Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ana Victoria Soares 2021.1 Ana Victoria Soares 2021.1 FIBROSE CISTICA A fibrose cística é uma patologia conhecida também como mucovisccosidade ou doença do beijo salgado. Nesses indivíduos, se tem uma condição genética herdada. Uma doença autossômica recessiva. Tem como característica o aumento da produção de muco, principalmente a nível de sistema digestório e sistema respiratório. O muco além de ser produzido em maior quantidade, ele também é mais espesso e mais viscoso. O cromossomo 7 é afetado. No cromossomo 7 tem a presença do gene CFTR na posição do braço longo. É um gene que codifica por uma proteína de condutância de cloreto. Ela provoca o efluxo, a saída do cloreto da célula. Nas células dos sistemas respiratórios e digestórios, se tem na superfície apical microvilosidades com algumas proteínas inseridas. A proteína CFTR que recebe o mesmo nome do gene está relacionada com a condutância do cloreto. Ela provoca o efluxo, a saída do cloreto da célula. Quando ela promove o efluxo do cloreto, por consequência, ocorre também a saída de água. – cloreto puxa a água por osmose. Com a saída da água, o muco presente naquela região acaba sendo hidratado. Essa é a condição normal. Nos pacientes com fibrose cística, essa proteína ou está ausente na superfície apical das células, ou ela tem algum problema de funcionamento. São inúmeros os tipos de funcionamento que ela pode apresentar, já foram identificadas mais de 2 mil mutações nesse gene. As mutações são classificadas a partir do que elas causam a sintomatologia do paciente. 300 mutações fazem com que a proteína seja pouco expressa na superfície. 500 fazem com que a proteína não esteja presente, e assim sucessivamente. Das cinco classes, existe um tipo que é a mais frequente: 87% dos pacientes com fibrose cística tem mutações que levam ao bloqueio do processamento da proteína. Ou seja, eles conseguem produzir a proteínas, tem DNA, RNA, tem a proteína no citosol mas ela não consegue chegar a superfície, na parte apical da célula. Existem pacientes que não chegam a produzir a proteínas (12%- classe I) Tem outros pacientes que fabricam a proteína, exportam ela pra membrana, porém ela funciona insatisfatoriamente, tendo algum defeito patológico ou estrutural que impede esse funcionamento adequado (5%- classe III) Em outros casos, tem a proteína na membrana, ela é funcional, mas tem alteração no canal de passagem do cloreto. Então, ela transporta o cloreto com muita dificuldade (5%- classe IV) E por último, tem casos que a redução da síntese dessa proteína é tão significativa ao ponto dela estar pouco expressa na superfície das células, mas ela está ali e continua trabalhando, ou, funciona em pouca quantidade mas funciona trabalhando (5% - classe V) É uma herança autossômica recessiva (não está em par sexual) e é recessiva porque os dois genitores precisam ter o alelo pra que na combinação do cruzamento eles sejam enviados pra o indivíduo afetado. Nesse caso, a probabilidade é de 25% de chance a cada gestação de ter a formação de um indivíduo com essa característica genética. Ana Victoria Soares 2021.1 Ana Victoria Soares 2021.1 A imagem mostra a diferença do muco com a presença e ausência da proteína CFTR Imagem 1- com a proteína: muco mais hidratado Imagem 2- sem a proteína, muco mais espesso. Não tem muita água pra dissolver. Por conta disso, esses pacientes possuem muito problemas respiratórios, já que esse muco espesso forma um biofilme super adequado para o acumulo de microrganismos, principalmente bactérias. OBS: o cloreto não é o único fator que interfere no processo de osmose, mas sem ele, a sida de água fica dificultada. TRATAMENTO: Existem vários tipos de tratamento, utiliza-se enzimas (dornase alfa) que quebram esse muco, promovendo a degradação e desobstrução. O tratamento é voltado para o produto final do gene, que é a proteína, sendo que na maioria dos casos ela é expressa. A combinação de fármacos que consiste nesse tratamento que está associado ao ORKAMBI - LUMACAFTOR/ IVACAFTOR. Cada fármaco atua em uma via. Enquanto o ivacaftor pega as proteínas que estão na membrana não tão funcionais e potencializa o canal, tenta fazer com que essas proteínas que já estão ali sejam mais funcionais do que elas normalmente são. O lumacaftor vai tentar pegar as proteínas que já estão formadas dentro das células, mas que não foram exportadas pra superfície e levar essas proteínas pra membrana. Essa combinação vem sendo muito utilizada, porque consegue resolver não a raiz do problema, porque ela é genética, mas sim o produto dos genes que é formado. Estudos mostram que a eficácia desse tratamento vem crescendo, testes feitos experimentalmente em ratos mostram a eficácia da combinação desses fármacos Em verde mostra a presença de muco, antes e após o uso do medicamento. Existem outros fármacos que estão sendo desenvolvidos que atuam tentando resolver os problemas na função das proteínas, no tráfego dessas proteínas de superfície e na síntese dessas proteínas.
Compartilhar