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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO 
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS/SP. 
 
 
 
 
Wiliam, brasileiro, solteiro, publicitário, RG/SSP/SP n.º XXXXX, inscrito no CPF/MF 
sob o nº XXXXX, residente à Rua XXXXX, nº XX, Centro, Campinas-SP, e-mail 
xxx@xxx.com.br, por seu advogado que esta subscreve (procuração anexa), vem 
respeitosamente perante Vossa Excelência, propor 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS 
em face de EMPRESA DE TELEFONIA (THAU), pessoa jurídica de direito privado, 
inscrita no CNPJ/MF sob o nº XXXXX, com sede na Rua XXXXX, nº XX, Curitiba/PR, 
e-mail xxx@xxx.com.br, pelos fatos e direitos a seguir aduzidos: 
1. DOS FATOS 
Wiliam, publicitário, domiciliado em Campinas/SP, assinante da THAU (empresa 
de telefonia celular), recebeu uma carta da empresa cuja sede está em Curitiba/PR, 
informando que havia uma fatura em aberto no valor de R$ 1.000,00 (mil reais) de 
fevereiro de 2016 e que se não houvesse pagamento no prazo de 10 dias, do 
recebimento da carta, seu nome seria negativado perante os órgãos de proteção ao 
credito. 
Wiliam, estranhando o fato,pesquisou em seus arquivos e encontrou em sua casa o 
conmprovante do pagamento da referida fatura, enviando via e-mail à Empresa 
THAU para esclarecer o mal-entendido. 
Todavia, dois meses depois, ao tentar adquirir uma geladeira de forma parcelada, o 
financiamento lhe foi negado sob o argumento de que seu nome constava no rol de 
maus pagadores em razão da referida divida pela THAU no valor de R$ 1.000,00 
(um mil reais). 
Extremamente constrangido pela situação, Wiliam lhe procura para que tome a 
medida judicial cabivel, tendo em vista a sua necessidade de obtenção de credito. 
2. DO DIREITO 
2.1. DO ATO ILÍCITO 
Diante dos fatos anteriormente explicitados, percebe-se claramente a configuração 
do ato ilícito, pois a Requerida age de maneira imprudente ao insistir em 
cobrança de dívida já paga, constrangendo o Requerente por meio da 
negativação de seu nome. 
O Requerente é pessoa responsável e honesta, procurando sempre manter sua 
dignidade e honrar os seus compromissos cotidianos, não sendo justo passar por 
esse constrangimento, o qual não deu causa. 
Diante desta imprudência, a Requerida gerou o dano. Esta conduta remete ao 
enquadramento da previsão legal do artigo 186 do Código Civil: 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito.” 
 Dessa forma, patente o dever de indenizar da Requerida, pois de acordo com o 
exposto, ante a existência do ato ilícito, e seguindo os ditames do artigo 927 do 
Código Civil, temos que: 
“Art. 927 Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a 
repará-lo.” 
 2.2. DO DANO MORAL 
A Constituição Federal vigente assegura em seu artigo 5º a garantia de 
reparação do dano moral em seus incisos V e X, nos seguintes termos: 
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral 
decorrente da sua violação. 
Inegavelmente, o caráter de indenização encontra-se posto de forma 
insofismável, retirando da reparação a compensação da vítima, mediante o 
recebimento de uma quantia em dinheiro que servirá para impor uma pena ao 
lesionador, de modo que sua diminuição patrimonial opere como um castigo 
substitutivo. 
O Código de Defesa do Consumidor também ampara o consumidor que se viu 
lesionado por um fornecedor de serviços, com a justa reparação dos danos 
morais e patrimoniais causados por falha no vínculo de prestação de serviço, 
de acordo com o artigo 6º, inciso VI: 
“Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos e difusos.” 
 Em assim sendo, indisputável a responsabilidade da Requerida pela indevida 
interrupção do serviço, sendo evidente ter agido com desprezo ao consumidor 
e de modo abusivo, impondo-se, por conseguinte, a obrigação de reparar o 
dano moral decorrente do desconforto e humilhação causados. 
A questão suscitada apresenta entendimento pacificado no repertório 
jurisprudencial de nossos Tribunais, abaixo transcritos: 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%F3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677854/artigo-927-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%F3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%E7%E3o-federal-constitui%E7%E3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%E7%E3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%F3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607666/artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607430/inciso-vi-do-artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
“AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS CUMULADA COM 
REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. BLOQUEIO DE 
LINHA TELEFÔNICA EM RAZÃO DE DÍVIDA JÁ QUITADA. DANO MORAL. 
CARACTERIZAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO”. (TJ-
SP - APL: 9211842252009826 SP 9211842-25.2009.8.26.0000, Relator: 
Andrade Neto, Data de Julgamento: 15/08/2012, 30ª Câmara de Direito 
Privado, Data de Publicação: 16/08/2012). (grifei) 
 “DIREITO DO CONSUMIDOR. SERVIÇOS DE TELEFONIA FIXA. AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS À PESSOA JURÍDICA. 
APLICABILIDADE DAS REGRAS DO CÓDIGO DE DEFESA DO 
CONSUMIDOR. SUSPENSÃO INDEVIDA DOS SERVIÇOS. ABUSO 
EVIDENCIADO PELA INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO SEM A REGULAR E 
PRÉVIA NOTIFICAÇÃO. FATURA QUE, ADEMAIS, ESTAVA QUITADA. 
DANO MATERIAL NÃO COMPROVADO. (...) - Recurso parcialmente provido”. 
(TJ-SP - APL: 9142201472009826 SP 9142201-47.2009.8.26.0000, Relator: 
Edgard Rosa, Data de Julgamento: 09/11/2011, 30ª Câmara de Direito Privado, 
Data de Publicação: 10/11/2011) (grifei) 
“ADMINISTRATIVO. SERVIÇO CONCEDIDO. TELEFONIA. INDENIZAÇÃO 
DE DANOS MORAIS CONTRA COMPANHIA TELEFÔNICA. SUSPENSÃO 
TOTAL DOS SERVIÇOS TELEFÔNICOS. BLOQUEIO ILEGÍTIMO. 
INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO DE TELEFONIA CONTRATADO PELA 
AUTORA SEM QUALQUER JUSTIFICATIVA PELA CONCESSIONÁRIA. 
DÉBITOS QUITADOS CORRETAMENTE PELA CONSUMIDORA. 
OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR DA CONCESSIONÁRIA. "QUANTUM" 
INDENIZATÓRIO. VALOR QUE SE MOSTRA ADEQUADO. A suspensão total 
dos serviços telefônicos, sem qualquer justificativa para tal bloqueio, sem que a 
concessionária comprove que foi a usuária que solicitou a interrupção do 
serviço de telefonia, assim como deixou de demonstrar qualquer conduta 
irregular praticada pela consumidora, implica no direito a ressarcimento por 
dano moral pela prestadora do serviço responsável pelo evento danoso, 
qualificando-se a suspensão do uso dos serviços como ato ilícito praticado pela 
concessionária de telecomunicação. O "quantum" da indenização do dano 
moral há de ser fixado com moderação, em respeito aos princípios da 
razoabilidade e da proporcionalidade, levando em conta não só as condições 
sociais e econômicas das partes, como também o grau da culpa e a extensão 
do sofrimento psíquico, de modo que possa significar uma reprimenda ao 
ofensor, para que se abstenha de praticar fatos idênticos no futuro, mas não 
ocasione um enriquecimento injustificado para a lesada. (TJ-SC - AC: 156054 
SC 2010.015605-4, Relator: Jaime Ramos, Data de Julgamento: 05/05/2010, 
Quarta Câmara de Direito Público, Data de Publicação: Apelação Cível n. , de 
Orleans.) (grifei) 
“Apelação Cível. Direito Privado não especificado. Contrato de telefonia. 
Ausênciade sinal na linha telefônica. Cobrança indevida. O caso em 
comento caracteriza-se como falha na prestação de serviços por parte da 
empresa ré, uma vez que a parte autora ficou sem sinal, mesmo efetuando 
o pagamento das faturas, não tendo a empresa de telefonia logrado êxito 
em comprovar a regularidade dos serviços prestados, ônus que lhe 
incumbia, conforme art. 333, inc. II do CPC. Repetição do indébito em 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%F3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%F3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704289/artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704205/inciso-ii-do-artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%F3digo-processo-civil-lei-5869-73
dobro. Cobrança indevida. Havendo cobrança irregular de serviços, viável 
a restituição, em dobro, dos valores pagos. Incidência, na espécie, do 
disposto no art. 42, parágrafo único, do CDC. Sobre os valores a serem 
repetidos deverá haver a incidência de correção, a contar de cada desembolso, 
bem como de juros de mora a contar da citação, nos termos do art. 405, do CC. 
Disposição de ofício. Dano moral caracterizado. Os aborrecimentos causados à 
autora transcendem a esfera dos simples transtornos cotidianos, configurando 
lesão extrapatrimonial passível de indenização, já que ficou privada do uso de 
sua linha telefônica, mesmo efetuando o pagamento das faturas. Correção 
monetária pelo IGPM a contar do arbitramento (Súmula 362 do STJ). Juros de 
mora de 1% ao mês desde a citação (art. 405 do CC e art. 219, caput, do 
CPC). Disposição de ofício. À unanimidade, deram provimento ao recurso da 
autora e negaram provimento ao recurso da ré. De ofício, alteraram o marco 
inicial de aplicação dos juros de mora”. (Apelação Cível Nº 70067682849, 
Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Katia 
Elenise Oliveira da Silva, Julgado em 17/02/2016). (grifei) 
2.3. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO (FUNDAMENTOS JURÍDICOS) 
Uma vez reconhecida a existência do dano moral e o consequente direito à 
indenização dele decorrente, necessário se faz analisar o aspecto do quantum 
pecuniário a ser considerado e fixado, não só para efeitos de reparação do 
prejuízo, mas também sob o cunho de caráter punitivo, preventivo e repressor. 
E essa indenização que se pretende em decorrência dos danos morais há 
de ser arbitrada mediante estimativa prudente, que possa, em parte, 
compensar a angústia da Requerente, pelo risco de ter seu nome 
negativado. 
3. DO PEDIDO 
Ante do exposto, REQUER: 
a) O recebimento e processamento da presente demanda; 
b) A citação da Requerida conforme os Arts.16 e 19 da lei 9.099; 
c) Solicito liminarmente que o nome da Requerente seja retirado do cadastro 
de pessoas inadimplentes; 
d) Sejam julgados procedentes os pedidos, para condenar a Requerida ao 
pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a título de reparação de danos 
materiais, devidamente corrigidos; R$ 2.000,00 (dois mil reais) a título de 
restituição do dobro da quantia paga conforte o Art. 42 CDC; e R$ 1.000.00 
(mil reais) a título de reparação danos morais, devido ao constrangimento 
causado a Requerente; 
e) Em virtude do disposto no art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor, 
seja declarada a inversão do ônus da prova; 
f) Seja condenada a empresa Requerida ao pagamento de custas, despesas 
processuais e honorários advocatícios. 
Protesta provar o alegado por todos os meios em direito permitidos, em 
especial pela juntada de documentos, depoimento das partes e de 
testemunhas, caso necessário. 
 Atribui-se à causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601910/artigo-42-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601960/par%E1grafo-1-artigo-42-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%F3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10705418/artigo-405-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%F3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10705418/artigo-405-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%F3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10719883/artigo-219-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%F3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607666/artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607335/inciso-viii-do-artigo-6-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%F3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
Termos em que, pede e espera deferimento. 
Cidade/SP, data/mês/2020. 
Advogado 
OAB XXX.XXX

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