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MONITORIA DE ANATOMIA TOPOGRÁFICA VETERINÁRIA MONITORIA DE ANATOMIA TOPOGRÁFICA VETERINÁRIA SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Katiane Carvalho Colombo ░ Consiste em: Ovários e tubas uterinas (ovidutos) bilaterais Útero (normalmente bicórneo) Cérvix Vagina Vestíbulo Vulva Glândulas associadas ░ Ele está vinculado à produção e transporte de óvulos, ao transporte dos espermatozoides, à fertilização e à acomodação do feto até o nascimento. ░ A forma de reprodução nas espécies mamíferas vivíparas está relacionada com a morfologia e estrutura interna dos órgãos genitais da fêmea. Estes órgãos não só produzem as células germinativas femininas, os óvulos, mas também protegem e nutrem o embrião que se desenvolve após a fertilização do óvulo. Este período de “incubação” ou gestação do embrião vai até o estágio de desenvolvimento em que ocorre a maturação e expulsão do embrião pela mãe e continuação do desenvolvimento e crescimento no meio onde seus pais vivem. ░ Aspectos gerais da reprodução: Animais que nunca emprenharam chamamos de NULÍPAROS. UNÍTECOS são aqueles que usualmente geram um filhote por prenhez (ruminantes e equinos), enquanto animais POLÍTECOS são aqueles que geram muitos filhotes por gestação (suínos e carnívoros). Os sinais femininos da puberdade começam com alterações rítmicas, as quais são controladas por hormônios e constitui o ciclo estral ou ciclo sexual. O cio (estro) é a principal manifestação do ciclo estral nas fêmeas. Ocorrem modificações do temperamento e comportamento, onde ocorre aceitação do macho e o trato genital está em condições ótimas para a concepção. Em animais poliéstricos assim como os suínos, ruminantes, felinos e equinos, o estro ocorre muitas vezes por ano. Os equinos, felinos e ovinos são poliéstricos estacionais, ou seja, apresentam muitos cios durante uma estação e os bovinos e suínos poliéstricos anuais (muitos cios durante o ano todo). As cadelas são monoéstricas, apresentam ao redor de um cio por ano. ░ Organização geral dos órgãos genitais femininos: Os órgãos genitais femininos podem ser divididos funcional e morfologicamente em: ovários, localizados na cavidade abdominal. órgãos tubulares que vão do ovário até a pelve e exterior. Os órgãos tubulares consistem de: Tubas uterinas Útero Órgãos copulatórios. ▶ O último é subdividido em: ① Vagina ② Vestíbulo ③ Vulva ░ Os ovários são as glândulas reprodutivas (gônada sexual feminina) que produzem as células germinativas femininas, os óvulos, e são homólogos ao testículo no macho. ░ Após o óvulo ser liberado dos ovários eles entram nas tubas uterinas onde amadurecem e sob circunstâncias favoráveis são fertilizados. Após a fertilização ter ocorrido, o embrião é levado das tubas para o útero que protege e nutre este por um período de tempo característico de cada espécie. ░ O útero é altamente adaptável a alterações como as que ocorrem durante a gestação. ░ A membrana mucosa do útero é especialmente importante sendo capaz de modificações estruturais. Ela forma a porção maternal da placenta, a qual com as membranas fetais formam um meio de contato e de trocas fisiológicas entre o embrião e a mãe. ░ Pela placenta, nutrientes fluem para o feto e restos do metabolismo são removidos através desta. ░ O cérvix, conduto bem fechado durante a prenhez, conecta o útero com a vagina, a qual junto com o vestíbulo e vulva formam a passagem direta do útero para o exterior. ░ Os dois lábios da vulva formam o final caudal do trato genital feminino. ░ Os ovários, útero e cérvix são inseridos na cavidade abdominal e parede pélvica pelo ligamento largo. ░ Os ovários são estruturas pares. ░ Os ovários, ao contrário dos testículos, permanecem dentro da cavidade abdominal e desempenham tanto funções endócrinas como exócrinas: Secreção de hormônios (estrógenos e progesterona) Liberação do óvulo ░ Aspecto dos ovários: São grandes e apresentam forma de feijão. Na égua tem o tamanho de uma noz. ░ A forma do ovário está diretamente relacionada com o estágio do ciclo reprodutivo e com o número de filhotes por gestação. ░ Localização dos ovários: Nos equinos e carnívoros localiza-se na região sublombar, caudal aos rins. No caso dos ruminantes e suínos ficam na entrada pélvica. O ovário esquerdo é mais caudal, com exceção dos suínos onde os dois ovários estão no mesmo plano. ░ Apresenta 2 faces, 2 bordas, 2 extremidades e 2 ligamentos. ░ Estrutura dos ovários: Córtex ou zona parenquimatosa ⇒ zona externa do ovário. É a camada germinativa, composta de folículos e corpos lúteos em vários estágios de desenvolvimento. Medula ou zona vascular ⇒ área central do ovário. Contém vasos sanguíneos, nervos, linfáticos, fibras musculares lisas e de tecido conjuntivo. ░ No equino ocorre inversão dos constituintes das camadas dos ovários, ficando a camada germinativa no centro (córtex) e o tecido conjuntivo na periferia (medula). ░ Bordas dos ovários: Borda livre ⇒ mais ou menos arredondada, na égua apresenta a fossa de ovulação que é o local onde ocorre à ovulação (ruptura do folículo) nesta espécie, nas demais ocorre por todo o ovário. Borda de inserção ou mesovárica ⇒ borda que está fixa no ligamento mesovário. ░ Extremidades dos ovários: Extremidade tubária ⇒ mais cranial, está associada a tuba uterina. Extremidade uterina ⇒ mais caudal, está conectada pelo ligamento próprio do ovário no corno uterino ipsilateral. ░ Faces dos ovários: As faces do ovário entre a borda livre e a de inserção são denominadas de LATERAL E MEDIAL, embora elas nem sempre reflitam estas direções no animal em vivo. São de superfície lisa, sendo que a face lateral é a que está em contato com a tuba uterina. ░ Ligamentos dos ovários: Mesovário ⇒ parte cranial do ligamento largo que é uma prega peritoneal larga que suspende o trato genital feminino. Neste local, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos vão para o ovário entrando neste através do hilo. O mesovário prende o ovário na região sublombar. Ligamento próprio do ovário ⇒ fixa o ovário nos cornos uterinos. ░ Suprimento sanguíneo dos ovários: É derivado da artéria ovárica, um ramo da aorta. A veia ovariana leva o sangue para a veia cava caudal (do lado direito) ou na veia renal esquerda. Os vasos linfáticos chegam nos linfonodos lombares A inervação provém dos plexos renal e aórtico-abdominal. ░ Ou ovidutos. ░ São estruturas tortuosas bilaterais que se estendem da região do ovário para os cornos uterinos e transportam óvulos e espermatozoides. ░ A segunda divisão da maturação do ovócito ocorre neste local. ░ São tubos convolutos pares onde ocorre usualmente a fertilização do óvulo pelo espermatozoide. ░ Apresenta 3 segmentos, 2 extremidades, dois orifícios e um ligamento. ░ Três segmentos da tuba uterina podem ser distinguidos: Infundíbulo ⇒ um grande orifício no formato de um funil Ampola ⇒ porção superior da tuba uterina, de parede delgada que se estende caudalmente do infundíbulo. A ampola é o local da fertilização. Os óvulos fertilizados são transportados da ampola para o útero por leves contrações musculares peristálticas e pelos cílios da tuba uterina, que batem no sentido do útero. A passagem dos espermatozoides para a ampola é explicada pelas contrações musculares das paredes uterinas e tubárias e pela motilidade própria dos espermatozoides. Istmo ⇒ segmento muscular unido ao útero. ░ Duas extremidades da tuba uterina podem ser distinguidas: Extremidade ovariana ⇒ está em relação direta com o ovário. Neste local encontramos uma dilatação em forma de funil denominada de INFUNDÍBULO. No centro deste está situada uma pequena abertura chamada de ÓSTIO ABDOMINAL DA TUBA que representa uma comunicação do peritôniocom o meio exterior (só ocorre com a fêmea). O infundíbulo se continua em direção aos cornos uterinos por uma porção tubular mais dilatada que é a AMPOLA e termina por uma porção mais estreita, o ISTMO, no óstio uterino da tuba. A fecundação do óvulo se dá na ampola da tuba uterina. A margem livre do infundíbulo é formada por pregas irregulares que estão permanentemente inseridas no ovário denominadas de FÍMBRIAS. Estas pregas facilitam a captação do óvulo. Extremidade uterina ⇒ relaciona-se com o útero. Neste local encontramos o óstio uterino da tuba que é um orifício diminuto que liga a tuba com os cornos uterinos. ░ Ligamento das tubas uterinas: Mesossalpinge ⇒ prega peritoneal que envolve a tuba uterina e surge da superfície lateral do mesovário. ░ Irrigação, drenagem e inervação das tubas uterinas: Semelhante ao ovário. ░ É um órgão músculo membranoso bastante desenvolvido colocado na sua maior parte dentro da cavidade abdominal. ░ O útero dos mamíferos domésticos varia em forma e na sua organização interna de acordo com a espécie. ░ Controlado por hormônios, este recebe o óvulo fertilizado facilitando sua implantação e a nutrição do embrião até o nascimento. ░ No final da gestação expele o feto através do canal do nascimento por contração muscular. ░ O Útero é o local de implantação do embrião. ░ O útero consiste de: Cérvix ou colo uterino É a porção mais caudal do útero, conectando este com a vagina. É uma estrutura cilíndrica com a parede grossa e firme consistindo de músculo liso e tecido fibroso denso e tem a função de esfíncter do útero. O lúmen do cérvix, o canal cervical é estreito e se estende do óstio uterino interno para o óstio uterino externo conectando o lúmen do corpo uterino com a vagina. A musculatura do colo uterino, as pregas mucosas firmes e a secreção mucóide clara tornam o canal cervical impassável em seu estado normal fechado. Este canal é aberto somente durante o cio e gestação, por um curto período. A extrema dilatação deste canal durante o parto é um complexo neuro-hormonal controlado devido à somente em parte à expansão dos fetos. O canal da cérvix na égua é destituído de anéis encontrados em outras espécies domésticas. Nos ruminantes é constituído de anéis ou PREGAS CERVICAIS (3 na vaca, 5 na ovelha). Os suínos apresentam internamente os PULVINOS CERVICAIS. Corpo É um tubo muscular simples de comprimento variável cranial ao cérvix. Situa-se entre os cornos uterinos e o colo uterino. Dois cornos uterinos Se estendem para os ovários conectando-se com as tubas uterinas. São tubos musculares que divergem da porção cranial do corpo uterino. São levemente curvos na égua. ░ O útero da égua, assim como dos carnívoros apresenta forma de um Y, sendo que os ovários, tubas uterinas e cornos uterinos formam cada uma das extremidades do Y, seguidos pelo corpo do útero, cérvix, vagina e vulva. ░ Ele sofre uma sequência definida de alterações durante o ciclo estral e reprodutivo. ░ Posição e inserção do útero: A maior parte do útero está localizado na cavidade abdominal, estando somente o colo na cavidade pélvica. O corpo e os cornos uterinos são suspensos pelo ligamento largo direito e esquerdo. Eles chegam da parede dorsolateral da cavidade pélvica e do teto da cavidade abdominal. A porção do ligamento largo que termina no corno e corpo uterino é denominada de MESOMÉTRIO. A borda do corno onde o mesométrio se insere é denominada de BORDA MESOMÉTRICA e a borda oposta de BORDA LIVRE. Particularidades da égua ⇒ Os cornos uterinos são encurvados, com a convexidade dorsal e dirigem-se dorsal e lateralmente. ░ Irrigação sanguínea do útero: As principais artérias são a uterina, ausente nos carnívoros (ramo da ilíaca externa nos equinos e ilíaca interna nas demais espécies), ramo uterino da útero-ovárica, que apresenta um trajeto tortuoso no ligamento largo e um ramo uterino da artéria vaginal que irriga a porção posterior do útero. O ramo uterino da artéria útero-ovárica se anastomosa com a artéria uterina. As veias formam plexos pampiniformes e acompanham as artérias. Os vasos linfáticos chegam aos linfonodos ilíacos internos no linfo centro lombar e a inervação é feita por ramos dos plexos renal e aórtico-abdominal. ░ Camadas do útero: Mucosa ou endométrio Camada interna que sofre modificações no ciclo estral. Muscular ou miométrio Camada média que constitui a maior parte da parede uterina. Serosa ou perimétrio Camada externa representada pelo peritônio. ░ Tipos de útero e vagina: Vagina e útero duplex ⇒ ocorre nos mamíferos primitivos como monotremos e marsupiais. Vagina simples e útero duplo ⇒ útero com dois cérvix, ocorre no coelho. Útero bicornuado ⇒ mamíferos domésticos. Útero simples ⇒ encontrado nos primatas. ░ É um tubo muscular que se estende do colo (cérvix) ao vestíbulo. ░ A vagina, juntamente com o vestíbulo e a vulva constitui o órgão copulatório da fêmea, recebendo o pênis durante a cópula e nos ruminantes é o receptor do fluído seminal. ░ Na égua, cadela e na porca, o sêmen é usualmente depositado no canal cervical ou diretamente dentro do útero. ░ É um tubo de paredes relativamente finas que se estende longitudinalmente no interior da cavidade pélvica e relacionando- se dorsalmente com o reto e ventralmente com a bexiga e uretra. ░ A maior parte desta é retroperitoneal, somente uma curta porção é coberta pelo peritônio. ░ A extremidade cranial da vagina é ocupada pela porção intravaginal do cérvix, ao redor da qual o lúmen vaginal forma um recesso anular conhecido como FÓRNIX VAGINAL. ░ A junção entre vagina e vestíbulo a qual conecta a vagina com o exterior, está ao nível do óstio uretral externo no assoalho do trato genital. ░ Nos animais domésticos, o hímen é pobremente desenvolvido e está representado na égua e na porca jovem por uma prega baixa anelar e nas outras espécies por poucas pregas transversas vaginovestibulares. ░ O vestíbulo é demarcado da parte caudal da vagina por uma prega rudimentar, o hímen. ░ A parede do vestíbulo contém os óstios da uretra, as glândulas vestibulares maiores e menores. Glândulas vestibulares menores ⇒ são uma fileira de glândulas simples com ductos separados presentes nos equinos, ovinos, suínos e caninos nas paredes laterais e ou ventral Abrem-se ao longo do assoalho ou lados do vestíbulo. Durante o coito essas glândulas são comprimidas e secretam um muco, que serve para lubrificar o vestíbulo da vagina. O muco secretado por essas glândulas lubrifica o vestíbulo na preparação para a cópula e durante a passagem do feto no nascimento. Grandes quantidades de muco são secretadas durante o estro. Este muco contém substâncias odoríferas que atraem o macho. ░ O clitóris está localizado na região caudal extrema do vestíbulo. ░ Estende-se desde o óstio uretral externo até o lábio da vulva. ░ O vestíbulo é coberto por uma membrana mucosa mais ou menos avermelhada e contém glândulas produtoras de muco de tamanho e número variáveis. ░ A vulva é a porção terminal e somente a única parte realmente externa do trato genital feminino ░ A vulva é formada pelos lábios externos que são cobertos por pele ricamente suprida de glândulas. ░ Esta consiste de: Lábios direito e esquerdo Se encontram dorsalmente na COMISSURA DORSAL e ventralmente na COMISSURA VENTRAL. Entre os lábios está a abertura vulvar ou RIMA DO PUDENDO a qual leva para dentro do vestíbulo. A comissura ventral da vulva é alguma coisa pendulosa e sempre ventral e caudal ao arco isquiático. Nesse local encontramos o CLITÓRIS que é homólogo ao pênis no macho, localizado ventralmente e lateralmente. A inserção dessa estrutura é muito similar àquela do pênis, a principal diferença é que a uretra nãofaz parte do clitóris e no macho a uretra é incorporada ao pênis. O clitóris é um corpo erétil de mesma origem embrionária do macho, sendo formado por nervos sensitivos. ░ Entre a comissura dorsal e o ânus encontramos uma ponte cutânea a qual pode ocasionalmente ser rompida durante o nascimento, quando o feto é grande ou mal posicionado. Profundamente a essa ponte existe uma massa de músculo e tecido conjuntivo sem bordas laterais definidas conhecida como CORPO PERINEAL. O PERÍNEO na fêmea é o tecido que envolve o reto e a vagina e cobre a entrada pélvica. ░ Relação da Metrorragia à menstruação da fêmea humana: A menstruação nas fêmeas humanas é um fenômeno inteiramente diferente do sangramento uterino observado nas espécies bovina e canina. A hemorragia uterina na vaca e na cadela ocorre durante uma fase regenerativa do endométrio no estro, quando níveis relativamente altos de estrogênio estão presentes. A fase regenerativa continua após a ovulação sob o estímulo da progesterona, que prepara o útero para a gestação. A menstruação, por outro lado, ocorre durante uma fase degenerativa do endométrio, precipitada pela retirada dos estrogênios e, mais importante, da progesterona após a involução do corpo lúteo. ░ É o órgão formado pela justaposição do tecido materno e fetal. ░ Não há mistura entre os dois sangues. ░ Sua função é a troca de nutrientes e oxigênio da mãe para o feto e a eliminação de resíduos do feto para a mãe. ░ A porção fetal está constituída de três camadas: Endotélio fetal Tecido conjuntivo Epitélio coriônico ░ A porção materna consiste de três camadas do endométrio: Epitélio materno Tecido conjuntivo Endotélio materno ░ Conforme o número de camadas, a placenta dos mamíferos domésticos pode ser classificada em: Epiteliocorial ⇒ apresenta todas as seis camadas, visto em equinos, suínos e ruminantes (na ovelha é considerada do tipo SINEPITELIOCORIAL porque em alguns pontos o epitélio materno é perdido). Adeciduada ⇒ os componentes maternos não são perdidos durante o parto (equinos e suínos) – não há perda de sangue. Parcialmente deciduada ⇒ parte do endométrio é perdido (ruminantes). Endoteliocorial ⇒ encontrada nos carnívoros. O epitélio materno e o tecido conjuntivo são perdidos, o endotélio materno está em contato direto com o epitélio coriônico. Deciduada ⇒ quando o endométrio materno é perdido durante o parto, acontece nos carnívoros. ░ Quanto à forma a placenta pode ser classificada em: Placenta difusa ⇒Uma grande área de justaposição dos tecidos materno e fetal. Acontece em equinos e suínos. Placenta cotiledonária (placentomatosa) ⇒ a placenta é formada por várias unidades placentárias distintas, os PLACENTOMAS, os quais são constituídos de uma porção materna que são projeções do endométrio e já preexistentes na fêmea, a CARÚNCULA UTERINA e uma porção fetal que se desenvolve em contato com a anterior, o COTILÉDONE FETAL. A união dos dois forma o placentoma. Típica de ruminantes. Placenta zonaria ⇒ encontrada em carnívoros, a placenta é uma faixa larga ao redor da circunferência transversal ao redor dos envoltórios fetais. ░ Diferenças existentes no sistema reprodutor de cada espécie: Ruminantes Ovário de forma arredondado e relativamente pequeno. Nos pequenos ruminantes é esférico e levemente flácidos. Forma de amêndoa. Na vaca o ovário esquerdo é menor que o direito. Apresentam relevos variáveis resultantes da presença de folículos e corpos lúteos que se encontram proeminentes em sua superfície. Útero com cornos direcionados lateral e ventralmente, tendo uma torção levemente espiral. Entre os cornos existem duas lâminas conjuntivo- musculares transversais que constituem o LIGAMENTO INTERCORNUAL. No interior dos cornos uterinos vamos encontrar projeções denominadas de CARÚNCULAS UTERINAS. As CARÚNCULAS UTERINAS unidas aos COTILÉDONES FETAIS formam o placentoma. O colo uterino é todo pregueado e de forma contorcida. O vestíbulo da vaca e ocasionalmente da ovelha apresenta as glândulas vestibulares maiores que são duas massas glandulares compactas, uma em cada parede lateral com ductos excretórios simples. Suínos Cornos uterinos mais longos (1-1,5 m) e flexuosos com parede grossa, lembrando nos animais vivos alças intestinais. Presença de numerosos folículos e corpos lúteos no ovário torna sua superfície irregular e lhe dá o aspecto de uma framboesa. O colo uterino é longo e não se projeta no interior da vagina, não há fórnix. O colo apresenta saliências (PULVINOS CERVICAIS) e depressões que se encaixam. Quando o colo está fechado, estas proeminências se interdigitam e ocluem o canal. O pênis do macho em forma de saca-rolha se encaixa perfeitamente na estrutura do cérvix. Apresenta também glândulas vestibulares maiores. No assoalho do vestíbulo da porca e da vaca está a entrada para o DIVERTÍCULO SUBURETRAL que é uma bolsa ventral cega para o óstio uretral externo. Carnívoros Ovários ovais e de superfície lisa e nodular que estão localizados profundamente a bolsa ovárica. Sua situação é similar à da égua, na região sublombar caudal aos rins. Esta bolsa é formada lateralmente pela mesossalpinge e medialmente pelo ligamento próprio do ovário, mesovário e ovário. Na cadela forma uma bolsa muito profunda, dentro da qual o ovário se projeta da parede medial, e as fímbrias da tuba uterina podem ser vistas na entrada estreita da bolsa. Na gata, os ovários são parcialmente encobertos pela bolsa ovariana. Além dos ligamentos próprios do ovário o mesovário apresenta o ligamento suspensor do ovário que fixa o ovário cranialmente no diafragma na região da última costela. É uma prega peritoneal com borda espessa derivada da prega que conecta o mesonefro com o diafragma do embrião. A mesossalpinge das cadelas bem nutridas contém muita gordura, a qual envolve o ovário quase completamente. Devido à gordura a mesossalpinge é grande e pendulosa, inclinando-se do teto da cavidade abdominal até a porção cranial do corno uterino. Cornos uterinos são completamente retilíneos. O óstio uretral externo se abre numa projeção denominada de TUBÉRCULO URETRAL, que marca a divisão entre vagina e vestíbulo na cadela. Este se localiza em média a 5 cm da comissura ventral. Os bulbos vestibulares são plexos venosos organizados nas paredes do vestíbulo da égua e da cadela. Durante a cópula, os bulbos vestibulares eretos da cadela pressionam contra o pênis caudal aos bulbos eretos da glande. ░ Vascularização do sistema reprodutor feminino: Artéria ovárica (artéria útero-ovárica) ⇒ tem origem na aorta semelhante a testicular no macho. Penetra entre as duas lâminas do ligamento largo, alcançando o ovário depois de um trajeto flexuoso. Esta artéria dá origem a um ramo tubário, destinado a tuba uterina, e a outro ramo uterino que sofre anastomose com outra artéria no útero. Artéria uterina (uterina média) ⇒ Na égua emerge da origem da ilíaca externa. Depois de um trajeto entre as duas lâminas do ligamento largo, divide-se próximo ao útero em ramos cranial e caudal. Os craniais se anastomosam com os ramos uterinos da ovárica e os caudais vão se ramificar com ramos da vaginal. Nos ruminantes e suínos deriva-se do ramo visceral da ilíaca interna por intermédio da artéria umbilical. Esta é especialmente proeminente nas vacas prenhas e é palpada via retal no diagnóstico de gestação. Está ausente nos carnívoros. Ramo uterino da artéria vaginal ⇒ Provem na égua e nos carnívoros da pudendo interna e nos ruminantes e suínos diretamente da ilíaca interna. A vaginal se distribui na porção média da vagina, ao útero onde anastomosa-se com ramos da artéria uterina. ░ Aspectos clínicos: Palpação dos ovários via retal ⇒ com finalidade de determinarestágios do ciclo estral e condições ovarianas na égua e na vaca. Diagnóstico de gestação em grandes animais ⇒ palpação retal do aparelho reprodutivo. Erros comuns ⇒ palpação de bexiga e rúmen. A presença de placentoma e do frêmito da artéria uterina na palpação retal do útero na vaca são característicos de prenhez. Cateterização uretral ⇒ dificultada na vaca e porca pela presença do divertículo suburetral e na cadela pelo tubérculo uretral. Ligamento suspensório do ovário ⇒ dificulta a exposição do ovário no local de incisão. Tempo de gestação nas fêmeas de cada espécie Espécie Dias Meses Bovinos 270 - 290 9 Equinos 298 - 317 10 Caprinos 145 - 151 5 Ovinos 144 - 152 5 Suínos 112 - 115 3 meses, 3 semanas e 3 dias Caninos 56 - 59 2 Felinos 64 - 68 2 Monitoria de Anatomia Topográfica Veterinária Sistema Reprodutor Feminino Monitoria de Anatomia Topográfica Veterinária
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