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Medicina Preventiva Epidemiologia Clínica II Rastreamento de Dislipidemia → Evidência de dosagem dos lipídios séricos para a terapia preventiva. → Elevados níveis de colesterol total (CT) e LDL (colesterol ruim), assim como baixos níveis de HDL (colesterol bom) são fatores de risco para doença arterial coronariana (DAC). → O risco de DAC em 10 anos é menor em homens jovens e mulheres sem fatores de risco, mesmo que apresentem anormalidades lipídicas. → O rastreamento é indicado para: ↪ Homens com 35 anos ou mais ou de 20 a 35 anos quando se enquadrarem no grupo de alto risco para DAC. ↪ Mulheres com 45 anos ou mais ou de 20 a 45 anos aquelas que se enquadrarem no grupo de alto risco para DAC. ↪ Estudos sugerem que a taxa de colesterol não indica fator de risco para DAC em caso de idosos acima de 75 anos. Assim, nesses casos, a terapia de redução de colesterol deve ser mantida como recomendado para os pacientes mais jovens. ● O intervalo ótimo está ligado de acordo com o risco cardiovascular. Assim, foi definido um intervalo de cinco anos para a população com resultados normais. Não há idade indicada para a interrupção de rastreamento e o rastreamento de repetição em idosos é menos importante, pois a partir dos 65 anos os níveis lipídicos tendem a se manter estáveis. Rastreamento de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) → Recomendado nos adultos (acima de 18 anos). → O rastreamento é importante pelo fato de a hipertensão causar mortes prematuras, ataques cardíacos, insuficiência renal, AVC, entre outras. → o 7º JNC recomenda rastreamento a cada dois anos para quem possui PA menor do que 120/80 e anual para aqueles com PA entre 120/80 – 139/90. Rastreamento Diabetes Mellitus Tipo II → O rastreamento é importante, pois sua prevalência é de cerca de 7-8% na população brasileira. Além disso, essa condição lidera como causa de cegueira, doença renal e amputação, expondo a um aumento de mortes, principalmente, por eventos cardiovasculares. → Deve haver um controle intensivo da glicemia em pessoas com diabetes, porém, ainda não existe evidência de que o controle rigoroso reduza de maneira significativa a ocorrência de complicações macro vasculares e nem adicione benefícios aos resultados clínicos microvasculares. Programa Nacional de Triagem Neonatal (teste do Pezinho) → Desde 2001 é pratica obrigatória no Brasil. Esse teste faz o diagnóstico precoce de doenças congênitas no período neonatal, possibilitando o tratamento precoce do RN, diminuindo e até mesmo eliminando possíveis sequelas. → Esse teste diagnostica anemia falciforme, fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística e deficiência de biotinidase. ↪ A anemia falciforme é uma das doenças hereditárias mais comuns no Brasil e acomete certa de 3500 por ano. Assim, o diagnóstico precoce possibilita a orientação dos pais e a intervenção profilática adequada. Rastreamento para Perda Auditiva (Teste da Orelhinha) → Realizada nos RN, antes do primeiro mês de vida (de preferência na maternidade), auxilia no diagnóstico de perda auditiva em crianças, que podem acarretar dificuldade no desenvolvimento de comunicação, aumento nos problemas comportamentais, diminuição do bem-estar psicossocial e menor aprendizado. → Evidência de tratamento altamente eficaz. Logo, após o diagnóstico no primeiro mês de vida, devem ser encaminhados para os profissionais da área antes dos três meses de idade. Exame de fezes, urina e sangue em crianças (Check- Up) → Possui pouca utilidade na prática clínica. → Anemia em si não é considerada uma doença, mas uma conseqüência, portanto, deve haver investigação e suplementação com ferro. → A relação entre anemia e anormalidades no desenvolvimento é difícil de ser estabelecida. → VPP de rastreamento de anemia em crianças de 12 meses varia de 10 a 40%. Nessa idade, essa deficiência tende a ser solucionada espontaneamente. Assim, não se sabe quais os benefícios de rastreamento em crianças assintomáticas para essa condição. → Desvio de problemas reais, foco em doenças e não na condição social em que a criança vive. Dessa forma, o foco deve mudar para que haja um diálogo com os pais para que a criança possua um lugar seguro para seu desenvolvimento. Programa de Rastreamento de Doenças → O sentido de prevenção mudou ao longo do tempo. Em 1967, a ideia era evitar o desenvolvimento de uma doença, usando de todos os meios para evitar sua progressão. Houve a distinção entre a prevenção primária (impede a ocorrência antes de seu aparecimento) e a secundária (diagnóstico precoce). Assim, prevenção é toda ação que tem impacto na redução da mortalidade e morbidade das pessoas. → O conceito de doença vem se modificando ao longo do tempo, bem como cura e prevenção. Na atenção primária do Brasil isso se evidencia nas agendas priorizadas para grupos de doenças. → Controle de fatores de risco a partir de ações individuais é incluído como medida de promoção de saúde, como por exemplo, a realização de atividades físicas e hábitos de vida saudáveis, sendo que esses apenas previnem doenças específicas. Abordagem de Alto Risco Individual → Refere-se a classificação e seleção de pessoas de grupo de alto risco para que seja realizada uma medida preventiva. → Essa abordagem é interessante por ser apropriada ao indivíduo, havendo uma motivação para adoção de intervenção. → Um grande número de pessoas de pequeno risco pode acarretar em mais casos do que quando há um pequeno número de pessoas de alto risco. Abordagem Populacional → É radical pois depende do empenho da população para que haja efetividade, como por exemplo, imunização, uso de cinto de segurança e mudança do estilo de vida. Níveis de Prevenção → Em 1970 foram estipulados três níveis, em que a promoção de saúde era um elemento da prevenção primária e voltada para aspectos educativos individuais. Já na década de 80, com a Carta de Otawa, a prevenção passou a ser objetivo de políticas públicas. → A prevenção de enfermidades, diferente da promoção em saúde, objetiva a redução de chances de um indivíduo ser afetado por certa doença. Entretanto, a maioria da população é saudável, sendo assim, essa prevenção deve ser feita da maneira menos invasiva possível. ● Prevenção primária: Ação para evitar e remover as chances de contração da doença, tanto individual quanto populacional, inclui promoção de saúde e proteção específica (imunização e qualidade de vida). ● Prevenção secundária: Ação para detectar problema de saúde no inicio, facilitando diagnóstico definitivo e um tratamento que previne sua disseminação e efeitos a longo prazo (rastreamento, diagnóstico precoce). ● Prevenção terciária: Ação para reduzir os prejuízos de uma determinada doença (prevenir complicações de diabetes, reabilitar paciente após infarto). ● Prevenção quaternária: Detecção de indivíduos em risco de intervenções excessivas e protegê-los dessas atividades médicas inapropriadas e possibilitar uma escolha que melhore a qualidade de vida do paciente. → Manutenção de baixo risco tem como objetivo que pessoas que se encontrem nessa classificação, permaneçam com essa condição. → Redução de risco é focada na parcela da população que possuem risco moderado ou elevado e busca meios para controlar ou diminuir a incidência de doenças. → Detecção precoce tem como objetivo conscientizar tanto a população quanto profissionais sobre a importância do rastreamento e diagnóstico precoce da parcela da população que possui maior risco de serem acometidos pela doença. → Diagnóstico precoce tem como objetivo identificar doenças em fase inicial, possibilitando um tratamento que reduza complicações. → Rastreamento é a realização de testes ou exames em populações assintomáticas para que seja realizado um diagnósticoprecoce ou de identificação e controle de riscos. ↪ Viabiliza a identificação de pessoas doentes, mas que não possuem sintomas. → Rastreamento x Diagnóstico de doenças ↪ Rastreamento: possuem falsos + e falsos –. São realizados em pessoas assintomáticas e aparentemente sadias, sendo os benefícios da realização dos exames mais relevantes do que os malefícios que a doença pode acarretar. Nesse tipo de exame, um teste positivo, não necessariamente confirma a doença, assim, é necessária a realização de outro exame para a confirmação (mamografia sugestiva de neoplasia necessita de biópsia). ↪ Diagnóstico de doenças: quando um paciente possui manifestações clínicas, assim, os exames são feitos de acordo com os sintomas. Rastreamento Oportunísticos x Programas Organizados de Rastreamento → O rastreamento oportunístico é feito quando um paciente procura o profissional por certa queixa e este realiza exames de rastreamento ou fator de risco. Essa conduta não se mostra eficaz no impacto sobre a morbidade e mortalidade, além de trazer gastos para o sistema de saúde. → Programas de rastreamento organizado são aqueles que são sistematizados e voltados para o diagnóstico precoce, sendo oferecido à população assintomática e disponibilizado por instituições de saúde de abrangência populacional (rastreio de câncer de colo de útero). Alguns aspectos importantes são: ↪ Acesso: é um direito assegurado de todo cidadão, não precisando de pedido de qualquer outro profissional. ↪ Agilidade: o cidadão não precisa entrar no funcionamento da Unidade para realização do exame (vacinação). ↪ Melhores evidências: deve ser oferecido apenas quando houver comprovação da sua eficácia e quando os benefícios superam amplamente os possíveis danos. ↪ Informação: deve-se haver a instrução do participante, riscos e benefícios, bem como a realização do exame e suas peculiaridades (citopatológico deve haver a instrução de como será o prosseguimento das ações). Critérios para um Programa de Rastreamento ● A doença deve apresentar um importante problema de saúde, levando em consideração: ↪ Magnitude: leva em conta a dimensão da doença se comparada às demais presentes na população em questão. ↪ Transcendência: impacto produzido na população pela doença. ↪ Vulnerabilidade: capacidade de evitar a doença ou diagnóstico precoce e tratamento de acordo com tecnologia atual. ● História da doença deve ser conhecida. ● Deve existir estágio assintomático (pré-clínico) em que a doença possa ser diagnosticada. ● Os benefícios do tratamento precoce devem ser maiores do que o tratamento em tempo habitual. ● Os exames de diagnóstico precoce devem estar disponíveis e ser aceitáveis e confiáveis. ● O custo do rastreamento de tratamento deve ser compatível com o orçamento destinado ao SUS como um todo. ● O rastreamento deve ser contínuo e sistemático. → O diagnóstico precoce por si só não justifica um programa de rastreamento, deve haver benefícios mensuráveis. → Deve sempre haver a exposição, por parte do profissional, sobre os benefícios e riscos de qualquer programa de rastreamento, devendo existir o consentimento do paciente. Trabalhos Epidemiologia da Adolescência → Rastreamento de problemas e análise para intervenção e melhora de qualidade e expectativa de vida. → Adolescência é de 10 anos até 19 anos, sendo que a partir dos 16 anos, a velocidade do amadurecimento diminui. ↪ Precoce: 10 a 14 anos. ↪ Tardia: 15 a 19 anos. → A população jovem está diminuindo, em 2005 (18,5%), já em 2020 (16,3%) → Deve ser levar em conta os fatores sociais, culturais e geográficos. Prevalência de Doenças Crônicas → Responsável pelo maior número de mortes, esse mapeamento enfrenta dificuldades pelo fato de falta de informações necessárias. → Asma é a doença mais prevalente entre adolescentes e vem aumentando seu grau de gravidade. Esse aumento está ligado a urbanização e questões ambientais. → Obesidade é responsável por acarretar várias outras doenças secundárias e por isso, há uma relação de aumento de doenças crônicas e obesidade. Dessa forma, a diabetes tipo 2 se sobrepôs a diabete tipo 1 por estar relacionada a obesidade. Nota-se um aumento na incidência de obesidade nos dias atuais, se comparados a anos anteriores. Logo, esse aumento na incidência, em famílias com poder aquisitivo maior, está relacionado à maior ingestão de industrializados, já em famílias de baixa renda, está associada a falta de informações sobre nutrição e baixa realização de exercícios físicos. Uso de Psicotrópicos → A ingestão de bebidas alcoólicas e uso de tabaco pelos adolescentes estão associados aos maiores problemas de saúde pública e a problemas relacionados ao baixo desempenho escolar (o que acarreta evasão escolar) e violência. → O uso de psicotrópicos antes dos 15 anos está relacionado com a dependência dos mesmos na vida adulta. → A boa relação familiar e a crença em uma religião mostram serem fatores protetores contra o uso de drogas. Epidemiologia na Adolescência → Epidemiologia propõe uma determinação de fatores que impactam na freqüência e distribuição de doenças. → Através do tripé clínica, estatística e medicina social, a epidemiologia tem como função a produção de conhecimento e tecnologia para promover a saúde individual através de alcance coletivo. Epidemiologia Relacionada às Neoplasias → Poucas informações sobre câncer na adolescência, que difere do câncer infantil e em adultos, podendo possuir fatores genéticos e ambientais. ↪ Mais frequentes são leucemias, tumores do SNC e linfomas. → As neoplasias são a segunda maior causa de morte na adolescência. A partir de 1979 o número de mortes por essa causa vem diminuindo, não sendo uniforme em todo o território (norte e nordeste houve aumento de mortes). Violência → Ela faz parte do cotidiano, mas seu impacto não pode ser mensurado por ser dependente dos valores e costumes de um local. → A violência ocorre em maior número em locais pobres ou em desenvolvimento. → No Brasil, há o aumento de mortes por fatores externos, sendo no sexo masculino de 4 a 5 vezes maior do que no feminino. → Em 1980 o maior fator eram acidentes de transporte, seguido de homicídio, já em 1990, homicídio passou para primeiro lugar. Transtornos Psicossociais → O desenvolvimento na adolescência se divide em: ↪ Independência. ↪ Relações com outras pessoas e comprometimento com instituições, que fogem da zona de conforto do adolescente. → Duas vertentes do distúrbio psicológico: ↪ Depressão: no Brasil, está presente em cerca de 10% da população, nos colocando em primeiro lugar nos casos da doença na América Latina. ↪ Ansiedade: é comum ao ser humano, porém, quando exacerbado, causa pânico e medo de relações psicossociais. ↪ Transtorno de pensamento: esquizofrenia e doenças que geram uma visão distorcida do tempo. ↪ Transtorno alimentar: bulimia e anorexia. Saúde Sexual e Reprodutiva → 32,8% dos adolescentes entre 12 e 17 anos já haviam tido relação sexual, desses, 61% eram meninos e 39% meninas. → Quanto ao uso de preservativo, entre as mulheres foi mais consistente. → A gravidez na adolescência configura situações de vulnerabilidade, sendo que na região norte e nordeste foram os maiores percentuais. Quanto às mortes de adolescentes do sexo feminino, a maior porcentagem esta associada a fatores ligados a gestação (eclampsia, pré-eclâmpsia, infecção puerperal, aborto). AIDS e Doenças Sexualmente Transmissíveis → Inicio precoce e uso pouco freqüente de preservativos, coloca os adolescentes em situação de vulnerabilidade. → Segundo a pesquisa em questão, cerca de 67% são homens e 33% mulheres. Muitos dos doentes desconhecem serem soropositivos. → A concentração de casos se encontra no sudeste e sul, sendo evidentea prevalência em regiões metropolitanas. Epidemiologia das Doenças Infecciosas → As doenças infecto-parasitárias contribuíram para o conceito de epidemiologia de doenças infecciosas (pandemia, epidemia e endemia). → Foram criados quatro postulados que foram, posteriormente, reformulados. ↪ Henle-Koch (1882): o patógeno deve ser encontrado em todos os cortes de lâmina dos doentes; deve ser isolado, colocado em cultura e ter suas características anotadas; patógenos em lâminas sadias e lâminas inoculadas devem possuir mesmos sintomas; isolamento em cultura pura também deve possuir as mesmas características anteriores. ↪ Evans (1976): a prevalência e incidência entre os expostos a causa suspeita deve ser maior do que os não expostos; a exposição dos doentes deve ser mais freqüente do que dos não doentes; a exposição ao agente causador deve ser seguida da doença, enquanto a distribuição do período de incubação deve apresentar curva normal; o espectro da doença deve variar entre benigno e grave; grande chance de haver resposta do doente após a exposição; a modificação ou eliminação da provável causa, bem como a prevenção ou modificação da resposta do afetado, deve diminuir a incidência da doença; os achados sobre a doença devem ter embasamento na biologia. História Natural das Doenças → Período pré-patogênico: inicio da doença sem alterações. → Período patogênico: alterações de qualquer origem podem ser detectadas. → Biologia moderna: ↪ Biomarcadores: traços da presença de certo agente. ↪ Marcadores de exposição: usados para indicar a presença do agente. ↪ Marcadores de suscetibilidade: suscetibilidade do organismo a certo agente. → Conceitos de infecção: ↪ Bioagente ou agente infeccioso: aquele organismo que tem capacidade de produzir doença infecciosa. ↪ Infecção: possibilidade de geração de uma doença infecciosa. ↪ Doença infecciosa: doença causada por agente infeccioso ou seus produtos. ↪ Doença transmissível: aquela que pode ser transmitida de pessoa para pessoa. ↪ Transmissão direta: pessoa para pessoa. ↪ Transmissão indireta: por água, objetos ou animais. ↪ Indivíduo ou objeto contaminado: capaz de ser veículo de transmissão. → Fatores de Infectividade: ↪ Infectividade: capacidade de o organismo causar novas infecções. ↪ Doses infectantes: quantas unidades do agente são necessárias para causar doença. ↪ Virulência: capacidade de produzir casos graves ou fatais. ↪ Patogenicidade: habilidade de o agente causar lesões no organismo do afetado. ↪ Vetor: aquele que transporta o agente. → Mecânico: não faz parte do ciclo de perpetuação do agente. → Biológico: faz parte do ciclo de perpetuação do agente. ↪ Hospedeiro: ser vivo alvo da infecção ou do agente. → Intermediário: abriga em estágio assexual. → Definitivo: abriga em estágio sexual. → O processo de invasão do agente depende de diversos fatores do hospedeiro. ↪ Imunização ativa: vacinas ou infecções anteriores. ↪ Imunização passiva: soros ou vai placenta. ↪ Portador em incubação: transmite agente mesmo sem manifestar a doença. ↪ Portador crônico: transmite mesmo após a cura. ↪ Portador assintomático: transmite agente e não possui sintoma. → A difusão de uma doença depende de características do reservatório, das vias de transmissão e da proporção de pessoas suscetíveis. → Três modos de transmissão das DIP: ↪ Expansão: dissemina a partir de um ponto focal. ↪ Relocação: o foco se origina de uma área, mas é movido por outras e se estabelecem novos focos. ↪ Expansão/Relocação: combina dois critérios anteriores. Doenças Emergentes e Reemergentes → Doenças infecciosas que aumentaram nas últimas décadas e tendem a aumentar no futuro. → São um problema de saúde pública e exigem ações governamentais. Epidemiologia das Doenças Infecto Parasitárias → Teoria da transição epidemiológica que diz que os problemas que determinam a ocorrência dessas doenças não foram controlados devido a questões sociais e econômicas do país. → Malária: causada por protozoários Plasmodium (vivax, falciparum, malarie e ovale); vetor é o mosquito Anopheles; região norte e nordeste e de caráter endêmico. → Dengue: vírus Flavirus; vetor Aedes aegypti; possui quatro sorotipos DENV1, 2, 3 e 4. → Febre Amarela: Vírus Flaviviridae; vetores Aedes aegypti (urbana) e Haemogogus e Sabethes (silvetre). → Leishmaniose visceral: agente é o protozoário Leishmania chagasii; vetor é o mosquito Lutzomyia longipalpise; principal fonte de infecção são cães; predominante em homem e crianças com menos de 10 anos devido ao sistema imune não totalmente desenvolvido. → Tuberculose: causado pela bactéria Mycrobacterium tuberculosis, tem sido foco mundial devido a sua expansão após o aumento de casos de HIV; possui grande poder de disseminação. → Hanseníase: bactéria Mycobacterium leprae, que possui longo período de incubação; afeta pele e sistema neurológico. → Diarréia infantil aguda: causada por vírus, bactéria, toxinas e parasitas; indica baixo nível de saúde pública. → Sarampo: causada por vírus; alta disseminação em crianças com menos de um ano e possui alta letalidade. → Difteria: bactéria Corynebacterium diphtheriae com alta infecciosidade e baixa patogenicidade; se instala na nasofaringe; contaminação por meio de secreções oronasais. → Tétano naonatal: bactéria Clostridium tetani; não é contagiosa, esporos do agente pode ser encontrados no meio ambiente, contaminação por meio do coto umbilical. → Doença meningocócica: bactéria Neisseria meningitidis, se alojam nas vias respiratórias superiores; transmite de pessoa para pessoa. Epidemiologia Perinatal e da Infância → Perinatal é o período a partir das 22 semanas de gestação até o 7º dia após o nascimento. → Neonatal é o período desde o nascimento até o 28º dia após o nascimento. → No Brasil, 2% das crianças morrem antes de completar um ano, sendo 50% após a primeira semana de vida e 50% na primeira semana de vida, desses, 50% morre nas primeiras 24 horas. → A mortalidade perinatal é o principal indicador para medir problemas perinatais. → Nascido vivo: saída completa da mãe, independente da duração da gestação e que após o nascimento, possui sinais de vida. → Nascido morto ou óbito fetal (acima de 22 semanas e com mais de 1000g): morte de um produto de concepção antes da extração completa da mãe, após a separação não apresenta nenhum sinal de vida. ↪ Anteparto: antes do parto e decorre de complicações na gravidez ou doenças maternas, sendo evitável com o pré-natal. Classificação Wigglesworth, agrupa causas de morte nessa classificação. ↪ Intraparto: durante o parto e decorre de problemas durante o mesmo, sendo evitável com o procedimento adequado, mostra a capacidade técnica da equipe. → Principais causas de mortes: ↪ Óbito fetal: afecções maternas relacionadas a gravidez/parto e hipóxia intrauterina. ↪ Óbito neonatal precoce (0 a 6 dias de vida): complicações maternas relacionadas a gravidez ou parto, septicemia bacteriana do RN e complicações de placenta e cordão umbilical. ↪ Óbitos perinatais: asfixia intraparto, causas anteparto e imaturidade. Prematuridade → Tempo de gestação é feito através da data da última menstruação (DUM), subtraindo 3 meses e somando sete dias. → É a principal causa de morte e adoecimento do RN, sendo as suas conseqüências mais graves do que as decorrentes de baixo peso. Prematuros podem ou não possuir baixo peso, mas, ainda assim, é considerado risco infantil. Infecções → Sífilis congênita pode ser diagnosticada e tratada no pré-natal, se não, acarreta riscos ao feto. → O teste rápido não é obrigatório, é recomendado. → OMS estima que cerca de 26% das mortes parietais são devido a infecções não diagnosticadas. Amamentação → Protege contra doenças infecciosas,promove crescimento e desenvolvimento intelectual, evita doenças degenerativas quando adulto. → Existem tipos de amamentação: ↪ Exclusiva: apenas seio. ↪ Predominante: seio e outros líquidos. ↪ Parcial: seio associado a fórmulas e alimentos sólidos ou semissólidos. ↪ Total: todos os grupos acima. Estado Nutricional → Peso para idade: não indica subnutrição. → Altura ou comprimento para a idade: indica problemas no crescimento linear e, consequentemente, subnutrição. → Peso para o comprimento: indicam subnutrições agudas. Cobertura Vacinal → Brasil mantém altos os índices de cobertura vacinal infantil. Morbidade → É avaliado através da elevada prevalência de infecções respiratórias, diarréias, anemias, parasitoses intestinais e hospitalização por essas patologias. → Mortalidade Infantil é um importante indicador de saúde. Estudos Ecológicos → São um ramo da epidemiologia, que é fonte de informação e aborda, através de métodos estatísticos, fenômenos de saúde- doença-cuidado. → Estudos ecológicos são aqueles em que a unidade em estudo é uma população de uma região definida. Este tipo de estudo visa relacionar os contextos socioambientais e ocorrência de doenças ou condições. Tem uma perspectiva segundo a visão holística do ser humano. Suas variáveis podem ser: ↪ Medidas agregadas: síntese de características individuais em cada grupo (taxa de incidência de uma doença). ↪ Medidas ambientais: características físicas do local de vivencia dos grupos (grau de poluição). ↪ Medidas globais: tratando dos atributos de cada lugar (densidade demográfica). → Podem ser também divididos segundo exposição: ↪ Exploratório: sem exposição específica de interesse. ↪ Analíticos: exposição mensurada e levada em considerada na análise. → Divisão segundo método de agrupamento: ↪ Múltiplos grupos: compara taxa de doença em diversas regiões, a fim de gerar padrões nos locais. ↪ Séries temporais: analisa evolução de uma doença em um local definido. ↪ Mistos: mescla ambos os métodos acima, gerando uma analise de evolução de uma doença em grupos diferentes. → Possui a desvantagem de análise em grupo, não levando em consideração as características individuais. Além da perda de informação conforme a agrupação de dados. → As vantagens são o baixo custo, maior facilidade de encontrar variações em diferentes regiões e a possibilidade de associações entre as exposições e doenças relacionadas a coletividade. → Alguns exemplos: câncer de mama e colo de útero (diferenças entre pacientes); fecundidade na adolescência relacionada a analfabetismo e condições socioeconômicas.
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