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Aula 16
Legislação Penal e Processual p/ Polícia
Federal (Delegado) - Pós-Edital
Autores:
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor
De Luca
Aula 16
10 de Fevereiro de 2021
 
Sumário 
 
 
1 – Considerações iniciais da Lei 10.741/2003...............................................................................................03 
2 – Crimes em espécie do Estatuto do Idoso..................................................................................................08 
3 - Crimes de responsabilidade de Prefeitos e Vereadores.............................................................................23 
4 - Ação Penal originária no STJ e no STF.....................................................................................................32 
5 - Lista de Questões sem comentários...........................................................................................................40 
6 - Lista de Questões com comentários...........................................................................................................44 
7 - Resumo......................................................................................................................................................51 
8 - Gabarito.....................................................................................................................................................54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
Aula 16
Legislação Penal e Processual p/ Polícia Federal (Delegado) - Pós-Edital
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1 
 
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 Inicialmente vale pontuar que a preocupação com a proteção do idoso restou bem claro com a 
Constituição Federal de 1988. Vejamos o previsto nos arts. 229 e 230 do Texto Maior: 
 
 
 
 
 
 
 Muito embora o Texto Maior tenha fixado a gratuidade dos transportes coletivos aos maiores de 65 
anos de idade, nota-se que o legislador constituinte não estipulou quem era a pessoa idosa, cabendo essa tarefa 
ao legislador ordinário, que assim se manifestou tanto no art. 2º da Lei 8842/941 (Lei de Política Nacional do 
Idoso) como no art. 1º da Lei 10741/032 (Estatuto do Idoso) que o idoso é todo ser humano com 60 anos de 
idade. 
 Considerando o critério de 60 anos de idade para alguém ser considerado idoso no Brasil eleito pelo 
Estatuto do Idoso, indaga-se: A Lei nº 10741/03 derrogou o art. 115 do CP (São reduzidos de ½ os prazos de 
prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, 
maior de 70 anos)? A redução do prazo prescricional em metade passou a ser de 60 anos de idade ao tempo 
do crime? 
 A resposta é negativa. O Código Penal não elegeu a condição de idoso para reduzir o prazo 
prescricional em metade, mas sim adotou o critério da idade de 70 anos. Eis um julgado do Superior Tribunal 
de Justiça sobre o assunto: 
 
 
1 Art. 2º da Lei 8842/94 Considera-se idoso, para os efeitos desta lei, a pessoa maior de sessenta anos de idade. 
2 Art. 1º da Lei 10741/03: É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade 
igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o 
dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. 
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua 
participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares. 
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos. 
 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
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2 
 
HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO ORIGINÁRIA. 
SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO ESPECIAL CABÍVEL. 
IMPOSSIBILIDADE. RESPEITO AO SISTEMA RECURSAL 
PREVISTO NA CARTA MAGNA. NÃO CONHECIMENTO. 
1. Com o intuito de homenagear o sistema criado pelo Poder Constituinte Originário para a impugnação das 
decisões judiciais, necessária a racionalização da utilização do habeas corpus, o qual não deve ser admitido 
para contestar decisão contra a qual exista previsão de recurso específico no ordenamento jurídico. 
2. Tendo em vista que a impetração aponta como ato coator acórdão proferido por ocasião do julgamento de 
apelação criminal, contra a qual seria cabível a interposição do recurso especial, depara-se com flagrante 
utilização inadequada da via eleita, circunstância que impede o seu conhecimento. 
3. O constrangimento apontado na inicial será analisado, a fim de que se verifique a existência de flagrante 
ilegalidade que justifique a atuação de ofício por este Superior Tribunal de Justiça. 
FRAUDE À LICITAÇÃO (ART. 89, CAPUT, COMBINADO COM O ART. 84, § 2.º, AMBOS DA LEI 
N.º 8.666/93, NA FORMA DO ART. 71 DO CÓDIGO PENAL). ALEGADA PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO PUNITIVA. RÉU QUE COMPLETOU 70 (SETENTA) ANOS DEPOIS DA PRIMEIRA 
SENTENÇA CONDENATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE DE DIMINUIÇÃO DO PRAZO 
PRESCRICIONAL. 
1. A Terceira Seção desta Corte Superior de Justiça firmou o entendimento no sentido de que o termo 
"sentença" contido no artigo 115 do Código Penal se refere à primeira decisão condenatória, seja a do juiz 
singular ou a proferida pelo Tribunal, não se operando a redução do prazo prescricional quando o édito 
repressivo é confirmado em sede de apelação ou de recurso de natureza extraordinária. Ressalva do ponto de 
vista do Relator. 
2. Na hipótese em tela, o acusado completou 70 (setenta) anos após a publicação da sentença condenatória, 
pelo que se mostra impossível a diminuição do prazo prescricional do ilícito que lhe foi imputado. 
AVENTADA APLICABILIDADE DO ESTATUTO DO IDOSO. NECESSIDADE DE ADOÇÃO DO 
LIMITE DE IDADE DE 60 (SESSENTA) ANOS PARA FINS DE REDUÇÃO DO PRAZO 
PRESCRICIONAL. NÃO ALTERAÇÃO DO CÓDIGO PENAL PELA LEI N.º 10.741/2003. 
DESPROVIMENTO DO RECURSO. 
1. O Estatuto do Idoso, ao considerar como idosa a pessoa a partir de 60 (sessenta) anos de idade, não alterou 
o artigo 115 do Código Penal, que prevê a redução do prazo prescricional apenas quando o acusado é maior 
de 70 (setenta) anos de idade ao tempo da sentença condenatória. Precedentes do STJ e do STF. 
2. Não tendo transcorrido 8 (oito) anos entre os marcos interruptivos do prazo prescricional, inviável o 
reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva, como pretendido na impetração. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
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3. Habeas corpus não conhecido. (HC 284.456/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado 
em 22/04/2014, DJe 29/04/2014) 
 Questão: Incide a agravante descrita no art. 61, II, “h”, do CP3 aos delitos estampados na Lei 10741/03 
em que o sujeito passivo é o idoso? 
A resposta é negativa. Para evitar o indevido bis in idem, eis que a situação de idoso já é levada 
em consideração como elementar do delito, não se aplica a agravante ao art. 61, II, h, do CP 
aos crimes descritos no Estatuto do Idoso em que a vítima for pessoa idosa. 
 
 
 
 
 
 Embora desnecessário tal artigo, o legislador infraconstitucional resolveu deixar bem claro que aos 
idosos são lhes conferidos todos os direitos fundamentais, de forma a lhes preservar a saúde física e mental e 
seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Adotou-se 
a doutrina da proteção integral. 
 O art. 3º do Estatuto do Idoso, por sua vez, elenca algumas situações em que o idoso tem preferência 
em relação aos demais. Vejamos. 
 Art. 3o É obrigaçãoda família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, 
com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao 
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e 
comunitária. 
§ 1º A garantia de prioridade compreende: 
 
 
3 Art. 61 do CP: São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: 
II – ter o agente cometido o crime: 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
Art. 2º do Estatuto do Idoso: O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, 
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, 
todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu 
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
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 I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados 
prestadores de serviços à população; 
 II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas; 
 III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso; 
 IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais 
gerações; 
 V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, 
exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência; 
 VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na 
prestação de serviços aos idosos; 
 VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo 
sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento; 
 VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais. 
 IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. 
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se suas 
necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos. 
 
 
 
 Como se nota, o art. 6º do Estatuto do Idoso versa sobre o instituto da delatio criminis, em que qualquer 
pessoa tem o dever de comunicar à autoridade qualquer forma de violação ao supracitado diploma legal que 
tenha testemunhado ou tomado conhecimento. 
 
 
 
Art. 6º do Estatuto do Idoso: Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade qualquer forma de 
violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
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3 – REGRAS PENAIS E PROCESSUAIS 
 
 
 
 Sem sombra de dúvida, esse dispositivo legal foi o que recebeu mais críticas quando iniciou a vigência 
do Estatuto do Idoso, porquanto havia uma séria discussão quanto aos institutos da Lei 9099/95 que seriam 
aplicados aos crimes envolvendo idosos. A discussão era a seguinte: Aplica-se apenas o procedimento 
sumaríssimo da Lei 9099/95 ou também havia incidência dos institutos despenalizadores (transação penal e 
suspensão condicional do processo)? 
 A questão controvertida acima chegou no Supremo Tribunal Federal por meio da ADI 3096, 
ocasião em que o Pretório Excelso decidiu dar interpretação conforme a Constituição 
Federal, com redução do texto, para retirar do art. 94 da Lei 10741/03 a expressão “do 
Código Penal e”, determinando que os crimes descritos no Estatuto do Idoso com pena 
privativa de liberdade não superior a 4 anos devem sofrer a aplicação tão somente do rito 
sumariíssimo da Lei 9099/95, afastando, de uma vez por todas, a aplicação das medidas 
despenalizadoras, vez que, entendimento contrário, seria prejudicial ao idoso e benéfico ao autor do delito 
em face da pessoa idosa, o que seria um verdadeiro contrassenso. A mens legis ao estabelecer o rito 
sumariíssimo aos crimes praticados contra os idosos foi conferir maior celeridade ao julgamento. Vamos a 
esse importante julgado do STF: 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 39 
E 94 DA LEI 10.741/2003 (ESTATUTO DO IDOSO). RESTRIÇÃO 
À GRATUIDADE DO TRANSPORTE COLETIVO. SERVIÇOS 
DE TRANSPORTE SELETIVOS E ESPECIAIS. 
APLICABILIDADE DOS PROCEDIMENTOS PREVISTOS NA LEI 9.099/1995 AOS CRIMES 
COMETIDOS CONTRA IDOSOS. 
1. No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.768/DF, o Supremo Tribunal Federal julgou 
constitucional o art. 39 da Lei 10.741/2003. Não conhecimento da ação direta de inconstitucionalidade nessa 
parte. 
2. Art. 94 da Lei n. 10.741/2003: interpretação conforme à Constituição do Brasil, com redução de texto, para 
suprimir a expressão "do Código Penal e". Aplicação apenas do procedimento sumaríssimo previsto na Lei n. 
9.099/95: benefício do idoso com a celeridade processual. Impossibilidade de aplicação de quaisquer medidas 
despenalizadoras e de interpretação benéfica ao autor do crime. 
Art. 94 do Estatuto do Idoso: Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não 
ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei nº 9099, de 26 de setembro de 1995, 
e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
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3. Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação conforme à 
Constituição do Brasil, com redução de texto, ao art. 94 da Lei n. 10.741/2003. (ADI 3096, Relatora: Min. 
CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 16/06/2010) 
 Questão: É correto afirmar que o art. 94 do Estatuto do Idoso alterou o conceito de menor potencial 
ofensivo para os crimes praticados em face de pessoa idosa? 
 A resposta é negativa. Não houve qualquer alteração na definição do conceito de infração penal de 
menor potencial ofensivo aos crimes descritos no Estatuto do Idoso apenados com pena máxima não superior 
a 4 anos. O que restou decidido pelo STF, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, foi tão somente 
a adoção do rito sumariíssimo a esses delitos, como forma de conferir maior celeridade processual. Vale dizer, 
o conceito de infração penal de menor potencial ofensivo permanece nos exatos termos do art. 61 da Lei 
9099/95 (Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as 
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 dois anos, cumulada ou 
não com multa). 
 
 
 Os crimes descritos no Estatuto do Idoso são de ação penal pública incondicionada, isto é, cabe ao 
Ministério Público promover a demanda, não existindo qualquer condicionante para tanto. 
 Os arts. 181 e 182 do Código Penal cuidam respectivamente das imunidades penais absolutas e 
relativas nos delitos contra o patrimônio. A imunidade absoluta, também conhecida como escusa absolutória, 
apresenta como principal efeito a isenção total de pena para o agente e suas hipóteses de incidência constam 
no art. 181 do Código Penal4. Já as imunidades relativas, também conhecidas como processuais, transformam 
um crime de ação penal pública incondicionada em condicionada à representação, sendo catalogadas as suas 
hipóteses no art. 182 do Código Penal5. 
 
 
4 Art. 181 do CP: É isentode pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
5 Art. 182 do CP: Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: 
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
Art. 95 do Estatuto do Idoso: Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não 
se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
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 Em que pese o Estatuto do Idoso ter alterado de forma expressa o Código Penal para acrescentar o 
inciso III ao art. 183 do CP6, afastando a aplicação das imunidades absoluta e relativa aos crimes cometidos 
contra pessoa idosa, o art. 95 da Lei 10741/03 reforçou esse propósito. 
 Cumpre ainda ressaltar que o legislador inseriu figuras típicas autônomas no Estatuto do Idoso, com o 
escopo de proteger a vida, a integridade corporal, a saúde, a liberdade, a honra, a imagem e o patrimônio da 
pessoa idosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II – de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
6 Art. 183 do CP: Não se aplica o disposto nos dois artigo anteriores: 
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
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2 – CRIMES EM ESPÉCIE DO ESTATUTO DO IDOSO 
 
DISCRIMINAÇÃO POR MOTIVO DE IDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 Bem Jurídico tutelado – O delito em estudo visa proteger a liberdade individual, indispensável ao 
necessário exercício da cidadania. 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime comum (ou geral), ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa, 
pois o tipo penal incriminador não exige qualquer qualidade pessoal do agente. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 Elementos objetivos do tipo – Discriminar é distinguir, diferenciar em decorrência da condição de 
idoso. Impedir é obstar. Dificultar deve ser compreendido como criar obstáculo. Essa diferenciação deve ser 
impedindo ou dificultando ou, por qualquer outra forma, obstaculizando o acesso da pessoa idosa a operações 
bancárias, aos meios de transportes, ao direito de contratar ou ao exercício da cidadania. É um tipo penal misto 
alternativo, ou seja, diante de um mesmo contexto fático, se o agente praticar mais de uma conduta delineada 
no tipo penal responderá tão somente por um único delito, com base no princípio da alternatividade. 
 Operações bancárias – qualquer transação efetivada em instituições financeira. Ex: saques, depósitos, 
transferência de valores para a conta-poupança, etc. 
 Meios de transporte – abrange o transporte terrestre, marítimo e aéreo. Ex: O motorista que impede o 
ingresso do idoso no ônibus coletivo em decorrência da idade. 
 Direito de contratar – nessa situação a pessoa idosa é impedida ou tem dificuldade de exercer o seu 
direito de contratar em razão de sua idade. 
Art. 96 do Estatuto do Idoso: Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações 
bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento 
necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade: 
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por 
qualquer motivo. 
§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade 
do agente. 
 
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 Qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania – essa expressão revela 
estarmos diante de uma interpretação analógica (intra legem) que serve para abarcar situações de exercício 
da cidadania não descritas anteriormente no tipo penal. 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. É necessário ainda um especial fim do agente, qual seja, de praticar o fato discriminatório em 
razão da idade da vítima. Ausente essa especial finalidade, o fato será atípico. 
 Consumação – Por ser considerado um crime formal (de resultado cortado ou de consumação 
antecipada), consuma-se com o ato de impedir ou dificultar ao idoso o acesso a operações bancárias, ao meio 
de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da 
cidadania, em decorrência da idade, independentemente de ocorrer efetivo prejuízo ao idoso. 
 
 Figura equiparada – art. 96º, §1º, da Lei 10741/03 – Nas mesmas penas incorre quem desdenhar, 
humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo. OBS: Não há que se falar nesse 
delito se o agente emitir palavras injuriosas, ocasião em que a figura típica será a injúria discriminatória 
descrita no art. 140, §3º, do CP7. Ex: velho cego. 
 Causa de aumento – A pena será aumentada de 1/3 se a vítima se encontrar sob os cuidados ou 
responsabilidade do agente. Ex: cuidador de idoso. 
 
OMISSÃO DE SOCORRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 Art. 140, §3º, do CP: Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a 
condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Pena- reclusão, de 1 a 3 anos, e multa. 
Art. 97 do Estatuto do Idoso: Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem 
justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública: 
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, 
e triplicada, se resulta a morte. 
 
 
 
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 Bem Jurídico tutelado – O delito em estudo visa proteger a vida e a saúde da pessoa idosa. 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime comum (ou geral), ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa, 
pois o tipo penal incriminador não exige qualquer qualidade pessoal do agente. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 Elementos objetivos do tipo – Deixar de prestar assistência revela uma inação do agente quando 
possível era a prestação da assistência. Recusar é rejeitar. Retardar é demorar injustificadamente. Dificultar é 
criar obstáculo. Também é um tipo penal misto alternativo, ou seja, diante de um mesmo contexto fático, se o 
agente praticar mais de uma conduta delineada no tipo penal responderá tão somente por um único delito, com 
base no princípio da alternatividade. Cuida-se de um tipo especial quando cotejado com o delito de omissão 
de socorro do Código Penal (art. 135 do CP). 
 OBS: Esse delito de omissão de socorro do Estatuto do Idoso não tem aplicação ao agente garantidor 
descrito no art. 13, §2º do Código Penal, pois o delito versa sobre um tipo omissivo próprio. Como é sabido, 
o agente garantidor responderá pelo resultado ocorrido. Exemplo: O médico do hospital que, sem risco pessoal 
e dolosamente, deixa de dar tratamentoà pessoa idosa, que vem ao óbito, responderá pelo delito de homicídio 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Não existe a modalidade culposa. 
 Causa especial de aumento de pena – A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão 
corporal de natureza grave (art. 129, §§1º e 2º do CP). Se resulta morte, a pena será triplicada. Cuida-se de 
crime preterdoloso (dolo na conduta e culpa no resultado qualificador), ou seja, o resultado qualificador (lesão 
grave ou morte) advém à título de culpa. Se o agente agir com dolo de lesionar ou de matar, o crime será 
respectivamente de lesão corporal (art. 129 do CP) ou de homicídio (art. 121 do CP). 
 
ABANDONO DE IDOSO 
 
 
 
 
 Bem Jurídico tutelado – O delito em estudo visa proteger a vida e a saúde da pessoa idosa. 
 
Art. 98 do Estatuto do Idoso: Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa 
permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou 
mandado: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa. 
 
 
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 Sujeito ativo – Cuida-se de crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito 
ativo, in casu, somente pode ser praticado por quem tem a obrigação por lei ou mandado, de prover as 
necessidades básicas do idoso. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 Elementos objetivos do tipo – Abandonar significa largar, desamparar. Deixar de prover suas 
necessidades básicas significa não providenciar, não abastecer o idoso de suas necessidades básicas. Também 
é um tipo penal misto alternativo, ou seja, diante de um mesmo contexto fático, se o agente praticar mais de 
uma conduta delineada no tipo penal responderá tão somente por um único delito, com base no princípio da 
alternatividade. Cuida-se de um tipo especial quando cotejado com o delito de abandono material do Código 
Penal (art. 244 do CP). 
 OBS: É um crime omissivo próprio. Portanto, consuma-se com o abandono ou quando o agente deixa 
de prover as necessidades básicas. Lembre-se que crime omissivo próprio é incompatível com a tentativa, pois 
a conduta não pode ser fracionada no tempo (crime unissubsistente). 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Não existe a modalidade culposa. 
 
MAUS TRATOS A IDOSO 
 
 
 
 
 
 
 
 Bem Jurídico tutelado – O delito em estudo visa proteger a vida e a saúde da pessoa idosa. 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito 
ativo, in casu, somente pode ser praticado por quem tem um vínculo de cuidado ou proteção com a pessoa 
idosa. Ex: filho, enfermeiro, cuidador de idoso. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
Art. 99 do Estatuto do Idoso: Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, 
submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados 
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado: 
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. 
§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
§ 2o Se resulta a morte: 
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
 
 
 
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 Elementos objetivos do tipo – Expor a perigo significa colocar a pessoa idosa em risco de lesão à sua 
integridade física ou a sua morte, por meio de submissão a condições desumanas ou degradantes, com a 
privação de alimentos e cuidados indispensáveis ou sujeição a trabalho excessivo ou inadequado. Trata-se de 
crime de perigo concreto, ou seja, é necessário verificar no plano real se o idoso ficou exposto a perigo para 
que o delito se aperfeiçoe. 
 Cuida-se de tipo penal misto alternativo, ou seja, diante de um mesmo contexto fático, se o agente 
praticar mais de uma conduta delineada no tipo penal responderá tão somente por um único delito, com base 
no princípio da alternatividade. Cuida-se de um tipo especial quando cotejado com os delitos de perigo para 
a vida ou a saúde de outrem (art. 132 do CP) e de maus-tratos (art. 136 do CP). 
 OBS: Esse delito pode ser cometido por meio de ação (crime comissivo) ou omissão (crime omissivo). 
Exemplo de crime cometido por ação: O agente obrigar o idoso a realizar trabalho excessivo. Exemplo de 
crime praticado por omissão: O filho, sem qualquer justificativa, se recusar a fornecer alimentação ao seu pai 
idoso por um período prolongado de 24 horas. 
 Consuma-se no instante em que a pessoa idosa é submetida à condição desumana ou degradante. 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Não existe a modalidade culposa. 
 Forma qualificada - A pena será de reclusão de 1 a 4 anos se do fato acarretar lesão 
corporal de natureza grave (art. 129, §§1º e 2º do CP). Se resulta morte, a pena será de reclusão 
de 4 a 12 anos. Cuida-se de crime preterdoloso (dolo na conduta e culpa no resultado 
qualificador), ou seja, o resultado qualificador (lesão grave ou morte) advém à título de culpa. 
Se o agente agir com dolo de lesionar ou de matar, o crime será respectivamente de lesão 
corporal (art. 129 do CP) ou de homicídio (art. 121 do CP). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OUTROS CRIMES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Inciso I: Óbice a acesso a cargo público por motivo de idade (obstar o acesso de alguém a qualquer 
cargo público por motivo de idade). 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito 
ativo, in casu, somente pode ser praticado pelo funcionário público responsável pela admissão da pessoa ao 
cargo público. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 Elementos objetivos do tipo – Obstar é criar dificuldade para que o idoso assuma cargo público em 
razão de sua idade. Esse cargo público pode ser tanto da Administração Pública Direta (União, Estado, DF e 
Municípios) como da Indireta (Autarquias, Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista e Fundações). 
Cuida-se de um tipo especial quando cotejado com o delito descrito no art. 3º da Lei 7716/89 (Impedir ou 
obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem 
como das concessionárias de serviços públicos). 
 Cuida-se de um crime formal. Dessa forma, a consumação ocorre no exato instante em que o agente 
obsta o acesso ao cargo público pelo simples fato de alguém ser considerada uma pessoa idosa. Ainda que 
posteriormente a vítima consiga reverter esse impedimento nas vias judicial ou administrativa, o crime já terá 
obtido a sua consumação. 
 Elemento subjetivo - É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. É necessário ainda um especial fim do agente, qual seja, de impedir o acesso ao cargo público 
em razão da idade da vítima. Ausente essa especial finalidade, o fato será atípico. 
Art. 100 do Estatuto do Idoso: Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e 
multa: 
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público pormotivo de idade; 
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; 
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, 
a pessoa idosa; 
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na 
ação civil a que alude esta Lei; 
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, 
quando requisitados pelo Ministério Público. 
 
 
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 Inciso II: Negativa de emprego ou trabalho (negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou 
trabalho); 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito 
ativo, in casu, somente pode ser praticado pelo funcionário responsável por contratar alguém em uma 
empresa/sociedade/associação. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 Elementos objetivos do tipo – Negar é recusar, inadmitir. O agente recusa contratar alguém para o 
desempenho de um emprego ou trabalho em virtude da idade da vítima. Cuida-se de um tipo especial quando 
cotejado com o delito descrito no art. 4º da Lei 7716/89 (Negar ou obstar emprego em empresa privada). Esse 
tipo penal abrange qualquer espécie de trabalho, ainda que por prazo determinado. 
 Cuida-se de um crime formal. Dessa forma, a consumação ocorre no exato instante da efetiva negativa 
de emprego ou trabalho. 
 Elemento subjetivo - É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. É necessário ainda um especial fim do agente, qual seja, de negar emprego ou trabalho em razão 
da idade da vítima. Ausente essa especial finalidade, o fato será atípico. 
 Inciso III: Negativa de assistência à saúde do idoso (recusar, retardar ou dificultar atendimento ou 
deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa). 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime comum (ou geral), ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa, 
pois o tipo penal incriminador não exige qualquer qualidade pessoal do agente. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 Elementos objetivos do tipo – Recusar é rejeitar. Retardar é demorar injustificadamente. Dificultar é 
criar obstáculo. Deixar de prestar assistência revela uma inação do agente quando possível era a prestação da 
assistência. Dificultar é criar obstáculo. Também é um tipo penal misto alternativo, ou seja, diante de um 
mesmo contexto fático, se o agente praticar mais de uma conduta delineada no tipo penal responderá tão 
somente por um único delito, com base no princípio da alternatividade. 
 O termo “sem justa causa” significa que o agente não tinha qualquer justificativa razoável para a 
negativa de assistência à saúde do idoso. Se a negativa de assistência à saúde era impossível, o fato será 
considerado atípico. Exemplo: Inexistia no Hospital o equipamento médico necessário para salvar a vida do 
idoso. 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Não existe a modalidade culposa. 
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 Inciso IV: Descumprimento de ordem judicial (deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo 
motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta lei); 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito 
ativo, in casu, somente pode ser praticado pelo destinatário da ordem judicial. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 Elementos objetivos do tipo – Deixar de cumprir significa não obedecer o comando judicial. Retardar 
é atrasar. Frustrar é não cumprir a contento a ordem judicial. Enfim, são exemplos de modalidades do crime 
omissivo próprio, isto é, aquele em que a omissão consta no tipo penal, consumando-se com a simples inação 
do agente, independentemente da ocorrência de qualquer resultado. Cuida-se de um tipo especial quando 
cotejado com os delitos de prevaricação e de desobediência descritos respectivamente nos arts. 319 e 330 do 
Código Penal. OBS: O Descumprimento da ordem judicial deve se referir a ação ajuizada com base no Estatuto 
do Idoso. 
 Elemento subjetivo - É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Inexiste a modalidade culposa. 
 Inciso IV: Descumprimento de requisição do Ministério Público (recusar, retardar ou omitir dados 
técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério 
Público); 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito 
ativo, in casu, somente pode ser praticado pelo destinatário da requisição ministerial. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 Elementos objetivos do tipo – Recusar é rejeitar. Retardar é demorar injustificadamente. Omitir 
significa não fazer nada. Trata-se de um tipo penal misto alternativo, ou seja, diante de um mesmo contexto 
fático, se o agente praticar mais de uma conduta delineada no tipo penal responderá tão somente por um único 
delito, com base no princípio da alternatividade. 
 É um tipo especial quando cotejado com o delito de desobediência previsto no art. 330 do Código Penal 
(Desobedecer a ordem legal de funcionário público). 
 Elemento subjetivo - É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Inexiste a modalidade culposa. 
 
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DESOBEDIÊNCIA 
 
 
 
 Bem jurídico – Cuida-se de norma penal que tutela a Administração da Justiça, sobretudo o 
cumprimento das determinações oriundas da autoridade judiciária. 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito 
ativo, in casu, somente pode ser praticado pela pessoa responsável pelo cumprimento da ordem judicial. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 Elemento objetivo - Deixar de cumprir significa não obedecer a ordem judicial. Retardar é atrasar. 
Frustrar é não cumprir a contento a ordem judicial. Enfim, são exemplos de modalidades do crime omissivo 
próprio, isto é, aquele em que a omissão consta no tipo penal, consumando-se com a simples inação do agente, 
independentemente da ocorrência de qualquer resultado. Cuida-se de um tipo especial quando cotejado com 
os delitos de prevaricação e de desobediência descritos respectivamente nos arts. 319 e 330 do Código Penal. 
 Questão: Qual é a diferença desse delito com o crime descrito no art. 100, IV, do Estatuto do Idoso? 
 Enquanto no art. 100, IV, do Estatuto do Idoso o descumprimento da ordem judicial diz 
respeito a ação cível intentada com base no referido Estatuto, no crime de desobediência (art. 
101 do Estatuto do Idoso) o descumprimento da ordem judicial diz respeito a qualquer ação 
que o idoso figurar como parte ou interveniente. 
 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Não existe a modalidade culposa. 
 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA NO ESTATUTO DO IDOSO 
 
 
Art. 101 do Estatuto do Idoso: Deixar de cumprir,retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de 
ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 
 
Art. 102 do Estatuto do Idoso: Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro 
rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da sua finalidade: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. 
 
 
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 Sujeito ativo – Cuida-se de crime comum (ou geral), ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa, 
pois o tipo penal incriminador não exige qualquer qualidade pessoal do agente. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 Elementos objetivos do tipo – Apropriar-se significa apoderar-se, com animus rem sibi habendi, isto 
é, com o propósito de agir como proprietário da coisa. Desviar é dar ao objeto uma destinação diversa. 
 Qualquer outro rendimento do idoso – essa expressão revela estarmos diante de uma interpretação 
analógica (intra legem) que serve para abarcar situações similares não descritas anteriormente no tipo penal 
(bens, proventos e pensão). 
 Embora não haja menção expressa no tipo penal em estudo, é fundamental que o sujeito ativo tenha 
a posse ou detenção do bem, provento, pensão ou qualquer outra renda do idoso. Cuida-se de um tipo 
especial de apropriação indébita delineado na Lei 10741/03 com a missão precípua de tutelar o patrimônio do 
idoso. Inexistindo essa prévia posse ou detenção da remuneração ou renda do idoso, o crime será outro (furto, 
roubo, estelionato), a depender do caso concreto. 
 Questão: Configurará o crime em estudo se a subtração dos valores da conta-corrente do idoso ocorrer 
por meio de transferência bancária fraudulenta? 
 A resposta é positiva. Não há que se falar no delito de furto, mas sim do art. 102 do Estatuto do Idoso, 
consoante posição firmada pelo Superior Tribunal de Justiça, verbis: 
RECURSO ESPECIAL. PENAL. ART. 102 DA LEI N. 10.741/2003. 
DESVIO DE BENS. POSSE PRÉVIA. DESNECESSIDADE. 
DESVIO DE FINALIDADE. CARACTERIZAÇÃO. 
CONDENAÇÃO. RESTABELECIMENTO. 
1. Para a conduta de desviar bens do idoso, prevista no art. 102 da Lei n. 10.741/2003, não há necessidade de 
prévia posse por parte do agente, restrita à hipótese de apropriação. 
2. É evidente que a transferência dos valores da conta bancária da vítima para a conta pessoal do recorrido, 
mediante ardil, desviou os bens de sua finalidade. Não importa aqui perquirir qual era a real destinação desses 
valores, pois, independente de qual fosse, foram eles dela desviados, ao serem, por meio de fraude, transferidos 
para a conta do recorrido. 
3. Recurso especial provido para cassar o acórdão proferido nos embargos infringentes e restabelecer a 
condenação, nos termos do julgado proferido na apelação. (REsp 1358865/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO 
REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 04/09/2014, DJe 23/09/2014) 
 
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 Vale ainda destacar que estamos diante de um delito material, ou seja, necessita da ocorrência do 
resultado naturalístico para a sua consumação (apropriação ou desvio do bem, provento, pensão ou qualquer 
outro rendimento do idoso). 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Não existe a modalidade culposa. 
 
RECUSA DE ACOLHIMENTO OU PERMANÊNCIA DE IDOSO 
 
 
 
 Bem jurídico – Cuida-se de norma penal que tutela a liberdade individual da pessoa idosa 
consubstanciada no direito de outorgar procuração a quem desejar. 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito 
ativo, in casu, somente pode ser praticado pela pessoa responsável pelo acolhimento ou permanência do idoso 
na entidade de atendimento. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 Elemento objetivo – Negar significa não prestar o acolhimento ou permanência da pessoa idosa. 
Repare que essa negativa deve ocorrer por um motivo específico, qual seja, a recusa do idoso em outorgar 
procuração à entidade de atendimento. Infelizmente há exemplos de donos de entidade de atendimento que, 
prevalecendo-se da notória fragilidade da pessoa idosa, exige a procuração para gerir o patrimônio dele e, 
assim, locupletar-se dos valores recebidos pelo idoso. Trata-se de crime formal que se perfaz com a mera 
negativa de acolhimento ou de permanência ante a recusa da outorga de procuração. 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Não existe a modalidade culposa. 
 
RETENÇÃO INDEVIDA DE CARTÃO MAGNÉTICO OU OUTRO DOCUMENTO 
 
 
Art. 103 do Estatuto do Idoso: Negar o acolhimento ou permanência do idoso, como abrigado, por recusa 
deste em outorgar procuração à entidade de atendimento: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. 
 
 
Art. 104 do Estatuto do Idoso: Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão 
do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida: 
 Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. 
 
 
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 Bem jurídico – Cuida-se de norma penal que tutela o patrimônio da pessoa idosa. 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito 
ativo, in casu, somente pode ser praticado pelo credor do idoso. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 Elemento objetivo – Reter significa manter, não devolver. Repare que essa retenção de cartão 
magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, assim como qualquer outro 
documento tem como objetivo garantir, de forma criminosa, o pagamento de uma dívida. É um tipo especial 
quando cotejado com os delitos de apropriação indébita (168 do Código Penal) e de exercício arbitrário das 
próprias razões (art. 345 do Código Penal). 
 Qualquer outro documento – essa expressão revela estarmos diante de uma interpretação analógica 
(intra legem) que serve para abarcar objeto material não descrito anteriormente no tipo penal (cartão 
magnético). 
 O crime é formal, porquanto basta a retenção do cartão magnético (ou de qualquer outro documento) 
para a consumação do delito, não sendo necessário o ressarcimento ou o recebimento da dívida. 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Exige-se ainda o especial fim de agir consubstanciado no propósito de assegurar recebimento 
ou ressarcimento da dívida. Não existe a modalidade culposa. 
 
VEICULAÇÃO DE DADOS DEPRECIATIVOS DO IDOSO 
 
 
 
 Bem jurídico – Cuida-se de norma penal que tutela a honra, a imagem e a intimidade da pessoa idosa. 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime comum (ou geral), ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa, 
pois o tipo penal incriminador não exige qualquer qualidade pessoal do agente. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa, ou seja, indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos de idade. 
 
Art. 105 do Estatuto do Idoso: Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou 
imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anose multa. 
 
 
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 Elemento objetivo – Exibir significa mostrar, apresentar. Veicular é divulgar. Trata-se de um tipo 
penal misto alternativo, ou seja, diante de um mesmo contexto fático, se o agente praticar mais de uma conduta 
delineada no tipo penal responderá tão somente por um único delito, com base no princípio da alternatividade. 
 Qualquer meio de comunicação – essa expressão abrange rádio, TV, jornal, televisão, revista, imagens 
na internet, foto, mensagens de sms, etc. 
 O crime é formal, porquanto a exibição ou divulgação da imagem do idoso para a consumação do 
delito, não sendo necessário que a pessoa idosa se sinta ofendida em sua honra e imagem. 
 Trata-se de um tipo penal especial quando cotejado com os crimes contra a honra descritos no Código 
Penal (calúnia – art. 138 do CP; difamação – art. 139 do CP e injúria – art. 140 do CP). 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Não existe a modalidade culposa. 
 
INDUZIMENTO DE PESSOA IDOSA A OUTORGAR PROCURAÇÃO 
 
 
 
 Bem jurídico – Cuida-se de norma penal que tutela o patrimônio da pessoa idosa. 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime comum (ou geral), ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa, 
pois o tipo penal incriminador não exige qualquer qualidade pessoal do agente. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa sem discernimento de seus atos. 
 Elemento objetivo – Induzir significa incutir na mente da pessoa idosa sem discernimento a prática 
de determinado ato (outorga de procuração). Será considerado sem discernimento o idoso que não reunir 
condições para a prática de atos da vida civil. O tipo penal é especial quando cotejado com o crime de abuso 
de incapazes descrito no art. 173 do Código Penal (Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, 
paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles 
à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro). 
 O crime é formal, porquanto se aperfeiçoa no instante em que ocorre o induzimento da vítima à outorga 
da procuração, não sendo necessário a ocorrência de qualquer prejuízo financeiro ao idoso. 
 
Art. 106 do Estatuto do Idoso: Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração 
para fins de administração de bens ou deles dispor livremente: 
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
 
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 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Exige-se ainda o especial fim de agir do agente, qual seja, para fins de administração de bens 
ou deles dispor livremente. Inexiste a modalidade culposa. 
 
COAÇÃO DO IDOSO A DOAR, CONTRATAR, TESTAR OU OUTORGAR PROCURAÇÃO 
 
 
 
 Bem jurídico – Cuida-se de norma penal que tutela o patrimônio e à liberdade individual da pessoa 
idosa. 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime comum (ou geral), ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa, 
pois o tipo penal incriminador não exige qualquer qualidade pessoal do agente. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa sem discernimento de seus atos. 
 Elemento objetivo – Coagir significa constranger. Esse constrangimento pode ser realizado de 
qualquer maneira, sendo um crime de livre de execução. Tal coação pode ser física ou moral. 
 O crime é formal, porquanto se aperfeiçoa no instante em que ocorre a coação (física ou moral), ainda 
que o agente não consiga obter a doação, a contratação, a confecção do testamento ou a outorga da procuração. 
 O tipo penal em estudo é especial quando comparado com o crime de constrangimento ilegal descrito 
no art. 146 do Código Penal (Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver 
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o 
que ela não manda). 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Inexiste a modalidade culposa. 
 
LAVRATURA DE ATO NOTARIAL SEM REPRESENTAÇÃO LEGAL DO IDOSO 
 
 
Art. 107 do Estatuto do Idoso: Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar 
procuração; 
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
 
 
Art. 108 do Estatuto do Idoso: Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus 
atos, sem a devida representação legal: 
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
 
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 Bem jurídico – Cuida-se de norma penal que tutela a Administração Pública, de forma a evitar que os 
atos notarias sejam praticados sem a observância dos ditames legais. 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito 
ativo, in casu, somente pode ser praticado pelo tabelião de notas, oficial, escrevente autorizado ou responsável. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa. 
 Elemento objetivo – Lavrar significa redigir, escrever. Para a configuração desse delito é exigido que 
o idoso sem discernimento não esteja legalmente representado. Ato notarial é aquele praticado pelo tabelião 
de notas ou seus subordinados e instrumentalizados em seus livros de nota. Exemplos: Escrituras públicas, 
procuração, compromisso de compra e venda, etc. 
 O crime é material, porquanto se aperfeiçoa no instante em que surge o ato notarial. 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Inexiste a modalidade culposa. 
 
IMPEDIMENTO OU EMBARAÇO A ATO DO REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
 
 
 Bem jurídico – Cuida-se de norma penal que tutela a Administração da Justiça, de forma a conferir ao 
integrante do Ministério Público o pleno exercício de suas atribuições constitucionais, bem como a qualquer 
outro agente fiscalizador dos direitos e garantias das pessoas idosas. 
 Sujeito ativo – Cuida-se de crime comum (ou geral), ou seja, pode ser cometido por qualquer penal, 
vez que o tipo penal não exige uma qualidade especial do sujeito ativo. 
 Sujeito passivo – É a pessoa idosa. 
 Elemento objetivo – Impedir é obstar. Embaraçar significa atrapalhar, perturbar. Trata-se de crime 
material, pois a sua consumação ocorre com o ato de impedimento ou embaraço à atuação do Ministério 
Público ou do agente fiscalizador. 
 Elemento subjetivo – É o dolo consubstanciado na vontade e consciência de praticar o fato delineado 
no tipo penal. Inexiste a modalidade culposa. 
Art. 109 do Estatuto do Idoso: Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de 
qualquer outro agente fiscalizador: 
Pena - reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 
 
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3 – CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITOS E 
VEREADORES 
 Inicialmente vale destacar que o Decreto-Lei de nº 201/67, além de estipular regras processuais, 
também elenca um rol de crimes que podem ser cometidos por Prefeitos no respectivo exercício de suas 
funções. 
 Embora seja um ato normativo editado antes da Constituição Federal de 1988, o Decreto-Lei de nº 
201/67 foi recebido pela nova Ordem Constitucional com o status de lei ordinária. Nesse sentido, é interessante 
apontar a redaçãoda súmula 496 do Supremo Tribunal Federal: 
 
 
 Os crimes de responsabilidade cometidos pelos Prefeitos constam dos incisos I a XXIII delineados no 
art. 1º do Decreto-Lei nº 201/678. Por oportuno, insta ressaltar que os incisos XVI a XXIII do art. 1º do 
Decreto-Lei nº 201/67 foram introduzidos pela lei nº 10028/00. 
 Questão: Os Prefeitos somente cometem as condutas criminosas tipificadas no Decreto nº 201/1967? 
 A resposta é negativa. Além das hipóteses delineadas no Decreto-Lei nº 201/67, o Prefeito também 
pode ser responsabilizado por outras condutas criminosas descritas no Código Penal e na legislação penal 
extravagante. 
 Em que pese o Decreto-Lei 201/67 mencionar crime de responsabilidade, o correto é considerar tais 
delitos como funcionais9, em que o sujeito ativo é o Prefeito Municipal. Como é cediço, a denominação crimes 
de responsabilidade destina-se às infrações político-administrativas, de cunho não penal, ou seja, não há 
que se falar em pena criminal, mas sim sanções político-administrativas (perda de cargo e inabilitação para o 
exercício de função pública). OBS: O art. 4º do Decreto-Lei nº 201/67 cuida das infrações políticas-
administrativas (crimes de responsabilidade) dos prefeitos, que serão julgadas pela Câmara de Vereadores e 
apenadas com a cassação do mandato. O seguinte julgado do Supremo Tribunal Federal bem elucidou essa 
distinção, verbis: 
 
 
8 Art. 1º do Decreto-Lei 201/67: São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder 
Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores. 
9 Crimes funcionais – são aqueles em que a lei impõe uma qualidade especial do sujeito ativo, qual seja, ser funcionário 
público. 
Súmula 496 do STF: São válidos, porque salvaguardados pelas Disposições Constitucionais Transitórias 
da Constituição Federal de 1967, os decretos-leis expedidos entre 24 de janeiro e 15 de março de 1967. 
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 PENAL. PROCESSUAL PENAL. PREFEITO: CRIME DE 
RESPONSABILIDADE. D.L. 201, de 1967, artigo 1.: CRIMES 
COMUNS. I. - Os crimes denominados de responsabilidade, tipificados 
no art. 1. do D.L. 201, de 1967, são crimes comuns, que deverao ser 
julgados pelo Poder Judiciario, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores (art. 1.), 
são de ação pública e punidos com pena de reclusão e de detenção (art. 1., par. 1.) e o processo e o comum, do 
C.P.P., com pequenas modificações (art.2.). No art. 4., o D.L. 201, de 1967, cuida das infrações político-
administrativas dos prefeitos, sujeitos ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a 
cassação do mandato. Essas infrações e que podem, na tradição do direito brasileiro, ser denominadas de 
crimes de responsabilidade. II. - A ação penal contra prefeito municipal, por crime tipificado no art. 1. do D.L. 
201, de 1967, pode ser instaurada mesmo após a extinção do mandato. III. - Revisão da jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal. IV. - H.C. indeferido. (HC 70671, Relator: Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal 
Pleno, julgado em 13/04/1994) 
 Questão: É possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes cometidos por Prefeitos 
Municipais e descritos no art. 1º do Decreto-Lei nº 201/67? 
 O tema ainda é controverso nos Tribunais Superiores. O Supremo Tribunal Federal tem julgado 
reconhecendo o princípio da insignificância ao caso, o que leva a atipicidade material da conduta. Já o Superior 
Tribunal de Justiça entende que não há que se falar em princípio da insignificância quando há desvio de 
conduta de Prefeitos, por malferir a ética e a moralidade. Vejamos. 
Habeas Corpus. 2. Ex-prefeito condenado pela prática do crime previsto 
no art. 1º, II, do Decreto-Lei 201/1967, por ter utilizado máquinas e 
caminhões de propriedade da Prefeitura para efetuar terraplanagem no 
terreno de sua residência. 3. Aplicação do princípio da insignificância. 
Possibilidade. 4. Ordem concedida. (STF, HC 104286, Relator: Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, 
julgado em 03/05/2011) 
PENAL. PREFEITO. UTILIZAÇÃO DE MAQUINÁRIO 
PÚBLICO. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. 
1. Não é possível a aplicação do princípio da insignificância a prefeito, em razão mesmo da própria condição 
que ostenta, devendo pautar sua conduta, à frente da municipalidade, pela ética e pela moral, não havendo 
espaço para quaisquer desvios de conduta. 
2. O uso da coisa pública, ainda que por bons propósitos ou motivado pela "praxe" local não legitima a ação, 
tampouco lhe retira a tipicidade, por menor que seja o eventual prejuízo causado. 
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Precedentes das duas Turmas que compõem a Terceira Seção. 
3. Ordem denegada. (STJ, HC 148.765/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA 
TURMA, julgado em 11/05/2010, DJe 31/05/2010) 
 Questão: A extinção do mandato de Prefeito obsta o processamento e julgamento pela prática do crime 
do art. 1º do Decreto-Lei nº 201/67? 
 A resposta é negativa. O término do mandato de Prefeito não é impeditivo para o processamento e 
julgamento pelo crime do art. 1º do Decreto-Lei nº 201/67, segundo se infere da súmula 703 do STF: A 
extinção do mandato do prefeito não impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no 
art. 1º do Dec-Lei 201/1967. No mesmo sentido, vale destacar a Súmula 164 do STJ: O prefeito municipal, 
após a extinção do mandato, continua sujeito a processo por crime previsto no art. 1º do Dec. lei n. 201, de 
27/02/67. 
 E quando ocorre a extinção do mandado de Prefeito? 
 Extingue-se o mandato de Prefeito, e, assim, deve ser declarado pelo Presidente da Câmara de 
Vereadores, quando: 
I - Ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direitos políticos, ou condenação por crime 
funcional ou eleitoral. 
II - Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Câmara, dentro do prazo estabelecido em lei. 
III - Incidir nos impedimentos para o exercício do cargo, estabelecidos em lei, e não se 
desincompatibilizar até a posse, e, nos casos supervenientes, no prazo que a lei ou a Câmara fixar. 
A extinção do mandato independe de deliberação do plenário e se tornará efetiva desde a declaração 
do fato ou ato extintivo pelo Presidente e sua inserção em ata. (art. 6º do Dec-Lei nº 201/67) 
É importante ainda pontuar que para qualquer Prefeito ser processado e julgado no Poder Judiciário pela 
prática do crime descrito no art. 1º do Dec-Lei 201/1967 não há necessidade de prévio pronunciamento da 
Câmara de Vereadores. 
 Vejamos o art. 1º do Decreto-Lei nº 201/1967: 
Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, 
independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores: 
I - apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio; 
Il - utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos; 
Ill - desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas; 
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IV - empregar subvenções, auxílios, empréstimos ou recursos de qualquer natureza, em desacordo com os planos 
ou programas a que se destinam; 
V - ordenar ou efetuar despesas não autorizadas por lei, ou realizá-Ias em desacordo com as normas financeiras 
pertinentes; 
VI - deixar de prestar contas anuais da administração financeira do Município a Câmara de Vereadores, ou ao 
órgão que a Constituiçãodo Estado indicar, nos prazos e condições estabelecidos; 
VII - Deixar de prestar contas, no devido tempo, ao órgão competente, da aplicação de recursos, empréstimos 
subvenções ou auxílios internos ou externos, recebidos a qualquer titulo; 
VIII - Contrair empréstimo, emitir apólices, ou obrigar o Município por títulos de crédito, sem autorização da 
Câmara, ou em desacordo com a lei; 
IX - Conceder empréstimo, auxílios ou subvenções sem autorização da Câmara, ou em desacordo com a lei; 
X - Alienar ou onerar bens imóveis, ou rendas municipais, sem autorização da Câmara, ou em desacordo com a 
lei; 
XI - Adquirir bens, ou realizar serviços e obras, sem concorrência ou coleta de preços, nos casos exigidos em lei; 
XII - Antecipar ou inverter a ordem de pagamento a credores do Município, sem vantagem para o erário; 
XIII - Nomear, admitir ou designar servidor, contra expressa disposição de lei; 
XIV - Negar execução a lei federal, estadual ou municipal, ou deixar de cumprir ordem judicial, sem dar o motivo 
da recusa ou da impossibilidade, por escrito, à autoridade competente; 
XV - Deixar de fornecer certidões de atos ou contratos municipais, dentro do prazo estabelecido em lei. 
XVI – deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos prazos estabelecidos em lei, quando 
o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal; (Incluído 
pela Lei 10.028, de 2000) 
XVII – ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos pelo Senado 
Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição 
legal; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000) 
XVIII – deixar de promover ou de ordenar, na forma da lei, o cancelamento, a amortização ou a constituição de 
reserva para anular os efeitos de operação de crédito realizada com inobservância de limite, condição ou montante 
estabelecido em lei; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000) 
XIX – deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por antecipação de receita 
orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o encerramento do exercício 
financeiro; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000) 
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XX – ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação de crédito com qualquer um dos 
demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de novação, 
refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000) 
XXI – captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não 
tenha ocorrido; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000) 
XXII – ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emissão de títulos para finalidade diversa 
da prevista na lei que a autorizou; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000) 
XXIII – realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou condição estabelecida em 
lei. (Incluído pela Lei 10.028, de 2000) 
§1º Os crimes definidos neste artigo são de ação pública, punidos os dos itens I e II, com a pena de reclusão, de 
dois a doze anos, e os demais, com a pena de detenção, de três meses a três anos. 
§ 2º A condenação definitiva em qualquer dos crimes definidos neste artigo, acarreta a perda de cargo e a 
inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação, sem 
prejuízo da reparação civil do dano causado ao patrimônio público ou particular. 
 Bem jurídico: O patrimônio da Administração Pública e a moralidade administrativa são os bens 
jurídicos protegidos pela norma incriminadora do art. 1º do Decreto-Lei nº 201/1967. 
 Sujeito ativo: Cuida-se de crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito 
ativo, in casu, somente pode ser praticado pelo Prefeito Municipal ou por quem esteja no exercício da chefia 
do Poder Executivo Municipal (Vice-Prefeito ou o Presidente da Câmara de Vereadores10). Muito embora seja 
um delito próprio, nota-se que é possível a existência de coautoria ou participação. Em outras palavras, 
considerando que a qualidade de prefeito municipal configura elementar do tipo penal, essa condição se 
comunica ao coautor ou partícipe (art. 30 do CP11), que também será responsabilizado criminalmente por esse 
crime funcional. Exemplo: Um Secretário Municipal em coautoria com o Prefeito Municipal pratica o delito 
descrito no art. 1º do Decreto-Lei nº 201/1967. 
 
 
 
10 Art. 3º do Decreto-Lei 201/67: O Vice-Prefeito, ou quem vier a substituir o Prefeito, fica sujeito ao mesmo processo do 
substituído, ainda que tenha cessado a substituição. 
11 Art. 30 do Código Penal: Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares 
do crime. 
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 Questão: Qual será o órgão jurisdicional competente para processar e julgar um crime 
descrito no art. 1º do Decreto-Lei nº 201/67 por um Prefeito em coautoria com uma pessoa sem 
prerrogativa de foro (ex: tesoureiro da Prefeitura)? 
 Nesse caso haverá a unidade do processo e julgamento, em virtude da continência por 
cumulação subjetiva estipulada no art. 77, I, do CPP12, sendo o juiz natural para enfrentar essa 
demanda o Tribunal de Justiça local, ex vi do art. 29, X, da Constituição Federal13. Por oportuno, lembre-se 
do teor da súmula 702 do STF: A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos 
crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao 
respectivo tribunal de segundo grau. 
 Sujeito passivo: Em regra, o Município figura como sujeito passivo. Todavia, a depender do caso 
concreto, a União Federal e o Estado também pode ser vítima desse delito. Exemplo: O Prefeito desvia recursos 
advindos de um convênio com a União). 
 Elemento subjetivo – Todos os tipos penais delineados no art. 1º do Decreto-Lei 201/67 são cometidos 
à título doloso. Inexiste a figura culposa. 
 Sanções Penais – As penas cominadas aos alcaides (prefeitos) no art. 1º do Dec-lei nº 201/67 são 
privativas de liberdade. 
Nos casos dos incisos I e II – reclusão de 2 a 12 anos; 
Nos casos dos incisos III a XXIII – detenção de 3 meses a 3 anos; 
 
 
 
 
 
12 Art. 77 do CPP: A competência será determinada pela continência quando: 
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pelas mesma infração; 
13 Art. 29 da CF: O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e 
aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; 
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 Os crimes descritos no art. 1º do Dec-Lei nº 201/67 são de ação penal pública 
incondicionada, isto é, cabe ao Ministério Público promover a demanda, não existindo 
qualquer condicionante para tanto. Vale destacar que em razão do Prefeito Municipal ter 
prerrogativa de foro, nos exatos termos do art. 29, X, da Constituição Federal, a ação penal de 
competência originária deverá ser ajuizada pelo Procurador-Geral de Justiça, chefe do 
Ministério Público,consoante determina o art. 29, V, da Lei 8625/9314. OBS: Na época em que 
o Decreto-Lei (1967) foi confeccionado o Prefeito não tinha prerrogativa de foro assegurada pela Constituição 
Federal. 
 Repare ainda que em razão da pena máxima dos tipos penais do art. 1º do Decreto-Lei nº 201/67 superar 
2 anos não estamos diante de crimes de menor potencial ofensivo. Todavia, é cabível o instituto despenalizador 
da suspensão condicional do processo nas hipóteses dos incisos III e XXIII, se atendidas os demais requisitos 
do art. 89 da Lei nº 9099/95. 
 
PERSECUÇÃO PENAL NOS CRIMES FUNCIONAIS DESCRITOS NO DECRETO-LEI 201/67 PRATICADOS POR 
PREFEITOS 
 Com o escopo de apurar crime de responsabilidade de Prefeitos (art. 1º do Decreto-lei 201/67), a 
instauração de inquérito policial poderá ser solicitada por órgãos federais, estaduais e municipais interessados 
ou entregar peças de informação diretamente ao Ministério Público (titular da ação penal). O art. 2º, §1º, do 
referido diploma legal, permite ainda que tais órgãos atuem, em qualquer fase do processo, como assistente de 
acusação. 
 Dispõe o art. 2º, §2º, do Decreto-Lei 201/67: Se as providências para a abertura do inquérito policial 
ou instauração dação penal não forem atendidas pela autoridade policial ou pelo Ministério Público estadual, 
poderão ser requeridas ao procurador-geral da República. 
 Essa norma processual malfere a garantia da independência funcional dos integrantes do Ministério 
Público assegurada no art. 127, §1º, da Constituição Federal, ou seja, o membro da Instituição Ministerial tem 
o direito de atuar de acordo com a sua consciência, devendo obediência apenas às leis e à Constituição Federal, 
inexistindo, no ponto, qualquer subordinação hierárquica no exercício de seu mister. Consoante determina o 
art. 28 do CPP, caso o magistrado não concorde com o pedido de arquivamento formulado pelo Promotor de 
Justiça, os autos serão encaminhados ao Procurador-Geral, que poderá tomar 3 atitudes: a) oferecer a denúncia; 
b) designar outro membro do Ministério Público para propor a ação penal; c) insistir no pedido de 
 
 
14 Art. 29 da Lei nº 8625/93: Além das atribuições previstas nas Constituição Federal e Estadual, na Orgânica e em outras leis, 
compete ao Procurador-Geral de Justiça: 
V – ajuizar ação penal de competência originária dos Tribunais, nela oficiando; 
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arquivamento. Além do mais, não há hierarquia funcional entre os integrantes do Ministério Público Estadual 
e o Procurador-Geral da República. Esse também é o entendimento do professor Francisco Dirceu Barros. 
 
 O rito a ser observado nos processos dos crimes de responsabilidade dos Prefeitos é o ordinário (arts. 
394 e seguintes do CPP), com algumas características especiais: a) defesa preliminar; b) prisão preventiva e 
afastamento do exercício do cargo; 
 Segundo se infere do art. 2º, I, do Decreto-Lei nº 201/67, antes de receber a denúncia, o magistrado 
ordenará a notificação do acusado para apresentar defesa prévia, no prazo de 5 (cinco) dias. Se o acusado 
não for encontrado, ser-lhe-á nomeado defensor, para a apresentação daquela peça no mesmo prazo. Realizada 
essa providência, o magistrado decidirá quanto ao recebimento ou rejeição da peça acusatória. 
 Recebida a denúncia, em conformidade com o art. 2º, II, do Decreto-Lei nº 201/67, o magistrado 
deverá obrigatoriamente manifestar-se, de forma motivada, acerca da prisão preventiva do acusado, 
nos casos dos crimes descritos nos incisos I e II do art. 1º, e sobre o seu afastamento do exercício do cargo 
durante a instrução criminal, em todos os casos. Dessa decisão concessiva ou denegatória de prisão 
preventiva, ou de afastamento do cargo do acusado, caberá recurso em sentido estrito, no prazo de 5 dias, 
em autos apartados, com efeito suspensivo. 
 Segundo estabelece o professor Noberto Avena, “é preciso atentar que, na atualidade, enquanto no 
exercício do mandato eletivo, o prefeito municipal detém foro privilegiado, assistindo-lhe o direito de ser 
processado e julgado junto ao Tribunal de Justiça ou ao Tribunal Regional Federal, segundo o rito 
estabelecido nos arts. 1º a 12 da Lei nº 8038/1990, não se lhe aplicando, então, as disposições procedimentais 
do Decreto-Lei 201/1967. Prejudicada, assim, em relação ao prefeito no exercício do mandato, a regra do 
cabimento do recurso em sentido estrito prevista no art. 2º, III, do DL 201/1967, já que a tramitação do 
processo criminal respectivo ocorrerá junto aos Tribunais citados, em competência originária. Portanto, se 
vier a ser o Alcaide afastado do cargo, não o será por determinação de Juiz Singular, mas do Desembargador 
ou Órgão competente junto ao Tribunal respectivo, o que inviabiliza o manejo do recurso em sentido estrito 
em relação à aludida decisão, já que se trata de modalidade impugnativa que se dirige apenas contra decisão 
de juiz singular, jamais contra decisões de Órgãos Colegiados dos Tribunais ou decisões monocráticas do 
Relator nos processos que lhe estejam afetados.15” 
 
 
 
15 AVENA, Norberto. Processo Penal. São Paulo: Editora Método, 2009, p. 618. 
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 Em resumo, a aplicação do procedimento estabelecido no Decreto-Lei 201/67 ocorrerá 
em relação a Vereadores, que não gozam de foro por prerrogativa de função, e aos ex-prefeitos. 
 
 
 O julgamento da ação penal em relação aos Prefeitos no exercício do mandato ocorrerá no Tribunal de 
Justiça. Da decisão proferida pela Corte de Justiça não caberá duplo grau de jurisdição, eis que a competência 
é originária. De tal sorte, serão cabíveis somente os seguintes recursos: embargos de declaração, recurso 
extraordinário (art. 102, III, da CF) e recurso especial (art. 105, III, da CF). Será admissível ainda a revisão 
criminal, que é uma ação impugnativa manejada após o trânsito em julgado se presentes os requisitos do art. 
621 do Código de Processo Penal. 
 A condenação definitiva em qualquer dos crimes definidos no art. 1º do Decreto-lei nº 201/1967 
acarreta a perda do cargo e a inabilitação, pelo prazo de 5 (cinco) anos, para o exercício de cargo ou função 
pública, eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado ao patrimônio público ou 
particular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4- AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA NO STJ E NO STF 
 Em primeiro lugar, é importante pontuar que os procedimentos especiais não foram descritos no 
Código de Processo Penal. As leis processuais extravagantes são as encarregadas de afastar o rito comum 
descrito no Código de Processo Penal para estipular procedimento diverso para alguns crimes ou autoridades 
com foro por prerrogativa de função. Aplica-se, no ponto, o princípio da especialidade, isto é, lei especial 
afasta a aplicação de regra geral. Na espécie, a incumbência ficou para a Lei 8038/90, que institui normas 
procedimentais para os processos de competência originária em trâmite no Superior Tribuna de Justiça e no 
Supremo Tribunal Federal. 
 Considerando a diferença estrutural dos órgãos encarregados de dar andamento em ações penais em 
trâmite nas diversas instâncias, exsurge a Lei 8.038/90 para tratar do tema no âmbito dos Tribunais Superiores. 
 De plano, podemos observar que a Constituição Federal reservou competências originária e recursal 
em processos criminais tanto para o Supremo Tribunal Federal como parao Superior Tribunal de Justiça. 
Assim, a referida lei aborda regras procedimentais para a ação penal originária, habeas corpus, reclamação, 
recursos criminais nos citados Tribunais Superiores. 
 Tratando-se de crimes de ação penal pública de competência do STF ou do STJ, regras também a 
serem observadas pelas Cortes de Justiça Estaduais e Tribunais Regionais Federais, com o indiciado solto, o 
Ministério Público terá o prazo de 15 dias para ajuizar a ação penal ou pedir arquivamento do inquérito ou 
das peças de investigação, ou ainda pode solicitar a realização de diligências complementares se existir 
deferimento pelo Relator, com a interrupção desse prazo, conforme determina o art. 1º, caput, e §1º, da Lei 
8038/90. 
 De outro lado, se o indiciado estiver preso, o prazo para o oferecimento da denúncia será de apenas 5 
dias e as diligências complementares não interromperão esse prazo, salvo se o relator, ao deferi-las, determinar 
o relaxamento da prisão. Observem que se houver o deferimento das diligências complementares pelo Relator, 
o indiciado será posto em liberdade e o prazo para o oferecimento da denúncia passa a ser de 15 dias. 
 
O Ministro Relator, que é escolhido na forma do Regimento Interno do Tribunal, é 
encarregado de realizar a instrução do processo penal de competência originária. Esse Ministro 
Relator terá a mesma atribuição que a legislação processual confere aos juízes singulares (art. 
2º da Lei 8038/90). 
a) ordenar o arquivamento do inquérito ou de peças de informação, quando o requer o Ministério Público, 
ou submeter o requerimento o requerimento à decisão competente do Tribunal. 
b) decretar a extinção da punibilidade, nos casos previstos em lei; 
c) convocar desembargadores de Turmas Criminais dos Tribunais de Justiça ou dos Tribunais 
Regionais Federais, bem como magistrados de varas criminais da Justiça dos Estados e da Justiça 
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Federal, pelo período de 6 meses, prorrogável por igual prazo, até o máximo de dois anos, para a realização 
do interrogatório e de outros atos de instrução, na sede do tribunal ou no local onde se deva produzir o ato. 
 Oferecida a denúncia ou a queixa-crime, o acusado será notificado para apresentar resposta no prazo 
de 15 dias. Com essa notificação, serão entregues ao acusado cópia da denúncia ou da queixa, do despacho do 
relator e dos documentos indicados pelo Relator. 
 Questão: E se o paradeiro do acusado for desconhecido ou se ele criar dificuldades para que o oficial 
efetivamente cumpra a diligência? 
 Nessa situação, será determinada a notificação por edital, que terá o conteúdo resumido da acusação, 
com finalidade do denunciado ou querelado comparecer ao Tribunal, em 5 dias, e, com vista dos autos, 
apresentar resposta no prazo de 15 dias. Essa resposta ofertada ao denunciado é uma clara oportunidade 
conferida para que convença ao Tribunal de que a peça acusatória sequer merece acolhimento (art. 4º da Lei 
8.038/90). 
 Para prestigiar o princípio do contraditório, se, com a resposta, forem apresentados novos documentos, 
será intimada a parte contrária para sobre eles se manifestar, no prazo de 5 dias. OBS: Se a ação penal for de 
iniciativa privada, o Ministério Público será ouvido em igual prazo. 
 Em seguida, o relator pedirá dia para que o Tribunal delibere sobre o recebimento, a rejeição da 
denúncia ou da queixa, ou a improcedência da acusação, se a decisão não depender de outras provas (art. 
6º da Lei nº 8.038/90). Antes de tomar tal decisão, é facultada sustentação oral pelo prazo de 15 (quinze) 
minutos, primeiro à acusação, depois à defesa. 
 Terminados os debates, o Tribunal decidirá sobre o recebimento da denúncia ou da queixa-crime. Nada 
impede também que o Tribunal decida pela improcedência da ação penal, o que caracteriza verdadeiro 
julgamento antecipado do mérito, operando coisa julgada material. 
 Recebida a denúncia, o art. 7º da Lei 8038/9016 determina que o relator marque dia e hora para o 
interrogatório, mandando citar o acusado ou querelado e intimar o órgão do Ministério Público, assim como o 
querelante ou o assistente, se for o caso. Todavia, em julgamento proferido nos autos da Ação Penal de nº 528, 
o Supremo Tribunal Federal entendeu que, em homenagem ao princípio do contraditório e da ampla defesa, o 
interrogatório deve ser o último ato da instrução processual, ou seja, o Pretório Excelso entendeu que o 
art. 400 do CPP, em sua nova redação, deveria suplantar o previsto no art. 7º da Lei 8038/90, de forma a 
possibilitar ao acusado o exercício de sua defesa de forma mais eficaz. Vejamos esse importante julgado: 
 
 
16 Art. 7º da Lei 8038/90: Recebida a denúncia ou a queixa, o relator designará dia e hora para o interrogatório, mandando 
citar o acusado ou querelado e intimar o órgão do Ministério Público, bem como o querelante ou o assistente, se for o caso. 
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PROCESSUAL PENAL. INTERROGATÓRIO NAS AÇÕES 
PENAIS ORIGINÁRIAS DO STF. ATO QUE DEVE PASSAR A 
SER REALIZADO AO FINAL DO PROCESSO. NOVA 
REDAÇÃO DO ART. 400 DO CPP. AGRAVO REGIMENTAL A 
QUE SE NEGA PROVIMENTO. 
I – O art. 400 do Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei 11.719/2008, fixou o interrogatório 
do réu como ato derradeiro da instrução penal. 
II – Sendo tal prática benéfica à defesa, deve prevalecer nas ações penais originárias perante o Supremo 
Tribunal Federal, em detrimento do previsto no art. 7º da Lei 8.038/90 nesse aspecto. Exceção apenas quanto 
às ações nas quais o interrogatório já se ultimou. 
III – Interpretação sistemática e teleológica do direito. IV – Agravo regimental a que se nega provimento. (AP 
528 AgR, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 24/03/2011) 
 
PROCESSUAL PENAL. AÇÃO PENAL. INSTRUÇÃO 
CRIMINAL. REALIZAÇÃO DO INTERROGATÓRIO DO RÉU 
AO FINAL. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA 
DEFESA. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL. PROVIMENTO DO AGRAVO. 
1. O art. 7º da Lei n. 8.038/1990 determina que "recebida a denúncia ou a queixa, o relator designará dia e 
hora para o interrogatório, mandando citar o acusado ou querelado e intimar o órgão do Ministério Público, 
bem como o querelante ou o assistente, se for o caso". A interpretação literal do comando normativo é no 
sentido de que o interrogatório do réu, nos processos de competência originária do Supremo Tribunal Federal, 
deve ser o ato inaugural da instrução processual penal. 
2. No entanto, o dispositivo não se coaduna com os princípios do contraditório e da ampla defesa, que impõem 
a realização do ato apenas ao término da instrução. 
3. Nesse sentido é o entendimento do Pleno e dessa 1 ª Turma (AP 528 AgR, Rei. Min. RICARDO LEW 
ANDOWSKI, Tribunal Pleno, DJe de 8/6/2011). (AP 988 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURELIO, 
Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em 04/04/2017, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-101 DIVULG 15-05-2017 PUBLIC 16-05-2017). 
4. Provimento do Agravo para reformar a decisão agravada, determinando que a instrução processual penal se 
inicie com a oitiva das testemunhas arroladas pela acusação, realizando-se o interrogatório ao final. (AP 1027 
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AgR, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Relator p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, 
julgado em 02/10/2018) 
 Após o recebimento da denúncia, o acusado ainda poderá ofertar defesa prévia no prazo de 5 dias e a 
instruçãoobedecerá, no que couber, ao procedimento comum do Código de Processo Penal (art. 9º da Lei 
8.038/90). 
 É interessante ainda ressaltar que os atos instrutórios, inclusive o interrogatório, poderão ser delegados 
pelo relator a juiz ou membro do Tribunal mediante carta de ordem. O relator ainda poderá ordenar que as 
intimações sejam feitas por carta com aviso de recebimento, sem prejuízo, no entanto, da realização de 
intimações eletrônicas nos termos da Lei nº 11.419/2006. 
 Encerradas a inquirição de testemunhas, as partes serão intimadas para, em 5 dias, requererem 
diligências. Realizadas as diligências ou não sendo elas requeridas nem determinadas pelo Relator, serão 
intimadas a acusação e a defesa para, sucessivamente, apresentarem, no prazo de 15 (quinze) dias, alegações 
finais. OBS: O prazo será comum do acusador e assistente de acusação, bem como dos corréus. OBS 2: Se a 
ação penal for de iniciativa privada, o MP terá vista, por igual prazo, após as alegações das partes. 
 Ultrapassada essa fase das alegações finais, o Relator ainda poderá determinar de ofício a realização 
de provas reputadas imprescindíveis para o julgamento da causa. 
 Finda a instrução, o Tribunal procederá ao julgamento, nos exatos termos definidos no regimento 
interno, devendo ainda observar as seguintes regras: 
a) a acusação e a defesa terão, sucessivamente, nessa ordem, prazo de 1 (uma) hora para sustentação oral, 
assegurado ao assistente ¼ do tempo da acusação. 
b) encerrados os debates, o Tribunal passará a proferir o julgamento podendo o Presidente limitar a presença 
no recinto às partes e seus advogados, ou somente a estes, se o interesse público o exigir. 
 Questão: É cabível habeas corpus contra decisão de Ministro do Supremo Tribunal Federal que 
decreta prisão preventiva? 
 Segundo entendimento do Pretório Excelso, não cabe habeas corpus contra decisão de Ministro do 
STF que decreta a prisão preventiva de investigado ou réu. Aplica-se, aqui, por analogia, o entendimento 
exposto no enunciado 606 da Súmula do STF. STF. Plenário. HC 162285 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de 
Moraes, julgado em 19/12/2019 (Informativo 964 do Supremo Tribunal Federal). Súmula 606 do Supremo 
Tribunal Federal: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma, ou do 
plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso. 
 
 
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RESTRIÇÃO DO FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO NOS TRIBUNAIS SUPERIORES 
 De acordo com o previsto nos arts. 53, §1º e 102, I, “b”, da Constituição Federal, os Deputados Federais 
e os Senadores da República têm o Supremo Tribunal Federal como seu juízo natural para processar e julgar 
crimes comuns por eles cometidos. 
 Todavia, o Pretório Excelso, ao analisar uma questão de ordem, deliberou em dar uma interpretação 
restritiva aos referidos dispositivos constitucionais para restringir o foro por prerrogativa de função aplica-se 
apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas, senão 
vejamos. 
 
Direito Constitucional e Processual Penal. Questão de Ordem em 
Ação Penal. Limitação do foro por prerrogativa de função aos 
crimes praticados no cargo e em razão dele. Estabelecimento de 
marco temporal de fixação de competência. I. Quanto ao sentido e alcance do foro por prerrogativa 1. O 
foro por prerrogativa de função, ou foro privilegiado, na interpretação até aqui adotada pelo Supremo Tribunal 
Federal, alcança todos os crimes de que são acusados os agentes públicos previstos no art. 102, I, b e c da 
Constituição, inclusive os praticados antes da investidura no cargo e os que não guardam qualquer relação 
com o seu exercício. 2. Impõe-se, todavia, a alteração desta linha de entendimento, para restringir o foro 
privilegiado aos crimes praticados no cargo e em razão do cargo. É que a prática atual não realiza 
adequadamente princípios constitucionais estruturantes, como igualdade e república, por impedir, em grande 
número de casos, a responsabilização de agentes públicos por crimes de naturezas diversas. Além disso, a falta 
de efetividade mínima do sistema penal, nesses casos, frustra valores constitucionais importantes, como a 
probidade e a moralidade administrativa. 3. Para assegurar que a prerrogativa de foro sirva ao seu papel 
constitucional de garantir o livre exercício das funções – e não ao fim ilegítimo de assegurar impunidade – é 
indispensável que haja relação de causalidade entre o crime imputado e o exercício do cargo. A experiência e 
as estatísticas revelam a manifesta disfuncionalidade do sistema, causando indignação à sociedade e trazendo 
desprestígio para o Supremo. 4. A orientação aqui preconizada encontra-se em harmonia com diversos 
precedentes do STF. De fato, o Tribunal adotou idêntica lógica ao condicionar a imunidade parlamentar 
material – i.e., a que os protege por 2 suas opiniões, palavras e votos – à exigência de que a manifestação 
tivesse relação com o exercício do mandato. Ademais, em inúmeros casos, o STF realizou interpretação 
restritiva de suas competências constitucionais, para adequá-las às suas finalidades. Precedentes. II. Quanto 
ao momento da fixação definitiva da competência do STF 5. A partir do final da instrução processual, com a 
publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e 
julgar ações penais – do STF ou de qualquer outro órgão – não será mais afetada em razão de o agente público 
vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo. A jurisprudência desta 
Corte admite a possibilidade de prorrogação de competências constitucionais quando necessária para preservar 
a efetividade e a racionalidade da prestação jurisdicional. Precedentes. III. Conclusão 6. Resolução da questão 
de ordem com a fixação das seguintes teses: “(i) O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes 
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cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas; e (ii) Após o final da 
instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a 
competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a 
ocupar cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo”. 7. Aplicação da nova linha 
interpretativa aos processos em curso. Ressalva de todos os atos praticados e decisões proferidas pelo STF e 
demais juízos com base na jurisprudência anterior. 8. Como resultado, determinação de baixa da ação penal 
ao Juízo da 256ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro, em razão de o réu ter renunciado ao cargo de Deputado 
Federal e tendo em vista que a instrução processual já havia sido finalizada perante a 1ª instância. (AP 937 
QO, Relator: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 03/05/2018) 
 Essa restrição ao foro por prerrogativa de função também alcança Ministros de Estado, consoante 
decidiu o Supremo Tribunal Federal, in verbis: 
QUESTÃO DE ORDEM. DENÚNCIA OFERECIDA PELA 
PROCURADORA-GERAL DA REPÚBLICA. DIREITO PENAL. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL. COMPETÊNCIA. 
PRECEDENTE. AP 937-QO. RATIO DECIDENDI. 
APLICABILIDADE A TODA E QUALQUER AUTORIDADE QUE POSSUA PRERROGATIVA DE 
FORO. QUESTÃO DE ORDEM RESOLVIDA PARA DECLINAR DA COMPETÊNCIA AO JUÍZO 
DE 1ª INSTÂNCIA. 
 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao concluir o julgamento, na data de 03/05/2018, da AP 937-QO, 
aprovou, por maioria, as teses de que: "(i) O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes 
cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funçõesdesempenhadas; e de que “(ii) Após o final 
da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a 
competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a 
ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo". 2. A ratio decidendi do 
julgamento realizado pelo Supremo Tribunal Federal na AP 937-QO aplica-se, indistintamente, a qualquer 
hipótese de competência especial por prerrogativa de função, tanto que a discussão acerca da possibilidade de 
modificação da orientação jurisprudencial foi conduzida objetivamente pelo Plenário em consideração aos 
parâmetros gerais da sobredita modalidade de competência especial, isto é, sem qualquer valoração especial 
da condição de parlamentar do réu da AP 937. 3. In casu, os fatos imputados na peça acusatória foram 
praticados, em tese, pelos dois denunciados, respectivamente, no exercício e em razão do cargo de Governador 
do Estado e no exercício do cargo de Deputado Estadual, embora, nesse último caso, sem pertinência com o 
cargo em questão; sendo que, em ambos os casos, os denunciados não mais exercem os cargos no exercício 
dos quais praticaram, em tese, as condutas: o então Governador de Estado é, atualmente, Senador da República 
no exercício do cargo de Ministro de Estado; sendo que o então Deputado Estadual é, atualmente, Conselheiro 
do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso. 4. O elemento persuasivo (vinculante ou vinculativo, 
conforme o caso) do precedente não decorre das partes ou do dispositivo da decisão, mas sim dos fundamentos 
jurídicos adotados para justificá-la, ou seja, da chamada ratio decidendi. In casu, a) não cabe cogitar da 
competência do STF para conhecer da denúncia oferecida, uma vez que o hoje Senador da República e 
Ministro de Estado não praticou, em tese, o fato no exercício e em razão daqueles últimos cargos; b) não se 
visualiza competência do STJ, uma vez que o denunciado BLAIRO não mais exerce o cargo de Governador 
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do Estado e o denunciado SÉRGIO, embora exerça atualmente o cargo de Conselheiro de Tribunal de Contas, 
não praticou, em tese, o fato no exercício do aludido cargo; c) não se visualiza competência do Tribunal local, 
uma vez que o denunciado SÉRGIO, embora tenha praticado o fato, em tese, na condição de Deputado 
Estadual, não mais exerce o cargo em questão; d) por exclusão, o único Juízo competente para conhecer da 
peça acusatória é o da 1ª instância, mais precisamente, da Justiça Estadual do Mato Grosso, considerando não 
se visualizar, a princípio, competência da Justiça Federal quanto aos crimes imputados. 5. Voto no sentido de 
resolver a questão de ordem por meio da declinação da competência para conhecer da denúncia à 1ª instância 
da Justiça Estadual do Mato Grosso. (Inq 4703 QO, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado 
em 12/06/2018) 
 
 Na mesma linha tracejada pelo Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça adotou o 
mesmo raciocínio para dar interpretação restritiva ao Texto Maior para limitar as hipóteses em que as 
autoridades citadas no art. 105, I, “a”, da Constituição Federal, tenham como juízo natural o Superior Tribunal 
de Justiça. Vejamos esse importante julgado: 
PROCESSUAL PENAL. FORO POR PRERROGATIVA DE 
FUNÇÃO. INTERPRETAÇÃO DE DISPOSITIVO 
CONSTITUCIONAL. ANÁLISE DA PRÓPRIA COMPETÊNCIA. 
PODER-DEVER DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA DO ART. 105, I, "A", DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA. LIMITAÇÃO DO FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. 
DELITOS PRATICADOS EM RAZÃO E NO EXERCÍCIO DO CARGO. CONSELHEIRO DE 
TRIBUNAL DE CONTAS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL. 
1. Compete ao Superior Tribunal de Justiça interpretar o art. 105, I, "a", da Constituição Federal, que trata de 
sua competência originária, hipótese em que atua como qualquer juiz, sendo, portanto, apto para conhecer de 
questões relativas à própria competência. 
Como qualquer magistrado e tribunal, também o Superior Tribunal de Justiça tem o poder-dever de prestar a 
jurisdição e, para tanto, decidir, quando necessário, sobre as regras de sua competência. 
No Brasil, a regra sempre foi a de controle difuso de constitucionalidade, estabelecida inclusive na atual Carta 
Magna. 
Assim, a todo juiz compete interpretar a Constituição, não sendo função privativa do Supremo Tribunal 
Federal. 
2. O art. 105, I, "a", da CF, ao estabelecer as regras de competência, fixou o foro especial na esfera penal, 
sendo prerrogativa destinada a assegurar a independência e o livre exercício de determinados cargos e funções 
de especial importância. 
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Contudo, a norma não foi fixada de forma a restringir o foro às hipóteses de crimes praticados em razão do 
cargo ou no exercício do mandato. Trata-se de texto aberto, cabendo ao intérprete delimitá-lo. 
3. O Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal têm funções constitucionais distintas. Portanto, 
no que tange às regras de competência originária, não há necessidade de interpretação simétrica, ou seja, de o 
STJ adotar, no tocante ao texto do art. 
105, I, "a", da CF, o mesmo entendimento adotado pelo STF em relação ao art. 102, I, "b" e "c", da CF. 
4. A prerrogativa de foro é outorgada ratione muneris a determinadas autoridades em razão da natureza de 
certos cargos ou ofícios titularizados por aquele que sofre persecução penal. Originalmente pensado como 
uma necessidade de assegurar a independência de órgãos e garantir o livre exercício de cargos 
constitucionalmente relevantes, esse foro atualmente, dada a evolução do pensamento social, provocada por 
situações inexistentes no passado, impõe a necessidade de que normas constitucionais que o estabelecem sejam 
interpretadas de forma restritiva. 
Assim, deve-se conferir ao texto do art. 105, I, "a", da CF a interpretação de que as hipóteses de foro por 
prerrogativa de função no STJ restringem-se aos casos de crime praticado em razão e durante o exercício de 
cargo ou função. 
5. A publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais constitui o marco temporal 
para a prorrogação da competência do STJ para julgar ações penais originárias. 
6. Reconhecida a incompetência do STJ, determina-se a remessa dos autos a uma das varas criminais do 
Distrito Federal para prosseguimento da presente ação penal. (QO na APn 857/DF, Rel. Ministro JOÃO 
OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 20/06/2018, DJe 28/02/2019). 
 Repare ainda que no julgado acima do STF (Ação Penal 937 QO/RJ), restou deliberado pelo Pretório 
Excelso que o termo limítrofe para o fim do foro por prerrogativa de função é o encerramento da instrução 
criminal. Vale dizer, terminada a instrução criminal, com a publicação do despacho de intimação para 
apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será modificada em 
virtude de o agente público vir a ocupar outro cargo público ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja 
o motivo. 
 
 
 
 
 
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5 – LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 
1.CESPE/Defensor Público da Bahia/2010 
Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso são vedadas a aplicação das medidas despenalizadoras da 
composição civil dos danos e da transação, bem como a incidência das imunidades penais absolutas ou 
escusas absolutórias. 
 
2. CESPE/Promotor de Justiça do Rio Grande do Norte/2009Todos os crimes definidos no Estatuto do Idoso são de ação penal pública incondicionada. 
 
3. CESPE/Defensor Público do Piauí/2009 
O agente que retém cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, 
bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida, deve 
responder pelo delito de exercício arbitrário das próprias razões, com causa geral de aumento de pena. 
 
4. VUNESP/ Delegado de Polícia de São Paulo 
Aos crimes previstos na Lei 10.741, de 2003 – Estatuto do Idoso-, aplica-se o procedimento previsto 
na Lei 9099, de 26 de setembro de 1995, desde que a pena máxima privativa de liberdade não 
ultrapasse 
 
a) 6 (seis) anos; 
b) 8 (oito) anos; 
c) 4 (quatro) anos; 
d) 1 (um) ano; 
e) 2 (dois) anos; 
 
5. CESPE/Promotor de Justiça do Rio Grande do Norte/2009 
Impedir ato fiscalizatório de representante do MP em defesa de interesses de pessoas idosas não constitui 
crime, mas mera infração administrativa sujeita à pena de multa por parte do infrator. 
 
 
6. FCC/Defensor Público do Rio Grande do Sul/2014 
O Estatuto do Idoso alterou expressamente o art. 115 do Código Penal, a fim de que os prazos prescricionais 
sejam computados pela metade para aqueles que contarem com 60 anos de idade por ocasião da sentença 
condenatória. 
 
7. CESPE/Defensor Público do Piauí/2009 
Aquele que induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de 
administração de bens deve responder pelo delito de estelionato, com causa especial de aumento de pena. 
 
8.CESPE/Defensoria Pública de Alagoas/2009 
Constitui crime de menor potencial ofensivo abandonar injustificadamente pessoa idosa em hospital ou casa 
de saúde. 
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9.CESPE/Defensor Público do Tocantins/2013 
Os crimes definidos no Estatuto do Idoso são de ação penal pública incondicionada, e a eles não se aplicam 
as escusas absolutórias do Código Penal, quando praticados em detrimento do cônjuge, ascendente e 
descendente. 
 
10.CESPE/Defensor Público do Piauí/2009 
O oficial que lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida 
representação legal, pratica o delito de prevaricação, com causa geral de aumento de pena. 
 
 
11.FUNCAB/Delegado de Polícia do Pará/2016 
A pessoa que se apropria de pensão do idoso, dando-lhe destinação diversa daquela definida como sua 
finalidade comete crime previsto na Lei nº 10741, que respeitará o procedimento previsto na Lei nº 9099, 
e 1995, sendo vedada a transação penal. 
 
12.UFG/Procurador Jurídico da Câmara de Goiânia/2018 
O Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967, que dispõe sobre a responsabilidade dos prefeitos e 
vereadores, prevê crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais, sujeitos ao julgamento do Poder 
Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores, assim como infrações 
políticoadministrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e 
sancionadas com a cassação do mandato. 
 
13. VUNESP/Procurador do Município de Sorocaba/2018 
A condenação definitiva a qualquer um dos crimes definidos no art. 1° do Decreto-lei n° 201/67 
(responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores), sem prejuízo da pena privativa de liberdade e da reparação civil 
do dano causado ao patrimônio público ou particular, acarreta também aplicação de multa penal, no montante 
de 10 a 360 dias-multa 
 
14. IBFC/Procurador Jurídica da Câmara Municipal de Feira de Santana/2018 
Do despacho concessivo ou denegatório de prisão preventiva, ou de afastamento do cargo do acusado, caberá 
recurso em sentido estrito para o Tribunal competente, no prazo de cinco dias, em autos apartados 
 
15. CESPE/Auditor do Tribunal de Contas do Paraná/2016 
Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colaboração premiada, o colaborador deverá estar 
assistido por defensor. 
 
O sujeito ativo dos crimes descritos no referido diploma é somente o prefeito, não sendo possível imputá-los 
ao vice-prefeito e ao presidente da câmara municipal por ato praticado no exercício, em substituição, do cargo 
de prefeito durante as ausências e afastamentos do titular desse cargo. 
 
16. CESPE/Analista de Controle do Tribunal de Contas do Paraná/2016 
A extinção do mandato impede a condenação do prefeito pela prática de crimes de responsabilidade previstos 
no Decreto-lei n.º 201/1967. 
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17. FAFIPA/Advogado da Fundação Araucária/2017 
Antes de receber a denúncia, o Juiz ordenará a notificação do acusado para apresentar defesa prévia, no prazo 
de cinco dias. Do despacho, concessivo ou denegatório, de prisão preventiva, ou de afastamento do cargo do 
acusado, caberá recurso, em sentido estrito, para o Tribunal competente, no prazo de cinco dias, em autos 
apartados. 
 
18. FCC/Juiz de Direito de Santa Catarina/2015 
Com relação aos processos de competência originária, nos termos da Lei n° 8.038/90, analise as seguintes 
assertivas: 
 
I. Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, o acusado será notificado para oferecer resposta no prazo 
de quinze dias. 
 
II. O recebimento, a rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da acusação serão deliberados 
pelo Tribunal, permitida a sustentação oral de acusação e defesa, pelo prazo de quinze minutos. 
 
III. Para o recebimento, a rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da acusação o Tribunal 
poderá limitar a presença ao recinto apenas aos advogados, podendo impedir, inclusive, a presença das partes, 
se o interesse público exigir. 
 
IV. As intimações poderão ser realizadas por carta registrada com aviso de recebimento, mas somente por 
expressa determinação do relator. 
 
V. Após as alegações escritas, o relator poderá determinar a realização de outras provas, apenas em caso de 
requerimento das partes, e se reputadas imprescindíveis ao julgamento. 
É correto o que se afirma APENAS em 
 
a) II, III e V 
b) I e II 
c) I, II e III 
d) I e III 
e) I, II, III e IV 
 
 
19. CESPE/Serventia Extrajudicial da Bahia/2014 
 
Nas ações penais de competência originária do Supremo Tribunal Federal, estabelece a Lei n° 8.038/90: 
Art. 7° − Recebida a denúncia ou a queixa, o relator designará dia e hora para o interrogatório, mandando 
citar o acusado ou querelado e intimar o órgão do Ministério Público, bem como o querelante ou o assistente, 
se for o caso. 
No que tange ao interrogatório do acusado, 
a) deve ser o ato derradeiro da instrução penal, nos termos do art. 400, do Código de Processo Penal, exceto 
quanto às ações penais onde o interrogatório tenha ocorrido antes da reforma de 2008. 
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b) prevalecerá a regra procedimental da Lei n° 8.038/90 (art. 7° ), em detrimento da regra geral e subsidiária 
do Código de Processo Penal. 
c) é irrelevante a ordem da realização do interrogatório, pois o acusado não está obrigado a responder às 
indagações do relator. 
d) o Plenário do Supremo Tribunal Federal não tem posição pacífica sobre o tema, prevalecendo ora a regra 
da Lei n° 8.038/90, ora a regra do art. 400, do Código de Processo Penal. 
 
20. CESPE/Analista do TRE-PI/2016 
Nos termos da lei 8038/90, o relator não poderá decidir sozinho quanto ao recebimento ou à rejeição da 
exordial, impondo-se ao tribunal, de forma colegiada, deliberar a esse respeito.Ivan Luís Marques da Silva, Vitor De Luca
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LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS 
1.CESPE/Defensor Público da Bahia/2010 
 
Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso são vedadas a aplicação das medidas despenalizadoras da 
composição civil dos danos e da transação, bem como a incidência das imunidades penais absolutas ou 
escusas absolutórias. 
 
Comentário: O item está correto. Ao julgar a ADI 3096, o Supremo Tribunal Federal deu interpretação 
conforme a Constituição Federal, com redução do texto, para suprimir do art. 94 da Lei 10741/03 o termo “do 
Código Penal”. De tal forma, aos crimes previstos no Estatuto do Idoso com pena privativa de liberdade não 
superior a 4 anos aplica-se apenas o rito sumariíssimo da Lei 9099/95. Vale dizer, estão afastadas as medidas 
despenalizadoras (composição civil dos danos, transação penal, suspensão condicional do processo). Além do 
mais, o art. 95 do Estatuto do Idoso afastou a incidência das imunidades absolutas e relativas do Código Penal 
(arts. 181 e 182) aos crimes descritos na Lei 10741/03. 
 
2. CESPE/Promotor de Justiça do Rio Grande do Norte/2009 
Todos os crimes definidos no Estatuto do Idoso são de ação penal pública incondicionada. 
 
Comentário: O item está correto, eis que em perfeita sintonia com o previsto no art. 95 da Lei 10741/03: Os 
crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts.181 e 182 
do Código Penal. 
 
3. CESPE/Defensor Público do Piauí/2009 
O agente que retém cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, 
bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida, deve 
responder pelo delito de exercício arbitrário das próprias razões, com causa geral de aumento de pena. 
 
Comentário: O item está errado. A situação em tela caracteriza o delito de retenção indevida de cartão 
magnético ou outro documento (art. 104 do Estatuto do Idoso: Reter o cartão magnético de conta bancária 
relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de 
assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida). Lembre-se que o crime de exercício arbitrário das próprias 
razões encontra-se previsto no art. 345 do CP (Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, 
embora legítima, salvo quando a lei o permite). 
 
4. VUNESP/ Delegado de Polícia de São Paulo 
Aos crimes previstos na Lei 10.741, de 2003 – Estatuto do Idoso-, aplica-se o procedimento previsto 
na Lei 9099, de 26 de setembro de 1995, desde que a pena máxima privativa de liberdade não 
ultrapasse 
 
a) 6 (seis) anos; 
b) 8 (oito) anos; 
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c) 4 (quatro) anos; 
d) 1 (um) ano; 
e) 2 (dois) anos; 
 
Comentário: A alternativa correta é a letra C. Dispõe o art. 94 do Estatuto do Idoso: Aos crimes previstos 
nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento 
previsto na Lei nº 9099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do 
Código Penal e do Código de Processo Penal. 
 
As alternativa A, B, D e E estãos erradas, porquanto destoam do art. 94 da Lei 10741/03. 
 
5. CESPE/Promotor de Justiça do Rio Grande do Norte/2009 
Impedir ato fiscalizatório de representante do MP em defesa de interesses de pessoas idosas não constitui 
crime, mas mera infração administrativa sujeita à pena de multa por parte do infrator. 
 
Comentário: O item está errado. O fato não configura mera infração administrativa, mas sim crime 
insculpido no art. 109 do Estatuto do Idoso [Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público 
ou de qualquer outro agente fiscalizador. Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa]. 
 
6. FCC/Defensor Público do Rio Grande do Sul/2014 
O Estatuto do Idoso alterou expressamente o art. 115 do Código Penal, a fim de que os prazos prescricionais 
sejam computados pela metade para aqueles que contarem com 60 anos de idade por ocasião da sentença 
condenatória. 
 
Comentário: O item está errado. Como vimos, o Código Penal não elegeu a condição de idoso para reduzir 
o prazo prescricional em metade, mas sim adotou o critério da idade de 70 anos. Não houve qualquer alteração 
no Código Penal pelo Estatuto do Idoso no tocante à redução do prazo prescricional. 
 
7.CESPE/Defensor Público do Piauí/2009 
Aquele que induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de 
administração de bens deve responder pelo delito de estelionato, com causa especial de aumento de pena. 
 
Comentário: O item está errado. O fato praticado pelo agente não caracteriza o delito de estelionato (art. 
171 do CP), mas sim configura o delito de induzimento de pessoa idosa a outorgar procuração, nos termos do 
art. 106 do Estatuto do Idoso (Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para 
fins de administração de bens ou deles dispor livremente). 
 
 
8.CESPE/Defensoria Pública de Alagoas/2009 
Constitui crime de menor potencial ofensivo abandonar injustificadamente pessoa idosa em hospital ou casa 
de saúde. 
 
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Comentário: O item está errado. A situação em análise configura o delito de abandono de idoso previsto no 
art. 98 da Lei 10741/03 (Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou 
congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado), com pena de 
detenção de 6 meses a 3 anos e multa. Considerando que o máximo da pena privativa de liberdade do crime 
do art. 98 do Estatuto do Idoso é superior a 2 anos, é forçoso concluir que não estamos diante de um delito de 
menor potencial ofensivo, nos termos do art. 61 da Lei nº 9099/95. 
 
9.CESPE/Defensor Público do Tocantins/2013 
 
Os crimes definidos no Estatuto do Idoso são de ação penal pública incondicionada, e a eles não se aplicam 
as escusas absolutórias do Código Penal, quando praticados em detrimento do cônjuge, ascendente e 
descendente. 
 
Comentário: O item está correto, eis que em perfeita sintonia com o descrito no art. 95 do Estatuto do Idoso: 
Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 
182 do Código Penal. 
 
 
10.CESPE/Defensor Público do Piauí/2009 
O oficial que lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida 
representação legal, pratica o delito de prevaricação, com causa geral de aumento de pena. 
 
Comentário: O item está errado. O fato praticado pelo agente não caracteriza o delito de prevaricação (art. 
319 do CP), mas sim configura o delito de lavratura de ato notarial sem representação legal de idoso, nos 
termos do art. 108 do Estatuto do Idoso (Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de 
seus atos, sem a devida representação legal). 
 
 
11.FUNCAB/Delegado de Polícia do Pará/2016 
A pessoa que se apropria de pensão do idoso, dando-lhe destinação diversa daquela definida como sua 
finalidade comete crime previsto na Lei nº 10741, que respeitará o procedimento previsto na Lei nº 9099, 
e 1995, sendo vedada a transação penal. 
 
Comentário: O item está correto. A situação em tela caracteriza o crime do art. 102 do Estatuto do Idoso 
(Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes 
aplicação diversada sua finalidade), com pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa, com adoção do rito 
sumariíssimo, nos termos do art. 94 do supracitado diploma legal. Repare que é adotado o rito sumariíssimo 
para prestigiar a celeridade processual em crimes em que pessoa idosa figure como vítima. 
 
12.UFG/Procurador Jurídico da Câmara de Goiânia/2018 
O Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967, que dispõe sobre a responsabilidade dos prefeitos e 
vereadores, prevê crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais, sujeitos ao julgamento do Poder 
Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores, assim como infrações 
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políticoadministrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e 
sancionadas com a cassação do mandato. 
 
Comentário: O item está correto, segundo determina o art. 4º, caput, do Decreto-Lei 201/67: São infrações 
político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e 
sancionadas com a cassação do mandato. 
 
13.VUNESP/Procurador do Município de Sorocaba/2018 
A condenação definitiva a qualquer um dos crimes definidos no art. 1° do Decreto-lei n° 201/67 
(responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores), sem prejuízo da pena privativa de liberdade e da reparação civil 
do dano causado ao patrimônio público ou particular, acarreta também aplicação de multa penal, no montante 
de 10 a 360 dias-multa 
 
Comentário: O item está errado, pois inexiste a aplicação de multa penal ao caso em estudo. Segundo 
estabelece o art. 2º, 2º, do Decreto-Lei 201/67, a condenação definitiva em qualquer dos crimes descritos no 
art. 1º do sobretido decreto-lei, acarreta a perda de cargo e a inabilitação, pelo prazo de 5 (cinco) anos, para o 
exercício de cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado 
ao patrimônio público ou particular. 
 
14. IBFC/Procurador Jurídica da Câmara Municipal de Feira de Santana/2018 
Do despacho concessivo ou denegatório de prisão preventiva, ou de afastamento do cargo do acusado, caberá 
recurso em sentido estrito para o Tribunal competente, no prazo de cinco dias, em autos apartados 
 
Comentário: O item está correto, eis que em conformidade com o art. 2º, §2º, do Decreto-Lei nº 201/1967: 
Do despacho, concessivo ou denegatório, de prisão preventiva, ou de afastamento do cargo do acusado, caberá 
recurso em sentido estrito, para o tribunal competente, no prazo de 5 (cinco) dias em autos apartados. O recurso 
do despacho que decretar a prisão preventiva ou o afastamento do cargo terá efeito suspensivo. 
 
15. CESPE/Auditor do Tribunal de Contas do Paraná/2016 
Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colaboração premiada, o colaborador deverá estar 
assistido por defensor. 
 
O sujeito ativo dos crimes descritos no referido diploma é somente o prefeito, não sendo possível imputá-los 
ao vice-prefeito e ao presidente da câmara municipal por ato praticado no exercício, em substituição, do cargo 
de prefeito durante as ausências e afastamentos do titular desse cargo. 
 
Comentário: O item está errado. O art. 1º do Decreto-Lei nº 201/67 é exemplo de crime próprio, ou seja, o 
tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito ativo, in casu, somente pode ser praticado pelo Prefeito 
Municipal ou por quem esteja no exercício da chefia do Poder Executivo Municipal (Vice-Prefeito ou o 
Presidente da Câmara de Vereadores), nos termos do art. 3º do referido diploma legal. 
 
16. CESPE/Analista de Controle do Tribunal de Contas do Paraná/2016 
 
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A extinção do mandato impede a condenação do prefeito pela prática de crimes de responsabilidade previstos 
no Decreto-lei n.º 201/1967. 
 
Comentário: O item está errado, eis que afronta a súmula 703 do STF: A extinção do mandato do prefeito 
não impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 1º do Decreto-Lei nº 201/1967. 
 
17. FAFIPA/Advogado da Fundação Araucária/2017 
Antes de receber a denúncia, o Juiz ordenará a notificação do acusado para apresentar defesa prévia, no prazo 
de cinco dias. Do despacho, concessivo ou denegatório, de prisão preventiva, ou de afastamento do cargo do 
acusado, caberá recurso, em sentido estrito, para o Tribunal competente, no prazo de cinco dias, em autos 
apartados. 
 
Comentário: O item está correto, eis que em conformidade com o art. 2º, incisos I e III, do Decreto-Lei nº 
201/1967. 
 
18. FCC/Juiz de Direito de Santa Catarina/2015 
Com relação aos processos de competência originária, nos termos da Lei n° 8.038/90, analise as seguintes 
assertivas: 
 
I. Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, o acusado será notificado para oferecer resposta no prazo 
de quinze dias. 
 
II. O recebimento, a rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da acusação serão deliberados 
pelo Tribunal, permitida a sustentação oral de acusação e defesa, pelo prazo de quinze minutos. 
 
III. Para o recebimento, a rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da acusação o Tribunal 
poderá limitar a presença ao recinto apenas aos advogados, podendo impedir, inclusive, a presença das partes, 
se o interesse público exigir. 
 
IV. As intimações poderão ser realizadas por carta registrada com aviso de recebimento, mas somente por 
expressa determinação do relator. 
 
V. Após as alegações escritas, o relator poderá determinar a realização de outras provas, apenas em caso de 
requerimento das partes, e se reputadas imprescindíveis ao julgamento. 
É correto o que se afirma APENAS em 
 
a) II, III e V 
b) I e II 
c) I, II e III 
d) I e III 
e) I, II, III e IV 
 
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O item I está correto. Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, o acusado será notificado para oferecer 
resposta no prazo de quinze dias (art. 4º, caput, da Lei 8038/90). 
 
O item II está correto. O recebimento, a rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da acusação 
serão deliberados pelo Tribunal, permitida a sustentação oral de acusação e defesa, pelo prazo de quinze 
minutos. (art. 6º, caput, e §1º, da Lei 8038/90). 
 
O item III está correto. Para o recebimento, a rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da 
acusação o Tribunal poderá limitar a presença ao recinto apenas aos advogados, podendo impedir, inclusive, 
a presença das partes, se o interesse público exigir. (art. 12, II, da Lei 8038/90). 
 
O item IV está correto. As intimações poderão ser realizadas por carta registrada com aviso de recebimento, 
mas somente por expressa determinação do relator (art. 9º, §2º, da Lei 8038/90). 
 
O item V está errado. Após as alegações escritas, o relator poderá determinar de ofício a realização de outras 
provas reputadas imprescindíveis para o julgamento da causa. 
 
Comentário: A alternativa correta é a letra E. 
 
19. CESPE/Serventia Extrajudicial da Bahia/2014 
Nas ações penais de competência originária do Supremo Tribunal Federal, estabelece a Lei n° 8.038/90: 
Art. 7° − Recebida a denúncia ou a queixa, o relator designará dia e hora para o interrogatório, mandando 
citar o acusado ou querelado e intimar o órgão do Ministério Público, bem como o querelante ou o assistente, 
se for o caso. 
No que tange ao interrogatório do acusado, 
a) deve ser o ato derradeiro da instrução penal, nos termos do art. 400, do Código de Processo Penal, exceto 
quanto às ações penaisonde o interrogatório tenha ocorrido antes da reforma de 2008. 
b) prevalecerá a regra procedimental da Lei n° 8.038/90 (art. 7° ), em detrimento da regra geral e subsidiária 
do Código de Processo Penal. 
c) é irrelevante a ordem da realização do interrogatório, pois o acusado não está obrigado a responder às 
indagações do relator. 
d) o Plenário do Supremo Tribunal Federal não tem posição pacífica sobre o tema, prevalecendo ora a regra 
da Lei n° 8.038/90, ora a regra do art. 400, do Código de Processo Penal. 
 
Comentário: A alternativa correta é letra A. Como vimos, essa questão foi solucionada pelo STF nos autos 
da ação penal originária de nº 528. Vejamos. 
PROCESSUAL PENAL. INTERROGATÓRIO NAS AÇÕES PENAIS ORIGINÁRIAS DO STF. ATO 
QUE DEVE PASSAR A SER REALIZADO AO FINAL DO PROCESSO. NOVA REDAÇÃO DO ART. 
400 DO CPP. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 
I – O art. 400 do Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei 11.719/2008, fixou o interrogatório 
do réu como ato derradeiro da instrução penal. 
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II – Sendo tal prática benéfica à defesa, deve prevalecer nas ações penais originárias perante o Supremo 
Tribunal Federal, em detrimento do previsto no art. 7º da Lei 8.038/90 nesse aspecto. Exceção apenas quanto 
às ações nas quais o interrogatório já se ultimou. 
III – Interpretação sistemática e teleológica do direito. IV – Agravo regimental a que se nega provimento. (AP 
528 AgR, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 24/03/2011) 
 
As alternativas B, C e D estão erradas, eis que destoam do atual entendimento do STF. 
 
20. CESPE/Analista do TRE-PI/2016 
Nos termos da lei 8038/90, o relator não poderá decidir sozinho quanto ao recebimento ou à rejeição da 
exordial, impondo-se ao tribunal, de forma colegiada, deliberar a esse respeito. 
 
Comentário: O item está correto. De acordo com o art. 6º, caput, da Lei 8038/90, o relator pedirá dia para 
que o Tribunal delibere sobre o recebimento da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da acusação, se a 
decisão não depender de outras provas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
Pessoa idosa: É a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos de idade. Os direitos conferidos aos idosos restaram 
reforçados com a entrada em vigor da Lei 10741/03, diploma legal conhecido como Estatuto do Idoso. 
 Prescrição: A Lei nº 10741/03 não derrogou o art. 115 do CP (São reduzidos de ½ os prazos de prescrição quando o criminoso era, 
ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 anos). Vale dizer, o Código Penal não 
elegeu a condição de idoso para reduzir o prazo prescricional em metade, mas sim adotou o critério da idade de 70 anos. 
Rito sumariíssimo: Com o objetivo de conferir maior celeridade processual nos feitos criminais em que a vítima é pessoa idosa, o 
legislador determinou a aplicação do rito estampado na Lei nº 9099/95. Na ADI 3096, o STF deixou claro que não se aplica os 
institutos despenalizadores (composição civil dos danos, transação penal e suspensão condicional do processo) aos agentes que 
cometem os crimes descritos no Estatuto do Idoso. Os crimes descritos no Estatuto do Idoso são de ações penais públicas 
incondicionadas. 
Discriminação por motivo de idade. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos 
meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por 
motivo de idade: Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, 
menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo. A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar 
sob os cuidados ou responsabilidade do agente. 
Omissão de socorro: Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente 
perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade 
pública: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal 
de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. 
Abandono de idoso: Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não 
prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa. 
Maus tratos a idoso: Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou 
degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo 
ou inadequado: Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena 
– reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Se resulta a morte: Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
Outros crimes: Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa: 
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade; II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou 
trabalho; III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa; 
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta 
Lei; V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados 
pelo Ministério Público. 
Desobediência: Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que 
for parte ou interveniente o idoso: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
Apropriação indébita do Estatuto do Idoso: Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do 
idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade: Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. 
Recusa de acolhimento ou permanência de idoso: Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa 
deste em outorgar procuração à entidade de atendimento: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
Retenção indevida de cartão magnético ou outro documento: Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, 
proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de 
dívida: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. C
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Veiculação de dados depreciativo de idoso: Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens 
depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso: Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. 
Induzimento de pessoa idosa a outorgar procuração: Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração 
para fins de administração de bens ou deles dispor livremente: Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
Coação de idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar 
ou outorgar procuração: Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
Lavratura de ato notarial sem representação legal de idoso: Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de 
seus atos, sem a devida representação legal: Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
Impedimento ou embaraço a ato do representante legal do Ministério Público: Impedir ou embaraçar ato do representante do 
Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador: Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
Crimes de responsabilidade de Prefeitos e Vereadores – O Decreto-Lei de nº 201/67, diploma legal que versa sobre os crimes de 
responsabilidade de prefeitos e vereadores, foi recebido pela nova Ordem Constitucional com o status de lei ordinária. Além dos 
crimes descritos no Decreto-Lei 201/67, os Prefeitos Municipais também cometem delitos previstos no Código Penal e na legislação 
penal extravagante. 
Nomenclatura - Em que pese o Decreto-Lei 201/67 mencionar crime de responsabilidade, o correto é considerar tais delitos como 
funcionais, em que o sujeito ativo é o Prefeito Municipal. Como é cediço, a denominação crimes de responsabilidade destina-se às 
infrações político-administrativas, de cunho não penal, ou seja, não há que se falar em pena criminal, mas sim sanções político-
administrativas (perda de cargo e inabilitação para o exercício de função pública). 
Bem jurídico: O patrimônio da Administração Pública e a moralidade administrativa são os bens jurídicos protegidos pela norma 
incriminadora do art. 1º do Decreto-Lei nº 201/1967. 
Sujeito ativo: Cuida-se de crime próprio, ou seja, o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito ativo, in casu, somente pode 
ser praticado pelo Prefeito Municipal ou por quem esteja no exercício da chefia do Poder Executivo Municipal (Vice-Prefeito ou o 
Presidente da Câmara de Vereadores). 
Normas procedimentais de competência originária dos Tribunais Superiores nas ações penais: A Lei nº 8038/90 institui 
normas procedimentais para os processos em trâmite diante do Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. 
Competência originária nas ações penais: Se o indiciado estiver preso, nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público 
terá o prazo de quinze dias para oferecer denúncia ou pedir arquivamento do inquérito ou das peças informativas. Diligências 
complementares poderão ser deferidas pelo relator, com interrupção do prazo. De outro lado, se o indiciado estiver preso, o prazo 
para o oferecimento da denúncia será de 5 dias e as diligências complementares não interromperão o prazo, salvo se o relator, ao 
deferi-las, determinar o relaxamento da prisão. 
Ministro Relator: O Ministro Relator, que é escolhido na forma do regimento do respectivo Tribunal Superior, atuará como o juiz 
da instrução e terá as atribuições que a legislação processual confere aos juízes singulares. Dessa forma, compete ao Ministro Relator: 
I – determinar o arquivamento do inquérito ou das peças de informação, quando o requerer o Ministério Público, ou submeter o 
requerimento à decisão competente do Tribunal; II – decretar a extinção da punibilidade, nos casos previstos em lei; III – convocar 
desembargadores de Turmas Criminais dos Tribunais de Justiça ou dos Tribunais Regionais Federais, bem como juízes de varas 
criminais da Justiça dos Estados e da Justiça Federal, pelo prazo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período, até o máximo de 
2 anos, para a realização do interrogatório e de outros atos da instrução, na sede do Tribunal ou no local onde se deva produzir o ato. 
Resposta: Antes de receber a denúncia, o Relator notificará o acusado para oferecer resposta no prazo de 15 dias. 
Recebimento da denúncia: O Relator pedirá dia para que o Tribunal delibere sobre o recebimento, a rejeição da denúncia ou da 
queixa, ou a improcedência da acusação, se a decisão não depender de outras provas. Antes de receber a peça acusatória é facultada 
a sustentação oral pelo prazo de 15 minutos, primeiro à acusação, depois à defesa. 
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Julgamento: Encerrada a instrução, o Tribunal procederá ao julgamento, na forma determinada pelo regimento interno. A acusação 
e a defesa terão, sucessivamente, nessa ordem, prazo de 1 (uma) hora para sustentação oral, assegurado ao assistente ¼ do tempo da 
acusação. Encerrados os debates, o Tribunal passará a proferir o julgamento, podendo o Presidente limitar a presença no recinto às 
partes e seus advogados, ou somente a estes, se o interesse público o exigir. 
SÚMULAS 
Súmula 164 do STJ: O prefeito municipal, após a extinção do mandato, continua sujeito a processo por crime previsto no art. 1º do 
Dec. lei n. 201, de 27/02/67. 
Súmula 496 do STF: São válidos, porque salvaguardados pelas Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal 
de 1967, os decretos-leis expedidos entre 24 de janeiro e 15 de março de 1967. 
Súmula 606 do STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma, ou do plenário, proferida em 
habeas corpus ou no respectivo recurso. 
Súmula 702 do STF: A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça 
comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau. 
Súmula 703 do STF: A extinção do mandato do prefeito não impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos 
no art. 1º do Dec-Lei 201/1967. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO 
 
 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 
Certo Certo Errado C Errado Errado Errado Errado Certo Errado 
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 
Certo Certo Errado Certo Errado Errado Certo E A Certo 
 
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