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FIBROSE CÍSTICA E FENILCETONÚRIA Patrícia dos Santos Azeredo Renata Marques de Souza DISCENTES: Origem genética Membrana apical de células epiteliais Vias aéreas Intestino Tecidos reprodutivos Glândulas exócrinas Cl- (locus 7q31) 1.480 aminoácidos 168 kDa Origem genética cAMP ATP ADP ATP ADP Abertura do canal Fechamento do canal Origem genética Influências modulatórias Outros canais iônicos (Na+ e K+) Transporte de proteínas Liberação de ATP Regulação da secreção de bicarbonato Produção de óxido nítrico Origem genética • Segundo o Banco de Dados de Mutações da Fibrose Cística, existem 1.876 mutações identificadas ao longo do gene CFTR • A mutação p.Phe508del, tradicionalmente conhecida como deltaF508, é a mais frequente entre os pacientes com FC, estando presente em aproximadamente 66% dos alelos em estatística mundial. A p.Phe508del é uma deleção de 3 pb no éxon 10 do gene CFTR, que ocasiona a perda da fenilalanina na posição 508 da proteína. A proteína CFTR com p.Phe508del é sintetizada, mas não é transportada para a membrana celular por apresentar dobramento incorreto. Origem genética Classe I – Mutações que inibem ou reduzem a produção da proteína. Classe II – Mutações que afetam o processamento da proteína. Classe III – Mutações que afetam a regulação do canal de Cl-. Classe IV – Mutações que afetam o transporte de Cl-. Mutações de classe III produzem proteínas CFTR que são transportadas para a membrana celular, mas não respondem à estimulação por cAMP (13). A proteína é transportada corretamente para a membrana celular e responde a estímulos, mas gera um fluxo reduzido de íons Cl-. Mutações desta classe não permitem que a proteína CFTR seja processada corretamente, impedindo-a de alcançar a membrana celular para funcionar como um canal de Cl- Podem criar um códon de terminação prematuro (nonsense mutations), deslocar a fase de leitura ou alterar o padrão de splicing, inibindo a síntese da proteína estável ou produzindo baixos níveis da proteína madura. Origem genética • Esse equilíbrio é necessário para manter o muco, que protege nossas vias aéreas e o trato digestivo, fino e hidratado. Isso garante que órgãos como pulmões, pâncreas, fígado e intestinos funcionem normalmente. Sintomas - PULMÕES • Com isso, os cílios têm dificuldade para se mover livremente e varrer o muco para fora dos pulmões. Ocorre, então, o acúmulo de muco e microorganismos, acarretando sintomas da FC. Sintomas – SISTEMA DIGESTÓRIO • Deficiência de crescimento, puberdade tardia e lento ganho de peso, mesmo mediante a ingestão de muita comida. • É frequente o relato de fezes oleosas e volumosas ou dificuldade de evacuar. Os dutos pancreáticos podem ficar bloqueados por muco Sintomas – SISTEMA DIGESTÓRIO • À medida que envelhecem, os danos ao pâncreas dessas pessoas podem acabar por interromper a produção suficiente de insulina. Sem insulina suficiente, a pessoa desenvolve diabetes. Diabetes relacionada à fibrose cística (DRFC) Sintomas DENSIDADE MINERAL ÓSSEA REDUZIDA CIRROSE HEPÁTICA Diagnóstico Gibson-Cooke e Macroduct (Wescor, Logan, UT, USA). O suor é estimulado pela e coletado em papel filtro ou gaze (Gibson-Cooke) ou em tubo microbore (Wescor). Diagnóstico Diferença de potencial nasal • As anormalidades do transporte iônico no epitélio respiratório na FC estão associadas com um padrão alterado na DPN. Especificamente, três características distinguem a FC: a) uma DPN basal mais elevada; b) uma maior inibição da DPN, após a perfusão nasal com amilorida; c) pouca ou nenhuma alteração na DPN, após a perfusão do epitélio nasal com uma solução livre de Cl– em conjunção com isoproterenol. • Uma DPN aumentada, em associação com quadro clínico ou história familiar positiva, fundamenta o diagnóstico de FC. Entretanto, a ausência de aumento na DPN não exclui o diagnóstico de FC, pois um resultado falso-negativo pode ocorrer na presença do epitélio inflamado. É recomendado que a DPN seja avaliada pelo menos duas vezes em momentos diferentes. Entretanto, essa técnica só está disponível em centros altamente especializados e requer uma padronização rigorosa • Avalia transporte de sódio e cloro das membranas celulares, baseado nas propriedades bioelétricas transepiteliais. . Diagnóstico Análise de mutações • A identificação de mutações conhecidas como causa de FC em cada um dos genes da CFTR, frente a um contexto clínico ou história familiar compatível, estabelece o diagnóstico de FC. Entretanto, o achado de uma ou de nenhuma mutação no gene da CFTR não exclui o diagnóstico de FC. Além disso, já foram relatados pacientes com FC não-clássica sem evidência de mutações nos genes da CFTR. Portanto, a existência de genótipos complexos, de fatores modificadores e de mutações atenuadoras exigem que o diagnóstico de FC seja feito com a contribuição dos achados clínicos. • A análise de mutações para confirmar o diagnóstico de FC tem alta especificidade, porém baixa sensibilidade.A baixa sensibilidade decorre da existência de um grande número de mutações conhecidas como causa de FC (mais de 1.000) e do fato de que os painéis comerciais disponíveis para essa análise só estudam uma minoria dessa mutações. Poucos centros de referência podem disponibilizar painéis com maior número de mutações ou realizar o seqüenciamento genético para o diagnóstico dos casos mais atípicos. Diagnóstico Exames Complementares Na avaliação diagnóstica inicial, outros exames complementares são utilizados. Eles contribuem de forma secundária para o diagnóstico, para avaliar a gravidade da doença e para planejar abordagens terapêuticas específicas. Incluem a avaliação da função pancreática, avaliação funcional pulmonar, avaliação microbiológica do escarro, avaliação dos seios da face e avaliação gênito-urinária masculina (azoospermia obstrutiva). Tratamento • Antibioticoterapia Os antibióticos podem ser utilizados em quatro situações clínicas específicas na FC: a) no tratamento das exacerbações infecciosas; b) na erradicação ou tratamento em longo prazo para o Staphylococcus aureus; c) na erradicação precoce da infecção por P. aeruginosa; d) no tratamento supressivo da infecção crônica por P. aeruginosa. Como a P. aeruginosa é o patógeno mais frequentemente isolado em adultos com FC, geralmente se utiliza o tratamento com fluoroquinolonas para as exacerbações leves, enquanto a combinação de uma droga beta-lactâmica com um aminoglicosídeo está indicada para o tratamento das exacerbações mais graves. Tratamento • Higiene das vias aéreas e exercício; • Agentes mucolíticos; • Broncodilatadores; • Agentes antiinflamatórios; • Suporte nutricional; • Suplementação de oxigênio; • Abordagem das manifestações extra-pulmonares; • Transplante pulmonar. Avanços e perspectivas • Vacina bivalente a partir do flagelo da P. aeruginosa foi eficiente em reduzir o risco de infecção por essa bactéria, podendo, assim, contribuir para a maior sobrevida desses pacientes. • Administração do RNA ou do DNA para as células epiteliais das vias aéreas a fim de compensar o defeito genético. As dificuldades técnicas incluem a necessidade de re-administrações contínuas devido ao turnover das células alvo. Além disso, a administração do material gênico nas vias aéreas precisa vencer as defesas sistêmicas e locais pulmonares. A utilização de vetores virais para essa administração tem maior eficiência de transdução, porém, não se tem encontrado solução para evitar a resposta imunológica que surge com as re-administrações. A utilização de vetores não-virais está associada com uma resposta imunológica bem menos intensa, porém, possui uma eficiênciamenor de transdução. Além disso, a baixa expressão da CFTR e o curso episódico da doença pulmonar tornam difícil a utilização dos desfechos convencionais como medida de eficácia da terapêutica gênica. Dessa forma, a terapia gênica não se converteu ainda em realidade clínica a despeito de inúmeros ensaios clínicos. • Uma perspectiva de tratamento consiste na terapêutica com células-tronco. Várias populações celulares derivadas da medula óssea adulta ou do cordão umbilical podem localizar uma variedade de órgãos e adquirir características fenotípicas e funcionais de células orgânicas específicas maduras. Isso permitiria corrigir o defeito genético através da regeneração de células epiteliais respiratórias. Entretanto, o conhecimento das células- tronco pulmonares é muito escasso e a pesquisa está em fase muito inicial. FENILCETONÚRIA • A fenilcetonúria (PKU) é doença genética autossômica recessiva causada pela ausência, ou diminuição, da atividade da enzima hepática fenilalanina hidroxilase (HPA), que metaboliza a fenilalanina (phe) em tirosina (tyr). • Essa atividade enzimática deficiente ocasiona uma hiperfenilalaninemia permanente, o que vai determinar lesões importantes, em particular no sistema nervoso central, que culmina em retardo mental de intensidade variável, mas sempre irreversível. • A criança com PKU pode se desenvolver normalmente até os seis a oito meses de idade, quando uma demora na aquisição de novas habilidades psicomotoras ou a perda de habilidades anteriormente adquiridas podem ser observadas. Mutação genética O gene PAH foi localizado no braço longo do cromossoma 12, mais precisamente em 12q22-q24 . Dado que a fenilcetonúria possui um modo de transmissão recessivo, apenas os indivíduos que apresentam ambas as cópias do alelo mutado manifestam os sintomas. Origem genética • A mutação está localizada no cromossomo 12 e é autossômica recessiva, logo se ambos pais portam o gene sem ter sintomas, seus filhos tem 25% de chance de ter a doença. Função da enzima fenilalanina Na reação acima, a fenilalanina e o oxigênio são os substratos enquanto que os produtos são tirosina e água. Essa reação precisa da coenzima reduzida NADH, que será oxidada a NAD+. A enzima que catalisa a reação, como já dito, é a fenilalanina hidroxilase. Essa reação acontece no fígado e em indivíduos que não possuem a doença. Já as pessoas que possuem fenilcetonúria não possuem a enzima e portanto não convertem fenilalanina em tirosina. • O diagnóstico precoce da fenilcetonúria é possível pela realização do exame de triagem neonatal mediante dosagem das concentrações de phe no sangue retirado do calcanhar do recém-nascido. • O sangue coletado é colocado em papel filtro para facilitar o transporte do material, que pode ser enviado, inclusive, pelos correios. A recomendação da idade para realização do exame de rastreio neonatal varia com o programa de cada país e, no Brasil, é recomendada a coleta entre o 3º e o 5º dia de vida. • O paciente com suspeita de ter a doença é encaminhado ao Centro de Referência para diagnóstico diferencial e início imediato do tratamento, quando necessário. Diagnóstico Os sinais e sintomas clínicos da fenilcetonúria aparecem entre 3 e 6 meses de idade, sendo os mais frequentes: • Vômitos; • Odor característico, mais evidente na urina, de rato ou de mofo; • Microcefalia; • Convulsões; • Hipertonia muscular; • Hiperatividade; • Atraso do crescimento; • Atraso ou involução do desenvolvimento neuropsicomotor. Manifestações clínicas Tratamentos • O tratamento da fenilcetonúria é feito com o uso de dieta, que controla a ingestão de fenilalanina, mediante proibição do uso de alimentos ricos em proteínas e regulação da ingestão de alimentos com média e baixa quantidade proteica. Leite materno • O leite materno tem sido mantido como fonte de fenilalanina, pelo menos durante o primeiro ano de vida, respeitando-se o Protocolo de tratamento. A quantidade de leite materno ingerida é controlada pelas dosagens freqüentes de phe no sangue, com as mães recebendo a orientação do nutricionista. Tratamentos Referências Bibliográficas ROSA, Fernanda Ribeiro et al . Fibrose cística: uma abordagem clínica e nutricional. Rev. Nutr., Campinas , v. 21, n. 6, p. 725-737, Dec. 2008 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732008000600011&lng=en&nrm=iso>. access on 07 Nov. 2019. Teste do suor: como funciona, o que diagnostica e muito mais. Nursig. Nov. 2011. Disponível em<https://www.nursing.com.br/teste-do-suor-para- que-serve/>. Acesso em 07 Nov. 2019. Nove formas que a Fibrose Cística pode afetar o organismo. Instituto Unidos pela Vida. São Paulo, Dezembro, 2018. Disponível em <https://unidospelavida.org.br/nove-formas-que-a-fibrose-cistica-pode-afetar-o-organismo/>. Acesso em: 07 Nov. 2019. Causa da Fibrose Cística. CFSource. São Paulo, Dec. 2016. Disponível em <https://www.cfsource.com.br/pt-br/genetica-da-fc/causa-da-fc>. Acesso em: 07 de nov. 2019. PEREIRA, Maria Luiza et al. A GENÉTICA NA FIBROSE CÍSTICA. Rev HCPA., Campinas v31, n.2, Dec. 2011. Disponível em:<https://seer.ufrgs.br/hcpa/article/viewFile/20905/12468>. Acesso em 14 nov. 2019. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Fenilcetonúria Portaria SAS/MS nº 1.307, de 22 de novembro de 2013. Fenilcetonúria | Faculdade de Ciências Médicas - FCM/Unicamp Disponível em:https://www.fcm.unicamp.br › teste-do-pezinho › patologias › fenilcetonuria acesso realizado dia 13 de novembro de 2019. Santos MP dos, Haack A. Fenilcetonúria: diagnóstico e tratamento Com Ciências Saúde. 2012;23(4):263-70. Fenilcetonúria – NUPAD Disponível em:https://www.nupad.medicina.ufmg.br › topicos-em-saude › fenilcetonuria acesso realizado dia 13 de novembro de 2019.
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