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Corpos Estranhos - primeiros socorros

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CORPOS ESTRANHOS
Corpo estranho (CE) é qualquer substância ou objeto de variada origem e constituição física que está em contato com o corpo humano, porém não faz parte deste local. É um tipo de acidente comum e pode ocorrer nas circunstâncias mais variadas.
Princípios da retirada de corpos estranhos: 
De uma forma geral, a conduta é reconhecer o tipo de corpo estranho (móvel, fixo, animado, inanimado) e o local onde ele se encontra (olho, nariz, conduto auditivo externo, etc). O socorrista deve sempre manter a calma e tranquilizar ao máximo a vítima. Agir com precisão. Após o primeiro atendimento é importante encaminhar a um especialista 
Corpos estranhos no olho
Os olhos são órgãos muito sensíveis. Por estarem muito expostos, acabam sendo muito comuns os acidentes com corpos estranhos que atingem os olhos. 
· Sinais e sintomas: Lacrimejamento; Pestanejar; Prurido; Edema; Redução da Acuidade Visual; Dor Local; Eritema; Ardência ; Hiperemia; Fotofobia.
A inervação da córnea é muito superficial, sendo assim, lesões nesta região costumam apresentar dor.
Classificação: 
OBS: Em qualquer dos casos (móvel ou fixo), deve-se pedir que a vítima não esfregue os olhos, isto pode fazer com que haja agravamento das lesões. É importante colher a história do paciente (identificar doenças oculares pré-existentes, se utiliza lentes corretivas, etc).
Móvel: cílios, grão de areia, ciscos, líquidos ou até mesmo insetos.
Deve-se fazer: Lavagem copiosa (sentido naso-temporal ); Não neutralizar produtos químicos (Concentração desconhecida; Reação exotérmica) Piscar repetidamente; Retirada com gaze umedecida ou cotonete; Eversão palpebral.
Imóvel: Nesses casos, tranquilizar a vítima, estabilizar a lesão a partir da fixação do objeto com curativo oclusivo. Não fazer compressão. Jamais tentar everter a pálpebra em caso de suspeita de corpo estranho penetrante ou perfuração ocular uma vez que a manobra acaba pressionando o globo fazendo com que o conteúdo intraocular possa ser deslocado pelo local da penetração aumentando as lesões intraoculares. 
O olho contralateral deve ser ocluído para que não influencie na movimentação do olho afetado que precisa ficar o mais imóvel possível. 
Não utilizar instrumentos como pinças, agulhas, etc para remoção de corpo estranhos. Não remover corpo estranhos que estejam penetrando no olho. Apenas imobilize e encaminhe ao especialista
CE no Conduto Auditivo Externo
Mais comuns em crianças.
· Sinais e sintomas: Hipoacusia (diminuição da acuidade auditiva); Otalgia (dor); Otite (inflamação); Zumbidos; Otorreia (secreção); Otorragia (sangramento); Edema; Eritema; Cefaleia; Tontura.
Classificação: 
Animado: Não utilizar pinça; Colocar foco de luz; Colocar 4 gotas de óleo; Inclinar a cabeça da vítima; Retificar o conduto auditivo externo (puxar orelha p/ cima); Encaminhar ao especialista.
Obs: Insetos - Utilizar óleo mineral. Não é indicado uso de óleo vegetal pois sua composição é atrativa para mais insetos além de servir como meio de cultura para micro-organismos.
Inanimado: Não utilizar pinça; Inclinar a cabeça; Retificar o conduto auditivo externo.
Corpo estranho não-intumescente: pedrinhas, peças de brinquedos, etc
· Injetar água
Corpo estranho intumescente: grão de feijão, milho, arroz, sementes em geral
· Injetar álcool
· Não injetar água para tentar retirar corpos estranhos intumescentes, pois isso fará com que se dilatem dificultando ainda mais sua remoção. 
· Uma avaliação com especialista é sempre recomendada (retirando ou não o CE)
Fixo: Não Retirar; Fazer Hemostasia; Curativo Oclusivo; Encaminhar ao Especialista (OTRLG); so deve ser retirado a nível hospitalar. 
CE no Nariz
Mais comum nas crianças. Em geral, requerem instrumentos específicos para retirada (não utilizar instrumentos para auxiliar na remoção em adultos pois pode provocar lesões ou empurrar mais o CE). 
· Sinais e sintomas: Espirro; Dor; Obstrução Nasal; Coriza; Epistaxe; Rinorreia.
Em crianças, a principal causa de obstrução de vias aéreas é a aspiração de leite regurgitado ou de pequenos objetos. Outras causas frequentes são alimentos (balas, chicletes, etc.) e causas infecciosas (epiglotite). 
Podem resultar em irritação se não forem removidos imediatamente.
Conduta: 
Adulto: acalmar a vítima, respirar pela boca, ocluir a narina contralateral, posicionar a cabeça para baixo e assoar sem forçar. Normalmente o CE sai com esta manobra, mas se houver dificuldade na remoção, encaminhar ao especialista. 
Para crianças: não tentar remover, deve-se acalmar a vítima, orientar respirar pela boca e encaminhar ao especialista. 
Em casos de bebês: requer ainda mais urgência, pois obstruções nasais em bebês são potencialmente letais. Deve-se tranquilizar os pais e encaminhar com urgência ao especialista. 
CE nas Vias Aéreas
A obstrução das vias aéreas por corpo estranho pode ser parcial ou total. Na parcial, a vítima pode ser capaz de manter boa troca gasosa podendo tossir fortemente, apesar dos sibilos entre as tossidas e falar. 
· Sinais e sintomas: Tosse; Rouquidão; Respiração Ruidosa; Dispneia; postura de sufocação (sinal de asfixia); afonia; cianose.
· Sinal universal da asfixia = mãos no pescoço e boca aberta
Em vitimas conscientes: questionar e verificar a capacidade de emitir sons.
Obstrução parcial: Nas vítimas responsivas com obstrução leve, estimular a tosse. Observar atentamente se haverá evolução para obstrução total, geralmente marcada pelo sinal universal da asfixia.
Obstrução completa: A conduta vai variar de acordo com a idade. Quadro clinico: agitação, dificuldade respiratória, cianose, incapacidade de tossir, respirar ou falar. 
MANOBRA DE HEIMLICH
1. Posicionar-se por trás do paciente, com seus braços à altura da crista ilíaca; colocar a vítima com os pés afastados, aumentando sua base de sustentação. O socorrista coloca o seu pé de apoio entre as pernas da vítima. Caso esta desmaie repentinamente o socorrista poderá amparar evitando leões e ferimentos na face e cabeça; 
2. Posicionar uma das mãos fechada, com a face do polegar encostada na parede abdominal, entre apêndice xifóide e a cicatriz umbilical;
3. Com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em movimentos rápidos, direcionados para dentro e para cima (em J) ;
4. Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação, afastando as pernas, e posicionar uma entre as pernas da vítima, para evitar-lhe a queda caso fique inconsciente;
5. Repetir a manobra até a desobstrução ou o paciente tornar-se não responsivo.
6. Após a saída do corpo estranho, é importante estar atento à ocorrência de PCR e de PR.
 - Vítima deitada responsiva: 
1. Posicionar a vítima em decúbito dorsal em uma superfície rígida; 
2. Ajoelhar-se ao lado da vítima, ou a cavaleiro sobre ela no nível de suas coxas, com seus joelhos tocando-lhe lateralmente o corpo; 
3. Posicionar a palma da mão (regiões tenar e hipotenar) sobre o abdômen da vítima, entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical, mantendo as mãos sobrepostas; 
4. Aplicar compressões abdominais no sentido do tórax. 
5. Após a saída do corpo estranho, é importante estar atento à ocorrência de PCR e de PR. 
6. OBS.: Em pacientes obesos e gestantes no último trimestre, realize as compressões sobre o esterno (linha intermamilar) e não sobre o abdome. 
AUTO HEIMLICH: Se você está sozinho e sufocando, incline-se e pressione seu abdome contra qualquer objeto firme, como as costas de uma cadeira, um corrimão ou a pia da cozinha (ou use o Heimlich Helper). Não se inclinar sobre qualquer coisa com uma borda afiada ou canto que pode te machucar. Alternativamente, dê a si mesmo golpes abdominais, usando as mãos, como se você estivesse administrando os impulsos abdominais para outra pessoa
TAPOTAGEM EM BEBÊS:
O socorrista deve sentar-se para realizar a manobra; 
Posicionar o bebê em decúbito ventral sobre o antebraço do socorrista, que deve apoiar a região mentoniana do bebê, apoiando firmemente a cabeça e pescoço com os dedos em fúrcula; 
Apoiar o antebraço que suporta o bebê sobre sua coxa, mantendo a cabeçaem nível discretamente inferior ao tórax; 
Aplicar ciclos repetidos de cinco golpes no dorso (entre as escápulas e com a mão em concha), seguidos de cinco compressões torácicas logo abaixo da linha intermamilar (como na técnica de RCP, utilizando apenas dois dedos8), inspecionando a cavidade oral a cada ciclo 7, até que o objeto seja expelido ou o bebê torne-se irresponsivo. 
Após a saída do corpo estranho, é importante estar atento à ocorrência de PCR e de PR.
VITIMAS IRRESPONSIVAS COM OBSTRUÇÃO TOTAL: a manobra de Heimlich deve ser feita da seguinte forma:
Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida; 
Diante de irresponsividade e ausência de respiração com pulso, ajoelhar-se ao lado da vítima e executar compressões torácicas como na manobra de RCP com objetivo de remoção do corpo estranho; 
Abrir vias aéreas, visualizar a cavidade oral e remover o corpo estranho, se visível e alcançável (com dedo em gancho); 
Se nada encontrado, realizar 1 insuflação e se o ar não passar ou o tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente; 
Se ainda assim não houver expansão, retomar compressões torácicas 
Considerar o transporte imediato mantendo as manobras básicas de desobstrução. 
Após a saída do corpo estranho, é importante estar atento à ocorrência de PCR e de PR.
Complicações da manobra de heimlich: 
Lesão de vísceras abdominais (ruptura gástrica); regurgitação.
CE na Boca e orofaringe
A região oral inclui a cavidade da boca, dentes, gengivas, língua, palato e a região das tonsilas palatinas, e se continua com a orofaringe. Os corpos estranhos descritos com mais frequência nessa região são próteses dentárias deslocadas, chicletes e balas (no caso de crianças adiciona-se leite regurgitado e pequenos objetos às principais causas. Vale ressaltar também que, nessa região, há uma frequente presença de corpos estranhos decorrentes de refeições, sendo a carne o exemplo mais comum. Para remoção do corpo estranho, utilizar o dedo indicador em forma de gancho. Estando mais aprofundado, pode-se utilizar o dedo indicador e o médio para formar uma pinça. No caso de recém-nato e lactentes, utilizar o dedo mínimo. Não se deve fazer varredura digital às cegas.
No contexto do trauma, um dos principais corpos estranhos abordados na literatura é a base da língua uma vez que “em pacientes inconscientes, a língua torna-se flácida, caindo para trás e bloqueando a laringofaringe” . Para corrigir corretamente essa forma de obstrução, profissionais de saúde usam as manobras chin-lift ou jaw-thrust. 
Conduta: abaixar a mandíbula (abrir a boca), retirar o CE, limpar secreções. 
CE no Esôfago e Estômago
Nessas regiões podemos encontrar pequenos objetos colocados por crianças quando estão brincando ou, então, ossos engolidos por um adulto ou criança por engano. A maioria desses objetos irá passar pelo sistema digestivo, porém alguns poderão causar bloqueios, incômodos ou perfurações no trato gastrointestinal.
· Sinais e sintomas: Náuseas e/ou vômitos; Disfagia (dificuldade em deglutir); Odinofagia (dor ao deglutir); Dor Retroesternal; Hematêmese (vômito com sangue); Sialorréia; Melena (fezes escurecidas devido à digestão do sangue); Enterorragia (eliminação de sangue vivo pelo ânus. 
Conduta: 
Objetos não-lacerantes (balas, bombons, moedas, brinquedos, etc): Ingerir alimentos
Objetos lacerantes (vidro, espinha de peixe, prego, gilete, parafuso, agulha, osso de galinha, etc): Encaminhar ao hospital
NÃO PROVOCAR VÔMITOS 
CE na Pele
Princípios: Preservar tecidos; Evitar maior aprofundamento; Fazer assepsia local; Curativo ou imobilização quando necessário.
CORPO ESTRANHO SUPERFICIAL – Até 1 cm (espinhos, farpas de madeira, cacos de vidro, etc)
· Retirada com pinça e/ou agulha esterilizada
· Curativo compressivo
CORPO ESTRANHO PROFUNDO – Mais de 1 cm
· Não retirar -> Observar trajeto de estruturas nobres 
· Curativo oclusivo 
· Estabilizar PROFILAXIA ANTI- TETÂNICA
Ferrão de insetos: deve-se tranquilizar a vítima. A retirada deverá ser feita com uma pinça e de uma só vez. Evitar pressionar e comprimir a bolsa de veneno que muitas vezes está anexa ao ferrão. Caso pressione a bolsa de veneno inadvertidamente poderá injetar uma maior quantidade desta toxina na vítima acarretando mais dor, incômodo ou até uma reação alérgica. Se possível aplique uma compressa fria de gelo para minimizar o inchaço
 Anzol: Para remover um anzol transfixado na pele, deve-se cortar a barbela com o auxílio de um alicate, e depois remover o anzol pelo mesmo trajeto que transfixou a pele.
IMPORTANTE: É de fundamental importância que vítimas de Corpos Estranhos sejam encaminhadas aos especialistas, após serem realizados os Primeiros Socorros, para melhor avaliação do seu estado de saúde.

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