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INTRODUÇÃO - Modelo funcional da circulação: artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias; ocorre o transporte de nutrientes e oferta de oxigênio; liberação de CO2. - Os capilares podem ser contínuos (membrana basal contínua; espaço entre as células quase que virtual, mas pode haver passagem de liquido para o interstício); fenestrados (o liquido tem mais chance de passar pelas fenestras, como ocorre noglomérulo renal), ou ainda sinusoidais (há uma descontinuidade entre as células; a membrana basal é descontinua; a hemácia velha quando passa por esse capilar tem muita dificuldade; é um tipo de capilar encontrado, por exemplo, no baço). - É preciso uma força no capilar que coloque o liquido que foi para o interstício para dentro do vaso(pressão oncóntico). SISTEMA LINFÁTICO - O capilar linfático tem uma camada de célula endotelial fina; possui fendas de abertura; drena uma parte do líquido intersticial. - Circulação paralela à circulação funcional; precisa funcionar para que não haja desequilíbrio no sistema. - O liquido que vai para a linfa passa pelo linfonodo, depois por outro capilar, até desembocar na circulação sanguínea. - Sistema tem uma divisão anatômica: - Ducto linfático direito: drena cabeça, membro superior direito e região diafragmática do fígado; corre ao longo da borda medial do escaleno anterior e termina na junção da subclávia direita com a jugular interna direita; - Ducto linfático esquerdo: começa em L2, passando pela cisterna do quilo, tórax (ducto torácico), passando entre a aorta e a veia ázigos até desembocar na junção da veia jugular interna esquerda e subclávia esquerda; drena o restante das estruturas que o ducto linfático direito não drena. - A pulsação das artérias adjacentes ao canal linfático é um "empurrão” para a linfa subir. - O líquido entre as células epidérmicas é drenado para a derme, do SNC, do endomísio (tecido que envolve a parte mais interna do músculo) e dos ossos consistem em regiões com controle pelos canais pré-linfáticos. - Linfonodo: cápsula + córtex + folículo linfoide + medula (cordões e seios medulares). - Um folículo linfoide ativo aumenta de tamanho significativamente. - Composição da linfa: é um liquido claro, alcalino, composto por lipídios, aa, proteínas e outras substancias. - O capilar linfático tem uma pressão exercida pelas proteínas para trazer o liquido do interstício para dentro da linfa. - As proteínas são concentradas na linfa, mas 10 a 50% delas voltam ao sistema circulatório em torno de 24h. - O sistema linfático drena de 2 a 3L de líquidos por dia. Por isso, a deficiência no sistema linfático pode culminar em edema de grave intensidade e rico em proteínas. - Tamanho, profundidade, e outras características do edema dão uma noção da composição da linfa. - Capilares linfáticos são terminações cegas, com uma única camada de célula endotelial aderida ao colágeno intersticial, não fenestrados mas com membrana basal incompleta e sem pericito. ⇨ BOMBEAMENTO LINFÁTICO - Células endoteliais dos capilares linfáticos tem características de musculo liso; quando contraema linfa vai para a frente; são apoiadas por filamentos fixadores (proteínas de citoesqueleto), as quais ajudam na abertura entre uma célula endotelial e outra, tracionando e abrindo o espaço quando o vaso está “vazio” (não completamente). - Linfagiogênese: VEGF-C e D - O coletor linfático pode se esvaziar por compressão tecidual, movimento corporal e, depois, se expande novamente, fazendo cair a pressão dentro do capilar, abaixo da pressão intersticial, o que produz um gradiente de concentração favorável para a entrada do liquido. - Contração dos músculos esqueléticos, pulsação das artérias adjacentes, o próprio movimento e a compressão são fatores extrínsecos que auxiliam o trajeto da linfa. - A pressão tecidual crescente não somente aumenta a entrada do liquido nos capilares linfáticos como também podem comprimir as superfícies externas dos linfáticos maiores, impedido assim o fluxo da linfa. - Chega uma hora em que o platô é alcançado e não entra mais liquido no vaso linfático; o capilar pode colabar se for comprimido além do seu limite. -Parte da linfa é absorvida pela circulação sanguínea, o que constitui em um mecanismo de regulação desse sistema. - Se o volume plasmático aumentar além da capacidade de drenagem do sistema linfático, o excesso de liquido poderá ser filtrado para o interstício (edema). - A intensidade do fluxo da linfa depende da pressão do liquido intersticial e da atividade da bomba linfática. - A albumina (80% da pressão coloidosmotica) exerce a pressão oncotia/coloidosmotica para tirar o liquido do interstício e colocar dentro do vaso. - O fluxo sanguíneo exerce uma pressão hidrostática, para colocar o liquido para fora do vaso. - Quanto maior o congestionamento do vaso, maior a PH e maior a liberação de liquido para o interstício. ⇨ EDEMA - Vários fatores estão envolvidos na fomração do edema: aumento da permeabilidade capilar, aumento da pressão hidrostática, diminuição da pressão oncótica, obstrução linfática, alterações circulatórias, dentre outros. - O edema pode ser dividido em edema subcutâneo e edema de pulmão. - O edema subcutâneo não é detectado clinicamente até que o volume intersticial tenha crescido acima de 100%, o que corresponde a 10% de aumento do tamanho de um membro. - As consequências do edema subcutâneo englobam ulceração da pele, deficiência nutricional (porque o capilar encontra mais dificuldade para levar os nutrientes até as células), deformidade da pele, desconforto e dificuldade de locomoção EDEMA - Na cirurgia de um câncer de mama, a cirurgia se estende da mama para os linfonodos axilares, a fim de evitar a disseminação do câncer pelos linfonodos (linfadenectomia). - A partir do momento em que se retira os linfonodos, a mulher pode precisar usar meia compressora; ela pode desenvolver um edema crônico. - A manipulação de veias e artérias (ex. aferir pressão, fazer acesso) no braço em que os linfonodos foram extirpados é mais delicada; não há uma complicação imediata, mas ao longo do tempo, se essa manipulação for mantida, pode haver a geração de estresse; a aferição da pressão pode ser realizada em ambas as pernas, nesse caso. - O sistema linfático se distribui por todo o corpo; tem função não só de drenagem, mas também imunológica. - Todas as pressões envolvidas (PH, PO) devem ser analisadas para a avaliação dos fluidos corpóreos. - O normal seria que quase a mesma quantidade de liquido que saísse do vaso retornasse a ele; quando ocorre o desequilíbrio, pode haver edema, de diferentes tipos. - A pressão de sucção pela albumina e outras proteínas “puxa” o líquido para dentro da célula e se chama pressão oncótica/coloidosmotica. - Causas da hipoalbuminemia: má absorção intestinal (possível presença de edema de alça intestinal por conta da IC); síndrome nefrótica (perda de proteína pela urinam -> redução sérica de proteínas); falha hepática; desnutrição; dentre outras. - Anasarca: edema generalizado em várias regiões. - Pressão hidrostática do capilar muito alta pode provocar extravasamento de liquido. - A hipoalbuminemia é sistêmico, interfere no organismo como um todo. Já um edema unilateral, por exemplo, é um desequilíbrio localizado, e pode ocorrer, por vários motivos, como pela trombose venosa. - Condições que afetam de forma sistêmica culminam em um edema generalizado. - Sinal do cacifo: a digitopressão deixa uma impressão, uma marca (cacifo), que pode ser graduada (+ a ++++). - Se o edema for unilateral, pensa-se em um desequilíbrio localizado; se o edema for bilateral e generalizado, há a anasarca, e trata-se de uma condição sistêmica.- Congestão do sistema venocapilar pulmonar gera edema de pulmão. - Estenose mitral: o átrio fica retido no AE; o sangue não consegue desaguar da veia pulmonar para o AE de maneira normal e ideal por conta da alta pressão de enchimento. - A pressão hidrostática aumenta nos capilares pulmonares => o sangue drena para dentro do alvéolo => edema pulmonar; pode ocorrer também edema peribroncovascular. - O edema pode ser causado por: pressão hidrostática aumentada (ex. IC); permeabilidade vascular aumentada (ex. inflamação); pressão osmótica coloide devido à reduzida albumina plasmática (síntese diminuída ou perda aumentada); obstrução linfática; retenção de sódio. LINFEDEMA POR FILARIOSE - A filariose é uma doença causada por um parasita; mosquitos transmitem a filaria; a microfilaria entra no organismo, se reproduz e produz uma reação do sistema linfático. - A filaria tem um tropismo pelo sistema linfático e promove um processo de inflamação crônica dos vasos linfáticos, inibindo o transporte da linfa (que é contra a gravidade), causando uma alteração anatômica e funcional dos vasos. - O acometimento do vaso linfático faz com que o conteúdo da linfa não seja drenado corretamente; pode ocorrer extravasamento da linfa para o espaço intersticial do tecido subcutâneo (pele em “casca de laranja”, com edema duro). - Essa linfa extravasada tem uma qualidade bioquímica diferente da do liquido intersticial usual (plasma); é mais gordurosa e proteica, por exemplo. - Linfedema = dilatação dos vasos linfáticos e acúmulo de linfa. - Linfangite = inflamação aguda dos vasos linfáticos - Linfadenite = inflamação dos linfonodos. - Linfocele = presença de linfa na bolsa escrotal. - Hidrocele = aumento de líquido na bolsa escrotal. ⇨ MEDICINA NUCLEAR - Injeta-se o radiofármaco, o qual emite radiação. - O radiofármaco especifico para o sistema linfático passa pela veia, coração, artéria, até chegar nos capilares; há então o extravasamento do radiofármaco junto com o líquido extravasado pela PH. - Nos primeiros 15 min, a concentração do radiofármaco está nos membros inferiores. - Se o sistema linfático está normal, quase não dá para ver o trajeto da linfa na linfocintilografia, pois o transporte é rápido; quando há alteração, a passagem é mais lenta, e isso é observável no exame de imagem. ⇨ DIAGNÓSTICO - Presença de filaria na linfa ou no sistema circulatório; presença de células de defesa; USG (diagnóstico nos homens, há “dança das filárias”). ESTADIAMENTO TUMORAL - Tumor = proliferação exacerbada de células; pode ser benigno ou maligno; o que define se é benigno ou não é a capacidade de se diferenciar. - Estadiamento tumoral = identificar o estágio do tumor. - Conforme aumenta o estágio da doença, o tratamento torna-se mais difícil. - Sistema de estadiamento TNM: Tamanho, linfoNodos, Metástase. - Se tiver câncer localizado + acometimento de linfonodos + acometimento ósseo = mais grave. - Linfonodo sentinela = mais próximo do órgão. - O T é graduado de 1 a 4 (se o tumor tiver qualquer tamanho, mas invadir e atingir as estruturas adjacentes, é T4) - O N é graduado de 0 a 3 (0: nenhum linfonodo; 1: acometimento do linfonodo sentinela; 2-3: maior grau, outros linfonodos) - O M é graduado de 0 a 1 (0: ausência de acometimento de outro órgão; 1: presença de acometimento de outro órgão). -