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CUIDADOS-PALIATIVOS-ASPECTOS-ÉTICOS-SOCIAIS-PSICOLÓGICOS

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SUMÁRIO 
1 CUIDADOS PALIATIVOS: CONCEITO E PRINCÍPIOS ............................. 2 
2 ASPECTOS SOCIAIS ............................................................................... 21 
3 ASPECTOS PSICOLÓGICOS .................................................................. 29 
4 PERDAS POR DOENÇA E MORTE E SEUS DESDOBRAMENTOS NO 
COTIDIANO DE PACIENTES ................................................................................... 32 
5 O PSICÓLOGO NA EQUIPE DE CUIDADOS PALIATIVOS ..................... 40 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 44 
 
 
 
 
1 CUIDADOS PALIATIVOS: CONCEITO E PRINCÍPIOS 
 
Fonte: semiologiamedica.blogspot.com.br 
O Cuidado Paliativo no Brasil teve seu início na década de 1980 e conheceu 
um crescimento significativo a partir do ano 2000, com a consolidação dos serviços já 
existentes e pioneiros e a criação de outros não menos importantes. Hoje já somos 
mais de 40 iniciativas em todo o Brasil. Ainda é pouco, levando-se em consideração 
a extensão geográfica e as necessidades do nosso país. Assim, será maior a nossa 
responsabilidade em firmarmos um compromisso para unidos num único propósito, 
ajudarmos a construir um futuro promissor para os Cuidados Paliativos, a fim de que 
um dia, não muito distante todo cidadão brasileiro possa se beneficiar dessa boa prá-
tica. 
Nas últimas décadas, assistimos ao envelhecimento progressivo da população, 
assim como ao aumento da prevalência de câncer e outras doenças crônicas. Em 
contrapartida, o avanço tecnológico alcançado principalmente a partir da segunda me-
tade do século XX, associado ao desenvolvimento da terapêutica, fez com que muitas 
doenças mortais se transformassem em crônicas, levando à longevidade de seus por-
tadores. No entanto, apesar dos esforços dos pesquisadores e do conhecimento acu-
mulado, a morte continua sendo uma certeza e ameaça o ideal de cura e preservação 
da vida para o qual nós, profissionais da saúde, somos treinados. Os pacientes fora 
http://semiologiamedica.blogspot.com.br/2009/02/quadro-clinico-uma-pintura.html
 
 
de possibilidade de cura acumulam-se nos hospitais, recebendo invariavelmente as-
sistência inadequada, quase sempre focada na tentativa de recuperação, utilizando 
métodos invasivos e alta tecnologia. 
Essas abordagens, quase sempre ignoram o sofrimento e são incapazes, por 
falta de conhecimento adequado, de tratar os sintomas mais prevalentes, sendo a dor 
o principal e mais dramático. Não se trata de cultivar uma postura contrária à medicina 
tecnológica, mas questionar e refletir sobre a nossa conduta diante da mortalidade 
humana, tentando o equilíbrio necessário entre conhecimento científico e humanismo 
para resgatar a dignidade da vida e a possibilidade de se morrer em paz. Cada vez 
mais encontramos em nossos serviços pacientes idosos, portadores de síndromes 
demenciais de variadas etiologias ou com graves sequelas neurológicas. Devemos 
enfrentar o desafio de nos conscientizar do estado de abandono a que esses pacien-
tes estão expostos, inverter o atual panorama dos cuidados oferecidos e tentar im-
plantar medidas concretas, como criação de recursos específicos, melhoria dos cui-
dados oferecidos nos recursos já existentes, formação de grupos de profissionais e 
educação da sociedade em geral. Os Cuidados Paliativos despontam como alternativa 
para preencher essa lacuna nos cuidados ativos aos pacientes. 
 
 
Fonte: papodehomem.com.br 
 
 
 
 
O que são Cuidados Paliativos? 
 
Os cuidados paliativos são um conjunto de práticas e discursos voltados para 
o período final da vida de pacientes fora de possibilidades terapêuticas de cura. Essa 
nova especialidade de saúde reflete a mudança de paradigma e de conceitos sobre o 
corpo humano, o adoecimento e a morte. Os cuidados paliativos não têm objetivo 
curativo nem buscam prolongar ou adiantar a morte do enfermo, visto que seu enfoque 
é o controle dos sinais e sintomas físicos e psicológicos próprios do estágio avançado 
da doença incurável e a melhora da qualidade de vida. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em conceito definido em 
1990 e atualizado em 2002, "cuidados paliativos consistem na assistência promovida 
por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paci-
ente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da pre-
venção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e trata-
mento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais". 
 
Aspectos éticos dos cuidados paliativos 
 
 
Fonte: santacasadevalinhos.com.br 
As questões éticas envolvidas em cuidados paliativos baseiam-se no reconhe-
cimento do fato de que o paciente incurável ou em fase terminal não é um resíduo 
 
 
biológico por quem nada mais pode ser feito, um ser necessitado de anestesia, cuja 
vida não deve ser prolongada desnecessariamente. Estamos sempre diante de uma 
pessoa e, como tal, capaz até o momento final de relacionamento, de tornar a vida 
uma experiência de crescimento e de plenitude. 
Os profissionais devem, porém, reconhecer os limites da medicina e evitar o 
excesso de tratamento, a chamada distanásia, ou o tratamento fútil e inútil. É impor-
tante desafiar a ilusão de que existe somente uma forma de lidar com a dor e o sofri-
mento: eliminando-os. 
É necessário enfatizar que a chamada “dor total”, conceito cunhado por Cicely 
Saunders, que se expressa no medo da morte, na ansiedade da separação, na soli-
dão, no lidar com difíceis questões existenciais, o sentir-se um peso para os outros 
como um dependente inútil, não pode ser tratada ou cuidada somente por meio do 
instrumental técnico-científico. No caso da “dor total”, a eficácia dos analgésicos está 
relacionada com a possibilidade de incluir o tratamento médico, no contexto de relaci-
onamentos humanos significativos, afetivos. 
Seguindo os quatro princípios do respeito pela autonomia, beneficência, não-
maleficência e justiça, bem como em todas as outras áreas dos cuidados médicos, os 
médicos e outros profissionais do cuidado devem respeitar a autonomia do paciente, 
ao concordar com as prioridades e objetivos do cuidado com os pacientes e cuidado-
res, não esconder a informação desejada pelo paciente e respeitar os desejos do pa-
ciente de não ser tratado, quando o tratamento simplesmente nada mais faz que pro-
longar o processo do morrer. 
Os cuidadores devem cuidadosamente medir os benefícios e o ônus do trata-
mento (beneficência) e avaliar os riscos e benefícios de cada decisão clínica (não 
maleficência), para evitar o tratamento fútil e inútil, a distanásia, que não se coaduna 
com os objetivos de prevenção, cura, cuidado, reabilitação e alívio da dor. Deve-se 
observar que essa perspectiva da bioética norte-americana pode ser insuficiente nesta 
área de cuidados de saúde. Uma ética do cuidado e das virtudes apresenta-se como 
apropriada e necessária em cuidados paliativos. 
A ética do cuidado enfatiza essencialmente a natureza vulnerável e dependente 
dos seres humanos. Portanto, enfatiza que a ética não somente diz respeito ao pro-
cesso de decidir, mas também envolve a qualidade das relações, tais como continui-
dade, abertura e confiança. A ética das virtudes critica o enfoque ético baseado nas 
decisões a partir do caráter, enfatizando a importância de ações virtuosas. 
 
 
Os pacientes com doenças avançadas ou em estado terminal têm fundamen-
talmente os mesmos direitos que os outros pacientes, tais como o direito de receber 
cuidados médicos apropriados, apoio pessoal, direito de ser informados, mas também 
o direito de recusar procedimentos diagnósticos e/ou tratamentos quando estes sim-
plesmente nada acrescentam diante da morte prevista. 
A recusa de tratamento não deve influenciar a qualidade dos cuidados paliati-
vos. O mais importanteé que os pacientes em cuidados paliativos têm o direito ao 
grau máximo de respeito por sua dignidade, ao melhor analgésico de dor disponível e 
ao alívio do sofrimento. 
 
 
Fonte: www.homefisio.com.br 
Embora a realidade de cada país tenha sempre suas peculiaridades sociopolí-
ticas e culturais únicas, é enriquecedor considerar como fonte de inspiração o que 
acontece e se faz em outros países. É nesse sentido que olhamos para o que a As-
sociação Húngara de Hospices e Cuidados Paliativos preconiza em termos de princí-
pios éticos em cuidados paliativos. Os membros da equipe de cuidados devem res-
peitar a autonomia dos pacientes, ao concordar com suas prioridades e objetivos bem 
como conversar sobre as opções de tratamento. 
Conjuntamente formular o plano de cuidados, sem nunca esconder a informa-
ção que o paciente deseja receber, atendendo as suas necessidades de informação 
sobre qualquer tratamento e respeitando a opção do paciente, se este optar por aban-
donar o tratamento proposto. A equipe de cuidados deve avaliar os benefícios e riscos 
 
 
do tratamento (beneficência), avaliar os riscos em relação aos benefícios de cada de-
cisão clínica (não-maleficência), compreender que o paciente tem o direito ao mais 
alto nível de padrão de cuidado no contexto dos recursos disponíveis e entender as 
decisões em contexto de alocação e uso de recursos. 
 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
Os direitos fundamentais dos pacientes que estão no final da vida são os de: 
receber cuidados médicos necessários, ser respeitados em sua dignidade, ser apoia-
dos e cuidados em suas necessidades. Além do mais, os pacientes têm direito ao 
alívio da dor e do sofrimento, a ser informados, à autodeterminação e recusa de tra-
tamentos. 
O paciente tem o direito de receber informações detalhadas a respeito de seu 
estado de saúde. Inclui-se aqui qualquer avaliação médica, exames e intervenções 
propostas para considerar vantagens potenciais e riscos, bem como decisão sobre 
tais exames e intervenções. Além disso, o paciente tem direito de receber informações 
a respeito de qualquer procedimento e método alternativo, bem como o processo de 
tratamento e os resultados esperados. 
Os pacientes têm o direito de participar nas decisões relacionadas aos seus 
cuidados de saúde, isto é, exame e tratamento proposto. 
A obtenção do consentimento informado do paciente é uma exigência anterior 
a qualquer intervenção médica. Caso o paciente sofra de uma doença considerada 
incurável e terminal, que segundo o conhecimento médico atual provavelmente levará 
 
 
à morte num curto período de tempo, intervenções de suporte de vida ou de salva-
mento de vida podem ser eticamente recusadas, deixando a doença seguir seu cami-
nho natural. O que se deseja evitar é a distanásia. 
 Não se deve esquecer que, quando os pacientes optam por interromper o tra-
tamento, sua dor e sofrimento devem continuar sendo aliviados. Cada ato e decisão 
devem ser documentados de forma escrita. 
 Muitas práticas paliativas baseiam-se em evidências históricas, e em muitos 
casos sem a necessária fundamentação em métodos científicos. É claro que o recru-
tamento de pacientes para um determinado estudo é difícil e exige muito tempo em 
virtude da própria natureza dos cuidados paliativos. Além disso, existem determinadas 
características clínicas que complicam a pesquisa nesse campo. 
Os pacientes frequentemente são pessoas idosas sofrendo de alguma condi-
ção que afeta muitos sistemas no corpo, e não somente um órgão, que é comumente 
severa e acompanhada de muitos sintomas simultâneos. A doença é progressiva, e 
seus sintomas mudam muito rapidamente, sobretudo nos estágios finais. O tempo de 
sobrevivência é limitado, e o uso de múltipla medicação é frequente. 
 
 
Fonte: hospitalitatiba.com.br 
É necessária determinação política e social, com a finalidade de criar políticas 
públicas e introduzir práticas voltadas para oferecer bem-estar e qualidade de vida a 
esses pacientes, bem como para lhes proporcionar assistência integral e digna, tanto 
quanto possível e até o fim da vida. 
 
 
Cuidar desses pacientes envolve atos de responsabilidade, solidariedade e de-
dicação, além de competências e habilidades concernentes ao relacionamento inter-
pessoal. É importante que, em sua atuação, a equipe de saúde reconheça o indivíduo 
a quem prestará assistência – quais são suas necessidades e limitações, possibili-
tando, assim, adotar conduta humanística e sensível para com ele. Faz-se necessário, 
portanto, pensar a assistência e o cuidado a partir da construção de novo significado 
para esses termos, mais abrangente e integral, que permita superar o predomínio da 
prática mecanizada e resgatar o valor da existência humana. Em um mundo devotado 
ao cuidar, a atenção prestada ao indivíduo considera o modo de agir, pensar, sentir e 
se expressar. 
Na perspectiva da relação profissional-paciente-família, o foco do cuidado não 
deve ser direcionado somente à pessoa em processo de terminalidade, mas a todo o 
grupo familiar, já que a família também precisa ser cuidada, tendo em vista seu papel 
de auxiliar nas atividades de cuidados ao paciente. Por esse motivo, podemos dizer 
que, nessa fase, o olhar da equipe de saúde deve se voltar também para a família que 
se prepara para perder seu ente querido. 
 
Princípios de Bioética e Cuidados Paliativos 
 
 
Fonte: www.ultimosacontecimentos.com.br 
 
 
 
A problemática acerca do fim da vida, que envolve sobretudo a definição do 
tratamento de pacientes terminais e o processo de morte e morrer, implica dilemas 
éticos e impasses de natureza jurídica, fazendo com que não só os profissionais de 
saúde, mas também os estudiosos de diversas áreas, e até mesmo o público leigo, 
reflitam de forma crítica a respeito da conduta ética e juridicamente mais adequada 
ante a terminalidade da vida humana. 
 
 
Fonte: www.iztacala.unam.mx 
A bioética é definida como reflexão de caráter transdisciplinar, focalizada prio-
ritariamente no fenômeno da vida humana ligado aos grandes avanços da tecnologia, 
das ciências biomédicas e do cuidado para com a saúde de todas as pessoas que 
dele precisem, independentemente da sua condição social. 
O princípio do respeito à autonomia é o de maior relevância para a bioética, 
pressupondo que, para o exercício das moralidades, é necessária a existência da pes-
soa autônoma. 
O princípio da beneficência é o que estabelece a obrigação moral de agir para 
o benefício do outro. Na área das ciências biomédicas, diz respeito não só ao ponto 
de vista técnico-assistencial, mas também ao aspecto ético. Já, de acordo com o prin-
cípio da não maleficência, o profissional de saúde tem o dever de, intencionalmente, 
não causar mal e/ou danos a seu paciente. 
O princípio da justiça defende o direito de todas as pessoas, tanto no que se 
refere à sua condição de seres humanos, que merecem consideração e respeito, 
quanto no que concerne à obtenção igualitária de assistência e à luta pela distribuição 
 
 
dos limitados recursos para a saúde e do máximo de benefícios para a comunidade. 
Nesse contexto, o conceito de justiça fundamenta-se na premissa de que as pessoas 
têm garantia de igualdade de direitos, entre eles os direitos concernentes aos cuida-
dos com sua saúde. 
 
 
A despeito disso, o papel dos profissionais de saúde em cuidados paliativo deve 
voltar-se para o alívio da dor e do sofrimento, mesmo que em determinadas situações 
alguns procedimentos possam influir na duração da vida, seja em seu abreviamento 
ou prolongamento. 
 A principal distinção ética observada nos cuidados paliativos se dá no acom-
panhamento à pessoa em seu processo de finitude, com o objetivo de manter sua 
dignidade e aliviar-lhe o sofrimento e a dor no fim da vida. Nessa perspectiva bioética, 
BENEFICÊNCIA Evitar submeter o paciente a intervenções cujo sofrimento 
resultante seja muito maior do queo benefício eventual-
mente conseguido. 
NÃO-MALEFICÊNCIA Evitar intervenções que determinem desrespeito à digni-
dade do paciente como pessoa. 
AUTONOMIA O exercício do princípio da autonomia deve ocorrer de 
uma maneira evolutiva e com a velocidade adequada a 
cada caso, em razão da dificuldade e abrangência de tal 
decisão, mesmo para aqueles que não estejam emocio-
nalmente envolvidos. Em nenhum momento, essa deci-
são deve ser unilateral, muito pelo contrário, ela deve ser 
consensual da equipe e da família 
JUSTIÇA DISTRIBUITIVA O princípio da justiça deve ser levado em conta nas deci-
sões clínicas, mas não deve prevalecer sobre os demais 
princípios. Se há um consenso de que um paciente, 
mesmo em estado crítico, será beneficiado com um de-
terminado tipo de medicação ou procedimento, devem 
ser priorizados os princípios da beneficência, da não-ma-
leficência e da autonomia, sobre os da justiça distributiva. 
- Cuidado Paliativo não é abandono terapêutico! 
 
 
voltada aos cuidados paliativos e aos pacientes fora de possibilidades de cura, discu-
tem-se a eutanásia, a distanásia e a ortotanásia. 
 
Eutanásia 
 
 
Fonte:www.notapositiva.com 
A eutanásia traz à tona dois princípios que se chocam: por um lado, a autono-
mia do paciente que quer cuidar de seu próprio processo de morte e, por outro, o 
princípio da sacralidade da vida, postulada pelas principais religiões que consideram 
como transgressão a disposição sobre o próprio corpo. 
A palavra “eutanásia” é de origem grega e significa boa morte (eu = boa + tha-
natos = morte). Foi empregada pela primeira vez no século XVII, por seu suposto 
criador, o filósofo e político inglês Francis Bacon. Na prática, a eutanásia equivale à 
ação médica destinada a abreviar a vida de pessoas em estado grave sofrimento pro-
veniente de doença incurável e sem perspectivas de melhora, estando o paciente con-
denado à morte progressiva. O que nada mais é do que promover o óbito mediante 
conduta capaz de empregar meio eficiente para produzir a morte nesses pacientes, 
interrompendo-lhe a vida. 
A eutanásia tem por finalidade levar à retirada da vida do indivíduo por consi-
derações tidas como humanísticas; todavia, é infração ética e conduta ilegal pela le-
gislação brasileira. No mundo desenvolvido, o princípio da qualidade de vida é usado 
para defender a noção de que a vida sem qualidade não vale a pena ser vivida, e isso 
constitui justificativa para a prática da eutanásia. Assim entendida, a eutanásia é vista 
 
 
como a morte piedosa e, pode ser classificada como ativa, passiva ou de duplo efeito. 
Essas definições se configuram conforme o ato e quanto ao consentimento do paci-
ente. A eutanásia ativa é planejada entre o paciente ou parente e o profissional de 
saúde. O ato se dá por ação deliberada do médico. 
 
 
Fonte: pt.slideshare.net 
Na eutanásia passiva, a morte acontece por omissão proposital de não iniciar 
a terapia médica de suporte vital ao paciente ou pela interrupção da terapêutica exis-
tente, mesmo quando se constata que há benefícios para o tratamento da doença ou 
cuidado dos sintomas. E a eutanásia de duplo efeito ocorre quando a morte é acele-
rada em decorrência de ação médica que não objetiva o efeito letal, mas sim o alívio 
do sofrimento. Também é conhecida como eutanásia ativa indireta. Há, ainda, a euta-
násia voluntária, caso em que a vida do paciente é abreviada conforme sua vontade, 
e a não voluntária, quando ocorre sem que se conheça o desejo do paciente. 
A respeito dessas últimas, a partir do princípio do consentimento, podem ser 
encontradas justificativas morais para a eutanásia voluntária e, eventualmente, para 
a não voluntária, mas nunca para a involuntária, isto é, aquela realizada contra a von-
tade do paciente, pois nesse caso não se trataria de qualquer forma de eutanásia, 
mas pura e simplesmente de assassinato. Quanto ao método utilizado ou tipo de ação 
para sua prática, a eutanásia pode ser natural ou provocada. 
 
 
 
Fonte :sites.google.com 
No primeiro caso não há sofrimento, já no segundo existe a interferência da 
conduta humana envolvendo terceiros. 
É importante salientar que, quando a morte é provocada autonomamente, é 
considerada suicídio, fato atípico no ordenamento jurídico brasileiro. No entanto, 
acrescenta-se que, no caso da morte provocada de forma autônoma, o desinteresse 
penal pelo tema não é absoluto de acordo com a legislação brasileira, considerando 
os crimes de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, previsto no artigo 122 do 
Código Penal 47. 
Em casos como esse, fala-se em suicídio assistido, o qual, apesar de não ter o 
mesmo significado, é o que mais se assemelha à tipificação de eutanásia. 
No Brasil, de acordo com os Códigos de Ética Médica e de Enfermagem, é 
proibido esse tipo de ação. Segundo o artigo 29 do Código de Ética dos Profissionais 
de Enfermagem, é vetada a promoção da eutanásia ou participação em prática desti-
nada a antecipar a morte do paciente. 
O Código Penal em vigor no país não especifica o crime de eutanásia. Todavia, 
o médico que abrevia a vida do seu paciente, ainda que movido por ato de solidarie-
dade, comete crime de homicídio simples, previsto no artigo 121 da citada lei, estando 
o autor sujeito a pena de 6 a 20 anos de reclusão, por ter ferido o princípio da inviola-
bilidade do direito à vida, assegurado pela Constituição da República. Recentemente, 
observa-se que o tema não se resume a casos de pacientes terminais, porque é co-
mum falar em aplicação desse procedimento a casos de recém-nascidos portadores 
de anomalias congênitas, pacientes em estado vegetativo irreversível e inválidos. 
 
 
Distanásia 
 
Fonte: pt.slideshare.net 
Assim como “eutanásia”, a palavra “distanásia” também é formada por vocábu-
los de origem grega (dis = dificuldade, privação + thanatos = morte), e designa o pro-
longamento exagerado da vida quando não há possibilidade de cura ou melhora do 
paciente, condição que gera agonia, dor e sofrimento, ao prorrogar o processo de 
morrer. 
A distanásia, cultivada na sociedade ocidental, valoriza a salvação da vida a 
qualquer custo, submetendo pacientes a terapias que não prolongam a vida, mas, sim, 
o processo de morte. A distanásia prolonga o sofrimento da pessoa sem que ela tenha 
expectativa de cura ou melhora em sua qualidade de vida. Por conseguinte, é vista 
como tratamento fútil e sem benefícios para o paciente terminal. 
 
 
 
Fonte: es.slideshare.net 
O investimento na cura de paciente fora de possibilidades terapêuticas pode 
ser considerado agressão à dignidade da pessoa, comprometendo a qualidade de 
vida do enfermo e de sua família. Assim, a distanásia como prolongamento artificial 
do processo de morte, resultando no sofrimento do paciente, opõe-se à eutanásia, 
empregada para abreviar tal situação, pois se preocupa com a qualidade de vida hu-
mana em sua fase final. 
Na distanásia pouco importa as condições de humanização e dignidade do pa-
ciente, uma vez que seu objetivo é o tratamento com foco nas realidades tecnológicas 
existentes, o que caracteriza a chamada obstinação terapêutica (ou “encarniçamento 
terapêutico”), como a prática é conhecida na Europa. 
Nos Estados Unidos é mais comum a utilização do termo futilidade médica. 
Sendo a dignidade da pessoa humana o princípio norteador do ordenamento jurídico 
brasileiro, a distanásia é equiparada ao tratamento degradante e desumano, mesmo 
que decorra de sentimento nobre do médico que pretende prolongar a vida do paci-
ente, e deve ser impedida por acarretar morte dolorosa e sofrida. 
Embora a distanásia afete o estado físico e mental do paciente em decorrência 
de sua agonia prolongada, muitas vezes ele ainda está lúcido e senhor de suas facul-
dades mentais. Nesse contexto, é possível compreender que não há nenhuma obri-
gação de iniciar ou continuar uma intervenção terapêutica quando o sofrimento e oesforço despendido não se aplicam aos benefícios reais. Pois o importante é viver 
com dignidade e, quando chegar o momento, morrer também com dignidade. 
 
Ortotanásia 
 
 
Fonte :eitoresdojorgehessen.blogspot.com 
Diferentemente da eutanásia e da distanásia, há a possibilidade da morte em 
seu ritmo e circunstâncias próprias. Essa prática não acelera nem posterga a morte 
do indivíduo, mas lhe oferece momento natural de partida. Definindo a morte como 
parte do ciclo da vida, assegurando ao paciente o direito de morrer com dignidade. O 
termo “ortotanásia” também é formado por radicais gregos (orthos, certo, correto + 
thanatos, morte), e significa o não prolongamento artificial do processo natural da 
morte. 
Sendo, portanto, considerada como boa morte ou morte desejável. Santoro 
afirma que a ortotanásia é o comportamento médico que, diante da morte iminente e 
não evitável, suspende a realização de ações que prolongam a vida do paciente e que 
levariam ao tratamento inútil e ao sofrimento desnecessário. Na ortotanásia passa-se 
a oferecer ao doente os cuidados paliativos adequados para que venha a morrer com 
dignidade. Por isso, pode ser considerada como a conduta correta perante morte, não 
a antecipando nem retardando, mas, sim, aceitando que, uma vez iniciado o processo 
de morte, é preciso continuar a respeitar a dignidade do ser humano, não submetendo 
esse paciente a sofrimento inútil. 
http://leitoresdojorgehessen.blogspot.com/2010/02/refletindo-sobre-ortotanasia.html
 
 
 
Fonte: pt.slideshare.net 
A prática da ortotanásia respeita o tempo de sobrevida do paciente que se en-
contra em fase terminal, de modo que são eliminados os métodos que mantêm artifi-
cialmente a vida, permitindo que ela siga seu curso natural. Tal conduta é considerada 
atípica no ordenamento jurídico penal brasileiro, tendo em vista que corresponde à 
promoção de atitude lícita, já que não tem como objetivo abreviar a vida do paciente, 
mas formalizar situação irreversível de morte encefálica. Ademais, a ortotanásia en-
contrará campo de atuação quando estiver diante de quadro de distanásia. Para o 
Conselho Federal de Medicina (CFM), a ortotanásia é a abordagem apropriada diante 
de paciente que está em fase final de vida. 
 
Fonte: www.isaudebahia.com.br 
 
 
A Resolução CFM 1.805/2006 58 autoriza ao médico limitar ou suspender pro-
cedimentos ou tratamentos que posterguem a vida de paciente em fase terminal de 
doença incurável, respeitada a vontade da pessoa e de seu representante legal, po-
dendo ser facultada aos médicos a sua realização mediante o consentimento da fa-
mília. É importante destacar que, antes da criação da resolução que autoriza a prática 
da ortotanásia, o médico assumia a função de garantidor da não ocorrência da morte, 
porque, se ele só optasse por usar o tratamento paliativo e não o de manutenção da 
vida mesmo que o paciente fosse terminal, poderia responder por homicídio doloso 
por omissão, ainda que o paciente em posse de suas faculdades mentais autorizasse 
a interrupção do tratamento. 
Sendo assim, contando com o respaldo técnico do CFM, a Câmara dos Depu-
tados, por meio de sua Comissão de Seguridade Social e Família, aprovou no dia 8 
de dezembro de 2010 uma proposta que regulamenta a prática da ortotanásia, asse-
gurando ainda todos os cuidados básicos e paliativos cabíveis. Tal proposta é um 
substitutivo do deputado José Linhares ao Projeto de Lei do Senado 6.715 de 2009 
60, que previa apenas a discriminalização da conduta. Com a finalidade de oferecer 
conforto e aliviar a angústia intolerável do paciente, medicações sedativas também 
podem ser utilizadas. 
 
 
Fonte: marcelomin.photoshelter.com 
 
 
Na sedação paliativa, a finalidade é aliviar o sofrimento utilizando fármacos se-
dativos recomendados apenas para controle dos sintomas. Não há evidência de que 
a sedação paliativa, administrada de forma adequada, acelere a morte. Contudo, é 
importante que o nível de consciência do paciente seja reduzido apenas o suficiente 
para o alívio dos sintomas. 
 A dor é uma das razões mais comuns de incapacidade e sofrimento nos paci-
entes terminais. Em algum momento da evolução de sua doença, cerca de 80% dos 
pacientes experimentarão dor. 
Na experiência dolorosa, os aspectos sensitivos, emocionais e sociais são in-
dissociáveis e devem ser igualmente investigados, e o preparo adequado da equipe é 
condição fundamental para o controle da dor e sintomas prevalentes em pacientes 
sob cuidados paliativos. 
 
 
Fonte: www.tuasaude.com 
Eutanásia 
eu = boa + thanatos = morte. Anteci-
par a morte 
Quando se tem uma doença que não 
tem cura. 
Distanásia 
dis = dificuldade, privação + 
thanatos = morte 
Prolongamento exagerado da 
vida 
Quando não há possibilidade 
de cura ou melhora do paci-
ente 
Ortotanásia 
orthos, certo, correto + thanatos, 
morte. 
Morte natural 
Não acelera nem posterga a morte 
do indivíduo, mas lhe oferece mo-
mento natural de partida 
 
 
 
Não acelerar nem adiar a morte. Enfatiza-se dessa forma que Cuidado Paliativo 
nada tem a ver com eutanásia, como muitos ainda querem entender. Essa relação 
ainda causa decisões equivocadas quanto à realização de intervenções desnecessá-
rias e enorme dificuldade em prognosticar paciente portador de doença progressiva e 
incurável e definir a linha tênue e delicada do fazer e do não-fazer. 
Um diagnóstico objetivo e bem embasado, o conhecimento da história natural 
da doença, um acompanhamento ativo, acolhedor e respeitoso e uma relação empá-
tica com o paciente e seus familiares nos ajudarão nas decisões. Dessa forma, erra-
remos menos e nos sentiremos mais seguros. 
2 ASPECTOS SOCIAIS 
 
Fonte: www.prolarhomecare.com.br 
Suporte a paciente e família na fase final da doença paralelamente a toda a 
angústia gerada pela incerteza e por outros sentimentos que existem quando se tem 
um familiar gravemente enfermo, com uma doença irreversível e em fase final, há 
outras questões que também trazem preocupações. São demandas de ordem prática 
que exigem providências, orientações e encaminhamentos, a fim de contribuir para a 
organização da família frente à difícil situação que se avizinha. Faz parte também 
desse trabalho a preocupação com provisão de recursos financeiros que deem conta 
de suprir as necessidades do paciente nessa fase e garantir futuramente a manuten-
ção de seus familiares. 
 
 
Na prática diária, o profissional precisa ter discernimento para decidir o melhor 
momento de tomar providências e também percepção de que algumas propostas evi-
denciam, às vezes contundentemente, a fase em que o paciente se encontra. Isso 
pode ser muito problemático nos casos em que a família não está preparada para a 
ocorrência da morte, muitas vezes voltando-se contra a equipe que assiste o paciente. 
Se não houver habilidade para condução, ou seja, percepção de que se deve tratar 
de cada assunto a seu tempo, as medidas que poderiam ser de grande auxílio e be-
nefício poderão trazer mais transtornos. Um exemplo disso é a possibilidade de pro-
piciar a quebra da confiança, truncando a relação entre profissionais, paciente e fami-
liares. 
Evidentemente, a percepção desse “tempo” que norteará as ações só pode 
ocorrer quando há participação efetiva dos profissionais envolvidos, agindo conjunta-
mente e sinalizando o momento adequado para cada abordagem. Optou-se por dividir 
o foco da atenção em dois momentos para melhor organizar ações e intervenções. A 
identificação desses momentos depende do estágio de evolução da doença. Primeiro 
momento: regularização de documentos, afastamento do trabalho e benefícios O pri-
meiro momento é quando o paciente tem o seu quadro agravado e necessita afastar-
se do trabalho (esteja ele parcialmente dependente de cuidados e/ou sem perspectiva 
de recuperação). 
 
 
Fonte: drauziovarella.com.br 
 
 
A reorganização da família vai requerer umaporte financeiro para o enfrenta-
mento, pois, além de cuidados, serão necessários aquisição de medicamentos, mate-
rial para curativos ou fraldas; dieta ou suplemento industrializado para alimentação e 
contratação de uma pessoa para auxiliar nos cuidados. Há, às vezes, necessidade de 
adquirir ou alugar cama hospitalar, cadeira de rodas e de banho, aparelho para inala-
ção, aspirador e outros equipamentos, a fim de propiciar mais conforto ao paciente. 
Dependendo da evolução da doença, esse período pode ser curto, mas nem por isso 
menos dispendioso, daí a necessidade imprescindível de orientações que permitam à 
família lançar mão de todas as alternativas possíveis para amenizar essas preocupa-
ções. 
É importante orientar paciente e família quanto à necessidade de a documen-
tação pessoal do paciente estar corretamente regularizada. Caso haja alguma pen-
dência quanto à exatidão de dados ou divergência entre documentos, deve-se provi-
denciar a retificação. Isso evita futuros problemas com a concessão de benefícios, 
inventário etc. Deve-se atentar para a mudança do estado civil na documentação, pois 
é comum casar-se e não providenciar essa alteração, assim como se separar e não 
averbar os termos do divórcio na certidão de casamento, inclusive com a determina-
ção de pensão alimentícia. 
É importante também regularização de estado civil, celebração de casamento 
ou declaração de união estável em cartório. Para a comprovação da condição de com-
panheira, por exemplo, a previdência exige três provas plenas. 
É necessária a orientação sobre a existência dessas provas e sobre como reu-
nir os documentos comprobatórios referentes à convivência sob o mesmo teto: conta 
bancária conjunta, beneficiário em seguro de vida ou seguro saúde, bens adquiridos 
conjuntamente, comprovante de residência no mesmo endereço, filhos em comum e 
declaração firmada em cartório ou pelo próprio paciente a respeito da vida em comum. 
Caso o paciente já não tenha mais condição, em função de comprometimentos 
cognitivos, poderá ser interditado, nomeando-se um curador. Isso visa evitar transtor-
nos com, por exemplo, recebimento do benefício previdenciário e permite movimentar 
a conta bancária, evitando-se dificuldades com a própria manutenção dos cuidados e 
o sustento da família. Lembramos que a realização de procuração é um procedimento 
simples, pois requer somente que a pessoa manifeste a sua vontade, podendo ir ao 
cartório ou o tabelião ir até sua casa ou ao hospital para lavrar o documento. 
 
 
Outro procedimento possível é a curatela, que exige tempo um pouco maior e 
é feito no judiciário, com a assessoria de um advogado. Para filhos menores de paci-
entes viúvos ou solteiros, já com a ausência de um dos pais, é recomendável pensar 
em quem será o responsável por eles quando o paciente falecer. Se for possível, o 
paciente poderá manifestar essa vontade para facilitar o processo de tutela. 
 
 
Fonte: www.tjdft.jus.br 
Auxílio-doença 
 
O paciente que contribui para a Previdência Social, filiado ao RGPS, estando 
incapaz para o trabalho por mais de 15 dias, tem direito de solicitar auxílio-doença 
após 12 contribuições. Essa carência pode ser dispensada se o paciente for portador 
de alguma das seguintes doenças: - doença profissional; - esclerose múltipla; - neo-
plasia maligna; - tuberculose ativa; - hanseníase; - distúrbio mental; - cegueira; - pa-
ralisia irreversível e incapacitante; - cardiopatia grave; - doença de Parkinson; - es-
pondiloartrose anquilosante (artrose aguda nas vértebras); - nefropatia grave; - do-
ença de Paget (inflamação deformante dos ossos) em estágio avançado; - AIDS; - 
contaminação por radiação (com base em conclusão da medicina especializada); - 
hepatopatia grave. Dispensa-se a carência, mas permanece a obrigatoriedade de es-
tar vinculado à previdência. Poderá ainda pedir benefício o paciente que estiver em 
período de graça, ou seja, tempo durante o qual o segurado está sem contribuir, mas 
 
 
que mantém a qualidade de segurado por ter contribuído por menos de 10 anos, du-
rante 12 meses, e para os que contribuíram por mais de 10 anos, 24 meses. 
Em ambos os casos, acrescentam-se mais 12 meses ao período de graça, se 
houve o registro do desemprego no Ministério do Trabalho. Esse registro normalmente 
se dá pela solicitação do seguro-desemprego. 
O paciente pode estar há a algum tempo sem emprego, sem contribuição e 
com seu período de graça esgotado, porém, se a doença teve início quando ele ainda 
se encontrava na condição de segurado, existe possibilidade de solicitar auxílio-do-
ença retroativo. Evidentemente haverá exigências de documentação da época, como 
relatórios médicos, declaração de internação hospitalar, exames etc. Quando isso 
ocorre, o auxílio é somente da data do início da doença, o que possibilita a concessão 
do benefício, porém sem retroação do pagamento. 
 
 
Fonte: www.empregoenoticia.com.br 
É sempre bom reforçar que o pedido do auxílio-doença deve ser feito dentro de 
30 dias da data do afastamento. Se isso não ocorreu, o início do auxílio-doença é 
considerado a partir da data do protocolo. Daí a importância de o profissional ter esse 
conhecimento e reforçar ao paciente ou a seus familiares sobre a necessidade de 
solicitar, a quem presta assistência, relatórios tanto para os empregadores, visando 
ao abono dos primeiros 15 dias, como para a perícia da Previdência Social. 
Se há dúvidas sobre a concessão do benefício, deve-se procurar uma agência 
do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Não é necessário intermediário e o 
próprio paciente ou familiar pode agendar a perícia pelo telefone 135. É importante ter 
 
 
em mãos cédula de identidade, cadastro de pessoa física (CPF), PIS, carteira profis-
sional, carnês, comprovante de endereço e anotações corretas do dia, local e horário 
da perícia. Quando do comparecimento à perícia, acrescentar aos documentos os re-
latórios médicos, com validade por 30 dias, e os resultados de exames. 
Se o paciente estiver internado ou sem condições de comparecer à agência do 
INSS, pode-se solicitar perícia hospitalar ou domiciliar; 
O auxílio-doença é um benefício temporário (8), devendo o segurado submeter-
se periodicamente à perícia e, em todas elas, comprovar doença e tratamento por 
meio de relatórios médicos e exames. 
 
Aposentadoria por invalidez 
O auxílio-doença se converte em aposentadoria por invalidez quando a perícia 
médica da previdência conclui que a doença é irreversível, com incapacidade defini-
tiva. Isso pode ser imediato, dependendo do estado do paciente, ou posterior a um 
período com o benefício de auxílio-doença. Pode ainda ser constatado que o paciente 
é também dependente para as atividades diárias, concedendo a aposentadoria já 
acrescida de 25% correspondente ao benefício de assistência permanente. 
Esse benefício só cabe aos aposentados por invalidez e poderá ser solicitado 
quando o paciente, que já se encontrava por algum tempo aposentado, tem seu es-
tado de saúde agravado, tornando-se dependente dos cuidados de terceiros. 
 
 
Fonte: luizmuller.com 
 
 
Este benefício também cabe aos idosos maiores de 65 anos, em igual condição 
econômica, ou seja, renda per capita menor que 1/4 do salário mínimo. É importante 
lembrar que esse benefício não se transforma em pensão, sendo extinto com o fale-
cimento do paciente. 
 
Segundo momento: reorganização familiar após o óbito 
 
 
Fonte: www.semprequestione.com 
Em um segundo momento, após o falecimento do paciente e depois de um 
período normalmente difícil, a família procura novamente se reorganizar, agora em 
um novo formato, revendo todos os aspectos, inclusive o financeiro, pois a preocupa-
ção real passa a ser a manutenção da família. 
O conforto e a atenção dados aos familiares passa por essa compreensão e há 
de se achar uma forma de ajudá-los efetivamente. Uma abordagem cuidadosa, res-
peitandoo período de luto, mas não se excedendo nesse tempo, procura orientar so-
bre providências a serem tomadas, principalmente aquelas nas quais os prazos se 
expiram: pensão, inventário, documentação do financiamento da casa própria e se-
guro de vida. 
É preciso inventariar as fontes dos recursos possíveis, identificando as alterna-
tivas que redundarão em renda, de forma a normalizar o mais breve possível a rotina 
e o cotidiano da família. Seguro de vida em grupo ou individual cabe às pessoas que 
o paciente designou como beneficiárias. Se entre elas houver menores, o valor do 
 
 
prêmio que lhes cabe deverá ser depositado em caderneta de poupança e só poderá 
ser retirado com alvará judicial, sob assessoria de um advogado. O menor pode ser 
representado por um dos pais, um tutor natural ou, na falta desse, um tutor nomeado. 
Pensão por morte é o benefício pago aos dependentes habilitados após a morte do 
paciente, que mantinha sua qualidade de segurado como contribuinte da Previdência 
Social. 
Os dependentes habilitados são aqueles considerados pela Previdência Social: 
cônjuge, companheira (o) e filhos menores de 21 anos, não emancipados ou inválidos. 
Esses são chamados de preferenciais e têm sua dependência econômica presumida. 
Há, porém, exigência de comprovação da condição de companheira (o), o que já foi 
mencionado anteriormente. Cabe aqui lembrar que a ex-esposa tem direito à pensão 
por morte, desde que conste o direito à pensão alimentícia na averbação da separa-
ção em certidão de casamento. 
Em tal situação, a pensão é rateada entre a ex-esposa e a companheira, assim 
como filhos de outras uniões, desde que menores ou inválidos. 
O prazo para ser requerida a pensão é de 30 dias, depois do qual o início do 
benefício passa a ser a partir da data do protocolo, por isso a importância de agendar 
pelo telefone 135 da Previdência Social o mais rápido possível, sendo a forma mais 
simples de contato, inclusive para tirar dúvidas. É preciso comparecer no dia, na hora 
e no local onde deverá ser entregue a documentação necessária para a concessão 
da pensão. Os filhos menores serão representados por mãe ou pai, tutores naturais 
ou quem detiver guarda e tutela posteriormente. 
A Legislação é ampla e não seria possível colocá-la na íntegra, mesmo porque 
a intenção não é substituir os profissionais que dela têm competência, como os advo-
gados, que devem sempre ser solicitados quando a situação exigir. A intenção, na 
verdade, é contribuir para que o assunto seja conhecido, possibilitar que o profissional 
que atende ao paciente e à família nessa condição reconheça quando e como enca-
minhar tais questões de forma adequada, evitando perda de tempo precioso para as 
resoluções que dizem respeito à manutenção da família. 
 
 
 
Fonte: www.gpsconcursos.com.br 
3 ASPECTOS PSICOLÓGICOS 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
 
 
Assistência ao luto 
 
Para que se possa dar assistência adequada aos pacientes terminais, é neces-
sário compreender as reações e comportamentos que tanto os pacientes quanto os 
familiares podem apresentar diante da proximidade da morte. O paciente poderá rea-
gir de várias maneiras em relação à sua doença e à terminalidade de sua vida. Poderá 
aceitar ou negar; poderá ter o conhecimento de que está morrendo, mas emocional-
mente se sentir incapaz de aceitar; ou poderá aceitá-la, mas não conseguir verbalizar 
a situação. O diagnóstico de uma doença potencialmente terminal é fator de deses-
truturação psicológica, fazendo com que pacientes e familiares passem por algumas 
fases emocionais características. Sem necessariamente constituir um processo linear, 
de sequência rigorosa, já que nem todos os pacientes o vivenciam da mesma forma, 
os estágios sistematizados permitem acompanhar o processo de morrer dos pacientes 
terminais, minorando seu sofrimento. 
 
 
Fonte: pt.dreamstime.com 
Primeiro estágio: negação e isolamento 
 
A negação é mecanismo de defesa temporário diante da morte. Ocorre com 
mais frequência no início da doença, e em pacientes e familiares que são prematura-
mente informados acerca do seu diagnóstico. A intensidade e duração desse estágio 
dependem da capacidade do enfermo, e das outras pessoas que convivem com ele, 
de lidar com essa dor. Em geral, a negação não persiste por muito tempo. No entanto, 
alguns pacientes podem jamais ultrapassar esse estágio, indo de médico em médico, 
https://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-famlia-triste-image5465743
 
 
até encontrar alguém que o apoie em sua posição. O mais sensato seria falar sobre a 
morte com pacientes e familiares antes que ela ocorra de fato e desde que o queiram, 
até porque é mais fácil para a família discutir esses assuntos em tempos de relativa 
saúde e bem-estar do paciente. Ademais, adiar esse tipo de conversa não beneficia o 
doente em nenhum aspecto. 
 
Segundo estágio: raiva 
 
Esse estágio pode estar relacionado à impotência e à falta de controle sobre a 
própria vida. É muito difícil lidar com o paciente nessa fase: faz exigências, se revolta, 
solicita atenção contínua, faz críticas e tem explosões comportamentais caso não seja 
atendido ou se sinta incompreendido e desrespeitado. É importante que, nesse está-
gio, haja compreensão dos demais sobre a angústia transformada em raiva no paci-
ente que teve de interromper as atividades da sua vida por causa da doença. 
Os pacientes nesse estágio são difíceis de tratar. Geralmente se revoltam con-
tra Deus, o destino ou alguém próximo. Uma pergunta comum é “Por que eu? Por que 
isso está acontecendo logo comigo? ”. Desse modo, o manejo de pacientes que se 
encontram nessa fase envolve a compreensão de que a raiva expressada não pode 
ser encarada como algo pessoal. 
 
Terceiro estágio: barganha 
 
Nessa fase, geralmente o paciente tenta negociar com Deus de maneira implícita 
ou até mesmo com os médicos, entrando em algum tipo de acordo que adie seu des-
fecho inevitável. Os pacientes acreditam que, por serem obedientes, alegres e não 
questionadores, o médico fará com que melhorem. Normalmente, a pessoa que se 
encontra nesse estágio realiza promessas em sigilo, contando com a possibilidade de 
ser recompensada por seu bom comportamento. Em geral, o paciente se mantém se-
reno, reflexivo e dócil. 
 
Quarto estágio: depressão 
 
Essa fase surge quando o paciente se encontra em fase terminal e tem consci-
ência da sua debilidade física; portanto, não pode mais negar sua doença. Nessa 
 
 
etapa, o indivíduo é muitas vezes forçado a submeter-se a mais uma hospitalização 
ou a outra cirurgia. Aqui a depressão assume quadro clínico característico: desânimo, 
desinteresse, apatia, tristeza, choro etc. As tentativas anteriores não deram certo: ne-
gar não adiantou; revoltar-se e fazer barganhas, também não. Dessa forma, deve-se 
deixá-lo à vontade para externar seu pesar e assim aceitar a situação mais facilmente. 
O paciente está prestes a perder tudo e todos os que amam, por isso é importante 
que passe os momentos finais junto de seus familiares e entes queridos. 
 
Quinto estágio: aceitação 
 
No último estágio, os pacientes que viveram a doença e receberam apoio po-
dem chegar a essa fase aceitando o processo. Na maioria das vezes, o paciente ma-
nifesta grande tranquilidade e pode permanecer em silêncio. Já não experimenta o 
desespero nem rejeita sua realidade. Esse é o momento em que os familiares mais 
precisarão de amparo, ajuda e compreensão, devendo a equipe responsável ter ciên-
cia do estágio pelo qual o paciente está passando. É importante conhecer os principais 
fatores implicados no processo do adoecer e morrer. 
Não se pode desistir do tratamento do paciente, porque, ao sentir-se abando-
nado ou sem assistência, ele se entrega e desiste também. O paciente se sentirá 
confortado em saber que não foi esquecido, mesmo quando não houver mais nada a 
se fazer por ele. Nesse momento, os cuidados paliativosvão ao encontro das neces-
sidades do paciente terminal, uma vez que podem, isso sim, minimizar a dor e o sofri-
mento, e ao mesmo tempo atender às suas necessidades básicas de higiene, nutrição 
e conforto, ajudando-o a manter sua dignidade como pessoa. 
4 PERDAS POR DOENÇA E MORTE E SEUS DESDOBRAMENTOS NO COTIDI-
ANO DE PACIENTES 
Ao longo do ciclo vital nos deparamos com inúmeras perdas. A definição de 
perda nos dicionários populares refere-se à privação de algo que possuíamos. Pode-
mos passar por perdas, saindo ilesos da vivência, no entanto algumas delas nos são 
 
 
caras e significativas, mobilizando sentimentos conflitantes e dolorosos. Quando fala-
mos em perdas não nos referimos necessariamente à morte, mas perdas psíquicas, 
físicas, materiais, entre outras. 
Existem vários tipos de experiências que envolvem perdas, como a separação 
entre as pessoas vivas, a doença como parte da pessoa que morre, o próprio desen-
volvimento humano como formas de evolução e morte, a morte psíquica, as amputa-
ções, a perda de uma casa, entre outras tantas possibilidades. 
Desde o nascimento somos treinados por meio da vivência de perdas e mortes 
simbólicas a nos aproximarmos da noção de finitude. No entanto, o condicionamento 
pelo não-perder é imperativo: não podemos perder a hora, o controle da nossa rotina 
e não admitimos sequer deixar de ganhar uma competição. Sabemos da vulnerabili-
dade humana e que existe adoecimento e fragilidade, mas no íntimo vivemos com a 
ilusão de que isso só ocorre a nossa distância. Contudo, somos forçados a olhar para 
o que temíamos quando nós, algum familiar ou um amigo querido adoece. No caso 
do acometimento por uma doença que ameace a continuidade da vida, não perdemos 
só a saúde e a ilusão de imortalidade/onipotência, mas também papéis anteriormente 
exercidos nos contextos profissional, social, afetivo e econômico. 
As perdas e suas elaborações fazem parte do cotidiano, já que ocorrem em 
todos os momentos do desenvolvimento humano e, embora sejam experiências uni-
versais, são vividas de forma particular por cada indivíduo. Neste texto, especifica-
mente, será abordada a atenção às situações de perdas por doença e morte e seus 
desdobramentos no cotidiano de pacientes, familiares e profissionais da saúde. Ado-
ecimento e morte anunciada. 
A partir do diagnóstico de uma doença potencialmente mortal seguido pela evo-
lução da enfermidade, paciente e família deparam-se com rupturas, limitações e pri-
vações. A rotina anteriormente vivida é alterada, e situações pouco familiares, como 
exames, medicações e procedimentos, ganham espaço. Ao longo das hospitalizações 
e dos tratamentos, os membros que assumem os cuidados principais do doente ne-
cessitam conciliar papéis antigos ao novo papel de cuidador, vivenciando, portanto, 
não só sentimentos geradores de sofrimento frente às perdas relacionadas com o ente 
querido, como também às suas próprias. Os arranjos familiares dos séculos XX e XXI 
sugerem escassez na rede de suporte familiar/social, uma vez que as famílias se tor-
naram menos numerosas, as residências ficaram menores e as mulheres e os jovens 
passaram a trabalhar fora de casa. 
 
 
Como consequência, a situação comum é que apenas um componente da fa-
mília assuma o cuidado principal, acarretando intensas sobrecargas física e emocio-
nal. Sentimentos ambíguos podem permear a vivência, ou seja, além de compaixão, 
solidariedade e pesar, os familiares podem também sentir raiva e desejo de breve 
retorno à sua rotina de atividades. Com a piora clínica do doente, a ambiguidade de 
sentimentos pode tornar-se ainda mais evidente. 
O aumento das reais possibilidades de sofrimento e dor do paciente pode sus-
citar, em muitos familiares, o desejo de que tal sofrimento se finde ou, em oposição a 
isso, o apego a uma ilusão fervorosa de cura e melhora, mesmo que isso fuja total-
mente das possibilidades viáveis. Diante da ambiguidade, posturas de superproteção 
ou afastamento podem surgir. Uma reação que ocorre na família quando da perda de 
um de seus elementos é com relação ao seu movimento, que pode ser de aproxima-
ção (centrípeto) ou de afastamento (centrífugo) entre seus membros. 
Com a evolução da doença, caso o doente apresente-se debilitado física e 
emocionalmente, pode haver a necessidade de os familiares assumirem a responsa-
bilidade pela tomada de decisões e fazer valer a autonomia do paciente pelo que com-
partilharam de sua biografia até o momento atual. Essa é uma das mais árduas tarefas 
para o sistema familiar que compreende um de seus membros gravemente enfermo. 
Decidir por alguém, mesmo que tal decisão esteja pautada no desejo do paciente, 
reforça ao familiar uma representação de falta do ente querido. 
Há uma representação de “morte em vida”. Nesses casos, o luto antecipatório, 
que será definido em breve neste texto, é vivenciado. Pacientes afásicos, comatosos, 
demenciados, grandes sequelados neurológicos, extremamente debilitados pela do-
ença e incapacitados de exprimir decisões, entram na caracterização da perda ambí-
gua, uma vez que estão vivos, mas psicológica e socialmente ausentes. Tal ausência 
pode desencadear a antecipação do processo de luto. 
O familiar vivencia um estranhamento de si e do ente amado. O ato de cuidar 
visando ao conforto e à qualidade de vida, de acordo com o que permitir a situação, 
estreita e intimiza o contato com o doente. Isso possibilita ressignificações desse vín-
culo e faz, muitas vezes, com que as experiências sejam as mais intensas em com-
paração às de toda vida. 
Porém, as alterações físicas, a evolução da doença e a possibilidade de morte 
representam um choque de realidade ao familiar que, ora está intimamente e intensa-
mente próximo ao doente, ora tem que iniciar a aceitação de que essa pessoa em 
 
 
algum momento não estará mais com ele. Inicia-se o que muitos autores chamam de 
vivência ou elaboração do luto antecipatório, que consiste na vivência de conjunto de 
sentimentos relacionados com a dor, da notícia da existência de uma doença em es-
tágio avançado ou da perda iminente de algum membro do sistema familiar. Pode-se 
ter tal experiência nas esferas cognitiva, emocional e comportamental. 
 
 
Fonte: psicologianapraticablog.wordpress.com 
O processo de luto é iniciado a partir do momento em que é recebido o diag-
nóstico de uma doença potencialmente mortal, pelas perdas concretas ou simbólicas 
que essa doença possa trazer para a pessoa e sua família. A ameaça de morte ou 
separação pode, por si própria, iniciar uma reação de luto. Pesquisadores sugerem 
que as intervenções realizadas durante o luto antecipatório podem prevenir o desen-
volvimento de problemas no luto pós-morte. Aos profissionais de saúde que acompa-
nharem o paciente na fase final de vida, portanto, durante a vivência do luto antecipa-
tório, é importante levar em consideração a intensidade do valor afetivo do mesmo 
para cada familiar. 
Esse dado auxilia na compreensão das reações psíquicas e comportamentais 
e no entendimento de que há um tempo interno para aceitação e elaboração da perda, 
peculiar a cada membro da família. Na mesma proporção, é necessário que também 
seja dada atenção aos profissionais de saúde envolvidos nos cuidados ao paciente, 
uma vez que juntamente vivenciam o luto antecipatório. 
 
Processo do luto 
 
 
 
Fonte: conselhoterapia.wordpress.com 
Para o profissional que trabalha em contextos de perdas e morte, é imprescin-
dível o conhecimento a respeito da definição de luto e das reações comuns suscitadas 
por ele, uma vez que esse evento causará muitas mudanças de comportamento nos 
familiares e no próprio doente. O luto é um conjunto de reações a uma perda signifi-
cativa e nenhum é igual ao outro, pois não existem relações significativas idênticas. A 
perda de uma pessoa amada é psicologicamente traumática na mesma medida em 
que sofrer uma queimadura grave é fisiologicamentetraumático. 
 
 
Fonte: www.fasdapsicanalise.com.br 
 
 
O luto representa uma saída do estado de saúde e bem-estar e, assim como a 
cura é necessária no campo fisiológico, um período de tempo é necessário para que 
o enlutado retorne ao estado similar de equilíbrio. As categorias no processo de luto 
normal, dividindo-as em: 
• sentimentos — tristeza, raiva, culpa, ansiedade, solidão, fadiga, desamparo, 
choque, anseio, emancipação, alívio e estarrecimento; 
• sensações físicas — vazio no estômago, aperto no peito, nó na garganta, 
hipersensibilidade ao barulho, sensação de despersonalização, falta de ar (respiração 
curta), fraqueza muscular, falta de energia e boca seca; 
 • cognições — descrença, confusão, preocupação, sensação de presença e 
alucinações; 
 • comportamentos — distúrbios de sono, distúrbios do apetite, comporta-
mento aéreo, isolamento social, sonhos com a pessoa que morreu, evitar lembranças 
do falecido, procurar e chamar pela pessoa, suspiros, hiperatividade, choro, visitar 
lugares e carregar objetos que lembrem o falecido. 
Seguindo a linha de sintomas físicos e psíquicos, vale destacar a necessidade 
de cautela quanto ao diagnóstico de depressão da pessoa enlutada. Tristeza não é 
depressão. 
Depressão reativa é esperada, mas a intensidade e a duração, se exacerbadas, 
podem indicar patologia. A medicação pode inibir ou adiar reações necessárias para 
a resolução do processo de luto. Para fins didáticos, apresentamos as fases do luto 
uma vez que o conhecimento dessas fases fornece bases para lidar produtivamente 
com os recursos disponíveis, respeitando as defesas necessárias a cada uma das 
fases. 
 É fundamental ressaltar que as fases não ocorrem de maneira rígida e não 
constituem regra necessária no processo de luto, uma vez que existem a individuali-
dade e a subjetividade do enlutado; 
• entorpecimento — reação inicial à perda por morte, em que ocorre choque, 
entorpecimento e descrença. A duração pode ser de poucas horas ou de muitos dias. 
A pessoa recentemente enlutada se sente aturdida, atordoada, desamparada, imobi-
lizada e perdida. Há também possíveis evidências de sintomas somáticos, como res-
piração curta e suspirante, rigidez no pescoço e sensação de vazio no estômago. A 
negação inicial da perda pode ser uma forma de defesa contra um evento de tão difícil 
 
 
aceitação, estando também presente nessa fase a tentativa de automaticamente con-
tinuar vivendo como antes; 
 • anseio e protesto — fase de emoções fortes, com muito sofrimento psicoló-
gico e agitação física. À medida que se desenvolve a consciência da perda, há muito 
anseio de reencontrar a pessoa morta, com crises de profunda dor e espasmos incon-
troláveis de choro. Apesar da consciência da perda irreversível, o desejo de recuperar 
a pessoa às vezes é insuperável. Há momentos em que o indivíduo tem a viva sensa-
ção da presença do falecido. Aquilo que não tem relação com o morto tem pouco 
significado. 
A pessoa se mostra afastada e introvertida. Também é comum que o enlutado 
sinta muita raiva, às vezes dirigida contra si mesmo, na forma de acusações com sen-
timento de culpa por pequenas omissões e cuidados que possam ter acontecido. Às 
vezes a culpa é dirigida contra outras pessoas, principalmente aquelas que oferece-
rem ajuda e consolo ao enlutado; que também pode dirigir a raiva ao próprio morto 
por tê-lo abandonado. A pessoa enlutada vivencia inquietude, como em busca do 
morto (principal característica dessa fase) e mostra-se obsessivamente preocupada 
com lembranças, pensamentos e objetos do falecido. Ocorrem também sentimentos 
contrários ou incompatíveis, como esperança e desapontamento; 
 • desespero — nessa fase o enlutado deixa de procurar pela pessoa perdida 
e reconhece a imutabilidade da perda. O enlutado duvida de que qualquer coisa que 
valha a pena na vida possa ser preservada, assim podem surgir apatia e depressão. 
O processo de superação é lento e doloroso. É comum que ocorram afastamento das 
pessoas e das atividades, falta de interesse e inabilidade para se concentrar em fun-
ções rotineiras ou para iniciar atividades. Os sintomas somáticos persistem, incluindo 
falta de sono, perdas de apetite, peso e distúrbios gastrointestinais; 
 • recuperação e restituição — a depressão e a desesperança começam a se 
entrelaçar, com frequência cada vez maior, a sentimentos mais positivos e menos 
devastadores. A pessoa enlutada pode aceitar as mudanças em si e na situação. Vem 
daí uma nova identidade, que lhe permite desistir da ideia de recuperar a pessoa 
morta. Dá-se o retorno da independência e da iniciativa. Mesmo com o processo de 
recuperação ainda em andamento, é comum a volta de sintomas que haviam cedido, 
particularmente em datas que ativam lembranças, como dias de nascimento, morte e 
casamento. 
 
 
A descrição das fases permite, inclusive, a identificação de alterações não-
adaptativas frente ao processo de luto, ao que é chamado luto complicado, sendo 
muito útil o encaminhamento ao profissional especializado para acompanhamentos 
médico e psicológico. Vale ressaltar novamente que o luto é um processo individual e 
subjetivo e que não existe uma regra rígida quando pensamos nas fases e no enfren-
tamento do mesmo. 
O campo da saúde mental ainda prioriza a atenção individual nos processos de 
luto, não valorizando o impacto da perda na família como um sistema interacional. No 
entanto, entende-se que para haver um prognóstico favorável ao enfrentamento indi-
vidual, é necessário que se levem em consideração os processos familiares que 
acompanham os efeitos imediatos e a longo prazo da morte e as cadeias transgeraci-
onais. 
O processo de luto está terminado quando uma pessoa completa a fase final 
do luto de restituição, em que uma pessoa pode reinvestir suas emoções na vida e no 
viver. O luto está terminado quando suas respectivas tarefas são completadas. Com-
pleta ainda com o fato de que uma pessoa, ao ser capaz de pensar em quem faleceu 
sem dor, está dando um sinal de reação de luto terminado. Existe sempre uma sen-
sação de tristeza quando se pensa em alguém que se amou e se perdeu, mas é um 
tipo diferente de tristeza, sem a presença de manifestações físicas, como o choro 
intenso. 
O recolhimento é um movimento essencial para a reorganização dos sentimen-
tos que se confundem diante de uma perda significativa. É necessário um tempo para 
organizar um espaço para a dor, como também outros espaços para significar e re-
significar essa perda. Reflexões sobre que parte do enlutado foi ferida e perdida junto 
com a pessoa que morreu e sobre os caminhos possíveis de trilhar sem a pessoa 
amada revelam que a morte gera uma crise nos sistemas individual e familiar, sendo 
necessária uma reorganização. “Não existe amor sem perda. E não existe a supera-
ção da perda sem alguma experiência de luto. Não ser capaz de vivenciá-la é ser 
incapaz de entrar no grande ciclo da vida humana de morte e renascimento – ser 
incapaz, isto é, de viver novamente. ” 
 
 
 
5 O PSICÓLOGO NA EQUIPE DE CUIDADOS PALIATIVOS 
Para se definir a prática dos cuidados paliativos é fundamental que se tenha 
uma abordagem multidisciplinar que produza uma assistência harmônica, onde o foco 
é amenizar e controlar os sintomas de ordem física, psicológica, social e espiritual e 
não de buscar a cura de determinada doença. Trata-se de oferecer à paciente quali-
dade de vida, enquanto vida houver. 
É responsabilidade de uma equipe multidisciplinar composta por médicos, en-
fermeiros, psicólogos, entre outros profissionais da área de saúde proporcionar esse 
cuidado; capacitados para lidar com os medos, angústias e sofrimentos do paciente e 
da família, agindo com respeito frente à realidade da finitude humana e às necessida-
des do doente. 
A equipe multiprofissional deve unir esforços para oferecer um cuidado o mais 
abrangente possível, utilizando todos os recursos diagnósticosnecessários para a 
melhor compreensão e manejo dos sintomas e tendo sempre em foco que a melhora 
da qualidade de vida pode influenciar positivamente no modo como o paciente lida 
com as questões relacionadas ao processo de adoecer. 
Como parte dessa equipe que atua na área de Cuidados Paliativos, a contribui-
ção do profissional de Psicologia se define a partir de uma visão da doença como 
pertencente ao campo da mente e das vivências e expressões da mesma, pelo corpo. 
Atuando nessa área, o psicólogo também necessita manter o equilíbrio nas suas re-
lações com os outros profissionais e encontrar vias de comunicação que permitam a 
troca e o conhecimento, a partir de diferentes saberes. 
Tomando como referência os princípios que regem a filosofia dos Cuidados 
Paliativos, poderiam ser considerados mais diretamente como norteadores da prática 
do psicólogo: a promoção do controle da dor e de outros sintomas estressantes; o 
trabalhar a questão da morte como um processo natural; o oferecimento de um sis-
tema de suporte à família, que possibilite a exata compreensão do processo da do-
ença em todas as fases; oferecer um sistema de suporte que permita ao paciente viver 
tão ativamente quanto possível, na busca constante para manter sua autonomia; in-
tegrar o aspecto clínico com os aspectos psicológico, familiar, social e espiritual ao 
trabalho; unir esforços de uma equipe multidisciplinar para oferecer o cuidado mais 
abrangente possível; ter sempre em foco que a melhora da qualidade de vida pode 
 
 
influenciar positivamente no tempo que resta ao doente e que o cuidado deve ser 
iniciado precocemente. 
O psicólogo deve estar atento em detectar os conteúdos envolvidos na queixa, 
no sintoma e na patologia, permitindo assim uma atenção integral e a identificação de 
desordens psíquicas que geram sofrimento, estresse e também aos mecanismos de 
defesa negativos que costumam surgir; isso favorece a reorganização da vivência de 
doença e o uso de recursos adaptativos no sentido de manter o paciente participativo 
no processo de tratamento. 
A psicologia é uma das profissões da saúde cuja inclusão em equipes de acom-
panhamento de pacientes com câncer é regulamentada por lei. A Portaria nº 3.535 do 
Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial da União em 14 de outubro de 1998, 
determina que toda equipe responsável pelo tratamento de pessoas com câncer te-
nha, entre seus profissionais, um psicólogo. 
Mesmo com todas as discussões e esclarecimentos a respeito da doença, o 
câncer ainda remete, em grande parte das pessoas, a ideia de morte; ter esse diag-
nóstico significa muitas vezes estar condenado à morte; percepção que está relacio-
nada à grande dificuldade as pessoas sentem em aderir ao tratamento e de lutar para 
garantir uma melhor qualidade de vida ao mesmo tempo em que convivem com a 
doença. 
Dar assistência a esse paciente envolve, sobretudo, integrar as várias dimen-
sões do ser, isto inclui também o aspecto espiritual. Estudos mostram que as questões 
referentes à espiritualidade representam para o paciente oncológico, em sua maioria, 
uma fonte de conforto, fé em Deus e suporte para enfrentamento da doença, apresen-
tando-se como fator de contribuição na adesão ao tratamento. Portanto, para o psicó-
logo é fundamental perceber o fenômeno religioso como um recurso que possibilite 
buscar alternativas para reforçar o suporte emocional do paciente, proporcionando 
entre outras coisas, sentido à vida e ao sofrimento humano presente no processo de 
adoecimento. 
Trabalhar a questão da morte como um processo natural, requer que se tenha 
estabelecido entre o paciente e o psicólogo um vínculo de confiança, pois as fantasias 
acerca deste tema e do desejo de imortalidade é o ponto primordial para a ressignifi-
cação da intensa experiência que é o processo de terminalidade da vida, que a partir 
do diagnóstico da doença se torna ainda mais presente; por isso o fazer psicológico 
 
 
na perspectiva dos cuidados paliativos solicita do profissional especial atenção a lin-
guagem simbólica e ao não dito. 
Além da intervenção técnica, também devem estar presentes no trabalho do 
psicólogo a empatia e a escuta acolhedora verbal e não-verbal, permitindo que o pa-
ciente possa confrontar com seus conteúdos internos, suas angústias e sentimentos 
em geral, para que a partir daí inicie o processo de aceitação, elaboração e superação 
no que diz respeito ao adoecimento. A escuta permite ao psicólogo identificar as reais 
demandas do paciente. 
A questão da boa comunicação, ou seja, a comunicação interpessoal envolve 
compreensão, percepção e transmissão de mensagens, por meio da linguagem verbal 
e não-verbal. O psicólogo neste contexto atua para alargar o canal de comunicação 
entre o paciente, seus familiares e a equipe multidisciplinar, para que se permita: iden-
tificar as necessidades do paciente e da família, visando aumentar seu bem-estar; 
conhecer os temores e anseios do paciente, buscando oferecer medidas de apoio 
pautadas em seus valores culturais e espirituais; mediar oportunidades para que se-
jam tratados assuntos pendentes como despedidas, agradecimentos e reconciliações; 
facilitar a relação entre profissional de saúde, paciente e familiares. 
O oferecimento de um sistema de suporte à família que facilite a compreensão 
do processo da doença em todas as fases visa diminuir o impacto que os sintomas 
psicológicos do doente causam a mesma. Uma boa comunicação com a equipe de 
saúde e o máximo de informações sobre o tratamento e os cuidados específicos ao 
paciente, são aspectos inclusos nesse sistema de suporte à família oferecido pelo 
psicólogo, visto que a falta de informações sobre a condição do paciente é um dos 
fatores que causa maior estresse e desencadeia a ansiedade familiar. 
A autonomia individual é um dos valores centrais na fundamentação dos cuida-
dos paliativos na busca de um modelo bioético. Por conseguinte, é fundamental que 
nos cuidados destinados ao paciente oncológico, o psicólogo promova junto à equipe 
e aos familiares o respeito aos direitos desse paciente de fazer suas próprias esco-
lhas, oferecendo informações claras sobre a doença e sua evolução e respeitando 
seus limites de compreensão e tolerância emocional; o que favorece a competência 
do mesmo para o exercício de sua autonomia para fazer as escolhas necessárias a 
sua vida e ao seu tratamento, mantendo assim sua dignidade. 
Portanto, decisões fundamentais devem ser discutidas com o doente ou seu 
representante legal, sendo respeitada sua vontade. O princípio da autonomia evita os 
 
 
abusos potenciais de um julgamento unilateral, por isso trabalha-se com o desejo do 
paciente em primeiro lugar, não com a vontade do médico, deixando para traz o mo-
delo médico paternalista. 
O psicólogo que integra uma equipe de Cuidados Paliativos precisa de forma-
ção profissional na área, na busca de estratégias para ajudar o paciente no enfrenta-
mento e elaboração das experiências emocionais intensas vivenciadas na fase de ter-
minalidade da vida. Tendo cuidado para não ocupar o lugar de mais um elemento 
invasivo no processo de tratamento, mas de facilitador no processo de integração do 
paciente, da família e da equipe multidisciplinar, mantendo como foco o doente (não 
a doença) e a melhora na qualidade de vida do paciente (não o prolongamento infru-
tífero do seu sofrimento). 
Um dos objetivos primordiais do atendimento psicológico é mostrar ao paciente 
que o momento vivido pode ser compartilhado, estimulando e buscando seus recursos 
internos, para assim atenuar sentimentos como de solidão e derrota, e trabalhar com 
ele o sofrimento psíquico (que inclui ansiedade, depressão, perda da dignidade e seus 
medos), num compartilhar de cumplicidade e favorecendo a ressignificação desta ex-
periência que é o adoecer 
 
 
 
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