspondentes variações de propriedades de um sistema. 1.5. Glossário RESERVADO 36 Alta Competência CHERESOURCES. A process design engineer’s perspective on using equivalent lengths of valves and fittings in pipeline pressure drop calculation. Rio de Janeiro: Paper, 2008. GILES, Ranald V. Mecânica dos fluidos e hidráulica. Coleção Schaum. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1972. RIBEIRO, Marco Antônio. Medição de vazão - fundamentos e aplicações. 5ª Edição. Rio de Janeiro: 2002. 1.6. Bibliografia RESERVADO 37 Capítulo 1. Conceitos básicos 1) Um mergulhador consulta seu manômetro de pulso que indica a pressão absoluta de 1,6x105 N/m2. Antes do mergulho, ele verificou a pressão atmosférica local e anotou o valor de 1x105 N/m2. A que profundidade se encontra esse mergulhador? Considerando que o mergulhador está em um lago ou mar aberto para atmosfera, a pressão absoluta no ponto em que ele se encontra é resultante de dois componentes: a pressão atmosférica na superfície da água e a pressão exercida pela coluna d’água. Portanto: p = patm + ρ.g.h = 1,6x105N/m2 Como a pressão atmosférica na superfície fora anotada pelo mergulhador (1,0x105N/m2) temos que: 1,6x105N/m2 = 1,0x105N/m2 + ρ.g.h --> ρ.g.h = 0,6x105N/m2 supondo g = 10 m/s2 e ρ = 1000kg/m3 h = 0,6x105N/m2 / (10m/s2 . 1000kg/m3) = 6x104N/m2 / 1x104kg/m2s2 bem, como a unidade N (Newton) equivale dimensionalmente a kg.m/s2 temos que: h = 6x104(kg/m2s2)m / 1x104kg/m2s2 = 6m Portanto, o mergulhador encontra-se a 6 metros de profundidade. 2) Complete as lacunas a seguir: a) O peso específico de uma substância é o peso de uma unidade de volume dessa substância e é representado por w, sendo w = peso/volume. b) Massa específica de uma substância é a massa de uma unidade de volume da substância e é representada por ρ, sendo ρ = massa / volume. c) A viscosidade expressa a resistência que o fluido exerce ao escoamento, quando submetido a uma força externa. d) Define-se a vazão do fluido como o volume, por unidade de tempo, que escoa através de determinada seção transversal de um conduto livre ou de um conduto forçado. e) A velocidade do fluido varia em diversos pontos da mesma seção reta. Essa variação se dá tanto em valor quanto em direção. 3) Leia as definições a seguir e complete corretamente com “pressão hidrostática” ou “pressão atmosférica”: Pressão atmosférica É o peso do ar exercendo pressão sobre a superfície terrestre. Pressão hidrostática É a pressão exercida por um fluido sobre um corpo nele mergulhado. 1.7. Gabarito RESERVADO RESERVADO C ap ít u lo 2 Hidráulica Ao final desse capítulo, o treinando poderá: • Identificar fundamentos de Hidráulica; • Relacionar equipamentos hidráulicos às suas características; • Listar os defeitos mais freqüentes em equipamentos hidráulicos; • Identificar os cuidados básicos para instalação e partida de unidades hidráulicas; • Distinguir procedimentos característicos dos processos de limpeza, montagem e desmontagem de sistemas hidráulicos. RESERVADO 40 Alta Competência RESERVADO Capítulo 2. Hidráulica 41 2. Hidráulica Aqui começa o estudo da aplicabilidade prática dos sistemas hidráulicos de potência. Esses sistemas são normalmente utilizados para transmissão de potência para acionamentos diversos. O mecanismo de freio ou de direção do automóvel é um bom exemplo da aplicação prática de princípios e sistemas hidráulicos para transmissão de potência. Mas, agora, é importante pensar na aplicabilidade em processos industriais, observando vantagens e desvantagens dessa aplicação. Existem apenas quatro métodos conhecidos de transmissão de potência, do ponto de vista comercial: mecânica, elétrica, pneumática e hidráulica.A transmissão mecânica é a mais antiga e conhecida. Tudo começou com a invenção da roda, mas dispõe, hoje, de artifícios muito mais apurados como engrenagens, correias, molas, polias, dentre outros. VOCÊ SABIA?? O uso de sistemas elétricos, com geradores, motores elétricos, condutores e uma gama muito grande de outros componentes, teve início no século XIX e constitui, atualmente, a forma mais barata e eficaz de se transmitir energia a grandes distâncias e mesmo de fazer a sua distribuição comercial. O uso dos sistemas pneumáticos e hidráulicos sob pressão, como meios de transmissão de potência é mais recente. Seu desenvolvimento foi posterior à Primeira Guerra Mundial. RESERVADO 42 Alta Competência Comparados aos sistemas elétricos, por exemplo, tanto os sistemas hidráulicos quanto os pneumáticos têm um rendimento baixo - de modo geral, em torno de 65% - principalmente por perdas de carga e vazamentos internos nos componentes. A construção dos elementos exige tecnologia de precisão, o que encarece os custos de geração. Apresentam, no entanto, algumas vantagens como, por exemplo, facilidade de controle da velocidade e inversão praticamente instantânea do movimento. Os sistemas são geralmente compactos, se comparados às demais formas de transmissão de energia. Uma vantagem fundamental torna os sistemas pneumáticos e hidráulicos preciosos para a indústria do petróleo e seus derivados: o fato de que são absolutamente seguros em áreas classificadas, uma vez que não constituem “fonte de ignição”, como a energia elétrica. Por isso, apesar de todo o avanço tecnológico em relação aos dispositivos elétricos, os principais meios de acionamento em plantas de processo de qualquer material inflamável ou explosivo, até hoje, ainda são o pneumático e o hidráulico. 2.1. Fundamentos da Hidráulica É importante conhecer o conceito de pressão, força e potência hidráulica, assim como as suas interligações, na escolha dos circuitos hidráulicos adequados a cada aplicação. 2.1.1. Força e pressão É de suma importância resgatar os conceitos de força e pressão. Para isso, deve-se ler com atenção o princípio de Blaise Pascal: A pressão exercida em um líquido confinado em forma estática atua em todos os sentidos e direções com a mesma intensidade, exercendo forças iguais em áreas iguais. RESERVADO Capítulo 2. Hidráulica 43 Blaise Pascal, nascido em Paris a 19 de junho de 1623, foi um importante filósofo, físico e matemático francês. Dedicou-se à aritmética, desenvolveu cálculos de probabilidade, a fórmula de geometria do acaso, o Triângulo de Pascal e o tratado sobre as potências numéricas. Faleceu em 19 de agosto de 1662. VOCÊ SABIA?? Imagine um recipiente cheio de um líquido praticamente incompressível. Quando aplicada uma força F em um êmbolo de área A, o resultado será uma Pressão = F.A aplicada ao fluido, que agirá igualmente e de forma normal (perpendicular) sobre todas as paredes do recipiente (circuito confinado) que o contém, independente da forma desse recipiente, como é possível verificar ao observar a ilustração a seguir: A pressão é idêntica em qualquer ponto do circuito, independente da forma. Mas qual a diferença entre força e pressão? Do ponto de vista da física, força representa a capacidade de alterar o estado de repouso ou de movimento de um corpo, provocando a aceleração ou a deformação do mesmo. RESERVADO 44 Alta Competência A pressão, por sua vez, é uma grandeza modular (sem sentido e sem direção) que indica o estado de tensão entre as moléculas em um determinado ponto. Quando a pressão é exercida sobre uma área surge uma força sempre normal perpendicular a ela. A força criada pelo exercício de pressão sobre uma área é grandeza vetorial, ou seja, possui sentido, direção e intensidade. Relação entre força e pressão: F = P.A (força é igual a pressão sobre área). a) Multiplicação de força Observando a ilustração a seguir, suponha que seja aplicada uma força “F1” sobre a superfície “A1” e uma força “F2” sobre a superfície “A2”. Por uma simples utilização do princípio de Blaise Pascal, a pressão P, desenvolvida no interior do sistema, atua igualmente em toda a superfície interna. Dessa forma, diz-se que: P = F1 / A1 = F2 / A2 F2 = (A2/A1) x F1 Multiplicador de força vulgo macaco hidráulico Assim, foi criado um multiplicador de força pela razão de áreas entre os dois pistões. Como aplicação prática, um bom exemplo é o macaco hidráulico. RESERVADO Capítulo 2. Hidráulica 45 b) Multiplicação de pressão Suponha agora, observando a ilustração a seguir, que o êmbolo esteja em equilíbrio estático e que na câmara 1 seja aplicada uma pressão P1 e na câmara 2 uma pressão P2. Como o êmbolo está em equilíbrio: P1 A1 A2 P2F F A1 . P1 = F = A2 . P2 P2 = (A1/A2) P1 Multiplicador de pressão Com isso, gera-se um multiplicador de pressão pela razão das áreas dos êmbolos. Entre as aplicações práticas para o multiplicador de pressão está a bomba com acionamento pneumático. 2.1.2. Potência hidráulica A partir da mecânica convencional, sabe-se que a potência é obtida pelo produto da força aplicada a um objeto e a velocidade obtida. Dessa forma: Potência = F . v Usando um pequeno artifício matemático, é preciso multiplicar e dividir simultaneamente a expressão por A, a área de aplicação da força, o que não alterará o resultado: Potência = F/A . v . A RESERVADO 46 Alta Competência Mas F/A = P (pressão) e v . A = Q (vazão volumétrica) e, portanto, a potência de um sistema hidráulico é dada pelo produto: Potência hidráulica = P . Q A potência de um sistema hidráulico é determina- da por sua capacidade de fornecer vazão manten- do a pressão do fluido. Ela irá balizar a especifi- cação de pistões hidráulicos, motores hidráulicos, bombas etc. ImpOrTANTE! Veja um exemplo de aplicação: É preciso determinar a potência do motor de uma bomba que irá proporcionar uma elevação de pressão de 106 N/m2 à vazão de 10-5 m3/s. A potência requerida será de: P . Q = 106. 10-5 = 10 watts Considerando o rendimento do sistema, o motor da bomba deverá dispor, pelo menos, de: 10 / 0,65 = 15,4 watts 2.2. Principais componentes de um circuito hidráulico Um circuito hidráulico é constituído por diversos componentes tais como, bombas, cilindros, válvulas, entre outros, cada um com uma função específica. Na operação, é corriqueiro o contato com muitos deles, por isso, é importante estar informado sobre os principais. RESERVADO Capítulo 2. Hidráulica 47 2.2.1. Bombas hidráulicas Uma bomba hidráulica possui um mecanismo de conversão de energia mecânica em energia hidráulica. Opera criando um vácuo parcial na linha de entrada e provocando a sucção de fluido para o seu interior. Por ação mecânica, pressiona e conduz esse fluido à linha de saída, forçando-o para o interior do sistema hidráulico. Dessa forma, a bomba hidráulica produz vazão do fluido para o interior do sistema. A resistência à vazão gera a pressão do sistema e quanto maior essa resistência, maior deverá ser a pressão exercida pela bomba. 2.2.1.1. Bombas hidrodinâmicas São bombas de fluxo contínuo que não suportam pressão na saída. Quanto maior a resistência à vazão, maior há deslizamento interno do fluido, ou seja, maior o volume do fluido que retorna da câmara de saída para a câmara de entrada. Nesse tipo de bomba, pode- se fechar completamente a saída de fluido, que ela continua em funcionamento. São também chamadas de bombas de deslocamento não-positivo. Os tipos mais comuns de bombas hidrodinâmicas são a centrífuga e a de hélice axial. RESERVADO 48 Alta Competência Saída Impulsor Hélice Entrada Tipo axial (hélice) Tipo centrífugo (impulsor) As lâminas, ao girar, propiciam a força centrífuga que causa a ação de bombeamento. O fluxo axial é gerado por uma hélice rotativa. Bombas: centrífuga e axial ATENÇÃO As bombas hidrodinâmicas (centrífugas e axiais) raramente são utilizadas em sistemas
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