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Resumo - Seleção de plantas individuais com teste de progênie

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AUTÓGAMAS: MÉTODOS QUE EXPLORAM A VARIABILIDADE PREEXISTENTE 
 
1. Introdução 
Mesmo enquanto não eram conhecidas as Leis da Genética, a seleção empírica de plantas 
superiores já era praticada, pois, percebeu-se que as melhores lavouras advinham de sementes 
sadias que, normalmente, eram colhidas em plantas vigorosas que se destacavam das demais. 
Assim, realizava-se a seleção de plantas quanto ao seu número de flores, sementes ou frutos, 
tamanho, sabor e, até mesmo, quanto aos fatores estressantes como os bióticos, edáficos ou 
climáticos. 
 Assim, pode-se perceber que o agricultor primitivo já praticara melhoramento antes mesmo 
da invenção da escrita. E essa seleção foi a grande contribuinte para a domesticação de espécies 
agrícolas que realizou a conversão de espécies silvestres em plantas adaptadas ao cultivo. 
Dessa forma, foram domesticadas diversas plantas, como é o caso do arroz e a soja na Ásia, o 
milho na América, trigo e cereais na Ásia Menor e sorgo na África. 
A seleção de genitores e a caracterização da variabilidade genética existente são decisivas 
para o incremento de eficiência em programas de melhoramento, pois, uma das principais 
necessidades do melhorista é a identificação de plantas que possuam genes superiores em uma 
progênie segregante. 
 
2. A teoria das linhas puras de Johannsen (1903) 
As linhagens puras podem ser descritas como sendo plantas oriundas de processos de 
autofecundação. A descrição da teoria das linhas puras que foi desenvolvida pelo botânico 
Dinamarquês Wilhelm Ludvig Johannsen em 1903. A teoria das linhas puras de Johannsen, 
então, representa a base teórica para o entendimento da seleção em autógamas. 
Considera-se linha pura ou linhagem como sinônimos que expressam a descendência 
autofecundada de uma única planta homozigota. Segundo Pinto (2009), como não há 
variabilidade genética entre as plantas de uma mesma linhagem, a seleção dentro de uma linha 
pura é inefetiva. Essa premissa surgiu com trabalhos clássicos de grande importância. 
Em 1903, Johannsen conduziu uma série de experimentos com a variedade do feijão Princess; 
o que fez esse botânico Dinamarquês? 
• Utilizou um lote de sementes de diferentes tamanhos; 
• Investigou o efeito da seleção sobre o peso médio das sementes nas progênies; 
Johannsen fazia a seleção de plantas, cultivava essas sementes e queria descobrir o 
efeito da seleção sobre as progênies. 
• Separação em grupos e análise durante seis gerações; 
Então, haviam progênies compostas por plantas que tinham sementes mais pesadas e 
outras com sementes de menor peso. E, durante seis gerações, ele foi realizando esse 
trabalho de selecionar apenas sementes que se destacavam pelo seu maior e pelo seu 
menor peso. Dessa forma, ele percebeu que sempre existia essa diferença no peso das 
sementes e que as sementes que apresentavam um peso maior, originavam plantas que 
originavam sementes de peso maior e o mesmo acontecia para as de sementes com 
peso menor. Então, a herança vinha da origem genética enquanto que as variações que 
ele percebeu durante essas seis gerações seria por conta do efeito ambiental. Dessa 
forma, ele chegou a conclusão de que há variações de origem genética e ambiental. 
A partir de seus estudos, Johannsen estabeleceu três princípios: 
I. Há variações herdáveis e variações causadas pelo ambiente; 
II. A seleção só é eficiente se recair sobre diferenças herdáveis – isso parece simples pra 
gente hoje, né? Mas, na época, foi uma grande descoberta. Não adianta querermos selecionar 
uma planta para transmitir uma característica de pai para filho se não for uma característica 
herdável, ou seja, for apenas uma diferença causada pelo ambiente. Não dará certo. 
III. Seleção não gera variação – como ele trabalhou com feijão que é uma planta autógama, 
isto é, aquelas as quais realizam autofecundação, elas não cruzaram com outras plantas, por 
conta disso, não houve cruzamento. 
 
3. Seleção de plantas individuais com teste de progênie (Seleção genealógica) 
O método de seleção de plantas individuais com teste de progênie consiste na seleção 
individual de plantas feita na população original, seguida da observação de suas descendências, 
para fins de avaliação. Nenhum genótipo é criado, apenas procura-se isolar os melhores 
genótipos já presentes na população heterogênea. 
Bueno et al. (2006) afirmam que o método de seleção individual com teste de progênies 
começou a ser utilizado no fim do Século XIX e início do Século XX, em populações de plantas 
mantidas por agricultor. 
A seleção de plantas individuais com teste de progênie é indicada para espécies pouco 
melhoradas e/ou regiões agrícolas mais atrasadas. Além disso, pode ser útil quando aplicado 
em variedades antigas e descaracterizadas por contaminações, alogamia ou mutações de 
acordo com Segundo Pinto (2009). 
O método de seleção de plantas individuais com teste de progênie pode ser resumido em 
três etapas: 
a) Seleção de um grande número de plantas individuais com os padrões fenotípicos 
desejáveis dentro de uma população original oriunda de uma mistura de amostras 
obtidas entre agricultores; 
É uma etapa crítica, porque cada planta é uma linhagem e haverá nenhuma ou pouca 
variabilidade dentro de cada progênie o número de indivíduos selecionados deverá então 
ser tão grande quanto o possível, Borém destaca que se escolhem, em geral, de 200 a 
1000 plantas e colhem-se separadamente as sementes de cada uma. 
 
b) As sementes colhidas de cada planta são semeadas, formando uma linhagem. 
Avaliação das n linhagens e seleção das melhores linhagens para a etapa 
seguinte; 
Cada progênie será semeada em linha e a nova avaliação será feita por comparação 
entre as linhas, denominado “teste de progênies”. Todas as plantas de uma progênie são 
colhidas e trilhadas juntas. Então essas sementes são semeadas em linhas ou em 
pequenas parcelas iguais, na estação de plantio seguinte. Observam-se as progênies 
das plantas selecionadas durante vários anos e aproveitam-se apenas as linhas ou 
parcelas que se mostrarem superiores e uniformes. Nessa fase, descarta-se de imediato 
linhagens com defeitos muito evidentes. Assim como, é adequado fazer inoculação de 
patógenos e, deve-se apertar a seleção, porque a terceira etapa é trabalhosa e custosa. 
 
c) As linhagens selecionadas são extensamente avaliadas em experimentos com 
repetições. Esta etapa de avaliação é repetida em diferentes locais e anos. São 
realizados esses experimentos por, pelo menos, três anos, incluindo testemunhas 
comercias. Pinto destaca que o método ganha eficiência se as testemunhas utilizadas 
tiverem um ciclo compatível com as progênies avaliadas, requerendo-se por vezes, um 
mínimo de três testemunhas. Finalmente, a linha ou as linhas que sobressaírem são 
multiplicadas, nomeadas e distribuídas. 
 
Pode-se citar como vantagens do método: 
• Apresenta bons resultados para caracteres de baixa herdabilidade (h²): para caracteres 
de baixa herdabilidade, como produtividade de grãos, é um método bastante eficiente 
para populações que proporcionam variabilidade genética; 
• Redução da ineficiência da seleção: a seleção é realizada por meio de observações de 
vários locais e anos, e as avaliações são baseadas em repetições, possibilitando a 
análise dos dados experimentais através da estatística; 
• Maior controle do ambiente: aumenta o controle ambiental e reduz a chance de a seleção 
não ser eficaz, pois, ao controlar o ambiente, há seleção apenas do genótipo; 
• Seleção de linhagens puras: outro benefício em relação ao método é que as linhagens 
selecionadas já são linhas puras; desta forma, podem ser comercializadas como 
cultivares estáveis. 
Entretanto, como desvantagens do método pode-se citar: 
• Método pouco promissor; 
• Alto custo 
• Tempo e mão-de-obra maior em relação à seleção massal; 
• Hoje em dia, novas variedades não constituem populações favoráveispara a seleção. 
 
 
Referências Bibliográficas 
BORÉM, A.; MIRANDA, G. V. Melhoramento de plantas. 6. ed. Viçosa, MG: Editora UFV, 2013. 
523 p. 
BUENO, L. C. S. Melhoramento genético de plantas. Princípios e procedimentos. Lavras: 
UFLA, 2006. 319 p. 
PINTO, R. J. B. Introdução ao Melhoramento Genético de Plantas. 2. ed. Maringá, PR: 
Eduem, 2009. 351 p.

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