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Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 Autores: Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 10 de Fevereiro de 2020 1 46 Sumário 1. Apresentação ................................................................................................................. 2 2. Aspectos teóricos acerca da interceptação telefônica .................................................... 3 2.1 Análise da Lei n° 9.296/96 ............................................................................................ 8 3. Representação por busca domiciliar ............................................................................ 13 3.1 Legitimação................................................................................................................ 13 3.2 Fundamentos de fato ou Fatos ................................................................................... 14 3.3 Fundamentos jurídicos ............................................................................................... 15 3.4. Pedido ...................................................................................................................... 17 4. Modelo de representação por interceptação das comunicações telefônicas ................ 19 4.1 Endereçamento .......................................................................................................... 19 4.2 Preâmbulo ................................................................................................................. 20 4.3 Fatos .......................................................................................................................... 21 4.4 Fundamentos jurídicos ............................................................................................... 22 4.5 Do Pedido. ................................................................................................................. 22 5. Questões comentadas de prova. .................................................................................. 27 6. Questões propostas ..................................................................................................... 40 7. Resposta do exercício da aula 05. ................................................................................ 43 Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 2 46 1. APRESENTAÇÃO Olá futuro Delegado de Polícia Federal, Estamos evoluindo nos nossos estudos e chegamos à aula 06, onde vamos estudar uma medida cautelar probatória, veja que as duas primeiras aulas foram destinadas a cautelares pessoais, a última aula foi a de busca domiciliar, que é uma medida de natureza cautelar probatória, que visa à busca de elementos de informação para a investigação. Nessa aula vamos verificar outra medida cautelar probatória muito utilizada no dia a dia das delegacias de polícia, onde a investigação muitas vezes não tem outra forma de prosseguir, a não ser que seja por meio de uma interceptação. Você como delegado de polícia federal deverá ficar muito atento, pois essa medida pode aparecer sozinha numa prova, como foi o caso da prova de Delegado de Polícia de Santa Catarina, em 2014. Recentemente tivemos uma nova prova, elaborada pelo CESPE, sua provável banca, também com uma representação por cautelar de interceptações telefônicas, foi a prova da Polícia Civil de Pernambuco. Na aula vou expor alguns conceitos teóricos/doutrinários acerca do tema e depois vamos comentar a Lei n° 9.296/96, naquilo que diz respeito à representação pela medida. Mais uma vez essa medida cautelar está imersa em meio a uma garantia constitucional, a da inviolabilidade das comunicações, direito à privacidade de suas comunicações, ou seja, a medida é utilizada para coibir o cometimento de crimes acobertados pelo manto do direito individual à intimidade. A ideia aqui é a mesma da busca domiciliar, ou seja, fazer um juízo de ponderação, pois não é admissível que sob a guarida de um direito, possam ser violados outros, tão essenciais quanto a intimidade e a inviolabilidade das comunicações telefônicas. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 3 46 2. ASPECTOS TEÓRICOS ACERCA DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA A primeira coisa que deve ser esclarecida acerca da interceptação é que ela é regulada por uma lei específica, diferentemente da busca e apreensão que está regulada no CPP (art. 240), a interceptação telefônica está regulamentada em uma lei ordinária, trata- se da Lei n°. 9.296/96. A lei supramencionada é reflexo de um mandamento constitucional, ou seja, a própria constituição previu que a regulamentação da interceptação é matéria de lei. Vejamos. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; Essa é a previsão do art. 5°, XII, da CF/88. Assim, do dispositivo acima, podemos afirmar ao fazer uma primeira leitura, que o sigilo de correspondência, das comunicações telegráficas e de dados são absolutamente invioláveis, sendo relativizada apenas as comunicações telefônicas. A primeira coisa que deve ficar clara aqui é que você está se preparando para uma prova discursiva e nesse sentido, deve se pautar por um aprofundamento em alguns temas e esse é um dos que suscita mais discussão jurisprudencial e doutrinária. Seguindo uma linha mais voltada para a atividade policial, não apenas as comunicações telefônicas podem ser violadas, mas todos os tipos de comunicação, uma vez que nenhum tipo de comunicação pode ser utilizado para acobertar o cometimento de crimes. Assim, diante de uma prova para delegado de polícia, fundamente a sua resposta, afirmando que não há direito fundamental absoluto, sendo, portanto, relativizados, principalmente quando utilizados no mundo do crime. Assim, a ideia é que não apenas as comunicações telefônicas podem ser interceptadas, mas também as comunicações de dados, e até as correspondências. Basta lembrarmos Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 4 46 da lei de execução penal, que prevê a interceptação das cartas enviadas e recebidas por presos. Art. 41 - Constituem direitos do preso: (...) XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. (...) Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. Ou seja, estamos diante de um direito que pode ser relativizado, diante da suspeita fundada de cometimento de crimes. É o que acontece com os criminosos que comandam o tráfico e as organizações criminosas mesmo estando encarcerados. O objetivo é cessar o comando da atividade criminosa. Mas vamos voltar ao nosso assunto que é a interceptação das comunicações telefônicas. O dispositivo constitucional prevê que a violabilidade das comunicações telefônicas é cabível nas hipóteses que a lei prevê, com a finalidade de instruir procedimento de investigação criminal ou processo penal. Portanto, nos casos de inquérito policial ou qualquer outro instrumento de investigação, é cabível a interceptação, no entanto, apenas nos casos em que a lei prevê a possibilidade. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção- 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 5 46 A constituição federal passou a bola para a lei definir em que situações teremos a possibilidade de interceptação telefônica. Então a Lei n°. 9.296/96 veio para definir quais as possibilidades de cabimento e também os requisitos cautelares para o deferimento da interceptação telefônica. A lei então disciplinou a matéria e trouxe inclusive tipificação de crime em caso de interceptação ilegal ou quebra de segredo de justiça. Professor, e as interceptações que foram efetuadas antes da edição da lei, em 1996? Aderbal, sem entrar em maiores detalhes, prevalece o entendimento de que essas interceptações estão eivadas de vício, uma vez que a não existia lei, conforme a previsão constitucional. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 6 46 Antes de adentrar na lei, vamos verificar ainda alguns conceitos importantes, que não podem se confundir com o de interceptação telefônica. a) interceptação telefônica em sentido estrito Essa é interceptação objeto da nossa aula, ela consiste em uma terceira pessoa interceptar, ou seja, aparecer no meio do caminho da ligação, sem que os interlocutores saibam da existência dessa pessoa e tampouco de que essa comunicação está sendo ouvida e, geralmente, gravada por essa terceira pessoa. b) sigilo telefônico Esse é o primeiro conceito que costumamos confundir com interceptação telefônica. Na verdade a quebra do sigilo telefônico é apenas a publicização para a autoridade pública das ligações efetuadas pelo investigado, com o seu tempo de duração, dia e hora em que foi feita, destinatário da comunicação, etc. Assim, veja que não se confundem esses conceitos. Geralmente no pedido de interceptação, o delegado acaba representando também pela quebra de sigilo de dados telefônicos, de modo a dar mais robustez aos elementos de informação colhidos. c) escuta telefônica Nessa hipótese um terceiro capta a comunicação, assim como ocorre na interceptação, no entanto, um dos interlocutores é sabedor da escuta. É muito comum esse tipo de situação nas comunicações entre os familiares da vítima e os sequestradores dela. d) gravação telefônica ou gravação clandestina Ocorre quando um dos interlocutores grava a conversa sem o conhecimento do outro, por isso ela também é chamada de gravação clandestina. e) comunicação ambiental A comunicação ambiental é aquela que ocorre no meio ambiente, sem a necessidade de um meio tecnológico para que isso aconteça, ou seja, estamos falando de uma conversa falada, sem telefones, ou qualquer outro tipo de intercomunicador. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 7 46 f) interceptação ambiental Entendido do que se trata uma comunicação ambiental, podemos afirmar que a interceptação ambiental ocorre quando um terceiro capta a comunicação de duas pessoas que o desconhecem. Um exemplo que pode ser dado é quando dois traficantes realizam uma comunicação na rua e policiais gravam a cena por meio de uma câmera ou de um microfone. g) escuta ambiental A escuta ambiental ocorre quando um terceiro efetua a captação de uma conversa entre duas pessoas e uma delas sabe da existência do terceiro e da captação da comunicação. h) gravação ambiental A gravação ambiental é a captação efetuada por um dos comunicadores, sem o conhecimento do outro. Geralmente é levada a efeito com o uso de gravadores minúsculos, que podem ser escondidos até na lapela do paletó. A doutrina majoritária e moderna entende que a Lei n°. 9.296/96 aplica-se a interceptação telefônica e à escuta telefônica, não sendo reguladas pela referida lei as demais espécies acima mencionadas. Outro ponto teórico importante é que a interceptação telefônica é matéria reservada a atividade jurisdicional, ou seja, não pode ser determinada de ofício pelo delegado de polícia, sendo necessária a representação pela medida ao juiz competente para o processo penal. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 8 46 2.1 ANÁLISE DA LEI N° 9.296/96 Vamos a partir de agora verificar alguns dispositivos interessantes dessa lei que possam nos ser úteis na produção da peça prática. Essa representação é bem simples de se perceber, geralmente ela é cabível quando existe o número da linha telefônica ou do terminal de acesso de algum aparelho, como um smarthphone ou outro dispositivo intercomunicador em que se quer efetuar a interceptação. Portanto, identificar a peça não será uma matéria das mais difíceis, logo se a identificação não é difícil, a feitura da peça será muito simples também. Professor, e se a interceptação for deferida por um juiz de 1° grau e durante as escutas das comunicações a autoridade ficar sabendo do envolvimento de um deputado federal no crime? Excelente pergunta, Aderbal! Nesse caso não haverá problemas e nem vícios na interceptação deferida, sendo plenamente legítima. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 9 46 Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. Esse dispositivo é bem autoexplicativo, pois nele pode-se observar que a interceptação é possível apenas para prova em investigação criminal e em instrução penal. Fica apenas uma crítica à técnica legislativa, no que diz respeito à palavra “prova”, pois na fase de inquérito ou investigatória, não se colhem provas, mas elementos de informação, isso porque prova deve ser aquela que em sua produção é respeitado o contraditório. No inquérito, em regra, não há essa necessidade, portanto, a melhor expressão seria elementos de informação. Além disso, esse artigo nos traz a reserva de jurisdição a que fica sujeita a medida cautelar probatória em estudo, ou seja, apenas o juiz competente para a ação principal poderá determinar a interceptação. Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática. Durante muito tempo esse parágrafo foi alvo de ações de inconstitucionalidade, usando como base o art. 5°, XII, da CF/88, onde se prevê, em uma interpretação mais literal, que apenas as comunicações telefônicas estão sujeitas à interceptação, no entanto, o STF já decidiu pela constitucionalidade do referido dispositivo da lei, ampliando o sentido que o constituinte quis dar ao dispositivo. Assim, não apenas as comunicações telefônicas, mas também as comunicações escritas (e-mail, mensagens de texto, mensagens de whatsapp, facebook, etc.) podem ser alvo de interceptações a serem deferidas pelo poder judiciário. Hoje em dia inclusive, em algumas hipóteses, as comunicações escritas são até mais comuns que as comunicações faladas. Por isso a lei teve de prever essa evolução tecnológica para se fazer valer a pena. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 10 46 Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infraçãopenal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Excelente dispositivo para a nossa aula, estamos diante das hipóteses de cabimento e requisitos cautelares da medida, aquilo que você utiliza para a fundamentação jurídica da sua peça. Mais uma vez a lei não foi muito feliz na sua redação, pois prevê as hipóteses em que não é cabível a interceptação, ou seja, vamos ter de fazer o raciocínio a contrario sensu do dispositivo acima. Ou seja, será cabível a interceptação das comunicações telefônicas quando: I – Houver indícios razoáveis da autoria e participação em infração penal II – A prova não puder ser feita por outros meios III – O fato investigado constituir infração penal punida com reclusão. Veja que nos casos acima teremos a hipótese de cabimento e os requisitos cautelares para a concessão, lembrando que os requisitos acima devem ser cumulativos, ou seja, devemos ter uma infração punível com reclusão, para início de conversa. Caso não seja uma infração dessa natureza, não poderemos vislumbrar a hipótese de interceptação. Os requisitos cautelares são dois elementos, que são o fumus boni iuris e o periculum in mora. Aqui voltamos às expressões do direito processual civil, uma vez que se trata de uma cautelar probatória. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 11 46 O requisito do fumus boni iuris se traduz nos indícios de autoria/participação em crime punido com reclusão. Ou seja, na sua fundamentação você deverá demonstrar que há fortes indícios da participação ou da autoria do investigado/indiciado no crime sob análise. Por outro lado, o periculum in mora se demonstra quando da necessidade da medida, ou seja, se não a adotarmos, a investigação não poderá concluir sua finalidade, que é demonstrar a autoria ou participação e a materialidade do delito. Quando no art. 2°, II, a lei menciona que a prova não poderá ser realizada por outro meio, o sentido do dispositivo é dizer que a interceptação é a ultima ratio em se tratando de meios investigatórios. Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. Nesse dispositivo estamos diante de um requisito que deve constar na sua peça, ou seja, descrever com clareza quem está sob investigação, qual o objeto dela, salvo impossibilidade de fazê-lo. Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. Aqui estamos diante da legitimação que a lei defere ao delegado de polícia para representar pela medida. Mais uma vez uma falha técnica da lei, quando ela menciona que a autoridade policial poderá requerer ao juiz, quando na verdade a expressão correta é a representação pela autoridade policial. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 12 46 Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados. § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. Aqui estamos diante do modus operandi da medida, ou seja, a autoridade policial deverá demonstrar em sua peça que a medida é necessária e os meios pelos quais ela se dará, quais instrumentos serão utilizados. O § 1° prevê a possibilidade de pedido verbal. Não é a regra, mas pode ser feito excepcionalmente. § 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido. O § 2° nos remete à urgência da medida, pois o juiz terá o prazo de apenas 24 horas para decidir sobre o pedido. Lembrando que se trata de um prazo impróprio, no qual o juiz poderá extrapolá-lo quando estiver com acumulo de serviço, o que acontece comumente na prática. Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. Aqui fica claro que a autoridade policial é a responsável pela realização da medida, ou seja, quem conduz a operação de interceptação é sempre a autoridade policial. O Ministério Público, na qualidade de fiscal da lei e titular da ação penal, deverá ser cientificado da execução da medida. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 13 46 Veja nesse dispositivo como é importante a presença da autoridade policial, ela é que vai conduzir a operação, efetuar as escutas e degravações e inclusive processos de identificação de voz quando necessários. Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público. Esse dispositivo é destinado às operadoras de telefonia ou outro serviço público envolvido na interceptação. Veja que a autoridade policial poderá oficiar essas instituições no sentido de obter auxílio na execução dessa cautelar. 3. REPRESENTAÇÃO POR BUSCA DOMICILIAR 3.1 LEGITIMAÇÃO A legitimação para representar por essa medida está consubstanciada no art. 3°, I, da lei 9.296/96. Vejamos: Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; Ou seja, a autoridade policial, na condução das investigações, quando cabível e necessária, poderá representar pela concessão dessa cautelar. Lembre-se de que essa previsão legal deverá constar de seu preâmbulo. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 14 46 3.2 FUNDAMENTOS DE FATO OU FATOS Aqui é a mesma coisa das aulas anteriores e das seguintes aulas também, acostume- se a resumir ou parafrasear um texto. Sugiro a você algumas técnicas de resumo de textos, que você encontra em um bom livro de produção textual. Você vai resumir com suas próprias palavras os fatos ocorridos, sempre destacando aqueles que vão servir de base para a sua fundamentação jurídica. Lembre de que para lhe dar um norte de como narrar os fatos sem ser repetitivo em relação ao que já foi mencionado no enunciado, vale a pena utilizar a regrinha da resposta às perguntas abaixo: O que? Quem? Quando? ACONTECEU Onde? Por que? Se você conseguir responder a essas perguntas com um texto bem objetivo, sua narrativa dos fatos certamente ficará muito boa e a pontuação dessa parte estará garantida. Procure treinar essa parte quando estiver escrevendo um e-mail, ou até quando estiver contando uma história a algum colega. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 15 46 3.3 FUNDAMENTOS JURÍDICOS A fundamentação jurídica, como sempre, é a parte que vai lhe dar maispontos, nela você vai mostrar todo seu conhecimento jurídico sobre a medida cautelar pela qual representa. Nesse ponto você vai dividir sua fundamentação em 3 partes. A primeira será relativa à prática delituosa, na qual você vai tipificar o crime e verificar que é punido com reclusão, para que seja cabível. Como a natureza da pena do crime cometido é de fundamental importância para o cabimento da medida você pode mesclar esses dois pontos, mas caso queira fazer uma peça mais redonda, ou seja, sem floreios abra um tópico para a tipificação e outro para o cabimento. A medida será cabível quando o crime em questão for punido com reclusão, nos termos do art. 2°, III: Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: (...) III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Lembrando que deve ser feita uma interpretação a contrário sensu, ou seja, se não é admissível quando o crime for punido no máximo com detenção, então o crime deve ser punido no mínimo com reclusão. Esse é o cabimento da medida, os outros dois incisos referem-se aos requisitos cautelares. Quanto aos requisitos cautelares vamos ter de demonstrar os dois primeiros incisos do art. 2° da Lei. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 16 46 Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; Lembrando que aqui a ideia é raciocinar a contrario sensu, ou seja, deve haver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal cuja pena deve ser a de reclusão. O segundo requisito é o chamado ultima ratio, ou seja, o candidato aqui deverá demonstrar que a interceptação é a única forma de prosseguir na investigação. Essa informação você vai ter de ter faro de delegado para perceber na questão onde está sendo mencionado que já foram tentados todos os tipos de diligência, e está sendo praticamente impossível prosseguir nas investigações caso não seja deferida a interceptação telefônica. Mais uma vez aqui a ideia é ter faro de delta, sangue de polícia. Durante o enunciado você perceberá que as informações do enunciado levarão você a essa conclusão. Ademais, quando a peça for uma interceptação das comunicações telefônicas, saiba que você estará diante de um número de telefone ou terminal de acesso a um equipamento como um computador. Isso já te dará 90% de certeza de que a peça é uma representação dessa natureza Entendeu então que se o enunciado mencionar um número de telefone você estará com muitas chances de já ter identificado a peça. Você deverá verificar os demais requisitos, mas esse já lhe mostrará o caminho a ser seguido. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 17 46 Em resumo a fundamentação jurídica é simples, basta você demonstrar esses pontos que mencionei com aquela clareza e raciocínio jurídico comum ao futuro delegado de polícia. Destaco o requisito de ultima ratio, esse costuma dar trabalho, mas basta você pensar que sem a interceptação será impossível chegar a autoria do crime sob investigação. 3.4. PEDIDO Vamos agora falar um pouco sobre o pedido que deverá estar na sua peça, você já esta chegando ao final da sua representação. Assim como na representação pela busca domiciliar, aqui temos um detalhe importante, que é o número do telefone a ser interceptado. Já falamos muito dele na parte de identificação da peça e nos fundamentos jurídicos dela. Você deverá dar um desfecho a sua peça mencionando objetivamente que representa pela interceptação no número XXXX-XXXX, uma vez que a medida não pode ser deferida para qualquer número ou para os números cadastrados em uma família ou grupo de amigos, a medida deve ser certeira, portanto, você deve ter bons indícios de que naquele número teremos conversas sobre o cometimento do delito. A ideia aqui é parecida com a do endereço na busca domiciliar. Você estará relativizando um direito fundamental, ou seja, a inviolabilidade das comunicações telefônicas, portanto, não poderá fazer isso às cegas. Vale a pena mencionar a urgência da medida tanto no início quanto no final, pois a própria lei carrega em seu texto que o juiz deverá decidir o pedido em 24 horas. Então sugiro que você solicite andamento em caráter de urgência, tendo em vista o que a própria lei prevê. Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados. § 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 18 46 Assim, você demonstrará que conhece bem todas as particularidades da lei e sabe como agir amparado por ela. Por fim, você não pode esquecer que essa medida possui prazo certo para terminar. Isso ocorre por conta do caráter invasivo da interceptação. A polícia não pode ficar escutando e degravando as suas comunicações como se não houvesse fim para tal medida. O prazo está previsto na própria lei. Vejamos: Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. Ah, entendi professor, então eu menciono que que represento pela concessão da medida por 15 (quinze) dias com prorrogação por mais 15 (quinze). Cuidado Aderbal, você não deve mencionar qualquer prorrogação nessa representação inicial. Eventuais pedidos de prorrogação serão feitos em outras representações, posteriores a essa, em que você deverá demonstrar outros requisitos, parecidos, mas com algumas peculiaridades. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 19 46 A doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores e do supremo são uníssonas no sentido de haver a possibilidade de prorrogações sucessivas, desde que presentes os requisitos de cabimento e cautelaridade. Cuidado apenas para não mencionar que você já requer prorrogação, caso faça isso, além de mostrar que a sua investigação não é eficiente, pois antes de se iniciar você já estará pedindo prorrogação de prazo, você ainda estará agindo sem embasamento legal nesse primeiro pedido. Portanto, no seu pedido é fundamental o número do telefone e o prazo da medida. 4. MODELO DE REPRESENTAÇÃO POR INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS Vamos agora estruturar o nosso modelo, que você deve memorizar. Poucas coisas vão mudar em relação à representação pela busca. O modelo será até mais simples 4.1 ENDEREÇAMENTO O endereçamento continua sendo muito importante, no caso de interceptação telefônica, geralmente ela é endereçada ao juízo federal criminal da seção judiciária ou subseção judiciária que possui jurisdição no local onde ocorreu o delito. Lembre-se também que se o crime for de homicídio, teremos que representar ao presidente do tribunal do júri federal. Aqui é aquele básico de competência. Recomendo que se você tiver dúvida, volte para a parte de processo penal, onde se estudaa competência no CPP, pois lá estarão bem claras as principais regras para identificar o juízo competente. Lembrando mais uma vez que você só deve colocar a cidade se for mencionado isso no enunciado, na dúvida, deixe aquele velho espaço em branco, para não perder pontos e nem ser prejudicado totalmente com uma possível identificação de prova. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 20 46 EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ____ª VARA CRIMINAL DA SEÇÃO/SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE __________ ou (JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI FEDERAL DA SEÇÃO/SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ____________). 4.2 PREÂMBULO Após o endereçamento você vai saltar algumas linhas, no máximo 2, e vai mencionar que a medida é urgente, vale a pena mencionar esse detalhe na sua peça, uma vez que mostra que conhece as previsões legais e ainda valoriza seu pedido, salientando ao juiz que, nos termos da lei ele possui um prazo específico para decidir sobre a representação, embora, na prática, se trate de um prazo impróprio dificilmente obedecido. Importante também mencionar o número do inquérito, caso esse seja mencionado no enunciado ou apenas referir-se ao inquérito e deixar o velho espaço em branco. O preâmbulo, cujo modelo segue abaixo, possui as mesmas características dos preâmbulos já vistos nas aulas anteriores, com as modificações relativas às legislações pertinentes. “A Polícia Federal, por meio do seu Delegado de Polícia Federal, ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art. 3°, I; art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, vem, mui respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, representar pela interceptação das comunicações telefônicas do número XX-XXXX-XXXX, pelos fundamentos de fato e de direito que a seguir passa a expor”. Veja como é importante mencionar o número do terminal que você quer interceptar, isso é na verdade um requisito para que você possa interceptar as comunicações. Lembre-se de que esse tipo de pedido não pode ser genérico, deve ser certeiro, por entrar na seara particular de um indivíduo. Um bom preâmbulo já mostra conhecimento. Citar a lei 12.830/2013 comprova que você tem sangue de delegado e que vai procurar valorizar as suas atribuições quando no exercício delas. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 21 46 4.3 FATOS Mais uma vez não temos muito a acrescentar ao que já foi dito acima, você vai ser medido pelo poder de síntese que pode apresentar. Não negligencie esse ponto, pois o examinador pode já não gostar muito da sua peça, caso os fatos não sejam corretamente narrados. Procure parafrasear o enunciado, tentando não ser tão repetitivo. Responder àquelas perguntas que já mencionei anteriormente pode ser um bom norte a ser seguido. Na peça de interceptação, mencione as diligências que já foram empreendidas e não renderam frutos, ou que tiveram resultados não esperados. Ou seja, tente mostra ao juiz que a última coisa a ser feita é a representação pela interceptação. Mencionar nos fatos essas diligências pode ressaltar o seu conhecimento da peça. Professor, o preâmbulo é sempre igual, mudando apenas algumas coisas, nas suas aulas essa parte parece ser até repetitiva, não tem outros modelos de preâmbulo não? Prezado Aderbal, sua pergunta é muito boa, e deve ser a pergunta de muitos dos nossos alunos. A ideia do nosso curso é condicionar você a memorizar um modelo cada vez mais enxuto de peça. Aquilo que for repetitivo é melhor ainda para você memorizar. Preocupe-se apenas com as diferenças entre as peças. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 22 46 No entanto, você não pode inventar fatos, isso é terminantemente proibido, sob pena de ter a peça “zerada” pela identificação da prova. 4.4 FUNDAMENTOS JURÍDICOS Na parte dos fundamentos o ideal é você desdobrá-la em 3 pontos, quais sejam, do crime sob investigação, do cabimento, dos requisitos cautelares. No caso da peça que estamos estudando, vale a pena você mencionar, assim como na busca domiciliar, que a inviolabilidade das comunicações telefônicas não pode servir de salvaguarda para acobertar o cometimento de delitos e que em prol do princípio do “in dubio, pro societate”, a medida se faz necessária à elucidação do crime e à cessação da atividade delituosa. Aqui, se você mencionar que a medida se subordina à reserva de jurisdição, vai ficar melhor ainda, pois o juiz vai entender que você, na qualidade de delegado de polícia reconhece os limites legais e constitucionais de sua atuação. No cabimento você deve mencionar que o crime sob investigação possui pena de reclusão, veja que não importa a quantidade de pena, mas a sua natureza. Veja ainda que isso está intrinsecamente ligado à tipificação do crime, que você já vai ter mencionado. 4.5 DO PEDIDO. No pedido já foi mencionado que você deve representar pela medida sempre de forma objetiva, cuidado com o verbo, pois o delegado de polícia representa e não requer, quem requer é o membro do MP. Não se esqueça de mencionar o número do telefone ou do terminal de acesso que será interceptado, sem essa informação a sua representação será indeferida, certamente e sua peça terá uma nota reduzida. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 23 46 Outro ponto importantíssimo é o prazo. Toda medida cautelar que tiver prazo definido em lei deve ter ele em seu pedido, pois é relevante para o decorrer das investigações, saber que o prazo se esvai em 15 (quinze) dias, no que concerne à interceptação das comunicações telefônicas. Ante do exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já expostos, representa, essa autoridade policial, pela interceptação das comunicações telefônicas e quebra de sigilo telefônico, que deverá ser conduzida da seguinte forma: 1. Desvio do sinal de áudio em tempo real, inclusive em situação de roaming (usuário utilizando seu celular em outro Estado, fora da área de cobertura de sua operadora, utilizando operadora concorrente) para as linhas telefônicas do Setor de Inteligência da Polícia Federal, número: (número do telefone a ser interceptado); 2. Bidirecionamento do alvo para a linha _____; 3. Período de monitoramento de 15 (quinze) dias; 4. Encaminhamento eletrônico dos dados cadastrais do telefone alvo, inclusive a identificação IMEI do aparelho, e daqueles com os quais mantiver contato; 5. Encaminhamento eletrônico de extratos periódicos, com a identificação dos respectivos terminais da operadora; 6. Encaminhamento eletrônico, em tempo real, das mensagens de voz, texto, e-mails, imagens, vídeos, recebidos ou enviados, no caso de aparelhos celulares; 7. Identificação e localização das ERB’s utilizadas, em tempo real, do telefone alvo e daqueles com os quais mantiver contato, via celular; 8. Identificação, em tempo real, dos números contatados nas chamadas originadas/recebidas; 9. Autorização de interceptação e monitoramento dos terminais telefônicos que venham a ser utilizados pelo mesmo número serial ou IMEI (GSM); 10. A operadora deverá fornecer extrato detalhado – BILHETAGEM – das ligações recebidas/efetuadas, a partir da data descrita acima e encaminhar documentos e informações obtidas para o endereço eletrônico (endereço eletrônico seguro da delegacia. Requer, por fim, a manifestação do órgão do Ministério Público Federal – MPF, bem como o deferimentosem a oitiva da parte contrária, com a urgência que a lei (art. 4º, §2º.) determina (prazo de 24 – vinte e quatro - horas). Nestes Termos. Pede Deferimento. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 24 46 Local, data. Delegado de Polícia Federal Matrícula. Vamos agora colocar tudo isso em um modelo. EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ____ª VARA CRIMINAL DA SEÇÃO/SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE __________ ou (JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI FEDERAL DA SEÇÃO/SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ____________). URGENTE – 24 (VINTE E QUATRO) HORAS (art. 4°, §2°, da Lei 9.296). DISTRIBUIÇÃO SIGILOSA Ref. Inquérito policial n°___ “A Polícia Federal, por meio do seu Delegado de Polícia Federal, ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art. 3°, I; art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, vem, mui respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, representar pela interceptação das comunicações telefônicas do número XX-XXXX-XXXX, pelos fundamentos de fato e de direito que a seguir passa a expor”. 1. Dos fatos 2. Dos fundamentos jurídicos 2.1 Da Prática delituosa 2.2 Da reserva de jurisdição Narrativa dos fatos, conforme instruções já mencionadas. Vale a pena demonstrar a tipificação do crime cometido. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 25 46 2.3 Do cabimento 2.4 Dos requisitos cautelares 3. Do pedido Ante do exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já expostos, representa, essa autoridade policial, pela interceptação das comunicações telefônicas e quebra de sigilo telefônico, que deverá ser conduzida da seguinte forma: 1. Desvio do sinal de áudio em tempo real, inclusive em situação de roaming (usuário utilizando seu celular em outro Estado, fora da área de cobertura de sua operadora, utilizando operadora concorrente) para as linhas telefônicas do Setor de Inteligência da Polícia Federal, número: (número do telefone a ser interceptado); 2. Bidirecionamento do alvo para a linha _____; 3. Período de monitoramento de 15 (quinze) dias; Aqui mencione que a medida se sujeita à reserva de jurisdição, invocando a proteção constitucional domiciliar, sempre ressaltando que a constituição não pode servir de manto de acobertamento da prática delituosa. Mencione que a medida é cabível, pois o crime sob investigação sujeita-se a pena de reclusão, nos termos do art. 2°, III, da Lei n° 9.296/96. Nesse ponto você vai demonstrar os outros dois incisos do art. 2° da referida lei. • Inciso I: Prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria ou participação. • Inciso II: Necessidade da medida. Ultima ratio. Provar que essa é a única medida capaz de prosseguir a investigação. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 26 46 4. Encaminhamento eletrônico dos dados cadastrais do telefone alvo, inclusive a identificação IMEI do aparelho, e daqueles com os quais mantiver contato; 5. Encaminhamento eletrônico de extratos periódicos, com a identificação dos respectivos terminais da operadora; 6. Encaminhamento eletrônico, em tempo real, das mensagens de voz, texto, e-mails, imagens, vídeos, recebidos ou enviados, no caso de aparelhos celulares; 7. Identificação e localização das ERB’s utilizadas, em tempo real, do telefone alvo e daqueles com os quais mantiver contato, via celular; 8. Identificação, em tempo real, dos números contatados nas chamadas originadas/recebidas; 9. Autorização de interceptação e monitoramento dos terminais telefônicos que venham a ser utilizados pelo mesmo número serial ou IMEI (GSM); 10. A operadora deverá fornecer extrato detalhado – BILHETAGEM – das ligações recebidas/efetuadas, a partir da data descrita acima e encaminhar documentos e informações obtidas para o endereço eletrônico (endereço eletrônico seguro da delegacia. Requer, por fim, a manifestação do órgão do Ministério Público Federal – MPF, bem como o deferimento sem a oitiva da parte contrária, com a urgência que a lei (art. 4º, §2º.) determina (prazo de 24 – vinte e quatro - horas). Nestes Termos. Pede Deferimento. Local, data. Delegado de Polícia Federal Matrícula. Vejam que não é muito longa e não requer muitos detalhes a produção da representação por interceptação das comunicações telefônicas. Ademais, a sua identificação é muito simples. Vamos agora ao exercício de fixação e treinamento. Após, irei colocar um exercício para você treinar e resolver o exercício proposto na última aula. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 27 46 Escolhi para a nossa aula uma questão recente, da última prova da Polícia Civil de Santa Catarina – PCSC, prova realizada em 2014, o concurso está em andamento. Não se preocupem que foram feitas as devidas alterações no enunciado de modo a ser uma possível questão a ser cobrada na prova do DPF. 5. QUESTÕES COMENTADAS DE PROVA. Questão 1. (Adaptada pelo Prof. Vinícius Silva) Delegado de Polícia - Concurso: PCSC - Ano: 2014 - Banca: ACAFE - Disciplina: Direito Processual Penal - Assunto: Provas. Denúncia anônima que chegou à Delegacia de Polícia dá conta de que Mario Mendes e Ciro Fontes estariam inserindo elementos inexatos em operações de natureza fiscal relativas ao IPI, visando fraudar a fiscalização tributária, das empresas de laticínios Indústria de Laticínios Companhia do Leite e Leite Bom Indústria Alimentícia Ltda. Apesar dos indícios apontarem o envolvimento dos investigados em crime de sonegação fiscal, a investigação chegou a um impasse, pois não foi possível elucidar, com os levantamentos de campo e de informações, qual a participação de cada um dos investigados, acrescido do fato de que o investigado Ciro Fontes faz constantes viagens internacionais. Dados do Inquérito: N. 0124/2014; Primeira Delegacia de Polícia Federal de Santa Catarina. Do que foi até agora apurado tem-se: a) - Indústria de Laticínios Companhia do Leite, com sede na rua das Acácias, 123, Lages - Sócios Mario Mendes e Ciro Fontes; b) - Leite Bom Indústria Alimentícia Ltda., com sede na rua das Laranjeiras, 456, Lages - Sócios Ciro Fontes e Mario Mendes; c) - Mario Mendes – brasileiro, caso, empresário, residente à rua Pessegueiro, 687, Lages - celular (Claro S/A) (49) – 9112 – 7070, CPF 400 401 402 – 88; d) – Ciro Fontes – brasileiro, casado, empresário, residente à rua das Videiras, 581, Lages – celular (Claro S/A) (49) – 9112 – 8080, CPF 500 501 502 – 99; e) - registro da caminhonete Mitsubishi L200, placas XXX - 0123, utilizada por Ciro Fontes, em nome da Samira Mendes Lima, CPF 800 801 802 -83; f) - registro, em nome da Samira Mendes Lima, do veículo Honda Civic, ano 2013/2014, placas XXX - 0456, que até 21/1/2014 estava registrado em nome da empresa Leite Bom Indústria Alimentícia Ltda; g) – registro de veículos particulares, utilizados por Mario Mendes e seus familiares, em nome de terceiros: - Citroen C4 Palas, placas XXX- 1111- registrado em nome de Murilo Garcia – CPF 100 101 102 – 76; - BMW, placas XXX – 2222, registrado em nomes de Cássio Meira, CPF 200 201 202 – 67; - Mitsubishi Pajero Full, placas XXX - 3333, registrado em nome de Felipe Lima, CPF 300 301 302-57; h) - inexistência de patrimônio nas empresas Indústria Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br28 46 de Laticínios Companhia do Leite e Leite Bom Indústria Alimentícia Ltda. i) - incompatibilidade entre volume de produção, o constante nos registros de estoque da empresa e o constante nos registros fiscais de saída de produtos, decorrente das vendas. Analise o anteriormente relatado e, como Delegado de Polícia, sem criar novos dados, elabore pedido de interceptação telefônica. Comentário e modelo de peça proposto. Inicialmente, eu vou aproveitar para mostrar meu parecer acerca da questão acima, apresentando os aspectos teóricos relevantes e o modelo de peça sugerido por min. Essa questão originalmente tinha muitos detalhes técnicos que foram omitidos por min. Na época da prova ela foi bastante criticada, pois o espelho de correção mencionou muitos detalhes técnicos que não são costumeiramente cobrados em prova. Assim, de modo a deixar a prova mais adequada a realidade, a banca exagerou na cobrança de detalhes. Acabamos por modificar a questão, deixando apenas aquilo que de maior brilho a questão possuía. O crime a ser investigado trata-se de sonegação fiscal, uma vez que o enunciado nos mostra que há uma série de indícios que demonstram essa prática delituosa por parte dos sócios das empresas em questão. O aluno poderia pensar na aplicação da Súmula Vinculante n° 24, pois ela prevê que não se tipifica crime material contra a ordem tributária antes do lançamento definitivo. No entanto, em provas de Delta, o ideal é defender a inaplicabilidade da referida súmula na investigação policial. Inclusive esse posicionamento foi cobrado na última prova da Polícia Federal. Assim, acostume-se com essas posições ligadas ao concurso para o qual você está prestando. Esse crime possui pena privativa de liberdade de reclusão de 2 a 5 anos sendo assim cumprido o requisito de cabimento da medida a ser representada. Por outro lado, a investigação encontra-se com um impasse, no qual a autoridade está a definir a conduta de cada um dos investigados, para assim concluir o inquérito policial. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 29 46 Ou seja, a questão deixa claro que a ideia é representar pela interceptação, uma vez que é a única medida de que pode levar a autoridade policial à individualização das condutas. Assim, a medida cabível é a representação pela interceptação das comunicações telefônicas. A questão já deu a dica dos números de telefone, então vamos representar pela interceptação. Modelo de peça: EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ____ª VARA CRIMINAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE LAGES-SC. URGENTE – 24 (VINTE E QUATRO) HORAS (art. 4°, §2°, da Lei 9.296). DISTRIBUIÇÃO SIGILOSA Ref. Inquérito policial n°0124/2014 A Polícia Federal, por meio do seu Delegado de Polícia Federal, ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art. 3°, I, da lei 9.296/96; art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, vem, mui respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, representar pela interceptação das comunicações telefônicas dos números (49) – 9112 – 7070 e (49) – 9112 – 8080, pelos fundamentos de fato e de direito que a seguir passa a expor. 1. Dos fatos Tratam os autos de investigação acerca da prática de crime de sonegação fiscal. As diligências até agora perpetradas pela equipe operacional dessa delegacia dão conta de que os investigados Mario Mendes – brasileiro, casado, empresário, residente à Rua Pessegueiro, 687, Lages e Ciro Fontes – brasileiro, casado, empresário, residente à rua das Videiras, 581, Lages, na qualidade de sócios das empresas Indústria de Laticínios Companhia do Leite e Leite Bom Indústria Alimentícia Ltda, estariam inserindo dados falsos nas operações comerciais das empresas, com o fito de fraudar a fiscalização tributária e por conseguinte o recolhimento de IPI. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 30 46 As investigações apontam ainda um patrimônio elevado que os sócios ostentam por meio de veículos importados e viagens internacionais. Neste momento a investigação encontra-se parada, aguardando elementos que possam definir as condutas de cada um dos investigados em meio à prática delituosa a ser tipificada no próximo item. 2. Dos fundamentos jurídicos 2.1 Da Prática delituosa No caso acima narrado, pode-se perceber que há fortes indícios de que os investigados estão incursos nos crimes do art. 1°, I e II, da Lei n° 8.137/90. Os investigados supostamente estão inserindo dados inexatos nos documentos fiscais com a finalidade de fraudar a fiscalização tributária e o recolhimento de impostos, notadamente o IPI. Assim, a conduta amolda-se perfeitamente no tipo penal previsto no diploma legal referido. 2.2 Da reserva de jurisdição A medida cautelar adequada ao prosseguimento das investigações é sujeita à reserva de jurisdição, uma vez que envolve um direito constitucionalmente protegido, que é a inviolabilidade das comunicações telefônicas. O juiz deve atuar na proteção da coletividade, não podendo admitir que uma conduta delituosa seja levada a efeito e acobertada pelo manto da inviolabilidade de comunicação telefônica, pois isso causaria um desequilíbrio institucional. O juiz deve usar da ponderação para o deferimento da medida, mesmo que cause um prejuízo à intimidade do investigado, prejuízo maior está sendo causado à coletividade por conta da prática delituosa que frauda o recolhimento de tributos. 2.3 Do cabimento Conforme a tipificação acima mostrada, o crime sob investigação dessa delegacia no inquérito epigrafado possui pena privativa de liberdade de reclusão, portanto, mostra- Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 31 46 se cabível a interceptação telefônica, nos termos do inciso III, do art. 2°, da Lei n° 9.296/96. 2.4 Dos requisitos cautelares Os requisitos cautelares para o deferimento também se encontram plenamente satisfeitos, uma vez que no caso concreto há fortes indícios de que os investigados praticam o crime de sonegação fiscal. Vejamos. As investigações apontam a inexistência de patrimônio nas empresas Indústria de Laticínios Companhia do Leite e Leite Bom Indústria Alimentícia Ltda., bem como a incompatibilidade entre volume de produção, o constante nos registros de estoque da empresa e o constante nos registros fiscais de saída de produtos, decorrente das vendas. Na mesma toada encontra-se a aquisição de veículos utilizados pelos investigados em nome de terceiros que estariam participando da ação delituosa na qualidade de partícipes. Constam nos autos vários elementos de informação que confirmam a utilização de veículos de luxo pelos Srs. Ciro Fontes e Mario Mendes, e pelas respectivas famílias. Ou seja, isso demonstra mais ainda a ocorrência do delito, bem como a participação dos investigados. Assim, podemos afirmar que o requisito cautelar do inciso I, do art.2°, da Lei n° 9.296/96 foi cumprido. Noutro giro, a necessidade da medida é manifesta, pois a investigação chegou a um impasse, não tendo elementos necessários a definir qual a conduta de cada um dos investigados e qual a real participação de cada um deles no crime. Constam ainda informações acerca dos números de telefone de cada um deles, ou seja, a interceptação das comunicações telefônicas ajudará a elucidar a participação dos investigados, pois de acordo com as conversas telefônicas poderemos definir qual o real papel deles na conduta criminosa. Em relação à aplicação da Súmula Vinculante n° 24, não se podecogitar a sua aplicação nesse caso concreto, pois, caso contrário, a investigação policial em crimes dessa natureza estaria totalmente vinculada à ação da administração fazendária. Não se pode Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 32 46 admitir no estado de direito que uma Súmula, ainda que vinculante, torne ineficaz ou condicionada a atividade policial. A atividade policial não pode ser engessada pelo próprio sistema constitucional brasileiro. Não existe nenhum direito absoluto, nem aqueles previstos na Constituição Federal de 1988, quanto mais uma súmula pode restringir a investigação policial. Assim, de acordo com a fundamentação acima, mostra-se cabível e necessária a interceptação das comunicações telefônicas dos investigados. 3. Do pedido Ante do exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já expostos, representa, essa autoridade policial, pela interceptação das comunicações telefônicas dos números de telefone (49) – 9112 – 7070 e (49) – 9112 – 8080, a ser conduzida por essa autoridade policial ou quem lhe faça as vezes, pelo prazo de 15(quinze) dias, por ser a medida de direito adequada ao caso conforme se demonstra na fundamentação exposta, visando a continuidade das investigações policiais, após a oitiva do ilustre membro do Ministério Público, devendo as operadoras de telefonia procederem às seguintes diligências: 1. Desvio do sinal de áudio em tempo real, inclusive em situação de roaming (usuário utilizando seu celular em outro Estado, fora da área de cobertura de sua operadora, utilizando operadora concorrente) para as linhas telefônicas do Setor de Inteligência da Polícia Federal, número: (número do telefone a ser interceptado); 2. Bidirecionamento do alvo para a linha _____; 3. Encaminhamento eletrônico dos dados cadastrais do telefone alvo, inclusive a identificação IMEI do aparelho, e daqueles com os quais mantiver contato; 4. Encaminhamento eletrônico, em tempo real, das mensagens de voz, texto, e- mails, imagens, vídeos, recebidos ou enviados, no caso de aparelhos celulares; 5. Identificação e localização das ERB’s utilizadas, em tempo real, do telefone alvo e daqueles com os quais mantiver contato, via celular; 6. Autorização de interceptação e monitoramento dos terminais telefônicos que venham a ser utilizados pelo mesmo número serial ou IMEI (GSM); Nestes Termos. Pede Deferimento. Local, data. Delegado de Polícia Federal Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 33 46 Matrícula. Questão 02. (CESPE – PCPE – Delegado de Polícia Civil - 2016) Na data de 12/7/2014, entre 00 h 40 min e 01 h 00 min, em via pública do Bairro de Prazeres, Recife – PE, João Félix da Silva, adolescente com dezessete anos de idade, mediante ação intencional de dois indivíduos que estavam em um veículo GM/Vectra de cor branca e placa não identificada, foi alvejado por vários disparos de arma de fogo e faleceu no local em decorrência dos ferimentos experimentados. Uma equipe da delegacia de homicídios se dirigiu ao local do crime e verificou que junto ao corpo da vítima havia uma porção considerável de droga, aparentando ser cocaína, bem como um telefone celular de sua propriedade e uma bicicleta, que estava sendo utilizada pela vítima no momento em que ocorreu o crime. No decorrer do exame pericial de local, foram localizados e recolhidos vários estojos e fragmentos de projéteis de calibres distintos, a saber: 9 mm e .40, evidenciando que as armas utilizadas teriam sido, no mínimo, duas pistolas. Quando do exame perinecroscópico, constatou-se que o cadáver apresentava cerca de quinze lesões características de perfurações produzidas por projéteis de arma de fogo, sendo que seis delas na região da face. Após a conclusão do exame pericial, o corpo foi removido ao Instituto de Medicina Legal. A equipe de investigação, ainda no local do crime, apurou, preliminarmente, a partir de declarações informais de Joaquim Domênico Neto e Maria Josefina Domênico, moradores do local, que dois indivíduos desconhecidos, cujas características não foram possíveis evidenciar, conduzindo o veículo citado, teriam sido os autores do crime. A genitora da vítima, Sr. ª Maria das Dores Serafim, entrevistada pela equipe de investigação, afirmou que João Félix da Silva estava sendo ameaçado de morte em razão de dívidas de drogas e, nos dias anteriores ao crime, teria recebido inúmeras ligações telefônicas em seu telefone celular. Os autores do crime tomaram rumo ignorado após o delito, estando em local incerto e não sabido. O veículo GM/Vectra de cor branca utilizado na prática do homicídio foi abandonado em uma rodovia de acesso ao interior do estado e, após exame pericial, não foi possível a coleta de fragmentos de digitais, verificando-se, ainda, que se tratava de produto de roubo havido dias antes. A genitora da vítima, dias após o homicídio, passou a receber ligações telefônicas do número 081-6999.8888, ameaçando a ela e a seus familiares de morte caso eles colaborassem com a investigação policial. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 34 46 No telefone celular da vítima, apreendido no local do crime, foram registradas várias ligações anteriores ao delito, originadas do mesmo número, ou seja, 081-6999.8888, sem a identificação de seu usuário. Todas as informações mencionadas foram circunstanciadas em relatório de investigação preliminar e submetidas ao crivo do delegado de polícia competente, o qual, de imediato, instaurou o inquérito policial pertinente para a completa apuração dos fatos e suas circunstâncias. Diante da situação hipotética apresentada e considerando que a investigação encontra- se na etapa inicial, tendo sido instaurado o competente inquérito policial sem êxito na individualização dos autores do crime, elabore, na condição de delegado de polícia, uma peça de natureza cautelar que melhor se adeque à situação, fundamentando-a de acordo com o que dispõe a legislação de regência. Comentário e modelo de peça proposto. Essa foi a questão de peça prática do concurso de Delta PE, o último concurso de delegado de polícia realizado no Brasil no qual eu tive a oportunidade de ter vários candidatos que lograram êxito na prova. A questão trazia um crime de homicídio qualificado, por motivo torpe, qual seja, dívidas de drogas. Vejamos alguns elementos que evidenciam isso: “Quando do exame perinecroscópico, constatou-se que o cadáver apresentava cerca de quinze lesões características de perfurações produzidas por projéteis de arma de fogo, sendo que seis delas na região da face. Após a conclusão do exame pericial, o corpo foi removido ao Instituto de Medicina Legal.” Assim como: “A genitora da vítima, Sr. ª Maria das Dores Serafim, entrevistada pela equipe de investigação, afirmou que João Félix da Silva estava sendo ameaçado de morte em razão de dívidas de drogas e, nos dias anteriores ao crime, teria recebido inúmeras ligações telefônicas em seu telefone celular” Assim, já temos o crime caracterizado. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 35 46 Em relação à peça prática, temos que é cabível aqui a interceptação das comunicações telefônicas cumulada com a quebra de sigilo telefônico, uma vez que o número do telefone foi fornecido e há uma grande possibilidade de sabermos algumas informações relativas ao crime, pois a vítima e a mãe dela recebeu reiteradas ligações com ameaças oriundas desse número.Em relação à ultima ratio, é possível perceber pelos seguintes elementos: “a partir de declarações informais de Joaquim Domênico Neto e Maria Josefina Domênico, moradores do local, que dois indivíduos desconhecidos, cujas características não foram possíveis evidenciar, conduzindo o veículo citado, teriam sido os autores do crime.” E ainda: “O veículo GM/Vectra de cor branca utilizado na prática do homicídio foi abandonado em uma rodovia de acesso ao interior do estado e, após exame pericial, não foi possível a coleta de fragmentos de digitais” O crime é punido com pena privativa de liberdade do tipo reclusão, ou seja, o requisito de cabimento também está presente. O endereçamento será feito ao juiz do tribunal do júri da comarca de Recife – PE, pois foi o local em que o crime ocorreu. Assim, decidida a peça que vamos representar, basta adaptar o caso ao nosso modelo de peça. Modelo de resposta: EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ____________). URGENTE – 24 (VINTE E QUATRO) HORAS (art. 4°, §2°, da Lei 9.296). DISTRIBUIÇÃO SIGILOSA Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 36 46 Ref. Inquérito policial n°___ “A Polícia Civil do estado de Pernambuco, por meio do seu Delegado de Polícia, ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art. 144, §4º, da CF-88, art. 3°, I (Lei 9.296/96); art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, vem, mui respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, REPRESENTAR PELA INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES E MONITORAMENTO TELEFÔNICO DAS LIGAÇÕES ORIGINADAS E RECEBIDAS DA SEGUINTE LINHA MÓVEL, pelos fundamentos de fato e de direito que a seguir passa a expor”. Nº DO TELEFONE INVESTIGADO/INDICIADO OPERADORA 081-6999.8888 Sem investigado Todas 1. Dos fatos De acordo com a investigação em epígrafe, que visa apurar a autoria de um crime de homicídio qualificado ocorrido em 12/7/2014, por volta de 00 h 40 min e 01 h 00 min, em via pública do Bairro de Prazeres, Recife – PE, Na ocasião, João Félix da Silva, 17 anos, foi atingido por vários disparos de arma de fogo, que teriam sido fruto da ação de dois indivíduos, que empreenderam fuga em um veículo já periciado, porém sem êxito no que diz respeito à busca de elementos que levassem à identificação dos autores. As investigações ainda apontam que a vítima recebeu reiteradas ligações telefônicas oriundas do número retromencionado, dias antes de sua morte. As ligações também foram recebidas por sua mãe, oportunidade em que foram feitas muitas ameaças em caso de colaboração com a investigação. Todas as diligências e termos de depoimento foram colacionados nos autos, restando o inquérito concluso à autoridade policial, na busca de identificar ainda os autores, vez que todas as diligências até então empreendidas não lograram êxito nesse intento. 2. Dos fundamentos jurídicos 2.1 Da Prática delituosa Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 37 46 Trata-se de crime de homicídio qualificado, nos termos do art. 121, §2º, I, do Código Penal, uma vez que o motivo real da morte da vítima tratar-se de dívidas contraídas junto à traficantes de drogas. 2.2 Da reserva de jurisdição A medida pela qual se representa sujeita-se à reserva de jurisdição, sendo de forma excepcional admitida quando para fins de investigação criminal ou processual penal, nos termos do art. 5º., XII, da CF88. 2.3 Do cabimento O crime sob investigação comporta pena de reclusão, cumprindo, portanto, o requisito de cabimento do art. 2º, III, da Lei 9.296/96. 2.4 Dos requisitos cautelares Quanto ao fumus commissi delicti, resta comprovado, tendo em vista os laudos periciais e de local de crime, que demonstram ter ocorrido crime de homicídio, uma vez que os disparos foram efetuados com o claro intuito de ceifar a vida da vítima. Quanto aos indícios suficientes de autoria, não temos como comprová-los e é justamente por isso que se representa por tal medida cautelar probatória, tendo em vista a necessidade de continuidade das investigações na busca da autoria delitiva. Por outro lado, há indícios suficientes que os indivíduos que efetuaram as ligações possuem um forte indício de que sejam os autores do delito de morte, haja vista que ameaças foram feitas em face da mãe da vítima oriundas também do número alvo. Assim, temos como satisfeito o requisito do art. 2º., I, da Lei 9.296/96. Na mesma toada, podemos comprovar que todas as tentativas de diligências iniciais foram feitas no sentido de encontrar a autoria, porém não foi possível lograr êxito com as diligências até então realizadas, portanto, satisfeito o requisito do art. 2º, II, da Lei. 3. Do pedido Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 38 46 Ante do exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já expostos, representa, essa autoridade policial, pela interceptação das comunicações telefônicas e quebra de sigilo telefônico, que deverá ser conduzida da seguinte forma: 1. Desvio do sinal de áudio em tempo real, inclusive em situação de roaming (usuário utilizando seu celular em outro Estado, fora da área de cobertura de sua operadora, utilizando operadora concorrente) para as linhas telefônicas do Setor de Inteligência da Polícia Civil, número: 081-6999.8888; 2. Bidirecionamento do alvo para a linha _____; 3. Período de monitoramento de 15 (quinze) dias; 4. Encaminhamento eletrônico dos dados cadastrais do telefone alvo, inclusive a identificação IMEI do aparelho, e daqueles com os quais mantiver contato; 5. Encaminhamento eletrônico de extratos periódicos, com a identificação dos respectivos terminais da operadora; 6. Encaminhamento eletrônico, em tempo real, das mensagens de voz, texto, e- mails, imagens, vídeos, recebidos ou enviados, no caso de aparelhos celulares; 7. Identificação e localização das ERB’s utilizadas, em tempo real, do telefone alvo e daqueles com os quais mantiver contato, via celular; 8. Identificação, em tempo real, dos números contatados nas chamadas originadas/recebidas; 9. Autorização de interceptação e monitoramento dos terminais telefônicos que venham a ser utilizados pelo mesmo número serial ou IMEI (GSM); 10. As operadoras deverão fornecer extrato detalhado – BILHETAGEM – das ligações recebidas/efetuadas, a partir da data descrita acima e encaminhar documentos e informações obtidas para o endereço eletrônico (endereço eletrônico seguro da delegacia). Requer, por fim, a manifestação do órgão do Ministério Público, bem como o deferimento sem a oitiva da parte contrária, com a urgência que a lei (art. 4º, §2º.) determina (prazo de 24 – vinte e quatro - horas). Nestes Termos. Pede Deferimento. Recife - PE,_____ de ________ de 2014. Delegado de Polícia Matrícula. Agora, antes de propor a você os exercícios de peças para você treinar, vou colar o modelo de resposta esperada que o CESPE disponibilizou para esse certame: Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 39 46 EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE RECIFE ‒ PE. O delegado de polícia abaixo assinado, no uso de suas atribuições legais, com fundamento na Lei n.º 9.296/1996, arts. 1.º; 2.º, incisos I, II e III; 3.º, inciso I; 5.º — que regulamentou o inciso XII, parte final do art. 5.º da CF —, vem a Vossa Excelência REPRESENTAR PELA INTERCEPTAÇÃO DASCOMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS e PELA QUEBRA DE SIGILO DE DADOS TELEFÔNICOS do prefixo 081-6999.8888 pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: Na data de 12/7/2014, entre 00 h 40 min e 01 h 00 min, em via pública do Bairro de Prazeres, Recife ‒ PE, JOÃO FÉLIX DA SILVA, adolescente com dezessete anos de idade, mediante ação intencional de dois indivíduos que estavam em um veículo GM/Vectra de cor branca e placa não indicada, foi alvejado por disparos de arma de fogo e faleceu no local em decorrência dos ferimentos experimentados. Uma equipe da delegacia de homicídios atendeu ao local do crime e verificou que junto ao corpo da vítima havia considerável porção de droga, aparentando ser cocaína, bem como um telefone celular de sua propriedade e uma bicicleta, que estava sendo utilizada pela vítima quando do crime. A equipe de investigação, ainda no local do crime, apurou, preliminarmente, a partir de declarações informais de JOAQUIM DOMÊNICO NETO e MARIA JOSEFINA DOMÊNICO, moradores do local, que dois indivíduos desconhecidos, cujas características não foi possível evidenciar, conduzindo o veículo citado, teriam sido os autores do crime. A genitora da vítima, Sra. MARIA DAS DORES SERAFIM, entrevistada pela equipe de investigação, afirmou que JOÃO FÉLIX DA SILVA estava sendo ameaçado de morte em razão de dívidas de drogas e, nos dias anteriores ao crime, teria recebido inúmeras ligações telefônicas em seu telefone celular. Disse ainda a referida senhora que, dias após o homicídio, passou a receber ligações telefônicas do número 081-6999.8888, ameaçando de morte a ela e a seus familiares caso eles colaborassem com a investigação policial. No telefone celular da vítima, apreendido no local do crime, foram registradas várias ligações anteriores ao delito originadas do mesmo número, ou seja, 081-6999.8888, sem a identificação de seu usuário, havendo razoáveis indícios de que o seu usuário é um dos autores do delito que resultou na morte do adolescente JOÃO FÉLIX DA SILVA. Considerando, assim, que o art. 1.º da Lei nº. 9.296/1996 autoriza a interceptação de comunicações telefônicas de qualquer natureza para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, e que, nos moldes do que preceitua o art. 2.º, incisos I, II e III, da referida legislação, o fato ora investigado constitui crime de natureza grave punido com reclusão, não havendo outros meios de prova disponíveis no sentido de demonstrar a autoria dos delitos sob investigação, REPRESENTA-SE a Vossa Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 40 46 Excelência pela expedição de ofício único, com força de Mandado Judicial, direcionado às prestadoras de serviços de telefonia, determinando: A INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS e a QUEBRA DE SIGILO DE DADOS TELEFÔNICOS do prefixo 081-6999.8888, seu respectivo IMEI e outros que o sucedam, pelo prazo de quinze dias, contados de sua implementação, devendo as referidas empresas: a. disponibilizar condições técnicas para monitoramento gravado de áudio, texto, imagens e outras formas de comunicação porventura existentes relativos ao terminal supracitado; b. fornecer extratos do terminal mencionado, contendo datas, horários e durações de chamadas/mensagens tentadas, originadas e recebidas durante o período de interceptação, agenda de contatos e informações sobre as Estações Rádio Base (ERB) transmissoras das ligações; c. fornecer todos os dados cadastrais existentes em poder das respectivas empresas referentes ao terminal interceptado e aos interlocutores que com eles mantiverem/tentarem contato, cujo contexto seja de interesse da investigação. Solicita-se, por fim, a remessa das informações descritas nesta representação à autoridade policial requerente, nos moldes do que determina a legislação de regência. Recife ‒ PE, ........... de ................................ de 2014. Delegado de Polícia 6. QUESTÕES PROPOSTAS Questão 1 (adaptada pelo Professor Vinícius Silva): Delegado de Polícia - Concurso: PCDF - Ano: 2007 - Banca: NCE - Disciplina: Direito Processual Penal - Assunto: Provas. Cláudio, Delegado de Polícia Federal da 5ª Delegacia de Polícia Federal do DF, instaurou inquérito policial para apurar crime de extorsão mediante sequestro de um agente de polícia federal envolvido em uma megaoperação para desbaratar uma organização criminosa. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 41 46 O agente sequestrado desempenhava o papel de agente infiltrado na organização, no entanto, o grupo criminoso identificou o agente e agora o faz de refém. Durante a investigação a autoridade policial e seus agentes empreenderam diligências no sentido de encontrar a vítima e depois de 3 dias conseguiram encontrar o cativeiro e diante da situação flagrancial adentraram o local e a resgataram, no entanto nenhum dos sequestradores foi encontrado no local. Levada ao IML para exame de corpo de delito, a vítima não apresentou nenhuma lesão. Ademais, a casa foi totalmente periciada pela equipe da perícia federal, não tendo esta encontrado nenhum fragmento de digitais no local. Durante as investigações para a descoberta do local do cativeiro, foram feitas algumas ligações para a família da vítima, sempre de um mesmo número, qual seja, 99-9999-9999. A descoberta do local do cativeiro foi feita após uma testemunha ter feito denúncia anônima de que havia sequestradores mantendo pessoa sob sua custódia. A testemunha morava vizinho ao local e observou várias vezes pessoas entrando e saindo do local, inclusive no dia do crime a referida testemunha viu o carro de placas XYZ-1234 entrando na garagem da casa em alta velocidade e conseguiu vislumbrar 2 elementos saindo do carro com uma pessoa encapazuda e com as mão amarradas. A testemunha disse não conhecer nenhum dos dois supostos sequestradores, tampouco revelou ser sabedora de suas identidades. No entanto, conseguiu escutar diversas vezes o telefone celular com toque sonoro característico soar e os sequestradores atenderem o aparelho e conversarem sobre o crime. No local do cativeiro não foi encontrado nenhum aparelho celular. A vítima do sequestro informou ainda que escutou diversas vezes as conversas entre os sequestradores e entre eles e sua família, negociando o resgate. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 42 46 Tudo que foi apurado consta nos autos do inquérito, como os depoimentos da vítima e da testemunha. A polícia judiciária ainda não conseguiu identificar os autores do sequestro, embora tenha empreendido todas as diligências acima citadas. Na qualidade de delegado de polícia que preside o inquérito, represente pela medida cabível nesse momento da investigação visando identificar os supostos autores do crime. Carlos Roberto, Vinicius Silva Aula 06 Discursivas p/ Polícia Federal (Delegado) Sem Correção - 2020 www.estrategiaconcursos.com.br 43 46 7. RESPOSTA DO EXERCÍCIO DA AULA 05. Questão adaptada pelo Professor Vinícius Silva: Com as proximidades da realização do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, elaborado pelo INEP, a Polícia Federal aumentou o fluxo de investigações acerca de possíveis vazamentos das provas. No último dia 10 de setembro de 2015 a equipe alfa da Delegacia de Repressão a Crimes Contra Certames Públicos após denúncias anônimas, conseguiu identificar que um professor de um famoso colégio da cidade de Palmas – TO havia mencionado
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