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Rebeka Freitas EMERGÊNCIAS CLÍNICAS - Emergências clínicas: Dificuldade Respiratória, Crise Asmática, Ataque Cardíaco, Acidente Vascular Cerebral, Obstrução das Vias Aéreas. - O que são primeiros socorros? São os cuidados imediatos prestados a alguém com uma doença ou ferimento antes de um socorrista reinado chegar e assumir o caso. × Art. 135 do decreto lei n. 2.848 de 07/12/1940 - Omissão de socorro implica em deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada; à pessoa inválida ou ferida; ao desamparado ou em grave e iminente perigo -> Caso não se peça o socorro da autoridade pública, a pena é de 6 meses a 1 ano, ou multa. - Parágrafo Único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal, de natureza grave (9 meses a 1 ano e meio), e triplicada, se resulta em morte (18 meses a 3 anos). × Segurança do local - Existe algum perigo para você? E para a vítima? - Existem outras pessoas a sua volta que possam ajudar? -Onde fica o telefone mais próximo? Alguém tem um telefone celular? 192: SAMU/ 193: Bombeiros / 190: Polícia. - Quantas pessoas estão feridas? Como se feriram? - Qual a sua localização? × Ações x Passos 1. Se a vítima estiver responsiva, apresente-se antes de ter qualquer contato físico: Meu nome é … posso ajudar? 2. Se a vítima concordar, você pode prestar os primeiros socorros. 3. Se recusar sua ajuda, ligue 192 e permaneça no local até a chegada de um socorrista treinado que assuma o caso -> contra argumente, mas respeite a decisão -> em caso de paciente consciente. 4. Se a vítima estiver confusa ou não responder, considere que ela queira que você a ajude -> em caso de paciente inconsciente, interfira! - Urgência e Emergência: a intervenção ocorre para que não ocorra óbito »» direito derrogatório de exceção. - Capacitação é muito importante, mas na Urgência e Emergência, há o direito derrogatório de exceção. - Não há obrigação em prestar determinados socorros específicos caso o médico não se sinta/não seja capacitado -> mas, o que estiver ao alcance, deve ser feito: RCP, ventilação... - Em Urgência e Emergência, APENAS: se uma pediatra frente a uma mulher grávida, acidentada, fizer o parto (normal), mas a mãe e/ou o bebê morrerem, a médica não pode ser incriminada, pois o conceito de imperícia não é aplicado, uma vez que a urgência e emergência consiste em um direito derrogatório de exceção (se não houvesse intervenção, a pessoa morreria). Se, numa mesma situação, essa pediatra não fizer o parto por não se considerar capacitada para tal, ela também não pode ser incriminada. Já um médico cirurgião, na mesma circunstância, é obrigado a fazer o parto, pois ele é capacitado. - Às vezes, seu desejo de ajudar pode colocá-lo em perigo. Por exemplo, se você não for um bom nadador, tenha muito cuidado ao tentar salvar uma vítima de afogamento. - Ao prestar primeiros socorros, conheça seus limites. Não se torne outra vítima. - Quando pedir ajuda por telefone? Quando alguém estiver gravemente ou doente; quando você não tiver certeza sobre o que fazer no caso de uma emergência. - SAMU 192: TARM (Telefonista Auxiliar de Regulação Médica) -> Quem é? O que é? Onde é? - Discou 192 -> SUS. - Grite por socorro enquanto começa a avaliar a vítima; se ninguém responder e não houver necessidade de cuidados imediatos: deixe a vítima por um momento e ligue para o SAMU 192; consiga um kit de primeiros socorros e um DEA, se possível -> Retorne e permaneça com a vítima. - Peça sempre alguém para ligar ... delegue! - Quando ligar, informe se: a vítima não responde à fala ou ao toque; apresenta dor no peito ou desconforto torácico; apresenta sinais de AVC; apresenta desconforto respiratório; apresenta convulsão; não consegue mover partes do corpo; levou um choque elétrico; ingeriu substância tóxica; tentou cometer suicídio ou foi assaltada, independente do seu estado -> ABCD. - Passos para identificar problemas: 1. Teste a responsividade: O Sr. Está bem? 2. Libere as vias aéreas. Manobra de Heimlich em crianças Manobra de Heimlich em adultos Rebeka Freitas 3. Avalie a respiração: ver, ouvir, sentir. 4. Procure sinais de ferimentos 5. Colete informações que justifiquem o problema. DIFICULDADE RESPIRATÓRIA - As células do corpo precisam de oxigênio para trabalhar adequadamente. - Causas de bloqueio da respiração: algo como objetos ou alimentos que ao invés de ir para o estômago, se dirige para os pulmões; inchaço nas vias aéreas (reação alérgica ou asma); infecções; ferimentos na cabeça. × Sinais de dificuldade respiratória: -> Frequência respiratória muito rápida ou muito lenta (extremos) -> Dificuldade para realizar os movimentos respiratórios. -> Presença de respiração ruidosa: som de assobio-> som adventício. -> Incapacidade para produzir sons ou falar apenas algumas palavras entre cada respiração, embora esteja tentando falar mais. - O que fazer? Pergunte se a vítima tem consigo um remédio e ajude-a a pegá-lo; ligue para o SAMU 192 se a pessoa não tiver consigo o remédio, se ela não melhorar após o uso do remédio, se a respiração dela piorar, ou se ela tiver dificuldade de falar ou ficar inconsciente. - Se a vítima parar de respirar, inicie a RCP; fique com ela até um socorrista treinado ou SAMU chegar. - Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE): corpos estranhos podem causar uma gama de sintomas, desde obstrução parcial das vias aéreas até a completa. A identificação precoce é a chave para um bom resultado. - OVACE parcial: boa troca de ar; capacidade de tossir de maneira forçada; apresentação de sibilos (ruídos adventícios) entre as tosses. - Ações do socorrista em caso de OVACE parcial: incentive a vítima a continuar a tossir e a se esforçar para respirar espontaneamente; permaneça ao lado, monitorando sua condição, sem interferir nas tentativas de expelir o corpo estranho; se a obstrução parcial persistir, acione o serviço de emergência. - OVACE completa: tosse fraca e ineficaz; troca de ar deficiente ou ausente; incapacidade de falar/chorar; maior dificuldade respiratória (fome de ar ->tiragem intercostal, tiragem supra diafragmática, aleta nasal); ruídos agudos inspiratórios ou ausência de ruídos; possível cianose; sinal universal de asfixia. - Sinal Universal de Asfixia: - Ações do socorrista em caso de OVACE completa: pergunte à vítima se ela está se sentindo sem ar: se disser que sim e não puder falar, significa que há presença de obstrução completa das vias aérea e você deverá tentar aliviar a obstrução: -> Se vítima < 1 ano: 5 golpes nas costas e 5 compressões torácicas. -> Se vítima ≥ 1 ano: manobra de Heimlich -> identificar a cicatriz umbilical do paciente com o dedo mindinho; posicionar sobre essa mão a outra mão; iniciar o movimento: empurrar para dentro e trazer para cima (“J”) -> objetivo de aumentar a pressão intratorácica, o que facilita a mobilização do corpo estranho. -> Manobra de Heimlich em grávidas ou obesos: as mãos posicionam- se na metade inferior do esterno, onde se faz as compressões torácicas. - Bebê consciente com obstrução grave: segurar no ramo da mandíbula ou colocar o queixo entre os dedos; coluna apoiada no braço do socorrista; posição em trendelenburg -> inspecionar a cavidade oral, se o objeto estiver visível e alcançável, retirá-lo usando o dedo mínimo; caso contrário, realizar 5 golpes (tapas) no dorso (entre as escápulas) e 5 compressões torácicas, logo abaixo da linha mamilar. - OVACE em paciente inconsciente (independente da faixa etária): peça ajuda (acionar serviço de emergência), coloque-a em uma superfície plana e firme, e inicie a RCP, ainda que o paciente não esteja em PCR (começando pela compressão; não há necessidade de verificar pulso enquanto o paciente não apresentar PCR; a RCP auxilia na exteriorizaçãodo objeto estranho), com uma etapa extra: toda vez que abrir vias aéreas (antes de ventilar), procure objeto obstrutor, removendo-o se for fácil. Rebeka Freitas - 30 compressões -> inspeção da cavidade oral -> hiperventilar com Manobra de Head Tilt + Chin Lift: inclinação da cabeça + elevação do queixo (para liberar a via aérea) -> se não funcionar, retornar a cabeça do paciente para a posição anatômica e liberar a vias -> se o objeto não for visualizado, fazer a segunda ventilação -> se não funcionar, iniciar um novo ciclo (30 compressões ->......... ). - 30 compressões para 2 ventilações por 2 minutos. Transcorridos os dois minutos, é necessária a checagem de pulso, porque possa ser que já não haja mais oxigênio para fazer com que o coração trabalhe. CRISE ASMÁTICA - Sinais clínicos de asma aguda grave: Uso de musculatura acessória; Incapacidade de completar sentenças entre respirações; Taquipnéia (frequência respiratória aumentada); Taquicardia; Presença de pulso paradoxal; Tempo expiratório prolongado; Cianose; Confusão mental; Sonolência. -O que fazer? Crises leves respondem bem ao uso de broncodilatadores; crises mais graves, o uso de corticosteróides está indicado e em caso de dispneia intensa e queda de níveis de oxigenação do sangue, também o uso de oxigenioterapia. ATAQUE CARDÍACO - Sinais: Desconforto torácico – dor em aperto; Sinal de Levine; Desconforto em outras áreas da porção superior do corpo (braços, ombro, costas, pescoço e estômago); Respiração curta; Pele fria, náuseas, sensação de cabeça vazia. - O que fazer: Mantenha a vítima sentada e quieta; Telefone para 192 ou peça a alguém para ligar e passe ao Médico Regulador todas as informações disponíveis; Peça alguém para trazer um Kit de primeiros socorros e um DEA se disponível; Se a vítima tornar-se não responsiva esteja pronto para iniciar a RCP e usar o DEA. DERRAME (AVC) - Ocorre quando o sangue para de chegar a uma parte do cérebro, pode ser por sangramento (AVC hemorrágico) ou por vaso sanguíneo obstruído (AVC isquêmico). - É importante reconhecer rapidamente os sintomas pois existem novos tratamentos e quanto mais rápido melhor a recuperação e menores os danos (tempo para diagnóstico e tratamento: 4h30min) - Está entre as primeiras causas de morte; corresponde à 1ª causa de sequelas irreversíveis em adultos. - Sequelas do AVC: 70% das pessoas não retornam ao trabalho; 30 a 50% ficam dependentes; 34% têm demência em 1 ano. - Óbito: 8% a 20% das pessoas morrem com 30 dias; 15 a 25% morrem com 1 ano; 60% morrem com 5 anos. - Brasil: população mal informada; procura por auxílio médico tardio; hospitais mal preparados; visão fatalista; pouco interesse no Setor Público. - Caso haja diagnóstico precoce: redução de 21% da mortalidade precoce; redução de 12% da mortalidade em 12 meses; menor período de internação; menor índice de sequelas. - Sinais: Dormência ou fraqueza súbita na face, braço ou perna principalmente em apenas um lado do corpo; Confusão mental súbita, dificuldade para falar ou compreender; Dificuldade repentina para enxergar com um ou ambos os olhos; Dificuldade súbita para andar, tontura, perda do equilíbrio ou coordenação motora; Dor de cabeça súbita muito forte de causa desconhecida. - Tomografia Computadorizada: mostra se houve um AVC hemorrágico (aparece na imagem) ou isquêmico (não aparece nada). - Escala de Cincinnati -> Aplicada em menos de um minuto: queda facial (peça ao paciente para ele sorrir); debilidade dos braços (peça ao paciente para ele estender os braços); fala (peça ao paciente para ele falar algo simples). - Paciente com aparecimento súbito de 1 destes 3 achados tem 72% de probabilidade de um AVC, se os 3 achados estiverem presentes a probabilidade é maior que 85%. Rebeka Freitas TONTURA - Tontura é definida principalmente como a sensação de instabilidade ou de estar flutuando no ar -> rotatória (vertigem) ou não. - O que fazer? Areje o ambiente (o paciente muitas vezes se sente sufocado); afrouxe as roupas da vítima; deixe a vítima deitada; eleve as pernas (devido à diminuição da perfusão sanguínea- elevar as pernas facilita a chegada de sangue no cérebro), quando possível. DESMAIO - Desmaio (síncope) consiste na perda abrupta e transitória da consciência e do tônus postural (da capacidade de ficar em pé), seguida de recuperação rápida e completa. Normalmente a tontura precede o desmaio. - Causas: hipoglicemia; desidratação; fator emocional; dor extrema; ambiente confinado; ficar em pé imóvel por longo período (principalmente se estiver calor); levantar-se repentinamente depois de ter ficado agachado ou curvado para baixo; baixa perfusão sanguínea no cérebro. -> Hipoglicemia transitória: redução rápida do débito cardíaco (ação parassimpática: reflexo vagal). - Sinais e sintomas associados: tontura; sensação de mal estar; pulso rápido e fraco; respiração alterada (muito rápida ou muito lenta); tremor nas sobrancelhas; pele fria, pálida e úmida (vasoconstrição dos vasos); inconsciência superficial. - O que fazer? Peça a vítima que continue deitada em uma superfície plana no chão até que a tontura tenha passado completamente; caso persista a tontura eleve suas pernas um pouco até passar a tontura; se a vítima tiver caído, procure por ferimentos (caiu porque sentiu algo, ou sentiu algo devido à queda?); quando não referir mais tontura, ajude-a a sentar lentamente, peça que permaneça sentada por alguns instantes antes de levantar-se lentamente. HIPOGLICEMIA - O baixo nível de açúcar no sangue (<70mg/dL) pode ocorrer se uma pessoa: não tiver se alimentado ou tiver vomitado; não tiver comido suficiente para o nível de atividade e quantidade de insulina existente na corrente sanguínea; for portadora de diabetes e tiver administrado muita insulina. - Paciente com glicemia normal se adapta para que a glicose não diminua muito -> portadores de diabetes que usam insulina não conseguem essa adaptação -> hipoglicemia. - Glicose baixa: aumento da produção de adrenalina-> sintomas como taquicardia, suor intenso. - Lipotimia: pré-síncope -> hipoglicemia moderada. - Marcha desordenada -> desequilíbrio. - Em caso de hipoglicemia moderada: ministrar 15g de carboidrato de rápida digestão, exemplo: ½ copo de suco de frutas, 4 ou 5 bolachas salgadas, 1 colher de mel, 2 colheres de uva passas, etc. - Se o paciente tem alguma redução do nível de consciência, não se pode dar nenhum alimento, por conta do risco de obstrução das vias aéreas. - O que fazer? Se ela não se sentir melhor após a ingesta de açúcar: telefone ou peça para alguém ligar para 192; não dê mais nada para comer ou beber (pois o paciente pode piorar); se apresentar convulsão, tratá-lo da forma correta; se tornar-se irresponsiva, inicie a RCP. REAÇÕES ALÉRGICAS -Muitas reações alérgicas são leves, mas podem tornar-se graves a qualquer momento. -Alergias comuns: diversos alimentos: amendoins, camarão, caranguejo, ovos, chocolate, etc.; mordidas de insetos, principalmente picadas de abelhas; leite (intolerância); alergias inalatórias, dentre outras. -Sinais de uma reação alérgica leve: nariz inchado, espirros, coceira ao redor dos olhos e na pele, erupções vermelhas, sensação de pigarro. -Sinais de uma reação alérgica grave: dificuldade para respirar inchaço da língua, desmaio, choque anafilático. -Paciente produz muita histamina -> vasodilatação -> aumento do edema -> edema nos olhos pode ser bipalpebral, bilateral. - Placas em alto relevo, que coalescem, tem auto-relevo. - O que fazer em caso de reações alérgicas graves? Verifique se o local é seguro; peça ajuda (192) e kit de primeiros socorros; algumas pessoas por saberem que são alérgicas possuem adrenalina (canetinha), se ela possuir peça que aplique o medicamento; se possível, guarde uma amostra da substância que provocoua reação; se a vítima tornar-se irresponsiva, inicie os passos de RCP. - As alergias, se não tratadas a tempo e a contento, podem causar morte. Rebeka Freitas CHOQUE ANAFILÁTICO - Grau máximo de reação alérgica. - Manifestações clínicas: sensação de desmaio; pulso rápido; dificuldade respiratória; náuseas e vômito; dor de estômago; urticária; pele pálida, fria e úmida; inchaço nos lábios, língua ou garganta (edema de glote); tonteira, confusão mental e até perda da consciência; pode haver parada cardíaca. - EpiPen: canetinha auto injetora que contém epinefrina (adrenalina). CONVULSÃO - Convulsão é um distúrbio que se caracteriza pela contratura muscular involuntária de todo o corpo ou de parte dele, provocada por aumento excessivo da atividade elétrica em determinadas áreas cerebrais. - Emoções intensas, exercícios vigorosos, determinados ruídos, músicas, odores ou luzes fortes podem funcionar como gatilhos das crises (a pessoa já tem uma predisposição). Outras condições – febre alta, falta de sono, menstruação e estresse (alterações crônicas) – também podem facilitar a instalação de convulsões (coajudam), mas não são consideradas gatilhos. - Mudança abrupta da temperatura -> gatilho para convulsão. - A crise conversiva é uma crise de ansiedade acentuada que parece com uma crise convulsiva, mas não é. Enquanto as crises epilépticas convulsivas apresentam padrão estereotipado dos movimentos motores, com perda da consciência, uma convulsão conversiva varia de uma crise para outra, sem perda da consciência, embora com alterações do estado menta - O que fazer? Garanta que há segurança do local e pessoal; colete informações que justifique a crise; proteja a vítima de ferimentos: tire a mobília e outros objetos do caminho; coloque uma toalha ou almofada sob a cabeça da vítima (às vezes não tem nada, então é necessário colocar a mão sob a cabeça, não para segurar, mas parar amortecer os possíveis impactos); folgue as roupas da vítima; telefone ou peça alguém para ligar para 192. - Caso você não suspeite de trauma na cabeça ou coluna, coloque-a em posição lateral de segurança (estado pós-ictal); fique com a vítima até que ela torne-se responsiva; se após a convulsão a vítima tornar- se irresponsiva e não estiver respirando, inicie a RCP. - Observações importantes: não force abertura da boca; não tente impedir as contrações; não tente colocar objetos na boca da vítima; não empurre a vítima contra o solo; se a vítima morder a língua, após a convulsão preste primeiros socorros. EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS - O SAMU padroniza uma assistência inicial de trauma para que o paciente chegue nas melhores condições possíveis. - 9 bilhões são gastos anualmente com traumas. - 1ª causa de morte de 1 a 44 anos; 3ª causa de morte em geral no Brasil e no mundo. - São registradas 150 mil mortes por ano causadas por acidentes de trânsito, com armas de fogo, de trabalho e domésticos. - Os acidentes de trânsito ultrapassam 420 mil vítimas anualmente, sendo 45 mil fatais. - Em cerca de 75% dos desastres fatais nas ruas e estradas há um motorista alcoolizado. - Um quinto dos traumas no trabalho também é provocado pelo álcool, incapacitando cerca de 300 mil pessoas temporariamente e 100 mil de forma permanente. - Emergências traumáticas: ferimentos, hemorragias, amputações traumáticas, queimaduras, entorses, fraturas. FERIMENTOS - Tipos de ferimentos: contusos; perfurantes; cortantes; lacerantes -> como a lesão se apresenta na pele; relação entre o agente etiológico do ferimento e da energia envolvida com a gênese da lesão. erimentos Contusos - São lesões produzidas por objetos contundentes (não é afiado, não tem fio) que danificam o tecido subcutâneo subjacente sem ocorrer o rompimento da pele e a mesma se mantém íntegra. - O ferimento será contuso se ele não gerar solução de continuidade (ferimento). - Os ferimentos contusos podem ser: edema, equimose, hematoma. »» Edema: localizado -> elevação e palidez da pele na área que ocorreu o impacto, que surge alguns minutos após o trauma; não há saída de hemácias dos vasos para os tecidos, apenas líquidos são migrados; vasodilatação com aumento da transudação. http://images.google.com.br/imgres?imgurl=www.voice-center.com/images/reinkes.gif&imgrefurl=http://www.voice-center.com/nodules_cysts.html&h=249&w=270&prev=/images?q=edema&start=40&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&ie=UTF-8&oe=UTF-8&sa=N http://images.google.com.br/imgres?imgurl=www.voice-center.com/images/reinkes_post.gif&imgrefurl=http://www.voice-center.com/nodules_cysts.html&h=249&w=270&prev=/images?q=edema&start=40&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&ie=UTF-8&oe=UTF-8&sa=N Rebeka Freitas »» Equimose: ruptura mínima dos capilares -> migração do sangue do vaso para o tecido -> o sangue percorre entre uma fibra e outra, gerando o mínimo de extorsão do volume; sem ocorrer obrigatoriamente aumento de volume. »» Hematoma: extravasamento de sangue entre os tecidos (tecido subcutâneo -> coleção de sangue -> pequenas alterações microscópicas -> possibilidade de abcesso. - O líquido disseca as fibras e as afasta entre si -> distorce o arcabouço dos tecidos -> tecido mais engrumecido do que na equimose. - Hematoma e equimose -> alteração da cor. - O que fazer? Em situação pré-hospitalar: aplicação de gelo -> conter o distúrbio vascular, o extravasamento de sangue, fazer com que haja uma diminuição da dor (principalmente hematoma). O gelo deve ser colocado dentro de um saco plástico, e a pele recoberta por um pano limpo (20min de gelo/10min descanso). - As hemácias passam por um processo de oxidação da hemácia: roxo -> azul-> verde-> amarelo -> o hematoma/a equimose “caminha” pela pele, em ação da força da gravidade. erimentos Perfurantes: - São lesões cutâneas puntiformes ou lineares, com bordas regulares ou não -> a gravidade desse ferimento depende da área de incidência da perfuração. - Não aconselha-se remover instrumentos de médio e grande calibre* que tenham perfurado a pele -> possibilidade de hemorragia. * Pequeno calibre em determinadas situações também, como por exemplo, um alfinete que tenha perfurado um olho. - Importante: Princípio da não maleficência! erimentos Cortantes: - São produzidos pela ação do deslizamento de agentes cortantes (que possuem fiação), afiados, capazes de penetrar na pele e causar uma ferida linear com bordas regulares e pouco traumatizadas. - Ferimentos cortantes não tratados corretamente: risco de infecção e de má cicatrização. - Compressão mínima com pano limpo para estancar o sangramento (se for mais superficial); lavar com água e sabão grosseiramente para tirar as impurezas superficiais. erimentos Lacerantes: - O mecanismo de ação é a pressão ou tração exercida sobre o tecido, no qual causa lesões irregulares. - Cisalhamento do tecido: atrito -> arrastamento de tecido. - Ponto de inserção do trauma -> cisalhamento -> ruptura do tecido. - Proporcionalmente, há menor sangramento que no ferimento cortante, porque na laceração, muitas vezes, há coagulação do sangue. HEMORRAGIAS - É a perda súbita de sangue originada pelo rompimento de um ou mais vasos sanguíneos, geralmente em decorrência de um trauma. - Pode ser: arterial, venosa, capilar. - Se a pele não estiver íntegra, haverá exteriorização do sangue pela ferida. »» Hemorragia Arterial: o sangue é vermelho vivo, é em jato, e pulsa em sincronia com os batimentos cardíacos (sístole/diástole -> ondas de maior e menor intensidade dos jatos); a perda de sangue pode ser rápida e abundante. - Quanto mais distante o corte for das carótidas, aorta, ilíacas e femorais (circulação central) -> menos ondas, menos jatos. - Quanto mais próximo da circulação central, mais intenso, mais rápido e mais pulsátil será a hemorragia. Rebeka Freitas - Em caso de hemorragia arterial, a melhor formade contenção é a compressão digital no local do vaso. »» Hemorragia Venosa: o sangramento é uniforme e de cor escura; pode vir em forma de jato, porém um jato contínuo, e não pulsátil. »» Hemorragia Capilar: o sangue é normalmente menos “vivo” que o sangue arterial; fluxo lento, uniforme -> sangramento em “lençol”; a pressão é pequena nos capilares. - Em sangramentos arteriais e venosos -> estanque, contenha o sangramento com um pano, não lave, pois pode haver infecção. - O que fazer? Prioridade = compressão direta -> um pano limpo sobre a ferida; um segundo pano para estabilizar o primeiro e efetivar a compressão. - Torniquete: deve ser utilizado com muito critério, pois apresenta risco -> corte do suprimento sanguíneo na região circundante -> risco de necrose. - O torniquete não é a primeira medida (ou faz o torniquete, ou o paciente morre-> então faça o torniquete). - À proporção que o paciente perde sangue, há queda de pressão, e o pulso fica filiforme (fraqueza, perda do pulso). - Em um paciente irresponsivo -> cheque o pulso carotídeo (adulto) ou braquial (criança), que são pulsos centrais. Em um paciente responsivo, ativo, interativo -> cheque o pulso radial (periférico) primariamente. AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS - São definidas como lesões em que há a separação de um membro ou de uma estrutura protuberante do corpo. -Podem ser causadas por objetos cortantes, por esmagamentos ou por forças da tração . »» Amputação completa ou total: o segmento é totalmente separado do corpo. »» Amputação parcial: o segmento tem 50% ou mais de área de solução de continuidade com o corpo. »» Desenluvamento: quando a pele e o tecido adiposo são arrancados se lesão do tecido subjacente. - O que fazer? Abrir as vias aéreas e prestar assistência ventilatória, caso necessário; controlar a hemorragia (compressão direta e/ou torniquete). - O torniquete é prioritário quando já há o risco iminente de amputação ou quando essa já ocorreu -> é preciso preservar a circulação central. - Protocolo em amputação: XABC -> X: contenção de sangramento. - Cuidados com o segmento amputado: cobrir a área ferida com compressa úmida em solução; se presente, o pedículo tem que ficar sem pressão; proteger o membro amputado com dois sacos plásticos e colocar esse saco dentro de um recipiente de isopor com gelo ou água gelada. »» O que não se deve fazer: - Nunca usar pomadas, cremes, pastas, óleos ou nenhum tipo de pó em feridas abertas; não usar sabonetes muito abrasivos, muito menos detergentes ou sabão em pó (preferir sabão neutro); água oxigenada só piora a lesão, já que também afeta o tecido que está saudável, aumentando a área comprometida; não utilizar nenhum tipo de medicamento, apenas água e sabão. - Se houver perfuração com lâmina ou um prego, nunca tentar retirar o objeto, pois além de romper mais ainda o tecido, isso aumentará o sangramento; - Não se deve retirar o pedículo (porção ainda ligada ao corpo) QUEIMADURAS - Podem ser definidas como lesões dos tecidos orgânicos devido a uma exposição a superfícies ou líquidos quentes, chamas, substâncias, frio. - Em torno de 195 mil pessoas morrem anualmente devido a queimaduras, principalmente causadas em casa e no trabalho. (OMS) Rebeka Freitas - 2/3 das queimaduras acontecem no próprio domicilio do paciente. Aproximadamente 20% são crianças; destas, cerca de 20% são vítimas de lesão intencional ou abuso infantil. - As queimaduras são classificadas de acordo coma profundidade com que o agente causou o calor. »» 1º grau: envolvem somente a epiderme e são caracterizadas por serem vermelhas e dolorosas; não há formação de bolhas. »» 2º grau: envolvem a epiderme e porções variadas da derme subjacente; formação de bolhas -> a depender do agente e da profundidade, pode ser: a) Superficial: não comprometeu a região de vascularização mais intensa -> bolha com cor mais clara; em caso de rompimento da bolha, o tecido que aprece tem coloração avermelhada; b) Profunda: cauterização dos vasos entre derme e hipoderme -> bolha com cor escura; em caso de rompimento da bolha, o tecido estará mais esbranquiçado, devido à diminuição da vascularização. - 1º e 2º grau -> queimaduras muito doloridas: terminações nervosas livres -> detecção da dor. »» 3º grau: envolvem toda a espessura da pele e podem atingir outros tecidos -> terminações nervosas são atingidos pelo agente, por isso, não há percepção da dor. »» 4º grau: regiões carbonizadas. - O que fazer? -> Em primeiro lugar, deve-se extinguir a fonte da queimadura. Caso não tenha água ou extintores de incêndio no local, deve-se envolver a pessoa num cobertor->diminuição do aceso da chama ao oxigênio. -> Remover a roupa e as joias (pois as extremidades tendem a edemaciar); utilizar água corrente, em temperatura ambiente. -> Em queimadura de 3º grau, a roupa pode fundir-se à pele da vítima. Nesse caso, deve-se cortar o excesso de roupa, mas não tirar a parte que está aderida na vítima -> Utilizar água corrente (temperatura ambiente) durante pelo menos 5 minutos. -> Não colocar nada contaminado sobre a queimadura (manteiga, creme dental, gelo, café: mitos). -> Não fornecer água nem alimento ao paciente vítima de queimadura, pois ele pode precisar urgentemente de cirurgia. -> Evitar resfriamento prolongado da lesão para não ocorrer hipotermia. -> Envolver o ferimento em um tecido limpo, se possível esterilizado -> Levar a vítima o mais rápido possível para o centro de saúde mais próximo. ENTORSES - É a torção de uma articulação com ruptura parcial ou total de um ou mais ligamentos, com ou sem fratura do osso. - Quadro clínico: dor; edema; hematoma. - O que fazer? Imobilização, aplicação de gelo (não diretamente) ou compressas frias; medicação analgésica e anti-inflamatória; uso de faixa elástica para estabilizar a articulação -> As entorses, na maioria das vezes, demandam de avaliação de especialistas. FRATURA - Fratura é a interrupção da continuidade de um osso. Classifica-se como fechada ou exposta (qualquer ferimento exposto, por menor que seja). - Torniquete quando o vaso sangra abundantemente: de cinco em cinco minutos, retirá-lo/ folgar par reestabelecer a vascularização. - O que fazer? Imobilizar o membro comprometido (talas -> papelão ou material que não vai gerar nenhuma lesão adicional na vítima) -> depois de fazer a atadura, deve-se verificar a presença ade pulso distal (radial); observar a perfusão nas extremidades; tranquilizar a vítima; transportá-la para o hospital. - “Dedo Amigo”: »»»» PROFILAXIA DO TÉTANO «««« - Ferimento superficial: realizar a próxima vacinação. - Ferimento sujo: fazer limpeza, aplicação de soro antitetânico e da próxima vacina. - Para todos os casos: limpeza e desinfecção da área.
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