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TEORIA GERAL DO PROCESSO U1- NOÇÕES TEÓRICAS BÁSICAS DO PROCESSO Seção 03 ÉTTORE DE LIMA Formas alternativas de resolução de conflitos • Não há proibição às formas alternativas de solução de conflitos, mas, sim um cenário de coexistência dos meios alternativos de solução de conflitos com o Poder Judiciário. CONCEITUAÇÃO: mecanismos de resolução de conflitos que não se valem das normas do ‘direito processual civil’, mas de outras, inclusive de natureza contratual, para atingir o mesmo objetivo. Estrutura dos mecanismos de solução de conflitos 1) Autotutela. 2) Autocomposição: negociação; reconhecimento jurídico do pedido; renúncia do direito que se fundamenta a ação. TÉCNICAS: negociação; mediação; conciliação e avaliação neutra de um terceiro. 3) Heterocomposição: heterocomposição pública (judiciário - processo) e heterocomposição privada (arbitragem). ARBITRAGEM 1) Arbitragem: técnica de solução de conflitos expressamente autorizada pelo ordenamento jurídico brasileiro, em que uma terceira pessoa (que não o Estado-juiz) tem o poder/dever de solucionar o conflito instaurado entre partes que se predispuseram a se submeter a tal forma de solução. É, portanto, delegada a solução do litígio a árbitros que decidirão soberanamente o destino que será dado ao conflito. Lei n.º 9.307/96. * Somente para patrimônios disponíveis, mediante convenção de arbitragem. Formas alternativas de resolução de conflitos 2) Conciliação: o grau de participação do conciliador é maior, podendo inclusive sugerir soluções, pois o mediador participa com menor intensidade da construção do acordo, enquanto o conciliador poderá sugerir soluções para o conflito, participando mais ativamente da obtenção do consenso junto às partes do que na mediação. Formas alternativas de resolução de conflitos 3) Mediação: Na mediação, como na conciliação, o poder de decidir o conflito (por meio do acordo) pertence exclusivamente às partes e não ao terceiro. Mas, o mediador não sugestiona as possíveis soluções. Diferenças entre mediação e conciliação: 1) O grau de intervenção do terceiro, que será então denominado, dependendo do caso, mediador ou conciliador → o objeto do mediador é fazer com que cada uma das partes compreenda a situação e as razões da outra, facilitando a comunicação. Por sua vez, o conciliador busca o acordo das partes com participação mais intensa. 2) A mediação se dá preferencialmente nos casos em que houver vínculo de relação continuada anterior entre as partes, na conciliação, de preferência, tal vínculo anterior não estará presente. Isso é o que preceitua o art. 165, §§ 2º e 3º, do Código de Processo Civil. Diferenças entre mediação e conciliação: Cooperação entre as partes e os órgãos jurisdicionais • Art. 5º, CPC: Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. • Art. 6º, CPC: Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. O princípio da cooperação processual foi originariamente concebido no direito europeu, principalmente alemão e português, e para alguns trata-se de uma evolução do princípio do contraditório. Por meio desse princípio busca-se, dentro do aspecto de um neoprocessualismo, que haja cooperação entre os integrantes da relação jurídica processual a fim de que se obtenha uma melhor solução da lide, uma solução efetiva. Está expressamente previsto no NCPC no atual art. 5º e 6º (LUCIANO, Marcelo. Efetividade da tutela jurisdicional, cooperação processual e o novo modelo de processo civil. 2015. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/39423/efetividade-da-tutela-jurisdicional-cooperacao- processual-e-o-novo-modelo-de-processo-civil.) . Relações jurídicas Quando pensamos no número infinito de relações jurídicas que ocorrem diariamente em determinada sociedade, podemos chegar a uma necessária conclusão: apenas uma parte muito pequena chega efetivamente às portas do Judiciário. ❑ O que são as relações jurídicas? Definições • Direito material: conjunto de normas que “criam, definem e regulam as relações jurídicas e as situações dos bens jurídicos”. • Direito processual: conjunto de normas que regulam “a forma de se revolver a lide por meio da atuação do poder jurisdicional”. O Direito Processual Direito material: normas que definem modelos de fatos capazes de criar direitos, obrigações ou situações jurídicas novas na vida comum de pessoas, além de estabelecer consequências específicas na ocorrência desses fatos. Direito Processual: critérios para a revelação da norma substancial concreta emergente dos fatos concretos, com vista à efetivação prática das soluções ditadas pelo direito material. Aplicação da norma processual no tempo Vamos imaginar três situações distintas e o problema decorrente: 1) Processos findos durante a vigência da lei anterior; 2) Processos a serem iniciados na vigência da nova lei; 3) Processos em andamento quando da entrada em vigor da lei nova. Aplicação da norma processual no tempo ❑ Teoria do isolamento dos atos processuais. ➢ Art. 14 CPC; ➢ LINDB Problemas: 1) Constituição; 2)Extinção; 3)Efeitos. Aplicação da norma processual no espaço • Para normas nacionais: art. 13 CPC e Competências constitucionais. • Para normas internacionais: norma brasileira será aplicada (disposição do CPC, art. 13), exceto para o caso de tratados, convenções ou acordos internacionais em que o Brasil seja signatário. Interpretação da lei processual Interpretação da lei processual Interpretação da lei processual
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