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ppc_educacao_infantil_web[6099]

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Proposta
Pedagógica
Curricular
Educação
Infantil
2013
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Secretaria Municipal de Educação 
Departamento de Ensino 
Gerência da Educação Infantil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pinhais 
2013 
 
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 
PARA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PINHAIS, Secretaria Municipal de Educação de. Proposta Pedagógica 
Curricular, Educação Infantil 
 
Pinhais – Paraná: SEMED, 2013. 
170 páginas 
 
Departamento de Ensino 
(Trabalho Pedagógico, Histórico-Critico, Interação e Ludicidade, Desenvolvimento) 
 
 
 
 
Prefeito Municipal de Pinhais 
Luiz Goularte Alves 
 
 
Secretária Municipal de Educação 
Andrea Franceschini 
 
Diretor do Departamento de Ensino 
Kelly Panini Fonseca de Souza 
 
Gerente da Educação Infantil 
Adriana Colombo Gonçalves 
 
 
Chefe da Seção de Apoio e Desenvolvimento da Creche 
 
 
Chefe da Seção de Apoio e Desenvolvimento da Pré-Escola 
Haline Siroti Andruszewicz 
 
Chefe da Seção de Apoio e Desenvolvimento da Pré-Escola II 
Juliana Cordeiro 
 
Coordenação Geral 
Adriana Colombo Gonçalves 
 
 
 
Capa 
Claudiane do Rocio Quaglia Nunes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Princípios Norteadores da Proposta 
 
 
 
Autores: 
 
Kelly Panini Fonseca de Souza 
Louize Mari da Rocha 
Simone Gualberto 
Susi Cristie Rebello da Silva 
Viviane Monteiro de Almeida Luchezi 
 
 
 
Fundamentos Filosóficos 
 
Coordenadora: 
 
Neiva Constante 
 
Autores: 
 
Adriana Cristina Zielinski Do Nascimento 
Luciana Pacheco Klamas 
Nadir Fernandes dos Santos 
Olinda de Cássia Curupaná 
Patrícia Sales de Souza 
Renata Alves dos Santos 
Sirlane Miranda 
Valdo de Souza Melo 
 
 
 
Fundamentos Pedagógicos 
 
Coordenadora: 
 
Kelly Panini Fonseca de Souza 
 
Autores: 
 
Ana Carolina Fischer 
Ana Caroline Schloegel 
Flavia Liszyk 
Jaqueline Salamek 
Maria Amélia das Neves 
Maria Aparecida Vargas 
Vanessa Queiros 
 
 
Fundamentos Psicológicos 
 
 
Coordenadora: 
 
Cynthia Simoni Goulart Cancelli 
 
Autores: 
 
Edson Luis de Paula Taques 
Keila Marilei da Silva 
Marcia Regina Lucas de Lima 
Marelis de Fátima Rodrigues de Lima 
 
 
 
Concepções Teóricas que Norteiam a Prática Pedagógica na Educação Infantil 
 
Coordenadora: 
 
Viviane Monteiro de Almeida Luchezi 
 
Autores: 
 
Adrianny Zimermann Moreira 
Beatriz Ferreira Lemos 
Elaine Cristina Ferreira Morais 
Elen Del Rocio Escoto 
Elias Antônio Bueno 
Elizangela Brugge 
Fabíola Aparecida Prestes Almeida 
Flávia Petry Brenner 
Gabriela De Sousa Tóffoli 
Leda Cristiane De Almeida 
Luciane Cristina Bueno 
Luciane Da Costa Silva De Souza 
Margareth Regina Chiuratto Agustinho 
Maria Izabel Gonella 
Mariana Marques Cardoso 
Patricia Kelli Fernandes De Souza 
Paula Cristina Paulon 
Rosangela Alves De Godoy Gregório 
Roseli Portela 
Vanessa Queiros 
 
 
 
 
 
 
O Trabalho com a Diversidade na Educação Infantil 
 
Coordenadora: 
 
Louize Mari da Rocha 
 
Autores: 
 
Edson Luis de Paula Taques 
Eliane Kutski de Lara 
Elsa Cristina Magalhães Machado 
Juliana Fernandes Pinto de Souza 
Karina Rodrigues Silveira 
 
 
 
Organização do Trabalho Pedagógico 
 
Coordenadora: 
 
Viviane Monteiro de Almeida Luchezi 
 
Autores: 
 
Adrianny Zimermann Moreira 
Beatriz Ferreira Lemos 
Elaine Cristina Ferreira Morais 
Elen Del Rocio Escoto 
Elias Antônio Bueno 
Elizangela Brugge 
Fabíola Aparecida Prestes Almeida 
Flávia Petry Brenner 
Gabriela De Sousa Tóffoli 
Leda Cristiane De Almeida 
Luciane Cristina Bueno 
Luciane Da Costa Silva De Souza 
Margareth Regina Chiuratto Agustinho 
Maria Izabel Gonella 
Mariana Marques Cardoso 
Patricia Kelli Fernandes De Souza 
Paula Cristina Paulon 
Rosangela Alves De Godoy Gregório 
Roseli Portela 
Vanessa Queiros 
 
 
 
 
 
Organização Curricular 
 
Coordenadoras e autoras da versão preliminar: 
 
 Claudiane do Rocio Quaglia Nunes 
Jussara Silvana Romeike 
 
Representantes da Equipe Docente das Unidades de Ensino para discussão do texto 
preliminar e elaboração dos textos de Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos: 
 
Alexsandro Garcia 
Andréa Demeterco 
Andressa Montilla dos Santos 
Carmem Simone de Carvalho 
Carolina Soares Bilbao 
Claudia Thomasi 
Cléa Cecilia Gonçalves Antunes 
Cleudimar dos Santos 
Cristiane Ribeiro Souza 
Daniela Ortega Pereira 
Denise Gonçalves Figueira 
Fernanda Leopoldino da Silva Chaves 
Flávia Guadalupe Miranda Coelho 
Francielle Topia Borges 
Gildo Berlarmino 
Kátia Ferreira Ramos de Araujo 
Liara Cristina Biss 
Rosilaine Maria Bachini Bombacini 
Silvia de Fátima da Costa 
Stela Maris Hirt da Silva 
Taiza Aparecida Sorendino 
Tatiane do Rocio Botelho 
Vivian do Rocio Carvalho de Souza 
 
 
 
Revisão da Língua Portuguesa 
 
Susi Cristie Rebello da Silva 
 
Organização Curricular 2013 
 
Coordenadoras e autoras da versão revisada 
 
Adriana Colombo Gonçalves 
Haline Siroti Andruszewicz 
Juliana Cordeiro 
 
Representantes da Equipe Docente das Unidades de Ensino para discussão do texto 
revisado e reelaboração dos textos de Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos 
 
Manuela Souza 
Jonas Bettero Pereira Machado 
Cristiane Maciel da Silva do Prado 
Daniela Negrão de Mello Cardoso 
Inara Martins Ferreira 
Nadir Fernandes dos Santos 
Roselene Maria Aparecida Pires Michaloski 
Silmara Aparecida Franco 
Dulcinéia Alves 
Edilene Susan 
Fabiane Borges Rodrigues 
Tanay Rigoni 
Patricia da Silva 
Claudia Cristina dos Santos 
Luzia Sebastiana Silva Almeida 
Rosecler Aparecida S.W. Medeiros 
Katiliane Padilha de Souza 
Larissa Elias Cardoso 
Amanda Mara Passos 
Beatriz Ferreira Lemos 
Maria Madalena Pereira 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
APRESENTAÇÃO .......................................... .... .............................................................. 
 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 
Referências ......................................................................................................................... 
 
CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE PINHAIS ....................... 
Referências ......................................................................................................................... 
 
PRINCÍPIOS NORTEADORES DA PROPOSTA................................................................ 
I - Educação de Qualidade .................................................................................................. 
II - Gestão Democrática e Participativa ............................................................................... 
III - Autonomia para Cidadania ............................................................................................ 
IV - Escola para Todos ....................................................................................................... 
V - Acesso, Permanência e Sucesso .................................................................................. 
VI - Formação Integral do Educando .................................................................................. 
VII - Qualificação Profissional ............................................................................................. 
VIII - Respeito à Diversidade ............................................................................................... 
IX – Interações Significativas e Brincadeiras ..................................................................... 
Referências ......................................................................................................................... 
 
FUNDAMENTOS DA PROPOSTA ..................................................................................... 
I – Fundamentos Filosóficos ................................................................................................ 
II - Fundamentos Pedagógicos.............................................................................................III - Fundamentos Psicológicos ............................................................................................ 
Referências........................................................................................................................... 
 
CONCEPÇÕES TEÓRICAS QUE NORTEIAM A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL........................................................................................................ 
I – Concepção de Infância ................................................................................................... 
II – Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil .................................................................... 
III – A Pedagogia Histórico-Crítica e a Educação Infantil .................................................... 
IV – A Pedagogia de Projetos na Educação Infantil ............................................................ 
V – A Importância dos Jogos e Brincadeiras na Educação Infantil ..................................... 
VI – Organização de Espaços e Tempos ............................................................................ 
VII – Rotina Pedagógica ...................................................................................................... 
VIII – Avaliação na Educação Infantil .................................................................................. 
IX – Concepções de Gestão Democrática na Educação Infantil ......................................... 
Referências........................................................................................................................... 
 
OBJETIVOS GERAIS PARA EDUCAÇÃO INFANTIL ...................................................... 
 
O TRABALHO COM A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................. 
I – Diversidade Cultural e Biodiversidade ............................................................................ 
II - Diversidade em Relação à Orientação Sexual................................................................ 
III - Diversidade Étnicorracial................................................................................................ 
 
15 
 
17 
19 
 
21 
25 
 
27 
27 
29 
30 
30 
31 
31 
31 
32 
33 
34 
 
35 
35 
36 
37 
41 
 
 
43 
43 
45 
48 
50 
51 
53 
54 
56 
58 
62 
 
63 
 
65 
65 
66 
67 
 
IV – Contato com Crianças que Possuem Deficiência ........................................................ 
V – Atendimento às Ideias de Heterogeneidade e de Singularidade................................... 
VI – Diversidade de Soluções para um Mesmo Problema .................................................. 
Referências........................................................................................................................... 
 
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NAS INSTITUIÇÕES MUNICIPAIS 
QUE ATENDEM À EDUCAÇÃO INFANTIL ....................................................................... 
I – Adaptação na Unidade de Ensino .................................................................................. 
II – Organização do Tempo Pedagógico ........................................................................ 
III – Organização do Espaço ............................................................................................... 
IV – Brincadeiras ................................................................................................................. 
V – O Trabalho com a Pedagogia de Projetos .................................................................... 
VI – Tecnologia ................................................................................................................... 
VII – Literatura Infantil .......................................................................................................... 
VIII – Integração entre Famílias e Unidade de Ensino ........................................................ 
IX – Avaliação e Parecer Descritivo..................................................................................... 
Referências........................................................................................................................... 
 
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ………............................................................................. 
I Eixos Norteadores do trabalho Pedagógico ................................................................. 
Eixo I: Construção da Identidade e Autonomia ................................................................... 
Eixo II – Movimento ............................................................................................................. 
Eixo III – Oralidade e Relação com a Linguagem Escrita ................................................... 
Eixo IV - Arte ....................................................................................................................... 
Eixo V – Construção de Noções Matemáticas ................................................................... 
Eixo VI – Relação com o Mundo Físico e Natural ............................................................... 
Eixo VII - Relação com o Mundo Social e Histórico-Cultural ............................................... 
Eixo VIII – Filosofia .............................................................................................................. 
 
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR POR EIXOS DE TRABALHO E FAIXA ETÁRIA………. 
 
BERÇÁRIO E MATERNAL 
Eixo I: Construção da Identidade e Autonomia ................................................................... 
Sugestões de Encaminhamento Metodológicos ................................................................. 
Eixo II – Movimento ............................................................................................................. 
Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos ................................................................ 
Eixo III – Oralidade e Relação com a Linguagem Escrita ................................................... 
Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos ................................................................ 
Eixo IV - Arte ....................................................................................................................... 
Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos................................................................. 
Eixo V – Construção de Noções Matemáticas ................................................................... 
Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos ................................................................ 
Eixo VI – Relação com o Mundo Físico e Natural ............................................................... 
Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos ................................................................ 
Eixo VII - Relação com o Mundo Social e Histórico-Cultural ............................................... 
Sugestões de Encaminhamentos Metodológico ................................................................. 
 
PRÉ-ESCOLAR I e II 
Eixo I: Construção da Identidade e Autonomia ................................................................... 
68 
69 
70 
71 
 
 
73 
73 
75 
77 
78 
80 
82 
83 
84 
85 
87 
 
89 
89 
90 
91 
91 
93 
94 
95 
96 
96 
 
99 
 
 
99 
102 
106 
108 
110 
112 
114 
116 
119 
120 
122 
123 
126 
127 
 
 
129 
132 
Sugestões de Encaminhamento Metodológicos ................................................................. 
Eixo II – Movimento ............................................................................................................. 
Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos ................................................................ 
Eixo III – Oralidade e Relação com a Linguagem Escrita ................................................... 
Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos ................................................................ 
Eixo IV - Arte .......................................................................................................................Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos................................................................. 
Eixo V – Construção de Noções Matemáticas ................................................................... 
Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos ................................................................ 
Eixo VI – Relação com o Mundo Físico e Natural ............................................................... 
Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos ................................................................ 
Eixo VII - Relação com o Mundo Social e Histórico-Cultural ............................................... 
Sugestões de Encaminhamentos Metodológico ................................................................. 
Eixo VIII – Filosofia .............................................................................................................. 
Sugestões de Encaminhamentos Metodológicos................................................................. 
Referências........................................................................................................................... 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 
136 
138 
141 
143 
146 
147 
152 
154 
157 
159 
163 
164 
167 
168 
170 
 
171 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16
17
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
A Secretaria Municipal de Educação de Pinhais proporcionou vários momentos de estudos e 
discussões, no ano de 2010, envolvendo os profissionais da educação, especialmente da 
Educação Infantil, para a construção de um documento norteador das ações desenvolvidas nesta 
etapa de ensino. Assim nasceu a Proposta Pedagógica Curricular Municipal para a Educação 
Infantil. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96) faz referência explícita à Proposta 
Pedagógica, especialmente no artigo 13. Ainda destaca a importância da participação dos 
profissionais da educação na elaboração deste documento bem como para organizar e cumprir o 
plano de trabalho de acordo com os princípios estabelecidos por ele. 
É também indispensável destacar a importância dos Parâmetros e Indicadores Municipais 
de Qualidade para a Educação Infantil, documento também construído em 2012, cujo conteúdo 
contribuiu para as discussões e construção dos textos desta Proposta, pois se trata de um 
documento de referência a todas as unidades municipais de ensino no que diz respeito a 
qualidade pretendida no trabalho pedagógico; interações estabelecidas; valorização da 
diversidade; organização dos espaços e da rotina pedagógica; seleção, aquisição e 
disponibilização de equipamentos, mobiliários e materiais; qualificação dos profissionais; 
avaliação, entre outros aspectos. 
Por último, mas não menos importante, reforça que a infância é um tempo precioso em si 
mesmo. A Educação Infantil, portanto, não é apenas um tempo de preparação para que, no futuro, 
a pessoa tenha um bom desempenho escolar, nem para substituir a falta de tempo dos pais para 
cuidarem dos seus filhos. A Educação Infantil deve contribuir firmemente para que a infância seja 
vivida de forma intensa e prazerosa no presente. 
A Educação Infantil, como a primeira etapa da Educação Básica, deve proporcionar às 
crianças a possibilidade de constituir sua identidade, seus valores, conhecimentos e significados 
de forma singular e plural. Isso se dá a partir das relações que se estabelece nas unidades que 
atendem esta modalidade de ensino, sendo a Proposta Pedagógica Curricular o principal 
mecanismo para que estas ações se efetivem. 
As unidades que atendem a Educação Infantil no Município precisam criar condições 
concretas para enfrentar o grande desafio de oferecer educação e cuidados de forma 
indissociável, respeitando os laços de cooperação com a família. Essas condições devem ser 
coerentes com as referências teóricas estabelecidas para a Rede Municipal de Ensino e as 
concepções de criança e de educação infantil defendidas na atualidade. 
Para maior aprofundamento das ações pedagógicas acerca da organização da Educação 
Infantil na rede municipal de ensino, no ano de 2013 todos os educadores, professores, 
pedagogos, diretores e comunidade escolar participaram de um momento de reformulação do 
currículo apresentado neste documento com o intuito de regulamentar os encaminhamentos do 
processo de ensino e aprendizagem nas unidades de Educação Infantil de Pinhais 
Portanto, este documento, pensado, discutido e construído coletivamente é apresentado 
como ferramenta fundamental para estruturar um trabalho educativo de qualidade, escrevendo e 
reformulando mais uma importante página da história da educação do Município de Pinhais. 
 
 
 Luis Goularte Alves Andréa Franceschini 
 Prefeito Municipal Secretária Municipal de Educação 
 
 
18
19
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Secretaria Municipal de Educação visa a melhoria contínua da qualidade do trabalho 
pedagógico nas unidades de ensino que atentem a Educação Infantil na Rede Municipal de 
Ensino, de forma que se promova, de fato, aprendizagens significativas e o desenvolvimento 
integral de crianças de até cinco anos de idade nas dimensões psicomotora, afetiva, intelectual, 
linguística e social. Por este motivo, surge este documento, que é fruto de muita reflexão, 
discussão, avaliação das práticas já existentes e das intenções, concepções, apostas e esforços 
de vários profissionais que atuam na Educação Infantil. 
Até o ano de 2010, as ações pedagógicas realizadas nas unidades de ensino eram 
norteadas por uma Proposta Pedagógica Curricular elaborada no ano de 2005, a qual estabelecia 
objetivos e conteúdos baseados no documento Referencial Curricular Nacional para Educação 
Infantil, do Ministério da Educação e Desporto. Todavia, percebeu-se a necessidade dessa 
Proposta ser reformulada, pois a visão a respeito de criança, educação, atendimento em creches 
e pré-escolas, movimentos sociais, currículo e métodos pedagógicos passaram por 
transformações. Uma prova disso são as próprias questões legais que, dentre outros aspectos, 
amplia a obrigatoriedade na Educação Básica (ou seja, da matrícula na Educação Infantil de 
crianças que completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula, 
conforme § 2º, do Art. 5º, da Resolução № 05/2009, do Conselho Nacional de Educação/Câmera 
de Educação Básica) e o fato das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil 
serem revisadas e atualizadas (conforme PARECER CNE/CEB № 20/2009). 
A reformulação da Proposta Pedagógica Curricular Municipal durante o ano de 2013 
envolveu diferentes segmentos que atuam no processo educativo. Primeiramente, os profissionais 
da Gerência de Educação Infantil, da Secretaria Municipal de Educação, iniciaram estudos a 
respeito de quais são as concepções, valores, ideias, objetivos e desejos existentes em relação a 
organização, desenvolvimento e avaliação do trabalho pedagógico da Educação Infantil, bem 
como estabeleceu um roteiro norteador para a reelaboração deste documento . 
Em seguida, tais discussões foram ampliadas, envolvendo uma comissão composta por 
pedagogos, diretores, educadores e professores das unidades de ensino, os quais foram 
responsáveis por mediar o debate com os demais profissionais das instituições nas quais atuam 
em relação aos objetivos e conteúdos da organização curricular, elencados por faixa etária, e 
quanto às sugestões de encaminhamento metodológico, assim como a revisão da escrita de 
textos referentes às concepções teóricas que fundamentarão as ações pedagógicas do município, 
debateram sobre os objetivos gerais da Educação Infantil e delinearam características da 
organização do trabalho pedagógico, tais como: adaptação dos educandos, organização do tempo 
e dos espaços, brincadeiras, projetos pedagógicos,literatura infantil, tecnologia e integração entre 
família e unidade de ensino. 
Ao final do processo, todos os envolvidos se reuniram para validar o documento em sua 
globalidade. 
Todo este caminhar ocorreu levando-se em consideração alguns aspectos, tais como: 
 
1. A ideia de se elaborar uma Proposta Pedagógica Curricular flexível, dinâmica (ou seja, 
que pode sofrer mudanças a medida que os conceitos, necessidades, demandas, metas e 
objetivos se transformam) e que seja uma direção ao trabalho, um documento norteador, pois 
como diz Sonia Kramer 
 
20
 
 
Uma proposta pedagógica é um caminho, não é um lugar. Uma proposta pedagógica é 
construída no caminho, no caminhar. Toda proposta pedagógica tem uma história que 
precisa ser contada. Toda proposta contém uma aposta. Nasce de uma realidade que 
pergunta e é também busca de uma resposta. Toda proposta é situada, traz consigo o 
lugar de onde fala e a gama de valores que a constitui; traz também as dificuldades que 
enfrenta, os problemas que precisam ser superados e a direção que a orienta. E essa sua 
fala é a fala de um desejo, de uma vontade eminentemente política no caso de uma 
proposta educativa, e sempre humana, vontade que, por ser social e humana, nunca é 
uma fala acabada, não aponta ‘o’ lugar, ‘a’ resposta, pois se traz ‘a’ resposta já não é mais 
uma pergunta. Aponta, isto sim, um caminho também a construir. (KRAMER, in Educação 
& Sociedade, v. 18, n. 60, 1997) 
 
2. Os princípios que servem como fios condutores desta proposta são os da Pedagogia 
Histórico-Crítica, do filósofo e pedagogo Demerval Saviani, no qual a educação é compreendida 
como o ato de produzir em cada sujeito a humanidade que é produzida histórica e coletivamente 
pelo conjunto dos homens e tem como ponto de partida e ponto de chegada a prática social 
(SAVIANI, 2008). Isto quer dizer que o papel da instituição escolar é trabalhar com conhecimentos 
sistematizados partindo da realidade do educando e, a partir da apreensão desses 
conhecimentos, possibilitar que ele transforme a prática. 
 
3. A concepção que se tem de currículo é de "um conjunto de práticas que buscam 
articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do 
patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o 
desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade". (Art. 3, Resolução № 05/2009, do 
Conselho Nacional de Educação/Câmera de Educação Básica). 
 
4. Embora se vise articular as vivências infantis com os conhecimentos sistematizados, 
propiciando que o educando os apreenda, construa novos conhecimentos e transforme a prática 
social, na Educação Infantil também se é valorizado o cuidar e a afetividade envolvida neste 
gesto. Pois, o cuidar, além do educar, é necessário para a formação humana na sua integralidade. 
 
5. A criança é o centro do planejamento curricular, pois ela é "sujeito histórico e de direitos 
que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e 
coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e 
constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura" (Art. 4, Resolução № 
05/2009, do Conselho Nacional de Educação/Câmera de Educação Básica). 
 
6. Os objetivos e conteúdos elencados para cada faixa etária compostas nesta proposta 
curricular são organizados em 8 eixos que poderão nortear o trabalho pedagógico nas unidades 
de ensino, levando-se em consideração a importância das interações e brincadeiras no processo 
educativo dos educandos. São eles: 
 Construção da Identidade e Autonomia; 
 Movimento; 
 Oralidade e Relação com a Linguagem Escrita; 
 Arte; 
 Construção de Noções Matemáticas; 
 Relação com o Mundo Físico e Natural; 
 Relação com o Mundo Social e Histórico-Cultural; 
 Filosofia para turmas de maternal III e pré-escolar. 
 
21
 
 7. Os textos desta proposta se dirigem a toda a comunidade escolar e os leitores são 
vistos como coautores, podendo questioná-los e sugerir modificações, adaptando-os à realidade 
do contexto educacional. Inclusive, é importante que haja constantemente um diálogo a respeito 
deste documento em cada unidade de ensino. 
 
 Enfim, esta Proposta Pedagógica Curricular foi pensada e elaborada coletivamente, 
considerando-se a criança enquanto sujeito histórico e de direitos, a “realidade que pergunta e 
busca respostas” (como diz Sonia Kramer) e os saberes, fazeres, valores e intenções de vários 
autores do processo educativo. O seu objetivo é nortear a análise, discussão, implantação, 
implementação e avaliação das estratégias pedagógicas da Educação Infantil do município. 
Contudo, para que isto ocorra é necessário o compromisso de todos os envolvidos no trabalho 
desta etapa de ensino, apostando na qualidade da prática pedagógica e construindo 
constantemente novos caminhos. 
 
 
 
 
 
 
 REFERÊNCIAS 
 
BRASIL., Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a 
Educação Infantil. v 1. Brasília: MEC/SEF, 1998. 
 
______. Conselho Nacional de Educação. Resolução Nº 05, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais 
para a Educação Infantil. Brasília, 2009. 
 
______. Conselho Nacional de Educação. Parecer Nº 20, de 11 de novembro de 2009. Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais 
para a Educação Infantil. Brasília, 2009. 
 
KRAMER, S. Propostas pedagógicas ou curriculares: subsídios para uma leitura crítica. Revista Educação & Sociedade, v. 18, n. 60. 
Campinas, 1997. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php/script_sci_serial/pid_0101-7330/lngpt/nrmiso> Acessado em 
10/12/2010. 
 
PINHAIS. Secretaria Municipal de Educação. Proposta Pedagógica da Educação Infantil. Pinhais: 2005. 
 
________, Secretaria Municipal de Educação. Parâmetros Municipais de Qualidade para Educação Infantil. Pinhais, 2010. 
22
23
 
CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO 
MUNICÍPIO DE PINHAIS 1
 
 
Com relação à Educação Infantil, no 
ano de 2001, a Secretaria Municipal de 
Educação de Pinhais assumiu plenamente a 
rede de creches públicas, que até então 
estava sob a coordenação da Secretaria 
Municipal de Ação Social. Essa transferência 
de jurisdição das creches, agora com caráter 
educacional, apresentou novos desafios para 
a Secretaria Municipal de Educação, que 
teve que se organizar para suprir os recursos 
humanos e financeiros e promover a 
organização pedagógica e curricular para 
fazer frente às necessidades de atendimento 
à demanda educacional dessa faixa etária. 
Priorizando a qualidade do atendimento 
na Rede Municipal de Ensino, a Prefeitura de 
Pinhais, por meio da Secretaria de 
Educação, passou então a constituir as 
condições e medidas necessárias para esse 
fim, marcadas por ações voltadas para: 1 
 Melhoria dos espaços físicos; 
 construção e ampliação de unidades de 
ensino; 
 adequação dos equipamentos, 
mobiliários e materiais pedagógicos de 
acordo com a faixa etária da criança; 
 investimento na formação continuada 
dos profissionais; 
 elaboração, implementação e avaliação 
das propostas pedagógicas nas 
instituições; 
 organização da gestão escolar; 
 valorização profissional por meio do 
Plano de Cargos, Carreiras e 
Remuneração do Magistério. 
 avaliação sistemática do processo de 
aprendizagem e de desenvolvimento das 
crianças. 
 elaboração e implementação da 
Proposta Pedagógica Curricular. 
 
 
1 Texto do documento da I Conferência Municipal de Pinhais com alterações. 
 
 
 reescrita dos regimentos 
escolares nas unidades de ensino. 
 elaboração dos Paramêtros e 
Indicadores de Qualidade para a 
Educação Infantil. 
Conforme se pode identificar nas 
Tabelas 04 e 05, sobre a evolução de 
matrículas da Educação Infantil em Pinhais, 
no período de 2003 a 2013, a educação de 
crianças de creche e pré-escola passaram de1.223 para 4.688 correspondendo a um 
aumento de aproximadamente quatro vezes 
em relação ao número anterior. É preciso 
observar, no entanto, que mesmo havendo 
este acréscimo na oferta de vagas, houve 
também um aumento na demanda que não 
pôde ser atendida, a qual foi suscitada pelo 
crescimento populacional e principalmente 
pela qualidade promovida nos serviços da 
Educação Infantil. 
Os dados revelam que, em média, no 
período de 2003 a 2006, o maior número de 
matrículas concentrou-se na faixa de 4 a 6 
anos, correspondendo a 70,3% do total de 
matriculas em 2006, enquanto que 29,7% foi 
a porcentagem de matriculas de crianças de 
0 a 3 anos de idade. 
Em 2007, com a implantação do 
Ensino Fundamental de 9 anos, a Educação 
Infantil passou a atender crianças de até 5 
anos, sendo possível ofertar 100 vagas a 
mais para crianças desta faixa etária e 
aumentar, consideravelmente, o número de 
matriculas de crianças de 0 a 3 anos de 
idade no município. 
 
Anos 0 a 3 anos matrículas
0 a 3
total
4 a 6 anos
matrículas
4 a 6
total
0 a 6 anos
mtarículas
0 a 3
anos
evolução
4 a 6
anos
evolução
0 a 6 anos
evolução
2003 484 39,60% 739 60,30% 1223 40,30% 31,30% 34,70%
2004 471 30,20% 1087 69,80% 1558 -2,70% 47,10% 27,40%
2005 665 30,30% 1531 69,70% 2196 41,20% 40,80% 40,90%
2006 639 29,70% 1512 70,30% 2151 -3,90% -1,20% -2,00%
Fonte: MEC/INEP (www.edudatabrasil.inep.gov.br)
Tabela 04 - Ed. Infantil e Evolução de Matrículas, de 2003 a 2006
24
Atualmente são atendidas na 
Educação Infantil (creche e pré-escola) um 
total de 4.688 crianças, enquanto que em 
2006 o número total era de 2.151. Neste 
sentido, conforme se observa na tabela 04 e 
05, houve um aumento significativo de 
matrículas de 2006 a 2010, atendendo-se, 
aproximadamente, 1416 crianças a mais 
neste período. Este aumento de matrículas 
ao longo dos anos foi possível devido à 
ampliação da rede física e a construção de 
novas unidades educacionais. Somente entre 
os anos de 2010 e 2011 foram ampliadas 
ofertas de vagas em mais 4 unidades. Só no 
ano de 2012 foram inauguradas mais 3 
unidades de Educação Infantil ; CMEI Tarsila 
do Amaral, CMEI Cora Coralina, CMEI 
Vinicius de Moraes e uma nova turma de 
maternal I no CMEI Aprendendo e 
Crescendo, totalizando a oferta de 492 novas 
vagas. 
Nos dados da tabela 05 quanto a 
evolução de matrículas na Educação Infantil 
observa-se que há uma aumento significativo 
no ano de 2013 na ampliação de vagas para 
crianças de 0 a 3 anos e consequentemente 
uma diminuição na evolução das vagas de 4 
a 6 anos, visto que para esta última faixa 
etária toda a demanda manifesta já é 
atendida. 
 
Tabela 05 – Educação Infantil – Evolução 
de Matrículas – De 2007 A 2013 
 
 
 
Para o ano de 2014, inclusive, já é 
possível prever a continuidade desse 
aumento no atendimento da Educação 
Infantil, pois serão ofertadas mais de 210 
vagas aproximadamente devido aos 
seguintes fatores: ampliação de um CMEI no 
bairro Jardim Claudia ; construção de um 
prédio no bairro Estância Pinhais e 
Weissópolis e a ampliação do número 
turmas de Pré-escolar II nas Escolas da 
Rede Municipal de Ensino, pois, devido a 
Resolução Nº1, de 14 de janeiro de 2010, do 
Conselho Nacional de Educação, que define 
as Diretrizes Operacionais para a 
implantação do Ensino Fundamental de 09 
Anos, e do Parecer № 01, de 19 de outubro 
de 2010, do Conselho Municipal de 
Educação de Pinhais, crianças que 
realizaram o Pré-Escolar II em 2010 e que 
são nascidas após a data de 31 de março de 
2005 deverão, a partir de 2011, permanecer 
na Educação Infantil. 
Para os próximos anos, também, já 
estão previstas as seguintes obras: 
construção de um CMEI no Jardim Amélia e 
um no Jardim Karla, por meio de convênio 
com o governo Federal (programa 
Proinfância), e ampliações de algumas 
unidades de Educação Infantil do munícipio 
por meio de Assistência Financeira com o 
FNDE/MEC nos Bairros Jardim Amélia 
Weissopolis, Maria Antonieta, Vargem 
Grande, Emiliano Perneta, Atuba e Alto 
Tarumã. Essas ações devem garantir o 
aumento significativo de vagas ofertadas na 
Educação Infantil do município de Pinhais. 
O aumento significativo de matrículas 
na Educação Infantil veio acompanhado de 
um conjunto de esforços orientados para a 
melhoria das propostas pedagógicas das 
instituições educacionais, que foram 
elaboradas de acordo com as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Educação 
Infantil e esta elaboração ocorreu de forma 
participativa por seus profissionais, com a 
assessoria da Secretaria Municipal de 
Educação. Em atendimento a essas 
diretrizes, as propostas pedagógicas das 
instituições contemplam um currículo 
fundamentado numa concepção de criança 
como sujeito histórico-social, em 
desenvolvimento, que constrói o 
conhecimento a partir das brincadeiras e 
interações vivenciadas, orientadas por 
princípios políticos, éticos e estéticos. 
Em 2013, houve a reformulação da 
Proposta Pedagógica Curricular Municipal 
para Educação Infantil, a qual visa redefinir 
os objetivos a serem alcançados com o 
trabalho pedagógico desenvolvido com cada 
Anos 0 a 3 anos matrículas
0 a 3
total
4 a 6 anos
matrículas
4 a 6
total
0 a 6 anos
mtarículas
0 a 3
anos
evolução
4 a 6
anos
evolução
0 a 6 anos
evolução
2007 977 37,70% 1612 62,30% 2589 52,90% -10,80% 8,10%
2008 913 32,70% 1879 67,30% 2792 -6,60% 16,60% 7,80%
2009 1176 31,00% 2614 69,00% 3790 28,80% 39,10% 35,70%
2010 1216 34,10% 2351 65,90% 3567 3,40% -10,10% 5,90%
2011 1314 32,29% 2755 67,71% 4069 8,06% 17,18% 14,07%
2012 1083 22,60% 3709 77,40% 4792 -17,58% 34,62% 17,77%
2013* 1655 35,30% 3033 64,70% 4688 52,82% -18,22% -2,17%
Fonte: Prefeitura Municipal de Pinhais/Secretaria Municipal de Educação
* Dados de 2013 são provisórios, referem-se ao dia 04/09/13
25
faixa etária, orientar o processo de 
reelaboração, implementação e avaliação do 
Projeto Político Pedagógico nas unidades de 
ensino e atender ao Parecer de nº. 20/2009, 
do Conselho Nacional de Educação e da 
Câmara de Educação Básica, que traz a 
revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais 
para Educação Infantil. 
Como primeira etapa da Educação 
Básica, a Educação Infantil tem um 
importante papel na formação do ser 
humano, sustentado por estudos científicos 
indicativos de que quanto mais cedo se 
promove a estimulação e a orientação do ser 
humano para o desenvolvimento de seu 
potencial, maior efetividade se terá na 
constituição de habilidades e competências 
ao longo de sua vida, bem como na 
construção de autoestima mais elevada. 
Neste sentido, as práticas educativas 
adotadas para crianças de 0 a 5 anos têm 
como finalidade a promoção de 
aprendizagens e do desenvolvimento 
integral, a formação de sua identidade e a 
relação com o conhecimento sociocultural, 
porém sem deixar de considerar as 
particularidades de cada criança em relação 
às suas formas de expressão, comunicação 
e interação. 
Considerando estes aspectos, o 
município de Pinhais procura oferecer 
Educação Infantil de qualidade, por meio de 
condições ambientais, materiais, interativas e 
metodológicas necessárias para cada faixa 
etária. Promove a formação contínua dos 
profissionais que atuam neste nível 
educacional, para que não só tenham uma 
compreensão consistente a respeito do 
desenvolvimento e processo de 
aprendizagem da criança, mas também 
desenvolvam ações para promovê-los. Nesta 
perspectiva, os projetos pedagógicos 
implantados pelas unidades de ensino 
relacionam, de forma efetiva, o cuidar e o 
educar e valorizam a ludicidade, 
possibilitando a cada criança a construção de 
conhecimentos e aprendizagens de 
diferentes linguagens. 
Neste contexto, a docência nos 
Centros Municipais de Educação Infantil é 
realizada pelos Educadores Infantis, que são 
profissionais que ingressaram mediante 
aprovação em concurso público e que 
possuem formação mínima em nível médio 
na modalidade Normal. Além desses 
profissionais, há os atendentes infantis e 
atendentes de creche, os quais auxiliamno 
atendimento às crianças. Nas escolas de 
Ensino Fundamental, a docência das turmas 
de pré-escolar é desempenhada por 
professores, que, também, ingressaram 
mediante concurso público. Tais profissionais 
exercem o importante papel de planejar, 
organizar, desenvolver e avaliar o trabalho 
pedagógico, de modo a atingir a finalidade 
educativa. É importante salientar que a 
educação nas instituições educacionais 
mantidas pelo município de Pinhais orienta-
se pelo princípio da gestão democrática, que 
envolve a participação da comunidade na 
tomada de decisão sobre as questões 
educacionais de suas instituições e a 
elaboração e implementação do Projeto 
Politico Pedagógico. Em vista disso, grande 
ênfase é dada à atuação efetiva dos 
Conselhos Escolares e das Associações de 
Pais, Mestres e Funcionários – APMF’s, cuja 
dinâmica é orientada por práticas 
participativas. 
 
 
 Centros Municipais de Educação 
Infantil de Pinhais (ano de 2013) 
 
 Aprendendo e Crescendo – Localizado 
no bairro Alto Tarumã, atende 
atualmente 387 crianças, 
 Cora Coralina - Localizado no bairro 
Vila Amélia, atende atualmente 103 
crianças. 
 Dedo Mágico – Localizado no bairro 
Estância Pinhais, atende 223 crianças. 
 Helena Kolody – Localizado no bairro 
Atuba, atende atualmente 208 crianças. 
 Jane Ana – Localizado no bairro Vila 
Maria Antonieta, atende 98 crianças. 
 Jaqueline Batista de Paula – 
Localizado no bairro Jardim Cláudia, 
atende mais de 250 crianças. 
26
 João Batista Costa – Localizado no 
bairro Vargem Grande, atende um 
número de 213 crianças. 
 Marcelino Champagnat – Localizado no 
bairro Vila Maria Antonieta, atende 260 
crianças. 
 Monteiro Lobato – Localizado no bairro 
Emiliano Perneta, atende 100 crianças. 
 Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – 
Localizado no bairro Atuba, atende 50 
crianças. 
 Preparando o Futuro – Localizado no 
bairro Jardim Amélia, atende 170 
crianças. 
 Raimunda Boing Gorges – Localizado 
no bairro Weissópolis, atende 162 
crianças. 
 Rosi Galvão – Localizado no bairro 
Jardim Karla, atende 82 crianças. 
 Tarsila do Amaral – Localizado no 
bairro Vargem Grande , atende 139 
crianças. 
 Tia Marlene – Localizado no bairro 
Weissópolis, atende 234 crianças. 
 Vinicius de Moraes – Localizado no 
bairro Weissópolis, atende 219 crianças 
 Vó Charlote – Localizado no bairro 
Atuba, atende 200 crianças. 
 Vó Margarida – Localizado no bairro 
Pineville, atende 213 crianças. 
 
 
 Escolas que possuem autorização 
para o funcionamento de Educação 
Infantil, podendo atender turmas de 
Pré-Escolar II 
 
_ Antonio Alceu Zielonka – Localizada no 
bairro Jardim Atuba. 
_ Antonio Andrade – Localizada bairro 
Maria Antonieta. 
- Aroldo de Freitas – Localizada bairro 
Emiliano Perneta. 
 Chafic Smaka – Localizada bairro 
Jardim Amélia. 
 Clementina Cruz – Localizada bairro 
Estância Pinhais. 
 Dona Maria Chalcoski – Localizada 
bairro Centro. 
 Elis de Fátima Zen – Localizada Maria 
Antonieta 
 Felipe Zeni – Localizada bairro Alto 
Tarumã. 
 Frei Egídio Carloto – Localizada bairro 
Jardim Atuba. 
 Guilherme Ceolin – Localizada bairro 
Vargem Grande. 
 Loão Leal - Localizada bairro Atuba. 
 João Leopoldo Jacomel – Localizada 
bairro Weissópolis. 
 José Brunetti Gugelmin – Localizada 
bairro Pineville. 
 Lírio Jacomel – Localizada bairro 
Jardim Karla. 
 Maria Capellari – Localizada bairro 
Maria Antonieta. 
 Marins de Souza Santos – Localizada 
bairro Jardim Cláudia. 
 Odille Charlotte Bruinjé – Localizada 
bairro Jardim Cláudia. 
 Poty Lazzarotto – Localizada bairro 
Emiliano Perneta. 
 Professora Thereza Correa Machado – 
Localizada bairro Weissópolis. 
 Severino Massignan – Localizada 
bairro Weissópolis. 
 31 de Março – Localizada bairro Jardim 
Atuba 
 
 
 Organização de Turmas 
 
As turmas de Educação Infantil nas 
unidades de ensino são organizadas de 
acordo com a faixa etária. A partir do ano de 
2011 tal organização seguirá os seguintes 
critérios: 
 
TURMA IDADE 
Berçário I Crianças de 4 a 11 meses 
Berçário II De 12 a 18 meses 
Maternal I Com 2 anos a completar 
durante o ano letivo ou 
maiores de 18 meses. 
Maternal II 3 anos a completar durante 
o ano letivo. 
Maternal III 4 anos a completar após 31 
de março do ano letivo. 
 4 anos completos ou 5 
27
Pré-Escolar I anos a completar após 31 
de março do ano letivo. 
Pré-Escolar 
II 
5 anos completos ou 6 
anos a completar após 31 
de março do ano letivo. 
 
 
 REFERÊNCIA 
 
PINHAIS. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. I 
Conferência Municipal de Pinhais – COMEP. Pinhais, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28
 
PRINCÍPIOS NORTEADORES DA PROPOSTA 
 
 
Os princípios apresentados neste 
documento devem nortear o trabalho 
desenvolvido na Rede Municipal de Ensino, 
estando, portanto, presentes tanto na 
Proposta Pedagógica Curricular para 
Educação Infantil quanto para o Ensino 
Fundamental – Anos Iniciais, tendo por 
finalidade pensar, articular, organizar, 
desenvolver e avaliar as práticas educativas 
das unidades de ensino. Os princípios 
norteadores que orientam o processo 
educacional são: 
 Educação de qualidade, 
 Gestão democrática e participativa, 
 Autonomia para cidadania, 
 Escola para todos, 
 Acesso, permanência e sucesso, 
 Formação integral dos educandos, 
 Qualificação profissional, 
 Respeito à diversidade, 
 Brincadeiras e interações. 
 
I – Educação de Qualidade 
 
Promover uma educação básica de 
qualidade é um dos desafios da Rede 
Municipal de Ensino de Pinhais, visto que o 
conceito de qualidade é construído 
socialmente e baseado em valores. Desta 
forma, o que é considerado como padrão de 
qualidade hoje, pode não ser daqui a algum 
tempo, dependendo das transformações de 
todo um contexto. 
Além disso, quando se analisa a 
situação em termos de qualidade 
educacional, deve-se considerar múltiplos 
fatores, que muitas vezes vão além dos 
muros das unidades de ensino. Em relação a 
isto, o documento A Qualidade da 
Educação: conceito e definições, do 
Ministério da Educação e do Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas 
Educacionais Anísio Teixeira, que foi 
apresentado no II Fórum Hemisfério 
 
 
Educacional Qualidade de Educação, 
expõe que tratar de qualidade 
 
Implica o mapeamento dos diversos 
elementos para qualificar, avaliar e 
precisar a natureza, as propriedades e os 
atributos desejáveis ao processo 
educativo, tendo em vista a produção, 
organização, gestão e disseminação de 
saberes e conhecimentos fundamentais 
ao exercício da cidadania e, sobretudo, a 
melhoria do processo ensino-
aprendizagem dos estudantes. 
(DOURADO et. al, 2005, p. 29). 
 
Dentre os elementos necessários, é 
preciso considerar dimensões extraescolares 
e intraescolares. A primeira diz respeito aos 
aspectos socioeconômicos e culturais dos 
envolvidos no processo educativo e a 
compreensão da educação como um direito 
do indivíduo e dever do Estado, garantindo 
padrões mínimos de qualidade. A segunda 
envolve os aspectos de organização e gestão 
de cada unidade de ensino, condições de 
oferta de ensino, formação, 
profissionalização, ação pedagógica, acesso, 
permanência e desempenho escolar. 
Neste sentido, ao se pensar na 
qualidade de educação no âmbito municipal, 
baseando-se no que traz o documento 
referido acima, deve-se levar em conta 
problemas sociais refletidos nas unidades de 
ensino, os determinantes socioeconômicos - 
culturais dos cidadãos usuários da instituição 
educacional pública, visão que se tem da 
unidade de ensino no meio em que ela está 
inserida, acesso da comunidade escolar aos 
bens culturais e tecnológicos, possibilidades 
de melhoria de vida das camadas sociais 
menos favorecidas, entre outros. Assim, 
produzir a qualidade sob a ótica extraescolar 
 
implica, por um lado, em políticas 
públicas, programas compensatórios e 
projetos escolares e extraescolares para 
enfrentamento de questões como: fome, 
violência, drogas, sexualidade, 
desestruturaçãofamiliar, trabalho infantil, 
racismo, transporte escolar, acesso à 
29
cultura, saúde, lazer, dentre outros, 
considerando-se as especificidades de 
cada país e sistema educacional. Por 
outro lado, implica em efetivar uma visão 
democrática da educação como direito e 
bem social, que deve expressar-se por 
meio de um trato escolar pedagógico que 
a considerar a heterogeneidade 
sociocultural dos sujeitos-alunos seja 
capaz de implementar processos 
formativos emancipatórios. (DOURADO 
et. al, 2005, p. 14). 
É claro que para a implantação de 
políticas públicas que abrangem questões 
sociais é preciso a parceria de diversos 
setores, como educação, saúde, esporte, 
cultura e lazer, assistência social, entre 
outros. Porém, cada unidade de ensino é 
responsável pela elaboração e 
implementação de projetos escolares que 
envolvem as questões citadas acima. Para 
tanto, a unidade de ensino precisa ter clareza 
a respeito de sua finalidade educativa e dos 
conceitos que embasam o processo ensino e 
aprendizagem, bem como estabelecer 
procedimentos de avaliação processual de 
suas ações, para que (re)construa o seu 
trabalho tendo como foco o desenvolvimento 
e a aprendizagem significativa de todos os 
educandos. 
Agora, ao se discutir qualidade sob o 
ponto de vista da dimensão intraescolar, é 
necessário considerar os seguintes aspectos: 
 Construção participativa de uma proposta 
pedagógica que leve em conta a realidade 
da unidade de ensino e as necessidades 
de todos os sujeitos envolvidos no 
processo educativo; 
 Planejamento e organização dos espaços 
educativos que atendam aos objetivos 
traçados na proposta pedagógica e à 
concepção de ensino; 
 Definição clara de conteúdos relevantes 
nos diferentes níveis do processo de 
aprendizagem; 
 Utilização de metodologias apropriadas ao 
desenvolvimento dos conteúdos 
expressos na Proposta Pedagógica 
Curricular; 
 Constituição de uma unidade de ensino 
inclusiva; 
 Acolhimento e valorização da diversidade; 
 Equipamentos, mobiliários e materiais em 
quantidade, qualidade e em condições de 
uso adequados às atividades 
educacionais; 
 Utilização adequada de tecnologias 
educacionais e recursos pedagógicos 
apropriados ao processo de 
aprendizagem; 
 Organização de bibliotecas que 
contenham um acervo em quantidade e 
qualidade adequada para atender o 
trabalho pedagógico; 
 Implementação de mecanismos eficazes 
de informação e de comunicação entre 
todos os segmentos da unidade de 
ensino; 
 Implantação de processos avaliativos 
voltados para a identificação e superação 
de problemas de ensino e aprendizagem; 
 Criação de projetos que visem o 
acompanhamento e trabalho específico 
com os educandos que estejam 
apresentando dificuldades no processo de 
aprender; 
 Implementação de ações de gestão 
democrática participativa; 
 Desenvolvimento de ações de formação e 
valorização dos educadores/professores e 
demais profissionais que atuam na 
unidade de ensino; 
 Promoção de condições de acesso, 
permanência e sucesso dos educandos 
na unidade de ensino; 
 Criação de estratégias para acompanhar e 
melhorar o nível de satisfação dos pais, 
educandos e profissionais que atuam na 
unidade de ensino. 
Para que as metas relacionadas a 
estes fatores sejam concretizadas, todos os 
envolvidos com o processo educativo 
precisam estar comprometidos com a busca 
constante de uma qualidade educacional que 
promova de fato aprendizagens significativas, 
contribuindo assim, com a constituição de 
uma sociedade brasileira cada vez mais justa 
e democrática (BRASIL, 2009). É importante 
salientar que isto é possível se desenvolver, 
a partir de uma atitude participativa, reflexiva 
e transformadora entre todos os envolvidos. 
30
II - Gestão Democrática e Participativa 
 
Entende-se que a gestão democrática 
e participativa constitui-se em atuação 
fundamental para o estabelecimento dos 
avanços e melhoria da qualidade da 
educação; isto porque estabelece o 
direcionamento, a mobilização e a 
organização necessária para sustentar e 
dinamizar os processos educacionais nas 
unidades de ensino. Sem isso, os demais 
esforços e gastos são despendidos sem 
muito resultado. 
Este novo modelo de gestão se 
assenta sobre a mobilização dinâmica do 
esforço e competência humana, sua energia 
e talento, sua capacidade empreendedora e 
organizadora, como condições básicas e 
fundamentais da qualidade do ensino e da 
transformação da própria identidade da 
educação nas unidades de ensino, muitas 
delas marcadas pela falta de liderança e 
requisitos específicos, pela falta de padrões 
de desempenho e de perspectiva de 
superação efetiva dos desafios cotidianos. 
Em vista disso, a Secretaria Municipal 
de Educação de Pinhais tem investido 
significativamente no desenvolvimento da 
gestão democrática em sua rede de ensino, 
segundo os propósitos e princípios 
constitucionais e da legislação educacional, 
para elevar a qualidade de ensino. Cabe a 
ela, o cumprimento desta proposta 
pedagógica, a decisão sobre a alocação e 
distribuição de recursos necessários para a 
realização de seus objetivos e metas, assim 
como zelar pela qualidade de ensino da rede, 
em todos os seus segmentos e serviços. A 
essa competência está associada à 
responsabilidade fiscal e ética, exercidas 
com transparência e eficácia. 
No âmbito desta secretaria, foram 
organizados os departamentos e setores 
necessários para a orientação, o apoio, o 
acompanhamento e a avaliação dos 
trabalhos da rede de ensino, assim como 
foram propostas formações continuadas às 
suas equipes. Também foi adotado, em 
acordo com a política de gestão da Prefeitura 
de Pinhais, um modelo de planejamento 
estratégico, a partir do qual são definidos 
para orientar a operacionalização de suas 
políticas, metas e objetivos, continuamente 
monitorados e revistos periodicamente. Com 
vistas a concretizar uma gestão democrática 
associada à competência técnica, promove 
ações necessárias para a eleição de 
diretores com a aprovação de todo o 
colegiado e comunidade escolar. 
No âmbito das unidades de ensino, 
esse mesmo modelo de planejamento 
estratégico é adotado e são feitas reuniões 
regulares com os gestores escolares, de 
modo a garantir a unidade do trabalho entre 
as escolas e também a troca de experiências 
entre os diretores, sobre o enfrentamento de 
seus desafios como gestores educacionais. 
O mesmo ocorre em relação a 
autonomia da gestão, que tem sido orientada 
pela proposta, consubstanciada em 2002 na 
Rede Municipal de Ensino, a partir da qual se 
fortaleceu a formação e implementação dos 
Conselhos Escolares. Em 2009 a criação das 
APMF’s – Associações de Pais, Mestres e 
Funcionários, como condição para a 
realização da gestão democrática e 
participativa e integração entre unidades de 
ensino e comunidade, integrando 
professores/educadores, educandos e seus 
familiares. 
A prática da gestão democrática, 
mediante a inserção das unidades de ensino 
em sua comunidade e dela no 
desenvolvimento de suas práticas 
educacionais, constitui-se não apenas um 
preceito constitucional, mas também uma 
das condições básicas para a melhoria da 
qualidade de ensino. 
Neste sentido, um dos objetivos 
primeiros da gestão é transformar a escola 
em instância de pertencimento e identidade 
dos envolvidos e um dos caminhos para tal é 
o diálogo. (KRAMER, Sonia. Profissionais 
de educação infantil: gestão e formação. 
São Paulo: Ática, 2005, p.105). 
Destaca-se ainda que a gestão 
educacional só é democrática, quando todos 
voltam-se para promover e garantir educação 
de qualidade. 
 
31
 III - Autonomia para Cidadania 
 
Aprender a ser cidadão é, entre outras 
coisas, aprender a agir com respeito, 
solidariedade, responsabilidade, justiça, não 
violência, usar o diálogo nas mais diferentes 
situações, desenvolver a capacidade de 
pensar por si mesmo e decidir entre o certo e 
o errado. Sendo assim, o desafio é 
possibilitar aos educandos condições 
objetivaspara avaliar e compreender as 
situações em que vivem e instrumentalizá-los 
para fazer boas escolhas e perceber-se 
como parte da sua família e da sociedade. 
Esses valores e atitudes precisam ser 
enfatizados e desenvolvidos também nas 
unidades de ensino, por meio do respeito às 
regras de convivência e diretamente nos 
conteúdos em cada área do conhecimento. 
 
IV - Escola para Todos 
 
Quando se pensa em “educação para 
todos” acredita-se que: 
 Todo educando deve ter o direito ao 
acesso, permanência e sucesso no 
contexto regular de ensino; 
 Todo educando possui características, 
interesses, potencialidades, limitações e 
especificidades em relação à 
aprendizagem que lhe são próprias e que 
precisam ser consideradas, estimuladas e 
trabalhadas; 
 A unidade de ensino deve considerar, 
respeitar e valorizar a vasta diversidade 
de características e especificidades do 
seu educando garantindo uma pedagogia 
centrada no atendimento a elas; 
 Unidades de ensino inclusivas promovem 
a educação para todos, possibilitando a 
construção de uma sociedade inclusiva. 
A escola inclusiva se caracteriza por 
um sistema que reconhece, respeita e 
valoriza as diferenças individuais de todos 
aqueles que nela encontram-se inseridos. 
Procura atender a todos os educandos 
independentes de suas condições físicas, 
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas 
ou outras. O desenvolvimento de seu 
trabalho necessita ser flexível (currículo/ 
avaliação/ estrutura física/ encaminhamento) 
buscando formar os seus educandos para 
que possam ser autônomos, tanto na 
unidade de ensino como fora dela, podendo 
assim ser valorizados como indivíduos, 
independente se apresentam ou não 
desvantagens acentuadas e/ou necessidades 
especiais transitórias ou permanentes. 
Segundo Mantoan, 
 
(...) uma escola inclusiva oferece 
condições de acesso aos seus 
educandos, atendendo suas 
necessidades específicas, eliminando 
barreiras arquitetônicas, de 
comunicação, informação e atitudinais, 
preparando-se para receber todos os 
educandos. Tem por princípio o direito 
incondicional à escolarização de todos os 
educandos nas escolas de ensino 
regular, recusando-se a criar espaços 
isolados para ministrar um ensino 
específico para determinadas 
deficiências. A escola para todos 
caracteriza-se por reconhecer e valorizar 
diferenças, a heterogeneidade das 
turmas e a diversidade de processos de 
construção coletiva e individual do 
conhecimento. (MANTOAN, 2003, p.8). 
 
Por meio de uma pedagogia centrada 
nas necessidades dos educandos, a escola 
inclusiva promove experiências também 
inclusivas, significativas e positivas, 
contribuindo desta forma para a garantia de 
acesso e permanência de todos os 
educandos, buscando melhorar os índices no 
rendimento escolar e possibilitando o avanço 
a etapas cada vez maiores dentro do sistema 
educacional. Além disso, a escola inclusiva 
respeita os variados ritmos de aprendizagem 
de seus educandos, estabelecendo parcerias 
com a família, comunidade e serviços 
especializados, pois somente com o 
comprometimento de todos é possível a 
construção de uma sociedade humanitária 
com educação de qualidade e exercício ativo 
da cidadania. 
Nesta perspectiva de união, todos 
aprendendo juntos, é possível também 
construir o respeito mútuo, o respeito às 
diferenças, garantindo a formação de sujeitos 
com valores humanizados voltados para uma 
sociedade mais justa e igualitária. 
32
V - Acesso, Permanência e Sucesso 
 
Pensar no princípio de acesso, 
permanência e sucesso remete às unidades 
de ensino municipais a responsabilidade 
constitucional do direito a educação para 
todos. É importante destacar que, no direito a 
educação como atendimento aos educandos, 
não é apenas para cumprimento de leis, mas 
principalmente por acreditar na importância 
da formação de cidadãos com direitos e 
deveres de cidadania, na política da 
igualdade, no exercício da criticidade, no 
respeito à ordem democrática e no 
enfrentamento a todas as formas de 
discriminação. 
Contudo, aceitar as diferenças dos 
educandos, não pode significar apenas o 
atendimento pelo atendimento, pois há que 
se pensar no como e que tipo de 
atendimento será ofertado. Todavia, não 
basta o educando estar e permanecer na 
escola, o sucesso dele é um fator 
preponderante que deve fazer parte das 
práticas pedagógicas do cotidiano escolar. 
 
VI - Formação Integral do Educando 
 
Na organização da sociedade atual 
percebe-se que os seres humanos estão 
rodeados de informações e conhecimentos. 
Porém, muitos apresentam dificuldades em 
lidar com estas situações de forma reflexiva e 
crítica. 
Deste modo, considera-se relevante 
apontar a formação integral do educando 
como um dos princípios desta proposta, pois 
entende-se que ao formar educandos 
integralmente nas unidades de ensino, 
concomitantemente o cidadão também está 
sendo formado para atuar ativa e 
conscientemente no meio social em que está 
inserido. 
Para que esta formação realmente se 
efetive, é preciso desenvolver nos educandos 
conhecimentos e capacidades que lhes 
permitam: 
 Aprender a pensar com consciência; 
 Raciocinar de modo persuasivo e 
fundamentado; 
 Tomar decisões lúcidas; 
 Conviver e comportar-se de modo 
adequado às exigências éticas e morais. 
É importante, ainda nesta visão, 
assegurar o desenvolvimento do currículo 
básico, enriquecendo-o com procedimentos 
metodológicos diversificados e motivadores, 
visando uma orientação eficaz para a 
operacionalização de ações pedagógicas que 
mobilizem toda a comunidade escolar na 
direção de aprendizagens significativas. 
No entanto, nas unidades o foco não é 
preocupar-se em ensinar diretamente valores 
e criatividade aos educandos, mas a todo 
momento esta ideia deve estar implícita nas 
ações realizadas, para que se consiga formá-
lo na sua totalidade. 
 
 
VII - Qualificação Profissional 
 
A formação de professores/educadores 
vem assumindo posição de destaque nas 
discussões relativas as políticas públicas. É 
uma preocupação que se evidencia nas 
reformas que vem sendo implementadas na 
política de formação docente, bem como nas 
investigações e publicações da área e nos 
debates acerca da formação inicial e 
continuada dos professores/educadores. 
Nessas dimensões, a formação 
continuada aparece associada ao processo 
de melhoria das práticas pedagógicas 
desenvolvidas pelos professores/educadores 
em sua rotina de trabalho e em seu cotidiano 
escolar. 
Sob o ponto de vista de políticas 
públicas, a formação continuada de 
professores tem seu amparo legal na LDB 
9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional Brasileira), ao 
regulamentar o que já determinava a 
Constituição Federal de 1988, instituindo a 
inclusão nos estatutos e planos de carreira 
do magistério público, o aperfeiçoamento 
profissional continuado, inclusive em serviço, 
na carga horária do professor/educador. 
Esses horários, segundo a normativa legal, 
são reservados para estudos, planejamento e 
33
avaliação, com o intuito de propiciar uma 
formação fundamentada na "íntima 
associação entre teorias e práticas, inclusive 
mediante a capacitação em serviço." No Art. 
13 inciso V, se enuncia que os docentes 
incumbir-se-ão de ministrar os dias letivos e 
horas-aula estabelecidos, além de participar, 
integralmente, dos períodos dedicados ao 
planejamento, à avaliação e ao 
desenvolvimento profissional. 
Ser professor/educador é educar-se 
permanentemente, pois o processo educativo 
não se encerra, é contínuo. Isto nos permite 
reconhecer que cada conhecimento 
construído pelos professores/educadores 
com seus educandos, vai implicar novas 
relações com outros conhecimentos, novas 
procuras, perguntas, dúvidas e, 
consequentemente, novas construções, num 
processo permanente onde a formação de 
professores/educadores em serviço é 
entendida como uma "formação contínua", no 
cotidiano e a partir do cotidiano profissional 
destes. 
 No entanto, se por um lado, osprofessores/educadores que, durante vários 
anos ministram aulas, conhecem a 
atualidade do exercício docente, têm domínio 
sobre a prática, e conhecem os problemas 
atuais e reais da unidade de ensino; por 
outro, não desenvolvem um processo de 
formação contínua, ficam aquém dos 
avanços dos conhecimentos universais. 
Deste modo, a formação continuada 
deve pautar-se em princípios de uma 
educação igualitária (no sentido de ser direito 
de todos), com vistas ao sucesso dos 
educandos e prevendo avanços nas áreas 
em que será ofertada. Também evidencia-se 
a importância de termos um setor ligado à 
área de ensino, que fica responsável pela 
organização, planejamento e estruturação 
das propostas de formação continuada. 
É necessário que o município, ao 
propor formação continuada aos seus 
profissionais da educação, tenha em vista as 
demandas reais do ensino e que tenha 
mecanismos compatíveis para acompanhar 
as necessidades e os resultados obtidos em 
cada formação. 
Deste modo, para formar um profissional 
reflexivo, deve-se, acima de tudo, formar um 
profissional capaz de dominar sua própria 
evolução, construindo competências e 
saberes novos ou mais profundos a partir de 
suas aquisições e de sua experiência. 
 
 
VIII - Respeito à Diversidade 
 
A ideia de diversidade está ligada aos 
conceitos de pluralidade, multiplicidade, 
diferentes ângulos de visão ou de 
abordagem, heterogeneidade e variedade. E, 
muitas vezes, também, pode ser encontrada 
na comunhão de contrários, na intersecção 
de diferenças, ou ainda, na tolerância mútua. 
 
 
No patrimônio ético-cultural da 
humanidade inteira há um 
comportamento que não pode faltar: a 
consciência de que os seres humanos 
são todos iguais na dignidade, merecem 
o mesmo respeito e são sujeitos dos 
mesmos deveres. 
João Paulo II 
 
O debate sobre diversidade e diferença 
cultural, a partir de meados do século XX 
intensificou-se, imprimindo à sociedade 
brasileira a (re)configuração do pacto social a 
partir da insurgência de atores sociais, 
grupos identitários (aqueles que se 
reconhecem por características comuns) e 
movimentos, até então, não ou pouco 
visualizados no cenário público. Nesse 
sentido, tomar consciência de que o Brasil é 
um país pluriétnico (grupos que apresentam 
homogeneidade cultural e linguística) é 
reconhecer e aceitar que, nesta diversidade, 
negros e indígenas têm papéis de relevância 
para a sociedade brasileira. 
No processo de escolarização, ainda 
hoje, em seus diferentes níveis e 
modalidades, há um certo “repúdio” ao 
diferente. Esse fenômeno chamado 
34
etnocentrismo2, quando exacerbado 
transforma-se em práticas xenófobas3 - 
aversão ou ódio, em racismo4 – crença na 
existência de superioridade ou inferioridade 
racial e ainda, sexismo5 e homofobia6. 
Com vistas a combater tais crenças e 
posturas, a diversidade foi eleita como 
princípio norteador desta proposta curricular, 
firmando o propósito de tomá-la como 
desafio constante para o processo educativo, 
exercitando-a na produção de práticas, 
saberes, valores, linguagens, técnicas 
artísticas, científicas, nas representações de 
mundo, nas experiências de sociabilidade e 
aprendizagem vivenciadas no âmbito escolar 
e fora dele. 
Para que isso ocorra, faz-se necessário 
reconhecer que a base da diversidade nasce 
da construção histórica, cultural e social das 
diferenças e que esta é forjada por sujeitos 
sociais em processos de adaptação ao meio 
social e no contexto das relações de poder. 
Neste sentido, a instituição escolar 
tem como premissa o desenvolvimento de 
uma postura ética, consciente e coerente das 
marcas da diversidade nas diferentes áreas 
do conhecimento e no currículo como um 
todo, nos processos de produção e de 
seleção do conhecimento nele traduzido. 
Não obstante, nessa perspectiva, se 
faz necessário complementar o foco nos 
conteúdos e repensar a proposta curricular 
para o pleno desenvolvimento humano, ou 
seja, focar os sujeitos da educação, 
extrapolando os níveis interpessoais e 
subjetivos, processando a reeducação do 
olhar para além do imobilismo e da inércia 
política-pedagógica que permeia a educação. 
Para a transformação das experiências 
escolares em conhecimentos permeados 
pelas relações sociais, o professor/educador 
 
2 Conceito antropológico, segundo o qual a visão ou avaliação que um indivíduo ou 
grupo de pessoas faz de um grupo social diferente do seu é apenas baseada nos 
valores, referências e padrões adotados pelo grupo social ao qual o próprio 
indivíduo ou grupo fazem parte. 
3 Aversão a estrangeiros, imigrantes, refugiados. Fenômeno comum nos países 
europeus contra imigrantes de países asiáticos, africanos ou latinos. 
4 Refere-se à ideia de hierarquização dos povos a partir do pressuposto da 
existência de raças humanas inferiores e superiores. Combinam violência física e 
psicológica. 
5 Termo que se refere ao conjunto de ações e idéias que privilegiam entes de 
determinado gênero (ou, por extensão, que privilegiam determinada orientação 
sexual) em detrimento dos entes de outro gênero (ou orientação sexual). 
6 Homo= igual, fobia=do Grego φόβος "medo", é um termo utilizado para identificar 
o ódio, a aversão ou a discriminação de uma pessoa contra homossexuais e, 
consequentemente, contra a homossexualidade, e que pode incluir formas sutis, 
silenciosas e insidiosas de preconceito e discriminação contra homossexuais. 
tem papel fundamental, enquanto artífice de 
sua materialização nas unidades de ensino e 
salas de aula. 
Portanto, concebemos um currículo 
para diversidade que possa sensibilizar e 
educar as pessoas para a busca da 
igualdade e equidade racial e cultural em 
respeito à diferença. 
 
 
IX – Brincadeiras e Interações 
Segundo a Resolução N° 05, de 17 de 
dezembro de 2009, do Conselho Nacional de 
Educação e Câmera de Educação Básica, 
todas as práticas pedagógicas desenvolvidas 
na Educação Infantil devem ter como eixos 
norteadores as interações e brincadeiras. 
Neste sentido, é função das unidades 
de ensino propiciar situações em que os 
educandos interajam com diferentes 
pessoas, objetos e elementos culturais e 
sociais, criando-se vínculos positivos com o 
outro e com o conhecimento, pois o modo 
como estas interações se constituem 
influência no processo de aprendizagem e 
desenvolvimento do educando e na 
construção de sua autonomia e identidade. 
Além de mediar estas situações com as 
crianças, as unidades de ensino precisam 
criar relações de proximidade, confiança e 
apoio mútuo com os familiares dos 
educandos, pois estes transmitem segurança 
aos seus filhos em relação ao ambiente 
escolar e se tornam coparticipantes do 
processo educacional, propiciando, também, 
formas diferentes de interação que 
contribuirão para que a criança construa 
conhecimentos. 
Os profissionais da unidade de ensino 
devem, ainda, procurar estabelecer entre si 
uma relação de respeito, ética e colaboração 
recíproca, pois, assim, facilita-se a 
comunicação efetiva entre eles, a troca de 
experiências e a criação de um clima 
favorável à formação plena do educando. 
A ludicidade deve estar presente na 
maioria das atividades desenvolvidas na 
Educação Infantil, pois o “brincar dá à criança 
oportunidade para imitar o conhecido e para 
construir o novo, conforme ele reconstrói o 
35
cenário necessário para que sua fantasia se 
aproxime ou se distancie da realidade vivida, 
assumindo personagens e transformando 
objetos pelo uso que deles faz” (PARECER 
CNE/CEB Nº 20/2009). 
As brincadeiras precisam atender as 
necessidades e interesses de meninos e 
meninas, de acordo com a faixa etária, e por 
meio dela é possível promover o 
conhecimento da criança a respeito de si e 
do mundo, trabalhar com diferentes 
linguagens, construir conceitos, interagir com 
manifestações e tradições culturais, estimular 
a autonomia infantil, a imaginação, 
criatividade e expressividade. Enfim, o 
brincar, além de ser umdireito da criança, 
possibilita o enriquecimento de relações e a 
promoção de aprendizagens no contexto 
educacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 REFERÊNCIAS 
 
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36
 
 
 
 FUNDAMENTOS DA PROPOSTA 
 
 
 I – Fundamentos Filosóficos 
 
Os estudos realizados levam a refletir 
sobre quais foram os princípios que 
conduziram as políticas educacionais até 
então, desde as correntes pedagógicas que 
nortearam o desenvolvimento da educação, 
até os pilares filosóficos que a sustentaram e 
nisto é preciso considerar que a filosofia nos 
faz compreender o ensino por meio do 
pensar e agir críticos e aferição da realidade 
em contraste com o discurso. 
Sobre isso, Niskier afirma: 
 
Em filosofia educacional é desejável que 
as três modalidades filosóficas 
(especulativa, prescritiva e analítica) 
caminhem em conjunto, dado que é um 
processo global. Ela necessita do 
conhecimento sobre o homem a quem se 
pretende educar e da sociedade da qual 
ele é parte. A ela compete encarregar-se 
do estabelecimento de valores e 
objetivos desejáveis em educação, como 
ainda ser a guardiã das palavras para 
que o processo educacional transcorra 
sem incoerência. (NISKIER, 2001, 
p.239). 
 
Assim, os princípios filosóficos no 
campo educacional propiciam por meio de 
suas modalidades a oportunidade de sondar, 
refletir e analisar a realidade, possibilitando a 
intervenção nesta. 
A filosofia e pedagogia, formuladas 
teoricamente, devem se refletir em práticas 
sociais e históricas, se com elas se pretende 
produzir efeito sobre o homem individual ou 
coletivamente. Desse modo: 
 
Uma pedagogia revolucionária centra-se, 
pois, na igualdade essencial entre os 
homens. Entende, porém a igualdade em 
termos reais e não apenas formais. 
Busca, pois, converter-se, articulando-se 
com as forças emergentes da sociedade, 
em instrumento a serviço da instauração 
de uma sociedade igualitária. Para isso, 
a pedagogia revolucionária, longe de 
secundarizar os conhecimentos 
descuidando de sua transmissão, uma 
das tarefas primordiais do processo 
 
 
 
educativo em geral e da escola em 
particular. (SAVIANI, 1994, p.75). 
 
A unidade de ensino está inserida em 
um processo político-social com 
compromisso de transformação da 
sociedade, assumindo assim, a função de 
mediadora entre o educando (ser atuante e 
criativo) e o acesso ao saber historicamente 
acumulado de forma dialética. A partir desta 
ideia, o sistema de ensino deverá promover o 
pensamento crítico, estimulando a atuação 
sobre o meio social, relacionando a este, as 
diversas áreas do conhecimento científico e 
sistematicamente elaborado. 
A finalidade educativa deve estar 
comprometida com a transformação da 
sociedade. Paulo Freire afirma que: “A 
educação, portanto, implica uma busca 
realizada por um sujeito que é o homem. O 
homem deve ser o sujeito de sua própria 
educação. Não pode ser o objeto dela”. 
(FREIRE, 1979, p.28). 
Isso sugere reconhecer a relação 
indissociável entre educação e política. Estas 
dimensões são distintas, porém articuladas 
configuram a prática social e exigem a 
necessidade de instrumentalização, 
garantindo a mediação do saber erudito 
vinculado aos aspectos culturais. 
Nesta perspectiva, as práticas dos 
professores/educadores abrangem 
elementos que direcionam uma proposta 
educacional voltada aos princípios 
democráticos transformadores e de 
participação ativa. Assim, o acesso aos 
conteúdos de modo significativo favorece a 
incorporação de saberes que permitem 
compreender, analisar e intervir na sociedade 
na qual se insere. 
A ação educativa apresenta dois 
sujeitos principais: professor/educador e 
educando, que participantes do processo, 
aprendem e se desenvolvem mutuamente 
37
estabelecendo relações. Parte-se do 
princípio que: 
 
A dialética opõe-se necessariamente ao 
dogmatismo, ao reducionismo, portanto é 
sempre aberta, inacabada, superando-se 
constantemente. Todo pensamento 
dogmático é antidialético. O “marxismo 
acadêmico”, reduzindo Marx a um 
código, transformando o seu pensamento 
em lei sem nada lhe acrescentar é por 
isso, antidialético. A crítica e a 
autocrítica, pelo contrário, são 
revolucionárias. É assim que devemos 
entender a advertência de Lênin de que 
“o marxismo é um guia para a ação e 
não um dogma”. Enquanto instrumento 
de ser entendida como crítica, crítica dos 
pressupostos, crítica das ideologias e 
visões de mundo, crítica de dogmas e 
preconceitos. A tarefa da dialética é 
essencialmente crítica. (GADOTTI, 2006, 
p. 40) 
 
Sendo assim, a unidade de ensino é 
entendida como mediadora entre o educando 
e o mundo da cultura elaborada socialmente 
e historicamente, onde o processo de 
apropriação dos conhecimentos ocorre de 
maneira crítica. 
 
 
II - Fundamentos Pedagógicos 
 
A educação entendida como elemento 
articulador entre o conhecimento empírico de 
mundo e o conhecimento científico cultural 
da humanidade, requer uma concepção 
pedagógica-metodológica com bases 
estruturais definidas, em concomitância com 
essa visão educacional de sociedade e de 
mundo. Contudo, ao considerar o ser 
humano um ser social que depende de 
outros para sobreviver e se desenvolver, 
compreende-se que o conhecimento é uma 
produção coletiva dos seres humanos nas 
suas relações com a natureza, os outros e 
consigo mesmo. 
No

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