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Teorias Econômicas

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3 
 
Joyciane Coelho Vasconcelos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teorias Econômicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
Sobral/2018 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
 
UNIDADE 1- CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ECONOMIA 
Economia 
Curva de Possibilidade de Produção (CPP) 
Fluxo Circular da Renda 
Macroeconomia e Microeconomia 
 
UNIDADE 2 - OS 10 PRINCÍPIOS DA ECONOMIA 
Os Princípios da Economia 
 
UNIDADE 3 - DEMANDA DE OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO 
Fundamentos da oferta e da demanda. 
 
UNIDADE 4 - ELASTICIDADE 
Ferramenta da Economia 
 
UNIDADE 5 - ESTRUTURAS DE MERCADO 
Bens de Serviço 
Concorrência Perfeita 
Monopólio 
Concorrência Imperfeita 
Oligopólio 
Cartel, truste e holding 
Estrutura do Mercado de fatores de produção 
 
6 
 
 
UNIDADE 6 – MACROECONOMIA 
O que estuda a macroeconomia 
Estrutura de análise macroeconômica 
PIB 
 
UNIDADE 7 - POLÍTICAS ECONÔMICAS 
Política Monetária 
 
Bibliografia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
CONCEITOS 
FUNDAMENTAIS DE 
ECONOMIA 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Economia 
 
Etimologicamente o termo Economia vem do grego oikosnomos, em que 
oikos significa casa, patrimônio, riqueza e nomos administração, ou seja, 
administração da riqueza. 
 
É uma ciência social que estuda como os indivíduos e a sociedade 
utilizam recursos econômicos escassos para produção de bens ou serviços de 
forma a satisfazer as necessidades humanas. Todo recurso econômico é 
escasso, significa que a sociedade tem recursos limitados, logo a escassez é um 
dos principais problemas da Economia. 
 
É uma ciência social que estuda as formas de comportamento humano 
resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os 
recursos que embora escassos, se prestam a usos alternativos (ROSSETTI, 
2007). 
 
Segundo Mankiw (2005), não há nada de misterioso sobre o que é uma 
economia. Em qualquer parte do mundo, uma economia é um grupo de pessoas 
que estão interagindo umas com as outras e, dessa forma, vão levando a vida. 
 
Se não houvesse escassez de recursos econômicos, ou seja, se todos 
bens e serviços fosses abundantes, não haveria necessidade. 
 
Como disse Albert Einstein, “A ciência nada mais é do que o refinamento 
do pensamento cotidiano”. 
 
Objetivo da Ciência Econômica: formular propostas para resolver ou 
minimizar os problemas econômicos, de forma a melhorar a qualidade de vida das 
pessoas. 
 
10 
 
Economia é uma disciplina fascinante. Ela nos envolve e acompanha em 
nossos problemas do cotidiano e se preocupa em estudar as atividades humanas. 
Os economistas estudam como as pessoas tomam decisões e como interagem. 
Decisões como, por exemplo: quanto comprar, o quanto trabalham, se tem lazer 
ou se faz poupança. 
 
 Problemas Fundamentais da Economia 
 
As organizações não têm como produzir tudo que a sociedade deseja. 
Como as necessidades humanas são ilimitadas e os recursos econômicos são 
escassos surgem os três principais problemas da Economia. A cada momento 
novos problemas para o mundo da economia vêm surgindo. Um deles é satisfazer 
as necessidades humanas e que determinado bem econômico, seja ele, um bem 
material (concreto, ou seja, bens em que se pode mensurar, dá características, 
ex. uma casa, um barco, etc.) ou bem imaterial (abstrato,ou seja,bens em formas 
de serviços,ex.: a consulta do médico com o seu paciente,o ensino da professora, 
os serviços bancários e dos correios,etc.) possa ter repercussão no mercado.É 
por meio dessas necessidades humanas que a Economia entra em campo para 
responder as indagações seguintes: 
 
 O quê e quanto produzir? 
 
Em relação o que produzir, primeiro tem-se que fazer uma análise de 
mercado, pois a Economia como uma ciência social não estuda somente 
interesses individuais de poucos, mas os interesses de toda a sociedade. Feito 
estas análises agora pode-se determinar qual a quantidade de produtos a ser 
produzido e em que proporções serão colocados à disposição da sociedade. A 
principal variável que se pode relacionar com “o que e em que quantidade” é por 
meio da demanda. Porém, devido este fator se pode estudar o comportamento do 
todo, ou seja, saber quais produtos estão satisfazendo as necessidades humanas 
no mercado e em que proporções. 
 
 
11 
 
 Como produzir? 
 
Quais fatores de produção serão aplicados durante o processo de 
produção? Tais fatores como: matéria-prima, bem de capitais tangíveis, 
tecnologia, mão-de-obra qualificada (especializada – divisão do Trabalho). Antes 
de tudo, tem que observar que a maioria dos recursos que a natureza dispõe ao 
homem é escassa. Então deve-se cada dia mais ter a consciência e buscar novas 
alternativas para a produção desses bens. 
 
 Para quem produzir? 
 
Um dos principais fatores nessa questão será o preço. Quanto maior a 
oferta, menor será a demanda ou quanto menor a oferta maior será a demanda 
(Lei da Oferta e da Demanda). Logo o preço é o fator de restrição, exclusão em 
uma economia de mercado. Como será a distribuição de renda gerada pela 
atividade econômica? Quais os setores beneficiados? 
 
Observa-se no Quadro 1 a seguir, apresentada por Dallagnol (2008) 
um resumo dos problemas fundamentais da economia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Quadro 1 – Problemas Econômicos Fundamentais 
 
Problemas Econômicos 
Fundamentais 
Níveis de Referência Respostas a estas questões 
1. O que e quanto 
produzir? 
Econômico É proporcionada pelo 
conhecimento das máximas 
possibilidades de produção de 
que dispõe uma nação. Há que 
se considerar que, ao mesmo 
tempo em que se decide pela 
produção de um bem ou 
serviço, um outro bem estará 
deixando de ser produzido. Cabe 
às autoridades econômicas o 
papel de estimular a produção 
em determinadas regiões, para 
o atendimento a políticas 
econômicas de crescimento e 
mesmo de desenvolvimento 
econômico dessa região e da 
nação como um todo com vistas 
ao bem-estar da coletividade. 
2. Como produzir? Tecnológico Esta questão está estreitamente 
relacionada as possibilidades 
tecnológicas de produção. 
Competirá a sociedade como 
um todo, a adoção de técnicas 
de produção que combinem da 
maneira mais adequada 
possível, seus recursos humanos 
e patrimoniais. A resposta a esta 
questão deve considerar o 
dilema homem versus máquina 
de tal forma que a introdução 
da técnica no aparelho 
produtivo não implique em 
desperdício do potencial 
humano e, por outro lado a 
sociedade não deverá recusar o 
emprego de técnicas que 
possam significar um aumento 
da eficiência produtiva. 
3. Para quem produzir? Social Esta questão merece maior 
atenção por parte daqueles que 
respondem pelas políticas 
econômicas. Consiste em decidir 
de que maneira será distribuída 
por toda a sociedade, a 
produção obtida. Ou seja, de 
que maneira aqueles que 
participam do processo 
produtivo irão usufruir do 
resultado do seu trabalho. 
Fonte: Dallagnol (2008, p.22). 
13 
 
 Conceitos Fundamentais da Economia 
 
De um modo geral, o objetivo de uma indústria é produzir bens e serviços 
para vendê-los e obter lucros. Mas o que são bens? E serviços? 
 
Bens são produtos tangíveis e serviços produtos intangíveis. De forma 
global, bem é tudo aquilo que permite satisfazer as necessidades humanas. 
 
Bens econômicos são aqueles escassos, ou seja, cuja demanda é 
superior a sua disponibilidade, ou que exigem custo e esforço para sua obtenção. 
São transferíveis e podem ser trocados entre si. São bens de consumo, bens 
intermediários e bens de capital. 
 
 Bens de consumo - aqueles destinados ao atendimento de 
necessidadesdiretas de pessoas ou empresas. De acordo com sua durabilidade, 
podem ser classificados como duráveis (como carros, móveis, eletrodomésticos); 
ou como não duráveis tais como gasolina, alimentos e cigarro. 
 
Bens intermediários - são aqueles que são transformados ou agregados 
na produção de outros bens e que são consumidos totalmente no processo de 
produtivo (insumos, matérias-primas e componentes). 
 
Bens de Capital - são bens de produção (ou os bens de produção são os 
bens de capital), ou seja, bens de capital, que permitem produzir outros bens. 
Exemplo: Máquinas, Equipamentos e Instalações. 
 
Os bens podem ser: bens livres que são úteis. Existem em quantidade 
ilimitada e podem ser obtidos sem nenhum esforço na natureza. Ex: a luz solar, o 
ar, o mar. Esses bens não possuem preços. E bens econômicos que são úteis. 
Possuem preços, são escassos e supõem a ocorrência de esforço humano para 
obtê-lo. Esses bens são classificados em dois grupos: bens materiais que são de 
natureza material e podem ser estocados, tangíveis (podem ser tocados), como 
roupas, alimentos, livros, TV, etc.; serviços que não podem ser tocados 
14 
 
(intangíveis). Ex: serviço de um médico, consultoria de um economista, serviços 
de um advogado (apenas para citar alguns), e acabam no mesmo momento de 
produção. Não podem ser estocados. 
 
Deve ser dito que tanto os bens de consumo quanto os bens de capital 
são classificados como: bens finais que são bens acabados, pois já passaram por 
todas as etapas de transformação possíveis; bens intermediários que são bens 
que ainda estão inacabados, que precisam ser transformados para atingir a sua 
finalidade principal. Ex: o aço, o vidro e a borracha usados na produção de carros. 
 
Os bens podem ser classificados, ainda, em: bens públicos que são bens 
não exclusivos e não disputáveis. Referem-se ao conjunto de bens fornecidos 
pelo setor público: transporte, segurança e justiça; bens privados que são bens 
exclusivos e disputáveis. São produzidos e possuídos privadamente: TV, carro, 
computador, etc. 
 
Curva de Possibilidade de Produção (CPP) 
 
Para satisfazer as necessidades e desejos humanos são necessários 
bens que não encontramos na natureza, consequentemente usamos do processo 
de transformação para adquiri-los. A produção faz-se a partir de recursos e 
fatores produtivos como terra (ou recursos naturais, os minérios, a água, a 
energia, etc.), trabalho (mão-de-obra), capital (como máquinas, fábricas, estradas, 
etc.) e conhecimentos técnicos. 
 
Devido aos recursos escassos uma sociedade tem que escolher as 
quantidades de bens e serviços a produzir, por exemplo, mais café e menos chá. 
Para simplificar se admiti que uma sociedade apenas possa produzir dois tipos de 
bens: café e soja 
 
Com quantidade de recursos pode-se escolher entre café e soja, e as 
possibilidades são muitas. Para poder observar todas as situações possíveis tem-
se a um gráfico em Economia: a fronteira de possibilidade de produção que 
15 
 
representa o lugar geométrico dos pontos de produção máxima de café e soja, 
dada certa quantidade de recursos disponíveis. 
 
A curva de possibilidade de produção ilustra como a escassez de fatores 
de produção cria um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, país ou 
sociedade. Ela representa todas as possibilidades de produção que podem ser 
atingidas com os recursos e tecnologias existentes. 
 
A concavidade da curva indica que, dadas as quantidades dos recursos, 
se a sociedade quiser aumentar a produção de um bem, maior será a taxa de 
sacrifício (o custo de oportunidade) associada a tal intenção (isso em termos da 
produção do outro bem). Logo, se quiser aumentar a produção de um bem terá 
que reduzir a produção do outro bem. 
 
A figura a seguir mostra a fronteira máxima de produção, então os pontos 
sobre a curva mostram o máximo possível da produção combinada das duas 
mercadorias como mostram os pontos A, B e C. Nestes pontos supõe que a 
economia esteja em pleno emprego de seus recursos, ou seja, quase todos 
utilizados em capacidade máxima. 
 
A economia pode produzir no interior da curva, num ponto como D, ter 
mais café sem sacrificar soja, no entanto, isso significa que tem recursos ociosos. 
Os pontos que se encontram fora da curva das possibilidades de produção, num 
ponto como E, é impossível devido á falta de recursos. 
 
 Figura 1 – Curva de Possibilidade de Produção 
 
 
 
 
 
 
 
C 
B 
A 
café 
soja 
D 
E 
16 
 
A transferência dos fatores de produção do café para produzir soja implica 
um custo de oportunidade que é igual ao sacrifício de se deixar de produzir parte 
do bem café para se produzir mais de soja. O custo de oportunidade por 
representar o custo da produção alternativa sacrificada, reflete em um custo 
implícito. 
 
Fluxo Circular da Renda 
 
Agentes Econômicos em uma economia capitalista são as famílias, as 
empresas e o governo, que respondem às seguintes questões: O quê, Quanto, 
Como? e Para Quem Produzir?. 
 
A inter-relação entre os agentes econômicos pode ser resumida por meio 
de um esquema denominado fluxo circular da Renda. Os agentes econômicos 
transacionam entre si na busca de atingir seus objetivos e, ainda, proporcionar o 
equilíbrio da economia como um todo. De modo a mostrar de maneira bem 
simples o funcionamento da economia, opta-se por apresentar um modelo de 
economia fechada envolvendo apenas as famílias, as empresas e o governo, ou 
seja, não incluem o setor externo. 
 
As remunerações pagas pelas Unidades Produtoras criam renda para as 
Famílias, que compram os bens e serviços produzidos pelas Unidades 
Produtoras, mediante o pagamento adequado. Assim, temos dois fluxos 
principais. O primeiro fluxo é o Fluxo Real (figura 3), que representa o envio dos 
recursos produtivos das famílias para as empresas e o outro fluxo representa o 
envio das mercadorias (bens e serviços) das empresas para as Unidades 
Familiares. 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Figura 2: Fluxo real da Economia 
 
 
Fonte: Rossetti, José Pachoal. Introdução à Economia. 16 ed. São Paulo: Atlas,1995, p.186. 
 
 
Paralelamente a este fluxo, funciona o Fluxo Monetário, que representa o 
envio de recursos financeiros das Unidades Produtoras para as Unidades 
Familiares. 
 
 
Figura 3: Fluxo monetário da Economia 
 
 
Fonte: Rossetti, José Pachoal. Introdução à Economia. 16 ed. São Paulo: Atlas,1995, p.186. 
 
A Figura 4 representa a oferta e a demanda de bens e a oferta e a 
demanda de recursos num sistema econômico com três agentes, ou seja, 
18 
 
famílias, empresas e governo. Analisando-se a figura, pode-se perceber que as 
empresas demandam no mercado de fatores, força de trabalho das famílias para 
utilizá-la para a produção de bens e serviços. Essas empresas remuneram as 
famílias, por meio de recursos monetários denominados rendas, de modo que 
essas famílias se tornem consumidoras de produtos no mercado de bens. 
 
 
 Figura 4 - Fluxo circular de uma economia com três agentes 
 
 
Fonte: Adaptado de MONTELLA, M. Economia Passo a Passo, Rio de Janeiro: Quailitymark, 2004 
 
De toda a renda destinada às famílias como forma de pagamento pelo 
uso dos seus fatores, apenas parte reverte-se diretamente as empresas na forma 
de consumo (alimentação, moradia, saúde, educação, transporte, etc.). O restante 
da renda destina-se, em parte, ao mercado financeiro e, em parte, ao governo, na 
forma de tributos diretos sobre a renda e sobre o patrimônio das famílias. 
 
O montante de renda mantido no mercado financeiro, sob a forma de 
poupança das famílias, é direcionado às empresas, como recurso para 
investimento. Estes recursos são fonte de financiamento para aquisição de bens 
de investimento, como máquinas, equipamentos e até novas instalações. 
19 
 
O montante de recurso monetário desviado das unidades familiares e das 
empresaspara o governo sob a forma de tributos – impostos, taxas e 
contribuições de melhoria – equivale à receita pública utilizada pelo governo para 
financiar seus gastos dentro e fora do mercado de fatores e do mercado de bens. 
 
 No mercado de fatores, o governo, no papel de comprador, adquire 
fatores de produção e os utiliza para produzir bens e serviços públicos não 
negociados no mercado, tais como defesa nacional, saúde pública, proteção 
policial etc., tornando-os disponíveis à comunidade em geral. 
 
Já no mercado de bens, o governo atua: 
 
 Do lado da oferta, quando vende determinados bens e serviços, como 
serviços postais, transporte, habitações populares e serviços públicos em 
geral; 
 Do lado da demanda, quando compra bens e serviços que vão ser úteis, 
direta ou indiretamente, à coletividade, tais como equipamentos bélicos, 
veículos, material de escritório, alimentos para hospitais e escolas públicas, 
serviços de manutenção e limpeza etc. 
 
Fora do mercado de bens e do mercado de fatores, registram-se como 
gastos do governo: as transferências, que são auxílios financeiros do governo 
para as famílias, e os subsídios, que são auxílios financeiros do governo para as 
empresas. 
 
Diante desse fluxo de renda entre governo, empresas e famílias, 
podemos dizer que o crescimento econômico ocorrerá quando os preços dos 
bens produzidos pelas empresas forem suficientes para: cobrir os custos dos 
fatores de produção; cobrir os tributos pagos ao governo; propiciar uma renda que 
permita as unidades familiares pouparem (depois de garantido o seu consumo); 
gerar um volume de vendas suficiente para que as empresas possam auferir 
lucros. 
 
20 
 
Macroeconomia e Microeconomia 
 
A economia esta dividida em duas áreas: Microeconomia e 
Macroeconomia. A diferença entre os dois ramos da Economia é muito 
importante, pois primeira será visto a Microeconomia e em seguida a 
Macroeconomia. 
 
 A Microeconomia é uma área da economia que estuda o 
comportamento de consumidores e produtores e o mercado no qual 
interagem. Preocupa-se com a determinação dos preços e as 
quantidades em mercados específicos. Também conhecida como 
teoria dos preços. 
 
 Já a Macroeconomia se preocupa com os grandes setores, em seus 
aspectos globais, ou seja, estuda a determinação e o 
comportamento dos agregados como PIB, consumo, investimento, 
exportação, inflação, desemprego, com o objetivo de delinear uma 
Política Econômica. 
 
 
Breve histórico do surgimento da Economia 
 
A história da Economia evoluiu pari passu com os períodos que 
caracterizam a história da humanidade. Desde Moisés até os mercantilistas, a 
sociedade mundial viveu em complexidades. E foi dessa complexidade que, um 
século depois, após o fim dos ideais mercantilistas do século XVII, o mundo 
percebeu a necessidade de ter economistas. 
 
Entre as fases, tem-se: Antiguidade Clássica, Greco-Romana, Império 
Romano, Idade Média, Mercantilismo, Fisiocratas, Escola Clássica, Escola 
Keynesiana, Escola Marginalista. Será abordada na próxima unidade de estudo. 
 
21 
 
O pai da Economia é o Adam Smith que em 1776 publicou sua principal 
obra “A riqueza das nações” em que dizia que a nação seria rica se cada 
indivíduo fizesse o melhor para si, pois assim chegaria ao bem- estar geral. Adam 
Smith é um dos pensadores fundadores da Escola Clássica. 
 
 
Para saber mais: 
Leia o artigo: A EVOLUÇÃO DA ECONOMIA: UMA ABORDAGEM HISTÓRICA SOBRE OS 
PRINCIPAIS MODELOS, TEORIAS E PENSADORES. 
http://www.fara.edu.br/sipe/index.php/renefara/article/view/68/58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.fara.edu.br/sipe/index.php/renefara/article/view/68/58
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
OS 10 PRINCÍPIOS DA 
ECONOMIA 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Os Princípios da Economia 
 
A economia reflete o comportamento das pessoas que a compõe. Os 
quatro primeiros princípios da economia estão relacionados com as decisões 
individuais, ou seja, como as pessoas tomam decisões. Do quinto ao sétimo 
princípio demonstra como as pessoas interagem. E por último, do oitavo ao 
décimo estão relacionados ao funcionamento da Economia. 
 
As pessoas enfrentam tradeoffs 
 
Define uma situação em que há conflito de escolha. Ele se caracteriza em 
uma ação econômica que visa a resolução de problema, mas acarreta outro, 
obrigando uma escolha. 
 
As pessoas devem tomar decisões, pois “nada é de graça”. Para 
conseguirmos algo que queremos, precisamos abrir mão de outra coisa. Como já 
foi dito na unidade de estudo 1, os recursos são escassos, então não podemos 
obter tudo que queremos. 
 
Consideremos, por exemplo, um jornalista que precisa decidir como 
alocar seu tempo para produzir boas matérias para o público. Outro exemplo, o 
recurso mais precioso de um estudante é o tempo, logo ele deverá escolher quais 
disciplinas irá estudar. Ou ainda, um casal que deve tomar decisões de como 
gastar a renda familiar. Podem também optar entre lazer ou poupança. 
 
O tradeoff clássico se dá entre “armas e manteiga”. Quanto mais uma 
sociedade gasta com defesa nacional (armas) para proteger suas linhas costeiras, 
menos ela pode gastar com bens de consumo (manteiga) para elevar o padrão de 
vida nos lares. 
 
 Tempo: Por que estudar? 
 Desejo: Por que estudar isso e não aquilo? 
26 
 
 Renda: Como gastar a renda familiar? 
 Governo: Como usar os recursos disponíveis? 
 
Outro tradeoff que a sociedade enfrenta eficiência ou equidade: 
 
 Eficiência: propriedade que uma sociedade tem de receber o 
máximo possível pelo uso de seus recursos escassos. 
 
 Equidade: justa distribuição da prosperidade econômica entre os 
membros da sociedade. 
 
1. O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la. 
 
A tomada de decisão exige comparar os custos e os benefícios das 
alternativas. Em alguns casos, o custo não está implícito, como por exemplo, a 
decisão de ir à faculdade. Os benefícios principais são o enriquecimento 
intelectual e uma vida com melhores oportunidades de emprego. Mas qual é o 
custo? Parece fácil encontrar o custo, muitos acham que é só somar os gastos 
com livros, deslocamentos, xerox e etc. Porém, esse total não representa o que 
você sacrifica para passar quatro anos na Faculdade. 
 
Os salários que deixam de ganhar enquanto está na Faculdade são os 
principais custos da educação. Logo, isso é o Custo de Oportunidade que é aquilo 
de que você abre mão para obtê-lo. 
 
Fazer uma faculdade: despesas com mensalidades, livros, moradia e 
alimentação. No entanto estes são custos comuns. E o tempo, por exemplo? Para 
estudar você abre mão de se dedicar mais ao emprego e pode estar perdendo 
uma promoção. Se você não estudar não adquire conhecimentos científicos e 
pode perder a oportunidade de ocupar um alto posto na empresa. 
 
 
 
27 
 
2. As pessoas racionais pensam na margem 
 
As decisões que tomamos na vida raramente são “preto no branco”; elas 
geralmente envolvem diversos tons de cinza. A decisão não é de jejuar ou comer 
até estourar, a decisão é se comemos mais um bife ou não, mais uma colher de 
arroz ou não. São as mudanças marginais, vale a pena comer esta colher a mais? 
Qual será meu benefício marginal? Qual será meu custo marginal? 
 
Em muitos casos as pessoas tomam melhores decisões quando pensam 
na margem. Um tomador de decisão executa uma ação se, e somente se, o 
benefício marginal da ação ultrapassa o custo marginal. 
 
“Os economistas utilizam a expressão “alterações marginais” marginais” 
para descrever pequenos ajustes incrementais a um plano de ação incremental. 
Fazer uma pós-graduação? Para tomar essa decisão você precisa conhecer os 
benefícios adicionais queesses anos a mais de estudo podem lhe oferecer. 
 
3. As pessoas reagem a incentivos 
 
Como as pessoas tomam decisões por meio de comparação de custos e 
benefícios, seu comportamento pode mudar quando os custos e benéficos 
mudam. Quando o preço da maçã sobe, as pessoas passam a comer mais pêra. 
Ao mesmo tempo, os produtores contratam mais pessoas e passam a produzir 
mais maçãs. O resultado é uma pressão para diminuição do preço pelo aumento 
da oferta e diminuição da procura. 
 
Muitas políticas afetam os benefícios e os custos para as pessoas, muitas 
vezes de maneira indireta. Ao analisarmos qualquer política, precisamos 
considerar não apenas seus efeitos diretos, mas também aos efeitos indiretos que 
operam por meios de incentivos. Quando o preço das maçãs aumenta as pessoas 
decidem comer mais peras e menos maçãs, porque o custo de comprar maçãs 
está maior. O efeito dos preços sobre o comportamento de compradores e 
vendedores é fundamental para entender como funciona a economia. 
28 
 
Os formuladores de políticas públicas nunca deveriam esquecer os 
incentivos, visto que muitas políticas mudam os custos ou benefícios com que as 
pessoas se deparam e, portanto, alteram comportamentos. Um imposto sobre a 
gasolina, por exemplo, incentiva as pessoas a dirigir carros menores ou a utilizar 
transporte público. 
 
4. O Comércio pode ser bom para todos 
 
Quando o membro de uma família procura um emprego, concorre com 
membros de outras famílias que estão em busca de emprego. As famílias também 
concorrem umas com as outras quando vão às compras, porque cada uma das 
famílias quer comprar os melhores produtos pelo menor preço. Assim, em certo 
sentido, cada família em uma economia compete com todas as outras famílias. 
Apesar da competição, sua família não estaria melhor se isolasse de outras 
famílias, produzindo seus próprios alimentos, confeccionando suas roupas e 
construindo sua própria casa. 
 
O comércio não é uma prática esportiva; a vitória de um não significa a 
derrota do outro. Empresas concorrem umas com as outras, países concorrem 
uns com os outros, indivíduos concorrem um com os outros. No entanto, ao 
mesmo tempo em que são concorrentes, conseguem se beneficiar do comércio 
entre eles. O comércio pode ser um jogo em que os dois jogadores ganham. O 
comércio permite que as pessoas se especializem nas atividades em que são 
melhores, permitindo que desfrutem de uma maior variedade de bens e serviços. 
 
 
5. Os Mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a 
Atividade Econômica 
 
Este princípio deve-se principalmente a Adam Smith. Por mais que 
indivíduos e empresas busquem o lucro pessoal e pensem individualmente, o 
resultado final é favorável à sociedade como um todo. Smith usou o termo mão 
invisível do mercado para descrever este paradoxo. Para que este efeito 
29 
 
aconteça, a competição é fundamental, pois gera preços menores e maior 
eficiência na produção. 
 
Em contraste, a teoria do planejamento central era de que apenas o 
governo poderia organizar a atividade econômica de uma maneira que 
promovesse o bem-estar econômico de todo o país. 
 
O principal mecanismo para organizar a atividade econômica é o preço. 
Quando ele pode flutuar livremente, permite os ajustes automáticos do sistema. 
No planejamento centralizado, os preços eram fixados por agentes do estado que 
impedia o ajuste automático dos preços e, em consequência, que a mão invisível 
atuasse coordenando a milhões de famílias e empresas que compõe a economia. 
 
As empresas decidem quem contratar e o que produzir. As famílias 
decidem em que empresas trabalhar e o que comprar com seus rendimentos. 
Essas empresas e famílias interagem no mercado, no qual o preço e o interesse 
próprio orientam as decisões. 
 
Adam Smith: 1776 – A riqueza das Nações. “O homem tem quase que 
constantes oportunidades para esperar ajudar seus irmãos, e seria ocioso que a 
esperasse de sua benevolência, apenas”. Ele será mais bem-sucedido se pode 
capturar seu egoísmo em seu favor e mostrar-lhes que é para proveito deles 
próprios fazer o que deles necessita. 
 
Adam Smith: 1776 – A riqueza das Nações. “Não é da benevolência, do 
cervejeiro, do açougueiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da 
atenção que dão a seus próprios interesses.” “As famílias e as empresas, ao 
interagirem nos mercados, agem como que guiadas por uma “mão invisível” que 
as conduz a resultados de mercado desejáveis”. 
 
 
 
 
30 
 
6. Os Governos ás vezes podem melhorar os resultados do Mercado 
 
Há duas razões de ordem geral para que o governo intervenha na 
economia: promover a eficiência e promover a equidade. Muitas políticas 
econômicas visam ou aumentar o bolo ou alterar sua divisão. 
 
Para que a mão invisível funcione, é preciso que o governo a proteja. Os 
mercados só funcionam bem se o direito à propriedade é respeitado. Ninguém 
investe na produção se não tiver garantias que este investimento estará 
protegido. 
 
A mão invisível orienta, em geral, os mercados para uma alocação 
eficiente dos recursos. Contudo, por várias razões, a mão invisível às vezes não 
funciona. Os economistas usam a expressão falha de mercado para referir-se à 
situação em que o mercado por si só não consegue alocar recursos 
eficientemente. 
 
Além disso, existem dois motivos genéricos para que o governo 
intervenha na economia: 
 
 Externalidade: São os impactos das ações de uma pessoa ou 
empresa no bem-estar do próximo. Um exemplo é a poluição. O 
governo precisa agir para conter as externalidades. 
 Poder de Mercado: É a capacidade de algumas pessoas ou 
empresas de influírem indevidamente nos preços. O poder de 
mercado é nocivo à concorrência. 
 
Quanto há externalidades ou poder de mercado, políticas públicas bem 
concebidas podem aumentar a eficiência econômica. 
 
 
 
31 
 
7. O Padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir 
Bens e Serviços 
 
Quase todas as variações de padrão de vida podem ser atribuídas as 
diferenças de produtividade entre os países - ou seja, a quantidade de bens e 
serviços produzidos em uma hora de trabalho. A taxa de crescimento da 
produtividade de um país determina a taxa de crescimento de sua renda média. 
 
Para elevarem os padrões de vida, é preciso elevar a produtividade 
garantindo: 
 
 Melhor nível de educação; 
 Ferramentas adequadas; 
 Tecnologia. 
 
As diferenças de padrão de vida ao redor do mundo são impressionantes. 
Quase toda alteração nos padrões de vida pode ser atribuída a diferenças na 
produtividade, isto é, a quantidade de bens e serviços produzidos em uma hora 
de trabalho. Cidadãos de países com rendas altas têm mais aparelhos de TV, 
mais carros, melhores padrões nutricionais e expectativa de vida mais longa do 
que os cidadãos de países com menores rendas. 
 
8. Os preços sobem quando o Governo emite moeda demais 
 
Na Alemanha, em janeiro de 1921, um jornal custava 0,30 marco. Menos 
de dois anos depois, em novembro de 1922, o mesmo jornal custava 70 milhões 
de marcos. Todos os outros preços da economia tinham aumentado da mesma 
forma. Em muitos casos de inflação longa e persistente, o culpado é sempre o 
mesmo – aumento na quantidade de moeda. Quando um governo emite grandes 
quantidades de moeda, seu valor cai. 
 
Trata-se da inflação, a elevação de preços que ocorre na sociedade de 
forma geral. Ela é causada principalmente pela elevação da quantidade de moeda 
32 
 
em circulação. Um dos vilões é o governo que muitas vezes precisa emitir 
dinheiro para saudar seus próprios compromissos. Seu efeito é nocivo para a 
sociedade. Manter a inflação em níveis baixos é um objetivo permanente das 
autoridades econômicas. 
 
9. A Sociedade enfrenta um Tradeoff de curto prazo entre Inflação e 
Desemprego 
 
Por uma série de motivos, pelo menos no curto prazo, a diminuição da 
inflação leva aoaumento do desemprego e vice-versa. Este efeito é medido por 
um gráfico chamado curva de Philips. A escolha entre desemprego e inflação é 
apenas temporária, mas pode levar alguns anos. Por causa disso, reduzir a 
inflação torna-se ainda mais difícil para os governos, pois pode gerar um recessão 
temporária. 
 
Este tradeoff entre inflação e desemprego é denominada Curva de 
Phillips, pois é o nome do economista que pela primeira vez examinou essa 
associação. Ela significa que, em um ou dois anos, muitas políticas econômicas 
levam a inflação e o desemprego para direções opostas. 
 
Em macroeconomia, a curva de Phillips é um tradeoff entre inflação e 
desemprego, que permite analisar a relação entre ambos, no curto prazo. 
Segundo esta teoria, desenvolvida pelo economista neozelandês Willian Phillips, 
quanto mais alta a taxa de desemprego, menor a taxa de inflação, ou seja, menos 
desemprego pode ser alcançado obtendo-se mais inflação, e vice-versa. 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
DEMANDA DE OFERTA E 
EQUILÍBRIO DE 
MERCADO 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
Fundamentos da oferta e da demanda. 
 
Uma das melhores maneiras de perceber a relevância da Ciência 
Econômica é começar pelos fundamentos da oferta e da demanda. 
 
Fundamentos de Microeconomia 
 
Para fazer a análise do comportamento da demanda e da oferta precisam
partir de alguns pressupostos básicos que são estabelecidos pela 
microeconomia. 
 
Em primeiro lugar, para analisar um mercado específico, a microeconomia 
parte da hipótese coeteris paribus. A condição Coeteris Paribus é uma 
expressão em latim que significa tudo o mais constante. Condição coeteris 
paríbus, que significa "tudo o mais permanecendo constante”. A análise 
microeconômica assume que, ao analisar um mercado, não existe influência de 
um setor em outro nem suas variáveis são consideradas. Analisa-se apenas a 
influência da oferta e da procura, vista sob a ótica do preço. Todas as outras 
influências (renda, gosto, variação cultural, tecnologia, etc.) são ignoradas. 
 
Ao se adotar essa hipótese, pode-se estudar um mercado específico 
selecionando apenas as variáveis cuja influência sobre consumidores e 
produtores que se deseja analisar, independentemente da influência de outros 
fatores ou de outros mercados. Por exemplo, saber o efeito isolado de uma 
variação de preço sobre a procura de determinado bem, independentemente do 
efeito de outras variáveis que afetam a procura, como a renda, gostos e 
preferências. 
 
Outra hipótese importante é aquela que supõe que os indivíduos atuam 
como agentes econômicos e são guiados pelo princípio da racionalidade. 
Segundo esses princípios, empresários estão sempre em 
busca de maximizar lucros condicionados pelos custos de produção, 
36 
 
consumidores procuram maximizar sua utilidade, trabalhadores procuram 
maximizar seu lazer e assim por diante. 
 
Assim, os consumidores são aqueles que se dirigem ao mercado a fim 
de obter um conjunto de bens e serviços com o objetivo de maximizar a sua 
satisfação (utilidade). Utilidade representa o grau de satisfação ou bem-estar que 
os consumidores atribuem a bens e serviços que podem adquirir no mercado. A 
teoria do valor utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma por sua 
demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor. A 
firma corresponde à combinação organizada feita pelo empresário de fatores 
de produção (capital, trabalho, recursos naturais e tecnologia) a fim de produzir 
o máximo possível ao menor custo. Busca-se a maximização da produção e 
a minimização de custos nas empresas. Uma empresa escolhe o que e 
quanto produzir em função dos preços e das preferências dos consumidores, já 
que o empresário produz um bem para vender no mercado. 
 
A teoria microeconômica procura, portanto, explicar como se 
determina os preços dos bens e serviços, e dos fatores de produção, 
procurando responder questões como: porque e quando o preço 
de uma mercadoria aumenta, a sua procura deverá cair, consideradas as demais 
variáveis constantes? É a parte da economia que estuda o comportamento das 
famílias e das empresas e os mercados nos quais operam. 
 
A Teoria do Valor Utilidade pressupõe que um valor de um bem se forma 
pela sua demanda, isto é, pela satisfação que um bem representa para o 
consumidor. 
 
Enquanto, a Teoria Valor Trabalho considera que um bem se forma do 
lado da oferta, através dos custos do trabalho incorporado ao bem, os custos de 
produção eram representados basicamente pelo fator mão-de-obra, em que a 
terra era praticamente gratuita e o capital pouco significativo. 
 
37 
 
Pode-se dizer que a Teoria do Valor - Utilidade veio complementar a 
Teoria Valor - Trabalho, pois não era mais possível predizer o comportamento dos 
preços dos bens apenas com base nos custos da mão de sem considerar o lado 
da demanda. 
 
Ademais, a Teoria do Valor Utilidade permitiu distinguir o valor de uso do 
valor de troca de um bem. O valor de uso é a utilidade que ele representa para o 
consumidor. Valor de troca se forma pelo preço no mercado, pelo encontro da 
oferta e da demanda do bem. A utilidade representa o grau de satisfação que os 
consumidores atribuem aos bens e serviços que podem ser adquiridos no 
mercado, ou seja, é a qualidade que os bens econômicos possuem de satisfazer 
as necessidades humanas. 
 
 Demanda (Procura) 
 
É a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores 
desejam adquirir, num dado período, dada sua renda, seus gostos e o preço de 
mercado. Costuma-se definir a procura, ou demanda individual, como a 
quantidade de um determinado bem ou serviço que o consumidor estaria disposto 
a consumir em determinado período de tempo. É importante notar, nesse ponto, 
que a demanda é um desejo de consumir, e não sua realização. Demanda é o 
desejo de comprar. 
 
A demanda depende de variáveis que influenciam a escolha do 
consumidor, sendo riqueza, renda, preço de outros bens, expectativa sobre o 
futuro, fatores climáticos e sazonais, propaganda, hábitos, gostos e preferências e 
facilidade de crédito. Para estudar a influência isolada dessas variáveis utiliza-se 
a hipótese coeteris paribus. 
 
Então, a função geral da demanda por se dada por: 
 
 
 
 
38 
 
Em que: 
 
 = quantidade demandada do bem i; 
 = preço do bem i; 
 = preço do bem substituto; 
 = preço do bem complementar; 
R= renda; e 
G= Gostos 
 
 Relação entre a quantidade demandada e o preço do próprio bem 
 
A relação entre a quantidade demandada e o preço do bem é chamada lei 
de demanda e diz que quando o preço sobe, a quantidade demandada diminui 
assumindo que outras variáveis não se alteram. Quando essas outras variáveis 
permanecem constantes, dizemos que a quantidade demandada e o preço têm 
uma relação negativa (ou inversa). Se o preço sobe, a quantidade demandada 
cai, e quando o preço cai a quantidade demandada sobe. Ou seja, quanto maior o 
preço de um bem, menor será sua quantidade demandada, coeteris paribus. 
 
Embora, sejam perfeitamente aceitáveis ao bom senso comum que a 
quantidade procurada do bem x varie inversamente ao seu preço, os economistas 
justificam tal comportamento da demanda em função de dois efeitos: 
 
 Efeito-renda – quando o preço do bem x aumenta, o consumidor fica, em 
termos reais, mais pobres e, portanto, irá reduzir o consumo do bem; o 
inverso ocorrerá se o preço do bem x diminuir. 
 Efeito-substituição – se o preço do bem x aumenta e o de outros bens 
fica constante, o consumidor procurará substituir o seu consumo por outro 
bem similar; se o preço diminuir, o consumidor aumentará o consumo do 
bem x às expensas da diminuição do consumo dos bens sucedâneos.39 
 
Exemplo: 
Preço (R$) Quantidade demandada 
1,00 50 
2,00 30 
3,00 20 
4,00 15 
5,00 5 
 
Observa-se que quanto maior o preço, menor é a quantidade demandada 
do bem. 
 
Graficamente: 
 
 
 
 
 
 
 
Há exceções à lei da procura: os chamados bens de Giffen e bens de 
Veblen. 
 
Os bens de Giffen são bens de pequenos valores, porém de grande 
importância no orçamento dos consumidores de baixa renda, ou seja, são aqueles 
cuja quantidade demandada aumenta quando os preços aumentam. Exemplo: 
são raros os exemplos de bens de Giffen. O pão para os consumidores de baixa 
renda pode ser considerado um bem de Giffen. Os bens de Veblen são bens de 
consumo ostentatório, tais como obras de arte, jóia, tapeçarias e automóveis de 
luxo. Tanto os bens de Giffen como os de Veblen têm curvas de demanda com 
inclinação positiva, ou seja, ascendentes da esquerda para a direita. 
 
 
 
P 
Q 
D 
40 
 
 Relação entre a quantidade demandada e o preço de outros bens e serviços 
 
Bens complementares são bens consumidos conjuntamente (exemplo: 
café é açúcar). Exemplo: um aumento no preço do café tenderia a reduzir não só 
a sua quantidade demandada, mas também a do seu complementar, o açúcar. 
 
Bens substitutos são bens consumidos concorrentemente (exemplo: 
carne e frango). Exemplo: um aumento no preço da carne tenderia a reduzir a sua 
quantidade demandada e aumentar a do seu substituto, o frango. 
 
Robert Pindyck e Daniel Rubinfeld dão outro exemplo no livro 
Microeconomia: preço do ingresso de cinema e o aluguel de filmes. Se o ingresso 
fica caro, algumas pessoas devem optar por fazer a locação, assistir a Netflix ou 
até mesmo utilizar a internet. É claro que os conceitos de bens substitutos e 
complementares variam de uma pessoa para outra. Para alguns, o telão e a 
pipoca do cinema não podem ser substituídos de forma alguma pela TV e o sofá 
de casa. 
 
 Relação entre a quantidade demandada e a renda do consumidor 
 
Em economia, costuma-se classificar os bens de acordo com o seu 
comportamento frente à variação de preços e renda. 
 
Sob a ótica da renda, os bens são classificados em normais e inferiores. 
Diz-se que um bem é normal quando o aumento na renda (Y) dos consumidores 
aumenta a demanda por esse bem, ou seja, se houver um aumento na renda x, 
será um bem normal se para o mesmo nível de preço (p) os consumidores 
estiverem dispostos a adquirir maiores quantidades do bem x. Exemplo: o 
crescimento da renda dos trabalhadores provoca aumento da demanda por 
perfumes. 
 
Por outro lado um bem é considerado inferior quando, havendo um 
aumento na renda, para um mesmo nível de preço (p), os consumidores desejam 
41 
 
consumir quantidades menores desse bem. É o que acontece, por exemplo, com 
a demanda por carne de segunda, o consumidor ao ter sua renda aumentada, 
substitui a carne de segunda pela carne de primeira, que embora mais cara, 
torna-se acessível com o aumento da renda. O inverso ocorre quando a renda do 
consumidor diminui. 
 
Assim, no caso de um bem normal, uma variação positiva na renda (∆Y > 
0) do consumidor acarretará um deslocamento para direita na curva de demanda 
e um deslocamento para esquerda da curva no caso de um bem inferior. Já uma 
variação negativa na renda (∆Y < 0) do consumidor causará um deslocamento 
para esquerda da curva de demanda no caso do bem normal e um deslocamento 
para direita no caso do bem inferior. 
 
 Excedente do consumidor 
 
Corresponde a diferença entre o montante que o consumidor estaria 
disposto a pagar por determinada quantidade de um bem e o montante que 
efetivamente paga. Esta situação ocorre porque o consumidor consome até ao 
momento em que a sua utilidade marginal iguala o preço de mercado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P 
Q 
D 
 Pm 
 Pd 
42 
 
 Oferta 
 
Quantidades que os produtores ou vendedores desejam oferecer ao 
mercado em determinado período de tempo. Depende de vários fatores, tais 
como preço, do preço (custo) dos fatores de produção e das metas ou objetivos 
dos empresários. 
 
A função oferta mostra uma correlação direta entre quantidade ofertada e 
níveis de preços, coeteris paribus. É a chamada Lei Geral da Oferta. 
 
Exemplo: 
 
Preço ($ ) Quantidade Ofertada 
1,00 1.000 
3,00 5.000 
6,00 9.000 
8,00 11.000 
10,00 13.000 
 
 
Graficamente: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Variáveis que afetam a Oferta (S) 
 
Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada pelos 
custos dos fatores de produção (matérias-primas, salários, preço da terra), por 
alterações tecnológicas e pelo aumento do número de empresas no mercado. 
P 
Q 
O 
43 
 
Q = quantidade do bem x, por unidade de tempo, que os vendedores 
desejam oferecer no mercado constitui a oferta do bem x. Similarmente à 
demanda, a oferta também é influenciada por diversas variáveis, entre elas: 
 
a) o preço do bem x (Px); 
b) preço dos insumos utilizados na produção (Pi); 
c) tecnologia (T); 
d) preço de outros bens (Pz); 
e) clima (A). 
 
Matematicamente, pode-se expressar a oferta do bem x (Ox) pela 
seguinte função: Ox = f (Px, Pi, T, Pz, A). 
 
A relação entre a oferta e nível de conhecimento tecnológico é 
diretamente proporcional, dado que melhorias tecnológicas promovem melhorias 
da produtividade no uso dos fatores de produção e, portanto, aumento da oferta. 
Da mesma forma, há uma relação direta entre a oferta de um bem ou serviço e o 
número de empresas ofertantes do produto no setor. 
 
 
 Excedente do Produtor 
 
Do mesmo modo que existe excedente do consumidor também temos o 
Excedente do produtor, que é o benefício obtido pelas firmas através da venda 
em um determinado mercado onde os preços estão acima da curva de custo 
marginal. Este surge porque os custos marginais estão abaixo do atual preço que 
as firmas recebem pelos seus bens no mercado. 
 
 
 
 
 
 
P 
Q 
S 
 Pm 
 Ps 
44 
 
 Equilíbrio de Mercado 
 
A oferta e a demanda do bem x conjuntamente determinam o preço de 
equilíbrio no mercado de concorrência perfeita. O preço de equilíbrio é definido 
como o preço que iguala as quantidades demandadas pelos compradores e as 
quantidades ofertadas pelos vendedores, de tal modo que ambos os grupos 
fiquem satisfeitos. 
 
O método básico da análise econômica pode ser resumido na proposição 
originalmente feita por Alfred Marshall em 1860 “a teoria geral do equilíbrio entre 
oferta e demanda é uma Ideia Fundamental”. Há então dois grupos de agentes, 
os consumidores e os produtores, que se relacionam mutuamente de forma tal 
que, dentro de certas condições ambientais concretas, espera-se que um certo 
preço faça com que a quantidade demandada seja igual à quantidade produzida. 
O sistema terá, pois que conter ao menos três variáveis básicas: a quantidade 
comprada, a quantidade produzida e o preço. Para que este sistema funcione é 
necessário que a competição entre os produtores e entre os compradores seja 
“livre”, o que corresponde a uma certa composição indefinida entre concorrência 
acirrada e cooperação amigável das empresas entre si e dos consumidores entre 
eles. 
 
A seguir tem o gráfico de equilíbrio de mercado, encontra-se em equilíbrio 
quando há equivalência entre oferta e a demanda desse bem, ou seja, quando as 
quantidades oferecidas são iguais as quantidades procuradas. O preço para o 
qual as quantidades oferecidas serão iguais as quantidades procuradas chama-se 
preço de equilíbrio (Pe) e a quantidade de equilíbrio é aquela que iguala procura e 
oferta (Qe). 
 
Para Dallagnol (2008), são as forças e os mecanismos de mercado, 
através das leis da oferta e da procura, que conduzem a fixação de um preço de 
equilíbrio, capaz de harmonizar o permanente conflito de interesses entre os 
produtores e os consumidores. 
 
45 
 
O preço de equilíbrio que ajusta os interesses dos que realiza a oferta e 
dos que exercema procura é o resultado de um prolongamento do jogo de 
ensaios e de erros. Partindo da hipótese de que o mercado está submetido a uma 
situação de concorrência perfeita, o preço de equilíbrio será determinado pela 
livre manifestação das forças da oferta e da procura. Se a oferta se torna maior 
que a demanda, as empresas baixam os preços como forma de reduzir seus 
estoques. A quantidade ofertada cai, assim como o preço. Por outro lado, se a 
demanda se torna maior que a oferta as empresas aumentam os preços dos 
produtos e a quantidade ofertada, fazendo com que a demanda caia. 
 
Nesses dois fatos, o mercado se estabiliza em um novo patamar de 
quantidade e preço. O equilíbrio é restabelecido. Esse processo é governado por 
aquilo que Adam Smith chama "a mão invisível", de modo a assegurar a harmonia 
entre os interesses de produtores e consumidores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Graficamente, o equilíbrio ocorre na intersecção das curvas da Procura e 
da Oferta. Para qualquer preço inferior, haverá excesso de procura e o preço 
tenderá a aumentar; para qualquer preço acima do equilíbrio, haverá um excesso 
de oferta e o preço tenderá a baixar. O Preço de Equilíbrio é aquele onde as 
quantidades procuradas e oferecidas se igualam. 
 
 
 
P 
Q 
S 
D 
 Pe 
 Qe 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELASTICIDADE 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
Ferramenta da Economia 
 
Nesta unidade de estudo iremos estudar uma ferramenta da Economia, 
pois na unidade de estudo 3 vimos que, pela Lei da Demanda, quanto maior o 
preço, menor a quantidade demanda, pela Lei da Oferta, quanto maior o preço, 
maior a quantidade ofertada, ou seja, estudamos somente a direção das 
variáveis. Elasticidade é um conceito importante dentro da microeconomia, 
referindo-se ao tamanho do impacto que a alteração em uma variável exerce 
sobre outra variável, como por exemplo, o preço aumentou 10% e a demanda 
reduz 5%, ou seja, é o tamanho do impacto que a alteração em uma variável (ex.: 
preço) exerce sobre outra variável (ex.: demanda). Elasticidade é sinônimo de 
sensibilidade, logo é uma reação de uma variável, em decorrência de mudanças 
em outras variáveis. 
 
Têm-se quatro tipos de Elasticidade: elasticidade preço da demanda, 
elasticidade renda da demanda, elasticidade preço cruzada da demanda e 
elasticidade preço da oferta. 
 
 Elasticidade Preço da Demanda 
 
A elasticidade preço da demanda, como o próprio nome mostra, dada 
uma variação no preço, qual será o impacto na demanda. Podem ser 
classificadas em: procura elástica, procura de elasticidade unitária e procura 
inelástica. 
 
Comportamento da Elasticidade-Preço da Demanda: 
 
 Demanda Inelástica acontece quando uma variação no preço 
provoca uma variação relativamente menor na quantidade 
demandada. 
50 
 
 Demanda de Elasticidade Unitária acontece quando uma variação 
no preço provoca uma variação proporcional na quantidade 
demandada 
 Demanda elástica acontece quando a variação da quantidade 
demandada supera a variação no preço. 
 
No entanto, o grau de sensibilidade não é igual para todos os bens e 
serviços disponíveis no mercado. Para certos produtos, uma pequena variação 
nos preços pode provocar uma alteração acentuada nas quantidades procuradas. 
Para outros, pode ocorrer exatamente o inverso; mesmo uma alteração muito 
acentuada nos preços não é capaz de provocar grandes modificações nas 
quantidades procuradas. E há casos em que as variações de preços e 
quantidades são rigorosamente proporcionais. (DALLAGNOL, 2008). 
 
 Elasticidade Renda da Demanda 
 
Mede a variação percentual na quantidade demandada de um bem dado 
uma variação percentual na renda do consumidor. Podem ser classificadas em 
bens normais, bens inferiores e bens superiores. 
 
 Bens normais: São bens cuja demanda aumenta com o aumento da renda 
do consumidor e vice-versa. 
 
 Bens inferiores: São bens cujo aumento da renda do consumidor gera 
redução na quantidade demandada. Se for negativo o bem é considerado 
inferior, ou seja, aumentos de renda geram redução na quantidade 
demandada, normalmente devido a substituição por outros bens. 
 
Por exemplo, a carne de segunda, um aumento da renda gera uma 
redução de demanda via substituição da carne de segunda por outra de melhor 
qualidade. Neste caso, a elasticidade-renda é menor que zero. 
 
51 
 
 Bens superiores: são bens cuja demanda é altamente elástica a renda. 
Aumentos de renda do consumidor geram aumentos mais que 
proporcionais na demanda. Por exemplo, aumento de 10% na renda gera 
aumento de 30% na demanda. 
 
 
 Elasticidade Preço Cruzada da Demanda 
 
A elasticidade cruzada da demanda mede a variação percentual na 
quantidade demandada de um bem dado, uma variação percentual no preço de 
outro bem substituto. Por exemplo, de quanto seria o aumento na quantidade 
demandada de margarina se houvesse um aumento no preço da manteiga? 
 
Caso os bens fossem complementares, e não substitutos, é esperado que 
a elasticidade cruzada da demanda entre eles seja negativa e não positiva como 
no exemplo apresentado. Vejamos o caso do café e o açúcar. Pode parecer um 
exemplo tolo, mas a título de ilustração parece ser bastante válido. É de se 
esperar que um aumento das vendas de café solúvel gere um aumento no 
consumo de açúcar (a menos que as pessoas optem por tomar café amargo, mas 
excluiremos de nossa análise a preferência do consumidor). Então um aumento 
no preço do café, gerará uma redução na demanda por café e consequentemente 
uma redução na demanda por açúcar. 
 
 
 Elasticidade Preço da Oferta 
 
Resposta da variação da quantidade ofertada à variação do preço de um 
bem. Ou seja, a elasticidade – preço da oferta é a medida da sensibilidade da 
quantidade ofertada em resposta a mudanças de preço do bem. Recebe o nome 
de elasticidade-preço da oferta a alteração percentual na quantidade oferecida, 
que ocorre em resposta a uma variação de 1% no preço de certo bem ou serviço. 
52 
 
Ela medirá o grau de sensibilidade da quantidade oferecida perante variações no 
preço. 
 
Classificação: 
 
 Oferta unitária - a elasticidade-preço da oferta unitária (igual a 1) 
quando a uma variação de 1% no preço, corresponde a uma 
variação de 1% na quantidade oferecida. 
 
 Oferta rígida - ocorre oferta rígida quando a uma variação de 1% no 
preço corresponde uma variação inferior a 1% na quantidade 
oferecida. 
 
 Oferta elástica - verifica-se uma situação de oferta elástica quando 
a uma variação de 1% no preço correspondente a uma variação 
superior a 1% na quantidade oferecida. 
 
Para melhor compreensão do significado das variações na elasticidade-
preço da oferta, bem como suas outras formas, é sempre importante notar que: 
 
 Se EPO > 1, então a oferta é elástica (uma oferta é sensível a 
variações de preços); 
 Se EPO = 1 então a oferta é elástica unitária; 
 Se EPO < 1, então a oferta é inelástica, ou rígida (uma oferta não 
sensível a variações de preços). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTRUTURAS DE 
MERCADO 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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55 
 
Bens de Serviço 
 
 Você aprenderá que os mercados de bens e serviços estão estruturados 
de diversas formas diferentes que denominamos de Estruturas de mercado, ou 
seja, são aspectos inerentes as organizações e as diferentes estruturas de 
mercado estão condicionadas por três variáveis: número de firmas produtoras no 
mercado; diferenciação do produto; existência de barreiras à entrada de novas 
empresas. 
 
No mercado de bens e serviços,as formas e mercado, segundo essas 
três características, são as seguintes: concorrência perfeita, monopólio, 
concorrência monopolística (ou imperfeita) e oligopólio. 
 
No mercado de fatores de produção, são definidos as formas de mercado 
em concorrência perfeita, concorrência imperfeita, monopólio e oligopólio 
no fornecimento de insumos. 
 
Concorrência Perfeita 
 
A estrutura de mercado caracterizada por concorrência perfeita é uma 
concepção ideal, porque os mercados altamente concorrenciais existentes, na 
realidade, são apenas aproximações desse modelo, posto que, em condições 
normais, sempre parece existir algum grau de imperfeição que distorce o seu 
funcionamento, de acordo com Pinho e Vasconcellos (1998). 
 
Esta é a situação de mercado em que o número de compradores e de 
vendedores é tão grande que nenhum deles consegue influenciar o preço agindo 
individualmente. Através de um exemplo podemos imaginar um produtor agrícola. 
Quando ele colhe seu produto para ofertar no mercado não é ele quem define o 
preço da mercadoria, pois o preço é definido no mercado. Então, mesmo que ele 
queira vender a um preço mais alto não irá conseguir, pois haverá produtores 
ofertando ao preço mais baixo, definido no mercado. 
56 
 
Os produtos agrícolas são ótimo exemplo de mercado de concorrência 
perfeita por serem homogêneos, ou seja, independente do local da produção o 
bem é praticamente igual. Há muitos produtores agrícolas e muitos compradores, 
uma vez que os produtos agrícolas são parte do item alimentação, essencial para 
os indivíduos. 
 
Características: Muitos compradores e muitos vendedores e nenhum 
deles possui condições de influenciar o mercado; o bem ou serviço são 
homogêneos; livre mobilidade; não existem barreiras para entrada ou saída dos 
agentes que atuam; transparência de mercado. Por exemplo, diferentes marcas 
de cigarros, perfumes, sabonetes, refrigerantes etc. Trata-se, assim, de uma 
estrutura mais próxima da realidade que a concorrência perfeita, onde se supõe 
um produto homogêneo, produzido por todas as empresas. 
 
 Monopólio 
 
Uma estrutura de mercado monopolista apresenta três características 
principais: uma única empresa produtora do bem ou serviço, não há produtos 
substitutos próximos, existem barreiras à entrada de firmas concorrentes. 
 
As barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado podem 
ocorrer de três formas: monopólio puro ou natural (devido a alta escola de 
produção requerida, exige um levado montante de investimentos), proteção de 
patentes (direito único de produzir o bem); controle sobre o fornecimento de 
matérias-primas chaves e tradição no mercado. 
 
Uma hipótese implícita no comportamento do monopolista é que ele não 
acredita que os lucros elevados que obtém em curto prazo possam atrair 
concorrentes, ou que os preços elevados possam afugentar os consumidores, ou 
seja, acredita que, mesmo em longo prazo, permanecerá como monopolista. 
 
Uma categoria diferenciada de monopólio é o estatal ou institucional, 
protegido pela legislação, normalmente em setores estratégicos ou de 
57 
 
infraestrutura. Como em uma concorrência perfeita, o ponto de equilíbrio do 
monopolista, ou seja, no qual ele maximiza o lucro, também ocorre quando a 
receita marginal e o custo marginal são iguais. 
 
A firma monopolista não tem curva de oferta, pois não tem uma curva que 
mostre uma relação estável dente determinados preços de venda 
correspondentes a determinadas quantidades produzidas, pois podemos ter 
vários preços para apenas uma quantidade vendida. Na realidade, a oferta é um 
ponto único sobre a curva de demanda. 
 
A existência de barreiras a entrada de novas firmas permitirá a 
persistência de lucros extraordinários também em longo prazo, sendo suposto 
que o monopólio não será afetado em longo prazo. 
 
Concorrência Imperfeita 
 
A concorrência imperfeita é uma estrutura de mercado com as seguintes 
características principais: muitas empresas, produzindo um dado bem ou serviço; 
cada empresa produz um produto diferenciado, mas com substitutos próximos; 
cada empresa tem certo poder sobre os preços, dado que os produtos são 
diferenciados, e o consumidor tem opções de acordo com sua preferência. A 
diferenciação dos produtos dá-se via: características físicas, embalagens, 
promoção de vendas, manutenção, atendimento pós-venda, etc. 
 
Como não existem barreiras para a entrada de firmas, em longo prazo há 
tendência apenas para lucros normais, como em concorrências perfeitas, ou seja, 
os lucros extraordinários em curto prazo atraem novas firmas para o mercado, 
aumentando a oferta do produto, até chegar-se a um ponto em que persistirão os 
lucros normais, quando então cessa a entrada de concorrentes. 
 
Para Pinho e Vasconcellos (1998), embora apresente, como a 
concorrência perfeita, uma estrutura de mercado em que existe um número 
elevado de empresas, a concorrência monopolista (também chamada 
58 
 
concorrência imperfeita) caracteriza-se pelo fato de que as empresas produzem 
produtos diferenciados, embora substitutos próximos. 
 
Oligopólio 
 
O oligopólio é um tipo de estrutura de mercado que pode ser definido de 
duas formas: oligopólio concentrado (pequeno número de empresas no setor) e 
oligopólio competitivo (pequeno número de empresas domina um setor com 
muitas empresas). 
 
Devido a existência de empresas dominantes, elas têm o poder de fixar 
preços de venda em seus termos, defrontando-se normalmente com demandas 
relativamente inelásticas, em que os consumidores têm baixo poder de reação a 
alteração de preços. 
 
Ocorre basicamente devido a existência de barreiras a entrada de novas 
empresas no setor, como a proteção de patentes, controle de matérias-primas 
chaves, tradição, oligopólio puro ou natural. 
 
Diferentemente da estrutura concorrencial, e de forma semelhante ao 
monopólio, em longo prazo os lucros extraordinários permanecem, pois as 
barreiras a entrada de novas firmas persistirão, principalmente no oligopólio 
natural, em que a alta escala de operações propicia uma produção a custos 
relativamente baixos, dificultando a entrada de firmas concorrentes. 
 
No oligopólio, podemos encontrar duas formas de atuação das empresas: 
concorrem entre si, via guerra de preços ou de promoções; formam cartéis. Cartel 
é uma organização formal ou informal de produtores dentro de um setor, que 
determina a política de todas as empresas do cartel, fixando preços e a repartição 
(cota) do mercado entre empresas. 
 
As cotas podem ser: 
 
59 
 
 Perfeitas (cartel perfeito): todas as empresas têm a mesma 
participação. A administração do cartel fixa um preço comum e 
divide igualmente o mercado, agindo como um bloco monopolista. É 
a chamada “solução de monopólio”. 
 
 Imperfeitas (cartel imperfeito): existem empresas líderes que fixam 
os preços, ficando com a maior cota. As demais empresas 
concordam em seguir os preços do líder. 
 
O oligopólio tem como modelo econômico o modelo clássico, que tem o 
objetivo de maximização dos lucros, devendo ter um conhecimento adequado de 
suas receitas e de seus custos. O preço é determinado apenas pela oferta, 
enquanto que na teoria marginalista, o preço é determinado pela intersecção 
entre demanda e oferta de mercado. 
 
Por exemplo, nos Estados Unidos há uma menor concentração das 
empresas, o que permite maior concorrência e menores preços dos bens e 
serviços. Portanto, neste país a característica mais evidente das empresas em 
sua estrutura são os oligopólios. 
 
Cartel, truste e holding 
 
Os trustes correspondem a fusão ou união entre duas empresas de um 
mesmo ramo ou de áreas diferentes da economia, constituindo uma única 
companhia ou um grupo de associados de maior porte. Essa forma de monopólio 
é muito utilizada por grandes empresas que se vêm ameaçadas pelo crescimento 
de pequenas concorrentes em fase do rápidocrescimento, mas também pode 
envolver empresas de porte maior. 
 
Além de buscar a diminuição da concorrência, os trustes podem ser 
realizados quando uma empresa decide expandir o seu mercado para outros 
ramos da economia. Exemplo: uma companhia do ramo de bebidas adquire ou se 
60 
 
funde com outra empresa do ramo alimentício para aumentar a sua área de 
atuação. 
 
Apesar de não ser considerada uma atividade ilegal, existem várias leis e 
estatutos elaborados para conter a expansão dos trustes e evitar um total 
descontrole do mercado global. Em 1890, nos Estados Unidos, foi sancionada a 
Lei Sherman Antitruste – uma lei para limitar os trustes e garantir a livre 
concorrência –, e ainda hoje pode haver restrições – nem sempre concretizadas – 
para a fusão entre duas grandes empresas que controlem parte do mercado 
consumidor. 
 
Os cartéis, por sua vez, são uniões secretas ou não oficialmente 
divulgadas entre empresas concorrentes, para ajustar o preço de suas 
mercadorias de modo a manter o interesse e evitar a perda de lucros em razão da 
disputa de mercado. Trata-se de uma prática considerada ilegal no contexto 
legislativo de praticamente todos os países existentes, embora seja amplamente 
praticada. Existe até mesmo, um cartel envolvendo países no ramo petrolífero, a 
OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Eventualmente, os 
seus membros reúnem-se e estabelecem os ajustes no preço desse recurso com 
base nas oscilações do sistema financeiro. 
 
Existem também muitos trustes ou empresas pertencentes a um mesmo 
grupo de investidores que realizam cartéis no preço de suas mercadorias, o que 
nem sempre é devidamente diagnosticado pelas entidades públicas de controle e 
fiscalização. Essa configuração é considerada um problema, pois eleva o preço 
dos produtos e diminui o poder de compra do consumidor, o que reduz a 
movimentação da economia e a geração de riquezas. 
 
As holdings são, nesse contexto, o conjunto de diferentes companhias 
dominadas por uma organização central, responsável por administrar a maior 
parte ou todas as suas respectivas ações. Em muitos casos, as holdings formam 
conglomerados compostos por inúmeras empresas dos mais diversos segmentos 
e até concorrentes entre si. 
61 
 
Na fase atual do capitalismo e da globalização, um dos aspectos mais 
marcantes é a expansão das holdings pelo mundo. Recentemente, uma pesquisa 
efetuada nos Estados Unidos e divulgada pelo site Mic evidenciou o controle 
exercido por dez grandes conglomerados internacionais que controlam quase 
tudo o que consumimos. O maior produto dessa pesquisa realizada foi a 
divulgação de um gráfico em forma de imagem, chamado de “Illusion of Choice” 
(Ilusão de Escolha), que pode ser acessado clicando aqui. 
(http://www.visualcapitalist.com/illusion-of-choice-consumer-brands/) 
 
Embora alguns produtos existentes no gráfico não façam parte 
diretamente da nossa realidade, uma vez que a imagem se encontra nos 
parâmetros dos Estados Unidos, e não do Brasil, podemos, ainda sim, reconhecer 
várias das marcas que fazem parte do nosso dia a dia e como muitas delas 
pertencem a uma mesma holding. Além dessas, existem outras holdings de 
menor porte que atuam no Brasil ou em mercados mais regionais e que exercem 
um poder de mercado relativamente forte, tais como a Ambev, a Positivo, a Itaú 
SA e outras. 
 
Estrutura do Mercado de fatores de produção 
 
O mercado de fatores de produção – mão-deobra, capital, terra e 
tecnologia – também apresenta diferentes estruturas. As estruturas no mercado 
de fatores de produção são resumidas a seguir: 
 
 
a) Concorrência Perfeita no mercado de fatores 
 
É um mercado onde existe oferta abundante do fator de produção (por 
exemplo), (Mão-de-obra não especializada), o que torna o preço desse fator 
constante. Os ofertantes ou fornecedores, como são em grande número, não têm 
condições de obter preços mais elevados por seus serviços. 
 
 
http://www.visualcapitalist.com/illusion-of-choice-consumer-brands/
62 
 
b) Monopsônio 
 
Esta estrutura de mercado é caracterizada pela existência de muitos 
vendedores e um único comprador (PINHO; VASCONCELLOS, 1998). É uma 
estrutura que pode prevalecer especialmente no mercado de trabalho. Portanto, 
ou os trabalhadores empregam-se no monopsônio, ou precisam trabalhar em 
outra localidade. 
 
c) Oligopsônio 
 
É um mercado onde existem poucos compradores que dominam o 
mercado para muitos vendedores. Exemplo: indústria de laticínios. Em cada 
cidade existem dois ou três laticínios que adquirem a maior parte do leite dos 
inúmeros produtores rurais locais. A indústria automobilística, além de oligopolista 
no mercado de bens e serviços, também é oligopsonista na compra de autopeças. 
 
d) Monopólio bilateral 
 
O monopólio bilateral ocorre quando um monopsonista, na compra de um 
fator de produção, defronta-se com um monopolista na venda deste fator. Por 
exemplo, só a empresa. A compra um tipo de aço que é produzido apenas pela 
siderúrgica B. A empresa A é monopsonista, porque só ela compra esse tipo de 
aço, e a siderúrgica B é monopolista, porque só ela vende este tipo de aço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACROECONOMIA 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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65 
 
O que estuda a macroeconomia 
 
A macroeconomia estuda a economia em geral analisando a 
determinação e o comportamento dos grandes agregados como renda e produtos, 
níveis de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda, taxa de juros, 
balança de pagamentos e taxa de câmbio. 
 
O economista britânico John Maynard Keynes é considerado o primeiro 
grande autor sobre a macroeconomia, destacando-se pelo livro “Teoria Geral do 
Emprego, do Juro e da Moeda”, publicado em 1936. 
 
Os economistas dos séculos XVIII e XIX acreditavam que o nível de 
produtos não sofreria grandes alterações, e todos os fatores de produção 
estariam ocupados na produção de bens e serviços que formam a renda. Isto 
formaria o chamado estado de "pleno emprego" dos fatores de produção. Assim, 
acreditavam que toda renda distribuída no ato da produção se dirigiria ao 
mercado para adquirir bens e serviços. Apoiando-se na Lei de Say: "toda oferta 
cria sua própria demanda". 
 
Keynes desenvolve sua teoria baseada no pressuposto de que é 
necessária a intervenção do estado na economia, pois o mercado, devido a 
vazamentos como a formação de estoques e redução de produção, não seria 
capaz de coordená-la. 
 
Sua primeira suposição foi a existência de desemprego. Os antigos 
economistas acreditavam apenas no desemprego voluntário. Keynes, ao 
contrário, acreditava que a economia estaria funcionando abaixo de seu potencial, 
deixando assim uma capacidade ociosa. Assim, considera a Oferta Agregada 
(OA) como o somatório da renda disponível na economia, enquanto chama de 
Oferta Potencial a máxima produção da economia com pleno-emprego dos 
fatores de produção. A Oferta Agregada Efetiva é aquela efetivamente colocada 
no mercado, o que pode ocorrer sem a plena utilização dos fatores de produção. 
 
66 
 
A Demanda Agregada seria o somatório do consumo total da economia 
com os investimentos, os gastos governamentais e as exportações, subtraindo-se 
as importações. O que se vê é que o produto ou renda de equilíbrio (onde a oferta 
agregada é igual a demanda agregada) não é o mesmo que o produto ou renda 
de pleno emprego. 
 
Metas de política macroeconômica 
 
1. Alto nível de emprego; 
2. Estabilidade de preços; 
3. Distribuição de renda socialmente justa; 
4. Crescimento econômico. 
 
São os seguintes comentários sobre as metas de política 
macroeconômica: 
 
 Pleno emprego de recursos: 
 
 Pode-se dizer que a questão do desemprego, que eclodiu principalmente 
a partirdos anos 30, é que permitiu um aprofundamento da análise da política 
econômica com o objetivo de fazer a economia recuperar o nível de emprego 
potencial. Para se ter uma ideia, o produto nacional dos Estados Unidos caiu, 
entre 1929 e 1933, 30% e a taxa de desemprego chegou a 25% da força de 
trabalho em 1933. Destacou-se então o trabalho do economista inglês John 
Maynard Keynes, cujo livro A teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda 
(1936) representa um marco na história econômica e foi, principalmente, a partir 
de sua colaboração que a teoria e política macroeconômica começaram a evoluir. 
 
 Estabilidade de preços: 
 
Define-se inflação como um aumento contínuo e generalizado no nível 
geral de preços. Por que a inflação é um problema? Porque a inflação acarreta 
67 
 
distorções principalmente sobre a distribuição de renda, expectativas 
empresariais, mercado de capitais e sobre o Balanço de Pagamentos. 
 
Costuma-se aceitar que um pouco de inflação é inerente aos ajustes de 
uma sociedade dinâmica, em crescimento. Efetivamente, a experiência histórica 
mostra que existem algumas condições inflacionárias inerentes ao próprio 
processo de crescimento econômico. Isso porque a tentativa de os países 
subdesenvolvidos alcançarem, de forma rápida, estágios mais avançados de 
desenvolvimento econômico dificilmente se faz sem que, também, ocorram 
tensões de custos que provocam aumentos no nível geral de preços. 
 
Mesmos em países desenvolvidos, mostra-se que, quanto maior o nível 
de atividade econômica, mais os recursos produtivos tendem a ficar no limite de 
sua utilização, o que gera normalmente tensões inflacionárias. Daí a necessidade 
de políticas econômicas que tenham por objetivo a estabilidade do 
comportamento do nível de preços. 
 
 Distribuição de renda socialmente justa: 
 
A economia brasileira cresceu bastante entre o fim dos anos 60 e a maior 
parte da década de 70. Apesar disso, observou-se um aumento da disparidade de 
renda entre as classes sociais. No Brasil, os críticos do chamado “milagre 
econômico” argumentam que piorou a concentração de renda no país nos anos 
67/73 devido a uma política deliberada do Governo (a chamada “Teoria do 
Bolo”): primeiro crescer, para depois pensar em repartição da renda. 
 
A posição oficial era a de que certo grau de aumento de concentração de 
renda seria inerente ao próprio desenvolvimento capitalista, que traz 
transformações estruturais (êxodo rural, com trabalhadores de pequena 
qualificação, aumento da proporção de jovens etc.). O economista Carlos Geraldo 
Langoni, da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, naquela época, defendia 
a tese de que, no desenvolvimento capitalista gera-se uma demanda por mão-de-
obra qualificada, a qual, por ser escassa, obtém ganhos extras. Assim, o fator 
68 
 
educacional seria a principal causa da piora distributiva. Mário Henrique 
Simonsen argumentava que havia “desigualdade com mobilidade”, isto é, o 
indivíduo permanece pouco tempo na mesma faixa salarial e tinha facilidade de 
ascensão. Isso seria um fator importante para a convivência com a má 
distribuição de renda. 
 
É curioso observar que, naquele período, ocorreu maior concentração de 
renda, mas a renda média de todas as classes aumentou. O problema é que 
embora os pobres tenham se tornado menos pobres, os ricos ficaram 
relativamente mais ricos. Houve um aumento geral do padrão de vida, com todos 
melhorando, mas os “ricos” ficaram com a maior parte desta riqueza. 
 
 Crescimento econômico. 
 
Quando ocorre o desemprego e a capacidade ociosa, pode-se aumentar 
o produto nacional por meio de políticas econômicas que estimulem a atividade 
produtiva. No entanto, feito isso, há um limite a quantidade que se pode produzir 
com os recursos disponíveis. Aumentar o produto além desse limite exigirá: ou 
aumento nos recursos disponíveis; ou avanço tecnológico (ou seja, tecnologia 
mais avançada, novas maneiras de organizar a produção). 
 
Quando falamos em crescimento econômico, estamos pensando no 
crescimento da renda nacional per capita, isto é, de que seja colocada a 
disposição da coletividade uma quantidade de mercadorias e serviços que supere 
o crescimento populacional. A renda per capita é considerada o melhor indicador, 
o mais operacional, para se aferir a melhoria do bem-estar, do padrão de vida da 
população, embora possa apresentar falhas (os países árabes, por exemplo, 
estão entre os países com maiores rendas per capita, mas não apresentam o 
melhor padrão de vida do mundo). 
 
O fato de o país estar aumentando sua renda real per capita não 
necessariamente significa que está tendo uma melhoria do seu padrão de vida. O 
conceito de crescimento econômico capta apenas o crescimento da renda per 
69 
 
capita. Um país está realmente melhorando seu nível de desenvolvimento 
econômico e social se, juntamente com o aumento da renda per capita, estiver 
também melhorando os indicadores sociais (pobreza, desemprego, meio 
ambiente, moradia etc.). 
 
 
 Estrutura de análise macroeconômica 
 
A estrutura básica do modelo macroeconômico compõe-se de cinco 
mercados: 
 
 1) No Mercado de Bens e Serviços, para tentar responder como se 
comporta o nível de atividades, efetua-se uma agregação de todos os bens 
produzidos pela economia durante um certo período de tempo e define-se o 
chamado Produto Nacional. 
 
A demanda agregada depende fundamentalmente da evolução da 
demanda dos quatro grandes setores ou agentes macroeconômicos: 
consumidores, empresas, governo e setor externo. 
 
 2) O Mercado de Trabalho também representa uma agregação de todos 
os tipos de trabalhos existentes na economia. Neste mercado, determinamos 
como estabelece a taxa salarial e o nível de emprego. 
 
3) O Mercado Monetário, consiste em que todas as transações da 
economia são efetuadas através da utilização de moeda. Neste mercado 
supomos a existência de uma demanda de moeda ( em função da necessidade 
de transações dos agentes econômicos, ou seja, da necessidade de liquidez ) e 
uma oferta de moeda, determinada pelo Banco Central e atuação dos bancos 
comerciais. A demanda e a oferta de moeda determinam a taxa de juros. 
 
 4) O Mercado de Títulos, consiste de agentes econômicos 
superavitários e agentes deficitários. Agentes superavitários são aqueles que 
70 
 
possuem um nível de gastos inferior a seu volume de renda, assim podem efetuar 
empréstimos para os agentes econômicos deficitários. 
 
 5) O Mercado de Divisas, como o mercado mantém transações com o 
resto do mundo, existem mercados de divisas ou de moeda estrangeira. A oferta 
de divisas depende das exportações e da entrada de capitais financeiros, 
enquanto a demanda de divisas é determinada pelo volume de importações e 
saída de capital financeiro. 
 
 PIB 
 
PIB é a sigla para Produto Interno Bruto, e representa a soma, em valores 
monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada 
região, durante um determinado período. O PIB é um dos indicadores mais 
utilizados na macroeconomia, e tem o objetivo principal de mensurar a atividade 
econômica de uma região. Na contagem do PIB, consideram-se apenas bens e 
serviços finais, excluindo da conta todos os bens de consumo intermediário. 
 
Para analisar o comportamento do PIB de um país é preciso diferenciar o 
PIB nominal do PIB real. PIB nominal calcula a preços correntes, ou seja, no ano 
em que o produto foi produzido e comercializado, e PIB real é calculado a preços 
constantes, onde é escolhido um ano-base para eliminar o efeito da inflação, e o 
PIB real é o mais indicado para análises. 
 
O PIB pode ser calculado a partir de três óticas: a ótica da despesa, a 
ótica da oferta e a ótica do rendimento. Na ótica da despesa, o valor do PIB é 
calculado a partir das despesas efetuadas pelos diversos agentes econômicos em 
bens e serviços para utilização final,

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