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HISTÓRIA PROF. ORLANDO STIEBLER EXTENSIVO ENEM 2020 Disciplina: História Professor: Orlando Stiebler Aula: A Era Napoleônica e o Congresso de Viena A Era Napoleônica e o Congresso de Viena 1. O Consulado Normalmente, os historiadores dividem o período napoleônico em três fases. A primeira delas é o Consulado, que começa com o golpe do 18 de Brumário, em 1799 e se extende até 1804, quando Napoleão autoproclama-se imperador da França. O nome consulado é dado a esse período, pois o governo central era feito por três cônsules, sendo o primeiro cônsul Napoleção Bonaparte. Esse foi um perído de reformas importantes que marcaram a história da França pós-revolução. Napoleão conseguiu neutralizar as ameaças externas de invasão e desenvolvou um governo centralizador e conservador, buscando acabar com o radicalismo revolucionário, mas, ao mesmo tempo, buscando reformar as instituições francesas, implementando várias reformas liberais de base iluminista. Após neutralizar a ameaça externa com acordos com a Áustria e Inglaterra, garantindo a segurança do país, Napoleão fez um acordo com a Igreja Católica, que fora duramente perseguida na Revolução. O acordo ficou conhecido como Concordata e foi assinado em 1801. Nesse acordo, o Estado francês reconhecia o catolicismo como religião da maioria dos franceses, sendo os sacerdotes remunerados pelo Estado francês. Em troca, o Papa aceitaria a perda das terras da Igreja que foram tomadas ao longo da revolução e não as reivindicaria mais. Na parte econômica, Napoleão organizou as finanças do país criando o Banco da França, em 1800, criando uma nova moeda, o Franco. Além disso, instituiu o Código Civil, em 1804, um marco importante no reconhecimento de direitos civis, como a defesa da propriedade privada, defesa da liberdade, igualdade jurídica e defesa dos interesses burgueses e individuais. No entanto, o código não previa direitos políticos para as mulheres e previa o reestabelecimento da escravidão nas colônias francesas. Dessa forma, Napoleão conseguiu dar estabilidade política e econômica à França entre 1799 e 1804, garantindo direitos burgueses e individuais, pacificando as relações com a Igreja Católica, afastando ameaças externas, estabilizando a economia interna e pacificando as disputas políticas internas. Dessa forma, Napoleão conseguiu grande popularidade e apoio interno da população francesa, ganhando força política e se consolidando como uma figura que possuía legitimidade e capacidade de pacificar a França. Diante de tamanho sucesso e apoio popular, Napoleão se autoproclama imperador francês em um cerimônia com o Papa, em 1804. Inicia-se, assim, a segunda fase da Era Napoleônica. Cerimônia da coroação de Napoleão como imperador, em Paris. 2. O Império Napoleônico. O Império Napoleônico é marcado pelas guerras de expansão da França. Com a estabilidade interna garantida na França, Napoleão inicia a expansão como tentativa de enfraquecer a Ingalterra e tornar a França a maior potência do mundo. Inicia-se a fase das famosas guerras napoleônicas que causaram implicações em todo o mundo ocidental, inclusive na América. A expansão napoleônica começou a gerar temor das outras potências e coligações foram criadas para tentar impedir a expansão napoleônica. Prússia, Áustria e Inglaterra começaram a tentar impedir as invasões napoleônicas pela Europa. Uma das batalhas mais famosas da história acontece nesse período de expansão do império francês. Foi a chamada Batalha de Trafalgar, em 1805, unindo França e Espanha de um lado, contra a Inglaterra do outro. A batalha ocorreu no Cabo de Trafalgar, na costa espanhola. Os franceses queriam invadir a Inglaterra pelo Canal da Mancha, que separa a França da Inglaterra. Para isso, precisava passar pela poderosa marinha britânica. Mapa da Batalha de Trafalgar, vencida pelos ingleses. Os ingleses vencem a batalha dando um duro golpe em Napoleão que percebe que seria impossível vencer os ingleses no mar e invadir a Inglaterra. Dessa forma, Napoleão buscou novas estratégias para enfraquecer os ingleses. Apesar da derrota naval de Trafalgar, em 1805, os franceses conseguiram derrotar austríacos, prussianos, bem como realizaram o sepultamento do Sacro Império Romano-Germânico, constituindo em seu lugar a Confederação do Reno, sob controle da França. Parte do norte da Itália já havia sido conquistada em 1801. Territórios da Bélgica, da Holanda, da Espanha e outros estados germânicos passaram a ser controlados diretamente pelo Império de Napoleão, ou por parentes seus. Essa expansão levou a disseminação para o continente dos princípios liberais franceses. Mapa do império napoleônico, contendo as regiões dominadas e subordinadas. Em 1806, após já ter invadido diversos territórios europeus, Napoleão decretou o chamado Bloqueio Continental, que consistiu em um grande embargo econômico à Inglaterra. Napoleão Bonaparte proibiu qualquer nação europeia de comercializar com os ingleses, sob pena de invasão. A ideia era sufocar os ingleses economicamente e enfraquece-los até não possuírem mais condições de se defenderem. É nesse momento, em 1808, que as tropas de Napoleão invadem Portugal que se recusa a cortar relações comerciais com a Inglaterra e a família real portuguesa migra para o Brasil. O Bloqueio continental tem um sucesso inicial, conseguindo enfraquecer a economia inglesa, mas a Inglaterra consegue novos mercados na América e a França não tinha uma indústria capaz de suprir a produção inglesa e exportar na mesma proporção que os ingleses. Dessa forma, o Bloqueio Continental não surtiu os efeitos desejados por Napoleão. Dessa forma, a Rússia encontrava-se em uma situação delicada. Sua situação econômica era péssima e os franceses não conseguiam suprir as necessidades econômicas da Rússia. Assim, o Império Russo decide reestabelecer as relações comerciais com a Inglaterra e Napoleão, em 1812, toma e decisão de invadir a Rússia. São enviados cerca de 650 mil homens para invadir a Rússia e só retornam 100 mil, demonstrando a imensa derrota de Napoleão e o enfraquecimento do seu exército e do Império. A tática utilizada pelo exército russo ficou conhecida como terra arrasada, que consistia na retirada paulatina das tropas para o interior do território russo, atraindo os franceses. À medida que os russos recuavam, queimavam as terras e tudo que nela havia de plantações, impedindo que os franceses se alimentassem do que existia naquelas terras. Somando-se a essa tática, havia o rigoroso inverno russo que no ano de 1812 foi ainda mais intenso. Fome e frio dizimaram o exército napoleônico que, não tendo mais forças para continuar nessa guerra, retira-se derrotado. Representação da invasão frustrada do exército napoleônico na Rússia No ano seguinte, em 1813, Napoleão Bonaparte sofre uma nova derrota, que culmina no fim do seu império. Foi a derrota na Batalha de Leipizig, que tinha a sexta coligação formada por Prússia, Inglaterra, Rússia e Áustria. A coligação invade a França chegando até Paris. Napoleão abdica do poder e é exilado na Ilha de Elba, na costa italiana. Agora as potências europeias se reuniriam para decidir os rumos da Europa pós- napoleônica. 3. O Congresso de Viena. O Congresso de Viena foi uma reação das potências europeias às invasões napoleônicas na Europa, ocorrido em 1815. Foi uma reação conservadora, principalmente pela união das potências absolutistas, a Prússia, a Rússia e o Império Austríaco que desejavam o retorno absolutista. No Congresso de Viena também foi discutido a reconfiguração do mapa europeu, que fora alterado pela França imperialista. Dessa forma, as potências absolutistas criam a Santa Aliança, com participação da Áustria, Prússia e Rússia. As três potências absolutistas que desejavam a manutençãodo poder das casas reais na Europa e o equilíbrio das forças políticas. Com o Congresso, a França tem o retorno da dinastia dos Bourbon, sendo coroado rei o Luis XVIII, que era irmão do rei Luis XVI, aquele mesmo que havia sido guilhotinado na Revolução Francesa. A França perde parte do seu território, ocupado pela Santa Aliança. A Áustria anexa parte da Polônia, a Prússia anexa parte dos Estados alemães e a Rússia anexa parte da Polônia. Representação do Congresso de Viena 4. O governo dos 100 dias. Napoleão havia sido enviado para a Ilha de Elba, onde tinha direito de receber uma pensão e de ter alguns guardas disponíveis para protegê-lo. No entanto, em 1815, no mesmo ano do Congresso de Viena, Napoleão Bonaparte foge da ilha, reagrupa um exército formado por apoiadores franceses e de outras nacionalidades e invade a França, iniciando o terceiro período da sua era. Foi um período em que Napoleão ficou no poder durante 100 dias, onde tentou reestabelecer o império francês, enfrentando a 7ª coligação formada contra ele, incluindo Inglaterra, Rússia, Áustria, Portugal, Espanha, Prússia entre outras. Napoleão é derrotado na Batalha de Waterloo, na Bélgica e dessa vez é exilado na Ilha de Santa Helena, no meio do Oceano Atlântico, onde morre em 1821. QUESTÕES DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS 1. (UFMG – 2014) Leia este texto: Antes, Napoleão havia levado o Grande Exército à conquista da Europa. Se nada sobrou do Império continental que ele sonhou fundar, todavia ele aniquilou o Antigo Regime, por toda parte onde encontrou tempo para fazê-lo; por isso também seu reinado prolongou a Revolução, ele foi o soldado desta, como seus inimigos jamais cessaram de proclamar. (LEFBVRE, Georges. A Revolução Francesa. São Paulo: IBRASA, 1966. p 573.) Tendo em vista a expansão dos ideais revolucionários proporcionada pelas guerras conduzidas por Bonaparte, é CORRETO afirmar que: A) os governos sob influência de Napoleão investiram no fortalecimento das corporações de ofício e dos monopólios. B) as transformações provocadas pelas conquistas napoleônicas implicaram o fortalecimento das formas de trabalho compulsório. C) Napoleão, em todas as regiões conquistadas, derrubou o sistema monárquico e implantou repúblicas. D) o domínio napoleônico levou a uma redefinição do mapa europeu, pois fundiu pequenos territórios, antes autônomos, e criou, assim, Estados maiores. E) Os países da Península Ibérica, como Portugal e Espanha, foram os únicos do continente Europeu a não serem afetados pelas guerras napoleônicas. 2. (UECE (2016)) Em 1804, Napoleão Bonaparte instituiu o Código Civil Napoleônico, que garantia, por lei, os valores da burguesia. Entre esses valores estavam: A) as liberdades individuais, a garantia da autoridade da Igreja sobre as diretrizes do Estado e a manutenção dos privilégios aristocráticos. B) a abolição da servidão, a abolição da propriedade privada e a instituição de comunas rurais. C) as liberdades individuais, o Estado laico, a proteção do direito de propriedade e a abolição da servidão; D) a intervenção do Estado na economia, a liberdade de crença religiosa e a proteção do direito de propriedade. E) Napoleão não instituiu nenhuma modificação no que se refere aos valores burgueses. Apenas manteve a mesma estrutura que vigorava no Antigo Regime. 3. (UECE 2019) Sobre a transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 1808, é correto afirmar que: A) ocorreu sem nenhum transtorno para a população do Rio de Janeiro, que recepcionou os nobres portugueses de forma planejada, sem que fossem necessárias grandes mudanças na cidade. B) teve como causa direta a invasão das tropas francesas ao território português como forma de forçar a adesão do país luso ao bloqueio continental. C) foi provocada pela ameaça inglesa de invasão ao Brasil, caso Portugal aderisse ao Bloqueio Continental ao comércio britânico, imposto por Napoleão Bonaparte no decreto de Berlim, emitido em 1806. D) somente foi realizada como forma de garantir o cumprimento do tratado de Fontainebleau, assinado com a França, que garantia a mudança para o Brasil no caso de ameaça espanhola a Portugal. 4. (UFC 2008) Entre 1792 e 1815, a Europa esteve em guerra quase permanente. No final, os exércitos napoleônicos foram derrotados. Em seguida, as potências vencedoras, Rússia, Prússia, Grã-Bretanha e Áustria, conjuntamente com a França, reuniram-se no Congresso de Viena, que teve como consequência política a formação da Santa Aliança. A partir do comentário acima, marque a alternativa que contenha duas decisões geopolíticas aprovadas pelo citado Congresso: A) defesa do liberalismo e auxílio aos movimentos socialistas na Europa. B) restabelecimento das fronteiras anteriores a 1789 e isolamento da França do cenário político europeu. C) valorização das aristocracias em toda a Europa continental e ascensão dos girondinos no governo da França a partir de 1815. D) reentronização das casas reais destituídas pelos exércitos napoleônicos e criação de um pacto político de equilíbrio entre as potências europeias. E) apoio aos movimentos republicanos e concentração de poderes na coroa britânica, permitindo a esta a utilização da sua marinha de guerra como instrumento contra-revolucionário. 5. (UFC 2006) Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma realização de Napoleão Bonaparte, que representou uma consolidação das ideias da Revolução Francesa. A) O impedimento do retorno do uso de títulos de nobreza, reivindicado pelos seus generais e pela burguesia francesa que desejava tornar-se a nova elite do país. B) A criação do Código Civil, inspirado no direito romano e nas leis do período revolucionário, que, na sua essência, vigora até hoje na França. C) A abolição da escravidão nas colônias francesas, reafirmando o princípio da liberdade presente na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. D) A realização de uma reforma agrária, prometida, mas não efetivada, pelos jacobinos, o que garantiu a popularidade de Napoleão entre os camponeses. E) A criação da Constituição Civil do Clero, que proibiu toda forma de culto religioso no território francês. 6. (UEMA 2015) O mapa abaixo representa a divisão geopolítica europeia no início do século XIX, destacando a estratégia militar napoleônica conhecida como Bloqueio Continental. A linha de Bloqueio Continental que se estende de Portugal até a Noruega, representada no mapa, revela a intenção francesa de: A) integrar a economia europeia, com a isenção das tarifas alfandegárias. B) fortalecer a França, garantindo-lhe a livre circulação pelos portos britânicos. C) desenvolver a economia espanhola, consolidando seu monopólio comercial na Península Ibérica. D) isolar a Grã-Bretanha, impedindo-lhe o acesso a importantes mercados da Europa continental. E) inibir o comércio de escravos oriundos de portos africanos, situados ao norte da Linha do Equador. 7. (UEG 2012) Em 1804, Napoleão Bonaparte recebeu o título de Imperador, mediante um plebiscito. Durante sua cerimônia de coroação, ele retirou do Papa a coroa e colocou-a em sua cabeça com as próprias mãos. Esse gesto ousado representou: A) o rompimento entre a Igreja Católica Romana e o novo Estado Revolucionário Francês. B) que Napoleão estava assumindo todas as responsabilidades do Poder Moderador na França. C) que Napoleão, símbolo máximo da força da burguesia, considerava-se mais importante que a tradição da Igreja. D) a criação de uma religião de Estado, tendo como figura central o Imperador, a exemplo do Anglicanismo inglês. 8. (UEMG 2016) "Há duzentos anos, em 9 de junho de 1815, encerrava-se o Congresso de Viena, conferência de países europeus que, após nove meses de deliberações,estabeleceu um plano de paz de longo prazo para o continente, que vivia um contexto político conturbado(...). Para alcançar esse objetivo, os diplomatas presentes ao Congresso de Viena criaram um mecanismo de pesos e contrapesos conhecido como "Concerto Europeu"(...). O Concerto Europeu procurou substituir um arranjo unipolar por um sistema inovador de consultas plurilaterais. Esse esforço visava a garantir a estabilidade europeia no pós-guerra". http://blog.itamaraty.gov.br/63-historia/146-200-anos-do-congresso-de-viena.Acesso em: 20/7/2015. O contexto conturbado vivido pela Europa antes do Congresso de Viena e os resultados deste foram, respectivamente: A) A guerra dos sete anos que colocaram em confronto Inglaterra e França em função de disputas territoriais na América. – A expulsão da França da Liga das nações por ter desrespeitado regras internacionais preestabelecidas. B) A disputa imperialista protagonizada pelas nações europeias em função da crise econômica vivida no século XIX. – Evitou-se provisoriamente um conflito de proporções mundiais já que, por meio de concessões, garantiu- se um equilíbrio político. C) A expansão napoleônica que destronou reis e promoveu a invasão e ocupação militar sobre diversas regiões. – Restauração das monarquias depostas por Napoleão, legitimação das existentes à época e a criação da Santa Aliança. D) A primeira grande guerra, que foi consequência de um momento marcado pelo nacionalismo exacerbado e por rivalidades econômicas e territoriais. – A imposição de uma paz despreocupada com o equilíbrio mundial pois humilhava os derrotados. 9. (FGVRJ 2015) Napoleão Bonaparte assumiu o poder na França, em 1799. A partir do chamado Golpe do 18 Brumário, tornou-se primeiro cônsul, depois primeiro cônsul vitalício e, posteriormente, imperador. Durante o seu governo, A) retomou as relações com a Igreja Católica e permitiu total autonomia dos seus sacerdotes. B) estabeleceu uma monarquia parlamentarista, nos moldes do sistema de governo vigente na Inglaterra. C) estabeleceu um novo Código Civil que manteve a igualdade jurídica para os cidadãos do sexo masculino e o direito à propriedade privada. D) procurou retomar antigas possessões marítimas francesas, envolvendo- se em uma guerra desgastante no Haiti e no sudeste asiático. E) aliou-se aos “sans culottes”, grupos mais radicais da Revolução Francesa, e, por isso, foi derrubado em 1814. 10. (UERJ 2019) A derrota de Napoleão Bonaparte, em 1814-1815, foi registrada de diversas formas nas sociedades europeias. Na imagem, o imperador francês tenta devorar o globo terrestre, sendo atacado por uma águia, um dos símbolos do Império Russo. Dois impactos que as guerras napoleônicas exerceram sobre as relações internacionais na Europa da época foram: A) crise agrária e consolidação dos Estados republicanos B) concorrência industrial e retomada de domínios coloniais C) integração comercial e declínio de monarquias absolutistas D) expansionismo territorial e reorganização das fronteiras políticas 11. (FGV 2013) Restauração é o nome do regime estabelecido na França durante quinze anos, de 1815 a 1830, mas essa denominação convém a toda a Europa. Ela é múltipla e se aplica a todos os aspectos da vida social e política. (René Rémond, O século XIX: introdução à história do nosso tempo) Reconhece-se a Restauração no processo que: A) restituiu o poder aos monarcas europeus alinhados a Napoleão Bonaparte, provocando a generalização da contrarrevolução na América colonial, que havia sido varrida pelas independências nacionais. B) alçou a Inglaterra à condição da nação mais poderosa do mundo, com capacidade de reverter a proibição do tráfico de escravos africanos para a América e de defender a recolonização de espaços coloniais espanhóis americanos. C) restabeleceu as bases do sistema colonial na América e na Ásia, com a recriação de companhias de comércio marcadas pela rigidez metropolitana, além da prática do “mar fechado” e do porto único. D) permitiu a volta das antigas dinastias ao poder, que o haviam perdido com as guerras napoleônicas, e que criou a Santa Aliança, nascida com o intuito de reprimir movimentos revolucionários. E) ampliou os direitos trabalhistas em toda a Europa, condição que provocou as revoluções de 1820 e 1830, eventos fundamentais para a retomada dos valores políticos anteriores à Revolução Francesa. 12. (FUVEST 1998) O Tratado de Viena, assinado em 1815 tinha por principal objetivo: A) estabelecer uma paz duradoura na Europa, que impedisse as guerras e revoluções, consolidando o princípio da legitimidade monárquica. B) ratificar a supremacia da Prússia, no contexto político da Europa ocidental, para garantir triunfo de uma onda contra-revolucionária. C) assegurar ao Império Austro-Húngaro o controle da Europa continental, assim como da Inglaterra, a fim de impedir a expansão da Rússia. D) impedir a ascensão da classe média ao poder, que iniciara uma série de revoluções em vários países da Europa Ocidental. E) criar um sistema repressivo capaz de conter as primeiras vagas do movimento socialista na Europa, através da exclusão da influência da França. 13. (UNESP 2020) Na Europa, as forças reacionárias que compunham a Santa Aliança não viam com bons olhos a emancipação política das colônias ibéricas na América. […] Todavia, o novo Império do Brasil podia contar com a aliança da poderosa Inglaterra, representada por George Canning, primeiro-ministro do rei Jorge IV. […] Canning acabaria por convencer o governo português a aceitar a soberania do Brasil, em 1825. Uma atitude coerente com o apoio que o governo britânico dera aos EUA, no ano anterior, por ocasião do lançamento da Doutrina Monroe, que afirmava o princípio da não intervenção europeia na América. (Ilmar Rohloff de Mattos e Luis Affonso Seigneur de Albuquerque. Independência ou morte: a emancipação política do Brasil, 1991.) O texto relaciona: A) a restauração das monarquias absolutistas no continente europeu, a industrialização dos Estados Unidos e a constituição da Federação dos Estados Independentes da América Latina. B) a influência da Igreja católica nos assuntos políticos europeus, o controle britânico dos mares depois do Ato de Navegação e o avanço imperialista dos Estados Unidos sobre o Brasil. C) a disposição europeia de recolonização da América, o Bloqueio Continental determinado pela França e os acordos de livre-comércio do Brasil com os países hispano-americanos. D) a penetração dos industrializados britânicos nos mercados europeus, a tolerância portuguesa em relação ao emancipacionismo brasileiro e a independência política dos Estados Unidos. E) a reorganização da Europa continental depois do período de domínio napoleônico, os processos de independência na América e a ampliação do controle comercial mundial pela Inglaterra. 14. (UNESP 2014) O Congresso de Viena, entre 1814 e 1815, reuniu representantes de diversos Estados europeus e resultou: A) na afirmação do caráter laico dos regimes políticos e da importância da separação entre Estado e Igreja. B) na criação da Santa Aliança e no esforço de reafirmar valores do Antigo Regime. C) na validação da nova divisão política da Europa, definida pelas conquistas napoleônicas. D) na derrubada dos regimes republicanos e na restauração monárquica na França e na Inglaterra. E) na defesa dos princípios do livre comércio e da emancipação das colônias na América. 15. (UNESP 2011) Artigo 5.º — O comércio de mercadorias inglesas é proibido, e qualquer mercadoria pertencente à Inglaterra, ou proveniente de suas fábricas e de suas colônias é declarada boa presa. (...) Artigo 7.º — Nenhuma embarcação vinda diretamente da Inglaterra ou das colônias inglesas,ou lá tendo estado, desde a publicação do presente decreto, será recebida em porto algum. Artigo 8.º — Qualquer embarcação que, por meio de uma declaração, transgredir a disposição acima, será apresada e o navio e sua carga serão confiscados como se fossem propriedade inglesa. (Excerto do Bloqueio Continental, Napoleão Bonaparte. Citado por Kátia M. de Queirós Mattoso. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea (1789-1963), 1977.) Esses artigos do Bloqueio Continental, decretado pelo Imperador da França em 1806, permitem notar a disposição francesa de: A) estimular a autonomia das colônias inglesas na América, que passariam a depender mais de seu comércio interno. B) impedir a Inglaterra de negociar com a França uma nova legislação para o comércio na Europa e nas áreas coloniais. C) provocar a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, por meio da ocupação militar da Península Ibérica. D) ampliar a ação de corsários ingleses no norte do Oceano Atlântico e ampliar a hegemonia francesa nos mares europeus. E) debilitar economicamente a Inglaterra, então em processo de industrialização, limitando seu comércio com o restante da Europa. GABARITO Resposta da questão 1: [D] As guerras napoleônicas alteraram profundamente as fronteiras europeias. Vários dos Estados que adotavam o modelo do chamado “Antigo Regime” e que estavam associados ao Sacro Império Romano- Germânico foram destituídos de sua legitimidade por Napoleão e anexados a grandes Estados administrativos vinculados ao Império Francês. Resposta da questão 2: [C] A instituição do Código Civil Napoleônico contemplava os anseios da burguesia francesa, partícipe principal da Revolução de 1789. Os ideais burgueses estavam calcados nos princípios do Iluminismo e do Liberalismo. Muitas das prerrogativas assinaladas no código estavam imbuídas de ideias filosóficas como as de Jean-Jacques Rousseau, mas a inspiração também provinha do Direito Romano. O modelo de Estado Democrático de Direito, que vigora hoje nas nações democráticas ocidentais, é herdeiro do Código Napoleônico. A defesa das liberdades individuais, a propriedade privada, o Estado separado da religião e os direitos fundamentais do cidadão estão todos no programa do Código Civil Napoleônico. Resposta da questão 3: [B] A “fuga” da Família Real Portuguesa foi arquitetada por d. João VI junto à Inglaterra, que financiou a viagem e estabeleceu a Tutela Britânica em solo português para que Portugal pudesse furar o Bloqueio Continental estabelecido por Bonaparte, continuando, assim, a fazer comércio com os ingleses. Resposta da questão 4: [D] Resposta da questão 5: [B] Resposta da questão 6: [D] Somente a proposição [D] está correta. A questão remete ao Bloqueio Continental que aconteceu na Era Napoleônica, 1799-1815. A Inglaterra era no início do século XIX a única potência industrial. Napoleão Bonaparte tornou-se imperador da França em 1804 e tinha a ambição de criar um grande império na Europa inspirado no Império Romano. Depois da derrota francesa na Batalha (marítima) de Trafalgar, Napoleão decretou o famoso Bloqueio Continental em 1806 objetivando isolar economicamente a Inglaterra que estava na era industrial e necessitava de matéria-prima e mercador consumidor. Desta forma, a Inglaterra utilizou sua influência sobre Portugal e escoltou a Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 provocando a abertura dos portos brasileiros para os produtos ingleses. Resposta da questão 7: [C] O governo de Napoleão representou a continuidade da Revolução Francesa e da defesa dos interesses econômicos da burguesia. Apesar de iniciar uma ditadura, contrariando o princípio de liberdade política, seu governo preservou os ideais e as instituições sob a ótica burguesa, eliminando as concepções que valorizassem as tradições da nobreza ou da Igreja. Resposta da questão 8: [C] A questão remete à expansão Napoleônica, ao Congresso de Viena e à Santa Aliança. Entre 1799 e 1815, Napoleão montou um grande império na Europa implantando princípios liberais-iluministas e rompendo com privilégios ligados ao Antigo Regime. Reis foram desalojados do poder em nome de uma nova ordem. Com sua derrota definitiva em 1815 na batalha de Waterloo, tornou-se necessário fazer um grande encontro entre autoridades do velho continente. Trata-se do Congresso de Viena que visava refazer o mapa europeu bem como reempossar os monarcas europeus apoiados em princípios como: legitimidade, restauração, equilíbrio e compensações. Foi criado por sugestão do czar russo Alexandre I, a Santa Aliança, um braço armado do Congresso de Viena, que sob o rótulo de proposta de paz, justiça e religião, objetivava, de fato, lutar contra manifestações liberais e nacionalistas. Resposta da questão 9: [C] Somente a proposição [C] está correta. A questão remete a “Era Napoleônica”, entre 1799-1815, que pode ser dividida em três fases, o Consulado (1799-1804), o Império (1804-1815) e o Governo dos Cem Dias. Napoleão representou os ideais (ideias Liberais Iluministas) da Revolução Francesa e expandiu estes princípios para a Europa. Uma grande marca deste contexto (além das grandes batalhas) foi a elaboração do Código Civil em 1804, inspirado na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 e no Direito Romano. Este código defendeu a igualdade do indivíduo perante a lei, o direito à propriedade e a proibição de organização de sindicatos dos trabalhadores e greves. Resposta da questão 10: [D] Somente a alternativa [D] está correta. Napoleão Bonaparte foi coroado imperador da França em 1804 e através de diversas guerras e conchavos montou um grande império na Europa desestruturando as fronteiras entre os países. Em 1812, a campanha da Rússia representou o início do fracasso de Napoleão que foi derrotado definitivamente em 1815 na Batalha de Waterloo. No mesmo ano, durante o Congresso de Viena, as propostas das nações eram refazer o mapa europeu e restaurar a velha ordem utilizando alguns princípios, tais como, Legitimidade, Restauração e Equilíbrio. Resposta da questão 11: [D] Depois da derrota napoleônica, o Congresso de Viena garantiu a formação da Santa Aliança e o processo de Restauração na Europa, num claro processo contrarrevolucionário francês. A Restauração garantiu a volta ao poder das dinastias que haviam sido destituídas por Bonaparte. Resposta da questão 12: [A] Resposta da questão 13: [E] No período citado no texto, existia na Europa um arranjo conservador pós Era Napoleônica, expresso através do Congresso de Viena, e uma onda liberal na América, concretizada através das independências da América Espanhola e da América Portuguesa. Resposta da questão 14: [B] Somente a proposição [B] está correta. Em 1815 Napoleão foi derrotado de forma definitiva na famosa batalha de Waterloo. Foi necessário fazer um grande congresso continental para refazer o mapa da Europa (uma vez que Napoleão conquistou um grande império na Europa) e retornar as monarquias, ou seja, deixar a Europa como estava até o contexto da Revolução Francesa. Legitimidade, restauração e equilíbrio foram as palavras chaves deste congresso. Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria foram bem sucedidas, pois conquistaram territórios. Assim, foi criada a “Santa Aliança”, um braço armado do congresso de Viena para fazer valer a vontade dos países exitosos. As demais alternativas estão incorretas. A questão poderia ser mais bem elaborada com a utilização de um bom texto ou imagem caracterizando o período. Resposta da questão 15: [E] A política expansionista francesa tinha como grande objetivo ampliar seus mercados na Europa, como uma das bases para sua industrialização e, nesse sentido, após a derrota na tentativa de invadir a Inglaterra, a política de Napoleão Bonaparte pretendeu isolar a Inglaterra e estrangular sua economia.
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