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1 3 •Dimensionar componentes de sistemas de transmissão mecânica. •Compreender a dinâmica dos dispositivos de transmissão mecânica. •Avaliar rendimento mecânico. •Interpretar desenhos, representações gráficas e projetos de baixa complexidade de máquinas e redutores. •Projetar mecanismos para soluções de sistemas mecatrônicos. •Identificar, selecionar e montar mecanismos que atendam à cinemática exigida para o conjunto. •Avaliar a mobilidade dos mecanismos. •Desenvolver a análise cinemática do mecanismo. •Avaliar os movimentos mútuos dos elementos, no estudo dos arranjos físicos da máquina. Componentes e dinâmica de funcionamento de sistemas de transmissão mecânica: Rotação, torque, velocidade, força e potência; Rendimento mecânico; Transmissão por engrenagem e por correias; Mancais de rolamentos; Mecanismos de movimentação posicionamento e fixação. COMPETÊNCIAS EMENTA HABILIDADES BASE TECNOLÓGICA •Identificar e correlacionar tipos de transmissão mecânica. •Utilizar normas técnicas de materiais de aplicação mecânica. •Interpretar catálogos, manuais e tabelas de máquinas. •Desenhar esquemas e croquis para dimensionar sistemas de transmissão. •Calcular as relações de força e movimento e dimensionar os componentes dos sistemas de trans- missão. •Calcular rendimento mecânico. •Elaborar relatórios técnicos sobre materiais mecânicos. •Definir mecanismos a serem utilizados em projetos mecatrônicos. •Associar os elementos de máquinas e mecanismos que permitem obter a mobilidade projetada para o conjunto. •Determinar os graus de liberdade dos mecanismos. •Funcionamento dos sistemas de transmissão •Relação de transmissão •Rotação, torque, velocidade, força e potência •Rendimento mecânico •Transmissão por engrenagem •Transmissão por correias •Mancais de rolamentos •Mecanismos de movimentação posicionamento e fixação: -Aplicação e exemplos de utilização UNIDADE INFORMATIVA 5 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................7 OBJETIVO ................................................................................................................................7 UNIDADE I - ELEMENTOS DE FIXAÇÃO ......................................................................................9 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................9 2. PARAFUSOS .........................................................................................................................10 2.1.Roscas ................................................................................................................................... 11 2.2. Conjuntos de suporte .......................................................................................................... 11 2.3. Características do parafuso .................................................................................................. 12 2.4. Montagem ........................................................................................................................... 12 2.5. Exercícios de Avaliação ........................................................................................................ 13 3.CONJUNTO DE SUPORTE .......................................................................................................14 3.1.Porcas ................................................................................................................................... 14 3.2. Arruelas ............................................................................................................................... 15 3.2.1. Tipos de arruelas .............................................................................................................. 15 3.3. Exercícios de Avaliação ........................................................................................................ 16 4.1. Roscas de passo pequeno .................................................................................................... 17 4.2. Roscas de passo normal ....................................................................................................... 17 4.3. Roscas de transporte ........................................................................................................... 17 4.4. Perfis de rosca ...................................................................................................................... 17 4.5. Direção dos filetes ............................................................................................................... 18 4.6. Medidas de uma rosca ......................................................................................................... 18 4.6.2. Rosca whithworth normal ................................................................................................ 19 4.6.3. Rosca trapezoidal métrica ................................................................................................. 19 4.7. Exercícios de Avaliação ........................................................................................................ 19 5. OUTROS ELEMENTOS DE FIXAÇÃO .......................................................................................20 5.1. Travas ................................................................................................................................... 20 5.2. Anéis de trava ...................................................................................................................... 21 5.3. Pinos .................................................................................................................................... 21 5.4 Exercícios de Avaliação ......................................................................................................... 22 UNIDADE II - ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO ...........................................................................22 6. ENGRENAGENS ....................................................................................................................23 6.1. Elementos de uma engrenagem .......................................................................................... 23 6.2. Tipos de engrenagens .......................................................................................................... 24 6.3. Relação de transmissão ....................................................................................................... 25 6.4. Tópico especial em engrenagens: Chavetas ......................................................................... 25 6.4.1. Tipos de chavetas: ............................................................................................................ 26 6.5. Exercícios de Avaliação ........................................................................................................ 27 7. TRANSMISSÃO POR CORREIAS E POLIAS ..............................................................................28 7.1.1. Correia plana .................................................................................................................... 28 7.1.2. Tensionador ou esticador ................................................................................................. 28 7.1.3. Materiais ........................................................................................................................... 29 7.1.4. Correia em V ..................................................................................................................... 29 7.1.5. Perfil das correias em V .................................................................................................... 29 6 7.1.6. Perfil dos canais para polias de correias em V .................................................................. 29 7.1.7. Relação de transmissão para correias em V .....................................................................29 7.1.8. Transmissão por correia dentada ..................................................................................... 30 7.2. Manutenão e Cuidado com Correias e Polias ...................................................................... 30 7.2.1. Danos ................................................................................................................................ 30 7.3. Tramissão por Corrente ....................................................................................................... 31 7.3.1. Tipos de correntes ............................................................................................................ 31 7.3.2. Engrenagens para correntes ............................................................................................. 32 7.4. Exercício de Avaliação .......................................................................................................... 32 8. ACOPLAMENTOS ..................................................................................................................33 8.1. Princípio de funcionamento ................................................................................................ 33 8.2. Classificação ......................................................................................................................... 33 8.2.1. Acoplamentos permanentes rígidos ................................................................................. 33 8.2.3. Acoplamentos articulados ................................................................................................ 35 8.2.4. Acoplamentos comutáveis (embreagens) ......................................................................... 36 9. FREIOS .................................................................................................................................38 9.1 Exercícios de Avaliação ......................................................................................................... 39 UNIDADE III – ELEMENTOS DE APOIO ......................................................................................40 10. Mancais de rolamento e deslizamento ...............................................................................40 10.1. Rolamentos ........................................................................................................................ 40 10.1.1. Classificação .................................................................................................................... 40 10.1.2. Tipos de rolamentos ....................................................................................................... 40 10.1.3. Classificação quanto à forma construtiva ....................................................................... 42 10.2.1. Classificação dos mancais de deslizamento .................................................................... 43 10.2.2. Formas construtivas ........................................................................................................ 43 10.2.3. Buchas para mancais ...................................................................................................... 44 10.2.4. Classificação das buchas ................................................................................................. 44 10.2.5. Materiais para buchas .................................................................................................... 44 10.3. Exercícios de Avaliação ...................................................................................................... 44 11. MOLAS ..............................................................................................................................45 11.1.Torção em corpos cilíndricos .............................................................................................. 46 11.2.Molas helicoidais ................................................................................................................ 46 11.2.1.Molas helicoidais para compressão ................................................................................. 46 11.2.2.Molas helicoidais de tração ............................................................................................. 47 11.2.3.Molas helicoidais de torção ............................................................................................. 47 11.2.4.Molas helicoidais cônicas ................................................................................................ 47 11.3. Exercícios de Avaliação ...................................................................................................... 48 BIBLIOGRAFIA .........................................................................................................................49 7 Caro Aluno, Os componentes de máquinas devem ser estudados para compreensão à cerca de máqui- nas e equipamentos industriais. O conhecimento sobre Mecanismos Mecatrônicos que você obterá apresentará os padrões adotados, os componentes de máquinas mais comuns e os seus princípios de funcionamento. Isso permitirá que você saiba reconhecê-lo, dimensioná-lo e realizar manuten- ção. Além de lhe dar ideias quando chegar sua hora de conceber o projeto de algum equipamento ou máquina. Portanto, avaliar o funcionamento de máquinas, buscar saber como elas operam e a forma como foram fabricadas, ajudará no domínio desta disciplina. Atenciosamente Prof. João Antonio APRESENTAÇÃO OBJETIVO Este material foi desenvolvido para ser aplicado com alunos em processo de educação pro- fissional cujo a finalidade é trazer conhecimentos teóricos e práticos sobre os Mecanismos Meca- trônicos presentes em máquinas e equipamentos industriais, contribuindo assim para o processo de formação profissional. Atenciosamente Prof. João Antonio 9 UNIDADE I - ELEMENTOS DE FIXAÇÃO 1. INTRODUÇÃO Os elementos de uma máquina definem a forma como ela funciona e o seu ritmo de trabalho. Conhecê-los é fundamental para a análise de projetos, manutenção de equipamentos e operação de máquinas. Todavia, antes de conhecer as funções e características dos elementos, é importante saber o que é uma máquina. Máquina: é um dispositivo que utiliza algum tipo de energia (elétrica, térmica, mecânica...) e a transforma em trabalho com uma finalidade específica. Com base no exposto, questiona-se: uma bicicleta é uma máquina? Um martelo é uma máquina? A bicicleta é uma máquina e segue a lógica apresentada no fluxograma da Figura 1.1: Figura 1.1: Fluxograma de uma máquina. O usuário fornece à bicicleta energia mecânica e ela transforma essa energia em deslocamento (trabalho). Aplicando o mesmo fluxograma para o martelo, conclui-se que ele não realiza trabalho, necessariamente, pois o martelo é uma ferramenta. Ferramenta: é um instrumento que permite a realização de determinados trabalhos. Comparando-se a bicicleta ao martelo, percebe-se que eles possuem diferentes níveis de complexidade. Um martelo possui um cabo e uma cabeça, já uma bicicleta possui uma série de ELEMENTOS usados para converter a energia mecânica fornecida pelo ciclista em movimento. Tanto as máquinas quanto seus elementos são selecionados criteriosamente com base em necessidades e pré-requitos. Na Figura 1.2, é apresentado um fluxograma que ilustra o processo de seleção. Figura 1.2: Critérios para seleção de máquinas. Para auxiliar os construtores de uma obra civil no transporte de cargas, o mestre de obras planeja a compra de um equipamento. Como seu orçamento é limitado, ele verifica cuidadosamente os principais critérios que guiarão a compra: Necessidade: transporte de carga Requisitos: cargas de até 50 Kg Máquinasque cumprem com os critérios: carro de mão, veículo motorizado, sistema de transporte automatizado. A máquina utilizada foi o carro de mão, pois: • O tempo para montagem do sistema automatizado compromete o prazo de entrega, além de ser um sistema caro e exigir um profissional dedicado para operá-lo; • Um veículo motorizado ocuparia espaço extra na obra, além dos custos com combustível e manutenção; • Como as cargas são menores que 50 Kg, os operários podem manuseá-lo sem grandes esforços, além de ser barato. Ao adquirir o carro de mão, o mestre de obras observou o seu manual, conforme pode ser observado na Figura 1.3. 10 Com base em alguns elementos vistos na lista, o mestre de obra completou o fluxograma dos critérios de seleção dos elementos de máquinas. Figura 1.3: Partes de um carro de mão. Figura 1.4: Critério seleção para elementos de máquinas. Convém ressaltar que os elementos de uma máquina diferem de sua estrutura: Estrutura: é um conjunto de elementos de construção que tem por finalidade receber e transmitir esforços mecânicos. Como exemplo de estrutura do carro de mão, há a caçamba, os braços de sustentação e os apoios de base. Os elementos de máquina são classificados segundo a sua função como: • Elementos de fixação; • Elementos de transmissão; • Elementos de apoio; • Elementos de vedação. Parafuso e porca, segundo registrado no fluxograma, foram selecionados para função de fixação. Contudo, apenas a função não é o suficiente para selecionar o elemento de máquina que atenderá uma necessidade da forma mais adequada. Outros critérios podem ser: • Custo; • Material utilizado na fabricação; • Resistência à corrosão; • Resistência a impactos • Confiabilidade; • Peso; • Entre muitos outros. Como pode ser visto, os elementos de máquinas são essenciais em uma máquina. Eles possuem diversas características e especificidades que contribuirão para o desempenho do equipamento. Ao longo dos capítulos, serão apresentadas características de diversos elementos de máquinas. 2. PARAFUSOS Os parafusos (Figura 2.1) são os principais elementos de fixação em um projeto mecânico. Dentre todos os componentes usados para a função de unir duas ou mais peças, os parafusos constituem o principal grupo de escolha para os projetistas. Dentre suas principais características de interesse, estão: relativa mobilidade em relação a outras formas de fixação, alta resistência à tração, fácil utilização e baixo custo. Figura 2.1: Parafuso. 11 Os parafusos são elementos de corpos cilíndricos ou cônicos (geralmente de material metálico) e roscados, normalmente possuem uma extremidade contendo uma “cabeça” (Figura 2.2) que tanto serve para permitir o aperto quanto auxiliar na fixação geral dos componentes em questão. Os parafusos podem ser classificados quanto ao tipo de rosca, formato do corpo e o formato da cabeça da peça. Figura 2.2: partes do parafuso. 2.1.Roscas Uma rosca é um perfil contínuo de saliências helicoidais, de espaçamento uniforme que se desenvolve ao longo de uma superfície cilíndrica ou cônica. As saliências são conhecidas tecnicamente como filetes, sendo a principal característica definidora do parafuso. As roscas podem ser internas (em peças ou furos roscados) e externas, no caso dos parafusos. Independente de ser interna ou externa, a rosca obedece ao mesmo padrão, dependendo da norma utilizada para a usinagem da mesma. O padrão europeu, norma ISO, medido em milímetros, é largamente utilizado no Brasil e, bastante comum em peças usinadas nacionalmente. Essa norma utiliza um ângulo de filete de 60º e são medidas por meio do diâmetro máximo (nominal externo). Outra norma utilizada é inglesa, chamada Whithworth, medida em polegadas e com ângulo de filete de 55º. É notável que esses tipos de rosca não são intercambiáveis, portanto, incompatíveis entre si. 2.2. Conjuntos de suporte Adicionalmente, os parafusos contam com peças de suporte para a fixação de elementos mecânicos, neste tópico, abordaremos, brevemente, estas peças. Arruelas: são, basicamente, discos perfurados (geralmente metálicos), de pouca espessura, usados para a distribuição uniforme das forças de pressão exercidas pelo aperto do parafuso; Figura 2.3: Arruelas lisas. Porcas: são cilindros de rosca interna usados para contrapor os parafusos por meio de tração na extremidade oposta à cabeça da primeira peça; Figura 2.4: Porcas sextavadas. Nomeamos didaticamente essas peças de conjunto de suporte devido à sua incapacidade de atuar independentes de um parafuso, servindo exclusivamente para prestar auxílio às funções do componente de fixação estudado. Agora que temos uma base de conceitos técnicos sobre o elemento de fixação tipo parafuso, podemos estudá-lo mais profundamente, entendendo seu funcionamento diferenciado de acordo com características especiais. 12 2.3. Características do parafuso Independente do sistema que normatiza o tipo do parafuso, sua função é, e sempre foi, a mesma: fixar alguma coisa. Assim, as diversas situações de fixação exigem parafusos especializados. Antes de tudo, vamos entender como funcionam suas medidas: • Diâmetro externo ou maior da rosca: é o valor em unidades da distância total de um pico de filete (ponto inicial) ao pico de filete exatamente oposto a esse (ponto final); • Comprimento da rosca: como o nome já diz, trata-se do valor em unidades do ponto inicial da rosca ao ponto em que encerra na extremidade oposta; • Tipo de cabeça: Hexagonal, sextavada ou redonda; • Comprimento do corpo: o comprimento geral do parafuso, de “ponta a ponta”; • Tipo da rosca: a norma em que o parafuso foi construído (Inglesa e ISO são as mais comuns). Figura 2.5: Parafusos de cabeça sextavada. 2.4. Montagem Um fator determinante para o uso de um parafuso é sua aplicação prática. Há diversas possibilidades as quais se deseja fixar uma peça à outra. Tratando-se de projetos, os parafusos devem atender ao requisito resistência e, principalmente, à economia de espaço útil, logo, à aplicação dita o parafuso. Parafusos sem porca (não passantes): se a situação não permite o uso de uma porca como suporte, aplica-se este tipo de parafuso. Uma das peças possui um furo passante (liso) e a outra uma rosca interna, assim, o parafuso passa por entre a primeira e fixa-se à segunda, mantendo o conjunto seguro; Figura 2.6: Parafuso não passante. Parafuso com porca: o conjunto mais comumente observado, o parafuso fixa os componentes por meio do auxílio de porcas e/ ou arruelas, neste caso, trata-se de um parafuso passante; Figura 2.7: Parafuso com porca. • Parafuso prisioneiro: recebe este nome por ficar preso a uma peça fixa. Este tipo de parafuso consiste de uma barra circular roscada com roscas nas duas extremidades. Introduzindo um dos lados e apertando a uma peça, se permite a outra extremidade ficar livre, sendo capaz de aplicar aperto nas peças em que se deseja fixar por meio de uma porca. Ao separar o conjunto, o prisioneiro estará fixo em uma das peças; 13 Figura 2.8: Parafuso prisioneiro. Parafuso Allen: é um parafuso de alta resistência à tração que possui um furo hexagonal em sua cabeça. Normalmente, a cabeça do parafuso é cilíndrica e possui recartilhado nas laterais para melhor manuseio durante instalações. Esse tipo de parafuso é usado sem porca (não passante) e é, geralmente, instalado em rebaixos feitos na peça fixada. Figura 2.9: parafuso tipo allen. • Parafusos de travamento: em geral, são parafusos sem cabeça que possuem toda a extensão de seu corpo roscado. Possuem um furo hexagonal em sua extremidade (similar aos furos do Allen) e são usados para evitar movimento relativo entre duas peças que tendem a deslizar entre si. São também conhecidos como Allen sem cabeça; • Parafusos autoatarraxantes: são destinados, principalmente, para materiais moles ou de pequena espessura. Seu corpo é cônico e possui umarosca de passo largo que entalha a rosca à medida que é apertado contra o material. A cabeça desse tipo de parafuso é circular, abaulada ou chanfrada e possui uma fenda reta ou em cruz; Figura 2.10: Parafuso autoatarraxante. • Parafusos para pequenas montagens: são parafusos variados para aplicação em diversos materiais. Merecem destaque os parafusos para madeira, que possuem roscas especiais, formato cilíndrico e uma ponta na extremidade oposta à cabeça; • Parafusos de fundação: são parafusos de aço ou ferro fundido usados, basicamente, para fixação de equipamentos a uma fundação (concreto ou alvenaria). Os formatos desse parafuso propiciam maior aderência ao concreto graças a dentes ou saliências que se fixam à construção. Figura 2.11: Parafuso de fundação. 2.5. Exercícios de Avaliação 1) Uma característica do parafuso é que todos eles apresentam: a) ( ) pinos; b) ( ) roscas; c) ( ) arruelas. 14 2) Em geral, o parafuso é composto de: a) ( ) cabeça e haste; b) ( ) cabeça e corpo; c) ( ) cabeça e garras. 3) Quanto à finalidade ou à função, os parafusos podem ser assim classificados: a) ( ) De pressão, sem pressão, passantes, prisioneiros. b) ( ) Prisioneiros, não passantes, de pressão, roscados. c) ( ) Não passante, de pressão, roscados internamente, roscado externamente. d) ( ) Passantes, não passantes, prisioneiros, de pressão. 4) Utiliza-se o parafuso Allen sem cabeça para: a) ( ) travar elementos de máquinas; b) ( ) suportar mais peso; c) ( ) tornar o conjunto mais resistente; d) ( ) melhorar o aspecto do conjunto. 5) Emprega-se o parafuso de cabeça redonda com fenda no seguinte caso: a) ( ) Quando o elemento sofre muito esforço. b) ( ) Quando há muito espaço. c) (x) Em montagem que não sofre grande esforço. d) ( ) Quando há um encaixe para a cabeça do parafuso. 3.CONJUNTO DE SUPORTE 3.1.Porcas As porcas são peças de fixação ou regulagem geralmente constituída do mesmo material que o parafuso ao qual estão atreladas. Para o melhor manuseio, são de formato sextavado, quadrado, hexagonal ou redondas. Sua rosca interna é compatível com o parafuso a qual está atrelada, portanto, são comumente vendidas em conjunto com esses. Da mesma forma que os parafusos, as porcas são classificadas quanto a seu formato e a sua função, as outras características são baseadas no parafuso ao qual será atrelada. Os tipos de porcas são: • Castelo: é uma porca hexagonal com seis entalhes radiais que coincidem face a face e devem ser alinhados junto a um furo no parafuso ao qual prestam suporte. Estes entalhes servem para travar a porca ao parafuso por meio de uma cupilha; Figura 3.1: Porca tipo castelo. • Cega: uma porca em formato de cúpula redonda recobre uma das extremidades do parafuso. Geralmente, possui um acabamento liso e de boa aparência; Figura 3.2: Porca cega. • Contraporca: são usadas em situações de fixação com cargas elevadas de vibração ou impacto. Esse tipo de esforço mecânico tende a afrouxar as porcas e comprometer a fixação do equipamento. Assim, as contraporcas funcionam como meio de travar a primeira porca por pressão do aperto. São, geralmente, mais finas que as porcas principais, uma vez que duas de mesmo tamanho comprometeriam muito 15 espaço e comprimento da rosca do parafuso em questão. São necessárias duas chaves de boca para o aperto adequado desses dois elementos; Figura 3.3: Contraporca. • Borboleta: são porcas munidas de placas similares às asas de uma borboleta, usadas para realizar aperto manual (sem necessidade de ferramentas). São usadas quando a montagem e desmontagem de um equipamento são frequentes. Figura 3.4: Borboleta. 3.2. Arruelas As arruelas são discos de pouca espessura com um furo central pelo qual passará o parafuso. A principal função de uma arruela é a distribuição uniforme da pressão de um parafuso ou porca, sendo as principais consequências dessa característica: • Proteção da superfície da peça a ser fixada, evitando deformações; • Evita o afrouxamento de porcas; • Reduz/elimina folgas axiais (quando usadas para tal); • Evita desgaste na cabeça do parafuso ou porca. A arruela deve ser fabricada do mesmo material que o conjunto (porca e parafuso), uma vez que materiais de dureza distintos tendem a deformar de forma diferente, podendo causar desalinhamentos, e desgastes prematuros e indesejados. 3.2.1. Tipos de arruelas Arruela lisa: usadas, principalmente, para distribuir uniformemente a força do aperto. São, basicamente, discos de aço que podem ser obtidos por meio de recorte em uma chapa; Figura 3.5: Arruela lisa. Arruela de pressão: são espiras de mola helicoidal com seção retangular. À medida que sofrem compressão, geram grande contrapressão entre a mola e a superfície de apoio. Devido à sua seção retangular, as arestas da arruela penetram nas superfícies (base e porca) aumentando o poder de travamento; Figura 3.6: Arruela de pressão. • Arruela serrilhada: consiste de um disco provido de saliências em formato de serrilha. 16 Estes dentes são inclinados em direção à peça de base e possuem cantos vivos. À medida que a porca é apertada, a arruela tende a ficar plana e os cantos vivos penetram na superfície da base de contato, aumentando a capacidade de travamento. É usado em parafusos de cabeça chanfrada, visando impedir o completo aplainamento, que neutralizaria o efeito da penetração. Figura 3.7: Arruela serrilhada. 3.3. Exercícios de Avaliação 1) Quando queremos evitar afrouxamento de um parafuso ou de uma porca, usamos: a) ( ) chaveta b) ( ) pino c) ( ) arruela 2) Para melhorar o aspecto do conjunto e distribuir igualmente o aperto, usamos o seguinte tipo de arruela: a) ( ) lisa; b) ( ) cônica; c) ( ) perfilada. 3) As arruelas de pressão são elementos de trava muito utilizados nos casos em que exigem: a) ( ) Pequenos esforços e grandes vibrações. b) ( ) Grandes esforços e pequenas vibrações. c) ( ) Grandes esforços e grandes vibrações. 4) A arruela que oferece maior travamento de um parafuso é: a) ( ) arruela serrilhada; b) ( ) arruela lisa; c) ( ) arruela ondulada. 4. ROSCA Como já visto anteriormente: “Uma rosca é um perfil contínuo de saliências helicoidais, de espaçamento uniforme que se desenvolve ao longo de uma superfície cilíndrica ou cônica.”. Cada saliência é conhecida tecnicamente como filete (Figura 4.1). Matematicamente, podemos obter o valor do passo de uma rosca (distância entre filetes), o diâmetro médio ou mesmo o ângulo da hélice por meio de fórmulas trigonométricas: α= ângulo da hélice; P= passo da rosca; H= hélice; D= diâmetro médio. Figura 4.1: Partes de uma rosca. Aplicando as relações trigonométricas, obtemos: α=tgα=P/(D×π) Logo: P=tgα×D×π Como via de regra, parafusos de fixação devem manter α<15º. Observe que o ângulo da hélice não deve ser confundido com o ângulo 17 entre os filetes. 4.1. Roscas de passo pequeno Usada em máquinas que tendem a apresentar vibrações, que necessitem de ajuste fino ou em peças de pouca espessura. As roscas desse tipo são feitas de ligas de aço e tratadas termicamente para que não se deformem com facilidade. As roscas finas propiciam um bom aperto inicial e mantêm a tensão devido à configuração próxima de seus filetes. 4.2. Roscas de passo normal Como o nome já indica, as roscas de passo normal são as mais comuns em projetos mecânicos. São fáceis de fabricar e proporcionam bons resultados de aperto. Embora possam ser usadas em quase todas as aplicações, deve- se tomar cuidado especial ao aplicá-las em máquinas que apresentem vibração, pois tendem a apresentar folgas. Para tais casos, recomenda- se o uso de arruelas de pressão. 4.3. Roscas de transporte Uma rosca de passo longo com o objetivo de transmitir movimento. Empregada em máquinas que transformam movimento circular (do eixo roscado) em movimento linear, a exemplo, temos o torno, a morsa (Figura 4.2) e a prensamecânica. Figura 4.2: Morsa de bancada. 4.4. Perfis de rosca Agora que conhecemos quais os tipos básicos de roscas e suas aplicações, nos resta analisá-las baseado no perfil de seus filetes, que são: • Triangulares (Figura 4.3): usado em tubos, uniões, parafusos e porcas. É o tipo mais comum de perfil de rosca; Figura 4.3: Rosca de perfil triangular • Trapezoidal (Figura 4.4): aplicado em transmissão de movimento (vide roscas de transporte), seu passo é longo e o perfil de rosca, mais “robusto”; Figura 4.4: Rosca de perfil trapezoidal. • Redondo (Figura 4.5): visto comumente em lâmpadas, fusíveis e elementos de vedação de gases. Esse tipo de rosca suporta grandes solicitações mecânicas devido ao formato sem arestas vivas, podendo ser aplicado em maquinário pesado; Figura 4.5: Rosca de perfil redondo. 18 • Dente de serra (Figura 4.6): aplicado para maquinário que exige aplicação de forças em um único sentido (como macacos), tem um perfil de arestas vivas em um sentido de aplicação. Figura 4.6: Rosca de perfil dente de serra. • Quadrado (Figura 4.7): Aplicado em máquinas que sofrem grandes esforços e choques mecânicos. Figura 4.7: Rosca de perfil quadrado 4.5. Direção dos filetes Outra importante característica de uma rosca é o sentido de seus filetes, estes são: • À direita: ao avançar, o fuso gira no sentido horário (aperto à direita); • À esquerda: ao avançar, o fuso gira no sentido anti-horário (aperto à esquerda). A direção dos filetes é muito importante quando os elementos de fixação recebem cargas de vibração, forças de rotação ou estão submetidas a forças de torque. Estas situações tendem a gerar folgas entre os parafusos e as porcas, podendo ser diminuídas com ajuda do sentido de rosca adequado. 4.6. Medidas de uma rosca Como qualquer outro componente mecânico, as roscas possuem padrão de medidas, valores os quais propiciam um intercâmbio entre peças sobressalentes, e definições de projeto mais sólidas e concisas. Essas medidas são: D = diâmetro maior da rosca interna (nominal); d = diâmetro maior da rosca externa (nominal); D1 = diâmetro menor da rosca interna; d1 = diâmetro menor da rosca externa; D2 = diâmetro efetivo da rosca interna; d2 = diâmetro efetivo da rosca externa; P = passo; f = folga; N = número de voltas por unidade de medida; n = número de filetes (fios por unidade de medida); H = altura do triângulo fundamental; he = altura do filete da rosca externa; hi = altura do filete da rosca interna; i = ângulo da hélice (α); rre = arredondamento do fundo da rosca do parafuso; rr1 = arredondamento do fundo da rosca da porca. Usando as medidas usadas acima, podemos aplicá-las aos tipos mais comuns e conhecidos de roscas usadas no dia a dia da construção mecânica. 4.6.1. Rosca métrica de perfil triangular (Norma ISO) d = nominal; d1 = d-1,2268 x P; he = 0,61343 x P; rre = 0,14434P; D = d/2 x f; D1 = d-1,0825 x P; h1 = 0,5413 x P; rri = 0,063 x P; d2 e D2 = d-0,64953 x P; f = 0,045 x P; H = 0,86603 x P. 19 Figura 4.8: Rosca de perfil triangular ISSO. i = tgα = P/(π×d1) 4.6.2. Rosca whithworth normal P = 1’’/ nº filetes por polegada; H = 0,9605 x P; h1 = 0,6403 x P; d1 = d-2h1; rre = rri = 0,1373 x P; d2 = d1 + h1. Figura 4.9: Rosca withworth normal 4.6.3. Rosca trapezoidal métrica P = variável; d1 = d-2 x h1; D = d + 2 x a; D1 = d-2(h1-a); d2 = d – 0,5 x P; h = 1,866 x P; h1 = 0,5(P +a); h2 = 0,5 (P+a-b); H = 0,5(P+2a-b); Ângulo = 30º. Figura 4.10: Rosca trapezoidal métrica. 4.6.4. Rosca quadrada Folga = 0,05 x h; h = 0,5 x P; a = 0,5 x P; P(métrico) = 0,2 x D. Figura 4.11: Rosca quadrada. 4.7. Exercícios de Avaliação 1) A rosca em que o filete de perfil tem forma triangular, denomina-se rosca: a) ( ) redonda b) ( ) quadrada c) ( ) triangular 2) Em fusos de máquinas, usa-se rosca com filete de perfil: a) ( ) trapezoidal b) ( ) dente-de-serra c) ( ) quadrado 20 3) Quanto ao perfil, as roscas podem ser dos seguintes tipos: a) ( ) Métrica, whitworth, americana b) ( ) Americana, métrica, cilíndrica c) ( ) Métrica, whitworth 4) Calcular o diâmetro menor de um parafuso (d1) para uma rosca de diâmetro externo (d) de 10mm e passo (p) de 1,5 mm. 5) Calcule o diâmetro menor de uma rosca métrica normal com os seguintes dados: Diâmetro externo: 6 mm Passo: 1 mm 6) Calcular a folga (f) de uma rosca métrica normal de um parafuso cujo diâmetro maior (d) é de 10 mm e o passo (p) é de 1,5 mm. 7) Calcular o diâmetro menor de um parafuso com rosca whitworth, cujo diâmetro é de 1/2 polegada (12,7mm) e que tem 12 fios por polegada. 8) Calcule o diâmetro menor do parafuso com rosca whitworth, cujo diâmetro é de 1/4" (6,35 mm) e que tem 26 fios por polegada. 5. OUTROS ELEMENTOS DE FIXAÇÃO 5.1. Travas Em um projeto de máquinas que use elementos de fixação como os vistos anteriormente, deve-se considerar a necessidade de usar elementos complementares para garantir que os componentes permaneçam unidos enquanto são submetidos aos esforços comuns à tarefa. Quando estas solicitações mecânicas exigem movimentos bruscos, vibrações, impactos ou movimentos radiais, os elementos de trava são a solução mais prática. Vejamos alguns exemplos de elementos de trava: Trava por fechamento de forma: é a mais segura, pois impede que o conjunto porca/ parafuso afrouxe. 21 Trava por fechamento de forças: uma forma de trava por compressão entre a base e o conjunto de fixação, diferente da trava por fechamento de forma, não impede completamente o afrouxamento. 5.2. Anéis de trava Os anéis de trava (também conhecidos como anéis de segurança ou de retenção) são anéis incompletos que têm a finalidade principal de impedir ou limitar movimentos axiais de peças que deslizem sobre um eixo. Normalmente, são fabricados dos mesmos materiais que se fabricaria uma mola, assim, possuem a capacidade elástica necessária para o desempenho da função. Figura 5.1: Anel de trava, segurança ou retenção. 5.3. Pinos Os pinos são peças geralmente cilíndricas ou cônicas que servem para fixação, alinhamento ou transmissão de movimento. Em sua maioria, os pinos são constituídos de forma a resistir aos esforços de cisalhamento. Os pinos são encaixados em furos (alojamentos) calibrados e específicos para a peça. Assim como os parafusos, os pinos obedecem a normas de medidas e fabricação. Vejamos alguns exemplos de pinos: • Pino cilíndrico: fabricados em aço-prata ou ligas similares, temperado e retificado. Usado em várias montagens de equipamentos devido à sua grande capacidade de resistir aos esforços transversais. Muitas vezes usado de forma similar aos parafusos prisioneiros. Podem apresentar furos para a passagem de contrapino para a fixação, bem como cabeças com ressalto ou mesmo uma ponta roscada. Estes últimos não devem ser confundidos com parafusos; Figura 5.2: Pino cilíndrico • Pino de união: usado em caixas metálicas ou móveis. Aplicado em dobradiças; • Pino de segurança: é usado, predominantemente, como pino de cisalhamento. Sua função básica é romper-se em caso de sobrecargas mecânicas, visando proteger componentes mais importantes; • Pino cônico: com diversas aplicações, o pino cônico é temperado e retificado. Por padronização, usa-se o diâmetro menor como nominal, estes pinos podem ter extremidade roscada para aplicações que apresentem vibrações; Figura 5.3: Pino cônico. 22 • Pino tubular fendido: esse pino é fabricado com materiais especiais para molas. Ao ser comprimido, apresenta formato cilíndrico, podendo ser introduzido em furos de diâmetro aproximado. Ao ser posicionado, a fenda tende a abrir novamente, pressionando a superfície do pino contra a do alojamento, gerando um aperto por elasticidade. Este tipo de pino tem grande aplicação como elemento de fixação e segurança; Figura 5.4: Pino tubular fendido. • Pino estriado: apresenta três entalhes que diminuem a necessidade de precisão de furos alargados; Figura 5.5:Pinos estriados. • Contrapino: basicamente um arame circular de alta resistência, dobrado contra si mesmo para apresentar um formato de “cabeça” em uma das extremidades (similar aos frisos de cabelo). Introduzido em furos de elementos de fixação para obtenção de travamento. Figura 5.6: Contrapino ou cupilha. 5.4 Exercícios de Avaliação 1) A principal função do anel trava é: a) ( ) Aumentar movimento axial. b) ( ) Evitar deslocamentos axiais. c) ( ) Ajudar as fixações. d) ( ) Evitar deslocamentos transversais. 2) A principal função do contrapino é: a) ( ) Apoiar elementos. b) ( ) Suspender elementos. c) ( ) Travar elementos. d) ( ) Arrochar elementos. 3) É, normalmente, aplicado em dobradiças: a) ( ) Pino cônico b) ( ) Pino de segurança c) ( ) Contrapino d)( ) Pino de união 4) O pino cilíndrico tem a sua capacidade de resistir a esforços transversais devido: a) ( ) a material de fabricação b) ( ) à estética c) ( ) à necessidade d) ( ) a elementos extras UNIDADE II - ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO A transmissão de formas de energia em movimento é o foco principal da mecânica. Máquinas e equipamentos transformam energia elétrica, eólica, cinética ou térmica em trabalho, que, por sua vez, se dá na forma de movimento. Seja ele aplicado para movimentar água (bombas centrífugas), cargas (como carros) ou, simplesmente, segurar objetos (alicate), todos os objetos mecânicos visam ao mesmo: transferir energia. Esta parte do texto trata da transmissão de movimento e os principais componentes usados para tal. 23 6. ENGRENAGENS São os elementos de máquina mais comuns para a transmissão de movimento, considerando que grande parte das máquinas usa eixos como forma de rotação. Por se tratar de uma peça sólida, de alta resistência e compacta, e apresentar pouca perda de energia durante as transmissões as engrenagens torna-se o elemento de escolha prioritária para a maioria dos casos. O funcionamento da engrenagem (também conhecida como roda dentada) é similar ao das rodas d’água, basicamente, são rodas munidas de saliências as quais uma força age para transmitir movimento a um eixo (ou de um eixo). Nas engrenagens, as saliências se apresentam em forma de dentes de espaçamentos iguais entre si e, normalmente, estão em contato com outra engrenagem, seja esta movida seja motora. À engrenagem que transmite o movimento se dá o nome de motora, a engrenagem que recebe o movimento é a movida. Durante a transmissão do movimento, os dentes da motora empurram os dentes da movida sem haver deslizamento relativo entre as peças. 6.1. Elementos de uma engrenagem São os elementos de uma engrenagem: • De: o diâmetro externo, ou seja, sua medida máxima de circunferência; •Di: o diâmetro interno, menor, medido por meio da circunferência de “base” dos dentes; •Dp: o diâmetro primitivo. É uma medida intermediária entre Di e De; •a: cabeça do dente. É uma medida intermediária que fica entre Dp e De; •b: pé do dente. Uma medida intermediária entre Dp e Di; • h: a medida de altura do dente. Dada pela fórmula (De-Di)/2; • e: espessura do dente. É a medida de “largura” de um dente, a base para a obtenção desse valor deve ser a altura do diâmetro primitivo Dp; • V: vão do dente. É a medida do espaço “aberto” entre dois dentes seguidos; • P: Passo do dente. Medida de distância entre dois dentes consecutivos, isto é, o primeiro ponto sendo o início de um dente (à altura Dp) e o segundo ponto o início do outro dente que segue; • Z: número de dentes. A contagem básica do número de dentes de uma engrenagem; •M: módulo de uma engrenagem. Esse número é obtido por meio das frações Dp/Z ou P/π. É a base para o cálculo da dimensão dos dentes, além de ser característico da engrenagem. Alguns dos valores anteriormente citados podem ser calculados por meio de fórmulas matemáticas baseadas no módulo, ex.: De = M(Z+2); Dp = De – 2M; h = 2,166M; • α = é o ângulo de pressão. Obtido quando duas engrenagens entram em contato, com o movimento, cria-se uma reta imaginária, que “segue” o deslocamento de ambas. Usando como base uma reta tangente ao Dp, obtém-se um ângulo α, ou ângulo de pressão. Figura 6.1: Medidas de uma engrenagem. 24 6.2. Tipos de engrenagens Cilíndrica de dentes retos: é o tipo mais comum e de mais fácil usinagem. Seus dentes são retos em relação ao eixo em que é fixada. Dentre suas principais vantagens, estão a facilidade de montagem, usinagem e preço. Suas aplicações abrangem, principalmente, a transmissão de baixa rotação devido ao ruído produzido durante o funcionamento; Figura 6.2: Engrenagem cilíndrica de dentes retos. Cilíndrica de dentes helicoidais: nessa engrenagem, os dentes têm formato de hélice em relação ao eixo. Sua principal vantagem é o silêncio de seu funcionamento, sendo aplicada, principalmente, para altas rotações e ângulos de eixos compreendidos entre 60º e 90º. Devido ao formato de seus dentes, a força axial gerada deve ser compensada por um mancal ou rolamento; Figura 6.3: Engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais. Engrenagem com cremalheira: conjunto usado para transformar movimento giratório em retilíneo. Usada, principalmente, em esteiras; Figura 6.4: Engrenagem com cremalheira. Cônica com dentes retos: usadas para baixas velocidades, muda a rotação e a direção da força por meio de um ângulo entre os eixos das engrenagens envolvidas. Os dentes são cônicos e as duas engrenagens necessitam estar precisamente posicionadas para não haver problemas de funcionamento; Figura 6.5: Engrenagem cônica de dentes retos. • Dentes em V: como o nome já diz, dispõem de duas carreiras de dentes espelhados, ou seja, um helicoide duplo, sendo um à esquerda e outro à direita. Ao ser montada adequadamente, cada carreira recebe metade da carga e compensa as forças axiais do seu par oposto; Figura 6.6: Engrenagem com dentes em V. 25 Engrenagem cônica de dentes espirais: devido ao seu formato, essa engrenagem possibilita o engrenamento de dois dentes de uma vez, com um giro suave e de pouco ruído. É usada para transmitir grandes potências; Figura 6.7: Engrenagem cônica de dentes espirais. Parafuso sem-fim e coroa: usadas para transmissão de eixos perpendiculares. O posicionamento natural do conjunto proporciona uma redução na velocidade e aumento de torque. Graças ao contato dos dentes dessas duas engrenagens, há o aparecimento de forças axiais que devem ser compensadas (neste caso, pelos mancais), além disso, esse conjunto deve funcionar em banho de óleo para evitar desgaste prematuro. Figura 6.8: Engrenagem tipo parafuso sem-fim e coroa. 6.3. Relação de transmissão De forma generalizada e bastante aproximada, podemos usar a relação matemática para descrever a relação de transmissão entre duas engrenagens: i = Dp2/Dp1 ou i = Z2/Z1; em que as variáveis são: Dp1 = diâmetro primitivo da roda motora; Dp2 = diâmetro primitivo da roda movida; Z1 = Número de dentes da roda motora; Z2 = Número de dentes da roda movida. 6.4. Tópico especial em engrenagens: Chavetas As chavetas constituem um grupo interessante de elementos de fixação. São relativamente móveis, de simples usinagem e fornecem ao conjunto uma desmontagem facilitada. As chavetas são corpos sólidos de material metálico que tem função de transmitir movimento entre duas peças que, de outra forma, deslizariam uma sobre a outra, como, por exemplo, um eixo e uma engrenagem acoplada. Por este motivo, entram aqui como uma peça de suporte a essas. Embora possa ser classificada como elemento de fixação, a chaveta é usada quase exclusivamente para o caso citado acima e, a não ser por motivos muito especiais, as engrenagens, normalmente, terão um rasgo em seu furo central para o encaixe de uma chaveta. Figura 6.9: Exemplo de aplicação de uma chaveta. 26 6.4.1. Tipos de chavetas: Chaveta de cunha: usada para a transmissão de movimento. Possui perfil inclinado para melhor ajusteentre os componentes (1:100). Pode ou não conter uma cabeça que terá o propósito de facilitar a montagem e desmontagem. Usada com pequenas folgas laterais nos rasgos, sendo desaconselhável para altas rotações e montagens precisas; Figura 6.10: Chaveta de cunha. Chaveta encaixada: é o mais simples tipo de chaveta de cunha. Não possui cabeça e é aplicada em um rasgo de eixo sempre mais comprido que a própria chaveta; Chaveta plana: similar à chaveta encaixada, porém, em vez de usar um rasgo, a chaveta é inserida em um rebaixo no eixo. Usada para transmissão de pequenas forças; Figura 6.11: Chaveta plana. Chaveta meia-cana: de base côncava com mesmo raio do eixo em que está assentada. Nesse tipo de aplicação, não se usa rasgo, apenas o atrito entre as partes transmite o movimento. Quando o movimento é grande ou a solicitação muito acentuada, a chaveta desliza sobre o eixo; Figura 6.12: Chaveta meia-cana. Chavetas tangenciais: basicamente, um par de cunhas inseridas em dois rasgos no eixo que formam um ângulo de 120º. São aplicadas em transmissão de cargas elevadas e mudança de sentido de rotação (que pode causar impacto); Figura 6.13: Chaveta tangencial. Chaveta transversal: aplicada em conjuntos que transmitem rotação e movimento retilíneo. Em uniões permanentes (na qual pode ser classificada como elemento de fixação), sua inclinação está no intervalo de 1:25 até 1:50. Caso seja usada com conjuntos com montagem e desmontagem frequentes, a inclinação é de 1:6 até 1:15; Chaveta meia-lua: usada para aplicações de pouca carga e para encaixar em rasgos cônicos; Figura 6.14: Chaveta meia lua. 27 Chaveta paralela (linguetas): usada embutida, suas faces são paralelas, não apresenta cabeça e o rasgo a qual é aplicada tem seu comprimento. A precisão do ajuste é feita pelas laterais. Pode ser usada em altas rotações, pois possui um ajuste mais adequado. Suas extremidades podem ser retas ou arredondadas, além disso, podem apresentar furos para fixar a peça ao eixo com ajuda de parafusos. Figura 6.15: chaveta paralela. 6.5. Exercícios de Avaliação 1) As engrenagens ........................... servem para transmitir movimento entre eixos paralelos. a) cônicas b) cilíndricas 2) As engrenagens ...................... são usadas para eixos não coplanares. a) helicoidais b) cilíndricas 3) Calcular o diâmetro primitivo de uma engrenagem cilíndrica de dentes retos, sabendo que m = 3 e Z = 90. 4) Calcule o número de dentes da engrenagem que tenha um diâmetro primitivo (dp) de 240 mm e um módulo igual a 4. 5) Calcular o módulo de uma engrenagem cilíndrica de dentes retos cujo diâmetro externo (de) é igual a 45 mm e o número de dentes (Z) é 28. 6) Qual é o diâmetro externo de uma engrenagem cilíndrica de dentes retos cujo módulo (m) é igual a 3,5 e o número de dentes (Z) é igual a 42. 7) Uma engrenagem com 18 dentes move uma engrenagem com 36 dentes. Calcule a relação de transmissão. 28 7. TRANSMISSÃO POR CORREIAS E POLIAS Uma das formas mais antigas de transmissão de movimento entre eixos é o uso das polias e correias. Desde então, o processo prossegue inalterado, sendo os materiais e desenhos a única modificação até então. Dentre as principais vantagens apresentadas pela transmissão por polias e correias, estão: funcionamento silencioso, resistência ao desgaste, custo baixo, flexibilidade e capacidade de transmissão em grandes distancias entre centros. 7.1. Tipos de transmissão por correias 7.1.1. Correia plana A correia plana é o mais simples tipo de correia existente, sua constituição básica é uma fita de material liso fechado em forma que suas duas extremidades se unam para formar uma circunferência. Seu princípio de funcionamento é por meio do atrito. Devido a sua superfície “lisa”, as correias planas deslizam enquanto transmitem movimento, portanto, a velocidade periférica da polia movida é menor que a da motora. Quando dimensionadas, as correias planas consideram superfície de atrito que é dada pela largura da correia e o ângulo de contato. Matematicamente, isso se traduz como: α=180°-(60×(D2-D1))/L Sendo α o ângulo para a polia menor e D2 para a polia maior, D1 a menor e L a distância de centro a centro. Quando dimensionando uma transmissão por correias planas, algumas considerações devem ser tomadas para obter um bom ângulo de contato: • A relação de transmissão não deve ultrapassar 6:1; • A distância entre os eixos não deve ser curta o suficiente para ser inferior ao valor: 1,2(D1 + D2). As correias planas podem apresentar os seguintes tipos de acionamento: • Acionamento simples: quando a polia motora e a movida giram no mesmo sentido; Figura 7.1: Acionamento simples para correias. • Acionamento cruzado: quando a polia motora e a movida giram em sentidos contrários; Figura 7.2: Acionamento cruzado para correias. • Acionamento não paralelo: quando as polias apresentam eixos perpendiculares entre si. Figura 7.3: Acionamento não paralelo para correias. 7.1.2. Tensionador ou esticador O objetivo principal de um esticador é melhorar o ângulo de contato entre da polia 29 menor, para atingir tal resultado, faz-se uso do tensionador (ou esticador). Um tensionador é um rolo auxiliar que entra no sistema de correias para esticá-la, este processo pode ser feito por mola ou por peso. 7.1.3. Materiais Fibrosos e sintéticos: não recebe emendas, usada em correias de pequeno diâmetro. Seus materiais de base são o algodão, pelo de camelo, perlon ou nylon; Couro e sintéticos combinados: a face interna desse tipo de correia é de couro curtido ao cromo e a externa de materiais sintéticos. A combinação gera uma correia com boas características de flexibilidade e capaz de transmissão de potências elevadas; Couro de boi: é a mais simples de todas. Usada, há muitos anos, com poucas modificações. Esse tipo de correia é composto de uma tira de couro com emendas para fechar o diâmetro. 7.1.4. Correia em V É uma correia sem-fim (sem emendas) com seção transversal trapezoidal fabricado de materiais sintéticos como a borracha revestida e cordonéis vulcanizados. A correia em V é mais eficiente que a correia plana e apresenta algumas vantagens comparativas: • Pouco deslizamento; • Relação de transmissão maior (até 10:1); • Menor carga sobre os mancais; • Elimina ruídos de possíveis emendas; •Uma polia pode funcionar com até 12 correias desse tipo. 7.1.5. Perfil das correias em V No mercado, as correias em V são designadas segundo seu perfil. Para tal, se faz uso de uma nomenclatura própria que define as medidas da correia. Esta denominação é feita por uma letra (que representa seu formato) e um número (que representa o perímetro médio em polegadas). Pela norma, as letras são: A, B, C, D e E, como são mostradas na Figura 7.4. Figura 7.4: Perfis para uma correia em V 7.1.6. Perfil dos canais para polias de correias em V Para uma adequada utilização das características de uma correia em V, deve haver um alojamento adequado dessa no canal da polia. Na prática, isso quer dizer que: • A correia não deve estar mais alta que o alinhamento da polia quando instalada em seu canal; •A correia não deve tocar o fundo do canal quando instalada. 7.1.7. Relação de transmissão para correias em V Sendo a velocidade periférica da correia constante, ou seja, não muda em qualquer de seus pontos, a relação de transmissão é puramente de acordo com o diâmetro das polias motora e movida. Como as polias envolvidas apresentam canais para a correia, o cálculo da relação de transmissão não considera o diâmetro externo e sim um diâmetro médio, que representa a linha de contato ideal entre o conjunto. O cálculo é feito pela seguinte fórmula: i =Dm2/Dm1 Onde: Dm1 = diâmetro médio da roda menor; Dm2 = diâmetro médio da roda maior; Dm (1 ou 2) = De – 2x; h = altura da correia; x = altura efetiva da correia. 30 7.1.8. Transmissão por correia dentada A correiadentada permite a transmissão de movimentos sem perdas por escorregamento. Por essa característica, essa correia é também conhecida como correia sincronizadora. A transmissão de movimento por essas correias é dada por meio dos flancos dos dentes em contato com os dentes de uma polia também dentada, muito similar a uma engrenagem. O perfil desses dentes pode ser trapezoidal ou circular. A relação de transmissão do sistema é muito similar à formula usada para engrenagens: i =n2 /n1 Onde: n1 = número de sulcos da polia menor; n2 = número de sulcos da polia maior. Figura 7.5: Transmissão por correia dentada. 7.2. Manutenão e Cuidado com Correias e Polias Como qualquer outro elemento de máquina, as polias e correias apresentam desgastes de funcionamento. Seja devido ao tempo de trabalho (natural) ou a interferências que causem perdas prematuras, alguns procedimentos podem servir de base para uma boa manutenção do conjunto. São eles: • Verificar o ajuste da correia. Correias folgadas desgastam rápido e causam perda de potência, eficiência e possíveis deslizamentos exagerados; • Verificar o balanceamento das polias. Polias mal encaixadas, desalinhadas ou instaladas em eixos empenados tendem a causar danos nos mancais e representar perigos quando submetidas a esforços. • Além disso, alguns erros de fabricação das polias tendem a ocasionar danos ou desgastes prematuros. Alguns dos defeitos de funcionamento e suas possíveis causas são: • Defeito de oscilação da polia: montagem desalinhada. Algumas das possíveis causas são; cubo abaulado, superfície de contato abaulada, furo da polia com eixo oblíquo; • Falta de movimento ou perda de potência: montagem excêntrica. Algumas das possíveis causas são; ajuste do eixo excêntrico, furo excêntrico da polia. 7.2.1. Danos Dados alguns dos cuidados básicos para manter o conjunto de polias e correias, podemos fazer um breve apanhado dos danos e causas comuns que uma correia pode sofrer durante seu funcionamento. São alguns: Cortes: contato com objetos estranhos, contato forçado contra a polia; Derrapagem na polia: correia frouxa (com menos tensão que o recomendado), polia movida travada; Camada externa da correia gasta: derrapagens excessivas, sujeiras na polia; Desgaste desigual: canais irregulares na polia; Deslizamento com soltura: polia desalinhada, vibrações excessivas, sujeira excessiva na polia, folgas exageradas; Endurecimento/rachadura na correia: excesso de temperatura; Alongamento excessivo: polia com superfície gasta, tensão exagerada, sistema mal dimensionado; 31 Múltiplas correias com desgaste desigual: polias singulares com danos, sistema com correias novas e velhas, polias não paralelas, correias de fabricantes diferentes no mesmo sistema; Rompimento: Cargas pontuais muito acima do esperado, materiais estranhos no sistema. Apenas a análise crítica do problema pode levar a uma resposta precisa da situação. Este é um resumo de base para alguns dos problemas mais comuns encontrados nesse tipo de sistema de transmissão. 7.3. Tramissão por Corrente A transmissão por correntes é muito similar à transmissão por correia dentada ou engrenagens. Similarmente, esses tipos de transmissão usam os dentes de uma roda dentada como base do movimento, como pode ser visto na Figura 7.6. Neste tipo de transmissão, não há deslizamento. Figura 7.6: transmissão de movimento por corrente. Uma das vantagens apresentadas pela transmissão por correntes é a possibilidade de movimentar múltiplas engrenagens no trecho de atuação. Diferente da transmissão por engrenagens ou por correia dentada, as correntes permitem a transmissão de eixos muito próximos (que não se tocam) ou muito distantes. Sobretudo sua fabricação em metal permite a aplicação em ambientes com óleo, água ou altas temperaturas, que limitariam a utilização de correias. 7.3.1. Tipos de correntes Corrente de rolos: popularmente conhecida por ser um dos componentes da transmissão de bicicletas, esse tipo de corrente é uma composição de talas ligadas por pinos e buchas. Várias correntes desse tipo podem ser ligadas em paralelo formando uma corrente múltipla; Figura 7.7: Corrente de rolos. Corrente de dentes: Várias talas ligadas face a face por pinos articulados compõem esse tipo de corrente, cada segunda tala pertence ao próximo elo, formando um padrão similar a escamas. Essa configuração permite uma aplicação em maiores velocidades que a corrente de rolos, além de um funcionamento mais silencioso, por esse motivo, é, também, conhecida como corrente silenciosa; Figura 7.8: Corrente de dentes (ou silenciosos) 32 Corrente de elos livres: embora pouco aplicada em transmissão, esta corrente entra na lista porque ainda pode ser aplicada para esse fim. Para funcionar adequadamente, a corrente deve estar submetida à tensão para um funcionamento seguro, uma vez que, para retirar um de seus elos, basta suspendê-lo; Figura 7.9: Correntes de elos livres. Corrente de blocos: de formato similar à corrente de rolos, nesta corrente, cada par de rolos forma um bloco com seus elos. É usada, principalmente, em dispositivos de transporte; Figura 7.10: Corrente de blocos. Corrente comum: a corrente comum é composta de uma série de elos de vergalhões dobrados e soldados. Usada em várias aplicações práticas, como, por exemplo, talhas manuais. Figura 7.11: Corrente comum. 7.3.2. Engrenagens para correntes As medidas das engrenagens para correntes são: número de dentes (Z), passo (P) e diâmetro (d). O passo de uma engrenagem para corrente é a medida de um vão a outro em linha reta, considerando a circunferência do diâmetro primitivo. A medição é feita dessa forma devido ao formato poligonal da corrente ao engrenar, a “curvatura” só é possível nas junções por pino, deixando o comprimento da tala como face do polígono. O perfil dos dentes de uma engrenagem para correntes corresponde ao diâmetro dos rolos da corrente. As laterais desses dentes são 10% mais estreitas que a corrente para facilitar o engrenamento. 7.4. Exercício de Avaliação 1) As polias e correias transmitem: a) ( ) impulso e força; b) ( ) calor e vibração; c) ( ) força e atrito; d) ( ) força e rotação. 2) A transmissão por correias exige: a) ( ) força de tração; b) ( ) força de atrito; c) ( ) velocidade tangencial; d) ( ) velocidade. 3) As correias mais comuns são: a) ( ) planas e trapezoidais; b) ( ) planas e paralelas; c) ( ) trapezoidais e paralelas; d) ( ) paralelas e prismáticas. 33 4) As correias podem ser feitas de: a) ( ) metal, couro, cerâmica; b) ( ) couro, borracha, madeira; c) () borracha, couro, tecido; d) ( ) metal, couro, plástico. 5) A correia em V ou trapezoidal inteiriça é fabricada na forma de: a) ( ) quadrado; b) ( ) trapézio; c) ( ) losango; d) ( ) prisma. 6) Para se deslocar, um ciclista pedala em uma bicicleta. As rotações da coroa são transmitidas para a catraca por meio de uma corrente. Por sua vez, a catraca transmite movimento para a roda. a) Calcule a relação de transmissão entre a coroa e a catraca. b) Considerando que o ciclista dê 10 pedaladas, quanto ele se deslocou? 8. ACOPLAMENTOS Um acoplamento é um elemento de transmissão de rotação por atrito. Sua aplicação é na transmissão de eixos coaxiais de máquinas ou componentes diferentes. 8.1. Princípio de funcionamento Os acoplamentos funcionam por contato e, graças à transmissão de potência em determinado ponto de atuação, obtêm-se um momento de rotação (torque) que pode ser obtido da equação simples: T = F × D Considerando um ponto de contato em um acoplamento em forma de disco (apenas para exemplo), temos a situação da figura abaixo: Figura 9.1: Exemplo de acoplamento em bomba d’água. 8.2. Classificação Os acoplamentos podem ser comutáveis ou permanentes, sendo os comutáveis acionados por comando e os permanentes de atuação contínua. 8.2.1. Acoplamentos permanentes rígidos Neste tipode acoplamento, o alinhamento deve ser o mais preciso possível, pois não são capazes de compensar desalinhamentos. Os mais usados são as luvas de união, que contam com elementos de fixação como pinos cônicos ou chavetas. Um exemplo desse acoplamento: 34 • Flange: usado para transmissões em baixa velocidade, consiste de uma união ressaltada com furos que devem estar perfeitamente alinhados. Com o uso de parafusos distribuídos uniformemente ao redor do disco, se obtém uma boa distribuição das cargas de rotação/torque; Figura 9.2: Flange. 8.2.2. Acoplamentos permanentes flexíveis Quando não há possibilidade de um movimento suave e contínuo (ou seja, com movimentos bruscos) ou não se pode garantir o alinhamento necessário para o uso dos acoplamentos rígidos, utilizam-se os flexíveis. Estes acoplamentos são construídos de forma articulada, elástica ou uma combinação dos dois. Alguns deles são: • Elástico de pinos: a junção nesse tipo de acoplamento é feita por pinos revestidos de borracha. A flexibilidade da borracha permite uma absorção e a capacidade de girar com um pequeno nível de desalinhamento; Figura 9.3: Acoplamento elástico de pinos. Elástico de garras: munido de garras retangulares de borracha ou material metálico amortecido por borracha, este acoplamento se encaixa nas aberturas presentes no disco oposto e transmite a rotação por meio da força de contato lateral das garras. O disco oposto também é munido de garras, de forma que ambas encaixam nos vãos de cada garra; Figura 9.4: Acoplamento elástico de garras. • Perflex: neste acoplamento, os discos são unidos perifericamente por uma ligação de borracha mantida por anéis de pressão; Figura 9.5: Acoplamento perflex. • Elástico de fita de aço: constituído de dois flanges com ranhuras com grade elástica. O conjunto é alojado em duas tampas providas de junta de encosto e retentor elástico. O espaço restante é preenchido com graxa. Embora seja um acoplamento flexível, sua aplicação alinhada permite um movimento mais suave com menos vibrações; 35 Figura 9.6: Acoplamento de fita de aço. • Dentes arqueados: considerados flexíveis devido ao formato dos dentes. Neste acoplamento, os dentes em forma de engrenagem são ligeiramente curvados no sentido axial, que permite um desalinhamento leve de até 3º. Usado com auxílio de um anel dentado transmissor do movimento; Figura 9.7: Acoplamento de dentes arqueados. 8.2.3. Acoplamentos articulados • Junta universal (cardan): usados nas árvores que formam um ângulo fixo ou variável durante o movimento (até 15º). Consistem, basicamente, de dois cubos, cada um com seu garfo e ligados por uma cruzeta. Devido ao seu ângulo acentuado, esse tipo de acoplamento não é capaz de transmitir o movimento de forma constante; Figura 9.8: Junta universal (cardan) •Junta com articulação esférica: usada para transmitir pequenos movimentos de torção, pode possuir árvore telescópica; Figura 9,9: Junta de articulação esférica. • Junta homocinética: capaz de transmitir velocidade constante, a junta homocinética é composta por esferas alojadas em calhas especiais. O formato das calhas permite que as esferas e as calhas dividam o ângulo das árvores em duas partes iguais. Dessa forma, essas árvores podem sofrer constante variação angular durante o funcionamento, mantendo sua velocidade. 36 Figura 9.10: Junta homocinética. Figura 9.11: Detalhe da calha com esferas alojadas para junta homocinética. 8.2.4. Acoplamentos comutáveis (embreagens) São usados quando há se precisa unir ou separar as árvores com frequência elevada, sem a necessidade de desmontar o acoplamento. As embreagens transmitem a força somente quando acionadas por um comando. As formas mais comuns de embreagem com máquina parada são o acoplamento de garras e o acoplamento de dentes. As embreagens comuns usam a marcha como acionamento, alguns exemplos delas são: Embreagem de disco: esse tipo de embreagem conta com anéis planos apertados contra um disco de alto coeficiente de atrito, que permite a transmissão com pouco escorregamento. Normalmente, a força de pressão é fornecida por um conjunto de molas e a embreagem é desengatada por uma alavanca; Figura 9.12: Embreagem de disco. • Embreagem cônica: funciona por atrito por meio de duas superfícies de fricção (com alto coeficiente de atrito) de formato cônico. Comparativamente, uma embreagem cônica possui maior capacidade de torque que uma de disco. Sua capacidade de torque aumenta conforme se diminui o ângulo entre eixo e cone (esse ângulo não deve ser menor que 8º ou pode ocasionar emperramento por atrito excessivo). Seu funcionamento é muito similar à embreagem de disco; Figura 9.13: Embreagem cônica. • Embreagem centrífuga: usada quando o engate deve ocorrer progressivamente com rotação determinada. Seu funcionamento é por meio de sapatas que são empurradas por uma força peso que completa a transmissão; Figura 9.14: Embreagem centrífuga. 37 • Embreagem de discos para máquinas: composta por um cubo com rasgos para lamelas de aço temperado, essa embreagem funciona por meio da compressão dessas lamelas por meio de um conjunto composto por uma guia de engate e alavancas angulares. Um esquema revela o funcionamento da embreagem; Figura 9.15: Embreagem de discos para máquinas. • Embreagem seca: com funcionamento por atrito, essa embreagem compacta granalhas de aço por meio de força centrífuga da rotação da árvore. As granalhas são contidas em um propulsor oco que contém um disco ligado ao eixo movido. A força centrífuga comprime as partículas contra o disco, transmitindo o movimento; Figura 9.16: Embreagem seca. • Embreagem de escoras: munida de pequenas escoras radiais no interior do acoplamento. Essas escoras transmitem o movimento em um sentido que as fará entrelaçar, no sentido contrário, irão inclinar e não permitem o movimento; Figura 9.17: Embreagem de escoras. • Embreagem unidirecional: composta de roletes presos em um espaço no formato de cunha, essa embreagem tem o objetivo de permitir o movimento em direção única. Quando há necessidade de movimento, os roletes avançam e travam o conjunto, na direção em que não se deseja movimento, os roletes repousam na base da cunha e não transmitem o movimento; Figura 9.18: Embreagem unidirecional. • Embreagem eletromagnética: em sua estrutura, a embreagem possui um flange com disco de atrito. Um disco (armadura) impulsionado pela árvore motora se move axialmente contra molas. Uma bobina na árvore movida é energizada, acionando o conjunto. Seu acionamento é por meio de um cabo transmissor da energia; Figura 9.19: Embreagem eletromagnética. • Embreagem hidráulica: similar a uma bomba hidráulica, nesse tipo de embreagem, as árvores motora e movida carregam impulsores no formato de pás radiais. Os espaços entre as pás 38 são preenchidos com óleo que circula conforme o conjunto gira. As pás da árvore motora funcionam como uma bomba enquanto as pás da movida funcionam como turbina. Por se tratar de uma embreagem com funcionamento baseado em movimento de fluidos, haverá escorregamento, por consequência perda de velocidade. Essa embreagem é aplicada em caixas de transmissão automática de veículos. Figura 9.20: Embreagem hidráulica. 8.3. Exercícios de Avaliação 1) Os acoplamentos se classificam em: a) ( ) elásticos, móveis, rígidos b) ( ) fixos, elásticos, móveis c) ( ) permanentes, fixos, elásticos d) ( ) rígidos, elásticos, permanentes 2) Os acoplamentos elásticos têm a função de: a) ( ) acelerar a transmissão de movimentos b) ( ) suavizar a transmissão de movimentos c) ( ) reduzir a transmissão de movimentos d) ( ) eliminar a transmissão de movimentos 3) Para transmitir jogo longitudinal de eixos, usa- se o seguinte acoplamento: a) ( ) elástico b) ( ) móvel c) ( ) perflex d) ( ) rígido. 4) Para manter eixos rigidamente conectados por meio de uma luva rasgada longitudinalmentee chaveta comum a ambos os eixos, usa-se o seguinte acoplamento: a) ( ) rígido por luvas parafusadas b) ( ) de discos ou pratos c) ( ) de dentes arqueados d) ( ) junta universal de velocidade constante 5) Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas. Na montagem de um acoplamento, devemos: a) ( ) Colocar os flanges a quente, sempre que possível. b) ( ) Fazer a verificação da folga entre flanges e do alinhamento e da concentricidade do flange com a árvore. c) () O alinhamento das árvores é desnecessário quando utilizados acoplamentos flexíveis. d) ( ) Evitar a colocação dos flanges por meio de golpes: usar prensas ou dispositivos adequados. 9. FREIOS Os freios são elementos de máquinas usados para parar um movimento por meio do atrito. Seu acionamento pode ser manual, hidráulico, eletromagnético, pneumático ou automático, definido pela necessidade da aplicação. Os principais tipos de freios são: •Freio de duas sapatas: empregado em elevadores, esse freio é constituído de duas sapatas que estão em contato com um tambor giratório impedindo-o de se movimentar. Quando acionado, uma alavanca libera as sapatas e permite o movimento; 39 Figura 9.1: Freio de duas sapatas. • Freio de sapatas internas e tambor: é um freio muito comum, usado, geralmente, nas rodas de veículos automotores. De funcionamento simplificado, esse tipo é composto por duas sapatas de formato curvo que ficam dentro do tambor. Quando o freio é acionado, as sapatas são comprimidas contra a superfície interior do tambor (de dentro para fora) reduzindo o movimento giratório. As sapatas são revestidas de lona de freio, um material de coeficiente de atrito elevado; Figura 9.2: Freio de tambor e sapatos. • Freio a disco: constituído de uma ou duas pastilhas de alta fricção que são forçadas (de forma oposta para pastilhas duplas) contra um disco giratório para impedir o movimento. São mais eficientes que os freios a tambor e apresentam menos propensão à fadiga; Figura 9.3: Freio a disco. • Freio multidisco: composto de vários discos de atrito intercalados com discos de aço. Os discos de aço giram livremente em um eixo e os discos de atrito são fixados por pinos. Quando acionado, atua por meio da compressão axial do conjunto de discos. Figura 9.4: Freio multidisco. 9.1 Exercícios de Avaliação 1) A função das pastilhas de freio é a) Emitir ruídos. b) Gerar atrito. c) Aquecer. d) Impedir o movimento. 40 2) No freio de duas sapatas, o acionamento, seja manual, hidráulico ou automático, da alavanca serve para: a) Folgar as sapatas e deixar que o movimento ocorra. b) Fazer manutenção nos freios. c) Forçar as sapatas contra o elemento em movimento. d) Refrigerar as sapatas. UNIDADE III – ELEMENTOS DE APOIO 10. Mancais de rolamento e deslizamento Sempre que existe um movimento de rotação, há a necessidade de usar um mancal. Sejam estes de deslizamento sejam de rolamento, a sua função é suportar os eixos e permitir o movimento sem a formação de rotação irregular (movimento elíptico). 10.1. Rolamentos Os rolamentos são mancais compostos por anéis de aço especial, esferas/rolos cilíndricos ou cônicos que têm a função de promover uma rotação suave e eficiente. As principais vantagens dos rolamentos em relação aos mancais de deslizamento são a redução do atrito e a aplicação em altas velocidades de rotação. Além dessas, podemos listar: • Menor aquecimento; •Pouca variação no atrito em altas velocidades ou quando submetidos às cargas toleráveis do projeto; • Pouca necessidade de lubrificação; • Padronização internacional; • Pouco ou nenhum aumento de folga durante a vida útil. Dentre as desvantagens, temos: • Ocupa mais espaço; • Mais sensível a choques mecânicos; • Custos mais elevados; • Não suporta altas cargas (comparativamente). 10.1.1. Classificação Quanto ao tipo de carga admissível de projeto, os rolamentos podem ser: • Radiais: suportam, predominantemente, cargas radiais e pouca axial; • Axiais: não devem ser submetidos a cargas radiais; • Mistos: suportam os dois tipos acima em alguma proporção. 10.1.2. Tipos de rolamentos Rolamento fixo de uma carreira de esferas: o mais comum dos rolamentos, composto de uma carreira de esferas fixa por apoios de aço ou material metálico. Usado para suportar cargas radiais, este rolamento suporta pouca carga axial e pode ser usado para velocidades elevadas. Para a instalação adequada, o rolamento deve ser instalado com perfeito alinhamento no eixo, pois este tipo de rolamento suporta pouco ajuste angular; Figura 8.1: Rolamento fixo com uma carreira de esferas. 41 Rolamento de contato angular com uma carreira de esferas: esse tipo de rolamento é similar ao rolamento fixo, porém a construção da pista das esferas permite que ele receba carga axial em um sentido; Figura 8.2: Rolamento de contato angular com uma carreira de esferas. Rolamento autocompensador de esferas: esse rolamento possui duas carreiras de esferas e uma pista também esférica, dessa forma, é capaz de compensar desalinhamentos de eixo; Figura 8.3: Rolamento autocompensador de esferas. Rolamento de rolo cilíndrico: composto de rolos cilíndricos no lugar das esferas, esse rolamento suporta maior carga radial. Seus componentes são separáveis; Figura 8.4: Rolamento de rolo cilíndrico. Rolamento autocompensador de uma carreira de rolos: usado nas mesmas aplicações que o rolamento de rolos cilíndricos devido à sua capacidade de suportar grandes cargas radiais. Neste tipo especial, há também a capacidade de compensar desalinhamentos; Figura 8.5: Rolamento autocompensador de uma carreira de rolos. Rolamento autocompensador com duas carreiras de cilindros: nestes rolamentos, os cilindros são de grande diâmetro e comprimento e, portanto, dimensionados para as cargas mais pesadas; Rolamento de rolos cônicos: um rolamento misto. Suporta cargas axiais (em um sentido) e radiais. Os anéis interno e externo são montados separadamente e, quando em conjunto, são montados um contra o outro de forma a suportar uma carga axial em sentido único; 42 Figura 8.5: Rolamento de rolos cônico. Rolamento axial de esferas: podem ser de construção com escora simples ou dupla e suportam exclusivamente cargas axiais. Para seu funcionamento adequado, é necessária a aplicação contínua de uma carga axial mínima; Figura 8.6: Rolamento axial de esferas. Rolamento axial autocompensador de rolos: possui rolos inclinados que conferem capacidade de suportar tanto cargas axiais quanto radiais. Sua pista esférica (característico dos autocompensadores) permite a compensação de possíveis desalinhamentos e flexões do eixo; Figura 8.6: Rolamento axial autocompensador de rolos. Rolamento de agulhas: é um rolamento de rolos cilíndricos com cilindros muito finos (agulhas). É usado em espaços radiais limitados. Figura 8.7: Rolamento de agulhas. 10.1.3. Classificação quanto à forma construtiva Além do seu tipo, os rolamentos recebem informações adicionais relativas à sua forma construtiva. São estes: • Abertos; • Com anel de retenção (sufixo NR); • Blindados (sufixos Z, ZZ ou 2Z); • Vedados (sufixos DDU ou VV). Rolamentos blindados Neste tipo construtivo, o rolamento recebe uma placa metálica inserida sob pressão em ranhuras dos anéis interno e externo. As placas se deformam ao serem retiradas, portanto, os fabricantes recomendam que não sejam removidas. A função das placas (blindagem) é proteger o rolamento e suas esferas contra a interferência de corpos estranhos, além de manter o nível de graxa adequado. Quando recebem blindagem ZZ (ou 2Z), ou seja, de ambos os lados da peça, o rolamento já é fornecido com a quantidade de graxa necessária para a duração de sua vida útil, considerando situações adequadas de utilização. Rolamentos vedados Usados em locais sujeitos à umidade excessiva, poeira ou líquidos danosos, esse tipo construtivo de rolamento recebe uma vedação 43
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