Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Farmacologia aplicada Antifúngicos MORFOLOGIA • Reino Fungi • Eucariotos • Estrutura celular - parede celular, membrana citoplasmática, núcleo, membrana nuclear, DNA dupla fita, ribossomos, mitocôndrias, complexo de Golgi e retículo endoplasmático -A parede celular dos fungos é composta por: β 1,3 e β 1,6 glucanas, manoproteínas mananas, quitina e β 1,3 glucano sintase e membrana celular (composta por ergosterol). -Fungos dimórficos são os mais frequentes nas infecções em humanos. LADO BOM DOS FUNGOS: Biomediação: Descontaminação de solos e rios -Micorrizas: Associação entre fungos e raízes de plantas -Fermentação alimentar -Produção de ácidos orgânicos (ex.: ácido cítrico - Coca cola) -Maturação de queijos (Brie, gorgonzola) -Fungos comestíveis (Shimeji, shitake) -Produção de medicamentos LADO RUIM DOS FUNGOS: -Micotoxinas em alimentos -Decomposição alimentar -Decomposição de matéria orgânica -Fungos venenosos e alucinógenos -Doenças em animais e homens: MICOSES FUNGOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA ● Infecções fúngicas = MICOSES ● São classificadas como superficiais, cutâneas, subcutâneas, sistêmicas e oportunistas ● Candidíase e dermatofitoses são de maior incidência ● Acometem principalmente hospedeiros com comprometimento da resposta imune ● Compartilham genes homólogos, produtos gênicos e vias metabólicas com humanos dificultando alvos específicos para terapia medicamentosa. · FÁRMACOS -Um antifúngico ideal precisa ter: ● Toxicidade seletiva ● Amplo espectro de ação ● Baixo mecanismo de resistência - evitando seleção de cepas resistentes ● Não alergênico ● Boa estabilidade ● Boa farmacocinética (absorção, distribuição, excreção) ● Baixo custo -São fungicidas ou fungistáticos · Inibidores de parede -Equinocandinas Caspofungina, Micafungina, Anidulafungina ✔ Mecanismo de ação: Inibem a síntese da β (1,3)-glucana da parede celular = ruptura e morte - fungicida (inibição se dá na enzima β (1,3) glucana sintase) ✔ Uso exclusivo i.v., 1x/dia ✔ Candida – candidíase esofágica, invasiva e candidemia ✔ Aspergillus – aspergilose pulmonar, invasiva e refratária ✔ Micoses resistentes aos azóis ✔ Pouca interação com outros fármacos Efeitos adversos: febre, flebite, náusea, cefaléia -Raros casos de resistência -Mecanismos: ● Mutação no gene FKS1 (β1,3 glucana sintase) ● Bomba de efluxo. Ex Candida glabrata · Inibidores de membrana -Polienos Anfotericina e Nistatina -Ligam-se ao ergosterol – formação de poros na membrana - extravasamento de íons = rompimento – efeito fungicida -Anfotericina B ✔ I.V. ou tópica (cremes e pomadas) ✔ Sem absorção oral, mas podem ser usados para infecções TGI ✔ Pouca resistência ✔ Infecções refratárias ou potencialmente fatais ✔ Espectro de ação: Candida spp, Crytococcus, Aspergillus, Fungos dimórficos (Histoplasma capsulatum, , Coccidioides immitis, Paracoccidiodes braziliensis ) Fungos negros ✔ Anfotericina B desoxicolato - alta toxicidade = febre, calafrios, hipotensão, vômitos, cefaléia, nefrotoxicidade, anemia hemolítica -Toxicidade - reação cruzada com colesterol -Evoluções: Anfotericina B desoxicolato - muito tóxica e amplo espectro Anfotericina B lipossomal Anfotericina B dispersão coloidal Anfotericina B complexo lipídico Eficácia semelhante Menos efeitos colaterais - Nistatina ✔ Tópica – cremes, pomadas, pastilhas. ✔ Solução oral e comprimidos para candidíase oral e esofágica. ✔ Altamente tóxico ✔ Tratamento de dermatofitoses (tíneas) e infecções mucocutâneas – Candida ✔ Efeitos colaterais: náuseas, vômitos, diarréia em doses elevadas - Resistência é rara para os polienos ✔ Diminuição da quantidade de ergosterol ✔ Acúmulo de outro esterol com baixa afinidade pelos poliênicos -Inibidores do ergosterol AINDA AGEM NA MEMBRANA -Azóis -Inibição da enzima 14-α-lanosterol demetilase – inibe conversão de lanosterol a ergosterol – Fungistático - Introduzidos nas década de 80 = nova era na terapia sistêmica -Imidazóis: Miconazol, Cetoconazol, Clotrimazol. Mais efeitos adversos (hepatotoxicidade) e interações medicamentosas por maior ação nas enzimas CYP humanas. -Cetoconazol ✔ Uso tópico – pomadas, cremes e xampus ✔ Dermatite seborreica e Ptiríase versicolor ✔ Uso oral para inibir produção excessiva de cortisol na síndrome de Cushing -Miconazol e Clotrimazol ✔ Uso tópico – creme, pomada, spray ✔ Dermatofitoses (tíneas), candidiase oral e vulvovaginal -Efeitos colaterais: ardência, prurido e irritação -Triazóis: Itraconazol, Fluconazol, Voriconazol, Posaconazol. Maior espectro de ação e menor interação medicamentosa e efeitos colaterais. -Itraconazol ✔ Uso oral (junto a refeição) - substituiu o cetoconazol = menos interação com CYP, maior espectro ✔ Dermatofitoses e onicomicoses (alta afinidade a queratina) ✔ Histoplasmose, coccidioidomicose, paracoccidioidomicose, esporoticose - Fluconazol ✔ Alta biodisponibilidade oral e atravessa a BHE ✔ Criptococose meníngea, micose pulmonar, óssea, de pele ✔Candidemia i.v.; candidíase vulvovaginal v.o. -Efeitos colaterais: alterações gastrintestinais, hepatopatia -Voriconazol ✔ Uso oral e i.v. ✔ Aspergilose pulmonar invasiva e Candida não-albicans ✔ Uso acima de 12 semanas – fotossensibilidade, câncer de pele (imunossuprimidos ou expostos ao sol) Posaconazol ✔ Uso oral (junto a refeição) ✔ Aspergilose invasiva, candidíase orofaríngea, histoplasmose, coccidioidomicose, paracoccidioidomicose -Atentar-se as interações medicamentosas -Mecanismos de resistência do azóis: Mutação do gene ERG 11(C14𝞪-lanosterol demetilase). Menor afinidade ao fármaco Aumento de bomba de efluxo. Menor concentração do fármaco Aumento da expressão da C14𝞪-lanosterol demetilase. Menor efeito do fármaco -Alilaminas -Terbinafina (vo e tópico) -Butenafina (tópico) -Amorolfina (tópico) Inibição da enzima esqualeno-epoxidase = acúmulo de esqualeno – tóxico para o fungo - fungicida ✔ Efeito sinérgico aos azóis ✔ Dermatofitoses (tíneas) e onicomicoses ✔ Com azóis para esporotricose -Terbinafina -Efeitos colaterais: Distúrbios TGI (diarreia, indispepsia e náuseas), cefaleia e urticária. Foram relatados distúrbios de paladar e visão. -Farmacocinética: ● A terbinafina - ligada às proteínas plasmáticas e se deposita na pele, nas unhas e no tecido adiposo. ● Acumula no leite e, por isso, não deve ser administrada a lactantes. · Inibidores de mitose -Griseofulvina Inibe a mitose por se ligar a tubulina e inibir a polimerização dos microtúbulos – fungistática ✔ Uso oral e tópico ✔ Substituídos pelos azóis e terbinafina ✔ Tíneas da cabeça, pele e unhas ✔ tratamento de longa duração: 6-12 meses para onicomicose -Efeito colateral: cefaléia. Contra-indicados para gestantes Como minimizar a seleção de cepas resistentes? ✔ Evitar o uso indiscriminado ✔ Diagnóstico correto e tratamento adequado ✔ Utilizar dosagens adequadas e suficientes ✔ Mudar o antifúngico tão logo se observa sinais de resistência ✔ Fazer teste de susceptibilidade à droga quando necessário
Compartilhar