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OS LIMITES ENTRE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O DISCURSO DE ÓDIO NA MÍDIA ATUAL

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OS LIMITES ENTRE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O DISCURSO DE ÓDIO 
NA MÍDIA ATUAL 
 
THE LIMITS BETWEEN FREEDOM OF EXPRESSION AND HATE SPEECH IN 
THE CURRENT MEDIA 
 
Tuanny Siqueira Martins 
Universidade Paulista – UNIP 
 
RESUMO: O presente artigo tem como tema principal o comparativo entre a liberdade de 
expressão, o discurso do ódio nas mídias sociais, abordando os limites entre a liberdade de 
expressão enquanto direito fundamental tutelado pela Constituição Federal de 1988 e os 
discursos de ódio. Atualmente a internet é uma das principais ferramentas utilizadas para que 
os cidadãos manifestem seus pensamentos. O discurso do ódio encontra nas redes sociais um 
ambiente favorável para a sua propagação. Discorre sobre as lacunas existentes na lei, tendo 
em vista a inexistência de legislação firme e concreta que preveja sanções específicas, afim de 
estabelecer parâmetros objetivos e limites entre a liberdade de expressão e o discurso de ódio. 
Conclui-se que diante da dificuldade de encontrar uma definição precisa para o discurso de 
ódio, bem como, diante da carência de textos normativos que regulem a responsabilização 
daqueles que espalham intolerância através destas mensagens de ódio diante da falsa ideia de 
liberdade de expressão encoberta pelo anonimato das redes e facilidade de disseminação de 
conteúdo, e que por fim acabam ofendendo princípios e objetivos da nossa república, 
assegurando, assim, a garantia da liberdade de expressão e o debate público em harmonia com 
os demais direitos do cidadão. 
Palavras-chave: Discurso do ódio. Liberdade de expressão. Dignidade da Pessoa Humana 
Democracia. 
ABSTRACT: This article has as main theme the comparison between freedom of expression, 
hate speech in social media, addressing the limits between freedom of expression as a 
fundamental right protected by the Federal Constitution of 1988 and hate speech. Currently the 
internet is one of the main tools used for citizens to express their thoughts. The hate speech 
finds in social networks a favorable environment for its spread. It discusses the gaps in the law, 
in view of the lack of firm and concrete legislation that provides for specific sanctions, in order 
to establish parameters and limits between freedom of expression and hate speech. We conclude 
that in view of the difficulty of finding a precise definition for hate speech, as well as in view 
of the lack of normative texts that regulate the accountability of those who spread intolerance 
through hate messages in the face of the false idea of freedom of expression covered by 
anonymity of the networks and ease of disseminating content, and which ultimately end up 
deferring to the principles and objectives of our republic, thus ensuring the guarantee of 
freedom of expression and public debate in harmony with other citizen rights. 
Keywords: Hate speech. Freedom of expression. Dignity of the Human Person Democracy 
 
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1. INTRODUÇÃO 
A Constituição Federal reconhece várias liberdades e direitos fundamentais. As 
liberdades de religião, de culto, de consciência e de crença, de profissão, de locomoção, de 
reunião e de associação são alguns dos exemplos da contumácia do constituinte de 1988 em 
garantir o exercício da liberdade aos cidadãos brasileiros. 
O art. 5°, caput, da Constituição Federal de 1988 estabelece que todos são iguais perante 
a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos dos seus 78 incisos e parágrafos. 
O debate de ideias é fundamental existência do Estado Democrático de Direito. O 
crescente acesso à tecnologia tem possibilitado a divulgação de ideias e discussões acerca de 
diversos temas, tendo em vista que a internet propaga informações e as mídias digitais fazem 
com que as palavras tenham potencial de alcance impossível de ser medido. O discurso de ódio 
ganhou maior visibilidade e tornou-se um problema de destaque nas sociedades 
contemporâneas em virtude principalmente do advento das mídias sociais, visto que o acesso à 
difusão de ideias tornou-se facilitado e democratizado. 
Atualmente, a internet é uma das maiores ferramentas de atualização e propagação ideias, 
notícias e informações, principalmente pela facilidade de acesso sendo um ambiente favorável 
para livre expressão e difusão de ideias, ou seja, um espaço amplamente democrático, fazendo 
com que as pessoas falem abertamente sobre suas convicções e opiniões. Apesar de trazer 
inúmeros benefícios, a internet também trouxe a propagação da violência através das redes, 
uma vez que direitos são violados todos os dias, gerando conflitos que antes existiam apenas 
no mundo “real” e que agora passaram a existir também no mundo virtual. 
Nos dias atuais estando vivenciando uma grande polêmica a respeito da linha tênue entre 
a liberdade de expressão e os discursos de ódio. Nesse contexto, surge a necessidade de abordar 
o princípio dignidade da pessoa humana, sendo núcleo de sentido dos direitos fundamentais e 
valor essencial do sistema constitucional. É justamente a dignidade da pessoa humana que se 
coloca no centro do conflito entre a liberdade de expressão e o discurso do ódio. 
A forma de abuso do direito de liberdade de expressão ocorre quando o discurso é 
utilizado, sob o amparo da tutela constitucional, com fins discriminatórios e de apelo à violência 
moral contra determinados grupos em função de suas preferências sexuais, religiosas e 
ideológicas, ocorrendo também pela manifestação de preconceito de raça e cor. Portanto, 
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convém questionar: Mas afinal, qual o limite entre a livre manifestação de pensamento e o 
discurso de ódio? 
Para tanto, o presente artigo tem como objetivo discorrer acerca da liberdade de expressão 
no âmbito da utilização deste direito tutelado pela lei para fins ilegítimos, pois admite por 
hipótese que tal prática incorre no enfraquecimento dos demais princípios que sustentam a 
constituição: a igualdade e a dignidade da pessoa humana. Esta abordagem torna-se relevante 
à medida que estamos inseridos em um contexto social caracterizado não somente pela 
diversidade religiosa e cultural, mas também pela miscigenação de raças e, em decorrência da 
emancipação social, as preferências ideológicas e sexuais tornam-se cada mais evidentes, na 
mesma proporção em que estão expostas a ataques de cunho discriminatório e de inferiorizarão. 
 
2. O DIREITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO E SUA RELAÇÃO COM AS 
DEMAIS GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
“O art. 5°, caput, da Constituição Federal estabelece que todos são iguais perante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos dos seus 78 incisos e parágrafos. Trata-se de um rol meramente exemplificativo, na 
medida em que os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que 
a República Federativa do Brasil seja parte (§ 2°) ”. (Pedro Lenza, 2019). 
Dentre as garantias fundamentais expressas na Constituição Federal de 1988, a liberdade 
é um direito fundamental de primeira geração diretamente relacionado à estrutura democrática 
do Estado, cujo texto elegeu como objetivo da República Federativa do Brasil a construção de 
uma sociedade livre, justa e solidária, bem como a promoção do bem de todos, sem preconceitos 
de raça. 
A liberdade de expressão consiste na garantia de qualquer um manifestar livremente 
ideias ou opiniões, na proteção jurídica. Ou seja, é um espaço para que cada indivíduo possa se 
exprimir socialmente o seu direito de pronunciar seus pensamentos ou de se manifestar de 
qualquer outra forma sem
que sofra nenhum tipo de censura ou retaliação por isso. 
Sem liberdade de expressão, não existe democracia. A Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, datada de 1948, foi documento marco para os direitos humanos. A defesa da 
liberdade de expressão e sua relevância para a dignidade humana começou com a Convenção 
Americana sobre Direitos Humanos, também conhecida como Pacto de São José da Costa Rica, 
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de 22 de novembro 1969, e promulgado em território nacional para ser incorporado ao nosso 
ordenamento jurídico no ano de 1992, que por sua vez procurou consolidar entre os países 
americanos a importância da liberdade de pensamento e de expressão, fundado no respeito aos 
direitos humanos essenciais, independente do pais onde a pessoa resida ou tenha nascido, 
proibindo censura prévia ao exercício desse direito, cujo art. 13, inciso I, dispôs: 
 
 “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Este direito 
compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informações e ideias de toda 
índole, sem consideração de fronteiras, seja oralmente, por escrito ou em forma 
impressa ou artística ou ainda por qualquer outro procedimento de sua escolha” 
 
A primeira Constituição brasileira, outorgada pelo Imperador Dom Pedro I em 1824, 
trouxe o reconhecimento do direito à liberdade de expressão pela primeira vez em território 
nacional. Progressivamente a liberdade de expressão passou a integrar as Constituições liberais 
e reconhecida como direito fundamental com a Constituição Federal de 1988, a qual estabeleceu 
a democracia enquanto forma de governo, dentre os quais a liberdade de expressão e de livre 
manifestação do pensamento, cujo enunciado normativo encontra-se expresso no artigo 5º, 
inciso IV da CF/88, in verbis: 
“É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Ademais, 
acrescenta no mesmo artigo, no inciso IX que: “é livre a expressão da atividade 
intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou 
licença”. Contudo, no inciso V pondera que: “é assegurado o direito de resposta, 
proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à 
imagem”. 
 
Em verdade, esse direito fundamental é desdobrado em diferentes modalidades 
(Liberdade de Imprensa e Liberdade Religiosa), e adquire relevância extrema como um 
instrumento de propagação das ideias revolucionárias, para a afirmação do Estado Laico, 
repelindo qualquer subordinação ou influência criando um ambiente propício para debates, se 
diminui a possibilidade de controlar governantes e de fiscalizar e supervisionar o poder. 
Fica assim evidenciada a divergência entre a necessidade de assegurar quaisquer formas 
de expressão, de modo a fortalecer a circulação e o pluralismo de ideias, tidos como base de 
uma democracia, frente a manifestações de ódio e intolerância, que visam apenas à 
discriminação, e ferem o direito de igualdade e o próprio princípio da dignidade humana. 
 
A liberdade de expressão e de livre manifestação de pensamento não pode sofrer nenhum 
tipo de censura de natureza política, ideológica e artística. A inviolabilidade prevista no inciso 
X do art. 5º, porém, traça os limites tanto para a liberdade de expressão do pensamento como 
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para o direito à informação, vedando-se o atingimento à intimidade, à vida privada, à honra e à 
imagem das pessoas e o discurso de ódio. (JOSÉ AFONSO DA SILVA, 2020). 
Devemos lembrar ainda que a liberdade de expressão não é um direito absoluto, uma vez 
que admite a livre manifestação do pensamento, mesmo diante de graves prejuízos dos 
ofendidos ferindo direito constitucionalmente consagrado, apesar de ser proibida a censura e 
dispensada a licença, deverá existir a devida limitação e punição daqueles que praticarem abuso 
no exercício do seu direito de liberdade de expressão. 
 
 
3. DISCURSO DE ÓDIO – ABORDAGEM CONCEITUAL E 
CARACTERIZAÇÃO 
Antes de mais nada, ao falar sobre discurso de ódio, se faz necessário falar sobre direitos 
humanos. Segundo a Organização das Nações Unidas, direitos humanos são: 
 
 “direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, 
nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição”, incluindo “o 
direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao 
trabalho e à educação, entre e muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem 
discriminação”. 
 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) também deve ser analisada nesse 
sentido. Em seu artigo II ela traz que: 
 
“Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades 
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, 
sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou 
social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição”. 
 
No Brasil, o Artigo 5º da Constituição Federal de 1988 trata dos direitos e deveres 
individuais e coletivos. Segundo ele: 
 
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. 
 
 
Não existe uma única definição para discurso de ódio, entretanto, todas elas se 
assemelham. As manifestações do discurso do ódio são originadas da livre expressão, sendo 
considerado um tipo de violência verbal, no qual o seu fundamento é a não-aceitação das 
diferenças, podendo ser considerando uma apologia abstrata ao ódio, estando diretamente 
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vinculado à utilização de discursos que tendem a intimidar, assediar ou insultar pessoas em 
virtude de sua raça, cor, etnia, nacionalidade, opção sexual, crença, opinião política, entre outros 
fatores ou ainda à sua capacidade de instigar violência, ódio ou discriminação, ou seja, é uma 
forma de intolerância, configurando-se como crime uma vez que atenta às garantias e direitos 
fundamentais de todo cidadão, já que resume o desprezo e a discriminação a determinados 
grupos. 
O discurso do ódio pode ser manifestado através de gestos, pinturas, caricaturas, 
desenhos, livros, discursos etc. Para que seja configurado, deve haver um ato que tenha como 
finalidade promover a discriminação de outras pessoas. Quando exteriorizado, o discurso do 
ódio apresenta duas dimensões: a dimensão material, que é justamente a ideia, o pensamento 
odioso contra determinado grupo. E a dimensão formal, que por sua vez, diz respeito ao meio 
utilizado para manifestar a ideia – livros, charges, passeatas, internet entre outros. 
As manifestações do discurso do ódio vão de encontro a outro princípio constitucional de 
extrema importância - o da dignidade da pessoa humana, uma vez que se exprime no ódio, 
repulsão, menosprezo e intolerância contra suas vítimas. Indivíduos são humilhados, 
inferiorizados e desqualificados com base em suas características pessoais. O discurso do ódio 
provoca vários danos e promove o efeito silenciador. 
Contudo, cabe ressaltar que no entendimento recente do Supremo Tribunal Federal no 
julgamento do Recurso Especial em Habeas Corpus nº 134.682, entendeu fazer-se necessário 
diferenciar discurso de ódio de discurso intolerante. Assim, um discurso hostil e/ou de 
superioridade religiosa somente deve ser considerado discurso de ódio caso incite a violência 
e/ou o preconceito. 
Os abusos ocorridos no exercício indevido da manifestação do pensamento são passíveis 
de exame e apreciação pelo Poder Judiciário com as consequentes responsabilidades civil e 
penal de seus autores, decorrentes inclusive de publicações injuriosas na imprensa, que deve 
exercer vigilância e controle da matéria que divulga. Atualmente, como ressalta Pinto Ferreira, 
 
“o Estado democrático defende o conteúdo essencial da manifestação da liberdade, 
que é assegurado tanto sob o aspecto positivo, ou seja,
proteção da exteriorização da 
opinião, como sob o aspecto negativo, referente à proibição de censura”. 
 
Na prática isso significa que todos temos a liberdade de expressar suas crenças e opiniões, 
desde que essas não firam outras leis e garantias. Ou seja, ter falas racistas, homofóbicas e 
similares, utilizando do argumento de liberdade de expressão, além de ser um ato nada empático 
https://www.politize.com.br/o-que-e-intolerancia/
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e desrespeitoso, é configurado como crime, por ferir vários direitos fundamentais assegurados 
em nossa atual Constituição. 
Nesse contexto, mesmo que o ambiente virtual potencialize o direito à liberdade de 
expressão e levando em consideração que existem inúmeros espaços para se propagar ideias e 
pensamentos, deve haver cuidado no exercício dessa livre expressão, tendo em vista que 
nenhum direito é absoluto quando há convergência para colisão de valores. Portanto, à medida 
que o uso inadequado deste possa conflitar com o bem tutelado de outrem ultrapassando o limite 
delineado pelo direito, e que, no Ordenamento Jurídico Brasileiro, foi autorizado no artigo 5º, 
IV da Constituição Federal, e dessa forma configurar abuso de direito. 
 
4. LIBERDADE DE EXPRESSÃO E A PROBLEMÁTICA DOS DISCURSOS DE 
ÓDIO. INTERESSANTE EXEMPLO NO ÂMBITO DA REDE MUNDIAL DE 
COMPUTADORES. 
Nos dias atuais, o discurso de ódio ganhou maior visibilidade e tornou-se um problema 
de destaque nas sociedades contemporâneas em virtude principalmente do advento das mídias 
sociais, uma vez que o acesso à difusão de ideias tornou-se facilitado e democratizado. Tal 
facilitação propiciou igualmente a ocorrência dos conflitos entre tal exercício e a preservação 
dos outros direitos da personalidade como a honra, a imagem e a privacidade. 
A Internet, por ser uma mídia pulverizada e de livre acesso, tem a capacidade de promover 
a difusão de informações, acesso a diversos tipos de conteúdo e dados que antes eram 
transmitidos apenas por meios de comunicação concentrados a manifestações mais isoladas ou 
com pouca repercussão. A Internet facilita a comunicação na medida em que torna muito mais 
fácil e barata a distribuição da mensagem ou do conteúdo informativo. 
Atualmente a internet e por consequência as redes sociais são os principais meios para 
propagar o discurso de ódio. Através do ambiente das redes sociais as pessoas podem expor 
seus pensamentos e personalidade para assim criar laços sociais que são gerados através das 
interações entre esses atores. Os sites de redes sociais como Facebook, Twitter, Youtube, 
Instagram são alguns exemplos do tipo de apresentação de rede social mais utilizada pelos 
usuários da internet atualmente. 
Os usuários através de seus perfis podem expor suas ideias, sentimentos, criar 
informações ou compartilhar informações através de suas redes, até mesmo através de um 
celular, alguém pode publicar um comentário no Facebook, uma foto no Instagram ou um vídeo 
no Youtube. Ativistas do ódio utilizam dessa ferramenta para expor mensagens odiosas nas 
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redes sociais contra as minorias. Antigamente o ódio ficava restrito a manifestações mais 
isoladas ou com pouca repercussão, agora com a facilidade da exposição e promoção da 
informação proporcionada pelas redes, o ódio é percebido mais facilmente. 
Nas redes sociais o anonimato amplia a sensação de que não haverá consequência para as 
ações feitas na rede. Muitos perfis que buscam destilar o discurso de ódio são os chamados: 
fakes¹, eles são criados na rede com informações falsas, buscando não serem reconhecidos. 
A ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos entre os anos de 2014 e 2015, ligada 
ao Ministério da Justiça, Ideli Salvatti, informou, baseando-se em dados da SaferNet que os 
discursos de ódio no Brasil cresceram 300% e 600% entre os anos de 2013 e 2014. Segundo 
Salvatti, a legislação brasileira precisa ser revista quando se trata de crimes cibernéticos, vez 
que este desemboca no crime real. Geralmente as principais vítimas dos crimes de ódio via 
internet são as minorias já discriminadas há tempos pela sociedade: negros, nordestinos, 
mulheres e LGBTs. (TRUZZI, 2014) 
Tratamos, neste ponto, do abuso no exercício da liberdade de expressão e de manifestação 
do pensamento por qualquer meio, seja numa conversa informal, seja num noticiário televisivo 
de grande audiência, através da publicação de um livro ou uma obra de arte ou qualquer outro 
meio de comunicação de uma ideia. 
O discurso de ódio torna-se extremamente perigoso quanto maior for sua audiência. A 
internet como meio de propagação de informação com alto poder de alcance aos mais diferentes 
públicos funciona como potencializador da disseminação e da continuidade deste tipo de 
discurso. Grupos extremistas se valem das redes sociais para espalharem suas idei1as, criando 
notícias falsas, misturando fatos verídicos com fatos falsos, divulgando suas ideias em fóruns e 
blogs que conforme geram repercussão são reproduzidas em sites mais populares até atingirem 
as redes sociais e por fim geram uma discussão nacional. 
É indisputável, por tudo o que aqui já se viu até o momento, que a Constituição Federal 
garante a todos, a liberdade de expressão, devendo ser plenamente usada e livre de qualquer 
espécie de censura, salvo casos excepcionais autorizativos do recurso a medidas 
protetivas/preventivas (que com censura não se confundem), após realizada a poderação entre 
os direitos conflitantes, como se verá adiante. Tal liberdade abrange a exteriorização de suas 
impressões ou pensamentos, a exposição do fruto de sua atividade artística, intelectual, 
 
1 Palavra de origem inglesa, plural de fake, que significa “dar a aparência de algo real, mas que não é ou pode ser a cópia de 
algo com a intenção de que as pessoas pensem que é real” (FAKE, 2018). Nas redes sociais um “perfil fake” é o termo usado 
para denominar contas ou perfis usados na Internet para ocultar a identidade real de um usuário. Para isso, são usadas 
identidades de famosos, cantores, personagens de filme ou até mesmo outras pessoas anônimas. 
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científica ou de comunicação e como corolário, o direito de informar e de ser informado sobre 
os fatos não abrangidos por uma causa legítima de sigilo. No entanto, estas prerrogativas não 
implicam na imunidade de seu titular em relação à resposta por eventual agravo a terceiros que 
o abuso deste direito venha a causar. 
O Brasil, inclusive o nosso STF, não adotou o entendimento de que a garantia da liberdade 
de expressão abrangeria os discursos de ódio. Ou seja, muito embora a “posição de preferência” 
que o direito fundamental da liberdade de expressão adquire no Brasil, assim como em outros 
países, a liberdade de expressão não é absoluta, encontrando restrições “voltadas ao combate 
do preconceito e da intolerância contra minorias estigmatizadas”. 
Para tanto, o modelo de solução parece ser, o da ponderação, pautada pelo princípio da 
proporcionalidade e a ser analisado no caso concreto, como se observou, para se ter um 
exemplo, no julgamento da ADPF 130 (não recepção da lei de imprensa). 
Em um país como o nosso, em que a cultura da liberdade de expressão ainda não deitou 
raízes, há que se ter cautela e equilíbrio no percurso deste caminho, para que os nobres objetivos 
de promoção da tolerância e de defesa dos direitos humanos dos excluídos não resvalem para a 
perigosa tirania do politicamente correto. 
 
5. POSSÍVEIS LIMITES AO DISCURSO DE ÓDIO E A 
RESPONSABILIZAÇÃO DOS PROPAGADORES DE ÓDIO 
A garantia ao direito da liberdade de expressão fundamenta-se na liberdade individual do 
emissor, que ganha com a veiculação de ideias. Por causa da sociedade e dos indivíduos que 
podem ser os receptores das opiniões, contudo, registra-se que o discurso do ódio não deve ser 
permitido. 
A Constituição Federal de 1988 fornece instrumentos
normativos para restringir os 
discursos de ódio quando assegura em seu artigo 5º, incisos XLI e XLII, que “a lei punirá qualquer 
discriminação atentatória dos direitos e liberdade fundamentais” e que “a prática do racismo constitui crime 
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”, respectivamente. O 
compromisso constitucional de promover a luta contra o preconceito, um dos principais efeitos 
do discurso de ódio, evidencia-se em um dos objetivos fundamentais da República, nos termos 
do art. 3º, inciso IV, da Carta Magna o qual estabelece o dever de “promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. 
A Lei 1.716/89, em seu art. 20, vai ao encontro com o que dispõe o texto constitucional 
ao tipificar como crime e cominar pena de um a três anos e multa para aqueles que praticarem, 
induzirem a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. 
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No âmbito internacional, a Convenção Americana de Direitos Humanos demonstra sua 
importância para o contexto da restrição à liberdade de expressão frente as manifestações de 
ódio em seu artigo 13, § 7º, o qual determina que: 
 
 “a lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao 
ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitamento à discriminação, à 
hostilidade, ao crime ou à violência”. 
 
Ainda sob essa perspectiva internacional, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e 
Políticos de 1966, vez que estabelece o comprometimento dos Estados Partes em garantir a 
todos os indivíduos em seu território os direitos elencados no Pacto, sem qualquer tipo de 
discriminação, fazendo clara menção ao compromisso de respeito para com os direitos e a 
reputação das demais pessoas (art. 19, §3º, alínea “a”), do mesmo modo que proíbe qualquer 
apologia ao ódio que constitua discriminação, hostilidade ou violência, bem como qualquer tipo 
de propaganda em favor da guerra, conforme exposto em seu artigo 20º, parágrafos 1º e 2º. 
O posicionamento das organizações internacionais voltado a controlar o ataque contra 
minorias estigmatizadas está presente na Convenção Europeia de Direitos Humanos, onde a 
liberdade de expressão está condicionada a deveres e responsabilidades previstos em lei, em 
defesa da “ordem e a prevenção do crime, a proteção da saúde ou da moral, a proteção da honra ou dos direitos 
de outrem”. 
A Lei 12.965/2014, mais conhecida como Marco Civil da Internet, apesar de estabelecer 
"princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil", que facilitam o uso e 
responsabilizam os usuários em casos de danos, não traz tipificação quanto ao discurso de ódio 
ou crimes contra a dignidade da pessoa humana na rede. 
No Brasil, ainda estamos dando os primeiros passos para a consolidação de uso da internet 
e dos propagadores dos discursos de ódio, tendo em vista não haver uma legislação firme e 
concreta que preveja sanções específicas para esses casos. O que se verifica, é que não existe 
uma legislação especifica que regule o discurso de ódio como crime, ainda mais quando este é 
praticado através da internet, apenas uma interpretação adequada destes para que se possa 
solucionar a colisão entre eles de modo proporcional e harmônico aos interesses em conflito. 
 
Não se pode olvidar que a Constituição Federal de 1988 consagra a missão de um 
engajamento no que diz respeito à construção de uma sociedade igualitária. O racismo tornou-
se crime imprescritível, quebrando o mito da existência de uma “democracia racial” brasileira. 
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Todos os dispositivos expostos, bem como os tratados e convenções internacionais 
possuem significativa importância não apenas para a proteção dos direitos fundamentais, mas 
também para a superação da percepção do dever de abstenção do Estado perante o direito de 
livre expressão. É necessário complementar este conceito tradicional de não intervenção estatal, 
posto que perante uma sociedade desigual, o Estado, através de ações positivas, deve assegurar 
o real e lícito exercício do debate público. 
 O aspecto maias atemorizante é a ausência de regras explícitas de comportamento, de 
previsibilidade das consequências de nosso comportamento exposto, segundo os contextos de 
interpretação, e de acordo com os critérios usados para julgar nosso comportamento por uma 
variedade de atores atrás da tela de nossa casa de vidro. 
Deve-se estimular a instrumentalização de uma legislação mais rígida que vá ao encontro 
dos demais mecanismos de proteção dos direitos fundamentais e que restrinjam a atuação dos 
emissores do discurso de ódio, bem como fazer o uso de ferramentas complementares, para 
facilitar a identificação dos propagadores e de ódio e consequentemente a efetiva criminalização 
desse tipo de prática. 
A inteligência artificial que poderia ajudar, ainda apresenta dificuldades na identificação 
do discurso por causa da complexa semântica linguística do ser humano, seria uma medida de 
“longo-curto” prazo, pois a pesquisa para torná-la eficiente pode ser longa, porém quando a 
tecnologia se fazer aplicável promete apresentar resultados em curto prazo. 
E por fim, em conjunto com todo exposto a políticas de conscientização para o uso 
consciente das redes apresenta-se como o melhor caminho no médio e longo prazo, pois prepara 
as pessoas para reconhecer situações que apresentam hate speech e ajuda aos usuários cultivar 
a empatia para que saibam respeitar o outro. Sempre com o objetivo de tornar as redes um lugar 
livre e democrático respeitando a diversidade. 
 
6. CONCLUSÃO 
O ser humano está constantemente se comunicando. Manifestar ideias é uma 
característica indissociável do homem. Nas sociedades atuais, marcadas pelas diferenças, pela 
pluralidade e pela diversidade de manifestação de opiniões dos cidadãos que as compõem, é 
reconhecido o direito à liberdade de expressão, sendo este, um direito limitado, tendo em vista 
que a Constituição Federal impôs expressamente alguns limites a esse direito fundamental. 
Por isso, para a correta classificação do discurso ódio deverá ser observando os elementos 
que o caracterizam, afim de estabelecer o limite entre a livre manifestação de pensamento e o 
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discurso ofensivo, tendo em vista a lacuna existente no atual ordenamento jurídico, ao não 
estabelecer parâmetros objetivos para o enquadramento do discurso de ódio, enseja solução 
imediata para que de um lado não haja omissão do Estado perante um crime e por outro lado 
que este enquadramento não seja feito por critérios subjetivos e arbitrários. 
O discurso funciona como um vetor para essa violência, estimulando e replicando a 
mensagem contra seus alvos para que abandonem o espaço do debate público, cerceando sua 
representatividade. Na internet através das redes sociais as ações de ódio estão alcançando uma 
visibilidade cada vez maior, uma vez que as mídias sociais potencializam o alcance de tais 
mensagens. O discurso de ódio proferido na Internet ultrapassa as fronteiras da rede de 
computadores tanto na sua origem quanto na sua finalidade tendo em vista que pessoas que 
muitas vezes não tinham coragem de expor seu pensamento, começam a se reconhecer e formar 
grupos, justamente com o propósito de compartilhar o ódio, se escondendo atrás do anonimato 
proporcionado pela rede. 
Embora seja certo que quando as opiniões manifestadas têm o claro intuito de agredir, 
discriminar determinadas minorias sociais para que não sejam vistas com os mesmos direitos 
garantidos à maioria dominante do poder, mostrando-se totalmente incompatível com o 
princípio da dignidade da pessoa humana, da igualdade, da pluralidade e com o princípio 
democrático, ainda existe imensa dificuldade do trabalho das autoridades que possuem a tarefa 
de recolher provas e estabelecer a jurisdição do ato, tornando-se necessário empreender
esforços no sentido de reprimir e evitar a proliferação dos discursos de ódio. 
O debate acerca dos limites entre a liberdade de expressão e o discurso de ódio na nas 
mídias sociais é de extrema relevância e precisa ganhar mais espaço nas ciências jurídicas tendo 
em vista que é um problema cada vez mais frequente, devido à grande importância que a web 
tem no cotidiano das pessoas. 
Face ao exposto, o discurso de ódio também deve ser combatido por meio de uma atuação 
estatal que promova políticas públicas em prol do multiculturalismo e da valorização das 
diferenças, prezando pelo fim do preconceito e pelo estímulo à tolerância e ao respeito, 
buscando soluções para as demandas sociais carentes de tutela jurisdicional, vez que são 
dinâmicas e mutáveis frente às leis que são concebidas em um dado momento histórico e que, 
em decorrência do seu contexto mediato e situacional, não conseguem acompanhar per si a 
dinâmica social.É tolice crer que o discurso do ódio e o preconceito podem ser combatidos com 
mais liberdade de expressão. Entretanto, o Estado não deve tolerar condutas abusivas e ilícitas. 
O Estado não pode ser cúmplice dos danos causados pelo discurso do ódio. Pelo contrário, deve 
13 
 
coibi-lo ao mesmo tempo em que fomenta o livre debate, proporcionando a inclusão das vítimas 
do discurso do ódio, de pessoas pertencentes a grupos estigmatizados e vulneráveis. A liberdade 
de expressão não é ilimitada, pelo contrário, ela encontra os seus limites. E um desses limites é 
exatamente o discurso do ódio. 
Portanto, quando há responsabilização de pessoas pelos excessos na liberdade de 
expressão, não se trata, de forma alguma, de censura, trata-se do resguardo de direitos 
fundamentais tão relevantes quanto a liberdade de expressão e que devem ser respeitados. É 
uma medida de ponderação do próprio direito, onde nenhuma regra ou princípio são absolutos. 
Não se condena ninguém, civil ou criminalmente, por meras opiniões, visões de mundo 
ou por fazer humor, condena-se pelo abuso da liberdade de expressão quando fere outros 
direitos fundamentais de outras pessoas que merecem igual proteção. Injúria, calúnia e 
difamação são crimes e ilícitos civis, o que não pode se confundir com exercício de liberdade 
de expressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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