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1. Explicar o ciclo menstrual. Parte 1: A primeira metade do ciclo ● Útero: Menstruação ○ Quando: Desde o começo do sangramento até a hora em que ele termina. ○ O que: Sangue velho e tecido de dentro do útero descama através da vagina. ○ Cada ciclo menstrual começa com a menstruação (sangramento). A menstruação é a saída normal do sangue e do endométrio (tecido do útero) através do colo do útero e da vagina. Uma menstruação normal pode durar até 8 dias (1), mas em média dura 5 ou 6 ● Ovários: Fase folicular ○ Quando: Do começo da menstruação até a ovulação. ○ O que: Sinais do cérebro informam aos ovários para preparar um óvulo que vai ser liberado. ○ Durante a menstruação, a glândula pituitária ou hipófise (uma pequena área na base do cérebro que produz hormônios) produz um hormônio chamado folículo-estimulante (FSH). O FSH informa os ovários para prepararem um óvulo para a ovulação (liberação do óvulo do ovário). Ao longo do ciclo menstrual, existem diversos folículos (sacos cheios de fluído contendo os óvulos) em cada ovário e em diferentes estágios de desenvolvimento (5,6). ○ Mais ou menos na metade da fase folicular (logo quando a menstruação está no final) um folículo em um dos ovários fica maior que todos os folículos, com mais ou menos 1 cm (6,7). Esse folículo se torna o folículo dominante, e será preparado para ovular. O folículo dominante produz estrogênio à medida que cresce, e este hormônio atinge um pico bem antes da ovulação acontecer (7). Para muitas pessoas, a fase folicular dura 10-22 dias, mas isso pode variar de ciclo para ciclo ● Útero: Fase Proliferativa ○ Quando: Do fim da menstruação até a ovulação ○ O que: O útero constrói um tecido interno mais espesso ○ Enquanto os ovários estão trabalhando em desenvolver os folículos que contêm os óvulos, o útero está respondendo ao estrogênio produzido pelos folículos, reconstruindo o tecido que foi descamado durante a última menstruação. Isso é chamado de fase proliferativa porque o endométrio (tecido do útero) se torna mais grosso, mais espesso. O endométrio é mais fino durante a menstruação, e engrossa através dessa fase até a ovulação ocorrer (9). O útero faz isso para criar um lugar onde um óvulo potencialmente fecundado pode se implantar e crescer (10). ● Interlúdio: Ovulação ○ Quando: Mais ou menos na metade do ciclo, mas isso pode mudar de ciclo para ciclo. A Ovulação divide as duas fases do ciclo do ovário (a fase folicular e a fase lútea). ○ O que: Um óvulo é liberado do ovário para as trompas de falópio. ○ O folículo dominante no ovário produz mais e mais estrogênio à medida que cresce mais. O folículo dominante alcança mais ou menos 2 cm – mas pode chegar a 3 cm – no seu maior tamanho antes da ovulação (6,7). Quando os níveis de estrogênio estão altos o suficiente, eles avisam o cérebro causando um aumento dramático do hormônio luteinizante (LH) (11). Esse pico é o que induz a ovulação (liberação do óvulo do ovário) ocorrer. A ovulação acontece geralmente entre 13-15 dias antes do começo da próxima menstruação Ato 2: A segunda metade do ciclo ● Ovário: Fase lútea ○ Quando: Da ovulação até o começo da próxima menstruação. ○ O que: O saco que continha o óvulo produz estrogênio e progesterona. ○ Uma vez que a ovulação ocorre, o folículo que continha o óvulo se transforma em algo chamado de corpus luteum (corpo lúteo) e começa a produzir progesterona assim como estrogênio (10,13). Os níveis de progesterona têm um pico mais ou menos na metade dessa fase (14). As mudanças hormonais da fase lútea são associadas com os sintomas pré-menstruais comuns que muitas pessoas têm, como mudanças de humor, dores de cabeça, acne, inchaço, e sensibilidade nos seios. ○ Se um óvulo é fecundado, a progesterona do corpo lúteo dá suporte para uma gravidez inicial (15). Se nenhuma fecundação ocorre, o corpo lúteo começa a se desfazer entre 9 e 11 dias depois da ovulação (10). Isso resulta em uma queda nos níveis de estrogênio e progesterona, o que causa a menstruação. A fase lútea dura tipicamente 14 dias, mas entre 9 e 16 dias também é comum ● Útero: Fase secretora ○ Quando: Da ovulação até o começo da próxima menstruação. ○ O que: O tecido do útero libera ou secreta substâncias químicas que vão ou ajudar uma gravidez inicial a se fixar se um óvulo foi fecundado, ou ajudar a desfazer o tecido se o óvulo não foi fecundado. ○ Durante essa fase, o endométrio se prepara ou para ajudar na gravidez ou para se desfazer para a menstruação. Altos níveis de progesterona fazem com que o endométrio pare de se espessar e comece a se preparar para uma potencial fixação do óvulo fecundado. A fase secretora tem esse nome porque o endométrio está secretando (produzindo e liberando) muitos tipos de mensageiros químicos. Os mais notável desses mensageiros são as prostaglandinas que são secretadas pelas células endometriais e causam mudanças em outras células próximas. ○ Duas prostaglandinas em particular chamadas PGF2α e PGE2 fazem com que o músculo uterino se contraia (produzindo cólica). A quantidade dessas prostaglandinas aumentam durante a segunda metade do ciclo e alcançam seu pico durante a menstruação (16,17). As cólicas menstruais causadas por essa prostaglandina ajuda a iniciar a menstruação. Se uma gravidez ocorre, a produção de prostaglandina é inibida (18) então essas contrações não impactam em uma gravidez inicial. ○ Se a gravidez não ocorre, o corpo lúteo deixa de produzir estrogênio e progesterona. A baixa nos hormônios, junto com os efeitos da prostaglandina fazem com que os vasos sanguíneos se contraiam e o tecido do endométrio se desfaça (10). ○ A menstruação começa, e todo o ciclo se inicia de novo. Referências: ● Clue (empresa por trás daquele aplicativo famoso para celular e tem alguns investidores como a própria Jansen), artigo feito pela Laurie Ray ● Rotinas em Ginecologia, 7ª edição, ArtMed 2. Entender a puberdade fisiológica. Leptina: ● O início do processo puberal é influenciado por fatores genéticos e ambientais, incluindo nutrição infantil e obesidade. ● A leptina é proposta como um dos hormônios responsáveis pelo início e pela progressão da puberdade. Esse hormônio é produzido pelos adipócitos – quanto maior o número de adipócitos, maior a produção de leptina. ● Esse hormônio sinaliza o hipotálamo a respeito das reservas energéticas, modulando o funcionamento dos eixos hormonais que envolvam o hipotálamo e a hipófise. ● O índice de massa corporal (IMC) elevado associou-se a altos níveis séricos de leptina e ao desenvolvimento puberal mais precoce em meninas. ● Leptina: Relações entre leptina, puberdade e exercício no sexo feminino ‘’ Sabe-se que o aumento das concentrações de leptina plasmática tem ação direta como hormônio regulatório do sistema reprodutor e, consequentemente, atua durante o processo pubertário; sua ação é julgada de extrema importância durante o mesmo, já que é considerada um agente permissivo para início da puberdade ● Quando concentração de leptina chega a determinado nível, estimula a liberação de GnRH pelo hipotálamo, que leva a menina iniciar seu ciclo menstrual. Sendo assim, o primeiro fator desencadeador da menarca seria o aumento do tecido adiposo Sabe-se que a puberdade tem início com a atividade do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, que tem sua função iniciada logo durante a vida fetal, fica inativado na infância e é reativado com o início da puberdade. ● O hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH, do inglês gonadotropin-releasing hormone) é um decapeptídeo produzido por neurônios do núcleo arqueado do hipotálamo (ver FIG. 2.1), responsável pela secreção hipofisária de hormônio luteinizante (LH, do inglês luteinizing hormone) e hormônio folículo-estimulante (FSH, do inglês follicle-stimulating hormone). Durante o ciclo menstrual, para exercer sua ação moduladora sobre a hipófise, esse neuro-hormônio é secretado de forma pulsátil. ○ Um estudo utilizando macacas que tiveram o núcleo arqueado destruído por irradiação elucidou as características de secreção de GnRH emciclos ovulatórios. Após a destruição do núcleo arqueado, os animais apresentavam níveis baixíssimos de gonadotrofinas; quando o GnRH era administrado em altas doses ou em infusão contínua, também não havia resposta hipofisária. A secreção gonadotrófica era compatível com o ciclo ovulatório apenas quando a infusão era pulsátil ○ Os pulsos de GnRH são modulados pelo sistema supra-hipotalâmico noradrenalina-dopamina, com influência facilitadora da noradrenalina e inibidora da dopamina (FIG. 2.2). Esse sistema pode ser influenciado por opioides endógenos, catecolestrogênios e outros neurotransmissores ● O ciclo menstrual ovulatório necessita da secreção de GnRH em uma faixa crítica de amplitude e frequência, maior na primeira fase do ciclo e menor na segunda ● A hipófise localiza-se na sela túrcica. As gonadotrofinas, LH e FSH, são produzidas pelo gonadotrofo, localizado na adeno-hipófise. Os gonadotrofos, sob ação do GnRH, sintetizam, armazenam e liberam gonadotrofinas. ● A secreção, a síntese e o armazenamento de gonadotrofinas sofrem alterações no decorrer do ciclo menstrual, conforme as concentrações de estradiol, progesterona, inibinas e outras substâncias produzidas pelo folículo dominante ○ Estradiol ■ Secretado pelo folículo dominante ■ No início da fase folicular, o estradiol inibe a secreção de FSH (retrocontrole negativo). A oferta de FSH passa a ser cada vez menor aos folículos, sendo que a maior parte dos folículos entra em atresia, exceto o dominante, que continua crescendo, resultando em mono-ovulação. ● O folículo dominante tem maior atividade da enzima aromatase, que lhe permite maior produção de estradiol, maior número de receptores de FSH e, paralelamente, estimula a expressão de receptores de LH também nas células da granulosa. ■ Os altos níveis de estradiol secretados pelo folículo dominante desencadeiam o pico de LH (retrocontrole positivo do estradiol sobre as gonadotrofinas ○ Ao fim da fase lútea do ciclo anterior, com o decréscimo do estradiol, da progesterona e da inibina A, ocorre o aumento do FSH nos primeiros dias da fase folicular. Esse é o sinal para que os folículos antrais, capazes de responder ao estímulo do FSH, iniciem o crescimento e para que comece um novo ciclo Referência: ● Rotinas em Ginecologia, 7ª edição, ArtMed ● Artigo do Departamento de Anatomia do Laboratório de Neuroanatomia Química (JDJ) da Universidade de São Paulo 3. Caracterizar o climatério, relacionando as modificações hormonais do eixo hipotálamo hipófise-ovariano ocorridas nesta fase. Definição: ● Climatério é o período de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva para a fase de pós-menopausa. Dessa forma, a menopausa (última menstruação) é um fato que ocorre durante o climatério. Essa fase é caracterizada por alterações menstruais, fenômenos vasomotores, alterações físicas, ósseas, cardiovasculares e psicológicas que podem afetar a qualidade de vida, e não apresenta limites definidos de tempo de ocorrência, sendo variável para cada mulher. ● A perimenopausa, ou mais atualmente chamada de período de transição menopausal, é definida pelo início dos sintomas climatéricos até 12 meses após o término das menstruações. ● A menopausa é definida como término permanente das menstruações e tem por convenção um diagnóstico retrospectivo, caracterizado por amenorreia por mais de 12 meses. Geralmente ocorre entre os 40 e 51 anos de idade, sendo antes disso caracterizada como menopausa prematura, e após 52 anos (ou 55 anos para alguns), tardia. Modificações hormonais: ● O mecanismo fisiopatológico do climatério inicia-se com a atresia folicular que evolui durante toda a vida da mulher, chegando ao seu estágio final com a menopausa. ○ Atresia folicular: A degeneração de folículos ováricos antes da maturação dos mesmos ser atingida é conhecida como atrésia folicular. Durante a fase folicular do ciclo menstrual, ocorre a degeneração de folículos imaturos e a sua reabsorção. Esta morte folicular pode ocorrer em qualquer estádio da foliculogénese, sendo necessária para manter a saúde reprodutiva na mulher. ● Na perimenopausa, a mulher possui em média cerca de 1.000 folículos que gradativamente perdem sua função. Passam a responder inadequadamente ao estímulo hormonal hipofisário e a produzir menor quantidade de inibina em razão do menor número e pior qualidade dos folículos recrutados. A hipófise responde a esse processo aumentando a produção de FSH. Altera-se concomitantemente o pico de LH e, dessa forma, ocorre a anovulação. Aumenta-se, o nível circulante de LH numa tentativa compensatória de luteinizar os folículos não-rotos. Os níveis de progestagênio caem, uma vez que não há ovulação e formação de corpo lúteo. Estrogênio e testosterona, produzidos, respectivamente, pelas células foliculares e tecais, diminuem em uma fase um pouco mais tardia. ○ Progestagênio: nome dado às substâncias artificiais com propriedades biológicas semelhantes à progesterona natural produzida pelos ovários e pela placenta. ● Durante o menacme, o estradiol é o principal estrogênio produzido, tanto em quantidade quanto em potência; a estrona está presente em quantidade significativa, porém é menos potente que o estradiol. Após a menopausa, os níveis de estradiol caem em 90%, sendo a estrona então o hormônio dominante. A estrona é produzida a partir da conversão da androstenediona adrenal pela aromatase, presente sobretudo no tecido adiposo periférico. Já a testosterona tem um decréscimo de 30% em sua produção, entretanto continua a ser produzida pelo estroma ovariano, sob influência do LH. A progestagênio, que no menacme tinha sua produção no corpo lúteo ovariano após a ovulação, na menopausa passa a ter níveis muito diminuídos, sendo produzida apenas pela adrenal. ○ Menacme: considerado o período entre a primeira e última menstruação da mulher. ● ○ Referência: 2º Citação no bloco de referências Referências: ● CLIMATÉRIO. Biblioteca Virtual em Saúde - MINISTÉRIO DA SAÚDE, 21 abr. 2015. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/1090-climaterio#:~:text=Climatério%20é%20o%20p eríodo%20de,que%20ocorre%20durante%20o%20climatério. Acesso em: 3 abr. 2021. ● CLIMATÉRIO: INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES - CLIMATÉRIO, PERIMENOPAUSA E MENOPAUSA. Medicina Net: Maria Augusta Bernardini; Marco Antonio Nazar Petti; Luciana Pistelli; Alfonso Araujo Massaguer; Eduardo Leme Alves da Motta; Edmund Chada Baracat, 1 jul. 2013. Disponível em: http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1660/climaterio.htm#:~:text=Mudanças%20 Hormonais&text=Na%20perimenopausa%2C%20a%20mulher%20possui,pior%20qualidade%2 0dos%20folículos%20recrutados. Acesso em: 3 abr. 2021. ● ATRESIA Folicular. Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução, 2021. Disponível em: https://spmr.pt/16-repropedia/a/75-atresia-folicular. Acesso em: 3 abr. 2021. ● MENACME. Página da Dr. Mariana Martins: Mariana Martins, 2017. Disponível em: http://dramarianamartins.com.br/ginecologia/#:~:text=Menacme%20é%20considerado%20o%2 0período,e%20última%20menstruação%20da%20mulher. Acesso em: 3 abr. 2021. ● FEBRASGO orienta médicos sobre uso de progestagênios. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, 20 jun. 2017. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/113-febrasgo-orienta-medicos-sobre-uso-de-proges tagenios#:~:text=Progestagênio%20é%20o%20nome%20dado,pelos%20ovários%20e%20pela %20placenta. Acesso em: 3 abr. 2021. 4. Caracterizar tensão pré-menstrual, suas causas e tratamento. Definição: ● A síndrome pré-menstrual (SPM) é um distúrbio crônico que ocorre na fase lútea do ciclo menstrual e desaparece logo após o início da menstruação. ● A SPM caracteriza-se por uma combinação de sintomas físicos, psicológicos e comportamentais que afetam as relações interpessoais da mulher de forma negativa. Entre 3 e 8% das mulheres têm sintomas muito intensos, interferindo nas suas atividades diárias e comprometendo a sua produtividade e qualidade de vida, o que constitui o transtorno disfórico pré-menstrualCausas: ● O sintoma psicológico mais frequente é a labilidade de humor, ocorrendo em até 80% das pacientes. ○ labilidade de humor vai ser caracterizado por instabilidade emocional, é uma condição que acontece quando uma pessoa apresenta mudanças muito rápidas do humor ou tem emoções desproporcionais a determinada situação ou ambiente ● Outros sintomas são ansiedade, irritabilidade, depressão, sentimento de desvalia, insônia ou aumento de sonolência, diminuição da memória, confusão, concentração diminuída e distração. ● As queixas físicas comuns incluem aumento do volume abdominal e sensação de fadiga, cefaleia tensional, enxaqueca, mastalgia, dores generalizadas, aumento de peso, tonturas, náuseas e palpitação. ● Entre as mudanças de comportamento, são comuns mudanças nos hábitos alimentares, aumento de apetite, avidez por alimentos específicos (particularmente doces ou comidas salgadas), não participação em atividades sociais ou profissionais, maior permanência em casa, aumento de consumo de álcool e aumento ou diminuição da libido. Etiologia: ● A etiologia permanece desconhecida e, por isso, muitas hipóteses têm sido cogitadas, porém, nenhuma delas pode ser comprovada ○ Há consenso de que seja secundária à atividade cíclica ovariana. A menstruação em si não é fundamental, visto que os sintomas se mantêm após histerectomia. ● Eu vi alguns estudos que relatam a consequência de uma interação complexa e pouco compreendida entre hormônios esteroides ovarianos, peptídeos opioides endógenos, neurotransmissores centrais, prostaglandinas e sistemas autonômicos periféricos e endócrinos. ○ Estudos comprovaram que não há alteração na dosagem sérica dos hormônios sexuais das mulheres com SPM quando comparadas às mulheres normais Tratamento: ● Eu vi que o manejo inicial parte da educação e orientação dessas pacientes. ○ Também relata sobre a necessidade do entendimento familiar e as pessoas que estão a volta dela para entender que é uma patologia endocrinoginecológica de causa incerta e não proveniente de algo fictício ● Posteriormente isso o tratamento deve ser relacionado com intervenções no estilo de vida da paciente ○ Modificações de hábitos alimentares é o mais indicado, voltando se para uma alimentação adequada ○ Eu vi também que café, chá a base de cola devem ser evitadas, pois são estimulantes, podendo agravar a irritabilidade, a tensão e a insônia ○ Também o uso de álcool e drogas podem piorar os sintomas psicológicos ○ Exercícios físicos são indicados devido ao elevar da endorfina, fazendo com que haja uma melhora no humor. ● Terapia cognitivo comportamental tem demonstrado eficácia no tratamento, auxiliando a modificar a irritabilidade e a forma de lidar com os momentos de estresse. ● Em alguns casos, opções farmacológicas ○ Antidepressivos serotoninérgicos ■ são considerados fármacos de primeira linha, eficazes e de boa tolerabilidade para o tratamento ■ De acordo com os estudos, eles não apresentam perfil bastante seguro, não havendo efeitos residuais após a interrupção do medicamento ■ e as taxas de melhora dele são na faixa de 70-90% Referência: ● Rotinas em Ginecologia, 7ª edição, ArtMed 5. Descrever o diagnóstico e o tratamento da mulher no climatério, caracterizando os principais distúrbios relacionados a ele, bem como as indicações e contraindicações da reposição hormonal. Diagnóstico: ● A menopausa é um evento fisiológico que representa a interrupção definitiva da ovulação resultante da perda da função folicular ovariana em consequência do envelhecimento. É reconhecida após 12 meses de amenorreia. ○ Amenorreia significa a ausência de menstruações no período em que elas deveriam acontecer. ● O climatério representa um período de transição caracterizado por modificações endocrinológicas, biológicas e clínicas no organismo feminino e pela contínua falência da função ovariana na ausência de causa patológica, resultando na perda definitiva da capacidade reprodutiva da mulher. Alterações hormonais: ● No ovário, 90% da produção do estradiol provém do folículo dominante e os demais folículos são responsáveis pela produção de inibina B e do hormônio antimülleriano ○ A diminuição maciça do número de folículos ovarianos resulta na diminuição gradual da inibina B, que, por sua vez, desativa o feedback negativo sobre a hipófise, liberando a secreção de FSH e aumentando o recrutamento folicular. O resultado dos níveis elevados de FSH é a aceleração da depleção folicular, o que encurta a primeira fase do ciclo menstrual e marca os últimos anos antes da menopausa pela intensa atresia e apoptose até o esgotamento dos folículos ○ Enquanto houver folículos suficientes, a ovulação ainda é mantida e os níveis de estradiol permanecerão dentro da normalidade. A contínua perda da reserva folicular diminui os níveis de estradiol que não são mais suficientes para estimular o pico de LH, encerrando assim os ciclos ovulatórios. Sem a ovulação propriamente dita, não há produção de corpo lúteo e, consequentemente, de progesterona ● As alterações na dinâmica hormonal que se inicia na transição menopausal se manifestam por diversas mudanças fisiológicas que podem acarretar em comprometimento na qualidade de vida dessas mulheres. Tratamento: ● Benefícios da terapia de reposição hormonal ○ demonstrou ação sobre o ganho de massa óssea, reduzindo a evidência de fraturas osteoporóticas na pós-menopausa, incluindo pacientes com osteopenia ○ Grandes estudos, como o Women’s Health Iniciative (WHI) e o Heart and Estrogen/Progestin Replacement Study (HERS), demonstraram redução estatisticamente significativa na incidência de diabetes melito tipo 2 (DM2) nas populações pós-menopáusicas tratadas com reposição hormonal ● Riscos da terapia de reposição hormonal ○ Risco relacionado a doença cardiovasculares ■ Com a publicação dos primeiros resultados do WHI nos anos 2000, que associaram aumento do risco de DCV nas usuárias de TRH com estrogênios conjugados e medroxiprogesterona, instalou-se grande polêmica na prescrição de reposição hormonal. Entretanto, análises secundárias dos dados desse mesmo estudo, anos após, em conjunto com novos estudos que incluíram avaliação do risco cardiovascular versus TRH (como o Danish Osteoporosis Prevention Study, Nurse’s Health Study e o ELITE Trial), demonstraram que mulheres que iniciaram TRH no período de transição menopáusica ou próximo dela tiveram incidência significativamente menor de DCV ○ Risco de eventos tromboembólicos ■ conhecidamente associados à estrogenioterapia por via oral. Esse risco surge nos primeiros dois anos do início da TRH e parece diminuir substancialmente ao longo do tempo. A via transdérmica demonstrou menor risco de tromboembolismo venoso (TEV) ○ Risco de câncer de mama ■ Muito se questiona sobre a existência de aumento de risco do câncer de mama nas pacientes que fazem terapia de reposição hormonal. Dados do WHI de fato evidenciam aumento no diagnóstico de câncer de mama nas mulheres usuárias de TRH com estrogênio e progestogênio, porém o fenômeno começou a ser observado após o quinto ano de uso da terapia e não houve aumento nas taxas de mortalidade global entre os grupos. ○ Mas a sociedade brasileira de arritmias cardíacas, relata as seguintes contraindicações: ■ Referência: ● Rotinas em Ginecologia, 7ª edição, ArtMed 6. Identificar os critérios de avaliação clínica da mulher do climatério (índice de Kupperman). Definição: ● O Índice Menopausal de Kupperman avalia a intensidade dos sintomas climatéricos e é usado como referência pelos médicos ginecologistas. A classificação vai de leve e moderado a intenso e ajuda a identificar a aproximação da menopausa em mulheres bastante sintomáticas. ● Sintomas: ○ Ondas de calor ■ Leves: 4 ■ Moderado: 8 ■ Intenso: 12 ○ Parestesia ■ Leves: 2 ■ Moderado: 4 ■ Intenso: 6 ○ Insônia ■ Leves: 2 ■ Moderado: 4 ■ Intenso: 6 ○ Nervosismo ■ Leves: 2 ■ Moderado: 4 ■ Intenso: 6 ○ Depressão ■ Leves: 1 ■ Moderado: 2 ■ Intenso: 3 ○ Fadiga ■ Leves: 1 ■ Moderado: 2 ■ Intenso: 3 ○ Artralgia/Mialgia(sintomatologia dolorosa associada a uma ou mais articulações do corpo / utilizado para caracterizar dores musculares) ■ Leves: 1 ■ Moderado: 2 ■ Intenso: 3 ○ Cefaleia ■ Leves: 1 ■ Moderado: 2 ■ Intenso: 3 ○ Palpitação ■ Leves: 1 ■ Moderado: 2 ■ Intenso: 3 ○ Zumbido no ouvido ■ Leves: 1 ■ Moderado: 2 ■ Intenso: 3 ● Resultados: ○ LEVES - ATÉ 19 ○ MODERADOS - DE 20 A 35 ○ INTENSOS - MAIS DE 35 Referencias: ● Referência: KUPPERMAN, H. S.; BLATT, M. H. G. Menopausal indice. J Clin Endocrinol. v. 13, n.1, p. 688-694, 1953. 7. Entender a escala de Tanner. 8. Compreender as disfunções sexuais na mulher. Definição: ● ○ As disfunções da fase do desejo se subdividem em: inapetência, que é a falta absoluta de desejo; no desejo sexual hipoativo, que é uma necessidade sexual reduzida em relação ao chamado padrão “normal”, ou a hiperapetência, que é um comportamento de compulsão sexual, no caso dos homens tomando o nome de satirismo ou dom juanismo, e no das mulheres, o de ninfomania. ○ As disfunções da fase da excitação feminina se caracterizam pelo déficit de lubrificação e a dos homens, em déficit eretivo. Estes déficits eretivos podem assumir desde um padrão leve a moderado até o severo. Neste último caso, o portador apresenta uma total incapacidade de manter a ereção. ○ A disfunção da fase do orgasmo na mulher é a anorgasmia, que pode ser situacional ou total; e no homem ocorrem os bloqueios que causam as alterações da ejaculação, a ejaculação precoce, retardada ou retrógrada. ○ Disfunção pré processo podem ter causas diversas, como depressão, estresse, doenças crônicas, infecções vaginais, inflamações no colo do útero, uso de drogas ou álcool, histórico de abuso sexual, insatisfação com o parceiro causada por ejaculação precoce, disfunção erétil masculina ou até mesmo falta de diálogo entre o casal sobre o que cada um gosta mais na hora do sexo. 9. Definir causas que poderão levar ao climatério precoce. Causas possíveis: ● Queda dos hormônios ○ A principal causa da menopausa é o declínio natural dos hormônios reprodutivos. Com a proximidade do final dos 30 anos, os ovários começam a produzir menos estrogênio e progesterona, que são hormônios que regulam a menstruação, e a fertilidade diminui. ○ Com a chegada dos 40, os períodos menstruais podem se tornar mais longos ou curtos, mais ou menos frequentes, até que eventualmente os ovários deixam de produzir os hormônios e não há mais períodos (o que acontece por volta dos 50 anos). ● Remoção do útero ○ A histerectomia é a cirurgia para remoção do útero, podendo haver ou não a retirada dos ovários também. ○ Quando a operação ocorre e não há a retirada dos ovários, não costuma provocar a menopausa imediata. Embora não haja mais períodos menstruais, os ovários ainda liberam óvulos e produzem estrogênio e progesterona. ○ A cirurgia que remove o útero e os ovários (histerectomia total e ooforectomia bilateral), por outro lado, causa menopausa imediata. Nesse caso, a menstruação é interrompida permanentemente. ○ Assim, é provável que a mulher tenha ondas de calor e outros sintomas, que podem ser graves, já que essas mudanças hormonais ocorrem abruptamente em vez de progressivamente, durante vários anos. ● Quimioterapia e radioterapia ○ A quimioterapia e radioterapia são tratamentos muito comuns contra o câncer. Podem induzir à menopausa, causando sintomas como ondas de calor durante ou logo após o tratamento. ○ A interrupção da menstruação (e da fertilidade) nem sempre é permanente após a quimioterapia, portanto, medidas de controle da natalidade ainda são cabíveis. ● Insuficiência ovariana primária ○ Cerca de 1% das mulheres experimentam a menopausa antes dos 40 anos (menopausa precoce). Principalmente nestes casos, a menopausa pode resultar de insuficiência ovariana primária. ○ Essa condição acontece quando os ovários deixam de produzir níveis normais de hormônios reprodutivos, decorrentes de fatores genéticos ou doenças autoimunes. 10.Entender as repercussões clínicas do hipoestrogenismo. Definição: ● é uma condição cujos níveis de estrogênio no organismo estão abaixo do normal Repercussões clínicas: ● Aumento do peso ○ Com a diminuição da produção do estrogênio pelo ovário, essa tarefa acaba sendo feita pelas células de gordura. O corpo, então, passa a entender que é preciso fabricar mais células de gordura para manter os níveis hormonais em equilíbrio. Isso acaba refletindo nos números apontados na balança. ● Alterações no humor ○ O desequilíbrio hormonal também afeta o humor e o comportamento das mulheres. A TPM está aí para provar isso todos os meses. Ocorre que uma queda nessa produção acaba modificando também os níveis de neurotransmissores importantes, como a dopamina, a serotonina e a noradrenalina. ● Infecções no sistema urinário ○ Existem alguns problemas típicos do trato urinário que costumam aparecer com maior frequência quando a mulher apresenta deficiência de estrogênio. ● Queda e ressecamento dos fios ○ O estrogênio é tudo para o cabelo: ajuda a manter sua força e vitalidade, com os fios mais saudáveis. A falta dele, é claro, proporciona justamente o oposto: queda dos cabelos e fios sem vida e sem brilho. É preciso investir pesado em alguns cuidados como hidratação, nutrição e queratinização. ● Ondas de calor ○ Também provocados pela queda do estrogênio, os famosos fogachos, muito comuns em mulheres que entraram na menopausa, podem ser um problema ainda maior se você mora em lugares muito quentes ou secos. ● Insônia ○ Os problemas para ter uma noite tranquila também estão presentes aqui. Na verdade, a insônia é uma consequência das ondas de calor. ● Doenças cardiovasculares ○ Como a deficiência de estrogênio afeta a distribuição de gordura corporal, ela também mexe com os níveis de triglicerídeos. Essas taxas acabam subindo, o que aumenta as chances de um ataque cardíaco (infarto) ou mesmo de um acidente vascular cerebral (AVC). ● Cansaço ○ Um pequeno esforço pode deixar a mulher que apresenta baixos níveis de estrogênio extremamente cansada. Ainda que ela tenha acabado de ter um sono relaxante, o cansaço pode aparecer se uma atividade um pouco mais movimentada tiver de ser realizada. ● Rugas e linhas de expressão ○ O estrogênio também ajuda a melhorar a textura da pele e interfere na distribuição de proteínas como o colágeno (responsável pela elasticidade e consistência da pele). A queda desse hormônio facilita a formação de linhas de expressão e rugas, além de deixar a pele ressecada. Por conta disso, manter uma boa hidratação é essencial. ● Problemas articulares ○ Outra situação muito comum em mulheres durante o período da menopausa é o desenvolvimento de problemas nas articulações. Elas costumam ficar mais rígidas, pois a produção do líquido lubrificante que existe na região diminui. Isso aumenta o desgaste ósseo e também de partes moles, como os meniscos, amortecedores presentes no joelho. As consequências disso são dores e inflamações no local.
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