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Documento Curricular Referencial de Mundo Novo

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Documento Curricular 
Referencial 
de 
Mundo Novo 
 
MUNDO NOVO 
2020 
 
ESTADO DA BAHIA 
 PREFEITURA MUNICIPAL DE MUNDO NOVO 
 SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA, DESPORTO E TURISMO 
 
José Adriano da Silva 
PREFEITO 
 
Cláudio Lima Sanfront 
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO, CULTURA, DESPORTO E TURISMO 
 
Rita de Cássia Miranda Almeida de Oliveira 
ARTICULADORA MUNICIPAL 
 
EQUIPE DE REVISÃO E SISTEMATIZAÇÃO 
Ana Lúcia Miranda dos Santos 
Rita de Cássia Miranda Almeida de Oliveira 
Sônia Maria de Santana 
Tassiane Mendes Ferreira 
Tatiane Macêdo Santos Macêdo 
Valdilene Carlos de Lima Neves 
 
COLABORADORES DE REVISÃO 
Ariane de Cássia Ribeiro dos Santos 
Cláudio Lima Sanfront 
Dayse Souza dos Santos Alves 
Emília Maria Andrade Leão 
Mara Rosa Moura dos Santos 
Paloma de Souza Ribeiro 
Vanuza Nunes Barreiros Alves 
 
COORDENADORES DE GEA’S 
 
Ana Lúcia Miranda dos Santos 
Ariane de Cássia Ribeiro dos Santos 
Cinthia Guimarães dos Santos 
Conceição Ribeiro Moreira 
Davi Araujo Alves 
Eliana Silva Pereira 
Emília Maria Andrade leão 
Givaldo dos Santos Carvalho 
Izabela Cerqueira da Silva 
Janileide Vasconcelos Perazzo 
Jarbas Clementino de Souza Júnior 
Leydja Nunes Vasconcelos 
Luzinete Cruz de Souza 
Maria Aparecida Mendes Rios 
Mariza Pereira G. da Cunha 
Moema Pereira Guimarães 
Naara Sousa Santos Barbosa 
Sandra Santos Lopes 
Saulo de Lima Cerqueira 
Sônia Maria de Santana 
Tassiane Mendes Ferreira 
Tatiane Andrade dos Santos 
Tatiane Macêdo dos Santos 
Valdilene Carlos de Lima Neves 
Vanderlúcia Pereira C. Sampaio 
Vania Aparecida da Silva 
 
ASSESSORIA TÉCNICA 
Herbert Gomes da Silva 
SUPORTE TECNOLÓGICO 
Arlênio Fernandes Batista / William Oliveira Fortes 
 
EQUIPE DE ELABORAÇÃOO 
Documento Curricular Municipal teve a participação, com enriquecedoras contribuições, dos 
professores da Rede Municipal. São eles: 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
Adernoel dos Reis Teles 
Adriana Nascimento Santos 
Adson Cardoso dos Santos 
Aislane Souza Alves Gonçalves 
Alan de Araújo Souza 
Aline Nery Xavier 
Ana Angélica Alves dos S. Peixoto 
Ana Carla Ayres Silva Santos 
Ana Carolina dos Santos Peixoto 
Ana Claudia de Jesus Neri 
Ana Lúcia Miranda dos Santos 
Ana Nery Souza Araújo Mendes 
Anaide Alves Santos 
Analice Costa Ferreira Mendes 
Andressa Santos Pinho 
Anete Alexandre Rodrigues Almeida 
Ariana Souza Araújo Mendes 
Ariane de Cássia Ribeiro dos Santos 
Arlene Carvalho de Oliveira 
Atilena de Aquino Gomes 
Carlos Eduardo Amaro 
Carlos Luís Santana de Lima 
Cidiane Cerqueira Santos 
Cinthia Guimarães dos Santos 
Claúdia Queiroz Alves Macêdo 
Conceição Ribeiro Moreira 
Cristiane Alves Costa 
Daiana de Souza Ribeiro 
Daiane Dourado Araújo 
Daiane Mendes Amorim 
Dalize de Souza Carvalho Sena 
Daniane de Oliveira Menezes 
Daniela Araújo de Lima 
Darceni Assis da Silva Ribeiro 
Darcilene Assis da Silva Nunes 
Darlúcia Souza da Silva 
Dartesuene Maria Nascimento Silva 
Davi Araujo Alves 
Dayane Santos Costa 
Dayse Souza dos Santos Alves 
Debora Santos de Melo Macêdo 
Denise Alves dos Santos 
Deraci da Silva Ribeiro Lima 
Dilma Gonçalves Silva Moreira 
Dinorá Nery Xavier 
Diolentynh Dourado Dias Oliveira 
Ediléia Barreiros de Almeida 
Edileuza Cerqueira Silva Santos 
Edilma Chaves Pereira Oliveira 
Eduarda Cristina Souza Araújo 
Eliene Alves Silva 
Elane Nepomuceno Correia 
Eliana Silva Pereira 
Eliana Vieira de Sena Almeida 
Eliene Lima Brandão 
Elisimary de Almeida Silva. 
Elizabete Fernandes Lima Rocha 
Elizabete Pereira de Novais 
Emerson Santos Souza 
Emília Maria Andrade Leão 
Eusânia Andrade Oliveira 
Evando Cardoso e Silva 
Everaldo Araújo da Silva 
Fábia Lima Carlos 
Fayany Gomes Lima 
Francisco Assis Pereira Oliveira 
Geiza Queiroz Alves Sampaio 
Géssica França Soares 
Gidalva Batista dos Santos 
Gideão da Silva Santos 
Givaldo dos Santos Carvalho 
Hélio Pires Silva 
Herlan Márcio Barbosa da Silva. 
Honória Pereira da Silva 
Ianne Araújo Pires 
Ilana Santana Cardoso Sodré 
Ilzamar Lopes de Lima 
Ione Lopes da Silva 
Iranilde Souza Macedo 
Isabella Correia de Jesus 
Ismar Jesus Conceição 
Ivaneide Matos Souza Alves 
Ivaneide Oliveira Santos 
Ivene Batista dos Santos 
Ivene de Oliveira P Machado 
Ivene Matos dos Santos 
Ivone Ribeiro da Silva 
Izabela Cerqueira da Silva 
Jadna Mendes Lopes Oliveira 
Jaiara Machado Santos 
Janice Nery Queiroz 
Janilde Sales dos Santos 
Janileide Vasconcelos Perazzo 
Janusia Lopes Patrocínio 
Jarbas Azevedo Trindade 
Jarbas Clementino de Souza Júnior 
Jeanne Silva Aragão Santos 
Jiuleide Barbosa de Araújo 
Jocilene dos Santos 
Joelice Santos Santigo 
Joelma Oliveira de Almeida 
Joelma Pereira da Silva 
Joilma Miranda Macedo 
Jonas Pereira Carlos Borges 
Josenilce Luís de Lima 
Josyêda de Queiroz M. França 
Jucivane S. Lima de oliveira 
Juliana Pereira Oliveira 
Juliana Silva Matos Pires 
Juneire O. da Silva Souza 
Keila da Silva Barros Lima 
Larissa Carneiro Borges 
Leidiana Nascimento Santos 
Leidiane Cristovam da Cunha 
Leydja Nunes Vasconcelos 
Lilia Trindade de Souza 
Louiseane Macedo Sanches 
Lucas Lopes de Lima Silva 
Luciana Clementino de Souza 
Luciano da Silva Oliveira 
Lucicleide Ribeiro l. Araújo 
Lucien Jesus Pires 
Luís Guilherme de S. Cordeiro 
Luiza Cruz de Souza 
Luzinete Souza 
Mara Rosa Moura dos Santos 
Margarete Trindade de Souza 
Maria Alice Q. Carvalho 
Maria Aparecida Mendes Rios 
Maria Aparecida Silva Santos 
Maria Bethânia P. da Silva 
Maria Carmem S. Santana Oliveira 
Maria Cristiane Oliveira Santos. 
Maria de Jesus dos Santos 
Maria Eunice dos Santos 
Maria Helena Carapiá 
Maria Lele Cerqueira Silva Santos 
Maria Lucinete D. Dantas 
Maria Luêde Santos de Oliveira 
Maria Zilda O. Borges Araújo 
Marialda O. Moreira Vilela 
Mariele Souza Silva 
Mariney Freitas de Souza 
Mariza Pereira G. da Cunha 
Marta Cristina Campelo Petilo 
Moema Pereira Guimarães 
Naara Sousa Santos Barbosa 
Nailde Silva Muniz 
Nathanael Lopes Mascarenhas 
Neuma Gomes da Silva 
Oséias de Oliveira Lopes 
Paloma de Souza Ribeiro 
Patrícia Santos Ferreira 
Paula Deia Santos Oliveira 
Poliana Alves dos Santos Lima 
Priscila Santos Cerqueira 
Regiane Dias Nunes 
Regina Lúcia Mendes de Almeida 
Reijane Bastos Queiroz Souza 
Rejane de Lima Rios 
Renilda Pereira Cruz dos Santos 
Rita de Cássia M. A. de Oliveira 
Rodrigo Barbosa da Silva 
Rosana dos Reis Cardoso 
Rosângela Barreto Silva 
Rosemeire Silva Santos 
Rosineide Paixão Lima 
Rozana Arruda dos S. Gonçalves 
Sabrina da Silva Paixão 
Samara Bispo Silva Belém 
Samara Suely Araújo da S. Lima 
Sandra Lúcia A. S. Guimarães 
Sandra Santos Lopes 
Sara Guimarães de oliveira 
Sara Lacerda Souza 
Saulo de Lima Cerqueira 
Selma Almeida Conceição 
Síbia Costa França 
Sônia Maria de Santana 
Tailane Oliveira Nunes 
Taise Alves Araújo 
Tania Alves Navarro Petilo 
Tassiane Mendes Ferreira 
Tatiana Andrade dos Santos 
Tatiana Costa Nunes 
Tatiane Macêdo dos Santos 
Tatiane Pires Trindade 
Uênia de Oliveira Silva Monteiro 
Valdilene Carlos de Lima Neves 
Valdineia dos S. Guimarães Silva 
Valtenir Almeida Serra 
Vanda da Silva Florêncio 
Vanderlúcia Pereira C. Sampaio 
Vania Aparecida da Silva 
Vania Lúcia de Lima 
Vania Oliveira Campos 
Vanubia Nunes Barreiros Cordeiro 
Vanusa Souza Queiroz 
Vanuza Nunes Barreiros Alves 
Vanuzia Alves de Souza Brito 
Vanuzia de Souza Lima 
Veranilde Ribeiro da Silva 
Verônica de Oliveira S. Santos 
Welington Santos Lima 
Zaira Batista dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
 
CARTA AOS EDUCADORES 
 
A Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Desporto 
Turismo do Município de Mundo Novo, através da Comissão 
de Governança Municipal, tem a honra de apresentar aos 
Educadores o Documento CurricularReferencial do Município 
de Mundo Novo, Estado da Bahia, para a Educação Infantil e 
Ensino Fundamental. 
Instrumento elaborado com a participação ativa e 
colaborativa de Docentes da Rede Municipal e Estadual, 
Coordenadores e Supervisores que compõem a nossa Rede de 
Ensino, o Documento Curricular Referencial fora alicerçado a 
partir de uma consistente integração/socialização de saberes, 
buscando aprimorar a Educação Básica Municipal. 
Construído com o objetivo de orientar todos os 
processos inerentes ao contexto da Educação, o currículo traz 
consigo o respeito e a observância às singularidades e 
particularidades de um Município extenso e plural como Mundo 
Novo. 
Nasce a partir do diálogo, divergência e convergência 
entre as diversas propostas educacionais do nosso País, 
levando-se em consideração as discussões, ações e atividades 
pedagógicas no âmbito das Unidades Escolares. 
Tem a função de nortear todos os processos educativos 
do Município de Mundo Novo, fomentando a interação e o 
diálogo entre os saberes e possibilitando a existência de um 
instrumento que viabilize, através da ação pedagógica, 
contemplar as especificidades da educação local e propiciem 
transformações plausíveis, coerentes, executáveis e, 
consequentemente, exitosas. 
A partir da valorosa contribuição dos Profissionais da 
Educação Municipal, pôde-se construir um Documento 
Curricular Referencial que contemple o sujeito envolvido no 
processo de formação em sua singularidade/diversidade, 
respeitando suas necessidades, saberes, vivências, experiências 
expectativas assim como as suas diferentes dimensões, numa 
perspectiva de educação que se faça integral, inclusiva, 
igualitária e equânime, possibilitando dessa forma a sua 
participação mais efetiva nas transformações da sociedade em 
que vive. 
 
 
Gabinete do Secretário, 27 de Outubro 2020. 
 
 
CLAUDIO LIMA SANFRONT 
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA, 
DESPORTO E TURISMO 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
 
 
Saudações Curriculantes, 
 
A Undime seccional Bahia, representada por sua Diretoria Executiva e Ampliada, e 
através da sua equipe técnica, entendendo a importância de contribuir com os Dirigentes 
Municipais de Educação do território baiano no fomento, na criação e execução das políticas 
públicas tendo em vista a melhoria da qualidade da educação baiana, elaborou o Programa 
de (Re)Elaboração dos Referenciais Curriculares Municipais do Estado da Bahia. 
Inspirados na poesia do João Cabral de Melo Neto... “Um galo sozinho não tece uma 
manhã”, desbravamos trilhas em busca de outros “galos” para que a tecitura pudesse ser 
concretizada. A Universidade Federal da Bahia, a União Nacional dos Conselhos de Educação 
e o Itaú Social juntaram-se a nós e, assim, foi possível mobilizar e engajar a Bahia num 
grande movimento curriculante formacional, que envolveu 401 municípios e cerca de 60.000 
profissionais do magistério, além de outros membros da comunidade escolar. 
O desejo de ver/sentir/viver uma Bahia democrática, justa, solidária oportunizando às 
suas crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos uma educação municipal cada vez mais 
enriquecida por valores, éticos, estéticos, políticos, espirituais, ecológicos de modo a 
consolidar a escola pública sob os princípios da educação integral, nos uniu até aqui. 
A Undime Bahia, reconhece e agradece o importante e valoroso trabalho realizado por 
todos os especialistas e formadores do Programa, mas especialmente, reconhece e agradece 
todas as equipes de educadores das redes municipais de ensino dos 27 territórios de identidade 
baiano que se autorizaram a autorar seus Referenciais Curriculares, mesmo em condições tão 
adversas como a que estamos vivendo em 2020 em razão da pandemia pela COVID 19. 
 É nosso desejo ainda, que dentro em breve estejamos sentindo o perfume das flores e 
o sabor dos frutos suculentos que serão colhidos a partir do trabalho realizado até aqui e, 
também, do que será realizado em cada sala de aula das escolas da nossa Bahia. 
O desafio apenas começou! Passamos para a próxima etapa: O processo formacional 
no cotidiano das escolas. A Undime continuará na luta e na parceria com cada um dos 417 
municípios da sua seccional. O Movimento Curriculante apenas teve início, e as conversações 
curriculares continuam! 
Um grande abraço. 
 
Equipe Undime Bahia 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
 
 
SUMÁRIO 
 
UMA EDUCAÇÃO PARA UMA SOCIEDADE MULTIRREFERENCIADA E GLOCAL . .....7 
FUNDAMENTOS TEÓRICOS E LEGAIS ............................................................................... ..9 
MARCOS TEÓRICOS, METODOLÓGICOS E CONCEITUAIS ........................................................ 9 
FUNDAMENTOS LEGAIS................................................................................................................. 14 
PRINCIPIOS PARA UM REFERENCIAL CURRICULAR COMPROMETIDO COM SEU POVO.18 
O TERRITÓRIO E SUAS EXPRESSÕES DE IDENTIDADE ........................................................... 18 
A HISTÓRIA E A CULTURA COMO REFERÊNCIA ...................................................................... 22 
RESPEITO A AUTONOMIA ESCOLAR ........................................................................................... 25 
TRABALHO PEDAGÓGICO ARTICULADO POR COMPETÊNCIAS ........................................... 26 
TRANSVERSALIDADES DOS TEMAS INTEGRADORES ............................................................ 29 
Educação em Direitos Humanos .......................................................................................................... 30 
Educação para Diversidade .................................................................................................................. 31 
Educação para as Relações de Gênero e Sexualidade ........................................................................... 33 
Educação para as Relações Étnico-Raciais ........................................................................................... 36 
Educação para o Trânsito ..................................................................................................................... 37 
Saúde na Escola ................................................................................................................................... 38 
Educação Ambiental ............................................................................................................................ 39 
Educação Financeira e para o Consumo ............................................................................................... 42 
Educação Fiscal.................................................................................................................................... 47 
PROJETO DE VIDA COMO PRINCÍPIO DA FORMAÇÃO .................................................. 49 
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL COMO ATO DE FORMAÇÃO ........................................... 52 
UMA EDUCAÇÃO QUE POSSUI ESPECIFICIDADES ......................................................... 56 
Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva .................................................................... 57 
Marcos Normativos da Educação Especial ........................................................................................... 62 
Trajetória Histórica .............................................................................................................................. 63 
Dados da Inclusão em Mundo Novo-Ba ............................................................................................... 67 
Fundamentos Pedagógicos .................................................................................................................. 67 
Princípios da Para a Educação Especial ............................................................................................. ..73 
A IMPORTÂNCIA DAS MODALIDADES .............................................................................75 
Educação Escolar Indígena .................................................................................................................. 75 
Educação Quilombola .......................................................................................................................... 80 
Educação de Pessoas Jovens, Adultas e Idosas .................................................................................. 106 
ESPECIFICIDADES E CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO INFANTIL............................................130 
EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................................................................... ....130 
CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E DAS CRIANÇAS. ....................................................................... 133 
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL. ............................................................................. 134 
CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS. .................................................................................................... 136 
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. .................................................................................. 138 
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL .......................................................... 140 
OS CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS .................................................................................................. 142 
DIREITOS DE APRENDIZAGEM E ESTRUTURA DOS ORGANIZADORES .................. 149 
ENSINO FUNDAMENTAL .................................................................................................... 182 
ÁREA DE LINGUAGENS ...................................................................................................... 196 
LÍNGUA PORTUGUESA ....................................................................................................... 198 
ARTE ....................................................................................................................................... 417 
EDUCAÇÃO FÍSICA .............................................................................................................. 526 
LÍNGUA INGLESA ................................................................................................................ 553 
ÁREA E COMPONENTE CURRICULAR MATEMÁTICA ................................................. 580 
APRESENTAÇÃO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA ............................................................ 653 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS ........................................................................................ 715 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
 
 
GEOGRAFIA .......................................................................................................................... 717 
HISTÓRIA ............................................................................................................................... 761 
ENSINO RELIGIOSO ............................................................................................................. 845 
PROJETO DE VIDA ............................................................................................................... 845 
EDUCAÇÃO DE PESSOAS JOVENS, ADULTAS E IDOSAS ............................................. 891 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 939 
CRÉDITOS .............................................................................................................................. 946 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
5 
 
O REFERENCIAL CURRICULAR MUNDONOVENSE: COMO 
AS IDEIAS SE MATERIALIZARAM? 
 
“Nosso estudo! Nossa aprendizagem! Nossa luta! Nosso norte... em 
favor dos nossos alunos!” 
 Professora Maria Aparecida Mendes Rios 
 
O documento Referencial Curricular de Mundo Novo para Educação Infantil e Ensino 
Fundamental tem por objetivo endossar os princípios educacionais e os direitos de 
aprendizagem, levando em consideração todas as dimensões do sujeito, com foco na 
Educação Integral. A proposição do documento é incorporar inovações e atualizações 
advindas dos marcos legais, do arcabouço teórico-metodológico do currículo, integrando 
também aspectos identificados pelos segmentos da comunidade escolar, assim como as 
especificidades dos educandos que são tão diversos e plurais e a realidade cultural do 
território em que a educação acontece. Como o nome já propõe o documento vem referenciar 
os Projetos Políticos Pedagógicos das escolas, seus currículos e outros documentos que regem 
a educação do município, bem como o fazer pedagógico, contribuindo para uma educação que 
oportunize a construção da identidade, da autonomia e da liberdade, que transite entre o local 
e o global. 
O processo de elaboração do Referencial Curricular do Município (RCM) iniciou-se a 
partir de Maio de 2020 e se tornou possível a partir da assinatura do Termo de Compromisso 
com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação - UNDIME/BA, em parceria 
com a Universidade Federal da Bahia - UFBA, União Nacional dos Conselhos Municipais de 
Educação – UNCME/BA e Itaú Social. Mediante esta pactuação, construiu-se um contexto de 
ações que garantiu a materialização do RCM ora apresentado em sua Versão Preliminar. A 
primeira ação foi à assinatura do Termo de Adesão (Secretaria Municipal de Educação e 
UNDIME), publicação da Portaria de Nomeação da Comissão de Governança Municipal – 
CGM, apropriação de saberes referentes a documentos oficiais que subsidiaram as leituras, 
estudos e nossas produções, assim como o Documento Curricular Referencial da Bahia-
DCRB, A Lei de Diretrizes e Base (LDB), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a 
Constituição Federal (CF/88) e tantos outros documentos que referendaram a caminhada rumo 
à elaboração do documento. 
Neste percurso os professores foram organizados nos Grupos de Estudos e 
Aprendizagens - GEAs, com momentos programados para estudo do material, participação 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
6 
 
nas lives formacionais organizadas pelo Programa de (Re) Elaboração dos Referencias 
Municipais (UNDIME) e reuniões virtuais pelo Google meet mediadas pelos coordenadores 
para direcionamento e acompanhamento das ações, momentos de exposição e reflexão dos 
textos lidos e estudados, além de construção coletiva das produções que fariam parte do 
documento. A ação-reflexão- ação esteve presente em todos os momentos do processo. 
Os encontros virtuais com CGM e Duplas Gestoras tiveram como propósito o 
direcionamento e acompanhamento das ações a serem desenvolvidas nos GEAs e a 
sistematização dos textos pelo Núcleo Revisor da Comissão Municipal de Governança. E 
finalmente Publicação nas plataformas virtuais para consulta pública. 
Este regime de participação aqui referido esteve pautado na forma cooperativa, 
colaborativa, resultado da união de forças, que envolveram os diversos segmentos da 
educação municipal, de representantes das escolas estaduais e particulares, de um esforço 
incondicional da Secretaria Municipal de Educação, da competente condução do Professor 
Herbert Gomes e em especial do comprometimento e responsabilidade dos profissionais da 
educação que se autorizaram nessa construção. 
A tarefa não foi fácil, muitas foram às pedras no caminho, como bem afirmou 
Drummond, mas todas transformadas em alicerce para efetivar um processo de construção 
democrática, de reflexão sobre a educação do município: suas fragilidades e potencialidades, 
sobre as políticas públicas, sobre as práticas, as ausências, as garantias ou não. Este caminhar 
exigiu não somente atuação conjunta, coletiva, mas também comprometimento com a 
educação de território (marcas e subjetividades dos sujeitos no espaço). Assim, o Referencial 
Curricular do município (RCM), configura-se como uma construçãosocial, balizador dos 
próprios documentos, respeitando seus contextos. Um verdadeiro marco-histórico, cultural 
para a educação mundo-novense. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
7 
 
UMA EDUCAÇÃO PARA UMA SOCIEDADE 
MULTIRREFERENCIADA E GLOCAL 
 
 
O referencial curricular de Mundo Novo tem como objetivo orientar a práxis 
pedagógica e promover reflexões formadoras para toda a comunidade educacional do 
município. Para isso, tomou como referência os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, a 
Base Nacional Comum Curricular – BNCC, o Documento Referencial Curricular da Bahia – 
DCRB e as legislações vigentes e se inspirou em fundamentos teóricos e de campos de 
pesquisa sobre o estudo de currículos no Brasil. 
Em seus princípios revela a intencionalidade da valorização dos diversos saberes que 
constituem o existir humano e devem construir os pilares educacionais de forma equitativa, 
democrática - começando com seu processo de elaboração que foi feito de modo participativo 
e em muitas “mãos” - e que respeite a dignidade humana em todas as dimensões da formação 
em nossas escolas. 
A síntese das relações explicitas que permeiam e preenchem cada espaço desse 
referencial é representado pela ilustração de um círculo relacional que possibilita sua 
complementação ao passo que este documento apresentará sua organização, valores e 
perspectivas, teóricas e práticas, sobre a educação mundo novense. 
O conjunto de elementos que o constituem são resultados das implicações dos 
educadores que se modificam e ressignificam ao ampliar-se por meio das diferentes etapas da 
educação básica, a saber: educação infantil e ensino fundamental, as diferentes áreas do 
conhecimento - linguagens, ciências da natureza, matemática, ensino religioso e ciências 
humanas, e, ainda, todos os processos educacionais (LOPES&MACEDO), os quais 
compreendem as ações realizadas pelos educadores e pelos educandos no dia a dia do 
contexto da aprendizagem. 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
8 
 
 
 
A partir desse contexto, é fomentada a expectativa de que o ensino e aprendizagem 
apresentem uma complementaridade em relação saberes, valores, atividades, vivências, 
experiências e outras esferas da atuação humana, no convívio social, a partir de um contexto 
local e com ampliações e inserções na esfera mundial da vida em diferentes sociedades e 
culturas, principalmente quando intermediadas pelo mundo digital. 
Ainda, compreender a importância da perspectiva de que os saberes e suas 
constituições, assim como as implicações pelas expressões de identidades, constituem uma 
natureza multirreferenciada (MACEDO, 2014) para este referencial curricular, que olha para 
o presente e projeta o futuro pelo protagonismo da sua comunidade educadora. 
 
 
 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
9 
 
 
FUNDAMENTOS TEÓRICOS E LEGAIS 
 
MARCOS TEÓRICOS, METODOLÓGICOS E CONCEITUAIS 
 
 
 
 
Inspirado nos “Marcos Teóricos, Conceituais e Metodológicos” do Documento 
Curricular Referencial da Bahia, que deve-se considerar o contexto sócio histórico e suas 
múltiplas identidades culturais das comunidades, dando ênfase a valorização dos 
conhecimentos tradicionais, como a cultura de um povo, pensando nas formações para 
organização e formulação das relações de ensino e aprendizagem, trazendo os saberes, as 
atividades, os valores ligados aos aspectos cognitivos, físicos, emocionais, sociais, 
intelectuais e afetivos por meio da interação entre o professor e o aluno. Ainda, na relação de 
ensino e aprendizagem, é importante a participação de toda comunidade escolar para além dos 
documentos prescritos, compondo o processo de legitimação da identidade. 
O referencial torna-se, assim, um documento norteador para as práticas pedagógicas 
enriquecidas pelas vivências e experiências, potencializando as produções de conhecimento 
pelas unidades escolares, permitindo o direito de aprendizagem e desenvolvimento dos 
estudantes, transformando e intervindo em suas realidades, buscando entre os objetivos a 
justiça social, com mais igualdade e equidade de oportunidade para todas e todos. 
 
A concepção de aprendizagem é compreendida como um ato e um processo em 
construção contínua, individual e relacional, em que se realizam transformações 
cognitivas, afetivas, psicomotoras e socioculturais. Dessa forma, a aprendizagem e 
sua mediação devem ser pensadas a partir da valoração compartilhada do ato de 
aprender e deve ser perspectivada como construção socialmente referenciada. 
(DCRB, 2019, p. 34) 
 
O papel do professor é de mediador/facilitador e o aluno como protagonista da 
aprendizagem ao longo da vida, assegurando uma relação de significados dos sujeitos com o 
mundo mediado pelas informações e pelo conhecimento no processo de desenvolvimento 
integral dos estudantes. Podemos compreender que este documento …. é, em outras palavras, 
o coração da escola, o espaço central em que todos atuamos o que nos torna, nos diferentes 
O referencial busca assegurar a 
autonomia da escola ao 
caracterizar seu ‘lugar’. 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
10 
 
níveis do processo educacional, responsáveis por sua elaboração. O papel do educador no 
processo curricular é, assim, fundamental. Ele é um dos grandes artífices, queira ou não, da 
construção dos currículos construídos que sistematizam nas escolas e nas salas de aula 
(MOREIRA&CANDAU, 2008 p. 19) 
Por não serem meros “reprodutores de informações”, os educadores optaram pelo 
engajamento na prática interdisciplinar, abandonando o trabalho individual e fragmentado, 
para exercer um trabalho com espírito de grupo, altruísmo e diálogo, num exercício constante 
de pensar, refletir, pesquisar e dialogar os acontecimentos ocorridos no espaço escolar e fora 
dele. E do ponto de vista de quem ensina, de quem realiza a gestão, de quem aprende e de 
quem confia os seus neste espaço é que consideramos neste referencial a definição dos 
princípios epistemológicos, didáticos pedagógicos, éticos e estéticos, bem como sua 
organização curricular. 
Nesse sentido, foram considerados como fundamentais nas proposições apresentadas 
aqui Os atos de currículo (MACEDO, 2013), que dizem respeito a todas as atividades que se 
organizam e se envolvem objetivando uma determinada formação, organização, formulação, 
implementação, institucionalização, além da avaliação de saberes, estando interlaçados por 
uma formação ética, política, estética e cultural, mas nem sempre estes atos são explícitos, 
coerentes, absolutos, sólidos, burocráticos ou pré-escritos, ou seja, ele se movimenta e traz 
novos significados e conceitos contemplando um ciclo de ensino-aprendizagem de acordo as 
vivências dos envolvidos no vasto cenário da educação e, na prática dos educadores. 
Compreende-se também que os atos de currículo (MACEDO, 2013) não se 
restringem e nem tão pouco se limitam aos conteúdos, dizem respeito a um currículo em ação 
e às práticas curriculares efetivadas nos espaços escolares numa perspectiva que englobe 
professores, alunos, funcionários, comunidade, pois o processo formativo diz respeito aos 
sujeitos envolvidos capazes de criarem estratégias e assim tornar significativo o processo de 
ensino e aprendizagem, é neste sentido que a contextualização dos saberes precisa encontrar 
condições para sua implementação. 
 
Dessa forma, este referencial currícular 
busca orientar ações educacionais que 
devem ser flexível para garantir o 
desenvolvimento pleno do ser humano: 
intelectual, físico, afetivo, social e cultural, atendendo às necessidades dos educandos, 
contemplando saberes diversos: conhecimento científico, crítico e criativo, repertório cultural, 
Um referencial que valoriza ações que 
promovam a emancipação e o protagonismo 
do aluno, bem como seu desenvolvimento 
pleno como cidadão. 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO11 
 
comunicação, cultura, projeto de vida, autoconhecimento, empatia, responsabilidade. Ele deve 
conjugar ações que promovam a emancipação e o protagonismo do aluno, bem como seu 
desenvolvimento pleno como cidadão. Com base em uma concepção de aprendizagem 
contínua e numa perspectiva de valoração compartilhada, tornam-se necessárias atividades 
que problematizem a realidade que o educando está inserido, para isso o educador deve 
desenvolver um olhar crítico durante as mediações para direcionar o educando ao melhor 
caminho. É importante enfatizar que a educação integral pensa os processos educativos para 
além dos muros das escolas ou de qualquer instituição fechada em si, assim a educação 
integral é todo e qualquer processo com potencial educativo. 
O currículo vai além de saberes que precisam ser ensinados, ou temas que precisam 
ser abordados, precisa ir ao encontro da realidade do alunado, dando-lhe a possibilidade de 
aprender, desenvolver-se e construir-se de modo integral, desde um ser social, que trabalha, 
tem família, a um indivíduo que se conhece e se reconhece como tal, sabendo lidar com 
emoções, sentimentos, conviver com outros diferentes dele e que tem conhecimentos 
necessários à sua vida como um todo. 
 Visto que a Educação Básica perpassa desde a infância até o ensino médio, torna-se, 
então, necessário envolver diversos aspectos em suas competências, sendo estes: emocional, 
intelectual, físico, social e cultural como citados na BNCC. Por essa diversidade de público, é 
relevante tratar de características integrais do ser humano, como forma de também, reduzir as 
desigualdades, sendo a escola lugar de inclusão. 
Todos esses aspectos têm em comum o desenvolvimento integral, para que alcancem 
seus objetivos e ainda sejam bem recebidos no mundo do trabalho, para ter boa convivência, 
para lidar com situações diversas na vida. Desta forma, desde a infância até a velhice é 
necessário a articulação e mediação entre o que se aprende e como aprender, para obtenção do 
verdadeiro conhecimento. É relevante também, dar a este sujeito a autonomia de participação 
para a compreensão da realidade em que vive. É preciso que de fato, as nossas práticas 
educadoras incluam e contextualizem com as experiências e vivências do nosso público, para 
assim, efetivar a educação Integral. 
Diante dessas concepções, a rede municipal tem buscado formar seu alunado à luz 
daquilo que o cerca, ao que está ao seu alcance e lhe permite crescer e desenvolver-se 
enquanto sujeito integral. 
 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
12 
 
 
Correlacionando ao que foi citado, se por um lado é preciso fortalecer a formação dos 
estudantes, por outro é notória a importância de ações formacionais, que propiciem mais 
autonomia, criticidade, criatividade dos educadores no processo educativo, articuladas com 
práticas que possibilitem a formação de alunos críticos, reflexivos, autônomos, empáticos, 
problematizadores, autores dessa formação, da aprendizagem e da própria história. Esses 
fatores coadunam com a formação do sujeito na sua integralidade, que se preocupa com si 
mesmo, com os outros, que leem o mundo e são conscientes do seu poder de transformação. 
Destaca-se que as experiências vivenciadas pelos professores da rede no seu 
cotidiano escolar dialogam com a BNCC e DCRB, visto que nos últimos anos intensificou-se 
as formações na própria escola (encontros formativos), Atividade Complementar – AC com 
duração de 4 horas semanais, Construção do PPP e os Conselhos de Classe que permitem 
avaliar não apenas os resultados obtidos pelos alunos, mas proporcionar a autoavaliação do 
professor e de sua prática docente. Há ainda a preocupação em oferecer aos coordenadores 
formação para que possam desenvolver em suas unidades de ensino formações com 
professores e o desenvolvimento das modalidades organizativas. Não poderíamos deixar de 
citar a importante e fundamental participação dos professores da Rede Municipal de Ensino 
no processo de (re)elaboração curricular das escolas do município. Sem dúvida um momento 
ímpar para todos os envolvidos. 
Ao observar as competências gerais da BNCC pode-se notar que as mesmas exigem 
que o trabalho pedagógico seja articulado de tal modo que essas competências possam 
perpassar todas as áreas do conhecimento como também as mais diversas situações didáticas 
em sala de aula. 
Os Marcos Teóricos, Conceituais e Metodológicos, trazem uma concepção de 
aprendizagem “como um ato e um processo em construção contínua, ao mesmo tempo 
individual e relacional, em que se realizam transformações cognitivas, afetivas, psicomotoras 
e socioculturais”; o compromisso com a formação para a cidadania plena e o desenvolvimento 
integral dos estudantes; e as competências gerais configuradas na BNCC, articuladas em torno 
do conhecimento, pensamento científico, crítico e criativo, repertório cultural, comunicação, 
Este referencial cultiva o trabalho pedagógico seja articulado de tal modo 
que essas competências possam perpassar todas as áreas do conhecimento 
como também as mais diversas situações didáticas em sala de aula. 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
13 
 
cultura digital, trabalho e projeto de vida, argumentação, autoconhecimento e autocuidado, 
empatia e cooperação, responsabilidade e cidadania. 
Os temas integradores são de fundamental importância na formação de crianças, 
adolescentes, jovens, adultos e idosos e estes servirão de referência e orientação aos PPP das 
escolas e Planos de Ensino (Organização Curricular), na “promoção dos princípios do respeito 
aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental”, no sentido de 
fortalecer que a promoção do respeito é o que deve presidir o trabalho pedagógico nas escolas 
no viés da diversidade. 
Percebe-se que os procedimentos educacionais vão além das expectativas de saberes que 
precisam ser ensinados ou ainda dos temas que precisam ser abordados; ele precisa ir ao 
encontro da realidade do aluno, dando a possibilidade de se desenvolver e se construir de 
modo integral. Nesse sentido, É necessário enxergar as diferenças, trabalhando cada 
especificidade com a ferramenta adequada. 
Podemos buscar fundamentos na resolução 137/2019, no artigo 2º, onde afirma que a 
BNCC é referência obrigatória para a construção ou revisão dos currículos, documento este 
que deve atender às demandas e necessidades de toda comunidade escolar. No artigo 3º, trata 
das orientações para o processo ensino-aprendizagem através de ações que tenham 
significados para a vida dos alunos. Sob essa premissa, vale ressaltar, que a proposta 
curricular da Educação de Jovens e Adultos EJA se alicerça em princípios e valores definidos 
nas Diretrizes Curriculares Nacionais em consonância com a identidade dos estudantes e suas 
práticas sociais e que a BNCC não contempla essa modalidade. 
Diante do exposto, nota-se a importância da construção do Documento Curricular 
Referencial do munícipio, pautada na contextualização de acordo com a realidade local, 
considerando as vivências dos alunos e dos demais atores da educação, valorizando os 
saberes, as culturas, entre outros fatores. Dessa forma, contribui para uma educação onde o 
aluno se sinta parte efetiva do processo educacional. Logo, o referencial curricular municipal 
deve ser considerado uma política de currículo por tratar-se de um documento base, que 
aponta caminhos e orientações para a construção do currículo municipal, de forma flexível e 
contextualizada e que seja integrado aos Projetos Político-Pedagógicos das unidades de 
ensino, pois será nessa hora que serão decididos os caminhos de acordo com a Política de 
Educação Integral que garanta qualidade com equidade. 
 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
14 
 
FUNDAMENTOS LEGAIS 
 
A relevância da educação em nossa sociedade é indiscutível, no entanto ao longo de 
um período de quase300 anos de história da Educação Brasileira, considerando o período a 
partir de 1772, data da implantação do ensino público oficial no Brasil, o qual foi marcado 
pelo delineamento de políticas públicas educacionais, traçadas para atender cada época, 
resultando em uma sociedade marcada por uma série de desigualdades, onde os privilégios de 
alguns demandam a exclusão de muitos resultando em um processo educacional altamente 
excludente, que temos hoje. 
Essas desigualdades refletem na educação, principalmente no que concerne a sua 
qualidade, ao acesso, permanência, alfabetismo, e sucesso escolar dos estudantes. Analisar e 
considerar o contexto sócio histórico que perpassa a educação é fundamental para 
entendermos seus atuais entraves e buscarmos alternativas no intuito de enfrentarmos os 
desafios que nos são impostos por transformações constantes, sucessivas e inevitáveis. 
Portanto, pensar em educação, é pensar na busca pela melhoria da sociedade como um 
todo, oportunizando a igualdade e princípios de equidade para todas e todos, porém sem 
deixar de considerar e valorizar as múltiplas identidades, conhecimentos e tradições culturais 
do nosso povo. 
Nesse sentido, os marcos legais da educação, bem como a política curricular deve 
refletir tal contexto sócio histórico marcado por profundas desigualdades, tão comuns ainda à 
nossa realidade e divergentes do que preconiza o Estado Democrático de Direitos. 
Do ponto de vista legal, a Constituição Federal é o primeiro marco legal que defende a 
educação como direito de todos. Em seu Art. 205, institui que a educação, 
 
“{...}direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu 
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (BRASIL, 
1998). 
 
 
Dessa forma, devemos reconhecer que a educação é um compromisso para a formação 
do desenvolvimento humano, levando em consideração às necessidades dos grupos sociais 
que convivem nos espaços escolares públicos e privados, bem como aprendizagens essenciais 
que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação 
Básica, de modo que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento. 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
15 
 
Sendo assim, explicitamos as bases legais apresentadas pelo Documento Curricular da 
Bahia (DCRB), bem como do Plano Municipal de Educação (PME) de Mundo Novo, no 
intuito de reunir princípios complementares, fundamentos e procedimentos para orientar as 
políticas públicas educacionais e a elaboração, implementação e avaliação das orientações 
curriculares municipais bem como a atuação nos projetos político-pedagógicos das escolas. 
São elas: 
1º - A constituição Federal de 1988, inspirada pela Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (1948) Artigo 205, que reconhece a educação como: 
 
...direito de todos e dever do estado e da família, será promovida pela sociedade 
com a colaboração da sociedade, visando ao desenvolvimento da pessoa, seu 
preparo ao exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (Brasil 1988). 
 
2º - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) lei nº 8.069/90 no artigo 4º, reafirma 
a quem resguarda o dever de assegurar os direitos fundamentais da criança e do adolescente: 
 
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público 
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à 
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
 
3º - Estatuto da Juventude Lei nº 12852/2013 art. 7º, “o jovem tem direito à educação 
de qualidade, com a garantia de educação básica, obrigatória e gratuita, inclusive para os que 
a ela não tiveram acesso na idade adequada.” (Brasil, 2013). 
4º - Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741/2013, artigo 21, diz que “o Poder Público criará 
oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material 
didático aos programas educacionais a ele destinados.”(Brasil, 2013). 
5º - Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN Nº 9394/96, artigo 2º, 
assim define os princípios gerais e finalidades da educação: 
 
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e 
nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do 
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho.(Brasil, 2003 ). 
 
6º - A Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o Plano Nacional de 
Educação(PNE); 
 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
16 
 
A Resolução nº 4, de 13 de julho de 2010, o Conselho Nacional de Educação que 
define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (DCN); 
A Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010, do Conselho Nacional de Educação 
que “Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) 
anos”; 
 
Em nível local, temos o Plano Municipal de Educação (PME), um documento 
construído coletivamente por representantes de diversos segmentos: pais, professores, 
sociedade civil, entre outros e que deve considerar a realidade do município, baseado no PNE 
que estabelece diretrizes, metas e estratégias que devem reger as iniciativas na área da 
educação de 2014 a 2024 elaborando planejamentos específicos para fundamentar o alcance 
dos objetivos previstos - considerando a situação, as demandas e necessidades locais. 
As diretrizes que norteiam a construção do Plano Municipal de Educação de Mundo 
Novo foram baseadas nas diretrizes do PNE Lei nº 13.005/14 são: 
 
I – erradicação do analfabetismo; 
II – universalização do atendimento escolar; 
III – superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania 
e na erradicação de todas as formas de discriminação; 
IV – melhoria da qualidade do ensino; 
V – formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e 
éticos em que se fundamenta a sociedade; 
VI – promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; VII – 
promoção humanística, científica, cultura e tecnológica do País; 
VIII – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como 
proporção do Produto Interno Bruto – PIB, que assegure atendimento às necessidades 
de expansão, com padrão de qualidade e equidade; 
IX – valorização dos (as) profissionais da educação; e 
 X -promoção dos princípios de respeito aos direitos humanos, à diversidade e à 
sustentabilidade socioambiental. 
 
O PME consegue retratar muito bem as especificidades da nossa localidade, e muitas 
dessas fazem jus a autonomia que é dada ao município e vai além do que é proposto pelo 
DCRB. Para além do planejamento, faz-se necessário que toda a comunidade escola garanta o 
cumprimento e execução das políticas educacionais, bem como a sua avaliação e 
monitoramento constante para que coletivamente consigamos alcançar dados qualitativos em 
nossa educação. 
Conforme o DCRB: 
 
[...] os marcos legais ora apresentados por si só não repercutem em garantias de 
direitos, o compromisso pelo seu cumprimento perpassa pelo planejamento, 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
17 
 
execução, monitoramento e avaliação das políticas educacionais e pelo controle 
social em se fazer cumprir. Para tanto, os marcos legais devem ser considerados na 
(re)elaboração coletiva dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) das escolas 
públicas e privadas do Estado da Bahia. 
 
Dessa forma, o Referencial Curricular Municipal reconhece que a educação é um 
compromisso para a formação do desenvolvimento humano, levando em consideração às 
necessidades dos grupos sociais que convivem nos espaços escolares públicos e privados,bem como as aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das 
etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de 
aprendizagem e desenvolvimento. 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
18 
 
PRINCIPIOS PARA UM REFERENCIAL CURRICULAR 
COMPROMETIDO COM SEU POVO 
 
O TERRITÓRIO E SUAS EXPRESSÕES DE IDENTIDADE 
 
 
 
 
 
 
A educação do município de Mundo Novo, inspirada no DCRB, “considera as diversas 
identidades que caracterizam o município, atribuindo às escolas o desenvolvimento de 
competências voltadas à contextualização, ao aprofundamento e à construção das pluralidades 
e singularidades dos seus territórios”(DCRB, p. 21). Além disso, apresenta orientações que 
respeitam a diversidade de cada local onde a escola se insere, para evitar a exclusão de 
especificidades identitárias. 
 Para falar em organização territorial tomamos por base a dinâmica realizada no 
Estado da Bahia e nos debruçamos sobre os estudos dos diferentes conceitos, que abrangem 
Território, Territorialidade e Identidade que foram fundamentais no processo de elaboração 
deste Referencial. 
O conceito de território, geografia clássica, remete-nos à ideia de poder exercido sobre 
uma extensão do espaço por agentes políticos, econômicos e sociais, que estabelecem limites 
e fronteiras de acordo com o tipo de uso e apropriação que exercem sobre este recorte 
socioespacial. Para Raffestin (1993) o território não é apenas um espaço, mas sim um espaço 
construído por sujeitos de ação, que atuam e o modificam de acordo com os seus objetivos e 
interesses. 
Dessa forma, “o território é uma construção histórica e, portanto social, a partir das 
relações de poder (concreto e simbólico) que envolvem, concomitantemente, sociedade e 
espaço geográfico” (HAESBAERT & LIMONAD, 2007, p.42), assim o território possui 
consciência, apropriação e sobretudo identidade, pela coletividade que se vive e que se 
produz, sempre em um processo dinâmico e dialético, cheio de possibilidades. 
Assim, de acordo com a grandiosidade do Estado da Bahia, o mesmo foi dividido em 
27 territórios delineados a partir de agrupamentos identitários municipais, geralmente 
Um referencial curricular que considera 
a valorização histórica e cultural do 
município, onde os estudantes se 
reconheçam como sujeitos históricos 
pertencentes e agentes de sua 
territorialidade. 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
19 
 
contíguos, formados de acordo com critérios sociais, culturais, econômicos e geográficos, 
como apresenta o Documento Curricular da Bahia. 
O conceito de territorialidade traz como característica específica o indivíduo e sua 
percepção enquanto ser histórico e político capaz de se sentir pertencente a um determinado 
espaço. Precisa-se ter em mente que o conceito de cultura e territorialidade estão 
correlacionados. 
 
 “O território em que vivemos é mais que um simples conjunto de objetos, mediante 
os quais trabalhamos, circulamos, moramos, mas também um dado simbólico. A 
linguagem regional faz parte desse mundo de símbolos, e ajuda a criar esse 
amálgama, sem o qual não se pode falar de territorialidade. Esta não provém do 
simples fato de viver num lugar, mas da comunhão que com ele mantemos.” 
(SANTOS, 1997, p.82) 
 
Portanto, territorialidade é um fenômeno social que envolve indivíduos que fazem 
parte do mesmo grupo e/ou de grupos distintos. Há continuidade e descontinuidade no 
tempo e no espaço, as territorialidades estão intimamente ligadas a cada lugar: elas dão-lhe 
identidade e são influenciadas pelas condições históricas e geográficas de cada lugar. 
O município de Mundo Novo, localizado no Território 14 
- Piemonte do Paraguaçu, não se difere dos demais 
municípios baianos, apresentando um leque de 
diversidade, pluralidade e também singularidade. O 
município se estende por 1.491.994 km² e conta com 
população estimada de 26.776 habitantes de acordo com 
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, está dividido, além do distrito sede, em três 
distritos, são eles: Ibiaporã (Bonita), Indaí (Covão) e Alto Bonito, tendo ainda nove povoados: 
Umbuzeiro, Barra de Mundo Novo, Cobé (Belas Flores), Canjerana, Mirandas, Visgueira, 
Jequitibá, Engenho de Água Branca e Santo Antônio. Cada um dos distritos e povoados, têm 
suas manifestações culturais, contudo, em todos os lugares, constata-se a presença da 
agricultura, das festas de vaqueiro e cavalgadas, das chulas, dos festejos juninos e dos 
padroeiros. 
 
Um referencial que entende a 
territorialidade como um 
fenômeno social que envolve 
indivíduos que fazem parte do 
mesmo grupo e/ou de grupos 
distintos. 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
20 
 
Para pensar a realidade municipal faz-se necessário compreender aquilo que lhe dá 
identidade e sentido, além de identificar os elementos que constituem as suas múltiplas 
expressões. Saquet (2002) destaca que a territorialidade apreende os aspectos imateriais da 
constituição múltipla do território no real, dividindo-se em territorialidades culturais 
(folclóricas), políticas (do Estado, de partidos e de bairros) e econômicas (centradas na 
criação de reprodução do capitalismo). Sob esta ótica, então a territorialidade está 
intimamente associada a grupos sociais, eventos culturais e religiosos, intervenções públicas, 
investimentos privados, entre outros. Neste sentido, afirma-se que a territorialidade também é 
permeada por eventos que dão conteúdo a mesma, e que estão relacionados com o tempo e o 
espaço, com o presente e o passado. Santos (1996) define o evento como um vetor das 
possibilidades existentes no mundo, mais precisamente em uma formação social, tratada como 
um país, uma região ou um lugar. Os eventos são realidades do presente e podem ser naturais, 
sociais ou históricos. Além disso, não há evento sem sujeitos e atores, portanto, os eventos 
envolvem um conjunto de ações em conflito que dinamizam os grupos sócio-históricos. 
De acordo com Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional nº. 9394/1996, em seu 
artigo 26: 
 “Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio 
devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e 
em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas 
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos 
educandos.”(LDB/96) 
 
Portanto, é direito dos discentes o (re) conhecimento do seu território, evidenciando 
em nosso currículo, o que diz respeito a territorialidade do nosso município, mostrando aos 
nossos alunos as nossas heranças, possibilitando que os mesmos se reconheçam dentro do seu 
lugar. 
É necessário apropriar-se dos elementos identitários despertando o sentimento de 
pertença à Mundo Novo. Assim, é importante ressaltar que: 
 
 
“A terra natal não é exatamente o lugar onde nossos mortos estão enterrados; é o 
lugar onde temos nossas raízes, onde possuímos nossa casa, falamos nossa 
linguagem, pulsamos nossos sentimentos mesmo quando ficamos em silêncio. É o 
lugar onde sempre somos reconhecidos. É o que todos desejamos, no fundo do nosso 
coração: sermos reconhecidos e bem recebidos sem nenhuma pergunta.” (SANTOS, 
Milton. 1987. p. 83) 
 
 
Em cada um dos cantos e recantos do Município de Mundo Novo encontramos 
narrativas que reinventam modos de ser e de viver, a riqueza de sentidos que esses 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
21 
 
conhecimentos promovem não pode ser desconsiderada no percurso formativo da Educação 
Básica, devendo se integrar aos conhecimentos científicos, os saberes locais que 
recontextualizam e reconectamos sujeitos. Segundo o DCRB, tais saberes se encontram no 
entorno da escola, nos rios do município, nas paisagens naturais e culturais, na ancestralidade, 
nos grupos culturais, no samba de roda, na chula, nas manifestaçõesreligiosas, nos locais de 
convívio, nas festas tradicionais, na diversidade dos distritos e povoados, na história local, na 
alimentação, na economia, na urbanização, na comunidade quilombola, entre tantos outros 
espaços do Município, tais saberes devem estar inseridos nas práticas formativas escolares, 
direcionando olhares, investigações, sem prejuízo do rigor científico, ao contrário, 
conduzindo o aprimoramento da pesquisa científica a partir de elementos da territorialidade 
com foco no contexto local, valorizando assim elementos identitários. 
Referindo-se aos territórios, percebe-se a extensão e a diversidade encontrada, tanto na 
cultura, quanto nas paisagens. A identidade cultural pode ser reconhecida facilmente. A 
música, a comida, as festas baianas em geral, têm um impacto significativo, também pelo fato 
de muitas delas estarem ligadas à religiosidade. É necessário que as escolas entendam a 
importância dessas manifestações culturais e promova-as para que também o aluno possa se 
emancipar, perceber-se e sobretudo, reconhecer-se como sujeito de determinado grupo social. 
Ressalta-se que, em cada um dos cantos e recantos desse estado continental, são encontradas 
narrativas que reinventam modos de ser e de viver; formas diversas de territorialidades. Esses 
conhecimentos não podem ser desconsiderados no percurso formativo da Educação Básica, 
uma vez que essa deve se integrar aos conhecimentos científicos, agregando os devidos 
saberes que recontextualizam e reconectam sujeitos e saberes. 
No contexto das territorialidades, a educação do município entende que não há 
qualquer possibilidade de oferecer uma formação igualitária e de qualidade aos sujeitos sem 
levar em consideração as particularidades locais. 
No que tange o processo de ensino e aprendizagem o desenvolvimento das 
competências gerais para a Educação básica encontra um espaço intencional e de 
aprofundamento da contextualização das especificidades, sendo estas dos estudantes 
individualmente, de seu município e territórios de identidade. Sendo assim, é preciso inserir 
as vivências sociais dos alunos no contexto escolar, para promoção da solidariedade, parceria, 
empatia, resiliência e cooperação entre os sujeitos sociais, como também arranjos produtivos 
locais e a dinâmica da economia criativa, por meio de situações contextuais, concretas, 
saberes e particularidades culturais que agreguem aos conhecimentos escolares o necessário 
 REFERENCIAL CURRICULAR 
 MUNDO NOVO 
22 
 
suporte para interpretação e atuação no mundo, uma vez que o desenvolvimento do sujeito 
integral está atrelado a formação do cidadão em sua plenitude. Para tanto o contexto local 
proporciona práticas cidadãs de fortalecimento da identidade do sujeito bem como a sua 
capacidade de agir sobre a sua realidade, constituindo-se como sujeito politico-histórico. 
É fundamental enxergar a si mesmo no outro e entender a importância do lugar onde 
se vive. É necessário superar a rigidez institucional e aproximar o currículo da vida 
procurando ver o invisível aos olhos e compreender os movimentos duais, que ocorrem no 
confronto com o visível. Para consubstanciar essa proposta, faz-se necessário romper com 
paradigmas unidimensionais do conhecimento e do aluno, concebendo-o como um ser 
particular que se constitui na integralidade, através das múltiplas relações que estabelece com 
o mundo. 
Assim, este Referencial possui como um dos princípios a valorização histórica e 
cultural do município, onde os estudantes se reconheçam como sujeitos históricos 
pertencentes e agentes de sua territorialidade. 
 
A HISTÓRIA E A CULTURA COMO REFERÊNCIA 
 
Pensar a escola no contexto da modernidade é concebê-la como uma instituição que se 
constrói historicamente, oportunizando aos sujeitos envolvidos em processo de formação o 
que de mais significativo foi produzido pela humanidade: a cultura, mas sem nunca perder de 
vista as trajetórias, vivências e experiências destes sujeitos que também são frutos da cultura e 
produtores dela. Neste sentido este referencial deve ser pensado como um espaço vivo em 
que a construção dos saberes se dá por meio de uma educação que confere centralidade ao 
sujeito, às suas potencialidades, fragilidades, necessidades, histórias singulares e as mais 
diversas interações que estabelece para além do contexto escolar. 
 
O Currículo, portanto, é o resultado da incorporação das interações da vida dos 
sujeitos que se manifestam dentro e fora do espaço escolar [...] O currículo é a 
expressão da vida. Vida plena e indissociável, que resulta da unicidade dos 
processos vitais e dos processos cognitivos. Essa unicidade pensada dentro da 
proposta de auto-organização dos sistemas vivos de Maturana e Varela (2001) 
percebe a organização autopoética como característica essencial para que a vida se 
produza. Sendo assim o currículo volta- do para a vida traduz-se num espaço de 
produção de conhecimento que se caracteriza não pela forma ordenadora com que se 
potencializa, mas por uma dinâmica caótica que há muito vem sendo evidenciada 
(PEREIRA, 2004, p. 54). 
 
 
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A educação escolar quando ocorre contextualizada às vivências e experiências dos 
estudantes, ressignifica o processo de escolarização, tornando-os sujeitos do seu próprio 
aprendizado, oportunizando encontrar lugar de fala, de identidade, de pertencimento, o que 
contribui para aquisição dos novos saberes. Um ensino que ignorasse a história e realidade de 
vida destes estudantes incorreria no risco de um processo fracassado pela fragmentação, 
descontinuidade, pela falta de conexão com o mundo social, com as culturas diversas. 
Conhecimentos totalmente descontextualizados desfavorecem, assim, um ensino mais 
reflexivo e uma aprendizagem mais significativa, critica , pensada para contemplar o ser 
humano em sua totalidade o que confere ao processo um grau maior de humanização e de 
transformação. Freire ao longo de sua obra enfatizou esta necessidade de uma prática 
humanizadora. 
 
O sonho pela humanização, cuja concretização é sempre processo, e sempre devir, 
passa pela ruptura das amarras reais, concretas, de ordem econômica, política, 
social, ideológica etc., que nos estão condenando à desumanização. O sonho é assim 
uma exigência ou uma condição que se vem fazendo permanente na história que 
fazemos e que nos faz e re-faz. (FREIRE, 2001, p. 99) 
 
Deste modo, este referencial curricular foi assim concebido, contemplando uma 
educação integral, que reconhece e valida nos educandos, sujeitos de direitos, todas as suas 
dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural, com foco na formação para a 
autonomia, criticidade e responsabilidade individual e coletiva. Além disso, a educação que 
pensa o sujeito em sua totalidade oportuniza tempo e espaço para a livre criação, valorização 
e reconhecimento de saberes, fazeres, sentimentos, experiências, manifestações, vivencias, 
respeitando assim a diversidade, pluralidade e ao mesmo tempo as diferentes culturas que 
permeiam o contexto escolar. 
 
 
O responsável definitivo da natureza, sentido e consistência do que os alunos e 
alunas aprendem na sua vida escolar é este vivo, fluido e complexo cruzamento de 
culturas que se produz na escola entre as propostas da cultura crítica, que se situa 
nas disciplinas científicas, artísticas e filosóficas; as determinações da cultura 
acadêmica, que se refletem no currículo; as influências da cultura social, constituídas 
pelos valores hegemônicos do cenário social; as pressões cotidianas da cultura 
institucional, presente nos papéis, normas, rotinas e ritos próprios da escola como 
instituição social específica, e as características da cultura experiencial, adquirida 
por cada aluno através da experiência dos intercâmbios espontâneos com seu 
entorno. (Pérez Gómez, 1998, p. 17) 
 
 
Ao se levar em consideraçãoa diferença como ponto de partida para concebermos a 
realidade plural, o currículo pode ser analisado pela perspectiva de um espaço-tempo onde 
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diferenças culturais, trajetórias e, conhecimentos são constantemente confrontados na busca 
do novo. As experiências de aprendizagem propostas pelo currículo passam a ser um local 
onde as diferenças são traduzidas e modificadas a partir de suas especificidades, ocasionando 
assim um processo de negociação continuo. Afinal, na visão de Paraíso (2010), o currículo é a 
própria diferença. 
No contexto da modernidade, então, não há mais espaço para se pensar a educação 
sobre o viés da hegemonia, da monocultura, que torna igual o que se apresenta tão diverso e 
plural e tão pouco conceber uma escola que prioriza apenas o saber científico e desprestigia os 
saberes tidos como populares advindos das práticas e vivências em um determinado território, 
na convivência com outros sujeitos que também possuem suas histórias. Segundo Arroyo, os 
currículos devem ser repensados de forma a valorizar as vivências de mestres e educandos e 
incorporem as experiências sociais, políticas e culturais como produtoras de conhecimento. 
Para o autor: 
 
Reconhecer que todo conhecimento é uma produção social, produzido em 
experiências sociais e que toda experiência social produz conhecimento pode nos 
levar a estratégias de reconhecimento. Superar visões distanciadas, segregadoras de 
experiências, de conhecimentos e de coletivos humanos e profissionais. Reconhecer 
que há uma pluralidade e diversidade e não uma hierarquia de experiências humanas 
e de coletivos, que essa diversidade de experiências é uma riqueza porque produzem 
uma rica diversidade de conhecimentos e de formas de pensar o real e de pensar-nos 
como humanos.(ARROYO, 2013, p.117) 
 
 
Neste sentido, é preciso reconhecer as diversas histórias, as várias culturas e os 
diferentes saberes, para que seja possível desestabilizar as representações estruturadas pela 
cultura hegemônica. O trabalho pedagógico que se concretiza a partir da valorização das 
diferenças culturais, que estabelece o lugar de direito das diferentes modalidades de 
ensino, com olhar diferenciado para atender os diferentes sujeitos envolvidos em 
processos formativos, pode ampliar os movimentos escolares que se opõem à submissão, 
por não contar com um “sujeito transcendente que sabe”, mas sujeitos que tecem saberes e 
não saberes (ESTEBAN, 2003). 
Não há como apagar destes sujeitos, as ausências, as exclusões, os repertórios de 
negação, de conflitos, dos processos humanos ou desumanos em que vivem. Assim como 
negar as potencialidades dos coletivos sociais, que ganham força através da cultura. Uma 
educação que padroniza como igual o que se constitui por natureza diferente é capaz de 
silenciar e neutralizar vozes e representações, oportunizando desigualdades, exclusão, 
colocando-os a margem do processo de escolarização, já que poda saberes e dificulta a 
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ampliação de outros, inviabilizando a construção de um rico repertório cultural recorrente de 
diferentes histórias no espaço escolar. Candau (2008) defende uma perspectiva intercultural 
para a promoção de educação para o reconhecimento do outro e para o diálogo entre 
diferentes grupos sociais e culturais. O trabalho da escola é tornar a diversidade conhecida e 
reconhecida em uma vantagem pedagógica, em vez de negar e silenciar. 
 
RESPEITO A AUTONOMIA ESCOLAR 
 
O Referencial Curricular Municipal, por ser um documento de construção coletiva e 
com o objetivo de assegurar os princípios educacionais e os direitos de aprendizagens dos 
estudantes mundo-novenses é um importante norteador para a elaboração dos Projetos 
Políticos Pedagógicos, assim como para os planos de ensino, visto que esse documento 
materializa atos curriculares que servirão de referência para a educação do Município de 
Mundo Novo. 
Nesse sentido a LDB 9394/96 trata a autonomia da escola como um direito e orienta as 
unidades escolares para que o PPP articule os contextos de acordo com as Diretrizes 
Curriculares Nacionais. 
 
A construção coletiva do Referencial Curricular Municipal refere-se também à 
construção da identidade institucional através da elaboração do seu projeto educacional, 
dando-lhe autonomia para gerenciar os recursos destinados à manutenção do ensino, bem 
como incorporar inovações e atualizações pedagógicas. De acordo com Carvalho: 
 
Para que a escola seja realmente um espaço democrático e autônomo, é necessário 
que as dimensões pedagógica, administrativa, política e financeira estejam 
entrelaçadas para funcionar efetivamente dentro do Projeto Político Pedagógico da 
Instituição educacional. Contudo, não se considera uma escola autônoma se algumas 
das dimensões não é atendida em sua totalidade. CARVALHO. CONSED, 2001. 
Referencial Curricular de 
Mundo Novo 
Planos de Ensino e 
Aprendizagem 
Projeto Político Pedagógico 
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A partir da proposta do referencial curricular, a escola poderá refletir sobre o processo 
educacional (LOPES&MACEDO, 2011) e as suas metodologias, pensando em como 
melhorá-lo de forma que o estudante seja protagonista na construção do conhecimento, 
portanto as metodologias e as novas propostas pedagógicas devem ser pensadas para um 
estudante ativo e não apenas receptor passivo de conteúdo. Para tal os temas integradores, 
projetos temáticos, entre outros devem partir da necessidade e contexto social do estudante, 
considerando as suas singularidades e pluralidades. 
É importante destacar a relevância do papel do gestor nesse processo de 
democratização da escola que deve ser proativo na resolução de problemas que acontecem na 
escola. O gestor autônomo precisa ser líder e não chefe, pois um líder jamais trata dos 
assuntos coletivos de forma centralizadora. Ele envolve a comunidade escolar em todo o 
processo de tomada de decisão para o bem comum. Só assim alcançará o respeito e confiança 
necessários para o exercício de uma gestão autônoma e democrática. 
Para tanto, é fundamental que a prática docente seja ressignificada a partir de um 
trabalho colaborativo entre toda comunidade escolar utilizando-se deste referencial como 
ponto de partida para um trabalho democrático, pois uma escola que tem como princípio a 
igualdade, cooperação, empatia, solidariedade deve envolver desde o porteiro até a família em 
todas as atividades escolares para que o professor e aluno sintam-se acolhidos no processo de 
ensino/aprendizagem. 
 
TRABALHO PEDAGÓGICO ARTICULADO POR COMPETÊNCIAS 
 
O conceito de competência apresentado pela Base Nacional Comum Curricular propõe 
uma articulação entre os “saberes” que são constituídos por conhecimentos, habilidades, 
atitudes e valores para resolver problemas da vida cotidiana e do pleno exercício da cidadania. 
Dialogando com o texto da LDB, nos artigos 32 e 35 que estabelecem as finalidades gerais do 
Ensino Fundamental e Médio, as dez competências gerais da BNCC são: 
 
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo 
físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar 
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e 
inclusiva. 
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, 
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, 
para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e 
criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes 
áreas. 
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3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às 
mundiais, e, também participar de práticas diversificadas da produçãoartístico-
cultural. 
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e 
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das 
linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar 
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir 
sentidos que levem ao entendimento mútuo. 
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de 
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo 
as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir 
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal 
e coletiva. 
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de 
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do 
mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu 
projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, 
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e 
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo 
responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em 
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, 
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos 
outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se 
respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento 
e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, 
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, 
resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, 
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. 
 
Para tanto, tais competências não podem ser desenvolvidas de formas isoladas, mas 
sim com um trabalho planejado e articulado com as habilidades dos componentes curriculares, 
pois são expectativas de aprendizagens que precisam ser desenvolvidas em todo o percurso da 
educação básica, a partir das práticas pedagógicas utilizadas, nos tipos de relação que se 
estabelecem dentro da escola para oportunizar aos estudantes experimentar e vivenciar as 
competências que contribuirão para a sua formação humana na sua integralidade. 
 Diante do atual cenário mundial, tais competências tornam-se necessárias para a 
demanda da formação do sujeito integral, que seja um agente social transformador, que se 
coloque no lugar do outro, que seja capaz de cooperar, de dialogar para resolver os conflitos, 
construindo argumentos nos debates com opiniões diversas, de forma respeitosa e ética, que 
planeje, sonhe e estabeleça metas para sua vida futura, que tenha determinação, autoconfiança 
e que persista em busca dos seus projetos de vida. Competências essas que deverão ser 
desenvolvidas desde a educação Infantil até o 9º ano no Ensino Fundamental, na rede 
municipal de ensino. 
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As competências gerais explicitadas na BNCC, apresentam referencias observáveis 
nos objetivos gerais dos Parâmetros curriculares Nacional (PCNs) e Diretrizes Curriculares 
Nacionais (DCN), onde a formação integral do sujeito está atrelada às suas dimensões 
intelectual (cognitiva) / física, a dimensão afetiva/social, dimensão ética/moral e dimensão 
simbólica. Para uma formação integral dos estudantes é preciso ter consciência do que 
ensinar, do que os estudantes querem aprender, como e porque ensinar, como também refletir 
para que servem as modalidades planejadas e se de fato os estudantes aprenderão com aquela 
modalidade organizativa (sequência didática, projetos, atividades ocasionais e atividades 
permanentes) propostas. 
O ambiente escolar é um espaço de interação social e de formação dos sujeitos, tais 
como a biblioteca, a sala de leitura, o pátio, os corredores, sala de aula, entre tantos outros 
espaços que são importantes para que as competências se desenvolvam, pois são nesses 
ambientes que os estudantes se relacionam, e é a partir das relações que poderão desenvolver 
a empatia, a colaboração, o pensamento crítico, o autocuidado, o autoconhecimento, o uso de 
diversas linguagens e manifestar-se artisticamente. 
O professor tem um papel fundamental nesse processo, pois ele é o mediador que 
articula os saberes, é ele que poderá propor atividades que possam praticar o protagonismo, a 
empatia, autonomia, argumentação, posicionamento crítico, o uso de novas tecnologias, entre 
outros, pois as competências gerais demandam abordagens pedagógicas que valorizem as 
atitudes dos estudantes e o seu desenvolvimento humano como a participação em debates, 
trabalho colaborativos, o uso de novas tecnologias de forma contextualizada ao propósito, 
projetos que envolvam toda a comunidade escolar e comunidade local. Como referência das 
declarações acima explicitadas, ficam os registros das escritas dos professores em momento 
formacional, onde foi feita a seguinte pergunta norteadora: “Que sujeito queremos 
formar?”, tal pergunta foi respondida pelos mesmos, segue registros obtidos: 
 
Professor 1 (Educação Infantil) : “Que acredite em si, como agente de transformação para 
uma sociedade humana” 
Professor 2 (Educação Infantil) : “ Um cidadão pensante, crítico e envolvido com o mundo 
em sua volta, que seja capaz de usar o seu conhecimento para transformar a sua realidade.” 
Professor 3 (Fundamental I) : “Um cidadão crítico e reflexivo, capaz de agir na sociedade 
em que está inserido.” 
Professor 4 (Fundamental I) : “Um cidadão preparado para enfrentar as diversidades com 
criticidade e respeito.” 
Professor 5 (Fundamental II) : “Cidadãos capazes de pensar e repensar as suas ações e 
atitudes. Cidadãos plenos, conhecedores de seus direitos e deveres e que saibam viver em sociedade.” 
Professor 6 (Fundamental II) : “Quero formar cidadãos melhores do que sou. Que possam 
ter a coragem de se posicionar em defesa de seus direitos, um cidadão honesto, humano e que tenha 
determinação para ocupar o seu lugar no mundo com dignidade.” 
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A avaliação formacional articulada com as competências também precisa de um olhar 
cuidadoso, pois não cabe avaliar apenas conteúdos, mas sim as manifestações das atitudes, 
como a reponsabilidade, o trabalho colaborativo, o posicionamento crítico entre outras 
manifestações que promovem o desenvolvimento humano desses sujeitos como um processo 
contínuo onde se observam os avanços e se repensa o que é necessário para continuar 
avançando, pois o nosso objetivo é a formação integral do sujeito para que possa usufruir de 
uma cidadania plena, agindo e transformando a sociedade. 
 
TRANSVERSALIDADES DOS TEMAS INTEGRADORES 
 
Os temas integradores tecem as diversas áreas do conhecimento que compõem o 
Currículo e trazem questões que atravessam as experiências dos sujeitos em seus contextos de 
vida. Compreende aspectos para além da dimensão cognitiva, contribuindo para a formação 
sócio-política, ética, uma vez que compreende o desenvolvimento do sujeito em sua 
integralidade, considerando assim as diversas identidades culturais. 
De acordo com o DCRB, “com o intuito de requalificar as práticas exercidas pelos 
integrantes da comunidade escolar em prol da construção de uma sociedade mais justa, 
fraterna, equânime, inclusiva, sustentável e laica”, os temas integradores desenvolvem o 
importante papel político e pedagógico nos espaços formais de humanização,

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