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Medicina Preventiva - Epidemiologia Clínica II

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Medicina Preventiva 
 
Epidemiologia Clínica II 
 
Rastreamento de Dislipidemia 
→ Evidência de dosagem dos lipídios séricos para a terapia 
preventiva. 
→ Elevados níveis de colesterol total (CT) e LDL (colesterol ruim), 
assim como baixos níveis de HDL (colesterol bom) são fatores de 
risco para doença arterial coronariana (DAC). 
→ O risco de DAC em 10 anos é menor em homens jovens e 
mulheres sem fatores de risco, mesmo que apresentem 
anormalidades lipídicas. 
→ O rastreamento é indicado para: 
 ↪ Homens com 35 anos ou mais ou de 20 a 35 anos 
quando se enquadrarem no grupo de alto risco para DAC. 
 ↪ Mulheres com 45 anos ou mais ou de 20 a 45 anos 
aquelas que se enquadrarem no grupo de alto risco para DAC. 
 ↪ Estudos sugerem que a taxa de colesterol não indica 
fator de risco para DAC em caso de idosos acima de 75 anos. 
Assim, nesses casos, a terapia de redução de colesterol deve ser 
mantida como recomendado para os pacientes mais jovens. 
 ● O intervalo ótimo está ligado de acordo com o risco 
cardiovascular. Assim, foi definido um intervalo de cinco anos para a 
população com resultados normais. Não há idade indicada para a 
interrupção de rastreamento e o rastreamento de repetição em 
idosos é menos importante, pois a partir dos 65 anos os níveis 
lipídicos tendem a se manter estáveis. 
Rastreamento de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) 
 
→ Recomendado nos adultos (acima de 18 anos). 
→ O rastreamento é importante pelo fato de a hipertensão causar 
mortes prematuras, ataques cardíacos, insuficiência renal, AVC, 
entre outras. 
→ o 7º JNC recomenda rastreamento a cada dois anos para quem 
possui PA menor do que 120/80 e anual para aqueles com PA entre 
120/80 – 139/90. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rastreamento Diabetes Mellitus Tipo II 
→ O rastreamento é importante, pois sua prevalência é de cerca 
de 7-8% na população brasileira. Além disso, essa condição lidera 
como causa de cegueira, doença renal e amputação, expondo a um 
aumento de mortes, principalmente, por eventos cardiovasculares. 
→ Deve haver um controle intensivo da glicemia em pessoas com 
diabetes, porém, ainda não existe evidência de que o controle 
rigoroso reduza de maneira significativa a ocorrência de 
complicações macro vasculares e nem adicione benefícios aos 
resultados clínicos microvasculares. 
Programa Nacional de Triagem Neonatal (teste do 
Pezinho) 
→ Desde 2001 é pratica obrigatória no Brasil. Esse teste faz o 
diagnóstico precoce de doenças congênitas no período neonatal, 
possibilitando o tratamento precoce do RN, diminuindo e até mesmo 
eliminando possíveis sequelas. 
→ Esse teste diagnostica anemia falciforme, fenilcetonúria, 
hipotireoidismo congênito, fibrose cística e deficiência de biotinidase. 
 ↪ A anemia falciforme é uma das doenças hereditárias 
mais comuns no Brasil e acomete certa de 3500 por ano. Assim, o 
diagnóstico precoce possibilita a orientação dos pais e a intervenção 
profilática adequada. 
Rastreamento para Perda Auditiva (Teste da 
Orelhinha) 
→ Realizada nos RN, antes do primeiro mês de vida (de preferência 
na maternidade), auxilia no diagnóstico de perda auditiva em 
crianças, que podem acarretar dificuldade no desenvolvimento de 
comunicação, aumento nos problemas comportamentais, diminuição 
do bem-estar psicossocial e menor aprendizado. 
→ Evidência de tratamento altamente eficaz. Logo, após o 
diagnóstico no primeiro mês de vida, devem ser encaminhados para 
os profissionais da área antes dos três meses de idade. 
Exame de fezes, urina e sangue em crianças (Check-
Up) 
→ Possui pouca utilidade na prática clínica. 
→ Anemia em si não é considerada uma doença, mas uma 
conseqüência, portanto, deve haver investigação e suplementação 
com ferro. 
→ A relação entre anemia e anormalidades no desenvolvimento é 
difícil de ser estabelecida. 
→ VPP de rastreamento de anemia em crianças de 12 meses varia 
de 10 a 40%. Nessa idade, essa deficiência tende a ser solucionada 
espontaneamente. Assim, não se sabe quais os benefícios de 
rastreamento em crianças assintomáticas para essa condição. 
→ Desvio de problemas reais, foco em doenças e não na condição 
social em que a criança vive. Dessa forma, o foco deve mudar para 
que haja um diálogo com os pais para que a criança possua um 
lugar seguro para seu desenvolvimento. 
Programa de Rastreamento de 
Doenças 
→ O sentido de prevenção mudou ao longo do tempo. Em 1967, a 
ideia era evitar o desenvolvimento de uma doença, usando de todos 
os meios para evitar sua progressão. Houve a distinção entre a 
prevenção primária (impede a ocorrência antes de seu 
aparecimento) e a secundária (diagnóstico precoce). Assim, 
prevenção é toda ação que tem impacto na redução da 
mortalidade e morbidade das pessoas. 
 → O conceito de doença vem se modificando ao longo do tempo, 
bem como cura e prevenção. Na atenção primária do Brasil isso se 
evidencia nas agendas priorizadas para grupos de doenças. 
→ Controle de fatores de risco a partir de ações individuais é 
incluído como medida de promoção de saúde, como por exemplo, 
a realização de atividades físicas e hábitos de vida saudáveis, sendo 
que esses apenas previnem doenças específicas. 
Abordagem de Alto Risco Individual 
→ Refere-se a classificação e seleção de pessoas de grupo de alto 
risco para que seja realizada uma medida preventiva. 
→ Essa abordagem é interessante por ser apropriada ao indivíduo, 
havendo uma motivação para adoção de intervenção. 
→ Um grande número de pessoas de pequeno risco pode 
acarretar em mais casos do que quando há um pequeno número 
de pessoas de alto risco. 
Abordagem Populacional 
→ É radical pois depende do empenho da população para que haja 
efetividade, como por exemplo, imunização, uso de cinto de 
segurança e mudança do estilo de vida. 
 
 
Níveis de Prevenção 
→ Em 1970 foram estipulados três níveis, em que a promoção de 
saúde era um elemento da prevenção primária e voltada para 
aspectos educativos individuais. Já na década de 80, com a Carta de 
Otawa, a prevenção passou a ser objetivo de políticas públicas. 
→ A prevenção de enfermidades, diferente da promoção em 
saúde, objetiva a redução de chances de um indivíduo ser afetado 
por certa doença. Entretanto, a maioria da população é saudável, 
sendo assim, essa prevenção deve ser feita da maneira menos 
invasiva possível. 
● Prevenção primária: Ação para evitar e remover as chances de 
contração da doença, tanto individual quanto populacional, inclui 
promoção de saúde e proteção específica (imunização e qualidade 
de vida). 
● Prevenção secundária: Ação para detectar problema de saúde 
no inicio, facilitando diagnóstico definitivo e um tratamento que 
previne sua disseminação e efeitos a longo prazo (rastreamento, 
diagnóstico precoce). 
● Prevenção terciária: Ação para reduzir os prejuízos de uma 
determinada doença (prevenir complicações de diabetes, reabilitar 
paciente após infarto). 
● Prevenção quaternária: Detecção de indivíduos em risco de 
intervenções excessivas e protegê-los dessas atividades médicas 
inapropriadas e possibilitar uma escolha que melhore a qualidade de 
vida do paciente. 
 
→ Manutenção de baixo risco tem como objetivo que pessoas que 
se encontrem nessa classificação, permaneçam com essa condição. 
→ Redução de risco é focada na parcela da população que 
possuem risco moderado ou elevado e busca meios para controlar 
ou diminuir a incidência de doenças. 
→ Detecção precoce tem como objetivo conscientizar tanto a 
população quanto profissionais sobre a importância do rastreamento 
e diagnóstico precoce da parcela da população que possui maior 
risco de serem acometidos pela doença. 
→ Diagnóstico precoce tem como objetivo identificar doenças em 
fase inicial, possibilitando um tratamento que reduza complicações. 
→ Rastreamento é a realização de testes ou exames em 
populações assintomáticas para que seja realizado um diagnósticoprecoce ou de identificação e controle de riscos. 
 ↪ Viabiliza a identificação de pessoas doentes, mas que 
não possuem sintomas. 
→ Rastreamento x Diagnóstico de doenças 
 ↪ Rastreamento: possuem falsos + e falsos –. São 
realizados em pessoas assintomáticas e aparentemente sadias, 
sendo os benefícios da realização dos exames mais relevantes do 
que os malefícios que a doença pode acarretar. Nesse tipo de 
exame, um teste positivo, não necessariamente confirma a doença, 
assim, é necessária a realização de outro exame para a 
confirmação (mamografia sugestiva de neoplasia necessita de 
biópsia). 
 ↪ Diagnóstico de doenças: quando um paciente possui 
manifestações clínicas, assim, os exames são feitos de acordo com 
os sintomas. 
Rastreamento Oportunísticos x Programas 
Organizados de Rastreamento 
→ O rastreamento oportunístico é feito quando um paciente 
procura o profissional por certa queixa e este realiza exames de 
rastreamento ou fator de risco. Essa conduta não se mostra eficaz 
no impacto sobre a morbidade e mortalidade, além de trazer gastos 
para o sistema de saúde. 
→ Programas de rastreamento organizado são aqueles que são 
sistematizados e voltados para o diagnóstico precoce, sendo 
oferecido à população assintomática e disponibilizado por instituições 
de saúde de abrangência populacional (rastreio de câncer de colo 
de útero). Alguns aspectos importantes são: 
 ↪ Acesso: é um direito assegurado de todo cidadão, não 
precisando de pedido de qualquer outro profissional. 
 ↪ Agilidade: o cidadão não precisa entrar no 
funcionamento da Unidade para realização do exame (vacinação). 
 ↪ Melhores evidências: deve ser oferecido apenas quando 
houver comprovação da sua eficácia e quando os benefícios 
superam amplamente os possíveis danos. 
 ↪ Informação: deve-se haver a instrução do participante, 
riscos e benefícios, bem como a realização do exame e suas 
peculiaridades (citopatológico deve haver a instrução de como será 
o prosseguimento das ações). 
Critérios para um Programa de Rastreamento 
● A doença deve apresentar um importante problema de saúde, 
levando em consideração: 
 ↪ Magnitude: leva em conta a dimensão da doença se 
comparada às demais presentes na população em questão. 
 ↪ Transcendência: impacto produzido na população pela 
doença. 
 ↪ Vulnerabilidade: capacidade de evitar a doença ou 
diagnóstico precoce e tratamento de acordo com tecnologia atual. 
● História da doença deve ser conhecida. 
● Deve existir estágio assintomático (pré-clínico) em que a doença 
possa ser diagnosticada. 
● Os benefícios do tratamento precoce devem ser maiores do que 
o tratamento em tempo habitual. 
● Os exames de diagnóstico precoce devem estar disponíveis e 
ser aceitáveis e confiáveis. 
● O custo do rastreamento de tratamento deve ser compatível 
com o orçamento destinado ao SUS como um todo. 
● O rastreamento deve ser contínuo e sistemático. 
→ O diagnóstico precoce por si só não justifica um programa de 
rastreamento, deve haver benefícios mensuráveis. 
 → Deve sempre haver a exposição, por parte do profissional, 
sobre os benefícios e riscos de qualquer programa de 
rastreamento, devendo existir o consentimento do paciente. 
Trabalhos 
Epidemiologia da Adolescência 
→ Rastreamento de problemas e análise para intervenção e 
melhora de qualidade e expectativa de vida. 
→ Adolescência é de 10 anos até 19 anos, sendo que a partir dos 16 
anos, a velocidade do amadurecimento diminui. 
 ↪ Precoce: 10 a 14 anos. 
 ↪ Tardia: 15 a 19 anos. 
→ A população jovem está diminuindo, em 2005 (18,5%), já em 
2020 (16,3%) 
→ Deve ser levar em conta os fatores sociais, culturais e 
geográficos. 
Prevalência de Doenças Crônicas 
→ Responsável pelo maior número de mortes, esse mapeamento 
enfrenta dificuldades pelo fato de falta de informações necessárias. 
→ Asma é a doença mais prevalente entre adolescentes e vem 
aumentando seu grau de gravidade. Esse aumento está ligado a 
urbanização e questões ambientais. 
→ Obesidade é responsável por acarretar várias outras doenças 
secundárias e por isso, há uma relação de aumento de doenças 
crônicas e obesidade. Dessa forma, a diabetes tipo 2 se sobrepôs a 
diabete tipo 1 por estar relacionada a obesidade. Nota-se um 
aumento na incidência de obesidade nos dias atuais, se comparados 
a anos anteriores. Logo, esse aumento na incidência, em famílias 
com poder aquisitivo maior, está relacionado à maior ingestão de 
industrializados, já em famílias de baixa renda, está associada a falta 
de informações sobre nutrição e baixa realização de exercícios 
físicos. 
Uso de Psicotrópicos 
→ A ingestão de bebidas alcoólicas e uso de tabaco pelos 
adolescentes estão associados aos maiores problemas de saúde 
pública e a problemas relacionados ao baixo desempenho escolar (o 
que acarreta evasão escolar) e violência. 
→ O uso de psicotrópicos antes dos 15 anos está relacionado com 
a dependência dos mesmos na vida adulta. 
→ A boa relação familiar e a crença em uma religião mostram 
serem fatores protetores contra o uso de drogas. 
Epidemiologia na Adolescência 
→ Epidemiologia propõe uma determinação de fatores que 
impactam na freqüência e distribuição de doenças. 
→ Através do tripé clínica, estatística e medicina social, a 
epidemiologia tem como função a produção de conhecimento e 
tecnologia para promover a saúde individual através de alcance 
coletivo. 
 
Epidemiologia Relacionada às Neoplasias 
→ Poucas informações sobre câncer na adolescência, que difere do 
câncer infantil e em adultos, podendo possuir fatores genéticos e 
ambientais. 
 ↪ Mais frequentes são leucemias, tumores do SNC e 
linfomas. 
→ As neoplasias são a segunda maior causa de morte na 
adolescência. A partir de 1979 o número de mortes por essa causa 
vem diminuindo, não sendo uniforme em todo o território (norte e 
nordeste houve aumento de mortes). 
Violência 
→ Ela faz parte do cotidiano, mas seu impacto não pode ser 
mensurado por ser dependente dos valores e costumes de um 
local. 
→ A violência ocorre em maior número em locais pobres ou em 
desenvolvimento. 
→ No Brasil, há o aumento de mortes por fatores externos, sendo 
no sexo masculino de 4 a 5 vezes maior do que no feminino. 
→ Em 1980 o maior fator eram acidentes de transporte, seguido de 
homicídio, já em 1990, homicídio passou para primeiro lugar. 
Transtornos Psicossociais 
→ O desenvolvimento na adolescência se divide em: 
 ↪ Independência. 
 ↪ Relações com outras pessoas e comprometimento com 
instituições, que fogem da zona de conforto do adolescente. 
→ Duas vertentes do distúrbio psicológico: 
 ↪ Depressão: no Brasil, está presente em cerca de 10% 
da população, nos colocando em primeiro lugar nos casos da 
doença na América Latina. 
 ↪ Ansiedade: é comum ao ser humano, porém, quando 
exacerbado, causa pânico e medo de relações psicossociais. 
 ↪ Transtorno de pensamento: esquizofrenia e doenças 
que geram uma visão distorcida do tempo. 
 ↪ Transtorno alimentar: bulimia e anorexia. 
Saúde Sexual e Reprodutiva 
→ 32,8% dos adolescentes entre 12 e 17 anos já haviam tido 
relação sexual, desses, 61% eram meninos e 39% meninas. 
→ Quanto ao uso de preservativo, entre as mulheres foi mais 
consistente. 
→ A gravidez na adolescência configura situações de 
vulnerabilidade, sendo que na região norte e nordeste foram os 
maiores percentuais. Quanto às mortes de adolescentes do sexo 
feminino, a maior porcentagem esta associada a fatores ligados a 
gestação (eclampsia, pré-eclâmpsia, infecção puerperal, aborto). 
AIDS e Doenças Sexualmente Transmissíveis 
→ Inicio precoce e uso pouco freqüente de preservativos, coloca 
os adolescentes em situação de vulnerabilidade. 
→ Segundo a pesquisa em questão, cerca de 67% são homens e 
33% mulheres. Muitos dos doentes desconhecem serem 
soropositivos. 
→ A concentração de casos se encontra no sudeste e sul, sendo 
evidentea prevalência em regiões metropolitanas. 
Epidemiologia das Doenças 
Infecciosas 
→ As doenças infecto-parasitárias contribuíram para o conceito de 
epidemiologia de doenças infecciosas (pandemia, epidemia e 
endemia). 
→ Foram criados quatro postulados que foram, posteriormente, 
reformulados. 
 ↪ Henle-Koch (1882): o patógeno deve ser encontrado em 
todos os cortes de lâmina dos doentes; deve ser isolado, colocado 
em cultura e ter suas características anotadas; patógenos em 
lâminas sadias e lâminas inoculadas devem possuir mesmos 
sintomas; isolamento em cultura pura também deve possuir as 
mesmas características anteriores. 
 ↪ Evans (1976): a prevalência e incidência entre os 
expostos a causa suspeita deve ser maior do que os não expostos; 
a exposição dos doentes deve ser mais freqüente do que dos não 
doentes; a exposição ao agente causador deve ser seguida da 
doença, enquanto a distribuição do período de incubação deve 
apresentar curva normal; o espectro da doença deve variar entre 
benigno e grave; grande chance de haver resposta do doente após 
a exposição; a modificação ou eliminação da provável causa, bem 
como a prevenção ou modificação da resposta do afetado, deve 
diminuir a incidência da doença; os achados sobre a doença devem 
ter embasamento na biologia. 
História Natural das Doenças 
→ Período pré-patogênico: inicio da doença sem alterações. 
→ Período patogênico: alterações de qualquer origem podem ser 
detectadas. 
→ Biologia moderna: 
 ↪ Biomarcadores: traços da presença de certo agente. 
 ↪ Marcadores de exposição: usados para indicar a 
presença do agente. 
 ↪ Marcadores de suscetibilidade: suscetibilidade do 
organismo a certo agente. 
→ Conceitos de infecção: 
 ↪ Bioagente ou agente infeccioso: aquele organismo que 
tem capacidade de produzir doença infecciosa. 
 ↪ Infecção: possibilidade de geração de uma doença 
infecciosa. 
 ↪ Doença infecciosa: doença causada por agente 
infeccioso ou seus produtos. 
 ↪ Doença transmissível: aquela que pode ser transmitida 
de pessoa para pessoa. 
 ↪ Transmissão direta: pessoa para pessoa. 
 ↪ Transmissão indireta: por água, objetos ou animais. 
 ↪ Indivíduo ou objeto contaminado: capaz de ser veículo 
de transmissão. 
→ Fatores de Infectividade: 
 ↪ Infectividade: capacidade de o organismo causar novas 
infecções. 
 ↪ Doses infectantes: quantas unidades do agente são 
necessárias para causar doença. 
 ↪ Virulência: capacidade de produzir casos graves ou fatais. 
 ↪ Patogenicidade: habilidade de o agente causar lesões no 
organismo do afetado. 
 ↪ Vetor: aquele que transporta o agente. 
 → Mecânico: não faz parte do ciclo de 
perpetuação do agente. 
 → Biológico: faz parte do ciclo de perpetuação do 
agente. 
 ↪ Hospedeiro: ser vivo alvo da infecção ou do agente. 
 → Intermediário: abriga em estágio assexual. 
 → Definitivo: abriga em estágio sexual. 
→ O processo de invasão do agente depende de diversos fatores 
do hospedeiro. 
 ↪ Imunização ativa: vacinas ou infecções anteriores. 
 ↪ Imunização passiva: soros ou vai placenta. 
 ↪ Portador em incubação: transmite agente mesmo sem 
manifestar a doença. 
 ↪ Portador crônico: transmite mesmo após a cura. 
 ↪ Portador assintomático: transmite agente e não possui 
sintoma. 
 
→ A difusão de uma doença depende de características do 
reservatório, das vias de transmissão e da proporção de pessoas 
suscetíveis. 
→ Três modos de transmissão das DIP: 
 ↪ Expansão: dissemina a partir de um ponto focal. 
 ↪ Relocação: o foco se origina de uma área, mas é 
movido por outras e se estabelecem novos focos. 
 ↪ Expansão/Relocação: combina dois critérios anteriores. 
Doenças Emergentes e Reemergentes 
→ Doenças infecciosas que aumentaram nas últimas décadas e 
tendem a aumentar no futuro. 
→ São um problema de saúde pública e exigem ações 
governamentais. 
 
Epidemiologia das Doenças Infecto Parasitárias 
→ Teoria da transição epidemiológica que diz que os problemas 
que determinam a ocorrência dessas doenças não foram 
controlados devido a questões sociais e econômicas do país. 
→ Malária: causada por protozoários Plasmodium (vivax, falciparum, 
malarie e ovale); vetor é o mosquito Anopheles; região norte e 
nordeste e de caráter endêmico. 
→ Dengue: vírus Flavirus; vetor Aedes aegypti; possui quatro 
sorotipos DENV1, 2, 3 e 4. 
→ Febre Amarela: Vírus Flaviviridae; vetores Aedes aegypti 
(urbana) e Haemogogus e Sabethes (silvetre). 
→ Leishmaniose visceral: agente é o protozoário Leishmania 
chagasii; vetor é o mosquito Lutzomyia longipalpise; principal fonte 
de infecção são cães; predominante em homem e crianças com 
menos de 10 anos devido ao sistema imune não totalmente 
desenvolvido. 
→ Tuberculose: causado pela bactéria Mycrobacterium tuberculosis, 
tem sido foco mundial devido a sua expansão após o aumento de 
casos de HIV; possui grande poder de disseminação. 
→ Hanseníase: bactéria Mycobacterium leprae, que possui longo 
período de incubação; afeta pele e sistema neurológico. 
→ Diarréia infantil aguda: causada por vírus, bactéria, toxinas e 
parasitas; indica baixo nível de saúde pública. 
→ Sarampo: causada por vírus; alta disseminação em crianças com 
menos de um ano e possui alta letalidade. 
→ Difteria: bactéria Corynebacterium diphtheriae com alta 
infecciosidade e baixa patogenicidade; se instala na nasofaringe; 
contaminação por meio de secreções oronasais. 
→ Tétano naonatal: bactéria Clostridium tetani; não é contagiosa, 
esporos do agente pode ser encontrados no meio ambiente, 
contaminação por meio do coto umbilical. 
→ Doença meningocócica: bactéria Neisseria meningitidis, se alojam 
nas vias respiratórias superiores; transmite de pessoa para pessoa. 
Epidemiologia Perinatal e da 
Infância 
→ Perinatal é o período a partir das 22 semanas de gestação até o 
7º dia após o nascimento. 
→ Neonatal é o período desde o nascimento até o 28º dia após o 
nascimento. 
→ No Brasil, 2% das crianças morrem antes de completar um ano, 
sendo 50% após a primeira semana de vida e 50% na primeira 
semana de vida, desses, 50% morre nas primeiras 24 horas. 
→ A mortalidade perinatal é o principal indicador para medir 
problemas perinatais. 
→ Nascido vivo: saída completa da mãe, independente da duração 
da gestação e que após o nascimento, possui sinais de vida. 
→ Nascido morto ou óbito fetal (acima de 22 semanas e com mais 
de 1000g): morte de um produto de concepção antes da extração 
completa da mãe, após a separação não apresenta nenhum sinal de 
vida. 
 ↪ Anteparto: antes do parto e decorre de complicações 
na gravidez ou doenças maternas, sendo evitável com o pré-natal. 
Classificação Wigglesworth, agrupa causas de morte nessa 
classificação. 
 ↪ Intraparto: durante o parto e decorre de problemas 
durante o mesmo, sendo evitável com o procedimento adequado, 
mostra a capacidade técnica da equipe. 
 
→ Principais causas de mortes: 
 ↪ Óbito fetal: afecções maternas relacionadas a 
gravidez/parto e hipóxia intrauterina. 
 ↪ Óbito neonatal precoce (0 a 6 dias de vida): 
complicações maternas relacionadas a gravidez ou parto, septicemia 
bacteriana do RN e complicações de placenta e cordão umbilical. 
 ↪ Óbitos perinatais: asfixia intraparto, causas anteparto e 
imaturidade. 
Prematuridade 
→ Tempo de gestação é feito através da data da última 
menstruação (DUM), subtraindo 3 meses e somando sete dias. 
→ É a principal causa de morte e adoecimento do RN, sendo as 
suas conseqüências mais graves do que as decorrentes de baixo 
peso. Prematuros podem ou não possuir baixo peso, mas, ainda 
assim, é considerado risco infantil. 
Infecções 
→ Sífilis congênita pode ser diagnosticada e tratada no pré-natal, se 
não, acarreta riscos ao feto. 
→ O teste rápido não é obrigatório, é recomendado. 
→ OMS estima que cerca de 26% das mortes parietais são devido 
a infecções não diagnosticadas. 
Amamentação 
→ Protege contra doenças infecciosas,promove crescimento e 
desenvolvimento intelectual, evita doenças degenerativas quando 
adulto. 
→ Existem tipos de amamentação: 
 ↪ Exclusiva: apenas seio. 
 ↪ Predominante: seio e outros líquidos. 
 ↪ Parcial: seio associado a fórmulas e alimentos sólidos ou 
semissólidos. 
 ↪ Total: todos os grupos acima. 
Estado Nutricional 
→ Peso para idade: não indica subnutrição. 
→ Altura ou comprimento para a idade: indica problemas no 
crescimento linear e, consequentemente, subnutrição. 
→ Peso para o comprimento: indicam subnutrições agudas. 
Cobertura Vacinal 
 
→ Brasil mantém altos os índices de cobertura vacinal infantil. 
 
Morbidade 
→ É avaliado através da elevada prevalência de infecções 
respiratórias, diarréias, anemias, parasitoses intestinais e 
hospitalização por essas patologias. 
→ Mortalidade Infantil é um importante indicador de saúde. 
Estudos Ecológicos 
→ São um ramo da epidemiologia, que é fonte de informação e 
aborda, através de métodos estatísticos, fenômenos de saúde-
doença-cuidado. 
→ Estudos ecológicos são aqueles em que a unidade em estudo é 
uma população de uma região definida. Este tipo de estudo visa 
relacionar os contextos socioambientais e ocorrência de doenças ou 
condições. Tem uma perspectiva segundo a visão holística do ser 
humano. Suas variáveis podem ser: 
 ↪ Medidas agregadas: síntese de características individuais 
em cada grupo (taxa de incidência de uma doença). 
 ↪ Medidas ambientais: características físicas do local de 
vivencia dos grupos (grau de poluição). 
 ↪ Medidas globais: tratando dos atributos de cada lugar 
(densidade demográfica). 
→ Podem ser também divididos segundo exposição: 
 ↪ Exploratório: sem exposição específica de interesse. 
 ↪ Analíticos: exposição mensurada e levada em 
considerada na análise. 
→ Divisão segundo método de agrupamento: 
 ↪ Múltiplos grupos: compara taxa de doença em diversas 
regiões, a fim de gerar padrões nos locais. 
 ↪ Séries temporais: analisa evolução de uma doença em 
um local definido. 
 ↪ Mistos: mescla ambos os métodos acima, gerando uma 
analise de evolução de uma doença em grupos diferentes. 
→ Possui a desvantagem de análise em grupo, não levando em 
consideração as características individuais. Além da perda de 
informação conforme a agrupação de dados. 
→ As vantagens são o baixo custo, maior facilidade de encontrar 
variações em diferentes regiões e a possibilidade de associações 
entre as exposições e doenças relacionadas a coletividade. 
→ Alguns exemplos: câncer de mama e colo de útero (diferenças 
entre pacientes); fecundidade na adolescência relacionada a 
analfabetismo e condições socioeconômicas.

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