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Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 01 TERMODINAMICA QUÍMICA CONCEITOS FUNDAMENTAIS Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 02 Introdução A palavra termodinâmica teve origem na junção de dois vocábulos gregos,therme (calor) e dynamis (força), que têm a ver com as Primeiras tentativas para transformar calor em trabalho e que constituiram o objectivo primordial desta ciência. A ciência da termodinâmica surgiu pela necessidade de aperfeiçoar o funcionamento das primeiras máquinas a vapor, de que é exemplo a máquina de Newcomen construída no princípio do século XVIII. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 03 Algumas aplicações práticas da termodinâmica Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 04 Sistemas fechados e abertos Um sistema termodinâmico é qualquer quantidade de matéria, ou região do espaço, que se escolhe com o objectivo de estudar o seu comportamento. A matéria, ou a região, exterior ao sistema é designada vizinhança. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 05 Sistemas fechados e abertos Chama-se fronteira à superfície, real ou imaginária, que separa o sistema da sua vizinhança. A fronteira dum sistema pode ser fixa ou móvel. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 06 Os sistemas classificam-se em fechados e abertos, conforme se escolhe como objecto de estudo uma determinada quantidade de matéria ou uma determinada região do espaço. Um sistema fechado (também designado massa de controlo) é constituido por uma quantidade fixa de matéria e a sua fronteira não pode ser atravessada por essa matéria. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 07 Sistema isolado Isto é, não pode entrar, nem sair, massa do sistema. Mas a energia, quer na forma de trabalho quer na forma de calor, pode atravessar a fronteira deste sistema e o seu volume pode variar. Se, eventualmente, nem a energia pode atravessar a fronteira dum sistema fechado, este chama-se isolado. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 08 Sistema aberto Um sistema aberto, também designado volume de controlo, é uma região do espaço convenientemente escolhida. Normalmente inclui um dispositivo através do qual a matéria pode fluir como, por exemplo, um compressor, uma turbina, etc. O fluxo de matéria através de tais dispositivos estuda-se melhor escolhendo a região no interior destes dispositivos para objecto de estudo, que constitui o volume de controlo. Tanto a massa, como a energia, podem atravessar a fronteira dum sistema aberto que é também denominada superfície de controlo. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 09 Sistema aberto Tanto a massa como a energia podem atravessar a fronteira dum sistema aberto. Exemplo dum sistema aberto Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 010 Propriedades Chama-se propriedade a qualquer característica dum sistema. Algumas destas propriedades como a pressão P, a temperatura T, o volume V, e a massa m, são bastante familiares e podem ser directamente determinadas. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 011 Propriedades As propriedades podem ser intensivas ou extensivas. As propriedades intensivas são aquelas que são independentes do tamanho dum sistema, tais como a temperatura, a pressão e a densidade. Pelo contrário, os valores das propriedades extensivas dependem do tamanho (ou extensão) do sistema. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 012 Propriedades (Cont.) Pode obter-se uma propriedade intensiva a partir duma propriedade extensiva dividindo o seu valor pela massa ou pelo número de moles do sistema. Ao valor duma propriedade por unidade de massa dá-se o nome de propriedade específica, e por mole propriedade específica molar. volume específico m V v energia específica total energia interna específica m E e m U u Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 013 Propriedades (Cont.) Analogamente, se dividirmos o volume total V, a energia total E ou a energia interna U, pelo número de moles n do sistema obteremos outras propriedades intensivas, volume molar específico energia molar específica energia interna molar específica n U u n V v n E e Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 014 Estados e Equilíbrio Considere um sistema no qual não se observam quaisquer modificações ao longo do tempo. Então, as suas propriedades podem ser medidas, ou calculadas, através de todo o sistema obtendo-se um conjunto de valores que descrevem completamente a condição ou estado do sistema, que se designa um estado de equilíbrio. Num dado estado de equilíbrio todas as propriedades têm valores fixos. Basta que, apenas, o valor de uma propriedade do sistema se altere para o sistema mudar de estado. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 015 A termodinâmica clássica ocupa-se, fundamentalmente, do estudo de estados de equilíbrio. Há vários tipos de equilíbrio e o sistema só estará em equilíbrio se todas as condições dos diferentes tipos de equilíbrio forem satisfeitas. Um sistema está em equilíbrio térmico se a temperatura for a mesma através de todo o sistema. Um sistema está em equilíbrio mecânico se houver equilíbrio entre as forças que lhe estão aplicadas. Se estivermos em presença de um fluido em equilíbrio não poderá haver alterações ao longo do tempo nos valores da pressão em quaisquer pontos do sistema. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 016 Processos e ciclos A quaisquer mudanças que ocorram num sistema enquanto passa de um estado para outro estado de equilíbrio chama-se uma transformação ou processo. Ao conjunto de estados por que o sistema vai passando durante o processo dá-se o nome de “caminho” ou “percurso” do processo. Para descrever completamente uma dada transformação é necessário serem conhecidos os estados inicial e final e, também, o “percurso” do processo. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 017 Transformação O prefixo iso é usado para designar uma transformação em que uma dada propriedade permanece constante. Por exemplo, uma transformação isotérmica é aquela em que a temperatura permanece constante, Uma transformação isobárica é uma transformação em que a pressão não varia, Numa transformação isocórica, ou isométrica, o volume permanece constante. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 018 Transformação Uma transformação chama-se elementar quando as propriedades do sistema apenas passam por variações infinitesimais no decurso dessa transformação. Se representarmos por x o valor de qualquer propriedade do sistema num dado estado uma sua variação infinitesimal no decurso duma transformação elementar representar-se-à por dx Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 019 Diz-se que o sistema realizou um ciclo se regressou ao estado inicial no fim do processo. Isto é, para um ciclo os estados inicial e final do sistema são o mesmo. Por conseguinte: Os valores das propriedades do sistema não sofrem alterações ao completar-se um ciclo. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 020 Postulado de Estado. Diagramas Sistemas compressíveis simples são sistemas fechados, com composição química constante, naausência de movimento e em que não têm que se considerar efeitos devidos à gravidade, à tensão superficial, ou à existência de campos eléctricos ou campos magnéticos exteriores. O postulado de estado exige que as duas propriedades intensivas conhecidas sejam independentes uma da outra, isto é, que seja possível variar uma delas conservando-se a outra constante. A temperatura e o volume específico são sempre propriedades independentes uma da outra, por isso estas duas propriedades são suficientes para definir o estado dum sistema compressível simples. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 021 Representação duma compressão no plano p-V O estado dum sistema compressível simples fica completamente determinado por duas propriedades intensivas independentes. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 022 Representação duma compressão no plano p-V Todas as atividades físicas que realizamos no dia-a-dia (caminhar, deslocar objectos) podem ser consideradas como trabalho que vai aumentar a energia do ambiente. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 023 Representação duma compressão no plano p-V Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 024 Primeiro princípio da Termodinâmica O primeiro princípio da termodinâmica pode ser enunciado da seguinte forma: A diferença entre o calor recebido e o trabalho realizado é igual ao aumento da energia interna. Algebricamente podemos escrever: U= Q-W Q o calor recebido pelo sistema numa transformação, W o trabalho realizado por ele e U a variação da energia interna. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 025 Primeiro princípio da Termodinâmica Q>0 quando o sistema recebe calor. Q<0 quando o sistema fornece calor. W>0 quando o volume do sistema aumenta. W<0 quando o volume do sistema diminui. A variação de energia interna é positiva quando a temperatura aumenta e negativa quando a temperatura diminui. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 026 Primeiro princípio da Termodinâmica Calor é uma forma de energia que é transferida entre dois sistemas (ou entre um sistema e a sua vizinhança) devido, exclusivamente, a uma diferença de temperaturas. Calor fornecido a um sistema é positivo. Calor que o sistema fornece a outro sistema ou à vizinhança é negativo. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 027 Primeiro princípio da Termodinâmica Trabalho é a energia transferida entre sistemas, ou entre um sistema e a sua vizinhança, que se relaciona com a acção de uma força aplicada ao sistema e cujo ponto de aplicação se desloca. Trabalho fornecido, ou realizado, pelo sistema durante uma transformação é positivo e trabalho fornecido ao sistema é negativo. Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 028 Primeiro princípio da Termodinâmica Q1-A-2 + Q2-C-1 = W1-A-2 + W2-C-1 Q1-B-2 + Q2-C -1 = W1-B-2 + W2-C-1 Q1-A-2 - Q1-B-2 = W1-A-2 - W1-B-2 Q1-A-2 - W1-A-2 = Q1-B-2 - W1-B-2 (Q1-2 – W1-2)transf.A = (Q1-2 – W1-2)transf.B Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 029 Primeiro princípio da Termodinâmica Apesar de Q e W dependerem do “percurso” seguido na transformação a diferença (Q-W) é independente deste “percurso” e depende, unicamente, dos estados inicial e final da transformação. Conclui-se assim que: Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 030 Primeiro princípio da Termodinâmica Existe uma propriedade dos sistemas termodinâmicos fechados, a energia E, cuja variação em qualquer transformação é igual à diferença entre a quantidade de calor e o trabalho trocados entre o sistema e a vizinhança nessa transformação. Q – W = ΔE = E2 – E1 Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 031 Primeiro princípio da Termodinâmica Diferentes formas da energia E – A energia interna U É conveniente separar a energia de um sistema que pode ser observada e medida –energia macroscópica- dos modos microscópicos de energia – energia “escondida” no interior da matéria. À soma de todos os modos microscópicos de energia chama-se energia interna U. E = Ec + Ep + U Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS 032 Primeiro princípio da Termodinâmica Na ausência de movimento, isto é, para sistemas fechados em repouso as variações de energia cinética e potencial serão nulas ΔEc=0 ΔEp=0 Q – W = ΔU Para a unidade de massa do sistema vem q – w = Δu Carlos Lucas, DEQUI-FEUEM TQ 2006 C O N C E IT O S F U N A D M E N T A IS Método para resolver um problema Os primeiros passos em uma análise termodinâmica são: 1 - Definição do sistema; 2 - Identificação das interações relevantes com a vizinhança. 3 - Estabelecer: O que é conhecido: resumir o problema em poucas palavras; O que é procurado: resumir o que é procurado; 4 - Esquema e dados: Definir o sistema; identificar a fronteira; Anotar dados e informações relevantes; Hipóteses; Análise: feita sobre as equações (conservação da massa, conservação da energia, segunda lei da termodinâmica); Comentários: interpretar.
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