DIMENSÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

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DIMENSÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Ivan da Silva Machado
Professora: Ana Cicilia Demétrio
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Curso/Habilitação FLX 1706 – Licenciatura em Geografia
08/07/2020 
RESUMO
O presente trabalho acadêmico, pré-requisito dos cursos de licenciatura da UNIASSELVI, disciplina de Prática Interdisciplinar, tem como objetivo realizar o estudo, e a compreender como uma abordagem introdutória acerca da relação da Dimensão Ambiental na Construção do Espaço Geográfico. Na Introdução, são focalizadas as questões ambiental e educacional no contexto do ambientalíssimo. A metodologia utilizada foi à pesquisa qualitativa de cunho exploratórios nas publicações de autores que estudaram sobre o tema especifico. Buscou-se a importância de fazer a ligação entre a sociedade e natureza na transformação do espaço geográfico. Observou-se a relação entre meio ambiente, espaço e sociedade como parte fundamental dessa a modificação, fazendo um entendimento sobre uma possível extinção da humanidade caso a degradação ambiental não for controlada.
Palavras-chave: Ambiental, Espaço, Geografia.
1. INTRODUÇÃO
Desde o surgimento do homem primitivo o espaço geográfico começou a ser modificado. O que antes parecia ser insignificante, atualmente nossa sociedade enfrenta muitos desafios ambientais. 
À medida que a população mundial cresce e o consumo aumenta, essas mudanças estão se tornando verdadeiras e crescentes ameaças à segurança humana, à saúde e ao bem-estar da sociedade. 
Conceituar esse espaço geográfico, percebendo que o mesmo está sendo modificado pela ação do homem essas intervenções humanas apresentam muitos problemas que acabam acelerando a degradação das paisagens naturais. 
Inicialmente nesse trabalho se abordará o conceito de espaço geográfico e suas transformações ao longo do tempo pela sociedade e as suas consequências, ao que leva degradação do espaço geográfico. Pois, o espaço geográfico estaria atrelado à questão subjetiva, cultural e individual. Faremos uma reflexão sobre a prática predatória, sem os devidos cuidados no manejo e recuperação do meio ambiente, como essas atitudes estão ameaçando o futuro da humanidade. Assim, veremos como a sustentabilidade pode auxiliar para diminuir a gravidade de uma possível extinção da humanidade. Logo após entraremos no assunto da dimensão ambiental e suas subdimensões fazendo uma análise da sociedade, percebendo-se que o principal desafio nos dias atuais é que as cidades devem criar condições necessárias para assegurar uma qualidade de vida que possa ser considerável aceitável. Sabendo que o espaço geográfico é o meio em que grupos de seres humanos se desenvolvem na sua inter-relação com o meio ambiente. Ao mesmo tempo analisaremos as diversas interpretações conceituais do espaço que passam de um contexto histórico, até alcançar uma analise mais complexa entre o espaço social, econômico e cultural.
Assim, relacionaremos a dimensão ambiental e a modificação do espaço geográfico compreendendo o papel que essa ciência possui, no sentido de investigar a realidade, com ênfase nas relações entre sociedade e natureza afim de entender o conceito geográfico de paisagens e nas diferentes manifestações compreendendo a paisagem natural, humanizada, grupos agraria, paisagem industrial, paisagem urbana, e a urbanização. Promovemos novas reflexões sobre os desafios encontrados na construção do espaço geográfico com o aumento da demanda da população e a diminuição do espaço natural, pois essas práticas predatórias no espaço geográfico, sem os devidos cuidados no manejo e recuperação do ameio ambiente, estão ameaçando o futuro da humanidade e da vida no planeta. 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	Para que possamos falar sobre a Dimensão ambiental precisamos conhecer o conceito de espaço geográfico. Esse espaço geográfico refere-se à organização econômica, politica e cultural de uma sociedade. É qualquer região ou fração de espaço do planeta. Didaticamente podemos dizer que o espaço geográfico é também compreendido como espaço natural o que passam pela modificação do homem. Essas ações temporais do homem dá suporte a interdependência econômica dos diversos países e a intensificação do fenômeno da globalização. Podemos promover reflexões sobre o espaço geográfico através da temática espacial tão bem posta por Milton Santos. 
“O espaço geográfico é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá.” (MILTON SANTOS, 2002, p
63).
 As sociedades, ao longo do tempo, passaram por muitas mudanças, sobretudo nas formas de organização espacial. Antigamente quando o ser humano deixou de ser nômade para se tornar sedentário, as primeiras terras ocupadas foram às margens de rios. Nestes locais, houveram os primeiros sinais de modificação das estruturas naturais, ou seja, as primeiras tentativas de adaptar à natureza aos interesses humanos. 
Assim, os elementos naturais - natureza começam a sofrer as modificações sobre a intervenções humanas. No contexto histórico, quase todos os lugares do mundo foram parcialmente mexidos em busca de matéria primas para as industrias que assim forçava a criação de novos espaços artificiais, percebemos então uma interligação entre uma segunda natureza artificial e a natural resultado de relações produtivas e culturais do ser humano e até mesmo uma degradação ambiental. Essas transformações se mostram por meio da relação do homem com seu meio, não apenas por meio de elementos naturais, mas sim pelo um espaço integrado, globalizado e heterogêneo. 
Podemos dizer que essas transformações e origem da degradação ambiental provocada pela ação do homem surgiram com a própria civilização, pois desde que o homem passou a ser sedentário pouco se fez pela preservação ambiental. Todas as práticas provocaram impactos negativos ao espaço geográfico. O aumento maior passou com a Revolução Industrial, pois houve uma necessidade crescente de matéria prima para atender as fábricas, bem como a poluição gerada na produção, dando início a um processo de degradação ambiental mais acelerado devido à necessidade de extração de minérios, devastação de florestas, poluição dos rios, mares e oceanos, desertificação dos solos rurais em função da prática predatória da agricultura e pecuária para atender a agroindústria. 
	Sendo assim percebemos que as intervenções humanas no espaço geográfico trouxeram malefícios para o ambiente natural muito deles até mesmo irreversíveis. A degradação da dimensão ambiental também conhecida como capital natural se agravou em todas as suas subdimensões, a primeira foca-se na ciência ambiental onde inclui ecologia, diversidade do habitat e florestas. A segunda inclui qualidade do ar e da água e proteção da saúde humana. E, a terceira, foca-se na conservação e na administração de recursos renováveis e não renováveis. Percebemos que essas subdimensões ambientais se completam onde o consumo e exploração incontraoláveis de produtos e recursos naturais e minerais do planeta só agravam a vida na terra. 
	Ao abordamos os problemas de degradação ambiental no espaço urbano, é necessário contextualizar o que causou a explosão demográfica nas cidades, no Brasil a população urbana começou a ultrapassar a rural no final da década de 1960. Entretanto, é necessário salientar que este processo de urbanização tardio ocorreu apenas nos países subdesenvolvidos, mais precisamente, após a Segunda Guerra Mundial, com desemprego no campo, as populações não tiveram outra solução a não ser migrar para a s cidades, o que provocou o inchaço das mesmas, causado pela explosão demográfica, corroborado pelos avanços no campo da medicina, que reduziram drasticamente as taxas de mortalidade.
	Em função da rápida urbanização, as cidades não passaram por um processo de crescimento mas sim de inchaço, haja vista que o poder público, por falta de competência, de condições ou por corrupção,não consegue atender à demanda dessas levas de migrantes do campo, o resultado é o processo de favelização das periferias das médias e grandes cidades. Essa necessidade constante de expansão urbana também exerce forte pressão sobre florestas e áreas de mananciais, utilizados para a construção de novos condomínios, portos, aeroportos, vias de circulação, aumento das áreas industriais, crescimento de favelas, entre outros. 
	Outro fator que aumenta toda a degradação do meio ambiente é a extinção das florestas não apenas na perda da biodiversidade, mas também pela a interrupção do ciclo hidrológico equilibrado, pois a mata contribuem com grande parte com o vapor d’agua pois elas alimentam as nuvens e fazem a chover. Sendo a qualidade da água uma das subdimensões da dimensão ambiental, nenhum planeta pode sustentar a vida sem água. Portanto, além de toda degradação do meio ambiente nossa água o bem mais precioso do planeta que é um bem renovável, pode vir acabar pelo uso desfreado da sociedade tendo uma prática predatória e insustentável, seja poluindo, ou desmatando as florestas. Toda essa ação desfreada do ser humano tem grandes consequências que afetam a existência humana.
	Sobre o conceito de dimensão ambiental no pensamento geográfico, do final do século XIX e meados do século XX, onde estava diretamente relacionada "ao estudo da natureza do planeta", sendo o ambiente visto como sinônimo de natureza. (MENDONÇA; T 2018, p. 127-128). Esse estudo surgiu com o objetivo de oferecer soluções ambientalmente adequadas e economicamente viáveis aos seres humanos. Assim, surgiu inciativas em sustentabilidade uma das primeiras ações na Dimensão Ambiental. Nas décadas de 1960 a 1970, países desenvolvidos começaram a perceber os prejuízos ambientais causados por toda a degradação causados pelas indústrias, assim, passaram a criar leis e a aplicar multas pesadas á quem não aplicassem de conservação ambiental. 
	Ao longo da maior parte da história do homem, ele viu-se como dominador da natureza e acreditava que ela estava somente para o seu bem-estar, para servir ao desenvolvimento econômico. Está comprovado que o ser humano não pode consumir o que e quanto quiser sem se preocupar com as consequências futuras, desse modo, surgiu a necessidade urgente de mudarmos essa visão uma das palavras usadas no momento é a sustentabilidade que envolve atender às necessidades do presente sem comprometer as futuras gerações. Esse conceito aborda a maneira de como devemos agir em relação à natureza na sua preservação.
	O fato é que este problema se agravou a sociedade usa o espaço ao longo do tempo, fazendo a relação entre sociedade-natureza onde o homem, precisando de um substrato físico para se desenvolver, relaciona-se com o espaço se apropriando da natureza, transformando-a, caso a sociedade de hoje não encare e resolva com maior seriedade e competência, inclusive mudando hábitos de consumo, o que significa deixar de ter uma vida ambientalmente insustentável para tornar-se sustentável, corremos o risco de sermos extintos enquanto civilização. 
	Diante da ameaça para a humanidade do aquecimento global e a crise climática resultante dos prejuízos ambientais James Lovelock (1979 – A Terra é um ser vivo) é enfático ao afirmar que caso a civilização do presente não mude rapidamente sua matriz energética de combustíveis fósseis para outras fontes sustentáveis, muito pouco ou quase nada sobrará da civilização atual. Com a evolução do prejuízo ambiental no mundo, tornou-se necessário, a criação de leis para frear um pouco a degradação ambiental. 
	No Brasil a degradação ambiental está caracterizada na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente. E segundo o decreto Federal nº 97.632/89, o conceito de degradação ambiental é definido como o conjunto de “processos resultantes de danos ao meio ambiente”. O problema da degradação ambiental é muito mais profundo do que se imagina, pois está ligado à cultura do consumismo e do desperdício, cujas práticas tornaram-se insustentáveis. 
	Sobre o pressuposto questão ambiental a autora considera o meio ambiente e a natureza como bens comuns apropriando em forma de territórios com ambiente e natureza onde se relacionam entre si na formulação do espaço geográfico. (RODRIGUES, 1998, pg 55). “a questão ambiental coloca a necessidade de releitura da produção, de consumo, da distribuição, a complexidade ecossistêmica e as relações que estabelecem ao longo do tempo e no espaço” (RODRIGUES, 1998). Para James Lovelock a ideia de que a vida na Terra é autorreguladora, ou seja, é a vida que cria as condições para sua sobrevivência, e não ao contrário. 
	A ocupação do espaço geográfico e a utilização dos recursos naturais são uma necessidade intrínseca à sobrevivência humana e base do desenvolvimento econômico. Sustentabilidade ambiental e desenvolvimento econômico deveriam ser inseparáveis; entretanto, a sociedade capitalista ou socialista não utiliza esta lógica. O desenvolvimento econômico dos países industrializados tem possibilitado a transferência de algumas tecnologias que trazem prejuízos para países subdesenvolvidos, como é caso dos pesticidas e fertilizantes, que têm mudado o modo como os agricultores na produtividade alterando os ecossistemas na agricultura sendo um fator determinante para a degradação do espaço geográfico, pois, tem aprisionado o produtor nesse circulo vicioso causando a destruição e a erosão do solo. 
	Nesta perspectiva, objetiva-se a sustentabilidade como meio de equilibro para evitar a degradação ambiental como uma melhor distribuição territorial de assentamentos humanos e também das atividades econômicas. 
Desta maneira, nesta dimensão ocorre a:
[...] busca de equilíbrio na configuração rural-urbana e melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos e atividades econômicas; melhorias no ambiente urbano; superação das disparidades inter-regionais e elaboração de estratégias ambientalmente seguras para áreas ecologicamente frágeis a fim de garantir a conservação da biodiversidade do ecodesenvolvimento. (MENDES, 2009, p.52)
Sendo assim, nota-se que a sustentabilidade deve estar presente igualmente em todo espaço geográfico na distribuição de áreas ocupadas pelos seres humanos, assim como na organização desses espaços criando melhor conservação e recuperação do meio ambiente em cada espaço, principalmente, nos mais degradados. 
	Então, concluindo a degradação do espaço geográfico resulta das contínuas transformações ocasionadas pelas atividades humanas sobre a superfície terrestre, destaca-se o trabalho que foi modificando-se ao longo do tempo. A modificação do espaço é marcada por um conjunto de técnicas e ferramentas que facilitam a realização de tarefas. A locomoção de pessoas, o transporte de cargas e também a troca de informações, tornando os lugares mais próximos, conhecidos e integrados. Apesar desse desenvolvimento ser um elemento essencial para as transformações do espaço geográfico e significativo nas relações entre sociedade e natureza resulta em sérios problemas ambientais. 
	Para Almeida, considera que o espaço se torna mais complexo, o autor chama a atenção para explicar o cenário em questão. “Por via direta, do espaço, para o próprio espaço, de um espaço sobre outros espaços, irá influir decisivamente no que são hoje tais espaços econômicos, social e culturalmente”. (ALMEIDA, 1982, p12)
	Com tal afirmação, podemos evidenciar que a dimensão ambiental contribui para que o ser humano modifique ou construa o espaço onde vive. Para que esse espaço seja preservado é preciso que as politicas públicas sejam eficientes para que as gerações futuras tenham condições legais de sobrevivência no espaço geográfico. Pois é nesse espaço que o homem organiza as suas atividades produtivas ele se se apropriou da natureza para produzir seus meios de sobrevivência. Não significa que a humanidade terá que deixar de cultivar alimentos e criar animais. Mas, com certeza, terá que encontrar formas mais racionais e inteligentes de produzir mais em menos espaços e sabendoutilizar técnicas de sustentabilidade para que assim, a degradação ambiental deixe de ser um problema de um futuro próximo. 
3. MATERIAIS E MÉTODOS
FIGURA 1: DIMENSÃO AMBIENTAL E O ESPAÇO GEOGRÁFCO
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/espaco-geografico.htm
	Podemos evidenciar que a relação sociedade/natureza se constitui como um todo, envolta no processo no processo de produção, o espaço geográfico ao longo do tempo se (re)constrói. O Espaço geográfico é o resultado desse processo de transformação do espaço natural. 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
	 A dimensão ambiental sempre teve ligada ao meio ambiente, já o espaço geográfico é pensado a partir da ideia de superfície terrestre e sob diferentes ambientes em funções de questões naturais. A sociedade usa o espaço ao longo do tempo, se apropriando da natureza, transformando-a.
 	Assim, o meio natural é aquele que sofre com a interferência humana. Conforme a interação entre a sociedade e a natureza foi se dinamizando automaticamente, nesse contexto a dualidade sociedade e natureza não podem ser pensadas separadamente. 
	Devemos ter consciência de que, quanto mais se avança no desenvolvimento tecnológico mais essas ferramentas podem contribuir para mostrar soluções para o problemas gerados pela humanização das paisagens, como podem acelerar a degradação das paisagens naturais. 
	Pois as discussões a cerca dos conceitos de espaço geográfico tem uma visão simplificada da natureza, essa analise critica do espaço tem como resultado as ações temporais do homem dando suporte ao fenômeno de globalização esse fenômeno possibilitou a ampliação da concepção espacial e o entendimento sobre o uso descontrolado da utilização dos recursos naturais justificando a degradação do ambiente em função da necessidade do progresso e do desenvolvimento. Assim, podemos concluir que o bem mais precioso e poupança para as gerações futuras foi trocado, deixando um rastro de destruição. 
	O fato é que todo esse problema gerado pela aceleração demográfica, agravou tanto que, caso a civilização do presente não encare e resolva com maior seriedade e competência corremos o risco de sermos extintos enquanto civilização. 
 REFERÊNCIAS
ALMEIDA, H.R.de. A geografia: o espaço e o tempo. Revista de Ciências Humanas, v.2,n3,p9-15,1982.
LOVELOCK, J. A Terra É um Ser Vivo – A Hipótese Gaia, 1979 
MENDONÇA, F. Geografia e o meio ambiente. 2. Ed. São Paulo: Contexto, 1994.
 
MENDONÇA, T. Introdução á geografia da população, 2018. 
RODRIGUES, A.M. Produção e consumo no espaço: problemática ambiental urbana. São Paulo: Hucitec,1998.
SANTOS, M. A Natureza do espaço: Técnica e Tempo. Razão e Emoção. Edusp, 2008