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Artigo - Filosofia e Ética

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1
ALEXANDRE SIBULINSKI ARNT, ANDREI MARTINS KRUG, JULIANA ROTTILI RODRIGUES, MATEUS AHLERT E VÍTOR RIBAS LUNDIN
UNIVERSIDADE E CONHECIMENTO: O PAPEL FORMADOR DA FILOSOFIA PARA...
Curso de Graduação em Direito da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI. Trabalho apresentado como requisito parcial para a aprovação no componente curricular disciplina Filosofia e Ética 
Professor: Valdir Graniel Kinn
Ijuí (RS)
2021
1. 
TEMA 
* SAÚDE MENTAL, ANTES E DURANTE A PANDEMIA: VITOR (MAX 2 PG.)
BREVE APANHADO HISTÓRICO DA RELAÇÃO ENTRE A FILOSOFIA E A PSICOLOGIA Mesmo que a psicologia tenha se consolidado como campo próprio de saber, a sua raiz ainda firma sua origem na filosofia. As implicações filosóficas estão sobrepujadas na psicologia diretamente em assuntos como: o que é loucura? O que é a consciência? Há subjetividade? O que pode um corpo? Essas são umas das questões básicas da psicologia. 
Historicamente a psicologia se constitui como um saber próprio no século XIX, mas os seus questionamentos que dizem respeito à psique humana estavam presentes desde os filósofos da antiguidade. Contudo, é no final do século XIX que a psicologia obtém status de ciência. Assim, muitos estudiosos acreditavam que a psicologia científica da época era o suficiente para explicar os fenômenos psicológicos, afastando-se de uma investigação filosófica. 
Marilena Chauí afirma que, as ciências pretendem ser conhecimentos verdadeiros [...] Ora, todas essas pretensões das ciências pressupõem que elas acreditam na existência da verdade [...] Verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos, relação entre teoria e prática, correção e acúmulo de saberes: tudo isso não é ciência, são questões filosóficas [...] Assim, o trabalho das ciências pressupõe, como condição, o trabalho da Filosofia, mesmo que o cientista não seja filósofo (CHAUÍ, 1997, p.13). 
Ou seja, a filosofia está implícita na ciência, especialmente nas ciências humanas, como um aspecto da psicologia. Mero engano acreditar que perguntas como “o que é loucura?”, “o que é patológico?”, “o que é normal?”, “o que é consciência?” não sejam da esfera filosófica, mesmo estando atuantes no campo da psicologia. Ao recorremos à filosofia temos, por exemplo, obras como “O normal e o patológico” (1966), do filósofo Georges Canguilhem; “História da Loucura” (1972) e “O Nascimento da clínica” (1963), do filósofo Michel Foucault; “A imaginação” (1936), “A transcendência do ego” (1937), “Esboço de uma teoria das emoções” (1939) e “O Ser e o Nada” (1943), do filósofo Jean-Paul Sartre; “Investigações Lógicas” (1901), do filósofo Edmund Husserl; “O eu e seu cérebro” (1977), do filósofo Karl Popper, juntamente com John Eccles; “Mente, cérebro e ciência” (1984) e “O mistério da consciência” (1997), do filósofo John Searle. Poderíamos obter uma lista ampla de obras filosóficas que colocam como tema os objetos de estudos da psicologia. Inclusive também a própria psicologia – assim como a própria psicanálise – torna-se objeto de apreciação crítica da filosofia. Apesar da história da psicologia, junto à filosofia, ser relevante para o entendimento dessa ciência, um dos intentos desta pesquisa é a importância da filosofia na formação do psicólogo, portanto, é a partir desse tema que seguiremos com o nosso trabalho.
Existe uma forte relação entre a Filosofia e a Psicologia, podendo-se afirmar que são ciências humanas mais próximas. Os primeiros estudos sobre o psiquismo e a alma foram realizados pela Filosofia Grega, a qual observava atentamente as atividades humanas e a manifestação da alma.
Podemos dizer que a psicologia surgiu com os primeiros filósofos gregos, que questionavam a sua realidade. Esse movimento foi impulsionado por consequência da criação das primeiras cidades-estado e da alavancada econômica e social que ocorreu na Grécia, o que resultou na necessidade do homem olhar para si e questionar a sua própria realidade e a das coisas. A importância desses pensadores está no uso teórico da razão que, através desse método, buscavam responder os questionamentos sobre a origem das coisas. 
Nesse contexto, anos depois, surgiu Sócrates e moldou uma parte importantíssima da história da filosofia. Bem como, outros grandes pensadores como Platão e Aristóteles, que acreditavam que a mente e o corpo estavam ligados, sendo que a primeira exercia forte influência sobre o corpo e ambos não podiam ser dissociados. Posteriormente, um filósofo, físico e matemático francês chamado René Descartes questionou essa relação, dizendo que acreditava na interação unilateral, porém o corpo exerceria maior domínio sobre a mente. Logo, Descartes influenciou toda a filosofia moderna e é considerado, por muitos, o pai dela.
Até o século XIX, filosofia e "psicologia" andaram de mãos dadas através de suas escolas de pensamento filosófico procurando responder questões levantadas sobre a subjetividade do ser humano. Um das funções primárias do psicólogo é de promover a reflexão, fazer com que o indivíduo, sozinho, pare e reflita sobre sua realidade subjetiva.
Logo, podemos atribuir essa forma de pensar e estimular o pensamento à herança filosófica.
Séculos depois, a Igreja Católica monopoliza o conhecimento e é impossível de se ter algum esboço de "psicologia" nesse período sem ligar-la as raizes religiosas. Tanto que nessa época temos dois grandes filósofos que estruturaram parte do pensamento da época, são eles: Tomás de Aquino (Tommaso d'Aquino, 1225-1274 d.C.) e Agostinho de Hipona (Augustinus Hipponensis, 354-430 d.C.).
É nesse cenário que podemos descrever a necessidade que a psicologia encontrou de se separar da filosofia:
 
Qual a importância da filosofia para a Psicologia?
Sabemos que a psicologia enquanto ciência e distinto campo acadêmico começou com os médicos do século XIX, que também eram filósofos. Eles perceberam que era incapaz de explorar as bases do intelecto com as proposições lógicas da filosofia, tanto a medicina quanto a filosofia, na época, não conseguiam responder questões sobre a constituição da sensação, percepção, pensamento, linguagem, imaginação, consciência e memória. Outro ponto que a razão não explicava, que foi impactante no desmembramento, era quanto a motivação humana (apetições, emoções e afetos).
"A psicologia possui um longo passado, mas uma história curta"
Hermann Ebbinghaus
Abro um parágrafo importantíssimo para que possamos atribuir os devidos méritos. Sabemos que Wilhelm Wundt construiu o primeiro laboratório de psicologia e foi pioneiro na experimentação, mas não nos estudos iniciais. Wundt foi muito influenciado por Gustav Theodor Fechner, com sua obra "Elementos da Psicofísica". Fechner foi matemático e físico, além de... filósofo. Ele quem desenvolveu os primeiros pensamentos a respeito da relação entre a quantidade de excitação e a intensidade da sensação.
Foi nesse contexto que, no início do século XIX, a psicologia interrompeu as especulações sobre a natureza humana e desviou sua energia para fins mais objetivos e concretos. Nesse momento há divergência direta de idéias e ocorre a separação entre filosofia e psicologia. Na época, os primeiros psicólogos tiveram a árdua tarefa de romper com os preceitos metafísicos da filosofia e tentar estabelecer a psicologia como uma ciência natural.
É interessante que, anos depois, a psicologia experimental se dividiu perdendo aquela identidade individualista que, nos primórdios da sua concepção, tanto lutou para adquirir. Logo depois aparece as teorias da personalidade e das teorias de psicoterapia, o que pode nos lembrar, em muitos casos, de uma doutrina metafísica. Mas bem podemos atribuir tal pensamento a fidelidade dos seguidores dessas teorias.
 
 Note que tudo o que mencionei sobre os antigos filósofos gregos e católicos foi importante para a formação da psicologia enquanto ciência. A importância está no fato de que foram eles os contribuintes na formação e especulação inicial sobre o homem, se não fossem essas pessoas e, principalmente, se não houvessemfeito indagações sobre sua própria realidade e formulações dos conceitos resultantes (metafísicos ou não), dificilmente as mentes por trás do aparecimento da psicologia como ciência (no século XIX) teriam assim o feito. Não levo em conta fatores econômicos e sociais de propósito, porque aborda-los afastaria da proposta inicial e isso fica para um próximo artigo.
O pensamento que anseio prover nesse artigo é:
Todos os pensadores que precedem a formulação de um novo conceito são importantes, seja na elaboração e aprimoramento qualitativo da ideia inicial ou contestando e mostrando uma nova forma de pensar. Se não fossem por todas as figuras ilustres que ajudaram no despertar da nossa consciência, ainda estaríamos procurando respostas no Divinus. Logo, a importância da filosofia se justifica ao longo de todo o texto apresentado. Filosofia e psicologia sempre estiveram juntas, mesmo que essa segunda não tenha sido, outrora, elaborada de forma intencional.
UNIVERSIDADE E CONHECIMENTO: O PAPEL FORMADOR DA FILOSOFIA PARA A PSICOLOGIA

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