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AO JUÍZO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE CARATINGA/MG 
ORLANDINO SILVA, brasileiro, casado, mecânico, inscrito no CPF sob o nº: 333.333.333-44 e no RG sob o nº 14.444.555, residente e domiciliado na Rua do Buraco, nº 77, Bairro Anápolis, Caratinga/MG, CEP 35303-113, através de sua procuradora infra-assinada, com escritório profissional situado na Rua João Pinheiro, nº 35, Centro, Caratinga/MG, vêm perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 5º, V e X, CF, 186 e 927 do Código Civil e 14 do CDC, propor a presente
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C PEDIDO DE DANOS MORAIS E TUTELA DE URGÊNCIA
em face de MULTINET – FORNECEDORA DE INTERNET LTDA, pessoa jurídica, inscrita no CNPJ sob o nº 11.111.112/0001-22, com sede na Rua Olegário Maciel, 118, 2º andar, Centro, Caratinga/MG, CEP 35300-115, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
I – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
A presente demanda trata-se de relação de consumo, sendo amparada pela Lei n. 8.078/90, que trata especificamente das questões em que fornecedores e consumidores integram a relação jurídica, principalmente no que concerne a matéria probatória.
Tal legislação faculta ao magistrado determinar a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, conforme o art. 6º, VIII:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
[...]
VIII- A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência.
Desse modo, cabe a requerida demonstrar provas em contrário ao que for exposto pelo autor.
II – DOS FATOS
O requerente é cliente da Empresa Multinet – Fornecedora de Internet LTDA há vários anos, e recebeu, em dezembro de 2020, uma fatura enviada pela requerida, lhe cobrando um valor de R$ 196,00 (cento e noventa e seis reais).
Nesse momento, entrou em contato com a empresa para questionar o débito, e foi informado que se tratava da fatura de internet referente ao mês de agosto de 2020, em atraso.
Entretanto, o autor informou já ter adimplido a referida fatura, possuindo inclusive o recibo de pagamento, momento em que a empresa pediu para que desconsiderasse a cobrança, pois iriam retirar o débito do sistema.
Porém, dois meses após o ocorrido, o requerente foi até uma loja para efetuar uma compra a prazo, mas no momento em que precisou efetuar um crediário para o parcelamento do valor do produto, foi informado pelo atendente da loja que seu nome se encontrava inserido nos órgãos protetivos de crédito junto ao SPC/SERASA, por determinação da empresa Multinet, inviabilizando a compra almejada.
O requerente ficou surpreso e sentiu-se imensamente constrangido e humilhado, pois nunca teve seu nome incluso no cadastro de inadimplentes e muito menos passou por uma situação tão embaraçosa e vexatória.
Ressalte-se que o autor é um ótimo consumidor, goza de reputação ilibada, estando, ainda, de total boa-fé na relação jurídica celebrada com a requerida, pois sempre pagou as faturas em dia, não tendo atrasado nenhum pagamento, conforme cópia dos comprovantes de pagamento das faturas em anexo. E que, em contato com a empresa, foi notificado de que o débito seria retirado do sistema, por terem reconhecido que o mesmo já havia adimplido com a obrigação.
Devido à restrição apontada, o autor está, via de consequência, impedido de financiar contrato com bancos, de realizar compras a prazo quando necessário, ou qualquer outra operação que exija numeração de seu CPF.
Dessa maneira, vem a presença de V.Exa. requerer a aplicação de danos morais, bem como que a requerida retire o nome do requerente dos Serviços de Proteção ao Crédito – SPC e SERASA, visto que o suposto débito encontra-se devidamente quitado.
III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Em decorrência deste absurdo, o requerente experimentou situação constrangedora, angustiante, tendo sua moral abalada face a indevida inscrição de seu nome no cadastro de inadimplentes com seus reflexos prejudiciais, sendo suficientes para ensejar danos morais, até porque a dívida se encontra quitada.
A empresa requerida está agindo com manifesta negligência e evidente descaso com o requerente, pois jamais poderia ter inscrito – e mantido por tanto tempo – seu nome no SPC/SERASA.
III. I – DA INEXISTÊNCIA DO DÉBITO
Sabe-se que o credor pode inscrever o nome do devedor inadimplente nos órgãos de proteção ao crédito, visto que age no exercício regular de um direito (CC, art. 188, I).
Contudo, se a inscrição é indevida (v. G., inexistência de dívida ou débito quitado), o credor é responsabilizado civilmente, sujeito à reparação dos prejuízos causados, inclusive quanto ao dano moral.
No caso dos autos, o autor jamais restou em dívida com a ré, tendo pagado em dia toda e qualquer conta.
Com efeito, a ré, ao cobrar débito já pago, praticou ato abusivo em desacordo com os princípios informadores do Código de Defesa do Consumidor e de todo o ordenamento jurídico.
A requerida impôs ao autor cobrança de valores indevidos e, mesmo após alertada sobre a inexistência de débito, não retirou os dados do autor dos órgãos de proteção ao crédito, conforme comprova o documento em anexo, o já referido extrato de negativação.
III.II – DOS DANOS MORAIS
É incontestável que sua conduta causou danos a imagem, a honra e ao bom nome do requerente, de modo que se encontra com uma imagem de mau pagador.
Nesse sentido, a moral é reconhecida como bem jurídico, recebendo dos mais diversos diplomas legais a devida proteção, inclusive amparada pelo art. 5º, inc. V e X, da Carta Magna/1988:
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
(…)
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Outrossim, o art. 186 e o art. 927, do Código Civil de 2002, assim estabelecem:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Além disso, o Código de Defesa do Consumidor se preocupou em garantir a reparação de danos sofridos pelo consumidor, conforme art. 6º, VI:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
A título de exemplo, a jurisprudência do TJMG em casos semelhantes é no sentido de que o dano moral se comprova pela inscrição indevida em cadastro de maus pagadores:
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL - APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - ACORDO PARA PAGAMENTO DE DÍVIDA - QUITAÇÃO - NEGATIVAÇÃO INDEVIDA - DANO MORAL CONFIGURADO - QUANTUM - CRITÉRIOS. - Tratando-se de inscrição indevida em cadastro de maus pagadores, a exigência de prova do dano moral se satisfaz com a demonstração do próprio fato da inscrição. - Na fixação do montante indenizatório dos danos morais, utiliza-se como parâmetro: a condição econômica do ofensor; a condição econômica do ofendido; a gravidade da lesão e sua repercussão; e as circunstâncias fáticas do caso. - Inexistindo prova de má-fé, a cobrança e pagamento indevido, ensejam repetição de indébito de forma simples (TJMG - Apelação Cível 1.0431.17.005993-2/001, Relator (a): Des.(a) Domingos Coelho, 12ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 11/06/2020, publicação da sumula em 24/06/2020).
 Portanto, diante da recente jurisprudência que se assemelha ao caso em tela, ampara o autor, na melhor forma de direito, e como ponderação, pelos danos causados à moral, ao seu bom nome e à sua imagem, sua pretensão a fim de que seja a requerida condenada a lhe pagar, a título de indenização por danos morais, o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
IV – DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA DE URGÊNCIANo que tange à antecipação dos efeitos da tutela, preceitua o artigo 300, do Código de Processo Civil:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
No caso em tela encontram-se preenchidos todos os requisitos exigidos para a concessão da tutela de urgência, quais sejam, a probabilidade do direito e o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
A probabilidade do direito no sentido de que, verifica-se que o direito do autor à tutela satisfativa é plausível, líquida e certa, haja vista a demonstração, através das provas anexadas, de que seu nome foi negativado junto ao SPC/SERASA indevidamente.
Já o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação resulta no fato de que, não concedida a tutela específica antecipadamente, ao requerente acarretará sérios prejuízos que, certamente, não poderão ser evitados no final do processo com a coisa julgada. Visto que, além de ter a sua moral maculada por culpa da requerida, não consegue efetuar compras a prazo.
Ressalte-se que o autor nada deve, razão pela qual a negativação de seu nome é totalmente descabida, motivada de mero descontrole administrativo por parte da empresa requerida.
Destarte, mister a concessão de medida liminar de antecipação de tutela, consoante o art. 300 do Novo Código de Processo Civil, de modo a conceder o benefício pleiteado pelo requerente.
V – DOS PEDIDOS
Diante o exposto, requer a TOTAL PROCEDÊNCIA dos pedidos iniciais, bem como:
a) A concessão das benesses da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, e art. 98 do Código de Processo Civil, por não ter condições financeiras de arcar com as despesas processuais sem prejuízo próprio ou de sua família;
b) A antecipação dos efeitos da tutela, com fulcro no art. 300 do NCPC, no sentido de excluir os dados pessoais do autor dos sistemas de proteção de crédito ou outro órgão semelhante, sendo-lhe imposta multa por cada dia de inadimplemento da requerida em sua obrigação de fazer, ou outra sanção que V.Exa. entenda adequada;
c) A citação da requerida, para, no prazo legal, querendo, responder ao feito, sob as penas da revelia;
d) A condenação da requerida ao pagamento de indenização, de cunho compensatório e punitivo, pelos danos morais causados ao autor, em valor pecuniário justo e condizente com o caso apresentado em tela, de R$ 15.000,00 (quinze mil reais);
e) A designação de audiência de conciliação para tentativa de acordo, nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil/2015;
f) A declaração da inexistência do débito;
g) A inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6º da lei 8.078/90;
h) Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.
i) A condenação da requerida as custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais;
 Atribui-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Nestes termos, pede deferimento.
Local e data.
Advogado e OAB

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