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29 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris O sistema genital feminino é composto pelos ovários, pelas tubas uterinas, pelo útero, pela vagina, pelo vestíbulo vaginal e pela vulva. Sendo que os dois últimos órgãos fazem parte tanto do sistema genital feminino quanto do sistema urinário, constituindo o sistema urogenital. Os ovários são as glândulas sexuais das fêmeas. Eles possuem duas funções: uma função endócrina e outra função exócrina. Dessa forma, a parte exócrina dos ovários é responsável pela produção dos gametas femininos, os ovócitos II; e a parte endócrina dos ovários é responsável pela produção de hormônios sexuais (estrógeno e progesterona). Os ovários têm a morfologia diferente de acordo com a espécie de animal doméstico. Sendo assim, nas éguas eles possuem o formato de grão de feijão; no caso das carnívoras, eles são esféricos; já as porcas possuem os ovários lobulados, semelhantes a um “cacho de uva”; e por fim, as ruminantes possuem os ovários com formato ovoide. Equinos Carnívoras. Suínos. Bovinos. Os ovários, nos animais domésticos, ficam localizados no teto da cavidade abdominal, cranioventralmente às asas do ílio, na altura da 3ª e da 4ª vértebra lombar, entrando em contato com a extremidade caudal do rim e das alças intestinais. Porém, a situação dos ovários varia de acordo com as espécies de animais domésticos: os ovários ficam na região sublombar, caudalmente aos rins. Sistema Genital Feminino 30 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris os ovários ficam próximos a entrada da cavidade pélvica. os ovários ficam próximos a entrada da cavidade pélvica. os ovários ficam na região sublombar, próximos aos rins. Os ovários são divididos em: duas bordas, a mesovárica e a livre; e, em duas extremidades, a tubárica e a uterina. fica em contato com o ligamento mesovárico, que fixa os ovários na cavidade abdominal. não há nenhum ligamento relacionado a essa borda. extremidade do ovário voltada para a tuba uterina. é a extremidade oposta a extremidade tubárica. Os ovários são fixados a cavidade abdominal através de dois ligamentos: suspende o trato genital feminino na região sublombar. Além disso, é através desse ligamento que penetram vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. No caso das éguas e das cadelas, esse ligamento fixa os ovários na região sublombar. E no caso das porcas e das ruminantes, ele fixa os ovários na borda lateral do ílio. fixa a extremidade uterina até a extremidade do ovário na região dos cornos uterinos. 31 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris Os ovários são compostos pelas seguintes camadas: camada mais externa. camada esbranquiçada e fibrosa. é a parte funcional dos ovários. Ela é subdividida em zona parenquimatosa e em zona vascular. A zona parenquimatosa é mais superficial, onde estão presentes os folículos. Já a zona vascular é a região mais interna do ovário, onde ocorre a chegada dos vasos. A bolsa ovárica é uma “dobra” do ligamento largo do útero, que fica recobrindo os ovários. Dessa forma, ela tem a função de proteger esses órgãos. No caso das cadelas, os ovários sempre se encontram dentro da bolsa ovárica. Já nas outras espécies, eles podem se encontrar dentro ou fora da bolsa. As tubas uterinas são túbulos membranosos estreitos, sem grande capacidade de dilatação. Elas são responsáveis por conduzir os óvulos do ovário para o útero. As tubas uterinas são divididas em duas extremidades: a extremidade uterina, onde se localiza o óstio uterino da tuba, conectando a tuba com o útero; e a extremidade ovariana, que se subdivide em: fímbrias, infundíbulo, ampola e istmo. é a extremidade do infundíbulo, possui cílios que auxiliam na captação do ovócito. tem forma de funil, e é o responsável por captar o ovócito. é a parte mais dilatada da tuba uterina, onde ocorre a fecundação. é o estreitamento da tuba uterina. As tubas uterinas são compostas pelas seguintes camadas: no caso das éguas, a zona parenquimatosa e a zona vascular são invertidas, ou seja, a zona vascular é mais externa e a zona parenquimatosa é mais interna. Por esse motivo, nessa espécie há a chamada fossa ovulatória, local do ovário em que a zona parenquimatosa não fica encoberta pela zona vascular, possibilitando a ovocitação. 32 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris 33 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris é a camada mais externa. é a camada intermediária, composta por uma camada dupla de músculo liso. Devido a contração dessa camada, a tuba uterina promove a movimentação do ovócito. é a camada mais interna. A fixação das tubas uterinas é feita através de dois ligamentos principais: é a porção média do ligamento largo, que sustenta as tubas. lâmina de peritônio, que parte da cavidade abdominal e fixa os órgãos genitais. O útero é um órgão oco, com grande capacidade de dilatação que abriga o embrião e, posteriormente, o feto durante a gestação. Ele é divido em três partes: os cornos uterinos, o corpo e o colo, também chamado de cérvix. A sua forma é variável de acordo com a espécie de animal doméstico. É nos cornos uterinos que ocorre a gestação. Eles possuem uma forma aproximadamente cilíndrica, porém são assimétricos. Eles ficam situados na cavidade abdominal, entrando em contato com os intestinos ventralmente, e com o reto dorsalmente. Além disso, os cornos uterinos são divididos em duas extremidades: fica em contato com a tuba uterina. conflui para formar o corpo do útero. Os cornos uterinos ficam dispostos de forma diferente nas espécies de animais domésticos. os cornos uterinos nas éguas ficam dispostos em forma de “Y”, eles são levemente encurvados e possuem a extremidade voltada para a tuba uterina bastante arredondada. os cornos uterinos são espiralados e ficam voltados ventralmente. Além disso, os 34 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris ruminantes possuem o ligamento intercornual, que é uma prega da serosa que auxilia na sustentação dos cornos, aproximando os dois. os cornos uterinos das porcas são longos e espiralados, assemelham-se a disposição das alças intestinais. os cornos uterinos das cadelas e das gatas possui a disposição em “V”, e são totalmente divergentes. O corpo do útero possui o formato cilíndrico, e é ligeiramente aplanado dorsoventralmente. Ele fica caudal aos cornos, em direção ao teto da cavidade abdominal, dorsal a bexiga urinária. Dorsalmente, o corpo do útero se relaciona com o reto. E ventralmente, ele fica em contato com as alças intestinais e a bexiga. Além disso, o corpo do útero é dividido em duas extremidades: a cranial, que é a transição dos cornos; e a caudal, que fica em contato com a cérvix. O colo do útero, também chamado de cérvix, é um canal tubular e a extremidade caudal do útero. Além disso, a cérvix só se abre em duas ocasiões: no estro e no momento do parto. Nesses dois momentos, abre-se o canal cervical, que é a luz do colo, que fica localizada entre os dois óstios da cérvix. O colo do útero possui dois óstios: o óstio interno do útero, que conecta o colo com o corpo do útero; e o óstio externo do útero, que conecta a cérvix com a vagina. 35 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris Além disso, existem algumas diferenças na conformação do colo do útero entre as espécies. possuem a cérvix espiralada para que haja o encaixe com o pênis helicoidal dos machos. Além disso, a cérvix é longa e firma ao toque com as extremidades mal definidas, especialmente a vaginal. possuem a cérvix bem desenvolvida, em forma de roseta, com três ou quatroanéis. possuem a cérvix retilínea. A fixação do útero é feita através de um ligamento principal: é uma lâmina de peritônio, que fixa os cornos, o corpo e o colo ao teto da cavidade abdominal. Além disso, esse ligamento conduz outros ligamentos, que se ligam nele. Nas éguas e nas carnívoras, a fixação é mais cranial. Já nas ruminantes e nas porcas a fixação é mais caudal. O útero é formado pelas seguintes camadas: forma o ligamento largo do útero. camada muito resistente, possui fibras musculares em várias direções, o que lhe proporciona grande capacidade de distensão. Além disso, seu espessamento forma a cérvix. No caso das ruminantes, forma anéis e no caso das porcas, é espiralada. possui glândulas, e nos cornos e no corpo é pregueada, para acompanhar a distenção da túnica muscular. 36 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris 37 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris A vagina é um órgão tubular e é o órgão copulador feminino. Sendo assim, além dessa função, a vagina é responsável pela receptação de sêmen, pela secreção de muco e pela passagem do feto durante o parto. Ela possui duas extremidades: a extremidade cranial, que entra em contato com o colo uterino, aonde se encontra o fórnix vaginal (fundo de saco cego); e a extremidade caudal, que é a comunicação com o vestíbulo vaginal. A vagina entra em contato ventralmente com a bexiga e com o assoalho da cavidade pélvica, dorsalmente, entra em contato com o reto, cranialmente se encontra o colo do útero e caudalmente fica o vestíbulo vaginal. A vagina é formada pelas seguintes camadas: camada mais externa. é pregueada e forma o hímen. Além disso, nas cadelas há o bulbo vaginal, que auxilia no momento da cópula. O vestíbulo é a parte terminal do trato genital feminino. Ele desempenha função copulatória e urinária, por isso faz parte do sistema urogenital. Além disso, no vestíbulo vaginal há o óstio externo da uretra, que é a abertura da uretra na comissura labial ventral da vulva. O vestíbulo vaginal entra em contato dorsalmente com o reto, ventralmente com o assoalho da cavidade pélvica, cranialmente com a vagina e caudalmente com a vulva. no caso das ruminantes, a mucosa uterina possui as carúnculas uterinas, que são projeções ovaladas da mucosa, que fazem trocas entre a mãe e o feto nos cornos e no corpo do útero. Sendo assim, a placenta se fixa ao útero através dessas carúnculas. No caso das vacas, elas são convexas e porosas. Já no caso das cabras e das ovelhas, elas são côncavas. é uma prega transversal da mucosa entre a vagina e o vestíbulo vaginal. Fica cranialmente ao óstio externo da uretra. É bem evidente em éguas e porcas. Além disso, ele indica o limite entre a vagina e o vestíbulo em animais que ainda não foram cobertos, uma vez que animais que já tiveram um parto, perdem o hímen. 38 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris A vulva é formada por dois lábios. Dessa forma, existe a fenda vulvar, que é o espaço entre os lábios vulvares. E, além disso, há a comissura vulvar dorsal e ventral, que é a junção dos lábios. Nessa região, ainda, localiza-se o clitóris que é composto por tecido erétil, semelhante ao copo cavernoso do pênis, localizado na comissura ventral da vulva. A vulva e o vestíbulo são formados pelas seguintes camadas: pregueada, para acompanhar a dilatação no momento do parto, e glandular para lubrificação. é uma pele modificada, pigmentada ou não e com pelos ventralmente. São glândulas sudoríparas, modificadas, tubuloalveolares e compostas. A situação das glândulas mamárias varia de acordo com a espécie de animal doméstico. ficam em uma posição inguinal, também são chamadas de úberes. ficam em uma posição inguinal, com as metades direita e esquerda separadas por um septo. Também, são chamadas de úberes. são divididas em torácicas, abdominais e inguinais, uma vez que se distribuem por toda a região ventral do corpo. Além disso, o número de glândulas mamárias é variável de acordo com a espécie de animal doméstico: 2. 4. 10. 10 a 12. 2. localizado no assoalho do vestíbulo, é uma bolsa ventral cega para o orifício uretral externo. 39 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris As glândulas mamarias são divindades em: corpo e papila ou teto. a estrutura interna é formada por várias porções: onde estão presentes os alvéolos, nos quais são produzidos o leite. possui os ductos lactíferos, que se ramificam e se distribuem pelo parênquima. Além disso, possui duas cisternas: a cisterna da glândula, que armazena o leite; e a cisterna do teto, que é o espaço para onde o leite é drenado, no momento da ordenha ou de sucção. possui o ducto papilar, que é canal do teto. E, além disso, possui o esfíncter da papila, o músculo responsável por fechar o canal do teto, para que o leite não fique caindo a todo momento. O parênquima glandular das glândulas mamárias contém as unidades de secreção láctea. Além disso, ele é formado por alvéolos, todos unidos e recobertos por epitélio. Ainda existem os ductos que são as convergências dos alvéolos para a condução do leite. As glândulas mamárias são fixadas através de dois ligamentos: composto por tecido elástico e tecido fibroso, fica inserido no púbis. Esse ligamento absorve os impactos da locomoção, e sofre relaxamento com o avançar da idade e com a contínua produção de leite. fixa o úbere às paredes laterais abdominal e pélvica. Além disso, as glândulas mamárias são bem irrigadas através das veias, entre as quais as mais 40 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris importantes são: a veia epigástrica cranial superficial, conhecida como veia do leite; a veia pudenda externa e a veia perineal ventral. 41 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris Equinos. Vacas. 42 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris Suínos. Caninos.
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