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157 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS Unidade IV 7 GESTÃO DE EQUIPES COMERCIAIS A gestão de pessoas no varejo é algo que vem exigindo criatividade para manter a equipe motivada e, consequentemente, as vendas fluindo de forma positiva. Hoje, já temos recursos e pesquisas que nos mostram formas diferentes de levar esse incentivo à sua equipe e que exigem do gestor ousadia e coragem na hora da implementação, mas que podem trazer bons resultados. Apesar de existirem novas soluções para incentivo de vendas, muitos ainda recorrem a políticas de motivação financeira e recursos genéricos sem qualquer tipo de personalidade. Isso acaba prejudicando ainda mais a empresa e fazendo com que as vendas diminuam ao invés de aumentar, já que nem todos os colaboradores podem se sentir motivados da mesma forma. As equipes de alto desempenho acreditam naquilo que vendem, têm orgulho de pertencer a uma determinada empresa e são motivadas por uma liderança focada em resultados. Reconhecer o perfil, expectativas e necessidades pessoais de cada membro da equipe é uma tarefa difícil, mas recompensadora por sua capacidade de comprometê-los com o sucesso geral da organização. Conforme Chiavenato (2008, p. 241), “a avaliação de desempenho é o processo de rever a atividade produtiva passada para avaliar a contribuição que os indivíduos fizeram para o alcance dos objetivos do sistema administrativo”. Os líderes precisam estar conscientes de sua influência sobre a postura profissional da sua equipe. Devem ser responsáveis por reuniões periódicas com a equipe, pela avaliação do desempenho individual, por cuidar da comunicação e por promover a liderança funcional e também novos talentos. Para gerir equipes de alto desempenho, seguem aqui algumas dicas de gestão e de tipos de avaliação, que podem ser escolhidos para serem aplicados aos seus colaboradores. Na parte de gestão da equipe, saiba que a criação de incentivos não financeiros é uma solução criativa que pode trazer bons resultados para o seu negócio, criado de acordo com os perfis comportamentais dos seus colaboradores. Cada funcionário tem seu comportamento e estilo de vida, e para saber como recompensá-lo é necessário fazer um teste comportamental. Esse teste pode ser aplicado pelo gestor direto, que pode optar por entrevistas individuais ou dinâmicas de grupo. As recompensas podem ser, por exemplo, horários mais flexíveis, folgas, promoções ou promoções de cargo, e por essa razão é fundamental conhecer o que é melhor para cada colaborador. Os incentivos devem ir ao encontro de interesses pessoais do funcionário, de forma que eles fiquem motivados a trabalhar para obter a recompensa. O gestor, neste caso, acompanha as vendas e monitora o desempenho dos colaboradores. 158 Unidade IV Outra solução criativa que pode ajudar no aumento de vendas e otimização da equipe é um plano de marketing. Para isso, o primeiro passo necessário é dimensionar a sua equipe de vendas e saber a sua capacidade de atendimento. Para criar um plano de marketing mais robusto e eficiente, também é preciso estabelecer objetivos claros e precisos, como aumentar a venda de certos produtos ou fortalecer relacionamento com clientes atuais ou, ainda, a captação de novos clientes. Após isso, os próximos passos são definir um orçamento e as estratégias mais adequadas ao plano, para que os objetivos sejam atingidos de forma eficaz. É fundamental lembrar que essa solução criativa precisa de monitoramento e avaliação constante de resultados, somente dessa forma é possível saber se o plano de marketing está funcionando da forma correta. Para que essa solução seja mais eficaz, é preciso realizar pesquisas de satisfação com o consumidor, a fim de avaliar os resultados que as ações estão trazendo, como o público está reagindo e se é necessário mudar e/ou ajustar alguma estratégia utilizada no plano. Existem muitas soluções disponíveis hoje em dia para que as empresas tenham uma equipe motivada e ferramentas que permitam aos gestores adequar produtos e ações de marketing às preferências dos clientes. Todas as soluções podem, se bem planejadas, trazer bons resultados para a empresa e a equipe de trabalho, resultando em colaboradores mais unidos e motivados a trabalhar, fato indispensável para se atingir metas e objetivos, que farão a empresa se destacar na área em que atua. Com relação a avaliação de desempenho, ela é que vai te ajudar a formular seu feedback, seja ele bom, seja ele ruim. A avaliação que antecipa o feedback tem por objetivo identificar o quanto cada funcionário deveria produzir e o quanto ele de fato produz, dando aos gestores uma visão muito mais nítida do seu time. Além disso, ela detém seu foco nas competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) de cada avaliado. O método mais eficaz de demonstrar o acompanhamento da equipe é através da Avaliação de Desempenho do colaborador, sendo possível identificar diversos pontos que necessitam de melhoria dentro de uma organização. As organizações buscam atrair e selecionar colaboradores que compartilham de seus valores e crenças e utilizam sistemas de reconhecimento para estimular e tentar garantir os desempenhos considerados adequados e desejáveis. Entretanto, entre o desempenho esperado e o desempenho real pode ocorrer um intervalo, que é chamado de discrepância de desempenho. Para sanar essa situação, é comum as organizações desenharem atividades e implantarem metodologias de avaliação que nem sempre atendem suas próprias necessidades. 159 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS Muitas vezes, ocorrem efeitos opostos aos desejados, onde muitas expectativas são criadas e poucas são atendidas de forma positiva, ou que venham a representar um ganho representativo na trajetória de desenvolvimento pessoal/profissional da equipe de vendas e até mesmo de outros funcionários da empresa. A partir desta realidade surge a indagação se a metodologia tradicionalmente usada para mensurar o desempenho é adequada e contribui efetivamente para que o trabalhador alcance o sucesso em suas metas. Todos os métodos abordados sobre a gestão de pessoas podem ser utilizados para os vendedores e para as equipes de vendas. Podemos partir do pressuposto que, ao sabermos de nossas dificuldades, podemos melhorar nossa atuação. Para o vendedor, essa condição também é validade e ao conhecer seus pontos fracos pode investir tempo e formação para melhorar sua condição e, em consequência, sua atuação. Lembre-se que existem dois tipos de vendedores: aqueles que nasceram prontos para vender e, naturalmente, aplicam estratégias e ferramentas de muito sucesso ou, então, aqueles que nasceram com pouquíssimas habilidades naturais, mas as desenvolvem através de estudo e prática, colhendo bons resultados. No Brasil e na maior parte do mundo, os vendedores ainda são julgados, assim como políticos, como se agissem sempre de má-fé. É o costume brasileiro acreditar que o vendedor é o responsável por ganhar dinheiro em cima da sua ingenuidade ou boa-fé. Para vender no Brasil, o talento é supervalorizado. Poucas pessoas se dedicam a estudar técnicas e encontramos vendedores despreparados, mas carismáticos. Essa última combinação é realmente letal para a imagem dos vendedores. Saiba mais Alguns filmes que podem propiciar uma inter-relação com os conteúdos da unidade. A GUERRA do fogo. Dir. Jean-Jacques Annaud, 1976. 100 minutos. A ODISSEIA. Dir. Francis Ford Coppola, 1997. 150 minutos. 300. Dir. Zack Snyder, 2007. 117 minutos. E como encontrar os vendedores corretos no mercado? O maior desafio é encontrar os defeitos que podem servir como critério de eliminação, pois um bom profissional de vendas não pode ter dificuldades em fazer o seu marketing pessoal, pois participar de um processo seletivo não é nada mais do que vender o produto que você conhece melhor do que todos: você mesmo. 160 Unidade IV Agora serão indicados alguns perfis de vendedores que devem ser evitados: • Workaholicinconsistente é aquele vendedor que sempre está envolvido em grandes negociações, mas as metas mensais acabam ficando de lado, já que ele sempre possui histórias de muitas negociações para contar, quase todas por fechar e ajudá-lo a vender em um nível muito acima da meta do mês, mas quase nunca se tornam realidade. • Antitecnologia: não está atento ao mercado e não gosta de seguir processos, como usar o CRM ou qualquer outra ferramenta. • Justificador: esse é o vendedor que sempre tem uma desculpa para as coisas não darem certo, como o script de vendas errado ou o histórico do cliente. Ele culpa terceiros por seu desempenho ruim. • Lebre: esse tipo de vendedor pula de empresa em empresa para esconder seus problemas de resultados. Ele passa pelo treinamento e, ao começar a ser realmente cobrado pelos resultados, já está de olho em outra vaga, geralmente com melhor remuneração. • Metralhadora: atira em todas as direções sem muitas preocupações. Esse perfil não se preocupa com as estratégias das empresas em que trabalha. Como todo vendedor é comissionado, esse tipo de vendedor está sempre preocupado em aumentar os seus ganhos de maneira egoísta. • Lobo solitário: é alguém que desempenha as atividades e procura dar resultado, mas como não segue o processo, cria diversas consequências para seus atos, e não compartilha com os times de gestores. Saiba mais Assista aos filmes que discutem se vale tudo para vencer ou existe um limite que não podemos transpor, mostrando que estruturas e processos gerenciais inadequados podem arrasar uma empresa como um todo: SUCESSO a qualquer preço. Dir. James Foley, 1992. 100 minutos. O LOBO de Wall Street. Dir. Martin Scorsese, 2013. 165 minutos. O HOMEM que mudou o jogo. Dir. Bennett Miller, 2011. 133 minutos. 161 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS 7.1 Sistemas de remuneração de equipe de vendas O varejo, diferente de outros setores, é bastante dinâmico e por isso nem sempre gestores e líderes conseguem realizar planejamentos de longo prazo e segui-los à risca. Mas há muitas boas práticas na área de Recursos Humanos que podem ser seguidas e adaptadas, entre elas está o plano de metas. Mas como exatamente as metas podem ajudar a equipe no varejo? A meta da equipe é sempre vender mais. Cada colaborador deve ser desenvolvido de maneira que todos atinjam o objetivo final, que é vender mais. Para que isso ocorra, é importante cuidar do processo, construindo uma estratégia. A meta é diferente do objetivo, e isso precisa estar claro para o gestor. Uma das práticas que podem ajudá-lo a começar a pensar nas metas, e bastante conhecida dos profissionais de Recursos Humanos, é o método Smart, um acrônimo cujo S corresponde a specific ou específica; o M vem de measurable ou mensurável; o A corresponde a achievable ou attainable, que significa atingível ou alcançável; o R vem de relevant, o que significa que cada meta precisa ser realmente relevante; e, por fim, o T de time, quer dizer que toda meta precisa de um prazo definido. Esse método é conhecido e ajuda gestores a criarem metas se baseando nessas cinco características que toda meta deve ter. O plano de metas é muito importante para que o gestor e a equipe fiquem bem perfilados e consigam acompanhar os resultados mais frequentemente e descobrir onde estão erros para corrigi-los o mais rápido possível. Lamentavelmente, a maioria dos chefes e líderes não dá muita atenção para esse processo e apenas criam metas que dificilmente funcionam. A seguir serão mostrados os primeiros passos para fazer um plano de metas. 7.2 Plano de metas O plano de metas é importante, e antes de tudo é necessário saber como está o seu mercado de atuação e a concorrência existente. Saber quanto o seu segmento tem crescido é de muita importância. Essas informações poderão fazer com que você tenha uma visão do futuro, o que precisa melhorar. São informações que você pode encontrar em jornais, internet, nos sindicatos e outras associações. Seu plano sobre como definir e executar metas vai depender de saber as necessidades do seu negócio. Analisar seu negócio internamente já faz parte do primeiro processo, mas é sempre interessante ouvir os colaboradores; muitos saberão falar melhor sobre o desempenho das vendas. Além disso, pode conhecer a necessidade de cada um deles e ouvir suas dificuldades. Isso vai ajudar a criar metas específicas para cada um/equipe. Após analisar bem esses dois fatores, comece a elencar o prazo para cada tipo de meta. Algumas levarão mais tempo que outras, mas todas devem ter como objetivo claro o aumento de vendas. É importante que o colaborador foque no resultado, e não apenas na execução das tarefas, isso vale para o gestor também. 162 Unidade IV Observação Para alguns varejistas, principalmente aqueles que são franqueados e têm muitas lojas para cuidar, tentar fazer esse trabalho todo numa planilha ou à mão pode tomar um tempo enorme, e ainda assim há riscos de erros. Assim, deve-se priorizar o uso da tecnologia, que oferece opções práticas e rápidas que fazem esse processo em minutos ou segundos. Figura 45 A seguir, alguns erros a serem evitados na atribuição de metas: Não analisar corretamente a situação atual É impossível planejar algo se não sabemos exatamente o que melhorar. Por sua vez, é muito difícil implementar melhorias sem uma análise real das circunstâncias vigentes. Analise, principalmente, fatores como: • os meses ou trimestres, mais propícios a vendas; • o quanto custou os descontos e promoções esse ano; quais os clientes atuais que podem ter mais oportunidades de venda exploradas; • qual a taxa de ganho, isto é, quando confrontado com uma oportunidade de vendas, quantas vezes você fechou negócio; • o que os seus clientes compraram; • qual é o valor médio de cada pedido. 163 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS Com essas informações em mãos, aí sim é possível começar a pensar em um planejamento estratégico comercial para dimensionar sua equipe de vendas. Um sistema de controle de vendas vai ajudar, e muito, a reunir esses dados em números reais e concretos. Não estabelecer responsabilidades Um dos maiores erros no planejamento é uma falta de clareza em relação às responsabilidades dos funcionários ou sobre o que se espera deles. Estabelecer, desde o início, quem fará o que, quando, sob quais circunstâncias, investindo quanto etc., vai deixar o planejamento comercial muito mais organizado e eficaz. Para isso, o tradicional método de 5W2H é bastante eficiente. Essa ferramenta ajuda na elaboração de planos de ação, e basicamente é um checklist (lista de verificação) de atividades específicas que devem ser realizadas por todos que integram um processo. Não medir dados e resultados Falta de acompanhamento não é um problema exclusivo do planejamento comercial, mas de todas as áreas de uma empresa. É comum realizar um planejamento com cuidado, e depois de alguns meses não analisar de forma crítica e profunda os resultados. Indicadores de performance e de vendas são ideais para essa análise. Em vendas, o resultado é uma informação; depois de gerado, não há como mudá-lo. O desempenho, esse sim, pode ser melhorado. O gestor de vendas precisa avaliar mais que os resultados quantitativos (vendas, números, metas), mas também os qualitativos (porque esses números aconteceram, porque as metas foram atingidas ou não), sempre com o objetivo de progredir em resultados e números. Alguns indicadores que podem ser acompanhados no processo de vendas (sempre separadas por período de tempo): Em relação ao período: • número de contatos realizados; • número de vendas realizadas; • faturamento das vendas; • quantidade de negociações iniciadas; • quantidade de negociações em andamento; • quantidade de clientes perdidos; • custo de venda; 164 Unidade IV • número de clientes totais; • número de clientes inativos; • número de reclamações de clientes. Em relação ao desempenho: • ticket médio de vendas: relaçãoentre o valor total de pedidos fechados e número de pedidos fechados; • relação entre o número de contatos realizados e o de negócios fechados; • relação entre o número de reclamações dos clientes com a quantidade de clientes existentes; • acertos no funil de vendas em relação às previsões; • vendas por vendedores. Estabelecer metas muito amplas e subjetivas Existe uma grande diferença entre estabelecer como meta: “crescer 10% em 2017” e “crescer 10% em 2017 com a contratação de três novos colaboradores, a abertura de uma nova filial e a redução de custos através do uso do software xyz”. Essas metas devem ser estabelecidas baseadas sempre nas métricas atuais e nos indicadores que foram estudados anteriormente. 7.3 Desempenho das metas Idêntico fator é o gestor pensar em uma forma de acompanhar o desempenho dessas metas. No varejo, as metas curtas são mais comuns, e pode ser que o líder queira fazer uma reunião semanal para saber como está o andamento, ou ele pode extrair os dados direto do PDV (ponto de venda), com diversas ferramentas, importante é acompanhar, não importa por onde, desde que haja periodicidade. Não adianta definir uma meta e depois de muito tempo descobrir que ela deu errado, pois nesse caso não há conserto. Se o gestor faz o acompanhamento constante, ele pode avaliar o que está dando certo e o que não está e, assim, mudar a estratégia conforme for melhor. Isso é gestão de metas. 7.4 Construção das metas O passo seguinte é começar a pensar na construção das metas, quais serão e para quem elas vão ser destinadas. Não adianta generalizar e dar uma mesma meta para todo mundo, o colaborador tem que saber que ele é capaz de atingir aquela meta, por isso ela deve ser pensada de modo individual ou para pequeno grupo. Aqui vão algumas dicas, baseadas no método Smart para começar a fazer as metas. Veja o significado de cada um dos termos: 165 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS • Specific: o objetivo deve ser específico e facilmente entendido por qualquer pessoa. • Measure: mensurável, que tem medida, como se saberá avaliar se aquele objetivo foi alcançado ou não. Quando o vendedor fala qual é a meta que quer bater, ele se compromete em atingir aquela meta. Ele busca cumprir o que prometeu. Quando um líder sozinho coloca a meta, ele muitas vezes não leva em conta a experiência e a capacidade do vendedor, então a meta pode ser muito inferior ou muito superior ao que ele pode fazer. • Achievable: atingível, alcançável, ou seja, o objetivo deve ser ousado, porém dentro de uma realidade possível, do contrário, isso vai provocar desmotivação e frustração. Os colaboradores, principalmente os vendedores, precisam saber que são capazes de atingir as metas. Caso contrário, de nada adianta realizar todo o planejamento. O papel do líder é criar situações desafiadoras e provocadoras para a equipe, mas nunca desmotivar. • Relevant: a sua meta deve ser relevante, ou seja, o esforço será recompensado quando alcançar a meta. Deixar registrado o desempenho deles vai servir como uma bússola, onde eles poderão se corrigir, se melhorar e se cobrar, tornando os colaboradores mais independentes do líder. • Time-based: ou tempo, o seu objetivo precisa ter um prazo para ser alcançado. 7.5 Comissão de vendas No entanto, mesmo tendo noção da importância do variável na vida de um vendedor, é comum ver diversos gestores, sejam eles gerente de vendas ou diretor executivo, menosprezando a estrutura de comissionamento da sua empresa, dando mais atenção a outros fatores para aumentar a retenção, como horas flexíveis, ambiente descontraído e outras coisas. A natureza do trabalho de vendas é vinculada ao risco. O profissional de vendas é atraído por ele. Esses dois pontos motivam a alta rotatividade vista nas equipes, além da cobrança intensa, pois não é possível fechar bons números por 24 meses seguidos sem entender bem do mercado e produto com os quais você trabalha. Porém, o foco inicial, ao montar um time de vendas, não deve ser apenas em encontrar talentos, bons profissionais que vão ajudá-lo nos números da empresa. Você precisa saber como mantê-los motivados, com desafios e uma remuneração de acordo com o valor que geram para a empresa. Caso contrário, quando demonstrarem seu valor, outras empresas vão abordá-los com propostas maiores e você vai precisar encontrar novos talentos, treiná-los e o seu investimento final será, com certeza, muito maior do que o de retenção. Por isso, sua estrutura de comissionamento deve premiar os bons vendedores, aqueles que batem metas e vendem para seus clientes qualificados, sem impactar seu churn. Na tradução livre da palavra, churn significa batedeira e ela é utilizada para ilustrar o movimento de clientes saindo pelas beiradas. Na verdade, ela nada mais é do que uma taxa de cancelamento, e na maioria dos casos usa-se o nome 166 Unidade IV churn rate para expressar o volume de clientes que cancelaram suas compras dentro de determinado período. Há quem traduza a expressão como taxa de rotatividade de clientes ou evasão de clientes. O churn rate é uma métrica fundamental para alguns segmentos de negócio, em especial para empresas de varejo acompanhar o percentual de clientes que cancelaram o serviço. O churn rate tem como principal antídoto as estratégias utilizadas para a retenção de clientes. Lembrete O termo churn rate é usado para expressar o volume de clientes que cancelaram suas compras dentro de determinado período, ou como taxa de evasão de clientes. Com algumas ações contínuas, feitas com base no monitoramento de cada cliente, é possível trabalhar satisfação e permanência dos clientes na base, garantindo a sustentabilidade de sua empresa. Com uma medição mensal do churn rate, você poderá acompanhar as tendências e trabalhar metas para redução dos cancelamentos e aumento do lifetime value (valor do tempo de vida do cliente: é uma previsão de todo o valor que um negócio consegue arrecadar desde o início até o fim do relacionamento com cada cliente) dos consumidores. Qual a taxa aceitável de churn? Como, então, calcular uma taxa aceitável de cancelamentos de pedidos para o equilíbrio financeiro do seu negócio? Para ajudar, vamos fazer um exercício: imagine que no dia 1º de janeiro você tenha uma base de 200 clientes e contenta-se com um churn rate de 5% ao mês. Com essa taxa, você chegará a 31 de dezembro com 92 clientes a menos! Isso significa que quase metade dos clientes que começaram o ano com você terão ido embora e você terá que conquistar 92 novos clientes somente para manter o mesmo volume inicial. Com isso, dá para perceber como os cancelamentos podem minar aos poucos a receita recorrente de um negócio e impedir seu crescimento. 7.6 Retenção a partir do comportamento de uso Fica claro, então, como é vital manter a base original de clientes como fator de sobrevivência futura. Em um mercado em que os clientes têm mais conhecimento para chegar a soluções concorrentes, não podemos mais pensar que a venda de um software se esgota na assinatura de um primeiro contrato. De nada adianta investir em aquisição de clientes se a fidelidade não for trabalhada a cada dia. Para isso, o segredo é conhecer o cliente, entender seu comportamento de uso e antecipar suas expectativas. Imagine uma situação onde você é um dos melhores vendedores de uma empresa com uma grande equipe, de aproximadamente 100 profissionais comerciais. Agora, pense no seu nível de satisfação se, ao vender o dobro da média de seus colegas, você receber apenas 1,5 vezes a remuneração total que 167 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS eles recebem. O vendedor top é assim considerado por ser diferenciado em seus resultados. Da mesma maneira, sua remuneração deve ser diferenciada. Ela deve ser fonte de motivação para outros vendedores ambiciosos, que desejam chegar lá também, e não uma estrutura Robin Hood, onde você tira o dinheiro que ele merece e divide entre aqueles que ainda não geram o retornosuficiente para o seu time. Figura 46 7.7 Comissão de vendas por função Para definir a estrutura de comissionamento, entenda que a comissão de vendas é diretamente proporcional ao resultado gerado, ou seja, o vendedor só recebe sobre aquilo que ele entregar para a companhia. Pagar mais do que um profissional merece, diminui seus incentivos em continuar aumentando seus resultados. Cada etapa do processo gera entregas diferentes. Faz-se necessário, então, definir diferentes parâmetros de comissão: • É possível estabelecer percentuais de comissão diferenciados por linha de produtos. Por exemplo: 5% para linha X que é mais fácil de vender e 7% para linha Y dos produtos mais difíceis de serem comercializados. Também pode haver uma comissão distinta por rentabilidade de produto: aquele com margem líquida maior paga-se mais e aquele com margem menor paga-se menos. • O percentual pode também variar conforme a região geográfica: se vender na região A, ganha 3%, caso consiga vender na localidade B, 4%. Isso depende, é claro, da dificuldade de se vender na região A ou B. • Pode-se estipular percentuais maiores ou prêmios no caso de meta alcançada. Por exemplo: se o vendedor atingir a meta de R$ 100 mil em vendas no mês, ele terá direito a R$ 500,00 de prêmio. Mas, para o vendedor não tirar o pé do acelerador quando ultrapassar essa meta, deve ser instituído prêmios extras: se vender R$ 105,00 a mais que a meta, o prêmio não será de R$ 500,00, mas sim de R$ 650,00. E, se passar de 20% da meta proposta, o prêmio pode ser de R$ 800,00. 168 Unidade IV • A meta deve ser feita em conjunto com a empresa. Mas a meta que a empresa estabelece sem nem escutar o vendedor, apenas empurrando números para ele atingir, é uma meta dela, não do profissional. O comprometimento do vendedor não será igual ao da meta que ele ajudar a construir, e a responsabilidade será menor. • O cálculo da comissão deve ser feito com facilidade pelo vendedor, pois se houver muitas opções e ele se confundir com frequência, isso pode desestimulá-lo e os números não aparecerão. • Um adicional pode ser inserido se a performance for reconhecida pelo cliente. Por exemplo: se a empresa receber avaliações de atendimento e o vendedor conseguir uma média superior a 9 por parte dos clientes durante aquele mês, ele ganha mais R$ 100,00 de extra. • As premiações não precisam ser baseadas exclusivamente no faturamento, mas realizadas no número de vendas feitas ou na quantidade de clientes abertos ou reativados, por exemplo. • Criar campanhas semestrais e anuais com prêmios pagos – não em dinheiro – é louvável. Presentear com notebooks, TVs, tablets, celulares e viagens em família são ótimas opções, pois essas ações permanecem por mais tempo na mente do ganhador do que aquelas pagas em espécie. Analise esse benefício: se o vendedor contar para a esposa e filhos que ganhará uma viagem em família se atingir a meta x até o final do ano, a empresa ganhará a própria família cobrando os objetivos daquele profissional. • Lembre-se de que é muito melhor a equipe atuar unida, num sistema de cooperação, do que sob intensa competição interna. Para não correr o risco de essa competição ser onerosa para a empresa, estabeleça uma meta conjunta, ou seja, se o vendedor atingir a meta, ganha x, se a equipe inteira bater a meta, o prêmio é x + y. Dessa forma, um tende a ajudar o outro, pois só ganharão o prêmio extra se todos ultrapassarem a sua própria meta. • A quantia e os percentuais vão depender das condições e do orçamento de cada empresa, mas, com certeza, um estímulo financeiro pode ser um aliado para reter talentos e causar maior satisfação numa grande parte dos colaboradores. Lembrete Há diversas formas de remuneração da equipe de vendas. Cada empresa deve escolher a que melhor se adapte ao perfil do negócio. As pessoas não buscam apenas dinheiro. Saiba que, além da qualificação constante, celebrar as vitórias, reconhecer as conquistas e elogiar a performance são fatores que usualmente agigantam os resultados e propiciam um ambiente bastante motivador. É fundamental repensar as soluções e atualizar constantemente as práticas para motivar, treinar e remunerar a equipe. Dessa forma, você terá sempre condições de colher maiores e melhores frutos. 169 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS Assim não basta criar as metas e esperar que a equipe faça tudo sozinha. O papel do líder é mostrar o caminho e os passos para que aquela meta seja cumprida e o objetivo atingido. Deixe bem claro o que o vendedor precisa fazer para atingir a sua meta. Essas atitudes farão com que o vendedor se sinta seguro e entenda o que precisa ser feito para alcançar a meta e, certamente, isso irá influenciar diretamente no resultado. 7.8 Treinamento de equipes de venda A linha de frente é quem entrega o resultado para o cliente e, por isso, deve ser prioridade, bem treinada, conhecer bem os produtos e ter maneiras de convencer o cliente de que a loja tem o que ele precisa. Isso aumenta a produtividade também. Claro que o custo com treinamento pode ser alto e economizar é a palavra-chave. Uma alternativa é deixar de lado os treinamentos presenciais, que têm um custo alto com transporte, alimentação e estrutura, e iniciar treinamentos on-line. Os principais elementos a serem acompanhados para manter uma equipe de vendas coesa é o treinamento e o turnover. Um alto índice de turnover aumenta despesa com gastos trabalhistas. A pesquisa O Panorama do Treinamento no Brasil 2015, realizada pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento, a ABTD, assinalou que as corporações investem em treinamento e desenvolvimento. A tecnologia na gestão da equipe de vendas está acontecendo de diversas formas. De acordo com a pesquisa da ABTD (2016, p. 9): [...] apenas 44% das ações de EaD são realizadas por meio do e-learning não ao vivo, 33% acontecem sem o uso de tecnologia, ou seja, por meio de apostilas, por exemplo, enquanto apenas 3% utilizam tecnologia móvel (smartphones ou tablets). Observação A gestão da equipe de vendas, principalmente no investimento em treinamento, pois a empresa depende dos vendedores para que o seu produto venda. Mesmo sendo algo com muita procura, o vendedor é a peça-chave para que o consumidor leve os produtos de determinada marca. As técnicas de e-learning funcionam para muitas áreas, mas exigem que o funcionário tenha, à sua disposição, um computador e tempo para ficar sentado por pelo menos uma hora fazendo atividades e se aprofundando, o que se torna uma dificuldade para o varejo. Não há como disponibilizar essa infraestrutura e tempo para os colaboradores, uma vez que, quanto mais tempo parado, menos vendas. A técnica de mobile learning consiste em usar o celular como uma ferramenta de aprendizagem, assim como é o computador. A vantagem do mobile learning para o varejo é que os vendedores podem 170 Unidade IV usar o app no horário de almoço, em uma pausa e até em casa. Além disso, o treinamento pode ser revisto sempre, porque está ali, na palma da mão. Isso faz com que a equipe tenha um alto desempenho das vendas no varejo. A tecnologia na gestão da equipe de vendas deve ser prioridade. 7.9 Atração e retenção de talentos Reter talentos é sempre um desafio, mas, no varejo, em que a rotatividade de funcionários é muito comum, a situação é ainda mais complicada. A rotatividade de pessoal não é nada novo, mas exige que algumas atitudes sejam tomadas para que ele não seja alto a ponto de gerar grandes problemas, principalmente para o crescimento futuro da empresa. Para reter talentos não basta apenas oferecer um bom salário. São diversos fatores que ajudam, como treinamentos, benefícios e horários flexíveis. Mas o que os funcionários valorizam está além disso. A integração das técnicas de gestão de pessoas e de recursos humanos representa uma necessidade para as redes de varejo atualmente, sejam elas pequenas, médias ou grandes. Com o crescimento da oferta decursos de formação técnica, universitária e de pós-graduação na área, observa-se que a valorização das pessoas e a preocupação com competências comportamentais são iniciativas que contribuem para o aprimoramento dos níveis de gestão no varejo, setor muito competitivo. As mudanças que vêm ocorrendo no varejo confirmam um desgaste na tradicional mentalidade que permeia a área: os principais meios de formação de colaboradores ainda se baseiam no aprendizado através da experiência e de prática no dia a dia da loja e, em muitos casos, o uso desse tipo de treinamento impacta negativamente o desempenho dos demais funcionários, causando distúrbio na execução das atividades e provocando queda na receita e na produtividade. O esgotamento dessas práticas remete à similaridade dos produtos oferecidos e à facilidade de comparação dos preços e das condições de pagamento. Dessa forma, o grande diferencial do varejo hoje em dia encontra-se na qualidade da prestação de serviços – o atendimento oferecido, portanto, é um dos principais responsáveis pelo sucesso das lojas. Sendo a força do atendimento um ponto-chave para o crescimento do varejo atualmente, confirma- se a necessidade do desenvolvimento de uma equipe de vendas preparada para conectar-se com os clientes através de um conhecimento profundo sobre o produto que está oferecendo. Promoções inusitadas e queimas de estoque também são diferenciais competitivos válidos e práticas regulares no varejo. No entanto, são facilmente copiados por concorrentes e acabam perdendo-se na grande quantidade de ofertas parecidas. Assim, faz-se essencial o diferencial humano: a qualidade do atendimento, um dos maiores atributos do setor varejista, com potencial para fascinar e surpreender clientes e fidelizá-los. Logo, destaca-se que somente o vendedor é capaz de proporcionar uma experiência positiva e inesperada para os clientes, afinal, são os responsáveis por lidar com o público. Esse aspecto ressalta ainda mais a importância de programar técnicas de recursos humanos ao varejo, uma vez que há necessidade de reinvenção do setor para que a conexão com o consumidor esteja sempre presente. 171 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS O desenvolvimento do negócio deve levar em consideração o bem-estar e a qualificação dos colaboradores, uma vez que funcionários motivados e com preparação diferenciada estão diretamente ligados à produtividade e à lucratividade da loja. Investir na profissionalização e na capacitação de colaboradores trata-se de uma nova postura para garantir eficiência e permanecer em sintonia com o público. O preparo da equipe de atendimento de uma loja está relacionado a diversos fatores que influenciam a produtividade e o sucesso do negócio, como a conversão, que é o percentual de pessoas que ingressam na loja e realizam a compra. Infelizmente, em grande parte das lojas a conversão é baixa, ou seja, a maior parte dos clientes entra e sai da loja sem comprar nada. O despreparo dos vendedores é um dos principais causadores da perda de receita por baixa conversão. A rotatividade dos funcionários (turnover), uma das grandes dificuldades do setor varejista, representa um dos principais motivos para as perdas na produtividade. Pessoas treinadas deixam a loja e novos funcionários são contratados. Sem treinamento, preenchem o espaço, fazendo com que os custos com recrutamento, seleção e demissão contribuam para queda nos lucros. Além disso, novos colaboradores exigem preparação, gerando gastos que se somam a perda de receita pela diferença de desempenho entre o novo funcionário e o antigo, que deixou a empresa. 2,90% 1,90% 38,50% Crescimento do número de funcionários Crescimento do número de funcionários em PDV % de rotatividade da empresa ao longo de 2015 Figura 47 – Rotatividade dos funcionários É preciso considerar, também, que a captação e a seleção de pessoas são desempenhadas pelo próprio lojista, que geralmente não é especializado em técnicas de recursos humanos e na gestão de pessoas para realizar recrutamentos e seleção eficazes. Assim, tem-se o dimensionamento de pessoas, outro fator de impacto na produtividade pela gestão do capital humano. É preciso conhecer sua equipe e quais são as pessoas que aumentam a produtividade da loja para que se obtenha o máximo retorno financeiro possível. O dimensionamento de pessoas é ainda negligenciado no setor varejista, influenciando negativamente a conversão de clientes e o potencial de compra, prejudicando o resultado da loja. 172 Unidade IV Contribuindo para uma análise dos negócios, esses dados permitem que práticas que não gerem resultados sejam readequadas e indiquem atividades lucrativas que possam ser ainda mais aprimoradas. 7.10 Ferramentas que auxiliam a área comercial Há várias ferramentas que podem auxiliar a área comercial. Aqui serão citadas apenas algumas delas, consideradas o mínimo do fundamental: Pesquisa de mercado O processo de pesquisa de mercado consiste na definição do problema e dos objetivos de pesquisa, desenvolvimento do plano de pesquisa, coleta de informações, análise das informações e apresentação dos resultados para administração. Quando alguém adquire um produto ou serviço, está sanada uma necessidade. É por isso que as pesquisas de mercado são tão importantes. É preciso conhecer seus compradores em potencial, a quem o produto é destinado, quais são as mídias exploradas por essas pessoas, que atividades elas realizam para o lazer. Tudo isso deve ser analisado para que se tenha maior proximidade com os potenciais consumidores e venda mais. Agenda Por mais clichê que pareça ter uma agenda, é importante para qualquer vendedor. Mantenha sempre todos os compromissos anotados para evitar o esquecimento de reuniões ou encontros com um cliente ou com uma pessoa que tenha lhe procurado com interesse no que você oferece. Hoje em dia, existem diversos aplicativos para smartphones e tablets, que podem substituir a tradicional agenda de papel. Telefone fixo O telefone sempre disponível é indispensável para quem deseja vender mais. Portanto, é indispensável que você invista em um bom plano, para que não tenha que pagar taxas muito altas para realizar ligações de longa distância ou para celular. Vale lembrar que ter um telefone fixo também passa mais credibilidade para a empresa. No caso de você ser um microempreendedor ou freelancer (trabalho avulso, que não apresenta vínculo empregatício) e trabalhar em casa, tenha linhas separadas para o seu telefone comercial e residencial. Assim, você evita que seus familiares atendam aos seus clientes, causando situações que possam ser constrangedoras. Também é importante que seu telefone fixo disponha de um serviço de secretária eletrônica. Para que seus clientes ou pessoas interessadas em seus produtos ou serviços deixem recados caso você esteja indisponível para atender a ligação. Celular Assim como o telefone fixo, o celular também é uma ferramenta básica para qualquer vendedor. Afinal, quem tem que se virar com todas as obrigações da empresa, passa muito tempo na rua. Com o celular, você também pode aproveitar momentos ociosos, como em filas no banco ou no trânsito parado, para retornar ligações ou responder a mensagens que seus clientes enviarem por Short Message Service 173 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS – SMS (serviço de mensagens curtas) ou aplicativos como o WhatsApp (aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones). Notebook Ter um notebook é mais prático do que um computador de mesa. Utilizando-o, você poderá levar até o seu cliente as suas apresentações com planos de seus serviços. Isso evita que você tenha que solicitar o equipamento do cliente. No entanto, lembre-se de escolher um computador com uma boa marca, que evite problemas técnicos e tenha uma bateria com bastante durabilidade. Tablet A função do tablet (tipo de computador portátil, de tamanho pequeno, fina espessura e com telasensível ao toque) é similar à do notebook, com o diferencial de que ele é mais fácil de ser transportado de um local para outro, além de ser bastante elegante quando apresentado em uma reunião. Assim como o notebook, deve-se optar por um modelo com boas configurações e boa bateria. E-mail marketing As pessoas têm o hábito de acessar o e-mail inúmeras vezes ao dia e é por isso que uma ferramenta de e-mail marketing é uma boa pedida para quem quer melhorar as vendas. Com essa ferramenta, você poderá enviar e-mails personalizados para seus clientes ou prospects (contato que está no processo de prospecção). Mas não deve utilizar o e-mail apenas para venda direta. Referência no segmento Envie informações e dicas interessantes sobre sua área de atuação. Assim você se tornará referência no seu segmento e, consequentemente, venderá mais. Redes sociais As redes sociais também podem alavancar suas vendas, uma vez que o bom relacionamento com o público é fundamental para que o setor comercial flua bem. Hoje em dia, existem uma infinidade de redes sociais, como o Facebook (a maior rede social em todo o mundo), Instagram (rede social on-line de compartilhamento de fotos e vídeos entre seus usuários), Snapchat (rede social de mensagens instantâneas), Pinterest (uma rede social de compartilhamento de fotos) e Twitter (rede social que permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos, em textos de até 140 caracteres). Tenha cuidado para se aproveitar das mídias on-line. Sempre faça posts (publicações) padronizados, utilizando os elementos da sua identidade visual e com conteúdo de qualidade e de que realmente seja de interesse de seu público. Caso você tenha dificuldade, contrate um profissional especializado nessa área, até mesmo para você não ficar sobrecarregado com mais essa função. 174 Unidade IV 7.11 Gestão de relacionamento com cliente Um dos primeiros passos de uma estratégia de gestão comercial é a implantação de processos de Customer Relationship Management – CRM, que nada mais é do que a gestão de relacionamento com os clientes. Essa ferramenta garante que todo o ciclo de captação, atendimento, vendas e pós-vendas não serão feitos sem automação e dependerão exclusivamente do preparo e da boa vontade das pessoas de marketing e vendas. Com uma iniciativa de CRM, os processos são mapeados, e automatizados e as equipe são treinadas a cumprir uma série de atividades que vão garantir a boa experiência dos clientes ao se relacionarem com a empresa. 7.12 Gestão de processos de vendas Outro passo importante é que uma boa área comercial deve ter bons processos de vendas e boas ferramentas, afinal, nenhuma área industrial, de logística, finanças, ou engenharia trabalha sem processos e ferramentas de controle, mas muitos gestores ainda imaginam que dá para fazer marketing e vendas utilizando apenas o Excel. Esse é um dos maiores erros que um gestor comercial pode cometer, que é controlar o seu time sem processos e sem ferramentas, pois os custos de retrabalho, improdutividade, erros na operação e no treinamento são infinitamente maiores do que os investimentos em padronizações, controles e medição do desempenho das equipes de vendas e marketing. 7.13 Gestão da experiência do cliente (GEC) A GEC é o mapeamento, o gerenciamento e a manutenção das experiências do cliente, englobando todos os pontos de contato que o consumidor tem com a loja em todas as etapas do processo de compra. Já que as interações com a loja são as responsáveis pela construção da imagem que o cliente tem a respeito desta, o objetivo da GEC é mapear tais interações para entregar apenas experiências positivas ao cliente. O ponto de venda é o cartão de visita da loja, é quando os clientes entram no estabelecimento e têm uma experiência de compra. O espaço interior, a exposição de produtos, o layout do estabelecimento e todos os aspectos relacionados com o relacionamento com o cliente (recepção, atendimento, venda, pós-venda) são essenciais. A gestão de relacionamento no processo de venda é crucial para o crescimento contínuo da satisfação do cliente e, como resultado, para o aumento da fidelização. Figura 48 – Sistemas podem auxiliar os gestores 175 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS 7.14 Gestão da equipe de vendas Em todas as empresas, frequentemente se ouve que lidar com vendedor é difícil, que eles não são gerenciáveis, não atingem as metas, custam caro, que são indisciplinados etc. A explicação para isso é que a culpa é do gestor que não consegue criar um escopo claro para eles, nem uma rotina de trabalho e resultados, pois quando apenas diz que o vendedor tem que vender x mil reais e não dá o método, as ferramentas e os treinamentos adequados para que ele atinja essa meta, então ele vai tentar fazer do jeito que ele sabe, mas nem sempre esse jeito está correto e vai gerar o resultado que a sua empresa espera em determinado intervalo de tempo. O que se vê frequentemente nas empresas é que o resultado só piora, pois o gestor acha que a culpa é do funcionário e o demite, então reinicia todo o processo e a consequência disso é um ciclo vicioso que tira valor da organização. 7.15 Gestão de desempenho Outro ponto importante e básico para qualquer gestor é saber qual o desempenho de suas ações, pois como diz a máxima da gestão: nada pode ser gerenciado se não for medido. Por isso é recomendado que todas as ações e processos de gestão comercial sejam transformados em indicadores de desempenho e permitam a medição em tempo real da equipe, de modo a corrigir as rotas diariamente ou semanalmente, permitindo assim que gestores e equipe acompanhem o quanto estão se aproximando ou se distanciando dos resultados esperados pela organização. Bons exemplos de indicadores de desempenho para marketing e vendas são: • quantidade de leads (leads significa captar potenciais clientes para um negócio) gerados no período (no dia, semana, mês); • quantidade de leads convertidos em negócios no período (no dia, semana, mês); • negociações por estágio (apresentação, proposta, negociação etc.); • vendas ganhas (geração de contrato, em faturamento, em execução etc.); • vendas perdidas x motivo x concorrentes. 7.16 Gestão de produtos O conceito de produto é algo concreto ou abstrato que satisfaz a necessidade ou desejo dos consumidores e refere-se tanto a bens quanto a serviços. O produto é uma combinação de atributos, como as dimensões físicas, os materiais, as funções, o desempenho, a marca, o preço e a embalagem. “Um serviço é qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra, não resultando na propriedade de nada. Sua produção pode ou não estar vinculada a um produto físico”. (KOTLER, 1998, p. 412). Os clientes não compram produtos por suas características físicas, mas sim pelos benefícios ou a utilidade para o cliente. Os serviços podem acompanhar os produtos, ser fatores de diferenciação de produtos, e os produtos são fatores de tangibilização de serviços. 176 Unidade IV Conforme Drucker (1973, p. 64-65), pode-se presumir que sempre haverá necessidade de algum esforço de vendas, mas o objetivo do marketing é tornar a venda supérflua. A meta é conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou o serviço se adapte a ele e se venda por si só. O ideal é que o marketing deixe o cliente pronto para comprar. A partir daí, basta tornar o produto ou o serviço disponível. Exemplo de aplicação O mix de produtos da Nestlé, por exemplo, envolve a linha de águas, alimentos infantis, balas, bebidas achocolatadas, biscoitos, cafés, cereais matinais, cereais, chocolates, culinários, lácteos, refrigerados, sorvetes e suplemento alimentar. Você consegue determinar a linha de produtos de alguma empresa que você conhece? Enfim, essas são algumas táticas importantes para uma boa gestão comercial, mas não são a sua totalidade. Geralmente, dependendo do negócio, há diferentes técnicas de gestão que permitemmaior velocidade nas vendas e na geração de valor para a empresa. 7.17 O uso da internet e das ferramentas digitais Investir em inovação é sempre um desafio para toda empresa. No varejo, não seria diferente, ainda mais hoje, em que a demanda de ferramentas tecnológicas é enorme e quem não se atualiza acaba, sim, ficando para trás. Nos últimos vinte anos, a tecnologia ocupou os mais diversos setores da economia, e o varejo foi um dos que mais demorou a adotá-la. Sem forças para se opor a esse avanço, o setor começou a mudar, buscando ferramentas inovadoras que otimizariam os processos e melhorariam a gestão de pessoas no varejo e o relacionamento com o cliente para tornar a experiência de venda cada vez mais lucrativa. Os investimentos iniciais em tecnologia no varejo começaram nas atividades operacionais como os sistemas de gestão integrados, e agora a tecnologia avança para a área estratégica, que poderá usar o big data para gerar informações e dados que ajudam no crescimento do negócio. A Business Marketing Solution – BMS realizou uma pesquisa, a pedido da Motorola Solutions, em que foram ouvidas 150 empresas varejistas no Brasil dos segmentos de drogarias, eletroeletrônicos, supermercados, materiais de construção, lojas de departamentos e vestuário, que possuem no mínimo seis lojas. 177 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS O objetivo foi de diagnosticar quais são as tecnologias mais usadas pelos varejistas em cada região e aquelas que ainda não são amplamente utilizadas: 97% consideram que as tecnologias móveis ajudam na produtividade do varejo, 95% acreditam que elas reduzem os custos para o setor e 96% concordam que utilizar as tecnologias móveis ajuda a atender melhor os clientes. Outros pontos importantes revelados em estudo da Business Marketing Solution – BMS é que 92% das empresas entrevistadas trabalham com rede sem fio (wi-fi) e 61% utilizam coletores de dados para inventários, 49% no centro de distribuição, 36% no depósito da loja e 26% para outras funções dentro da loja. Evoluir e inovar pode fazer o varejista sair na frente, mas também é um risco a correr. As tecnologias podem demorar um pouco parar serem absorvidas pelos consumidores, mas é importante lembrar que quem define essas tendências é o varejista, e o uso dessas tecnologias pode ser o diferencial no setor, que está cada vez mais competitivo. Então foram separadas algumas das tendências tecnológicas que já estão consolidadas e caminhando para a conquista do varejo para impulsionar as vendas: • RFID – Radio-Frequency IDentification (identificação por radiofrequência): a tecnologia RFID, embora não seja novidade, pretende substituir a já conhecida leitura do código de barras, que identifica qual é o produto e o seu preço. Popularizada em sistemas como o de pagamento automático de pedágios, o RFID é um método de identificação por meio de sinais de rádio capaz de armazenar dados. É possível, por exemplo, ao término das compras no supermercado, permitir leitura de diversos produtos ao mesmo tempo e, ao fazer uma única leitura do carrinho, validar todos os produtos. Não é preciso passar item por item no caixa. Essa tecnologia permite ainda melhorar a visibilidade do estoque em tempo real e aumentar a produtividade. É uma etiqueta eletrônica considerada a evolução do código de barras, localiza qualquer produto dentro do espaço do varejista (loja, estoque, centro de distribuição), agiliza e torna os processos de gestão mais seguros. • Big Data Analytics: todo negócio produz uma quantidade grande de dados sobre a sua atividade, sejam dados extraídos de conteúdos de redes sociais; relatórios empresariais; textos de e-mails de consumidores dirigidos à empresa; indicadores macroeconômicos; pesquisas de satisfação; estatísticas de ligações celulares capturadas por sensores conectados à internet das coisas (internet of things); bases de dados das empresas de cartão de crédito; programas de fidelidade; comentários de produtos nos sites das empresas, que são coletados, armazenados e interpretados por softwares de altíssimo desempenho, que permitem uma avaliação de informações mais acurada para que a experiência do consumidor seja a mais personalizada possível. As soluções em Big Data vão calcular, cruzar e otimizar esses dados do varejo, para que se tornem informações claras e úteis para entender o comportamento do cliente, seu marketing e também para otimizar processos internos operacionais, como tempo médio de permanência de cada item no estoque ou as perdas financeiras ocorridas em função de um planejamento de rotas equivocado na entrega de produtos. É muito importante saber qual a melhor forma de olhar para as informações e soluções tecnológicas, que podem fazer isso pelo varejista em questão de minutos ou segundos, deixando disponível toda a informação na palma da mão para ser acessada a qualquer hora. 178 Unidade IV • Mobilidade: o celular já é uma ferramenta que faz parte do nosso dia a dia; o consumidor brasileiro anda, atualmente, com o celular nas mãos. No varejo é muito comum que as compras on-line sejam cada vez mais efetuadas através desses dispositivos. Quem atua com aplicativos consegue aumentar as vendas, já que o consumidor pode decidir por qual canal vai concluir sua compra. Ao mesmo tempo em que o consumidor tem liberdade de escolha, o lojista pode, através do app (aplicação de software), identificar a localização desse cliente, entender o caminho que ele está percorrendo o descobrir seus interesses. • Beacons: a tecnologia de beacons no varejo não é uma novidade. No exterior, já há algumas lojas que estão começando a adotar o sistema, mas, no Brasil, a inovação ainda caminha lentamente. Beacons são como uma antena, capaz de auxiliar na detecção e comunicação entre dispositivos móveis, e que se conectam com os celulares ou tablets dos clientes e emitem avisos. No varejo, ele pode funcionar para identificar o cliente, saber que ele está no ambiente físico e interagir com ele no ambiente virtual, através do seu celular, possibilitando não somente a detectar a presença, como realmente identificar o usuário, medir o fluxo de movimentação dentro do espaço físico do estabelecimento e informar em quais espaços a pessoa ficou mais e por quanto tempo. Dessa forma, fica mais fácil entender o fluxo de pessoas e medir a taxa de conversão da loja (o que foi vendido), isso de acordo com a complexidade do software envolvido para a comunicação, ou o app que será utilizado. Mas a tecnologia só é possível com um software adequado, os beacons são apenas os aparelhos que farão a comunicação dos celulares com a loja e sem um software avançado eles não têm muita utilidade. Uma vez que se consiga capturar um cliente assim que ele entrar na loja, também é possível entender, cliente a cliente, quais são os caminhos quando este entra na loja e durante todo seu processo de compra, fornecendo informações essenciais para as áreas de marketing, merchandising, arquitetura e até mesmo vendas, possibilitando um melhor entendimento sobre o correto posicionamento de vendedores ou equipes de atendimento. Uma vez que um software app é instalado em um celular, tablet ou outro dispositivo, é necessário que o consumidor aceite ser identificado no ponto de venda. Mas há problemas, pois uma outra questão é que o sinal de wi-fi (abreviação de wireless fidelity, que significa fidelidade sem fio, mas tem sido traduzido como rede sem fio) não consegue trazer facilmente a identificação do usuário, sem saber se é homem, mulher, idade, ou qualquer outra informação. Nesse caso, tem-se aí um segundo problema, que seria a constante troca de aparelhos celulares pelo usuário. Para que o beacon seja realmente adotado pelo mercado, ainda há várias questões que varejistas, indústrias e demais empresas precisam de respostas. São questões que se encontram em aberto no momento e provavelmente somente o tempo mostrará qual será a melhor solução para o problema. Mas como o assuntoé novo, as possibilidades ainda estão começando a aparecer. Basta ter criatividade para aproveitar a tecnologia e voltá-la ao sucesso do seu negócio. 179 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS Figura 49 – Celulares, uma das possibilidades de comunicação Exemplo de aplicação Em grandes lojas de departamento ou supermercados, a localização do produto é um problema comum para os consumidores. Os beacons podem ser excelentes aliados, uma vez que o aplicativo pode informar ao usuário, através de celulares ou tablets, onde ele está dentro da loja e onde está o produto que ele deseja comprar, inclusive indicando o melhor caminho. É uma boa forma de facilitar as compras. Você conseguiria encontrar outras aplicações para os beacons? • Omnichannel: omni vem do latim omne, que significa tudo ou todo, e channel é canal, logo, omnichannel significa todos os canais. Ser omnichannel quer dizer que o varejo não só oferece diversas opções de canais de compra, mas mantém esses canais em sintonia. É uma mistura dos mais diferentes meios de compra em uma única experiência, uma união da loja física, televendas, venda de porta em porta, e-commerce, o virtual e o real. É uma tendência do varejo que tem como base a convergência de todos os canais utilizados por uma empresa. É fazer com que a aproximação entre o virtual e o real seja tão grande que o consumidor nem sequer perceba a diferença entre eles, por exemplo: que o consumidor possa comprar algo na loja on-line e retirar na loja física, ou mesmo estar na loja física e fazer o pagamento pela loja on-line, sem precisar enfrentar uma fila no caixa. A tecnologia dá mais opções de canais para que os clientes possam chegar até os produtos. Aqui estão inclusos também vendas pela televisão, catálogos, rádio ou qualquer outro meio. O que importa é integrar todos ao máximo para que o cliente possa escolher por onde chegar até a loja. Ser uma loja multicanal é oferecer diversas opções de canais de vendas e comunicação a seus clientes, como venda via site e-commerce, e-mail, telefone e na loja física. Se a loja é multicanal, o consumidor tem várias formas de adquirir o produto. Porém, ser omnichannel quer dizer que o varejo não só oferece diversas opções de canais de compra, como mantém os canais em sintonia. Um exemplo disso é receber um cliente na loja e ter um histórico sobre suas compras e ações no site e/ou por telefone. Para o lojista, é realmente um desafio, pois ele tem que deixar tudo muito bem integrado. O serviço de atendimento ao cliente deve ter condições de resolver todos os problemas dos consumidores, independentemente da origem ou da abordagem – seja uma dúvida, uma sugestão, uma reclamação ou até mesmo um elogio. É realmente um desafio para os varejistas, mas essa realidade já está bem próxima. 180 Unidade IV 8 GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 8.1 Serviço de atendimento ao cliente Os SACs, como são conhecidos, existem para atender o cliente e resolver seus problemas nas mais diversas instâncias. Nascidos antes disso, mas difundidos após a aprovação do Código de Defesa do Consumidor, os SACs são a primeira instância que o cliente procura ao ter uma necessidade em relação ao seu produto, sua compra e também para reclamar. Desde o ano 2000, mais recentemente, os investimentos das grandes empresas têm-se encaminhado para o marketing de relacionamento, Customer Relationship Management (CRM), nos calls centers, além da busca de treinamento constante para a força de venda e tudo mais que possa aproximar a empresa do consumidor para tentar estabelecer novamente a intimidade entre empresa e consumidor, que foi perdida com as mudanças tecnológicas. As empresas que estão atentas e têm o foco no cliente podem ganhar muito com as informações oferecidas pelos clientes insatisfeitos, uma vez que oferecem os gaps que precisam ser solucionados para sanar o problema. Nem sempre isso acontece, mas conhecer e ouvir o cliente vai ajudar muito a evitar problemas futuros. Pesquisas dizem que é muito mais caro angariar um novo cliente do que manter um cliente já conquistado e é uma condição considerada nos investimentos empresariais. Vamos pensar em todo o investimento realizado para conquistar um cliente. Além de criar o produto e os investimentos em composto de marketing para que o cliente tenha a melhor oferta, pelo preço mais adequado, nos locais que ele possa encontrar o produto, deve-se investir em comunicação para torná-lo conhecido e divulgado e dessa forma ser procurado e encontrado pelo cliente. Imagine que após todo esse investimento, o cliente chega, compra o produto e em pouco tempo resolva trocar de marca. Quanto dinheiro jogado fora, não é mesmo? E começa todo o ciclo novamente. O atendimento ao cliente e as ações de marketing direto para manter o cliente ativo são áreas sensíveis. O contato constante com o cliente, se por um lado traz o benefício da venda e acesso direto ao cliente, por outro, apresenta algumas desvantagens. Acompanhe: • Irritação: as equipes de contato com o cliente podem causar irritação ao cliente, com os frequentes contatos e a falta de interesse no produto. • Injustiça: os clientes podem se sentir injustiçados quando possuem baixa resistência às propagandas, vulneráveis e induzidos a comprar o que não desejavam, envolvidos pelas estratégias dos vendedores, que levam à ilusão da redução de preços ou ainda pelas imagens da TV e da internet. 181 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS • Engodo e fraude: as imagens enganosas, de situações e simulações de uso do produto, mostrando um desempenho muito acima do real, bem como a concessão de descontos enormes e fora da realidade levam à confusão do cliente. • Invasão de privacidade: os dados dos clientes serem utilizados para outras finalidades que não as acertadas durante a compra de determinado produto são ações invasivas. 8.2 Pesquisa de satisfação de consumidor Data dos anos 1950 as primeiras pesquisas para tratar do mercado consumidor e, desde então, compreender o que pensa o cliente é uma busca constante, pois, com elas, é possível desenvolver novos produtos que atendam de forma cada vez mais próxima aos anseios do cliente. De lá para cá, a qualidade deixou de ser o atributo principal na busca do cliente e passa apenas a qualificar a empresa e o produto. A pesquisa de satisfação surge nos anos 1970, com a preocupação com as ações do movimento consumerista, que levou empresas a se preocuparem com o comportamento do comprador. Até então, as empresas adotavam comportamento reativo à satisfação do consumidor, no qual a preocupação maior girava em torno da reclamação e do comportamento do cliente nessa situação, e não com o consumo do produto. Os anos 1980 assistiram ao aumento dessa influência do consumidor no processo de decisão de compra dos consumidores, bem como com os atos pós-compra, como a propaganda boca a boca e a recompra dos produtos. Essa sequência se acontecimentos, segundo Beber (1999), levaram a satisfação do consumidor à categoria de tema principal no comportamento do consumidor tanto nas empresas quanto no mundo empresarial. Como medir a satisfação do consumidor? As pesquisas de mercado são utilizadas em marketing e em vendas. Como falamos o tempo todo, o objetivo é ouvir e atender às necessidades do cliente. E até mesmo as necessidades que ele nem sabe que tem ainda. Dessa forma, pesquisas são realizadas para ampliar essa compreensão sobre o consumidor. Elas são feitas de forma quantitativa, quando precisamos ter como resultado números e porcentagens. E qualitativa, quando precisamos ter uma compreensão mais ampla e subjetiva sobre o tema que estamos tratando. Por exemplo, se preciso saber qual a porcentagem do meu público-alvo que está disposta a pagar um preço mais alto por um produto com apelo na sustentabilidade, terei que obter como resultado um número, e para isso a opção é fazer um estudo quantitativo, que me traga como resposta essa porcentagem, como 10% do público-alvopagaria mais caro pelo meu produto sustentável. Se preciso entender mais profundamente esse pensamento do meu público-alvo, terei que fazer um estudo qualitativo. Seguindo no mesmo exemplo, gostaria de saber porque a maioria (90%) não pagaria mais caro pelo meu produto sustentável. Terei que reunir grupos de consumidores, chamados de grupos focais (focal group, em inglês) e fazer entrevistas pessoais para compreender melhor esse aspecto. 182 Unidade IV Lembrete As pesquisas estão divididas nesses dois grandes blocos: quantitativas e qualitativas. As quantitativas buscam as variáveis de quantificação de atributos, porcentagens e números. Já as qualitativas buscam compreender as variáveis comportamentais sem a preocupação com os resultados numéricos. As pesquisas quantitativas são feitas por meio de questionários a serem respondidos por uma quantidade representativa, que chamamos de amostra representativa, do público que pretendo pesquisar. Em tempos de internet e de ferramentas on-line disponíveis e gratuitas, nunca foi tão fácil buscar as informações. Claro que, de qualquer forma, é difícil obter as respostas. As pessoas não gostam de responder pesquisas, e obter respostas de uma amostra realmente qualificada é bastante difícil. Por isso, podemos contar com a ajuda dos institutos especializados. Antes de buscar institutos especializados, busque sempre soluções já prontas. Existem inúmeros resultados de pesquisas que podem se aproximar das informações que estamos procurando obter. A pesquisa é um instrumento bastante caro e deve ser utilizado quando realmente foram esgotados todos os esforços para obter as informações desejadas. A pesquisa de satisfação do consumidor é utilizada para diversos fins. É por meio dela que podemos entender o grau de satisfação do nosso cliente com nossa empresa, se tem uma visão positiva de nossa marca, se algum fato externo tem atrapalhado a imagem de nossa empresa. Mas o que é satisfação ou insatisfação do consumidor? Estar ou não satisfeito com o produto vai depender das experiências que o consumidor tem com a marca e com o produto e está diretamente relacionada à diferença de expectativa entre o que o cliente esperava receber e o que de fato recebeu. Dessa forma, medir constantemente a satisfação do consumidor é uma atitude importante da empresa. A área de vendas está diretamente ligada ao consumidor final e é importante que acompanhe o comportamento e a satisfação desse cliente ao longo do tempo. Exemplo de aplicação Modelos de pesquisa de satisfação são recebidas a todo o momento por e-mail, pelas redes sociais. Faça uma busca na internet e compare três modelos de pesquisa de satisfação. Avalie se algum deles poderia ser utilizado por sua empresa para compreender determinado aspecto do atendimento. Envie-a para alguns clientes. Você vai se surpreender com os resultados. Muitas vezes pensamos que determinado quesito em nossa empresa, em nosso trabalho, está acima de qualquer problema ou percepção do cliente, e isso pode aparecer diretamente no resultado da pesquisa. 183 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS Saiba mais Conheça a experiência de Tomás Duarte com as pesquisas em pontos de venda em: DUARTE, T. 20 modelos de pesquisas de satisfação de clientes. Satisfação de clientes, 16 out. 2014. Disponível em: <https://satisfacaodeclientes.com/ video-palestra-20-modelos-de-pesquisas-de-satisfacao-de-clientes/>. Acesso em: 25 out. 2017. Figura 50 – Pesquisar os índices de satisfação do cliente traz informações importantes para melhorias internas Por que é importante pesquisar? Porque, com o resultado, a empresa está mais segura e apta para agir, fazer modificações necessárias e, principalmente, atender à necessidade expressada pelo cliente. Um aspecto importante é realmente agir e buscar soluções para resolver os problemas apresentados nos resultados das pesquisas. Se a empresa não pretende fazer as mudanças e os ajustes necessários, 184 Unidade IV precisa avaliar se realmente deve realizar a pesquisa junto ao cliente. Só o fato de efetuar a pesquisa já traz expectativa ao cliente, que, se não vir o problema resolvido, pode interferir negativamente na imagem da empresa. As pesquisas de satisfação também podem e devem ser aplicadas ao público interno, com destaque para a área de vendas. Conforme vimos, os vendedores precisam ser constantemente estimulados para um comportamento positivo e proativo, mantendo o ânimo sempre elevado para a busca de bons resultados pessoais e para a empresa. Conhecer o pensamento e as necessidades desse público é fundamental para o bom andamento da área de vendas e, como consequência, para o resultado da empresa. Essa troca intensa de informações entre os clientes e as empresas deu origem ao marketing de relacionamento, uma área que investiga essa relação entre os vendedores e compradores. Podemos entender que todo o marketing se preocupa e se envolve com o que pensa e como age o cliente, mas acompanhar esse nível de satisfação só é possível se tivermos o foco nesse relacionamento entre o cliente e a empresa. 8.3 Customer Relationship Management Ao compreender a dinâmica da importância de conhecer o pensamento e o comportamento do cliente, as empresas passaram a investir em relacionamentos de qualidade e de longo prazo com o cliente, o que também foi possível com o desenvolvimento das tecnologias que facilitam o armazenamento de dados, e os programas de relacionamento, os Customer Relationship Management – CRM (gerenciamento de relacionamento com o cliente). O relacionamento com o cliente permite que este permaneça ligado de alguma forma ao produto e à marca. As ações de comunicações vão mantê-lo informado o tempo todo, mas um relacionamento de longo prazo vai garantir a fidelidade desse cliente, mostrando-se fundamental criar formas para fidelizar o cliente e mantê-lo fiel às marcas. Na prática, o CRM é um sistema integrado de gestão, mas não pode ser tratado na empresa apenas como um software, sendo uma filosofia para a empresa em todos os níveis, da diretoria aos funcionários mais simples, ou seja, trata-se de uma estratégia de negócio que promove o melhor atendimento, buscando antecipar-se às necessidades dos clientes. A fidelização de clientes é muito confundida com uma forma inicial dos relacionamentos com o cliente, que era oferecer descontos, um cartão, e no caso das companhias aéreas, os programas de milhagem. Para ser muito mais do que isso, é preciso entender profundamente as necessidades e expectativas do cliente, e, para isso, as informações dos bancos de dados serão imprescindíveis. Atualmente, algumas facilidades oferecidas aos clientes para conseguir a permanência deles na empresa incluem: 185 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS • cartões com bônus, pontuações para serem utilizadas nas próximas compras; • shopping virtual, que permite comparar preços e realizar a compra sem sair de casa; • shopping de descontos, itens anunciados com descontos atraentes para compra de maior quantidade de produtos ou para grupos de compradores, o que aumenta a visibilidade da marca. É bem provável que um vendedor armazene muitas informações sobre seus clientes, mesmo que não seja de uma forma estruturada, por meio de um software integrado com a empresa, e com essas informações gerencie sua forma de lidar com os clientes, oferecendo os melhores produtos e as melhores soluções nos momentos adequados. Por isso, podemos entender que não se trata de um software apenas, como dito anteriormente, mas uma postura em relação ao cliente e, assim, uma cultura empresarial que precisa ser difundida em todos os níveis. Dessa maneira, passa-se a ter registro das informações e dos caminhos que o cliente percorreu pela empresa, o tipo de informação que buscou, o que queria, o que comprou, seja lá por qual meio de contato utilizou: o e-mail, as redes sociais, os sites, o telefone, o vendedor. Todos esses dados armazenados se transformam eminformação de qualidade para compor relatórios gerenciais para a tomada de decisão. O desenvolvimento tecnológico tem avançado muito, e a integração dos sistemas possibilita um banco de dados realmente útil para todas as áreas, bem como a criação de campanhas de comunicação muito mais assertivas para cada tipo de cliente, pois passa-se a conhecer seus hábitos, suas necessidades, suas buscas. Os estudos das relações entre consumidores e fornecedores se amparam em diversas áreas científicas, como a psicologia, a sociologia e a comunicação, focando-se nos temas que dizem respeito às trocas sociais e simbólicas. As variáveis estudadas na gestão do relacionamento com o cliente incluem: confiança, equidade, comprometimento, cooperação, adaptação, intimidade, influência, poder, orientação para relacionamentos e valor dos relacionamentos. O Brasil ainda não possui estudos específicos sobre o comportamento do consumidor, baseando-se muito nos estudos dos Estados Unidos e da Europa, o que apresenta uma grande diferença cultural. De maneira ampla, o CRM é composto por três processos: a automação da gestão do marketing; da gestão comercial; e da gestão de serviços e produtos que são oferecidos aos clientes. A gestão comercial, juntamente com o marketing, e a gestão dos produtos são as áreas mais impactadas pelo CRM, pois tanto fornecem informações, alimentando os bancos de dados, como se beneficiam desses dados tratados, formando um complexo sistema de informações de marketing para apoio às decisões nas diversas instâncias. Fundamental para a gestão do relacionamento com o cliente é a integração dos três processos, que permite a obtenção de instrumentos para otimizar e oferecer os mais assertivos produtos e serviços aos clientes, o que proporciona aumentar a renda por cliente, otimizar e equilibrar os ciclos de venda, fazer melhores previsões, diminuir os problemas no relacionamento com os clientes e tomar decisões de marketing com maior segurança. 186 Unidade IV Madruga (2010) apresenta as oito etapas para a implementação do CRM, conforme a figura a seguir: 1 - Planejamento para implementação 8 - Acompanhamento e relatório 7 - Produção 6 - Teste de homologação 2 - Treinamento dos recursos internos 3 - Design e análise da solução 4 - Construção da solução 5 - Treinamento do usuário Figura 51 A primeira consiste no planejamento de recursos e de infraestrutura, na elaboração de cronograma de implantação etc. A segunda trata do treinamento dos usuários-chave por meio de workshops e outras formas de capacitação. O desenho e a análise da solução, feitos na terceira etapa, são precedidos da construção específica da solução elaborada na quarta etapa da implementação. A quinta etapa cuida do treinamento dos usuários do CRM. A sexta é a fase de teste e homologação. A sétima é a fase de produção (operação da solução). A oitava é a de acompanhamento e verificação de resultados. A equipe de vendas, responsável direta por trazer os resultados da empresa, o grupo de funcionários que realmente traz o p de preço para dentro da companhia, deve ser acompanhada de perto por gestores competentes e experientes, prontos para trazer o melhor de cada um, respeitando suas características próprias e extraindo a melhor competência em cada tipo de negociação. 8.4 Relacionamento em tempos de internet O desenvolvimento da tecnologia, o aumento da informação disponível e mais a importância do consumidor, advinda do Código de Defesa do Consumidor, colocaram as empresas para acompanhar todos os movimentos do cliente, em todos os meios de comunicação, sobretudo na internet, no qual qualquer comentário, bom ou ruim, pode tomar proporções inimagináveis, já que o poder de alcance de informações nas mídias sociais e nas redes sociais é infinito. Antigamente, quando éramos mal atendidos, reclamávamos com a família, com os conhecidos. Quantas pessoas ficavam sabendo disso? Meia dúzia, dez, cinquenta pessoas? E hoje? Quando um cliente reclama nas redes sociais, ou nos sites específicos para isso, como o Reclame Aqui (www.reclameaqui. com.br), esse número pode chegar a dezenas de milhares rapidamente e atingir um milhão facilmente. 187 ADMINISTRAÇÃO POR CATEGORIA DE PRODUTOS O cliente que reclama não quer sujar o nome da empresa, ele quer mesmo é ser atendido e ter o seu problema resolvido. Nem sempre as empresas estão preparadas para responder ao consumidor. Saiba mais Você já deve ter acompanhado casos emblemáticos que ganharam até as mídias tradicionais. Um deles foi do cliente insatisfeito com a Brastemp, que postou um vídeo reclamando. Ele pode ser visto em: FACCHINI, C. Queixa contra Brastemp mostra o poder das redes sociais. IG, 2 fev. 2011. Disponível em: <http://economia.ig.com.br/empresas/ comercioservicos/queixa-contra-brastemp-mostra-o-poder-das-redes- sociais/n1237979365442.html>. Acesso em: 24 out. 2017. O fato é que as pessoas aprenderam a exigir os seus direitos on-line e passaram a querer as respostas rapidamente, e as redes sociais transformaram-se no SAC das empresas. Ninguém mais tem paciência para ficar esperando uma decisão demorada. Nesse sentido, é importante que as empresas adotem o monitoramento da internet e das redes sociais para tirar o melhor proveito das ferramentas, bem como evitar respingos na imagem da companhia. As reclamações feitas no Procon chegam a levar 90 dias para serem atendidas. E nos chats das empresas, em seus números de telefones de SAC, quanto tempo levam? Uma semana, quinze dias, um mês, dois meses? E no Twitter? E no Reclame Aqui? Rapidamente alguém da empresa entra em contato para solucionar o problema. Reclamações não resolvidas, clientes mal atendidos e problemas não solucionados rendem pontos negativos para a empresa e prejudicam a marca. Um cliente que reclama não é um problema, mas uma oportunidade de resolver problemas que possam estar instalados na empresa, sem ninguém se dar conta deles. Algumas dicas são importantes para atender bem o cliente nas redes sociais, mostrando realmente que a empresa se importa com o cliente. Acompanhe nove indicações de Oliveira ([s.d.]): • Ser atencioso: não ignorar o cliente e dar atenção ao que ele está falando. Verdadeiramente, não apenas dizendo que ouve o cliente. Ouvir o cliente implica resolver o seu problema, além de significar que devem ser ouvidos os comentários positivos e os negativos. Reclamações não atendidas levam o cliente a trocar de marca e de empresa. • Priorizar a rapidez no atendimento: em tempos de internet, ter um número de SAC não significa muita coisa. É importante que o atendimento seja feito o mais rapidamente possível. A demora no atendimento gera tanta insatisfação quanto a falta do atendimento. 188 Unidade IV • Aprender com os comentários: ouvir o cliente pode levar a uma revisão de processos e a busca por solução de problemas complexos que poderia nem ter-se tomado consciência ainda, melhorando serviços, produtos e atendimento. • Falar com o cliente antes de ele reclamar: as pessoas gostam e seguem as marcas que conversam com elas. Por isso, não é preciso esperar o cliente reclamar ou entrar em contato, mas agir com proatividade para manter um relacionamento ativo com o cliente. • Ser criativo nas respostas: as respostas padrão do telemarketing deixam os clientes mais insatisfeitos ainda. Nas redes sociais, isso também é verdadeiro. Uma mensagem escrita especialmente para aquele cliente é uma forma de personalizar o atendimento e agradar o cliente. As empresas mantêm esse diálogo de muitas formas, como vídeos, fotos, gifs e textos. • Ir além do que o cliente espera: não se limitar a responder e a resolver o problema do cliente, mas ir além disso para surpreendê-lo, como oferecer cupons promocionais ou um código para resgatar algum prêmio • Não deixar o cliente ‘no vácuo’: ir até o fim do atendimento para que o cliente não se sinta abandonado. Se a interação for ficando muito longa, mudá-la de canal, como e-mail
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