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Aula 09
Direito Tributário p/ Polícia Federal
(Delegado) - Pós-Edital
Autor:
Mateus Pontalti
Aula 09
30 de Janeiro de 2021
 
 
0 
 
 
Sumário 
1. Processo Administrativo Fiscal Federal ............................................................................................... 2	
1.1 Considerações Gerais .............................................................................................................................. 2	
1.2 Processo administrativo não contencioso no âmbito federal. Consulta Tributária ................................ 2	
1.3 Processo administrativo contencioso no âmbito federal ........................................................................ 6	
1.3.1 – Fases do processo administrativo fiscal contencioso ........................................................................................... 6	
1.4 Outros Aspectos do Decreto nº 70.235/72 ........................................................................................... 12	
1.4.1 Intimações ............................................................................................................................................................ 12	
1.4.2 Nulidades ............................................................................................................................................................... 14	
1.4.3 Inconstitucionalidade da exigência de depósito recursal e do arrolamento administrativo para conhecimento do 
recurso ........................................................................................................................................................................... 15	
1.4.4 – Não ocorrência da prescrição na pendência de recurso administrativo ............................................................ 16	
1.4.5 – Concomitância da ação judicial e do processo administrativo fiscal .................................................................. 18	
1.4.6 Impossibilidade de a administração pública reconhecer a inconstitucionalidade de dispositivo legal. ............... 19	
2. Simples Nacional ........................................................................................................................... 20	
2.1 Instituição e Abrangência ..................................................................................................................... 20	
2.2 Vedações ao ingresso no Simples Nacional .......................................................................................... 22	
2.3 Alíquotas e Bases de Cálculo ................................................................................................................. 24	
2.4 Repasse do produto da Arrecadação .................................................................................................... 24	
2.5 Da exclusão do Simples Nacional .......................................................................................................... 25	
2.6 Da Fiscalização ..................................................................................................................................... 26	
2.7 Do Processo Administrativo Fiscal ........................................................................................................ 28	
2.8 Do Processo Judicial .............................................................................................................................. 29	
Resumo ............................................................................................................................................. 31	
Mateus Pontalti
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1 
 
Questões Comentadas ........................................................................................................................ 32	
Lista de Questões ............................................................................................................................... 50	
Gabarito ............................................................................................................................................ 60	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mateus Pontalti
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1. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL FEDERAL 
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Por processo administrativo fiscal se entende o conjunto de normas jurídicas que disciplinam o rito 
que deve ser adotado na solução administrativa de controvérsias entre o sujeito passivo e o fisco 
(processo administrativo contencioso), ou que disciplinam situações nas quais, embora não haja 
um litígio entre o contribuinte e o fisco, pende alguma solução para determinada questão que seja 
do interesse de ambos (processo administrativo não contencioso). 
A competência para editar leis sobre o processo administrativo fiscal é concorrente, conforme 
enuncia o artigo 24, inciso XI, da Constituição Federal. Portanto, respeitadas as normas 
constitucionais, cada entidade federativa pode adotar uma lei própria que discipline a matéria. 
No âmbito da União Federal, o processo administrativo fiscal é regulado pelos seguintes diplomas 
legais: i) Decreto nº 70.235/72, que foi recepcionado como lei ordinária pela Constituição Federal; 
ii) Decreto nº 7.574/2011, de natureza infralegal, que regulamenta, dentre outros aspectos, o 
processo de determinação e de exigência de créditos tributários da União e o processo de consulta 
relativo à interpretação da legislação tributária e aduaneira. 
1.2 PROCESSO ADMINISTRATIVO NÃO CONTENCIOSO NO ÂMBITO 
FEDERAL. CONSULTA TRIBUTÁRIA 
Dentre as modalidades de processo administrativo não contencioso, merece destaque a consulta 
tributária. 
De fato, conforme enuncia o parágrafo segundo do artigo 161 do Código Tributário Nacional, não 
incide juros moratórios e multa nos casos em que o sujeito passivo não recolher tributo quando 
existir pendência de consulta formulada dentro do prazo legal para pagamento do crédito. 
A consulta, no âmbito da União Federal, é regulamentada pelo Decreto nº 7.574/2011. 
O artigo 88 esclarece quem são os legitimados para interpor uma consulta: 
Art. 88. O sujeito passivo poderá formular consulta sobre a interpretação da legislação 
tributária e aduaneira aplicável a fato determinado e sobre a classificação fiscal de 
mercadorias e a classificação de serviços, intangíveis e de outras operações que 
produzam variações no patrimônio, com base na Nomenclatura Brasileira de Serviços, 
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Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio. (Redação 
dada pelo Decreto nº 8.853, de 2016) 
Parágrafo único. A consulta de que trata o caput é facultada aos órgãos da 
administração pública e às entidades representativas de categorias econômicas ou 
profissionais (Decreto no 70.235, de 1972, art. 46, parágrafo único). 
Portanto, a legitimidade é franqueada não só ao sujeito passivo individualmente considerado mas 
também aos órgãos da administração pública e às entidades de categorias econômicas ou 
profissionais. 
O artigo 91, por sua vez, determina que a consulta deve ser formulada por escrito e apresentada 
na unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil do domicílio tributário do consulente 
O artigo 89 estabelece os efeitos da consulta: 
Art. 89. Nenhum procedimento fiscal será instaurado, relativamente à espécie 
consultada, contra o sujeito passivo alcançado pela consulta, a partir da apresentação 
da consulta até o trigésimo dia subsequente à data da ciência da decisão que lhe der 
solução definitiva. (Decreto no 70.235, de 1972, arts. 48 e 49; Lei no 9.430, de 1996, art. 
48, caput e § 3o). 
§ 1o A apresentação da consulta: 
I - não suspende o prazo: 
a) para recolhimento de tributo, retido nafonte ou declarado (autolançado), antes ou 
depois da data de apresentação; e 
b) para a apresentação de declaração de rendimentos; e 
II - não impede a instauração de procedimento fiscal para fins de apuração da 
regularidade do recolhimento de tributos e da apresentação de declarações. 
§ 2º No caso de consulta formulada por entidade representativa de categoria 
econômica ou profissional, os efeitos referidos no caput só alcançam seus associados ou 
filiados depois de cientificada a entidade consulente da decisão. (Redação dada 
pelo Decreto nº 8.853, de 2016) 
Art. 90. Em se tratando de consulta eficaz e formulada antes do vencimento do débito, 
não incidirão encargos moratórios desde seu protocolo até o trigésimo dia subsequente 
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à data da ciência de sua solução (Lei nº 5.172, de 1966 - Código Tributário Nacional, art. 
161, § 2º). 
Portanto, como regra geral, realizada a consulta, não pode o fisco iniciar processo administrativo 
com o objetivo de cobrar o tributo que foi objeto da consulta, até o trigésimo dia subsequente à 
data em que o consulente foi cientificado da decisão que a solucionou. Da mesma forma, dentro 
desse prazo não incidem juros moratórios ou multas. 
A suspensão do prazo, no entanto, não se aplica aos tributos retidos na fonte ou aos créditos que 
foram constituídos pelo próprio sujeito passivo, assim como em nada altera o prazo para 
apresentação de declaração de rendimentos, que se configura como uma obrigação acessória. 
Além disso, o inciso III explicita o óbvio: a consulta só tem o condão de impedir a instauração do 
processo fiscal quanto àquele tributo que foi objeto de consulta. Quanto às demais obrigações, a 
consulta em nada lhes aproveita. 
Quando a consulta for formalizada por uma entidade representativa de categoria econômica ou 
profissional, a consulta alcança os filiados e associados da entidade após aquela ter sido 
cientificada da decisão. 
O artigo 94, por sua vez, trás as hipóteses em que a consulta não deve ser considerada eficaz, o 
que afasta as consequências ora analisadas: 
Art. 94. Não produzirá qualquer efeito a consulta formulada 
I - em desacordo com o disposto nos arts. 88 e 91; 
II - por quem tiver sido intimado a cumprir obrigação relativa ao fato objeto da consulta; 
III - por quem estiver sob procedimento fiscal iniciado para apurar fatos que se 
relacionem com a matéria consultada; 
IV - quando o fato já houver sido objeto de decisão anterior, ainda não modificada, 
proferida em consulta ou litígio em que tenha sido parte o consulente; 
V - quando o fato estiver disciplinado em ato normativo, publicado antes de sua 
apresentação; 
VI - quando o fato estiver definido ou declarado em disposição literal de lei; 
VII - quando o fato for definido como crime ou contravenção penal; e 
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VIII - quando não descrever, completa ou exatamente, a hipótese a que se referir, ou 
não contiver os elementos necessários à sua solução, salvo se a inexatidão ou omissão 
for escusável, a critério da autoridade julgadora. 
O dispositivo é justificável. No caso do inciso I, os requisitos mínimos para realização da consulta 
não foram preenchidos. No caso dos incisos II e III, a vedação tem como objetivo evitar o 
comportamento malicioso por parte do sujeito passivo. Do contrário, o interessado poderia 
deliberadamente não cumprir com as obrigações tributárias e, uma vez cientificado de uma 
medida fiscalizatória, efetuar uma consulta, com o objetivo de ver-se livre dos encargos moratórios 
que incidiriam. 
Os incisos IV, V, VI VIII bloqueiam a eficácia da consulta nos casos em que ela é desnecessária, em 
razão de inexistir dúvida razoável sobre a questão. 
O inciso VIII, por sua vez, impõe ao contribuinte o ônus de explicitar os fundamentos da consulta. 
Quanto a essa hipótese, embora o dispositivo fale que a inexatidão ou omissão possa ser afastada 
a critério da autoridade julgadora, quando o erro for escusável, a melhor interpretação do 
dispositivo deve ser a de que, uma vez compreendido o objeto da indagação pelo fisco, ainda que 
a petição não tenha sido realizada de maneira escorreita, deve a autoridade administrativa analisá-
la. Essa interpretação se coaduna melhor com o princípio da razoabilidade e proporcionalidade, 
expressamente elencadas pelo artigo 2º da Lei 9.784/99. 
Quanto à solução da consulta, dispõe o artigo 95 do Decreto nº 7.574/2011: 
Art. 95. Os processos administrativos de consulta serão solucionados em instância única 
(Lei no 9.430, de 1996, art. 48, caput). 
Parágrafo único. Não cabe recurso nem pedido de reconsideração da solução da 
consulta ou do despacho que declarar sua ineficácia (Lei no 9.430, de 1996, art. 48, § 
3o). (Revogado pelo Decreto nº 8.853, de 2016) 
§ 1º Não cabe recurso nem pedido de reconsideração da solução da consulta ou do 
despacho que declarar sua ineficácia. (Incluído pelo Decreto nº 8.853, de 2016) 
§ 2º A consulta será solucionada no prazo máximo de trezentos e sessenta dias, contado 
da data de protocolo. (Incluído pelo Decreto nº 8.853, de 2016) 
Art. 96. Na solução da consulta serão observados os atos administrativos, expedidos 
pelas autoridades competentes, relativos à matéria consultada (Lei no 9.430, de 1996, 
art. 48, § 2o). 
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Art. 97. As soluções das consultas serão publicadas no Diário Oficial da União, na forma 
disposta em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil (Lei no 9.430, de 
1996, art. 48, § 4o). 
Art. 98. O envio de conclusões decorrentes de decisões proferidas em processos de 
consulta sobre classificação fiscal de mercadorias para órgãos do Mercado Comum do 
Sul - MERCOSUL será efetuado exclusivamente pela unidade indicada no inciso I do art. 
92 (Lei no 9.430, de 1996, art. 50, § 4o). 
Portanto, não cabe recurso quanto à decisão tomada, o que não impede o consulente de 
questionar no Judiciário a solução adotada pela Administração Pública. 
1.3 PROCESSO ADMINISTRATIVO CONTENCIOSO NO ÂMBITO FEDERAL 
1.3.1 – Fases do processo administrativo fiscal contencioso 
O fluxograma abaixo ajuda-nos a visualizar as fases do processo administrativo fiscal contencioso 
no âmbito federal: 
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Os artigos 7º a 9º do Decreto 70.235/72 regulamentam o início do processo administrativo 
contencioso. A formalização do início do procedimento fiscal é medida essencial não só para 
possibilitar o controle dos atos administrativos, mas também porque serve como marco temporal 
a partir do qual não é mais admissível a denúncia espontânea por parte do sujeito passivo. 
Quanto aos prazos previstos naqueles dispositivos, deve-se observar o disposto no artigo 5º do 
Decreto nº 70.235/1972, que determina que a sua contagem é contínua, excluindo-se o dia do 
início e incluindo-se o dia do vencimento. 
Após iniciado o processo administrativo, constada a existência de obrigação tributária que não foi 
formalizada, deve o fisco lavrar o auto de infração, que materializa a figura jurídica do lançamento 
de ofício: 
Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação 
da falta, e conterá obrigatoriamente: 
I - a qualificação do autuado; 
II - o local, a data e a hora da lavratura; 
III - a descrição do fato; 
IV - a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; 
V - a determinaçãoda exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-la no prazo 
de trinta dias; 
VI - a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de 
matrícula. 
 
Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo 
e conterá obrigatoriamente: 
I - a qualificação do notificado; 
II - o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; 
III - a disposição legal infringida, se for o caso; 
IV - a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a 
indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. 
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Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por 
processo eletrônico. 
O não cumprimento dos requisitos acima pode ensejar a nulidade do auto de infração, sobretudo 
se a omissão ou inexatidão acarretar um prejuízo à ampla defesa e ao contraditório. Seria o caso, 
por exemplo, do auto de infração que omitisse os fatos que justificaram a sua lavratura ou que não 
informasse ao sujeito passivo o direito que ele possui de impugná-lo. 
Como vimos no fluxograma acima, uma vez notificado o contribuinte do lançamento, abre-se três 
possibilidades: i) o sujeito passivo concorda com o valor cobrado e efetua o seu pagamento, caso 
em que o crédito tributário é extinto; ii) o sujeito passivo se mantém inerte, o que acarreta a 
constituição definitiva do crédito tributário e autoriza a que a Fazenda Pública inscreva o crédito 
em dívida ativa e ingresse com a ação de execução fiscal; iii) o sujeito passivo impugna o auto de 
infração dentro do prazo legal de 30 dias, o que enseja o início da fase contenciosa. 
A opção pela última hipótese atrai a incidência dos artigos 16 a 18 do Decreto nº 70.235/1972. 
O artigo 16 exige que o impugnante fundamente o seu pleito, expondo as razões fáticas e jurídicas 
que, no seu entender, levam à insubsistência do auto de infração. Isso não significa, contudo, que 
a autoridade administrativa está vinculada aos motivos elencados pelo impugnante. O princípio 
da legalidade permite que a administração pública acolha o recurso do contribuinte, ainda que 
por outro motivo não suscitado. 
Outro aspecto que merece menção diz respeito às provas que devem ser produzidas. A prova 
documental deve ser apresentada com a impugnação, sob pena de preclusão, salvo se presente 
alguma das situações elencadas pelo §4º do artigo 16. Apesar do rigor legal, nada impede que a 
administração pública supere esse óbice e autorize a prova documental, caso a questão seja 
importante para elucidação dos fatos, porque é do interesse de ambas as partes que o lançamento 
tributário espelhe a realidade. 
Caso o sujeito passivo deseje a realização de outras diligências ou mesmo a realização de exame 
pericial, deve dizer isso na impugnação, justificando a sua necessidade e apresentando desde logo 
os quesitos e a qualificação profissional do seu assistente técnico. A não observância desses 
requisitos autoriza que o fisco considere o pedido como não formulado, conforme enuncia o §1º 
do artigo 16. 
O julgamento de primeira instância compete às Delegacias da Receita Federal de Julgamento, 
conforme se observa do artigo 25 do Decreto nº 70.235/72: 
Art. 25. O julgamento do processo de exigência de tributos ou contribuições 
administrados pela Secretaria da Receita Federal compete: 
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I - em primeira instância, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento, órgãos de 
deliberação interna e natureza colegiada da Secretaria da Receita Federal; 
a) aos Delegados da Receita Federal, titulares de Delegacias especializadas nas 
atividades concernentes a julgamento de processos, quanto aos tributos e contribuições 
administrados pela Secretaria da Receita Federal. 
b) às autoridades mencionadas na legislação de cada um dos demais tributos ou, na 
falta dessa indicação, aos chefes da projeção regional ou local da entidade que 
administra o tributo, conforme for por ela estabelecido. 
Julgada a impugnação em primeira instância, deve-se observar o disposto nos artigos 33 a 36 do 
Decreto nº 70.235/19721. 
Portanto, podem ocorrer as seguintes situações: i) se o julgamento for contrário ao sujeito passivo, 
este pode interpor recurso voluntário, que possui efeito suspensivo, no prazo de 30 dias seguintes 
à ciência da decisão; ii) se a decisão, favorável ao sujeito passivo, implicar na dispensa do 
pagamento de tributo e encargos de valor total que não supere o montante fixado pelo Ministro 
da Fazenda, ocorre o trânsito em julgado administrativo da decisão; iii) se a decisão, favorável ao 
 
 
1 Decreto Nº 70.235/72. 
Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias 
seguintes à ciência da decisão. [...] 
Art. 34. A autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a decisão: 
I - exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total (lançamento 
principal e decorrentes) a ser fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Redação dada pela Lei nº 
9.532, de 1997) (Produção de efeito) 
II - deixar de aplicar pena de perda de mercadorias ou outros bens cominada à infração denunciada na 
formalização da exigência. 
§ 1º O recurso será interposto mediante declaração na própria decisão. 
§ 2° Não sendo interposto o recurso, o servidor que verificar o fato representará à autoridade julgadora, 
por intermédio de seu chefe imediato, no sentido de que seja observada aquela formalidade. 
Art. 35. O recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda instância, que julgará a 
perempção. 
Art. 36. Da decisão de primeira instância não cabe pedido de reconsideração. 
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contribuinte, implicar na dispensa do pagamento de tributos e encargos em valor superior ao 
fixado pelo Ministro da Fazenda, deve a autoridade administrativa recorrer de ofício da decisão2. 
O órgão de segunda instância encarregado de julgar o recurso voluntário e o recurso de ofício é 
o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, conforme se observa do artigo 25, inciso II e 
seguintes do Decreto nº 70.235/1972. 
Merece destaque que o parágrafo nono desse dispositivo atribui maior peso ao voto do 
presidente, representante da Fazenda Nacional, em caso de empate, dando a ele o voto de 
qualidade. 
Esse dispositivo foi impugnado na ADI 5731, que ainda não foi julgada pelo Supremo Tribunal 
Federal. 
Julgado o recurso, podem ocorrer as seguintes situações: i) se a decisão não tiver dado à lei 
tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara, turma de Câmara, turma 
especial ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais, ocorre o trânsito em julgado do 
processo administrativo; ii) caso, por outro lado, constate-se a ocorrência dessa divergência, abre-
se a possibilidade de o interessado ingressar com recurso especial à Câmara Superior de Recursos 
Fiscais, no prazo de 15 dias da ciência do acordão. É o que dispõe o artigo 37 do Decreto nº 
70.235/1972: 
Art. 37. O julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais far-se-á conforme 
dispuser o regimento interno. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
§ 2o Caberá recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, no prazo de 15 
(quinze) dias da ciência do acórdão ao interessado: (Redação dada pela Lei nº 11.941, 
de 2009) 
II – de decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado 
outra Câmara, turma de Câmara, turma especial ou a própria Câmara Superior de 
Recursos Fiscais. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 
 
2 A PortariaMF nº 63/2017 estabeleceu que o recurso de ofício é obrigatório quando o valor total for 
superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) 
 
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1.4 OUTROS ASPECTOS DO DECRETO Nº 70.235/72 
1.4.1 Intimações 
Os incisos I a III e parágrafo primeiro do artigo 23 dispõem sobre as formas de intimação no 
processo administrativo fiscal: 
Art. 23. Far-se-á a intimação: 
I - pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na 
repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou 
preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação 
dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) 
II - por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de 
recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei 
nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) 
III - por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei 
nº 11.196, de 2005) 
a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 
2005) 
b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída 
pela Lei nº 11.196, de 2005) 
§ 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou 
quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a 
intimação poderá ser feita por edital publicado: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 
2009) 
I - no endereço da administração tributária na internet; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 
2005) 
II - em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou 
(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) 
III - uma única vez, em órgão da imprensa oficial local. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 
2005) 
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Como se pode observar, a intimação pode ser realizada inicialmente de três maneiras distintas: i) 
pessoalmente, quando o sujeito passivo se dirige à repartição do fisco ou, ao contrário, quando o 
fisco se dirige ao endereço do contribuinte; ii) por via postal, telegráfica ou por qualquer outro 
meio, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; iii) por meio 
eletrônico, desde que o sujeito passivo tenha concordado em receber as intimações dessa forma, 
conforme enuncia o parágrafo quinto do artigo 23. 
Quanto ao segundo modo de intimação, por Correios, é importante frisar que a jurisprudência se 
pacificou no sentido de ser desnecessário que o próprio sujeito passivo tenha assinado o AR, 
bastando que alguém tenha recebido a carta no endereço informado pelo sujeito passivo ao fisco3. 
Apenas quando restar frustrada a intimação por algum dos meios acima indicados é que se pode 
realizar a intimação por edital. Assim, por exemplo, se o fisco enviar a carta AR para o endereço 
errado, que não aquele indicado pelo sujeito passivo, e posteriormente intimá-lo por edital, deve 
este último ato ser considerado nulo, o que macula todos os atos subsequentes que dele 
dependam4. 
O parágrafo segundo estabelece a data a partir da qual se considera que o sujeito passivo foi 
efetivamente intimado: 
Art. 23 [...] 
§ 2° Considera-se feita a intimação: 
I - na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se 
pessoal; 
II - no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, 
quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, 
de 1997) (Produção de efeito) 
III - se por meio eletrônico: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) 
 
 
3 AgInt no AREsp 932.816/DF, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 
12/06/2018, DJe 19/06/2018 
4 TRF-1 - AC: 00001840920064013806 0000184-09.2006.4.01.3806, Relator: JUIZ FEDERAL MIGUEL 
ÂNGELO DE ALVARENGA LOPES, Data de Julgamento: 05/02/2018, OITAVA TURMA, Data de Publicação: 
23/02/2018 e-DJF1 
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a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio 
tributário do sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) 
b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele 
atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; 
ou (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) 
c) na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; 
(Incluída pela Lei nº 12.844, de 2013) 
IV - 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. (Incluído 
pela Lei nº 11.196, de 2005) 
Os Procuradores da Fazenda Nacional devem ser intimados pessoalmente, conforme regulamenta 
os §7º a 9º do dispositivo. 
1.4.2 Nulidades 
O artigo 59 do Decreto nº 70.235/1972 dispõe sobre a nulidade no processo administrativo fiscal: 
Art. 59. São nulos: 
I - os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; 
II - os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição 
do direito de defesa. 
§ 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente 
dependam ou sejam conseqüência. 
§ 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as 
providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. 
§ 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a 
declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir 
o ato ou suprir-lhe a falta. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) 
Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo 
anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo 
para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem 
na solução do litígio. 
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15 
 
Art. 61. A nulidade será declarada pela autoridade competente para praticar o ato ou 
julgar a sua legitimidade. 
Como se observa do artigo 59, há nulidade quando um ato for praticado por pessoa incompetente 
ou com preterição do direito de defesa. Nessa hipótese, a nulidade prejudica os atos posteriores 
que dele diretamente dependam ou sejam consequência. O parágrafo terceiro, por sua vez, 
determina que se for possível decidir o mérito em favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a 
declaração de nulidade, a autoridade administrativa deve fazê-lo. 
O artigo 60 determina que irregularidades irrelevantes, como a juntada de documentos estranhos 
à causa, por exemplo, não acarretam a nulidade do procedimento, por não influírem na solução 
do litígio. Vícios mais graves que impliquem prejuízo ao sujeito passivo e que sejam diferentes 
daqueles enunciados no artigo 59 podem ser sanados, salvo se o próprio sujeito passivo tenha lhe 
dado causa. 
1.4.3 Inconstitucionalidade da exigência de depósito recursal e do 
arrolamento administrativo para conhecimento do recurso 
O parágrafo segundo do artigo 33 do Decreto 70.235/1972, na redação que lhe foi dada pela 
Medida Provisória nº 2.176-79/2001, dispunha no seguinte sentido: 
Art. 33 [...] 
§ 2o Em qualquer caso, o recurso voluntário somente terá seguimento se o recorrente 
o instruir com prova do depósito de valor correspondente a, no mínimo, trinta por cento 
da exigência fiscal definida na decisão. 
Assim, a lei condicionava o conhecimento do recurso ao prévio depósito de 30% da exigência 
fiscal. 
Posteriormente, a Lei 10.522/2002 alterou a redação do dispositivo, para permitir que o 
contribuinte,ao invés do depósito, pudesse garantir o valor equivalente a 30% da exigência fiscal 
mediante bens e direitos. 
No entanto, em 2007, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade do 
dispositivo, por entender que ele impunha uma restrição desproporcional ao exercício do direito 
de petição (art. 5º, XXXIV, da CF), bem como por vislumbrar que a regra ofendia o princípio do 
contraditório. 
Em 2009, com o objetivo de pacificar a questão nos âmbitos dos estados e dos municípios, o 
Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 21, que possui a seguinte redação: 
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16 
 
Súmula Vinculante nº 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento 
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. 
1.4.4 – Não ocorrência da prescrição na pendência de recurso administrativo 
Embora haja diversas teorias que se propõem a diferenciar a decadência da prescrição, parece-
nos que a que melhor explica os fenômenos, inclusive no âmbito do Direito Tributário, é a teoria 
científica, desenvolvida por Agnelo Amorim Filho. 
De uma maneira bastante geral, podemos dizer que esse jurista atrelou a prescrição aos direitos 
prestacionais, e a decadência aos direitos potestativos, ambas espécies de direitos subjetivos. 
Os direitos prestacionais compreendem aqueles direitos que têm como objeto uma prestação, 
positiva ou negativa, do sujeito passivo. Pode ser uma obrigação de dar, de fazer ou não fazer, e 
a fruição desses direitos depende da adoção de determinada conduta por parte do sujeito passivo. 
É o caso do credor que exige que o devedor pague a quantia de R$ 5.000,00 constante da nota 
promissória. A satisfação desse direito depende da conduta do devedor em entregar esse valor 
ao credor. 
Os direitos potestativos, por outro lado, são aqueles direitos que podem ser exercidos 
independentemente do concurso de vontade do sujeito passivo, bastando a manifestação de 
vontade do sujeito ativo - ainda que com a intervenção do juiz em alguns casos. Exemplo é o 
poder que o empregador possui de demitir seu funcionário. O exercício desse direito pode ser 
realizado independentemente da adoção de qualquer comportamento por parte do empregado, 
sendo suficiente a manifestação de vontade do empregador. 
Agnelo Amorim Filho5 traz outros exemplos de direitos potestativos, como o poder que tem o 
herdeiro de aceitar ou renunciar a herança, o poder que tem o sócio de promover a dissolução da 
sociedade civil, o poder de escolha nas obrigações alternativas, o poder que tem o mandante de 
revogar o mandato, etc. 
 
 
5 FILHO, Agnelo Amorim. CRITÉRIO CIENTIFICO PARA DISTINGUIR A PRESCRIÇÃO DA DECADÊNCIA E 
PARA IDENTIFICAR AS AÇÕES IMPRESCRlTÍVEIS. Revista da Faculdade de Direito da Universidade 
Federal do Ceará, [s. l.], v. 14, 1960. Disponível em: 
<http://www.revistadireito.ufc.br/index.php/revdir/issue/view/17> 
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Para a teoria científica, os direitos prestacionais, dos quais decorrem as ações condenatórias e 
executivas6, sujeitam-se à prescrição. Os direitos potestativos, geradores das ações constitutivas, 
sujeitam-se ao prazo decadencial, quando existe prazo para o seu exercício em lei7. 
 
Se trouxermos essa teoria para o Direito Tributário, chegaremos às seguintes conclusões: 
1ª: O prazo para que o fisco constitua o crédito tributário é decadencial, porque o lançamento é 
um direito potestativo, que pode ser exercido independentemente de qualquer comportamento 
do sujeito passivo. Portanto, entre a obrigação tributária e o lançamento, corre prazo decadencial. 
2ª Entre o lançamento provisório e o lançamento definitivo – que pressupõe o trânsito em julgado 
administrativo da decisão – não incide a decadência ou a prescrição. A decadência não incide 
porque o direito potestativo de lançar já foi exercido. A prescrição não corre porque o crédito 
tributário se encontra suspenso, não podendo a Fazenda Pública exigir o cumprimento da 
obrigação. Não há, assim, pretensão a ser exercida. 
3º: Constituído o crédito, a prescrição passa a correr após a data de vencimento da obrigação, 
quando a pretensão passa a existir. O prazo é prescricional porque o pagamento do tributo 
pressupõe um comportamento do sujeito passivo, consistente na entrega da quantia ao credor. 
O gráfico abaixo sintetiza o que acabamos de afirmar: 
 
 
6 O autor apenas menciona as ações condenatórias, porque adotara a teoria ternária das ações. 
7 As ações declaratórias e os direitos potestativos sem prazo previsto em lei são perpétuas. 
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1.4.5 – Concomitância da ação judicial e do processo administrativo fiscal 
O parágrafo único do artigo 38 da Lei 6.830/80 dispõe no seguinte sentido: 
Art. 38 [...] 
Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa 
em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso 
interposto. 
Por força desse dispositivo, o ingresso de ação judicial pelo sujeito passivo questionando o auto 
de infração acarreta a renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e a desistência do 
recurso eventualmente interposto. 
O CARF tem súmula acerca do tema: 
Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo 
sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois 
do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo 
cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria 
distinta da constante do processo judicial. 
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19 
 
O Supremo Tribunal Federal tem considerado constitucional o parágrafo único do artigo 38.8 
1.4.6 Impossibilidade de a administração pública reconhecer a 
inconstitucionalidade de dispositivo legal. 
Embora parcela da doutrina entenda de maneira diversa, prevalece o entendimento de que o fisco 
não pode declarar a inconstitucionalidade de tratado, acordo, lei ou decreto. É o que diz 
expressamente o artigo 26-A do Decreto 70.235/72: 
Art. 26-A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de 
julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei 
ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (Redação dada pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
§ 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo 
internacional, lei ou ato normativo: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do 
Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
II – que fundamente crédito tributário objeto de: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do Procurador-Geral da Fazenda 
Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002; (Incluído 
pela Lei nº 11.941, de 2009) 
b) súmula da Advocacia-Geral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar no 
73, de 10 de fevereiro de 1993; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
c) pareceres do Advogado-Geral da União aprovados pelo Presidente da República, na 
forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993. (Incluído pela 
Lei nº 11.941, de 2009) 
Essa regra apenas pode ser excepcionada nos casos dos incisos I e II desse dispositivo legal. 
 
 
8 RE 233582, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. JOAQUIM BARBOSA, 
Tribunal Pleno, julgado em 16/08/2007, DJe-088 DIVULG15-05-2008 PUBLIC 16-05-2008 EMENT VOL-
02319-05 PP-01031 
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20 
 
Quanto ao tema, existe Súmula do CARF: 
Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a 
inconstitucionalidade de lei tributária 
 
2. SIMPLES NACIONAL 
2.1 INSTITUIÇÃO E ABRANGÊNCIA 
O Simples Nacional é um regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições 
devidos pelas microempresas e empresas de pequeno porte. A adesão a esse regime é voluntária, 
conforme se observa do artigo 16 da Lei Complementar nº 123/2006: 
Art. 16. A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de 
microempresa e empresa de pequeno porte dar-se-á na forma a ser estabelecida em 
ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-calendário. 
§ 1o Para efeito de enquadramento no Simples Nacional, considerar-se-á microempresa 
ou empresa de pequeno porte aquela cuja receita bruta no ano-calendário anterior ao 
da opção esteja compreendida dentro dos limites previstos no art. 3o desta Lei 
Complementar. 
§ 1º-A. A opção pelo Simples Nacional implica aceitação de sistema de comunicação 
eletrônica, destinado, dentre outras finalidades, a: 
I - cientificar o sujeito passivo de quaisquer tipos de atos administrativos, incluídos os 
relativos ao indeferimento de opção, à exclusão do regime e a ações fiscais; 
II - encaminhar notificações e intimações; e 
III - expedir avisos em geral. [...] 
Portanto, nada impede que uma pessoa jurídica que se enquadre nos requisitos de pequena 
empresa ou de microempresa opte por recolher sua tributação de acordo com o regime ordinário. 
A abrangência do Simples Nacional é regulada de maneira exaustiva pelos artigos 12 e 13 da Lei 
Complementar 123/2006: O gráfico abaixo sintetiza os pontos mais importantes desse dispositivo 
legal: 
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22 
 
 
 
Com relação à isenção conferida pelo parágrafo terceiro do dispositivo9, merece destaque o fato 
de que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a sua constitucionalidade nos autos da ADI 403310. 
2.2 VEDAÇÕES AO INGRESSO NO SIMPLES NACIONAL 
O artigo 17 da Lei Complementar 123/2006 indica casos em que as pessoas jurídicas, embora 
enquadradas como microempresas ou empresas de pequeno porte, não podem aderir ao Simples 
Nacional: 
Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples 
Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: 
I - I - que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão 
de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset 
management) ou compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação 
de serviços (factoring) ou que execute operações de empréstimo, de financiamento e de desconto de 
títulos de crédito, exclusivamente com recursos próprios, tendo como contrapartes microempreendedores 
individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, inclusive sob a forma de empresa simples de 
crédito; (Redação dada pela Lei Complementar nº 167, de 2019) 
II - que tenha sócio domiciliado no exterior; 
III - de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, 
federal, estadual ou municipal; 
 
 
9 Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, 
dos seguintes impostos e contribuições: 
§ 3o As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam dispensadas 
do pagamento das demais contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições para as entidades 
privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de que trata o art. 240 
da Constituição Federal, e demais entidades de serviço social autônomo. 
10 ADI 4033, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 15/09/2010, DJe-024 
DIVULG 04-02-2011 PUBLIC 07-02-2011 EMENT VOL-02458-01 PP-00001 RTJ VOL-00219-01 PP-00195 
RSJADV mar., 2011, p. 28-37 
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23 
 
V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as 
Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja 
suspensa; 
VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, 
exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte 
urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana 
para o transporte de estudantes ou trabalhadores; (Redação dada pela 
Lei Complementar nº 147, de 2014) (Produção de efeito) 
VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia 
elétrica; 
VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas; 
IX - que exerça atividade de importação de combustíveis; 
X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: 
a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e 
pólvoras, explosivos e detonantes; 
b) bebidas não alcoólicas a seguir descritas:[...] 
c) bebidas alcoólicas, exceto aquelas produzidas ou vendidas no atacado por: 
(Incluído pela Lei Complementar nº 155, de 2016) Produção de efeito 
1. micro e pequenas cervejarias; 
2. micro e pequenas vinícolas; 
3. produtores de licores; 
4. micro e pequenas destilarias; 
XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra; 
XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis. 
XV - que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a 
prestação de serviços tributados pelo ISS. 
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XVI - com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, 
municipal ou estadual, quando exigível. 
§ 1º As vedações relativas a exercício de atividades previstas no caput deste artigo não 
se aplicam às pessoas jurídicas que se dediquem exclusivamente às atividades referidas 
nos §§ 5o-B a 5o-E do art. 18 desta Lei Complementar, ou as exerçam em conjunto com 
outras atividades que não tenham sido objeto de vedação no caput deste artigo. 
§ 2o Também poderá optar pelo Simples Nacional a microempresa ou empresa de 
pequeno porte que se dedique à prestação de outros serviços que não tenham sido 
objeto de vedação expressa neste artigo, desde que não incorra em nenhuma das 
hipóteses de vedação previstas nesta Lei Complementar. 
§ 4º Na hipótese do inciso XVI do caput, deverá ser observado, para o MEI, o disposto 
no art. 4o desta Lei Complementar. 
2.3 ALÍQUOTAS E BASES DE CÁLCULO 
As alíquotas e bases de cálculos se encontram definidas, de modo bastante detalhado, nos artigos 
18 a 27 da Lei Complementar nº 123/2006. De um modo geral, podemos afirmar que o valor 
devido é calculado mediante a aplicação das alíquotas efetivas, calculadas a partir das alíquotas 
nominais constantes das tabelas dos Anexos I a V da Lei Complementar, sobre a receita bruta 
auferida pela pessoa jurídica. 
A definição sobre qual das tabelas deve ser utilizada – Anexos I a V – da Lei Complementar, 
depende da atividade exercida pela pessoa jurídica. 
2.4 REPASSE DO PRODUTO DA ARRECADAÇÃO 
O repasse do produto da arrecadação é regulado pelo artigo 22 do diplomalegislativo: 
Art. 22. O Comitê Gestor definirá o sistema de repasses do total arrecadado, inclusive 
encargos legais, para o: 
I - Município ou Distrito Federal, do valor correspondente ao ISS; 
II - Estado ou Distrito Federal, do valor correspondente ao ICMS; 
III - Instituto Nacional do Seguro Social, do valor correspondente à Contribuição para 
manutenção da Seguridade Social. 
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25 
 
Parágrafo único. Enquanto o Comitê Gestor não regulamentar o prazo para o repasse 
previsto no inciso II do caput deste artigo, esse será efetuado nos prazos estabelecidos 
nos convênios celebrados no âmbito do colegiado a que se refere a alínea g do inciso 
XII do § 2o do art. 155 da Constituição Federal. 
2.5 DA EXCLUSÃO DO SIMPLES NACIONAL 
A pessoa jurídica pode ser excluída de ofício ou mediante comunicação. A exclusão de ofício 
ocorre nas hipóteses do artigo 29 da Lei Complementar nº 123/2006: 
Art. 29. A exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples Nacional dar-se-á 
quando: 
I - verificada a falta de comunicação de exclusão obrigatória; 
II - for oferecido embaraço à fiscalização, caracterizado pela negativa não justificada de 
exibição de livros e documentos a que estiverem obrigadas, bem como pelo não 
fornecimento de informações sobre bens, movimentação financeira, negócio ou 
atividade que estiverem intimadas a apresentar, e nas demais hipóteses que autorizam 
a requisição de auxílio da força pública; 
III - for oferecida resistência à fiscalização, caracterizada pela negativa de acesso ao 
estabelecimento, ao domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde desenvolvam suas 
atividades ou se encontrem bens de sua propriedade; 
IV - a sua constituição ocorrer por interpostas pessoas; 
V - tiver sido constatada prática reiterada de infração ao disposto nesta Lei 
Complementar; 
VI - a empresa for declarada inapta, na forma dos arts. 81 e 82 da Lei no 9.430, de 27 
de dezembro de 1996, e alterações posteriores; 
VII - comercializar mercadorias objeto de contrabando ou descaminho; 
VIII - houver falta de escrituração do livro-caixa ou não permitir a identificação da 
movimentação financeira, inclusive bancária; 
IX - for constatado que durante o ano-calendário o valor das despesas pagas supera em 
20% (vinte por cento) o valor de ingressos de recursos no mesmo período, excluído o 
ano de início de atividade; 
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26 
 
X - for constatado que durante o ano-calendário o valor das aquisições de mercadorias 
para comercialização ou industrialização, ressalvadas hipóteses justificadas de aumento 
de estoque, for superior a 80% (oitenta por cento) dos ingressos de recursos no mesmo 
período, excluído o ano de início de atividade; 
XI - houver descumprimento reiterado da obrigação contida no inciso I do caput do art. 
26; 
XII - omitir de forma reiterada da folha de pagamento da empresa ou de documento de 
informações previsto pela legislação previdenciária, trabalhista ou tributária, segurado 
empregado, trabalhador avulso ou contribuinte individual que lhe preste serviço. 
A exclusão mediante comunicação se encontra regulada pelo artigo 30 do diploma legal: 
Art. 30. A exclusão do Simples Nacional, mediante comunicação das microempresas ou 
das empresas de pequeno porte, dar-se-á: 
I - por opção; 
II - obrigatoriamente, quando elas incorrerem em qualquer das situações de vedação 
previstas nesta Lei Complementar; ou 
III - obrigatoriamente, quando ultrapassado, no ano-calendário de início de atividade, o 
limite proporcional de receita bruta de que trata o § 2o do art. 3o; 
IV - obrigatoriamente, quando ultrapassado, no ano-calendário, o limite de receita bruta 
previsto no inciso II do caput do art. 3o, quando não estiver no ano-calendário de início 
de atividade. 
2.6 DA FISCALIZAÇÃO 
A competência para fiscalização do cumprimento das obrigações principais e acessórias se 
encontra regulada pelo artigo 33 da Lei Complementar nº 123/200611: 
 
 
11 Art. 33. A competência para fiscalizar o cumprimento das obrigações principais e acessórias relativas ao 
Simples Nacional e para verificar a ocorrência das hipóteses previstas no art. 29 desta Lei Complementar é 
 
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27 
 
O mapa abaixo ajuda na compreensão da matéria: 
 
 
da Secretaria da Receita Federal e das Secretarias de Fazenda ou de Finanças do Estado ou do Distrito 
Federal, segundo a localização do estabelecimento, e, tratando-se de prestação de serviços incluídos na 
competência tributária municipal, a competência será também do respectivo Município. 
§ 1o As Secretarias de Fazenda ou Finanças dos Estados poderão celebrar convênio com os Municípios de 
sua jurisdição para atribuir a estes a fiscalização a que se refere o caput deste artigo. 
§ 1o-A. Dispensa-se o convênio de que trata o § 1o na hipótese de ocorrência de prestação de serviços 
sujeita ao ISS por estabelecimento localizado no Município. 
§ 1o-B. A fiscalização de que trata o caput, após iniciada, poderá abranger todos os demais 
estabelecimentos da microempresa ou da empresa de pequeno porte, independentemente da atividade 
por eles exercida ou de sua localização, na forma e condições estabelecidas pelo CGSN. 
§ 1o-C. As autoridades fiscais de que trata o caput têm competência para efetuar o lançamento de todos 
os tributos previstos nos incisos I a VIII do art. 13, apurados na forma do Simples Nacional, relativamente a 
todos os estabelecimentos da empresa, independentemente do ente federado instituidor. 
§ 1o-D. A competência para autuação por descumprimento de obrigação acessória é privativa da 
administração tributária perante a qual a obrigação deveria ter sido cumprida. 
§ 2o Na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte exercer alguma das atividades de 
prestação de serviços previstas no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar, caberá à Secretaria da Receita 
Federal do Brasil a fiscalização da Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da empresa, de que trata 
o art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. 
§ 3o O valor não pago, apurado em procedimento de fiscalização, será exigido em lançamento de ofício 
pela autoridade competente que realizou a fiscalização. 
§ 4o O Comitê Gestor disciplinará o disposto neste artigo. 
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2.7 DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL 
Os artigos 39 a 40 da Lei Complementar nº 123/2006 dispõem sobre o processo administrativo 
fiscal: 
Art. 39. O contencioso administrativo relativo ao Simples Nacional será de competência 
do órgão julgador integrante da estrutura administrativa do ente federativo que efetuar 
o lançamento, o indeferimento da opção ou a exclusão de ofício, observados os 
dispositivos legais atinentes aos processos administrativos fiscais desse ente. 
§ 1o O Município poderá, mediante convênio, transferir a atribuição de julgamento 
exclusivamente ao respectivo Estado em que se localiza. 
§ 2o No caso em que o contribuinte do Simples Nacional exerça atividades incluídas no 
campo de incidência do ICMS e do ISS e seja apurada omissão de receita de que não 
se consiga identificar a origem, a autuação será feita utilizando a maior alíquota prevista 
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nesta Lei Complementar, e a parcela autuada que não seja correspondente aos tributos 
e contribuições federais será rateada entre Estados e Municípios ou Distrito Federal. 
§ 3o Na hipótese referida no § 2o deste artigo, o julgamento caberá aoEstado ou ao 
Distrito Federal. 
§ 4º A intimação eletrônica dos atos do contencioso administrativo observará o disposto 
nos §§ 1o-A a 1o-D do art. 16. 
§ 5º A impugnação relativa ao indeferimento da opção ou à exclusão poderá ser 
decidida em órgão diverso do previsto no caput, na forma estabelecida pela respectiva 
administração tributária. 
§ 6º Na hipótese prevista no § 5o, o CGSN poderá disciplinar procedimentos e prazos, 
bem como, no processo de exclusão, prever efeito suspensivo na hipótese de 
apresentação de impugnação, defesa ou recurso. 
Art. 40. As consultas relativas ao Simples Nacional serão solucionadas pela Secretaria 
da Receita Federal, salvo quando se referirem a tributos e contribuições de competência 
estadual ou municipal, que serão solucionadas conforme a respectiva competência 
tributária, na forma disciplinada pelo Comitê Gestor. 
Como se pode observar do caput do artigo 39, o processo administrativo fiscal deve ser conduzido 
pela entidade federativa que efetuar o lançamento, indeferir a opção ou realizar a exclusão de 
ofício do contribuinte. 
O artigo 40, por sua vez, atribui à Receita Federal a competência para solucionar as consultas que 
tenham por objeto regras relativas ao Simples Nacional, salvo no que tange aos tributos e às 
contribuições de competência dos estados e dos municípios. 
2.8 DO PROCESSO JUDICIAL 
O artigo 41 da Lei Complementar nº 123/2006 traz a seguinte regulamentação acerca da 
legitimidade passiva e da legitimidade ativa nas ações judiciais envolvendo tributos abrangidos 
pelo Simples Nacional: 
Art. 41. Os processos relativos a impostos e contribuições abrangidos pelo Simples 
Nacional serão ajuizados em face da União, que será representada em juízo pela 
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto no § 5º deste artigo. 
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§ 1o Os Estados, Distrito Federal e Municípios prestarão auxílio à Procuradoria-Geral 
da Fazenda Nacional, em relação aos tributos de sua competência, na forma a ser 
disciplinada por ato do Comitê Gestor. 
§ 2º Os créditos tributários oriundos da aplicação desta Lei Complementar serão 
apurados, inscritos em Dívida Ativa da União e cobrados judicialmente pela 
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto no inciso V do § 5º deste 
artigo. 
§ 3o Mediante convênio, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional poderá delegar aos 
Estados e Municípios a inscrição em dívida ativa estadual e municipal e a cobrança 
judicial dos tributos estaduais e municipais a que se refere esta Lei Complementar.[...] 
Portanto, como regra geral, a legitimidade passiva e ativa é da União Federal, que é representada 
em juízo por meio da Procuradoria da Fazenda Nacional. 
Exemplo 
A pessoa jurídica X, integrante do Simples Nacional, foi autuada por omitir receita bruta. No 
entanto, a empresa discorda dos critérios utilizados, porque a base de cálculo foi composta por 
vendas que foram canceladas. Nesse caso, eventual ação anulatória a ser interposta pela pessoa 
jurídica deve ter como ré a União Federal. Da mesma forma, a União Federal é parte legítima para 
ingressar com a ação de execução fiscal contra o contribuinte. 
O parágrafo terceiro, por sua vez, possibilita que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional 
delegue aos estados e municípios, mediante convênio, a inscrição em dívida ativa estadual e 
municipal e a cobrança judicial dos tributos estaduais e municipais a que se refere a lei 
complementar. 
Além dessa hipótese, da realização de convênio, há outras situações nas quais a União Federal 
não representa as demais entidades federativas na defesa do crédito tributário abrangido pelo 
Simples. Referimo-nos às situações elencadas pelo parágrafo quinto do artigo 41 da Lei 
Complementar nº 123/2006: 
Art. 41[...] 
§ 5º Excetuam-se do disposto no caput deste artigo: 
I - os mandados de segurança nos quais se impugnem atos de autoridade coatora 
pertencente a Estado, Distrito Federal ou Município; 
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II - as ações que tratem exclusivamente de tributos de competência dos Estados, do 
Distrito Federal ou dos Municípios, as quais serão propostas em face desses entes 
federativos, representados em juízo por suas respectivas procuradorias; 
III - as ações promovidas na hipótese de celebração do convênio de que trata o § 3º 
deste artigo; 
IV - o crédito tributário decorrente de auto de infração lavrado exclusivamente em face 
de descumprimento de obrigação acessória, observado o disposto no § 1o-D do art. 33; 
V - o crédito tributário relativo ao ICMS e ao ISS de que tratam as alíneas b e c do inciso 
V do § 3o do art. 18-A desta Lei Complementar. (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 147, de 2014) 
RESUMO 
Processo Administrativo Fiscal 
1. Por processo administrativo fiscal se entende o conjunto de normas jurídicas que disciplinam o 
rito que deve ser adotado na solução administrativa de controvérsias entre o sujeito passivo e o 
fisco (processo administrativo contencioso), ou que disciplinam situações nas quais, embora não 
haja um litígio entre o contribuinte e o fisco, pende alguma solução para determinada questão 
que seja do interesse de ambos (processo administrativo não contencioso). 
2. A competência para editar leis sobre o processo administrativo fiscal é concorrente, conforme 
enuncia o artigo 24, inciso XI, da Constituição Federal. Portanto, respeitadas as normas 
constitucionais, cada entidade federativa pode adotar uma lei própria que discipline a matéria. 
3. No âmbito da União Federal, o processo administrativo fiscal é regulado pelos seguintes 
diplomas legais: i) Decreto nº 70.235/72, que foi recepcionado como lei ordinária pela Constituição 
Federal; ii) Decreto nº 7.574/2011, de natureza infralegal, que regulamenta, dentre outros 
aspectos, o processo de determinação e de exigência de créditos tributários da União e o processo 
de consulta relativo à interpretação da legislação tributária e aduaneira. 
4. Os incisos I a III e parágrafo primeiro do artigo 23 do Decreto 70.235/72 dispõem sobre as 
formas de intimação no processo administrativo fiscal. a intimação pode ser realizada inicialmente 
de três maneiras distintas: i) pessoalmente, quando o sujeito passivo se dirige à repartição do fisco 
ou, ao contrário, quando o fisco se dirige ao endereço do contribuinte; ii) por via postal, telegráfica 
ou por qualquer outro meio, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito 
passivo; iii) por meio eletrônico, desde que o sujeito passivo tenha concordado em receber as 
intimações dessa forma, conforme enuncia o parágrafo quinto do artigo 23. Quanto ao segundo 
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modo de intimação, por Correios, é importante frisar que a jurisprudência se pacificou no sentido 
de ser desnecessário que o próprio sujeito passivo tenha assinado o AR, bastando que alguém 
tenha recebido a carta no endereço informado pelo sujeito passivo ao fisco. 
5. É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para 
admissibilidade de recurso administrativo. 
Simples Nacional 
6. O Simples Nacional é um regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições 
devidos pelas microempresas e empresas de pequeno porte. A adesão a esse regime é voluntária. 
7. As alíquotas e bases de cálculos se encontram definidas, de modo bastante detalhado, nos 
artigos 18 a 27 da Lei Complementar nº 123/2006. De um modo geral, podemos afirmar que o 
valor devido é calculado mediante a aplicação das alíquotas efetivas, calculadas a partir das 
alíquotas nominais constantes das tabelas dos Anexos I a V da LeiComplementar, sobre a receita 
bruta auferida pela pessoa jurídica. A definição sobre qual das tabelas deve ser utilizada – Anexos 
I a V – da Lei Complementar, depende da atividade exercida pela pessoa jurídica. 
8. A pessoa jurídica pode ser excluída de ofício ou mediante comunicação. A exclusão de ofício 
ocorre nas hipóteses do artigo 29 da Lei Complementar nº 123/2006. 
QUESTÕES COMENTADAS 
1. (FCC/Auditor Fiscal de Tributos/2018) De acordo com a disciplina estabelecida pela Lei 
Complementar federal no 123/2006, acerca do SIMPLES NACIONAL, os Municípios têm 
competência 
 a) para fiscalizar o cumprimento das obrigações principais e acessórias relativas ao Simples 
Nacional, desde que o estabelecimento fiscalizado seja prestador de serviços e se localize no 
Município que tem competência para proceder à sua fiscalização. 
 b) para fiscalizar uma empresa de transporte intramunicipal localizada em seu território, 
relativamente ao cumprimento das obrigações principais e acessórias relativas ao Simples 
Nacional, mas não têm competência para verificar a ocorrência das hipóteses de exclusão de ofício 
desta empresa deste regime de tributação. 
 c) para efetuar, por meio de suas autoridades fiscais, o lançamento do IRPJ, do IPI, do ITCMD e 
do ITBI, dentre outros, apurados na forma do Simples Nacional, relativamente a todos os 
estabelecimentos da empresa, independentemente do ente federado instituidor. 
 d) concorrente para efetuar, por meio de suas autoridades fiscais, o lançamento do PIS, do 
CONFINS, do ICMS e do ISS, apurados na forma do Simples Nacional, e de promover a autuação 
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por descumprimento de obrigação acessória relacionada com esses impostos e contribuições, 
relativamente a todos os estabelecimentos da empresa, independentemente do ente federado 
instituidor da obrigação tributária. 
 e) para fiscalizar um hotel localizado em seu território, relativamente ao cumprimento das 
obrigações principais e acessórias relativas ao Simples Nacional, e para verificar a ocorrência das 
hipóteses de sua exclusão, de ofício, deste regime de tributação, mas não têm competência para 
promover a autuação deste estabelecimento por descumprimento de obrigação acessória relativa 
ao IRPJ. 
Comentários: 
a) Afirmativa incorreta. Não há a necessidade de que o estabelecimento se localize no município, 
porque o requisito exigido é o de que o ente local seja o competente para arrecadar o ISSQN 
(caput do artigo 33 da LC 123/2016). 
b) Afirmativa incorreta. A competência também abarca a possibilidade de exclusão da pessoa 
jurídica do regime (caput do artigo 33 da LC 123/2016). 
c) Afirmativa incorreta. O ITCMD e o ITBI não são apurados pelo regime do Simples Nacional 
(Artigo 13 da LC 123/2016). 
d) Afirmativa incorreta. A autuação pelo descumprimento de obrigações acessórias é privativa do 
ente interessado (§1º-D do artigo 33 da LC 123/2016). 
e) Afirmativa correta, porque em consonância com o disposto no artigo 33 da Lei Complementar 
nº 123/2006 (artigo 33 da LC 123/2016) 
 
2. (FAUEL/Procurador do Município/2018) Sobre o tratamento diferenciado e favorecido a 
ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte, é INCORRETO afirmar 
que: 
 a) Os processos relativos a impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional serão 
ajuizados em face da União. Mediante convênio a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional poderá 
delegar aos Estados e Municípios a inscrição em dívida ativa estadual e municipal e a cobrança 
judicial dos tributos estaduais e municipais relativos ao Simples Nacional. 
 b) Os mandados de segurança nos quais se impugnem atos de autoridade coatora pertencente 
a Estado, Distrito Federal ou Município deverão, ainda assim, ser ajuizados contra a União, uma 
vez que o Comitê Gestor do Simples Nacional vincula-se ao Ministério da Fazenda do Governo 
Federal. 
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 c) O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de 
arrecadação, dentre outros tributos, do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ e da 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL. 
 d) Não são recolhidos por meio do Simples Nacional, devendo ser observada a legislação 
aplicável às demais pessoas jurídicas, a Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço - FGTS e o Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de 
bens do ativo permanente. 
 e) A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa 
e empresa de pequeno porte dar-se-á na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor, 
sendo irretratável para todo o ano-calendário. 
Comentários: 
a) Afirmativa correta, conforme enuncia o §3º do artigo 41 da LC 123/2016. 
b) Afirmativa incorreta. Nesse caso, não se aplica a regra do artigo 41, conforme dispõe 
expressamente o §5º do artigo 41 da LC 123/2016. 
c) Afirmativa correta, conforme dispõe o artigo 13 da LC 123/2016. 
d) Afirmativa correta, conforme §1º do artigo 13 da LC 123/2016. 
e) Afirmativa correta, conforme artigo 16 da LC 123/2016. 
 
3. (CESPE/PGE-SE/2017) Considerando as normas do regime tributário do SIMPLES Nacional 
e o disposto no Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte — Lei 
Complementar n.º 123/2006 —, julgue os itens a seguir. 
I A empresa individual de responsabilidade limitada não pode ser enquadrada como 
microempresa para efeito de adesão ao SIMPLES Nacional. 
II Para o enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte, a sociedade 
empresária deve, em cada ano-calendário, ter receita bruta inferior a determinado montante legal, 
excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais eventualmente concedidos. 
III O recolhimento de tributo pelo regime especial unificado de arrecadação do SIMPLES Nacional 
não exclui a incidência do ICMS devido nas operações sujeitas ao regime de substituição tributária. 
Assinale a opção correta. 
 a) Apenas o item I está certo. 
 b) Estão certos apenas os itens I e II. 
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 c) Estão certos apenas os itens I e III. 
 d) Estão certos apenas os itens II e III. 
 e) Todos os itens estão certos. 
Comentários: 
i) Afirmativa incorreta. Não há essa vedação. 
ii) Afirmativa correta, conforme artigo 3º da da LC 123/2016. 
iii) Afirmativa correta, conforme determina o artigo 3º, §1º, da LC 123/2016. 
Logo, a alternativa correta é a letra D. 
 
4. (CESPE/PGE-AM/2016) Considerando o desenvolvimento da relação jurídica tributária, 
julgue o próximo item. 
Admite-se a extinção de microempresa e de empresa de pequeno porte mediante baixa de seus 
atos constitutivos, independentemente de comprovação de sua regularidade fiscal; nesse caso, 
será subsidiária a responsabilidade dos titulares, dos sócios e dos administradores no período da 
ocorrência dos respectivos fatos geradores. 
Certo 
Errado 
Comentários: 
Afirmativa incorreta. A responsabilidade neste caso é solidária, conforme §5º do artigo 9º da da 
LC 123/2016. 
 
5. (FCC/SEGEP-MA /2016) O Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e 
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, também 
chamado de Simples Nacional, implica o recolhimento mensal, mediante documento único 
de arrecadação, de vários impostos e contribuições.De acordo com a Lei Complementar n° 
123/2006, e salvo as exceções nela previstas, encontram-se entre os impostos e 
contribuições abrangidos pelo recolhimento mensal, mediante documento único de 
arrecadação, 
 a) o IRPJ, o IPVA e o ISS. 
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 b) a CSLL, o ICMS e o IPTU. 
 c) a CSLL, o ICMS e o ISS. 
 d) o IRPJ, o IPVA e o IPTU. 
 e) a CSLL, o ITCMD e o ITBI. 
Comentários: 
A afirmativa correta é a letra c, conforme dispõe o artigo 13 da LC 123/2016. 
6. (FGV/Procurador Municipal /2016) No que se refere ao regime especial unificado de 
arrecadação de tributos devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, 
denominado Simples Nacional, analise as afirmativas a seguir. 
I. Será opcional para o contribuinte. 
II. Abrange impostos, contribuições e taxas federais, estaduais e municipais. 
III. O recolhimento será unificado e centralizado, e a distribuição da parcela de recursos 
pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, sendo vedada qualquer retenção ou 
condicionamento. 
Está correto o que se afirma em: 
 a) II, apenas. 
 b) I e II, apenas. 
 c) I e III, apenas. 
 d) II e III, apenas. 
 e) I, II e III. 
Comentários: 
i) Afirmativa correta, conforme artigo 16 da LC 123/2016. 
ii) Afirmativa incorreta. Não abrange taxas. 
iii) Afirmativa correta, conforme dispõe o texto constitucional: 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente 
sobre:[...] 
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Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir 
um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos 
pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção 
ou condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes 
federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Portanto, a alternativa correta é a letra C. 
 
7. (UECE-CEV/Auditor Fiscal Municipal/2016) O Simples Nacional implica o recolhimento 
mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e 
contribuições: 
 a) Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ; Imposto sobre Produtos Industrializados – 
IPI; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; Contribuição para o Financiamento da 
Seguridade Social – COFINS; Contribuição para o PIS/Pasep; Contribuição Patronal Previdenciária 
– CPP; Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de 
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS; Imposto sobre 
Serviços de Qualquer Natureza - ISS. 
 b) Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ; Imposto sobre Produtos Industrializados – 
IPI; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; Contribuição para o Financiamento da 
Seguridade Social – COFINS; Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE; 
Contribuição Patronal Previdenciária – CPP; Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de 
Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação – ICMS; Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS. 
 c) Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ; Imposto sobre Produtos Industrializados – 
IPI; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; Contribuição para o Financiamento da 
Seguridade Social – COFINS; Contribuição para o PIS/Pasep; Imposto de Importação de Produtos 
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Estrangeiros – II; Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre 
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS; 
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS. 
 d) Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ; Imposto sobre Produtos Industrializados – 
IPI; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; Contribuição para o Financiamento da 
Seguridade Social – COFINS; Contribuição para o PIS/Pasep; Imposto sobre Operações de 
Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF; Imposto sobre 
Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte 
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS; Imposto sobre Serviços de Qualquer 
Natureza - ISS. 
Comentários: 
A alternativa correta é a letra A. 
Colacionamos mais uma vez o gráfico sobre os tributos que são abrangidos pelo simples, conforme 
disciplina da LC 123/2016. 
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8. (FGV/Analista Portuário /2016) A pessoa jurídica X é uma microempresa optante do 
Simples Nacional, regime tributário diferenciado e simplificado previsto na Lei 
Complementar nº 123, de 14.12.2006. A opção pelo Simples Nacional implica o 
recolhimento unificado de um conjunto de tributos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios. 
Nesse sentido, assinale a opção que indica o tributo que não estará compreendido no 
recolhimento unificado do Simples Nacional. 
 a) Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ. 
 b) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL 
 c) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS. 
 d) Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. 
 e) Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de 
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS. 
Comentários: 
O IPTU não é abarcado pelo Simples, razão pela qual a alternativa correta é a letra D, conforme 
artigo 13 da LC 123/2016. 
9. (CESPE/Juiz TJ-DF /2016/Adaptada) No tocante à legislação tributária vigente, julgue o 
item a seguir: 
A microempresa ou a empresa de pequeno porte que tenha sócio domiciliado no exterior não 
poderá recolher os impostos e as contribuições na forma prevista no Simples Nacional. 
Certo 
Errado 
Comentários: 
A afirmativa está correta, conforme dispõe o inciso II do artigo 17 da LC 123/2016. 
 
10. (CESPE/Assessor Técnico Jurídico/2015) A empresa Tripoli Ltda. recolheu ICMS a mais 
durante determinado período de 2013 em face de errônea interpretação da legislação 
tributária. Independentemente de protesto, a pessoa jurídica ajuizou ação de repetição de 
indébito em 2015. Ao despachar a demanda, o juízo competente exigiu que a contribuinte 
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demonstrasse a assunção do ICMS ou que estivesse autorizada por quem o assumiu para 
demandar contra a fazenda pública. 
Considerando essa situação hipotética, a interpretação do direito tributário, crédito tributário, 
repetição de indébito e ICMS, julgue o item a seguir. 
Pessoa jurídica que se dedica à atividade de compra de direitos creditórios resultantes de vendas 
mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring), ou que tenha sócio domiciliado no 
exterior, não pode recolher impostos nem contribuições que compõem o simples nacional, por 
força de expressa vedação legal. 
Certo 
Errado 
Comentários: 
Afirmativa correta, conforme artigo 17, inciso I e II da LC

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