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6 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA COORDENAÇÃO ADJUNTA DE TRABALHO DE CURSO ARTIGO CIENTÍFICO LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O DISCURSO DE ÓDIO A IMPORTÂNCIA DO PRINCÍPIO E SUAS LIMITAÇÕES E O DISCURSO DE ÓDIO ORIENTANDA: SARA ARRUDA DE OLIVEIRA ORIENTADORA: PROF. PROFA. MESTRE CARMEN DA SILVA MARTINS GOIÂNIA 2020 7 SARA ARRUDA DE OLIVEIRA LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O DISCURSO DE ÓDIO A IMPORTÂNCIA DO PRINCÍPIO, SUAS LIMITAÇÕES E O DISCURSO DE ÓDIO Artigo Científico apresentado à disciplina Trabalho de Curso II, da Escola de Direito e Relações Internacionais, Curso de Direito, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGOIÁS). Profa. Orientadora: Profa. Orientadora – Profa. Mês. Carmen Da Silva Martins GOIÂNIA 2020 8 SARA ARRUDA DE OLIVEIRA LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O DISCURSO DE ÓDIO A IMPORTÂNCIA DO PRINCÍPIO, SUAS LIMITAÇÕES E O DISCURSO DE ÓDIO Data da Defesa: ____ de __________ de _______ BANCA EXAMINADORA _________________________________________________________ Orientador: Prof. Titulação e Nome Completo Nota _________________________________________________________ Examinador Convidado: Prof. Titulação e Nome Completo Nota 9 Aos meus pais, por todo amor. 10 Dirijo meus principais agradecimentos em primeiro lugar a Deus, que até aqui me sustentou, guiou e guardou todos os meus passos. Em segundo lugar agradeço aos meus pais e minha irmã que derramaram de todo amor e compressão no decorrer dessa caminhada. Agradeço também as minhas professoras Paula Fernanda, Carmem Silva e Larissa Castro, que mesmo sem saber, me inspiraram em minha jornada acadêmica9. 11 SUMÁRIO RESUMO ...................................................................................................6 INTRODUÇÃO ...........................................................................................6 1 LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO BRASIL........................................................................................................7 1.1 O CONCEITO E A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO......7 1.2 AS NORMAS REGULAMENTADORAS DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO.....................................................................9 1.3 AS CAUSAS LEGAIS DE LIMITAÇÕES AO EXERCÍCIO DO PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO.................................................................................................................11 2 A SOCIEDADE E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO ....................................................................................................................13 2.1 A IMPORTÂNCIA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO ESTADO DEMOCRÁTICO ........................................................................................................................................13 2.2 OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO....................14 3 O DISCURSO DE ÓDIO...........................................................................15 3.1 CONCEITO...............................................................................................................15 3.2 A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O DISCURSO DE ÓDIO...................................17 12 CONCLUSÃO ............................................................................................18 REFERÊNCIAS .........................................................................................19 13 LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O DISCURSO DE ÓDIO A IMPORTÂNCIA DO PRINCÍPIO, SUAS LIMITAÇÕES E O DISCURSO DE ÓDIO Sara Arruda de Oliveira1 RESUMO O presente artigo tem como fundamental objetivo demonstrar o que é e a importância do princípio da liberdade de expressão em um Estado democrático de direito. O artigo retratará como o ordenamento jurídico brasileiro abraça o referido princípio, trazendo suas possíveis limitações, sua evolução histórica, sua importância como direito fundamental a pessoa humana. Também abordará quais são os meios encontrados pela a sociedade de manifestarem seus pensamentos, utilizando das redes sociais em especial para expressarem suas opiniões. Frente a isso, o discurso de ódio se tornou presente na manifestação das opiniões de alguns indivíduos. O presente artigo discorrerá do que se trata o discurso de ódio e quais são suas consequências em uma sociedade. Palavras-chave: liberdade de expressão, democracia, discurso de ódio. INTRODUÇÃO O presente artigo tem como essência o princípio da liberdade de expressão, ressaltando a sua importância dentro de um Estado Democrático de Direito e quais são suas possíveis limitações frente a outros princípios fundamentais. O primeiro capitulo conterá em seu teor o conceito de liberdade de expressão e como o princípio evoluiu até os presentes dias. Abordará também quais são as normas regulamentadoras presentes na legislação brasileira frente ao princípio da liberdade de expressão. Por fim esclarecerá quais são as causas de limitações do princípio, vez que o mesmo poderá sofrer consequências devido ao teor de suas manifestações. O segundo capitulo retratará a liberdade de expressão dentro da sociedade atual. Abordará a relevância que a liberdade de expressão possui dentro de um estado 1 Acadêmica do Curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, e-mail: saraarrudadeoliveira@gmail.com 14 democrático e quais são os meios utilizados pela a sociedade para a manifestação dos seus pensamentos e ideias. No terceiro e último capítulo, abordará o discurso de ódio, conceituando-o, trazendo quais são seus objetivos e suas consequências dentro da sociedade. O capítulo final trará alguns exemplos de limitações ao princípio da liberdade de expressão frente ao discurso de ódio. 1. LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO BRASIL 1.1 O CONCEITO E A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO A liberdade de expressão pode ser conceituada como o direito de manifestações de suas ideias, opiniões e pensamentos de forma livre, com a garantia da não censura ou retaliação, especialmente por parte do Estado, pelo que foi manifestado. Como definido por Barbara Horach: Em relação ao âmbito de proteção, a garantia da liberdade de expressão abrange “toda opinião, convicção, comentário, avaliação ou julgamento sobre qualquer assunto ou sobre qualquer pessoa, envolvendo tema de interesse público, ou não, de importância e de valor, ou não”, desde que não esteja em conflito com outro direito ou valor constitucionalmente protegido (HORBACH, Barbara Bastich, 2012, p. 220) O doutrinador Dirley da Cunha Júnior (2012, p. 704) conceitua a liberdade de expressão como: “É o direito de exprimir o que se pensa. É a liberdade de expressar juízos, convicções e conclusões sobre alguma coisa.”. Nesse mesmo entendimento, o autor compreende que a liberdade de expressão seja: “A liberdade de opinião, portanto, constitui-se em direito fundamental do cidadão, envolvendo o pensamento, a exposição de fatos atuais ou históricos e a crítica. ” (CUNHA JR, 2012, p.704). Flávia Piva Almeida Leite conceitua: Assim, a liberdade de expressão (gênero), apesar das peculiaridades do direito constitucional positivo brasileiro, que engloba a liberdade de manifestação de pensamento (incluindo a liberdade de opinião), a liberdade de expressão artística, a liberdade de ensino e pesquisa, a de comunicação e de informação (liberdadede imprensa) e a liberdade religiosa. Neste sentido, em princípio todas as formas de manifestação, desde que não violentas, estão amparadas pela liberdade de expressão, incluindo, “gestos, sinais, mensagens orais e escritas, bem como as manifestações veiculadas pelos modernos meios de comunicação, como nas redes sociais. (LEITE, 2016, p. 155) 15 Kildare Gonçalves Carvalho, trouxe em seu livro o entendimento do doutrinador e atual Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes sobre a liberdade de expressão: A proteção constitucional, salienta Alexandre de Moraes, “engloba não somente o direito de expressar-se oralmente, ou por escrito, mas também o direito de ouvir, assistir e ler. Consequentemente, será inconstitucional a lei ou o ato normativo que proíba a aquisição ou o recebimento de jornais, livros, periódicos; a transmissão de notícias e informações seja pela a impressa falada, seja pela a impressa televisa. Proibir a manifestação de pensamento é pretender alcançar a proibição ao pensamento e, consequentemente, obter a unanimidade autoritária, arbitrária e irreal. Como proclamou Kant, citado por Jorge Miranda, ‘há quem diga: “a liberdade de falar ou de escrever pode-nos ser tirada por uma ordem superior, mas não a liberdade de pensar. ” (CARVALHO, 2013, p.94) Nessa mesma seara, Barbara Horach (2012, p.221) conceitua quais são os meios que a manifestação do pensamento pode ser realizada: Quanto ao modo, as manifestações podem ser verbais, não verbais, por meio de música, livros, fotografia. É certo que a manifestação e a divulgação de uma opinião estão estritamente ligadas uma a outra, apresentam-se de formas sempre novas, especialmente graças ao avanço da tecnologia (HORBACH, 2012, p.221) Os autores Walter Claudius Rothenburg e Tatiana Stroppa definem a liberdade de expressão como: A consagração da liberdade de expressão alcança a possibilidade de divulgar o que se pensa, com o mais variado conteúdo, visto que as mensagens não podem ser restritas em razão das motivações políticas, econômicas ou filosóficas que lhes sejam subjacentes, ou em função de sua suposta banalidade ou relevância. (ROTHENBURG, STROPPA, 2015, p. 13) No ano de 1644, John Milton redigiu o ensaio “Areopagítica”, o qual foi direcionado ao parlamento inglês, pugnando por uma ampla liberdade de expressão e consciência. O discurso realizado pelo autor a favor da liberdade da consciência individual foi de suma importância para o reconhecimento dos direitos fundamentais no ordenamento jurídico e político inglês. Em seu artigo publicado, o autor Miguel Salgueiro Meira (2011, p.2) reconhece a importância do ensaio para a efetivação do princípio da liberdade de expressão como um direito fundamental, pois após meio século que o ensaio foi redigido, o referido princípio se encontraria no English Bill of Rights (1689). Após a revolução francesa (1789-1799), que possuía como lema a Liberdade, Igualdade e a Fraternidade, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão seria aprovada e a liberdade de expressão ganharia novamente reconhecimento como princípio fundamental, precisamente no artigo 11°. Citamos o artigo: Art. 11º. A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem. Todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei. 16 O artigo supracitado serve como preceito até os dias atuais, incluindo o atual ordenamento jurídico brasileiro, reconhecendo em primeiro lugar o direito fundamental de qualquer ser humano, por qualquer meio, expressar suas ideias e opiniões. O segundo reconhecimento que se é retirado desse artigo é imposição de limites, pois essa liberdade não pode se dá de forma abusiva, especialmente quando se trata de conflitos com outros direitos fundamentais. Em uma das fases mais sombrias da história do Brasil nos anos de 1964 a 1985, onde regia-se no país um governo militar autoritário. A liberdade de expressão, dentre outros tantos de direitos fundamentais, sofreu com os longos e duros anos que o regime ficou instalado no país. A censura foi, principalmente, um instrumento de proteção autoritária do próprio Estado. Ela procurou esconder o autoritarismo de forma autoritária, assim como as resistências a ele. Durante a ditadura de Garrastazu Médici, mais de 80% do conteúdo das mensagens foram classificadas na categoria de “defesa do Estado autoritário”: proibição da divulgação de notícias sobre a repressão, inclusive torturas, prisões, estouro de aparelhos, cassações, notícias sobre a própria censura, sobre a organização da comunidade de segurança, sobre as dissenções no interior do Estado, particularmente as militares, assim como sobre a oposição ao Estado autoritário, fosse ela violenta ou não. Algumas pessoas foram definidas como “inimigas do Estado” e nada, absolutamente nada a respeito delas deveria atingir o público. Entre os “inimigos do Estado”, o mais notório foi Dom Hélder Câmara, mas outras pessoas, como o seu colaborador, o padre Jentel, como Lysâneas Maciel e Francisco Pinto foram também censurados. No rádio e na televisão, a censura atingiu sistematicamente vários artistas cuja oposição à ditadura era conhecida, entre eles Chico Buarque e Geraldo Vandré. A preocupação dos Estados autoritários em ocultar o seu próprio autoritarismo e manter uma aparência democrática é comum. (SOARES, 1989, p.31) A Constituição Brasileira, promulgada em 1988, é considerada como uma Constituição cidadã, respeitando todos os direitos fundamentais dentro dos limites legais, incluindo a liberdade de expressão conhecida dos dias atuais. 1.2 AS NORMAS REGULAMENTADORAS DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO A liberdade de expressão é um direito reconhecido pelo ordenamento jurídico brasileiro, que se encontra previsto na Constituição Federal Brasileira de 1988, em seu art. 5°, incisos IV, V, IX, XII, e XIV e artigos 220 a 224 dando a todos a sua livre manifestação de seus pensamentos, podendo ser através de qualquer meio, sendo vedado anonimato. 17 No entendimento de Jose Afonso da Silva (2000, p. 247): “A liberdade de comunicação consiste num conjunto de direitos, formas, processos e veículos, que possibilitam a coordenação desembaraçada da criação, expressão e difusão do pensamento e da informação. É o que se extrai dos incisos IV, V, IX, XII, e XIV do art. 5° combinados com os arts. 220 a 224 da Constituição. Compreende ela as formas de criação, expressão e manifestação do pensamento e de informação, e a organização dos meios de comunicação, está sujeita a regime jurídico especial. ” (TORRÊS, 2013, p. 62-63) Em literalidade os artigos e seus respectivos incisos supraditos: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura o´mi8u licença; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerãoqualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei. Nas palavras de Fernanda Carolina Tôrres, (2013, p.64): “Sendo a liberdade de expressão um princípio, apesar de sua proteção ser imprescindível para a emancipação individual e social, sua garantia não se sobrepõe de forma absoluta aos demais direitos, que são também essenciais”. Sendo assim, por mais que seja considerado um direito inerente ao ser humano, a liberdade de expressão sofre com certas limitações, pois não possui natureza absoluta. A liberdade de expressão engloba não somente o exercício de expressar os seus pensamentos, mas engloba também a liberdade de como essa manifestação será realizada, não podendo sofrer com censuras prévias, somente sendo passíveis de responsabilidades ulteriores quando a mesma ofender algum outro princípio previsto no ordenamento jurídico. 18 1.3 AS CAUSAS LEGAIS DE LIMITAÇÕES AO EXERCÍCIO DO PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO Como citado nos tópicos ulteriores, a liberdade de expressão não possui caráter absolutório frente aos outros direitos fundamentais, sendo assim, a mesma sofre com limitações. A autora Fernanda Torrês em seu artigo publicado no ano de 2013, na revista do Senado Federal Brasileiro (p. 70), destaca que: Contudo, destaca-se: tais restrições – decorrentes da ponderação ou da regulação – são exceções à regra da garantia à liberdade de expressão. Se, por um lado, é importante superar o equívoco da interpretação da liberdade de imprensa e de expressão como espécies de “sobredireitos”, por outro, é imprescindível que o legislador e o magistrado acatem a premissa de que toda limitação de direito fundamental apresenta caráter excepcional. A plenitude da efetivação é a regra, a limitação é sempre excepcional. Uma liberdade fundamental só pode ser limitada na medida em que sua restrição signifique a efetivação de outros direitos ou princípios constitucionais. (TORRÊS, 2013,p.70) O autor Kildare Carvalho explica quais seriam as possibilidades para que se tenha a limitação, como pode ser visto a seguir: A constituição declara que “é livre a manifestação de pensamento, sendo vedado o anonimato” (art. 5°, IV), notando-se que a vedação do anonimato é para que se tornar efetivo o direito de resposta, proporcional ao agravo, com indenização por dano material ou moral à imagem (art. 5°, V). (CARVALHO, 2013, p.94) No âmbito internacional, a Declaração Americana Sobre os Direitos Humanos, conhecida também como Pacto São Jose da Costa Rica, no qual o Brasil é signatário defende em seu artigo 13, defende a liberdade de expressão sem a censura prévia, responsabilizando o agente por atos posteriores. Kildare Carvalho leciona que: A liberdade de expressão, no regime democrático e no âmbito do pluralismo deve ser livre e aberta à discussão de todas as ideias, sendo o Estado o seu garantidor. Assim, todo indivíduo pode expressar qualquer opinião ou ideia, independentemente de seu conteúdo, o que tem por fundamento a tolerância e o repúdio à intolerância ou violação da dignidade humana. Um dos aspectos mais polêmicos que envolvem a liberdade de expressão na atualidade é o discurso de ódio, entendido como manifestação agressiva e provocadora do ódio em relação a determinados grupos sociais, em geral, as minorias, abrangendo a discriminação racial, sócia ou religiosa. Nesse contexto, o discurso de ódio entra em conflito com a preservação da dignidade da pessoa humana, da igualdade e do direito das minorias, e encontra soluções distintas em dois sistemas jurídicos: o americano, que propõe como solução o emprego de mais liberdade de expressão, e o europeu, que o proíbe. O direito de resposta, que tem por finalidade proteger a pessoa da imputação ofensivas à sua dignidade e à sua honra, e que pode envolver fatos que até mesmo não se configuram como crimes, possibilita ao ofendido restabelecer a verdade, a reputação e a honra. (CARAVALHO, 2013, P.96). 19 As limitações ao princípio da liberdade de expressão são reconhecidas pela a própria Constituição brasileira, mas devendo ser feita de forma ponderada, como toda a limitação aos princípios fundamentais. Um princípio não pode sobressair sobre o outro, por isso, quando uma manifestação ao pensamento é realizada e essa fere, por exemplo a dignidade de alguém, essa manifestação poderá ter o direito a resposta, com a finalidade da proteção das imputações alegadas em desfavor de alguém ou de um grupo. As limitações, por se tratarem de uma exceção, estas deverão estar bem definidas e formuladas quando forem ser aplicadas. Segundo Fernanda Torrês (2013, p.72) a regulamentação da liberdade expressão é de responsabilidade e atuação Estatal, direcionando a garantia da mediação entres os grupos sociais majoritários e minoritários. Nessa mesma senda de raciocínio, a autora esclarece e explica que: Esclarece-se que, quando se fala em regulação da liberdade de expressão, não se cogita somente de limites, mas inclui-se o conceito de condicionamentos de exercício. Os limites visam à resolução de conflitos de direitos constitucionalmente protegidos, ao passo que os condicionamentos viabilizam o exercício do direito, ou seja, são normas materiais, organizatórias e procedimentais que estruturam e disciplinam. Ambos são plenamente possíveis se condizentes com os princípios constitucionais.(TORRÊS, 2013, P.72) Tais condicionamentos ao exercício da liberdade de expressão, assim como as limitações, deverão ser elaboradas frente a uma rigorosa analise de seus impactos, quais podem não ser visualizados expressamente e que podem atingir algum conteúdo inerente aos direitos fundamentais, tornando-se então como uma espécie de censura. Nas palavras de Fernanda Torrês: Em outras palavras, tais condicionamentos devem manter uma posição de neutralidade quanto ao conteúdo dos discursos comunicativos, visto que limitações ao conteúdo da liberdade de expressão podem acarretar aos destinatários a privação do conhecimento de ideias diversas e também impedi- los de construir livremente sua própria opinião e as razões que a fundamentam. (TORRÊS, 2013, p.72) Ante a todo o exposto, é evidente que as limitações sofridas pela a liberdade de expressão são respaldas por lei, entretanto, estas não devem ser abusivas em nenhum momento. Caso ocorra alguma violação pelo o excesso no exercício do seu direito de se expressar, será garantido a parte ofendida o seu direito de resposta, com o intuito de garantia de sua dignidade. É cediço, portanto que quando se tem uma limitação anterior 20 a publicação ou a manifestação ao pensamento, pode-se considerar como uma censura a liberdade de expressão, o que é vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro. 2. A SOCIEDADE E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO 2.1 A IMPORTÂNCIA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO ESTADO DEMOCRÁTICO Nas palavras de Carvalho a democracia é: A democracia é concedida sobretudo como um regime político, pois, sendo o governo do povo, pelo povo e para o povo, que o exerce direta ou indiretamente, expressa um estilo de vida político e se converte numa filosofia de vida que se institucionaliza politicamente no Estado, como forma de convivência social. [...] [...] A democracia não é outra coisa que o respeito absoluto à pessoa humana, com todos os seus atributos essenciais: destino próprio inalienável, liberdade para realizá-lo, dignidade, igualdade perante a justiça e a lei. (CARVALHO, 2014, p. 213/214) O Brasil, como previsto no artigo 1° da Constituição Federal, é constituído como um Estado Democrático de Direito. Binenbojm define que: […] As “condições democráticas” são, assim, os direitos fundamentais, reconhecidos pela a comunidade política sob a forma de princípios, sem os quais não há cidadania em sentindo pleno, bem verdadeiro processo político deliberativo. Os direitos fundamentais são, portanto, uma exigência democrática antes que uma limitação à democracia. Em suma: o ideal democrático de autogoverno (governo pelo povo) é satisfeito quando o princípio da maioria é respeitado; nada obstante, o princípio majoritário não assegura o governo pelo povo senão quando todos os membros da comunidade são concebidos e igualmente respeitados como agentes morais independentes. (BINENBOJM, 2008, p. 55) Desta feita, a liberdade de expressão é um direito fundamental para o exercício da democracia. Por todo o poder emanar do povo, a liberdade do pensamento da sociedade deverá ser assegurada, vez que através dessa liberdade reconhecida, a sociedade poderá e deverá fazer com que o Estado ouça o clamor da sociedade. Francisquini compreende que (2014, p. 56): Essa perspectiva toma o processo democrático como um processo cuja tarefa principal é fazer o Estado operar de acordo com o interesse da sociedade, que, por sua vez, é dado pela agregação das preferências dos cidadãos mediante a 21 expressão de vontades individuais. O Estado é entendido como um aparato administrativo especializado no emprego do poder político para garantir fins coletivos. Para que a democracia seja exercida de forma livre, é dado ao povo, através do princípio da liberdade de expressão o direito de expressar-se de forma livre, sobre todo e qualquer assunto no qual se interesse. Através da manifestação do pensamento e das opiniões, o indivíduo garante sua participação na sociedade e nas decisões do Estado, conforme discorre Flávia Piva Almeida Leite: [...] A liberdade de expressão, por possibilitar essa manifestação não só do pensamento, mas de opiniões, ideias e ideologias, é a maneira pela qual o indivíduo participa da vida em sociedade e das decisões do Estado. Assim sendo, o Estado deve assegurar ao indivíduo o direito de expor e manifestar o seu pensamento livremente, sem sofrer qualquer restrição. Nesse particular veda o Texto Constitucional expressamente a censura e a licença. (LEITE, 2016, p. 151) A liberdade de expressão possui caráter de direito fundamental a figura do ser humano e é essencial na regulamentação de um Estado Democrático de direito. Sendo assim, o Brasil por ser um Estado Democrático de Direito, respeita e garante que a liberdade de expressão seja exercida para que se tenha regulamentação da democracia. 2.2 OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO Com os avanços tecnológicos, houve de forma significativa, a forma na qual a sociedade se comunica. Com a popularização da internet, permitindo que todos tenham acesso a rede de comunicação. Leite leciona que: Vivemos atualmente numa sociedade baseada essencialmente no desenvolvimento e disseminação das tecnologias de comunicação − daí a designação Sociedade da Informação − que nada mais é do que uma forma específica de organização social em que a gestão, o processamento e a transmissão de informações tornam-se as fontes fundamentais de produção e de poder, devido às novas condições tecnológicas surgidas nesse período histórico. (LEITE, 2016, p. 151) Desta feita, é notório que a sociedade nos dias atuais possui em suas mãos uma ferramenta, na qual se torna fundamental para a propagação das informações e, mais do que nunca, para expressar seus pensamentos e comportamentos. Nessa seara, Leite continua com seu pensamento: As redes sociais, sites, blogs, enfim, a internet revolucionou os comportamentos humanos, trazendo novas perspectivas para a vida em sociedade. Embora as vantagens que o uso da internet oferece, através dessas redes sociais, há 22 também situações de riscos e novos conflitos que se apresentam aos seus usuários; dentre essas transformações podemos mencionar o conteúdo e limite que a liberdade de expressão e comunicação está sofrendo em um mundo cada vez mais interligado pela internet através das redes sociais. (LEITE, 2016, p. 151) A internet proporciona a população o direito de participar de assuntos nos quais achem relevantes, cabendo a escolha de qual meio irá emitir suas opiniões e pensamentos. Nesse entendimento, os autores Priscila Santana Vieira, Igor Toneti de Brito e Isabella Fernanda Semprebon Tolardo expõe: O progressivo aumento da utilização da Internet como meio de acesso a informação permitiu a possibilidade aos cidadãos de interagirem e compartilharem seus pensamentos e opiniões uns com os outros sem limitações de qualquer tipo, assim, os indivíduos têm a possibilidade para escolher qualquer meio, rede de comunicação possível e participar do assunto que ache de sua relevância. A internet sendo aberta ao coletivo, surge com um gigantesco potencial para o exercício da cidadania, permitindo através de ferramentas, páginas, canais ou até mesmo aplicativos o compartilhamento de informes e a ação coletiva sem nenhum tipo de restrição, porém, não é de toda valia uma característica benévola, uma vez que a internet pode ser utilizada de maneira positiva ou negativa. (VIEIRA, BRITO, TOLARDO, 2019, P. 178) As redes sociais possibilitaram e facilitaram com que a liberdade de pensamento seja difundida para os quatro cantos do globo terrestre, fazendo com que o indivíduo possa difundir e compartilhar de seus pensamentos e opiniões. A relevância que as redes sociais trazem para a manutenção do princípio da liberdade de expressão não pode ser negada. 3. O DISCURSODE ÓDIO 3.1 CONCEITO O discurso de ódio pode ser compreendido como a manifestação de ideias e pensamentos, que carregam em seu teor tipos de preconceitos para algum nicho social, que em grande parte é voltado para as classes minoritárias da sociedade. Nas palavras de Riva Sobrado de Freitas e Matheus Felipe de Castro: Na busca de um conceito operacional para o discurso do ódio (hate speech), observa-se que tal discurso apresenta como elemento central a expressão do pensamento que desqualifica, humilha e inferioriza indivíduos e grupos sociais. Esse discurso tem por objetivo propagar a discriminação desrespeitosa para com todo aquele que possa ser considerado “diferente”, quer em razão de sua etnia, 23 sua opção sexual, sua condição econômica ou seu gênero, para promover a sua exclusão social. (FREITAS, CASTRO 2013, p. 344) O discurso de ódio não fica restrito somente as palavras proferidas pelo o interlocutor, carregadas de ofensas e preconceitos. Ao emitir as ofensas direcionadas ao grupo minoritário, é expressado as crenças nas quais estes grupos, de algum modo, são inferiores ao resto da sociedade, causando em diversas vezes, a exclusão destes indivíduos tratados como inferiores do convívio social. Em determinados casos, o interlocutor do discurso de ódio, encoraja e defende a agressão física e moral destes indivíduos excluídos, como por exemplo os ataques aos homossexuais. A intolerância presente nestes discursos, incitam outras pessoas a proferirem ataques a essas minorias, podendo ser eles verbais, virtuais e em casos extremos, até mesmo agressões físicas. O discurso de ódio encontra-se enraizado em diversas camadas sociais, vindo de todas as partes, não sendo rasa a sua pratica. Como pontuado por Fernanda Duarte de Araújo e Renata Silva Gomes: O discurso de ódio, pode ser veiculado por indivíduos que possuem pouca informação e que não influenciam tantas pessoas ou por figuras públicas que são formadores de opinião de um número elevado d e pessoas, seja por meio de redes sociais, ou por outras mídias. E esse é o maior perigo existente em um discurso de ódio empregado sem barreiras formais e legais, o número de pessoas a quem ele instiga a compactuar com o comportamento agressivo. (ARAÚJO, GOMES 2019, p. 511/512) Os danos causados pelo os discursos de ódio vão além da imagem, causando em alguns casos, transtornos psicológicos e em casos extremos, tornando-se o motivo de homicídios e suicídios ao redor do globo terrestre. Como pontuando pelas as autoras Fernanda Duarte de Araújo e Renata Silva Gomes (2019): Muitas das vezes os indivíduos se utilizam dos mecanismos de comunicação, como redes sociais, blogs, entre outros, e da facilidade que estes disponibilizam para o discurso anônimo para desferir discursos ofensivos trazendo danos à imagem e à vida de diversos indivíduos da sociedade. E possível analisar, ainda, que os danos psicológicos causados a esses indivíduos, que são vítimas do discurso de ódio, são deveras descomunais, uma vez que acarretam um grande número de suicídios e homicídios. Esse fato é visível quando se analisa dados como o número de homicídios contra LGBTs apresentado pela ONG Grupo Gay da Bahia; que informa o número de 277 homicídios até o mês de setembro de 2017, contra 343 registrados em todo o ano de 2016 um aumento alarmante para apenas. Além, da taxa de feminicídios no país, que é de 4,8 para 100 mil mulheres – a quinta maior no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (ATTUCH, 2017). (ARAÚJO, GOMES 2019, p. 512) 24 Como leciona Riva Sobrado de Freitas e Matheus Felipe de Castro: De outra parte, é possível observar que tal discriminação indica não apenas uma diferença, mas uma assimetria entre duas posições: uma supostamente superior, daquele que expressa o ódio, e outra inferior, daquele contra o qual a rejeição é dirigida. O objetivo pretendido é humilhar para amedrontar pessoas ou grupos sociais evidenciando que, por suas características específicas, eles não são dignos da mesma participação política (WALDRON, 010). Calar, excluir e alijar são propósitos da manifestação do ódio. (FREITAS, CASTRO 2013, p. 345). Em seus próprios objetivos, é notório que o discurso de ódio, acarreta diversos problemas dentro de uma sociedade. Devido a esses comportamentos, é necessário a limitação da liberdade de expressão. 3.2 A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O DISCURSO DE ÓDIO Como citado anteriormente, não existe sistema de hierarquia entre os princípios fundamentais, não podendo a liberdade de expressão sobrepor qualquer outro princípio tutelado no ordenamento jurídico. Como pontuado por Walter Claudius Rothenburg e Tatiana Stroppa (2015): O âmbito de proteção da liberdade de expressão não abarca o denominado discurso do ódio que consiste na divulgação de mensagens que difundem e estimulam o ódio racial, a xenofobia, a homofobia e outras formas de ataques baseados na intolerância e que confrontam os limites éticos de convivência com o objetivo de justificar a privação de direitos, a exclusão social e até a eliminação física daqueles que são discriminados. (ROTHENBURG, STROPPA, 2015, p. 464) Desta feita, o discurso de ódio não é amparado pelo o ordenamento jurídico. Continuando com o pensamento, os autores prosseguem: O âmbito de proteção da liberdade de expressão não abarca manifestações voltadas a atingir a dignidade da pessoa humana e à construção de um ambiente de tolerância conforme os objetivos da República Brasileira positivados no Art. 3º da CF/88. Nenhum espaço, seja o das manifestações artísticas, seja o da ironia, seja o da religião (ou convicção filosófica ou ideológica), seja o da política, é absolutamente protegido de limites e precisa reconhecer restrições necessárias para respeitar outros direitos. (ROTHENBURG, STROPPA, 2015, p. 464) O discurso de ódio é um dos casos nos quais a liberdade de expressão poderá sofrer com as limitações mencionadas anteriormente. Devendo ser levado em conta diversos fatores, quais são, nas palavras de Walter Claudius Rothenburg e Tatiana Stroppa: 25 [...] A começar, obviamente, pela severidade da ofensa e pelo grau de generalidade das imputações, mas a levar em conta também o autor (por exemplo, se ele fala a partir de uma posição de destaque social, como um agente político, servidor público ou artista), o contexto (por exemplo, uma entrevista, uma palestra ou uma música), a situação da vítima (por exemplo, sua vulnerabilidade social ou se ela é afetada individualmente ou enquanto membro de determinado grupo), a forma de divulgação (por exemplo, uma charge, uma opinião ou uma notícia inseridas em um blog ou rede social) e a probabilidade de que o discurso possa, de fato, ensejar o ódio e suscitar algum nível de risco de que algum dano resulte de tal incitação. (ROTHENBURG, STROPPA, 2015, p. 13) Ante a isso, é perceptível que o discurso de ódio não possui proteção dentro do princípio da liberdade de expressão, vez que o seu teor fere outros princípios tão importantes quanto a liberdade de expressão. CONCLUSÃO A liberdade de expressão sempre teve grande relevância na essência da sociedade, sendo defendida nos mais diversos tempos. E não é diferente nos atuais dias. É perceptível que para a regulamentação de uma democracia, especialmente a representativa, como é o caso do Brasil, dar ao cidadão o poder de se expressar da forma na qual ache melhor, é permitir o exercício do seu poder de escolha. O princípio é um direito garantido e constituído na Carta Magna, sendo inerente a dignidade da pessoa humana, devendo ser respeitado como os demais princípios previstos no ordenamento jurídico brasileiro e internacional. Entretanto, o referido princípio não deverá sobressair aos demais, podendo sofrer limitações posteriores a manifestação do pensamento, que deverão ser analisadas minuciosamente. Não podendosofrer com censuras previas, devendo responder apenas depois de expressado a sua opinião e caso ofenda algum outro princípio tutelado. Como a facilidade da propagação de suas ideias, o discurso de ódio também ganhou força nas redes sociais, causando um grande impacto nas minorias que são atacadas diariamente pelos os interlocutores. Como foi exposto no decorrer do artigo, o discurso de ódio não possui validação no ordenamento jurídico, podendo sofrer com sanções cíveis e penais para a reparação do que foi causado. Após sofrer com as repressões durante a ditatura militar brasileira, proteger e garantir que a liberdade de expressão seja um princípio utilizado e para todos, se torna um papel primordial do Estado, vez que a sua manutenção também depende das manifestações de pensamento da sociedade que representa. 26 REFERÊNCIAS BRASIL: Constituição 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, Distrito Federal, 1988. BINENBOJM, Gustavo. - Uma teoria do direito administrativo: direitos fundamentais, democracia e constitucionalização – 2° ed., Rio de Janeiro: Renovar, 2008. CARVALHO, Kildare Gonçalves – Direito Constitucional Positivo – 20 ed., Belo Horizonte: Del Rey, 2014 HORBACH, Barbara Bastich. Os limites da liberdade de expressão. Revista Brasileira De Direitos Fundamentais & Justiça, 2012. 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