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51_ Direito Digital - Unidades 1 ao 6

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1
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
DIREITO DIGITAL 
2
DIREITO DIGITAL 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-
tacando-se pela oferta de cursos de gradua-
ção, técnico, pós-graduação e extensão, com 
qualidade nas quatro áreas do conhecimen-
to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-
pre primando pela qualidade de seu ensino 
e pela formação de profissionais com cons-
ciência cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-
ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram 
notas 4 e 5, que são consideradas conceitos 
de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
MISSÃO
Formar profissionais com consciência cida-
dã para o mercado de trabalho, com ele-
vado padrão de qualidade, sempre mantendo a 
credibilidade, segurança e modernidade, visando 
à satisfação dos clientes e colaboradores.
 
VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
GRUPO
MULTIVIX
3
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
Diniz, Fernanda Paula.
Direito Digital / Fernanda Paula Diniz ; Vivian Lacerda Moraes. – Serra: Multivix, 2018.
EDITORIAL
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
2018 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
Diretor Executivo
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Diretor Geral
Helber Barcellos da Costa
Diretor da Educação a Distância
Pedro Cunha
Conselho Editorial
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente 
do Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão de Língua Portuguesa
Leandro Siqueira Lima
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Félix Soares
Multivix Educação a Distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EaD
4
DIREITO DIGITAL 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte 
do maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-
ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, 
São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, 
no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de 
cursos de graduação, pós-graduação e extensão 
de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-
dalidade presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprova-
da pelo MEC, que coloca todas as unidades do 
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 
Instituições de Ensino Superior de excelência no 
Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-
tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-
-se bastante com o contexto da realidade local e 
com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-
cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-
ciais, ambientais e na promoção de oportunida-
des para os que sonham em fazer uma faculdade 
de qualidade mas que precisam superar alguns 
obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: 
“Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade sempre 
foi a melhor resposta para um país crescer. Para a 
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o 
mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
APRESENTAÇÃO 
DA DIREÇÃO 
EXECUTIVA
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina 
Diretor Executivo do Grupo Multivix
5
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
Apresentação da Disciplina
Seja bem-vindo ao estudo do Direito Digital! Esta é uma disciplina jurídica muito nova 
e desafiadora que buscará trazer para você, aluno, conhecimentos acerca da interface 
do Direito e a Informática. Para tanto, estudaremos, num primeiro momento, con-
ceitos básicos de Direito de Informática, sua origem e as leis que o regem. Veremos 
também a sua inter-relação com o instituto da responsabilidade civil, a disciplina dos 
crimes virtuais, o tratamento legislativo do Direito de autor e Direito de Propriedade 
Industrial e sua aplicabilidade ao ambiente virtual. Ao fim, estudaremos questões 
relacionadas à ética no ambiente virtual. Saiba que todo esse conteúdo será muito 
importante para o seu crescimento profissional, e fazemos votos que vocês gostem 
muito da disciplina.
Objetivos da disciplina
Ao final desta disciplina, esperamos que você:
• Registre os conceitos básicos de direito digital.
• Diferencie as noções de responsabilidade civil e penal.
• Discuta a aplicabilidade da responsabilidade civil no ambiente digital.
• Identifique as noções de responsabilidade penal e crimes virtuais.
• Aplique as noções de crimes virtuais a situações concretas.
• Examine os conceitos básicos de propriedade imaterial, intelectual e industrial.
• Debata os conceitos de ética na internet e educação digital.
6
DIREITO DIGITAL 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
 > FIGURA 1 - A era digital e o direito 13
 > FIGURA 2 - Compras digitais 20
 > FIGURA 3 - rede de segurança 22
 > FIGURA 4 - Internet e os crimes virtuais 49
 > FIGURA 5 - A lei e o virtual 52
 > FIGURA 6 - Cyberbullying 56
 > FIGURA 7 - Patente 67
 > FIGURA 8 - Direito do autor 74
 > FIGURA 9 - Desenvolvimento de software 77
 > FIGURA 10 - Pirataria na internet 82
 > FIGURA 11 - Proteção de website 86
 > FIGURA 12 - Ética virtual 91
LISTA DE FIGURAS
7
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
SUMÁRIO
1UNIDADE
2UNIDADE
3UNIDADE
1 NOÇÕES ELEMENTARES DE DIREITO DIGITAL 12
1.1 O DIREITO DIGITAL E SUA ORIGEM 12
1.2 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA APLICÁVEL AO DIREITO DIGITAL 14
1.2.1 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL 14
1.2.2 CÓDIGO CIVIL (LEI N.º 10.406/2002) 16
1.2.3 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (LEI N.º 13.105/2015) 17
1.2.4 CÓDIGO PENAL E CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 18
1.3 LEGISLAÇÃO ESPARSA 19
1.3.1 LEGISLAÇÃO SOBRE PROPRIEDADE INTELECTUAL 19
1.3.2 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DECRETO Nº 7.962/201320
CONCLUSÃO 23
2 RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL: NOÇÕES GERAIS 25
2.1 RESPONSABILIDADE 25
2.1.1 RESPONSABILIDADE CIVIL 26
2.1.2 ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE CIVIL 27
2.2 ELEMENTOS CONSTITUINTES DA RESPONSABILIDADE 
CIVIL: CONDUTA HUMANA, NEXO DE CAUSALIDADE E DANO 28
2.3 RESPONSABILIDADE PENAL 30
CONCLUSÃO 32
3 O MARCO CIVIL DA INTERNET E A RESPONSABILIDADE 
CIVIL NO DIREITO DIGITAL 34
3.1 O MARCO CIVIL DA INTERNET 34
3.1.1 DIREITOS E GARANTIAS AOS USUÁRIOS 34
3.1.2 NEUTRALIDADE DE REDE 37
3.2 RESPONSABILIDADE POR CONTEÚDOS DE TERCEIROS 38
3.3 RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO DIGITAL 39
3.3.1 RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL 39
3.3.2 COMÉRCIO ELETRÔNICO 39
3.3.3 CONTRATOS ELETRÔNICOS 41
8
DIREITO DIGITAL 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
4UNIDADE
5UNIDADE
3.3.4 RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL EM MEIO DIGITAL 43
3.4 RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL 44
CONCLUSÃO 46
4 RESPONSABILIDADE PENAL EM ÂMBITO DIGITAL: 
OS CRIMES VIRTUAIS 48
4.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 48
4.2 OS CRIMES VIRTUAIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS 49
4.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA APLICÁVEL AOS CRIMES VIRTUAIS 52
4.3.1 LEI Nº 12.737/2012 (LEI CAROLINA DIECKMANN) 53
4.3.2 LEI Nº 12.735/2012 55
4.4 TIPOS DE CRIMES VIRTUAIS EM ESPÉCIE 56
4.4.1 INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO 56
4.4.2 OS CRIMES CONTRA A HONRA (CALÚNIA, INJÚRIA E 
DIFAMAÇÃO – ARTS. 138 A 140, CP) 57
4.4.3 AMEAÇA (ART. 147, CP): 58
4.4.4 EXTORSÃO (ART. 158, CP): 58
4.4.5 ESTELIONATO (ART. 171, CP): 59
4.4.6 PEDOFILIA: 59
4.4.7 APOLOGIA AO CRIME: (ART. 287, CP): 62
4.4.8 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 62
CONCLUSÃO 63
5 PROPRIEDADE INTELECTUAL NO ÂMBITO DA INTERNET: 
PROPRIEDADE IMATERIAL, INTELECTUAL E INDUSTRIAL 66
5.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 66
5.2 OS DIREITOS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL 67
5.3 OS DIREITOS DE AUTOR 70
5.3.1 INFRAÇÕES AO DIREITO AUTORAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS 74
5.3.1.1 SANÇÕES CIVIS 74
5.3.1.2 SANÇÕES PENAIS 75
5.3.2 A PROTEÇÃO AO SOFTWARE 77
9
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
6UNIDADE
CONCLUSÃO 79
6 O DESRESPEITO AOS DIREITOS AUTORAIS E DE PROPRIEDADE 
INDUSTRIAL E ÉTICA NA INTERNET 81
6.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 81
6.2 O DESRESPEITO AOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL 
E DIREITOS AUTORAIS EM ÂMBITO INFORMÁTICO 82
6.2.1 PIRATARIA INFORMÁTICA: A COMERCIALIZAÇÃO ILEGAL DE 
PROGRAMAS E A UTILIZAÇÃO DE PROGRAMAS SEM LICENÇA 
DE USO 82
6.2.2 A VIOLAÇÃO DE DIREITOS DE AUTOR 84
6.2.3 PROTEÇÃO DOS WEBSITES NO DIREITO BRASILEIRO E OS 
NOMES DE DOMÍNIO 86
6.3 2 ÉTICA NA INTERNET 91
CONCLUSÃO 93
REFERÊNCIAS 94
10
DIREITO DIGITAL 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
ICONOGRAFIA
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
11
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que você:
> Defina o conceito de 
Direito Digital.
> Entenda a 
conceituação, 
origem e sua 
interdisciplinaridade.
> Compreenda a 
legislação brasileira 
básica aplicável ao 
Direito Digital.
UNIDADE 1
12
DIREITO DIGITAL 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
1 NOÇÕES ELEMENTARES DE 
DIREITO DIGITAL
As relações pela internet se tornam cada vez mais comuns no mundo atual. O Direito 
não pode fechar os olhos a essa realidade e, por isso, deve estar atento às repercus-
sões jurídicas dessas relações. 
Assim, nasce o Direito Digital, como um ramo do Direito autônomo, dedicado ao es-
tudo das relações perpetradas através do computador.
Nesta unidade, estudaremos a legislação aplicável a essa matéria, de grande utilida-
de para seu entendimento, o que, certamente, contribuirá em muito para o exercício 
de sua atividade profissional.
1.1 O DIREITO DIGITAL E SUA ORIGEM
A espantosa evolução dos meios de comunicação e o surgimento da internet possibili-
taram a milhares de pessoas, das mais diversas partes do mundo, a sua interação, seja 
trocando mensagens, comprando ou vendendo, tudo de forma aberta, sem controle. 
O Direito, por natureza, é influenciado pela realidade emergente, fatos e valores, ele-
mentos do mundo real. Isso torna latente seu potencial para transformar-se, evoluir-
-se. Dessa forma, passa a ser inevitável a ação do Direito no sentido de decidir os lití-
gios oriundos das relações virtuais, devendo então ser adaptado à “Era Digital”.
A legislação atual é completamente lacunosa a respeito desse tema. Enquanto a tec-
nologia da internet se modifica a passos velozes, passando a influenciar a sociedade 
de maneira geral, nos mais diversos setores (seja entretenimento, economia ou polí-
tica), o Direito (especialmente o positivo) caminha vagarosamente, não conseguindo 
alcançar tais avanços.
Ademais, juízes e legisladores, em sua grande maioria, originariamente não possuem 
conhecimentos técnicos necessários para orientar os conflitos resultantes das situa-
ções concretas nascidas da internet, o que dificulta, e muito, a sua solução. Novas 
13
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
questões surgem a cada dia, na mesma velocidade da internet, e é tarefa dos juristas 
desenvolverem um ordenamento capaz de lidar com tais situações.
Com o avanço da internet e o crescente fluxo de informações trocadas todos os dias, 
por meio da rede mundial de computadores – seja de natureza pessoa, nas redes so-
ciais; seja de natureza comercial, como as compras feitas em sites de livrarias e lojas 
de móveis, por exemplo – conceitos e situações antes tão simples e de fácil análise, 
acabam se tornando complexas. Alguns exemplos disso são as questões envolvendo 
liberdade de expressão em redes sociais, blogs e sites pessoais – tudo que se fala e se 
posta nesses locais se torna público e eterno. Muitas pessoas acabam por abusar de 
seu direito constitucional de expressar o que pensa. A validade dos acordos e con-
tratos eletrônicos não ocorre da mesma forma que um contrato escrito, pois não há 
manifestação física desse acordo, além das dificuldades de se encontrar e responsa-
bilizar aqueles que cometem fraudes, furto de dados, crimes de ódio na rede.
FIGURA 1 - A ERA DIGITAL E O DIREITO
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Por tudo isso, nasce um ramo do Direito especializado nas questões envolvendo a 
Informática e a internet, o chamado Direito Digital (Virtual ou de Informática), que é 
o objeto do nosso estudo. Entretanto, não devemos acreditar que o Direito Digital é 
algo novo, único e inédito. Muito ao contrário
[...] tem ele sua guarida na maioria dos princípios do Direito atual, além de 
aproveitar a maior parte da legislação em vigor. A mudança está na postura 
de quem a interpreta e faz sua aplicação. É errado, portanto, pensar que a tec-
nologia cria um grande buraco negro, no qual a sociedade fica à margem do 
Direito, uma vez que as leis em vigor são aplicáveis à matéria, desde que com 
sua devida interpretação (PINHEIRO, 2016, p. 82).
14
DIREITO DIGITAL 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Assim, podemos dizer que o Direito Digital agrupa o conjunto de normas 
aplicáveis às relações ocorridas em ambiente virtual, de forma a garantir que 
os crimes cometidos no ambiente digital ou mesmo os danos de natureza civil 
não fiquem sem identificação e responsabilização dos causadores.1.2 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA APLICÁVEL AO 
DIREITO DIGITAL
Ao se estudar o Direito Digital, deve-se ter em mente que, ao contrário de outros 
ramos, não existe um Código de Direito Digital, visto que este não é um ramo au-
tônomo do Direito, mas é formado pela conjugação de normas de diferentes áreas 
como o Direito Constitucional, Direito Civil, Direito Empresarial, Direito Penal, Direito 
Internacional, Direito Tributário, entre outros. Assim, existem várias leis esparsas que 
tratam de temáticas envolvendo o meio digital, ou que de alguma forma podem ser 
aplicadas.
Faremos agora uma análise de algumas leis importantes e a sua estreita relação com 
o Direito Digital.
1.2.1 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A Constituição Federal é a norma mais importante de nosso 
ordenamento jurídico. Desse modo, todas as demais leis devem estar em 
consonância com ela.
15
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
Em seu texto, a Constituição estabelece, entre outras importantes questões, a existên-
cia de direitos ou garantias fundamentais – que são os direitos mínimos garantidos a 
todas as pessoas, e que não podem ser delas retirados.
Essas disposições, contidas no seu art. 5o, são muito relevantes para todas as áreas do 
Direito, e isso não é diferente no que tange ao Direito Digital. Apesar de suas normas 
não se referirem diretamente ao meio digital, são facilmente aplicáveis. Destacamos 
algumas:
• Art. 5º, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato: 
nesse sentido, podemos manifestar pela internet, por exemplo, a nossa opi-
nião sobre um determinado assunto. Todavia, caso haja excessos, poderemos 
ser responsabilizados, razão pela qual se veda o anonimato.
• Art. 5º, V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além 
da indenização por dano material, moral ou à imagem: aquela pessoa que 
for atacada pela internet (em sua honra, nome ou moral), além de direito de 
indenização, possui direito de resposta, que deve ser publicado com o mesmo 
alcance da ofensa, como forma de promover a reparação de forma integral.
• Art. 5º, IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença: não cabe censura 
no Direito Brasileiro, assim não é preciso prévia aprovação para publicação de 
um texto de minha autoria.
• Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral de-
corrente de sua violação: não se pode utilizar a internet para ferir a intimidade, 
honra, imagem de uma pessoa, por exemplo, publicando fotos ou vídeos sem 
a autorização da pessoa ou publicando informações inverídicas e humilhantes 
ao seu respeito. Nesses casos, a pessoa prejudicada poderá pedir indenização 
pelos danos morais e materiais sofridos (o que se estudará adiante).
• Art. 5º, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação 
ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei 
fixar: essa disposição trata da proteção aos Direitos Autorais (músicas, vídeos, 
textos), o que será melhor estudado adiante. Assim, compartilhar material “pi-
rata” pela internet é ilícito, e pode gerar consequências cíveis e criminais.
16
DIREITO DIGITAL 
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
• Art. 5º, XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tem-
porário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à pro-
priedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, 
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômi-
co do país: conforme este inciso, a Constituição protege os Direitos de Proprie-
dade Industrial, que também serão estudados adiante. (BRASIL, 1988).
Mesmo sendo a Constituição a lei maior de um país e de extrema importância para 
determinar os direitos básicos dos indivíduos, assim como demonstrar alguns dos 
direitos que podem vir a ser violados dentro da rede mundial de computadores, as 
Leis Ordinárias – todas aquelas que existem em um ordenamento jurídico e estão 
abaixo da Constituição – são aquelas que exercem de maneira mais efetiva a proteção 
dos direitos e garantias dos usuários da internet, tais como o Código de Defesa do 
Consumidor, Código Penal e de Processo Penal, Lei Carolina Dieckmann, Código de 
Processo Civil e o Código Civil, todos estudados mais detidamente nos tópicos abaixo.
1.2.2 CÓDIGO CIVIL (LEI N.º 10.406/2002)
O Código Civil é um conjunto de normas que tratam das relações privadas 
(direito de família e sucessões, contratos, responsabilidade civil, disposições 
sobre bens e direito de propriedade, Direito Empresarial, entre outras 
matérias). 
O Código Civil, como principal e mais importante legislação a regular as relações civis 
entre particulares em nosso país, tem fundamental importância para o Direito Digital 
uma vez que é nele que encontramos as normas básicas que regulam a responsabili-
dade civil, ou seja, as formas de compensar ou indenizar as pessoas por possíveis da-
nos causados à sua moral – invasão de privacidade, uso indevido de imagem, violação 
de correspondência eletrônica, dentre outros; danos materiais (ao seu patrimônio), 
tais como compras que não foram entregues, cobranças indevidas feitas por sites ou 
provedores de internet entre outros – ou mesmo as relações de comércio eletrônico. 
17
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
Assim, várias disposições são aplicáveis, entre as quais salientamos:
• As normas relativas e obrigações são aplicáveis aos contratos pela internet, ou 
seja, quando contratamos um serviço de assinatura de site de filmes e séries 
– como a Netflix – as normas do Código Civil referentes aos contratos e obriga-
ções também se aplicam a esse contrato virtual.
• As disposições de responsabilidade civil (dever de indenizar) são também mui-
to relevantes e, por isso, serão tratadas em unidade própria, ou seja, quando há 
danos à imagem, à honra, à privacidade de alguém – como exposição indevida 
em redes sociais, invasão de conta de e-mail – as normas de responsabilidade 
civil presentes no Código serão aplicáveis a esses casos.
• No que tange ao Direito Empresarial, deve-se destacar que hoje é muito co-
mum o exercício de atividade empresarial por meio da internet, sendo esta-
belecidos os chamados sites para venda de produtos e serviços. Esses sites são 
considerados verdadeiros estabelecimentos comerciais e, por isso, são prote-
gidos como tal pela legislação, com a utilização da analogia (método em que 
se aplica uma norma existente para um caso em que não há expressa previsão 
legal. São os casos de sites de vendas de produtos, como Amazon, Americanas, 
Submarino, que oferecem uma enorme quantidade de produtos e serviços 
que podem ser adquiridos pelos usuários da rede sem saírem de casa.
Conjuntamente com o Código Civil, na busca da devida responsabilização civil da-
queles que cometem atos reprováveis do ponto de vista civil – os chamados ilícitos 
civis – no ambiente virtual, usamos o Código de Processo Civil.
1.2.3 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (LEI N.º 13.105/2015)
O Código de Processo Civil é, de forma geral, o conjunto de normas que rege 
o andamento de um processo. Essa lei prevê de forma expressa a adoção do 
processo eletrônico e a utilização de provas eletrônicas no processo.
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Para podermos responsabilizar aqueles que cometem ilícitos civis em ambiente vir-
tual, é necessário quehaja o chamado devido processo legal. Esse processo depende 
de um certo número de atos, realizados perante o juiz ou para seu conhecimento, 
para que ao final seja emitida uma sentença determinando se o ilícito civil realmente 
ocorreu – e aqui, as provas são fundamentais – e qual será a forma de indenizar ou 
reparar os danos causados. Assim, o Código de Processo Civil vem como uma forma 
de determinar quais são os atos e ritos necessários para o devido processo civil, bem 
como a maneira como as provas virtuais serão colhidas, analisadas e utilizadas duran-
te o processo, dentre outras coisas.
Com relação a essa última, podemos citar como pontos de destaque:
• Os arts. 439 a 441 preveem expressamente os documentos eletrônicos como 
meios de prova em processos, o que não acontecia na lei anterior.
• O art. 411, II, CPC, estabelece que um documento eletrônico será considerado 
autêntico se a autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de 
certificação, inclusive eletrônico, nos termos da lei. 
• O art. 422 dispõe: Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a cine-
matográfica, a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão para fazer prova 
dos fatos ou das coisas representadas, se a sua conformidade com o docu-
mento original não for impugnada por aquele contra quem foi produzida. § 1o 
As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de computadores fazem 
prova das imagens que reproduzem, devendo, se impugnadas, ser apresenta-
da a respectiva autenticação eletrônica ou, não sendo possível, realizada perí-
cia (...)” (BRASIL, 2015).
1.2.4 CÓDIGO PENAL E CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Alguns crimes podem ser praticados com o uso da internet. Por isso, há a possibilida-
de de utilização de algumas disposições do Código penal e Código de Processo Penal, 
pois são esses dois Códigos, juntos, que determinarão quais crimes podem ser come-
tidos no ambiente virtual (Código Penal) e como se dará o processo de investigação e 
responsabilização daqueles que cometeram o crime (Código de Processo Penal). 
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DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
Assim, quando alguém, em uma rede social, por exemplo, profere xingamentos e 
palavras de baixo calão com a finalidade de ofender/injuriar outra pessoa, comete o 
crime de injúria – devidamente elencado no Código de Processo Penal – e para que 
o ofensor possa cumprir a pena, deverá haver uma queixa – junto à uma delegacia – , 
uma investigação criminal e posteriormente um processo criminal – atos devidamen-
te elencados no Código de Processo Penal.
No entanto, os crimes que podem ser cometidos no ambiente virtual não estão res-
tritos àqueles presentes no Código Penal. Muito pelo contrário! Com a evolução das 
interações na rede mundial de computadores, novas situações surgiram – não re-
guladas pelo Código Penal – e se tornou necessário que leis especiais, voltadas para 
conteúdos específicos, fossem criadas, para garantir que os crimes e ilícitos civis vir-
tuais não fiquem sem a devida punição. Essas leis especiais são o que chamamos de 
Legislação Esparsa.
1.3 LEGISLAÇÃO ESPARSA
Como já dito anteriormente, o Direito Digital não possui uma legislação unificada, 
dada a sua natureza interdisciplinar. Assim, além da Constituição, dos Código Civil, 
Processual Civil, Penal e Processual Penal, sua matéria também é tratada em legisla-
ção esparsa – leis criadas para regular assuntos específicos e que não se encontram 
reunidas em um Código –, que passaremos a analisar, de forma breve.
1.3.1 LEGISLAÇÃO SOBRE PROPRIEDADE 
INTELECTUAL
A legislação aplicável aos Direitos de Autor (Leis Nº 9.610/98 e 9.609/98), além da Lei 
de Propriedade Industrial (Lei Nº 9.279/96) são amplamente aplicáveis ao ambiente 
virtual, em especial, porque, com a evolução das tecnologias, tornou-se fácil violar os 
direitos de autor – ao escancear e distribuir, seja gratuitamente, seja mediante paga-
mento – ou mesmo violar os direitos de propriedade intelectual – clonando softwares 
e vendendo as cópias, fornecendo chaves de acesso ou afins para que pessoas que 
não compraram softwares possam fazer uso sem pagar.
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1.3.2 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E 
DECRETO Nº 7.962/2013
A Lei 8.078/90, o Código de Defesa do Consumidor, é amplamente aplicada em con-
tratos pela internet. Muitos de nós celebramos contratos pela internet: compramos 
produtos ou serviços e, por isso, somos considerados consumidores. Daí decorre, por 
exemplo, a aplicação do direito de arrependimento em sete dias, as cláusulas de ga-
rantia, por vício do produto ou serviço, e a nulidade de cláusulas abusivas.
Em razão do aumento dessa modalidade de contrato, foi editado o Decreto 
Nº 7.962/2013, que teve por objetivo regulamentar (complementar) o Código 
de Defesa do Consumidor, ao estabelecer normas específicas para os contratos 
eletrônicos. 
FIGURA 2 - COMPRAS DIGITAIS
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
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SUMÁRIO
Entre elas, podemos citar:
• Art. 2º. Os sítios eletrônicos ou demais meios eletrônicos utilizados para oferta 
ou conclusão de contrato de consumo devem disponibilizar, em local de des-
taque e de fácil visualização, as seguintes informações: I - nome empresarial 
e número de inscrição do fornecedor, quando houver, no Cadastro Nacional 
de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério 
da Fazenda; II - endereço físico e eletrônico, e demais informações necessá-
rias para sua localização e contato; III - características essenciais do produto 
ou do serviço, incluídos os riscos à saúde e à segurança dos consumidores; 
IV - discriminação, no preço, de quaisquer despesas adicionais ou acessórias, 
tais como as de entrega ou seguros; V - condições integrais da oferta, incluídas 
modalidades de pagamento, disponibilidade, forma e prazo da execução do 
serviço ou da entrega ou disponibilização do produto; e VI - informações claras 
e ostensivas a respeito de quaisquer restrições à fruição da oferta (Claramente 
com a finalidade de evitar fraude ao consumidor).
• Art. 3º Os sítios eletrônicos ou demais meios eletrônicos utilizados para ofertas 
de compras coletivas ou modalidades análogas de contratação deverão con-
ter, além das informações previstas no art. 2o, as seguintes: I - quantidade mí-
nima de consumidores para a efetivação do contrato; II - prazo para utilização 
da oferta pelo consumidor; e III - identificação do fornecedor responsável pelo 
sítio eletrônico e do fornecedor do produto ou serviço ofertado, nos termos 
dos incisos I e II do art. 2o (de forma a evitar a prática de propaganda enganosa 
ou abusiva) (BRASIL, 2013).
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2.5.3. Lei Nº 12.737/2012 (Lei Carolina Dieckmann) e Lei Nº 12.735/2012
FIGURA 3 - REDE DE SEGURANÇA
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
A Lei Nº 12.737/2012, também conhecida como Lei Carolina Dieckmann, veio para 
alterar o Código Penal e tentar regular algumas situações consideradas práticas cri-
minosas e que violam direitos básicos dos usuários da internet, em especial a ativida-
de de hackers que invadem os dispositivos alheios para roubar dados e documentos 
para distribuir na rede. Da mesma forma, a Lei Nº 12.735/2012 veio para alterar a 
legislação já existente e acrescentar crimes de natureza virtual.
2.5.4. Lei Nº 12.965/2014 (Marco Civil da internet)
Essa Lei possui enorme relevância no estudo do Direito Digital. Conforme o art. 1º, 
Esta Lei estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o usoda internet no 
Brasil e determina as diretrizes para atuação da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios em relação à matéria.
Para tanto, ela regulamenta os diversos tipos de provedores (de acesso, de conteúdo, 
de aplicação) e estabelece as suas formas de responsabilidade e atuação. Regula ain-
da normas relativas à neutralidade da rede, à privacidade, liberdade de expressão, e 
disciplina outros direitos fundamentais.
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DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
CONCLUSÃO
O Direito Digital é um ramo do Direito muito novo e marcado pela interdisciplinari-
dade, ou seja, deve ser estudado levando-se em conta o intercâmbio entre diversas 
áreas, seja o Direito Constitucional, Civil, Empresarial, Penal, Processual entre outras.
Não existe em nosso ordenamento jurídico um apanhado de normas de Direito Digi-
tal, devendo-se utilizar em seu regramento normas diversas, algumas das quais, mais 
relevantes, foram acima estudadas. 
Conhecer, ao menos de forma geral a existência dessas normas jurídicas é muito im-
portante para nossa vida pessoal e profissional. Somente assim poderemos perceber 
a ocorrência de infrações a direitos que ocorram através do uso da informática, e nos 
tornaremos cidadãos cada vez mais participativos e informados, contribuindo para o 
desenvolvimento social do país e para o nosso próprio bem-estar.
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OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que você:
> Explique o conceito de 
responsabilidade e suas 
diferentes esferas.
> Aponte os elementos da 
responsabilidade civil, suas 
espécies e elementos.
> Explique o conceito 
de responsabilidade 
penal, seus elementos 
e disposições do texto 
Constitucional acerca da 
temática.
> Aplique os 
conceitos básicos de 
responsabilidade civil 
e penal em situações 
concretas.
UNIDADE 2
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SUMÁRIO
2 RESPONSABILIDADE CIVIL E 
PENAL: NOÇÕES GERAIS
2.1 RESPONSABILIDADE
Para se possa determinar o que vem a ser responsabilidade civil, é preciso, primeira-
mente, delimitar o conceito de responsabilidade.
Podemos apontar a responsabilidade como sendo uma espécie de 
consequência da prática de determinado ato ou comportamento visando 
reparar um dano sofrido. 
Em sentido semelhante definem Bruno Torquato de Oliveira Naves e Taisa Maria Ma-
cena de Lima (2010, p. 348): “O homem não aceita a ideia de um prejuízo. A ocorrên-
cia de um dano faz nascer reflexamente o sentimento de que fomos injustiçados. A 
responsabilidade é, portanto, o instituto que busca reequilibrar a situação”.
Determinado ato pode gerar diferentes tipos de responsabilidade. São, de forma ge-
ral, três as possibilidades: 
• Responsabilidade civil: do qual decorre o dever de indenizar. 
• Responsabilidade penal: se o ato praticado for tipificado na lei como um crime, 
a pessoa poderá receber uma pena, determinada pelo ordenamento jurídico. 
• Responsabilidade administrativa: perante órgãos do Estado.
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Desse modo, se uma pessoa, ao dirigir embriagada, bate no carro de outrem, 
que fica ferido, o autor poderá ser responsabilizado das três formas. Primeiro, 
responderá por crime de trânsito, podendo ser preso e pagar multa. Terá que 
indenizar a vítima pelos prejuízos que sofreu (despesas com o conserto do 
veículo e tratamento médico, além do que porventura deixou de ganhar). 
Além disso, responderá o autor perante os órgãos do Estado, como o DETRAN, 
e poderá perder sua carteira de motorista, ter o carro apreendido, além de ser 
condenado a pagar multa de trânsito. 
Entendidas as três esferas de responsabilidade, passemos à responsabilidade civil.
2.1.1 RESPONSABILIDADE CIVIL
Especificamente no que tange à responsabilidade civil, Sérgio Cavallieri Filho (2010, 
p. 2) pontua que “responsabilidade civil é um dever jurídico sucessivo que surge para 
recompor o dano decorrente da violação de um dever jurídico originário”.
Trazendo o conceito amplo de responsabilidade para a esfera jurídica, a 
responsabilidade civil pode ser definida como a consequência de uma 
atividade danosa, praticada por um indivíduo, que vem de encontro a uma 
norma jurídica anteriormente existente, gerando, assim, o dever de reparação.
Pode-se estabelecer, dessa forma, que responsabilidade civil é um dever jurídico que 
visa ressarcir, por meio de compensação pecuniária ou da reposição in natura do es-
tado inicial, a vítima de um ato danoso decorrente da violação de norma jurídica, seja 
contratual ou legal.
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SUMÁRIO
Assim, se determinada pessoa bate no carro de outra, terá que indenizá-la pelos pre-
juízos que sofrer. Da mesma forma, um médico que age de forma negligente e causa 
um dano ao seu paciente também terá que indenizar.
2.1.2 ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil pode ser classificada das seguintes formas:
a) Responsabilidade subjetiva – essa modalidade de responsabilidade parte do ele-
mento subjetivo da ação – qual seja, a culpabilidade – para fundamentar o dever de 
reparar. Assim, só seria responsável pela reparação do dano aquele cuja conduta se 
provasse culpável, ou seja, que fosse praticada com culpa (negligência, imprudência 
ou imperícia) ou dolo (com vontade de praticar). Não havendo culpa ou dolo, não há 
de se falar em indenização. Essa é a modalidade de responsabilidade mais comum, 
presente em casos de batida de carro e erro médico, antes mencionados. Também é 
o tipo de responsabilidade mais comum em casos de danos ocorridos no ambiente 
digital. Quando alguém usa indevidamente a imagem de outra pessoa, viola a sua 
privacidade ou intimidade em sites ou redes sociais, ou mesmo viola a sua corres-
pondência eletrônica, é possível responsabilizar o ofensor, desde que se comprovem 
a sua culpa e o nexo de causalidade.
b) Responsabilidade objetiva – nesta modalidade, basta haver dano para que sobre-
venha o dever de reparar. Explica-se esta teoria pelo alto risco de determinadas ativi-
dades e pela impossibilidade prática de se provar a culpabilidade em certas circuns-
tâncias. É aplicada, excepcionalmente, nos casos previstos em lei, de forma expressa. 
Ao se aplicar tal forma de responsabilização, basta à vítima provar a autoria e o dano. 
São exemplos dessa modalidade a responsabilidade do Estado por omissão – como 
no caso de uma árvore que não é cortada e venha a causar danos a particulares –, a 
hipótese de responsabilidade do empregador por ato de empregado – que agride um 
cliente – ou ainda da responsabilidade do dono de animal por seus atos – como no 
caso de um cão pit bull que ataca uma pessoa. É um tipo de responsabilidade que não 
se enxerga tão facilmente no ambiente virtual, pois depende de regras específicas. O 
caso mais comum de responsabilidade objetiva em ambiente virtual seria aquele em 
que um funcionário faz uso de redes e mídias sociais para ofender um cliente.
c) Responsabilidade contratual – quando alguém descumpre uma obrigação con-
tratual, pratica um ilícito contratual, e seu ato provoca consequência jurídica, que 
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impõe ao inadimplente a obrigação de reparar o prejuízo causado. É o caso de um 
prestador de serviços de buffet que não comparece no dia de uma festa, gerando 
danos ao consumidor. Em se tratandodo ambiente virtual, o mesmo tipo de respon-
sabilidade recai sobre um site que vende um móvel ou um eletrodoméstico e não 
entrega ou entrega com defeito ou fora do prazo estipulado. Apesar de, nos casos de 
comércio digital, não conseguirmos visualizar ou tocar o contrato, ele ainda existe e 
vincula ambas as partes; assim, se o vendedor, por exemplo, descumpre a sua parte 
na venda, poderá ser responsabilizado civilmente.
d) Responsabilidade extracontratual ou aquiliana – por vezes, o ilícito se apresenta 
fora do contrato. Quando isso ocorre, nenhuma ligação de caráter convencional vin-
cula o causador à vítima do dano. Aquele que infringiu uma norma legal por atuar 
com dolo ou culpa violou um preceito de conduta de onde resultou um prejuízo de 
outrem. Deve, portanto, indenizar. É o caso da batida de carro ou do ataque do cão 
pit bull, em que o dever de indenizar não decorre de contrato, mas do ato ilícito. 
Trazendo esse tipo de responsabilidade civil para o ambiente virtual, podemos dizer 
que ela recai sobre todos os casos em que não há um contrato – mesmo que virtual – 
envolvido, ou seja, no uso indevido da imagem de alguém, na invasão de privacidade 
nas redes e mídias sociais, na violação da correspondência eletrônica de uma pessoa, 
entre outros casos. 
Entretanto, não basta identificar qual ou quais tipos de responsabilidade se encai-
xam em um caso para que este incida em uma situação concreta, seja “no mundo 
real” ou na rede mundial de computadores. Para que seja possível a responsabiliza-
ção civil por um dano causado, é preciso que três elementos fundamentais estejam 
presentes; se um deles não existir, não há como se falar em responsabilidade civil. 
Estudaremos esses elementos no próximo tópico.
2.2 ELEMENTOS CONSTITUINTES DA 
RESPONSABILIDADE CIVIL: CONDUTA HUMANA, 
NEXO DE CAUSALIDADE E DANO
Para a configuração da responsabilidade civil em regra geral, é necessário estarem 
presentes três elementos fáticos:
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SUMÁRIO
a) Conduta humana – para que haja a configuração de responsabilidade, é impres-
cindível a existência de uma conduta humana, seja uma ação ou uma omissão, que 
produza consequências jurídicas. A ação é um ato positivo, por exemplo, a destruição 
de um bem, a lesão corporal causada a uma pessoa ou a inclusão indevida do nome 
de um consumidor em cadastro de restrição ao crédito. A omissão refere-se a uma 
abstenção voluntária de alguém que teria o dever de agir, como nos casos em que 
um salva-vidas deixa de socorrer alguém ou na hipótese de o Estado deixar de dar 
tratamento médico a quem precisa. Para as hipóteses de responsabilidade subjetiva, 
deve-se também comprovar que a conduta foi dolosa – praticada com intenção – ou 
culposa – quando deriva de negligência; por exemplo, no caso da falta de dever de 
cuidado, em conduta omissiva – um médico que deixa de pedir exames; imprudência 
–, falta de dever de cuidado em conduta comissiva – exemplo: dirigir em alta velocida-
de e imperícia –, falta de preparo ou capacitação técnica – exemplo: um diagnóstico 
errado de um médico.
b) Nexo de causalidade – é a ligação entre a conduta e o resultado, por exemplo, uma 
pessoa morreu porque foi atropelada e, ainda, “meu carro estragou em razão da batida”.
c) Dano – é a lesão ao bem jurídico. O dano pode ser dividido em dano moral ou dano 
material. Dano material é aquele que recai sobre o patrimônio da pessoa; por exem-
plo: “Meu carro estragado ou os gastos que tive em razão do descumprimento contra-
tual de outrem”. Ele pode ser desmembrado em dano emergente (prejuízo direito) e 
o lucro cessante (o que a pessoa deixou de ganhar). Já o dano moral é aquele cuja le-
são se refere a um direito extrapatrimonial, normalmente um direito da personalida-
de: a honra, o nome, a integridade física e psíquica, a vida, a privacidade, a intimidade, 
etc. São direitos que não têm como ser avaliados em dinheiro; todavia, a indenização 
será fixada em dinheiro, como forma de compensar a vítima pela lesão sofrida.
Assim, uma pessoa que foi atropelada pode incluir na indenização por 
danos materiais os valores despendidos com o seu tratamento e transporte 
(dano emergente) e a renda que ela deixou de ganhar, por ser autônoma e 
impossibilitada de trabalhar por conta do acidente (lucro cessante).
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2.3 RESPONSABILIDADE PENAL
Responsabilidade penal é o dever jurídico de responder pelo crime ou delito co-
metido. Conforme explica Sérgio Cavalieri Filho (2010, p. 14):
A ilicitude – é de todos sabido – não é uma peculiaridade do Direito Penal. 
Sendo ela, essencialmente, contrariedade entre a conduta e a norma jurídica, 
pode ter lugar em qualquer ramo do Direito. Será chamada ilicitude penal ou 
civil tendo exclusivamente em vista a norma jurídica que impõe o dever vio-
lado pelo agente. No caso de ilícito penal, o agente infringe norma penal, de 
Direito Público; no ilícito civil, a norma violada é de Direito Privado (CAVALIERI 
FILHO, 2010, p. 14).
Para que uma pessoa seja penalmente responsável, é necessário que ela tenha co-
metido um crime, que é o ilícito penal, com consciência do seu ato. Sendo imputável, 
ela pode responder pelos seus atos; os incapazes, por exemplo, são inimputáveis.
O crime é uma conduta antijurídica, normalmente muito mais grave que o 
ilícito civil, devidamente tipificada, ou seja, é um ato previsto em lei como 
crime e que, uma vez praticado, gera uma penalidade.
Conforme a nossa Constituição (art. 5o, XXXIX), não há crime sem prévia cominação 
legal, nem pena sem definição em lei (assim, só será crime a conduta assim prevista 
em lei como tal e com pena estabelecida).
Há de se destacar também que, no nosso ordenamento jurídico, não é possível se 
criar crimes por analogia, ou seja, estabelecer uma conduta aplicando-se a solução 
de um caso semelhante. O crime deve ser expressamente previsto na lei, ou a con-
duta não poderá ser punida. Por isso, nem todos os tipos penais – condutas descritas 
no Código Penal como sendo crimes – podem ser aplicados às condutas praticadas 
em ambiente virtual, como é o caso do homicídio, mantença de casa de prostituição, 
entre outros. 
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SUMÁRIO
No entanto, há diversos tipos penais cuja aplicação às condutas praticadas na rede 
é possível, tais como injúria, calúnia, auxílio ou instigação ao suicídio, invasão de dis-
positivo alheio para furto de documentos, informações ou mídias, entre outros casos. 
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CONCLUSÃO
Nesta unidade, aprendemos que a responsabilidade é o dever de responder por seus 
atos ou omissões. Um mesmo ato pode gerar consequências jurídicas diversas, inci-
dindo em responsabilidade civil, penal e administrativa.
Da responsabilidade civil decorre o dever de reparação, ou seja, de compensar pecu-
niariamente o dano causado à vítima. A responsabilidade penal determina a aplica-
ção de penas. A responsabilidade administrativa dá-se perante os órgãos do Estado e 
pode gerar diversos tipos de penalidade.
Quando falamos de responsabilidade civil em ambiente digital, nem sempre é fá-
cil perceber os casos em que ela será aplicada, em especial por a rede mundial de 
computadores ser vista como um “ambiente livre e sem leis”. No entanto, como vi-
mos nesta unidade, a responsabilidade civil se aplica a todo ato danoso ou ilícito de 
natureza civil que cause danos a terceiros, e isso inclui aquilo que é feito, propagado 
ou compartilhado nas redes. Usar indevidamente a imagemde alguém, invadir a 
sua intimidade ou privacidade, ou violar sua correspondência eletrônica não se tor-
nam atos lícitos ou imunes simplesmente por serem praticados em ambiente digital; 
muito ao contrário, são tão possíveis de serem detectados, bem como os autores 
serem identificados, e os danos causados devidamente reparados quanto nos casos 
do “mundo real”.
Podemos ver também que, paralelamente à responsabilidade civil, existe a respon-
sabilidade penal. Esse tipo de responsabilidade incide sobre atos e fatos específicos 
que, para serem punidos, precisam antes de tudo constar devidamente nas leis pe-
nais do país. Vimos que alguns crimes existentes no Código Penal desde a sua criação 
podem ser aplicados às situações ocorridas no ambiente digital, como a calúnia, a 
difamação e a injúria. Assim, podemos dizer que não é mais necessário que o crime 
aconteça na presença direta do ofendido para que seus agressores sejam devida-
mente responsabilizados e punidos.
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DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que você:
> Entenda as principais 
disposições do Marco Civil 
da Internet.
> Entenda o conceito de 
comércio eletrônico e 
contratos pela Internet.
> Analise as hipóteses de 
responsabilidade civil 
contratual em ambiente 
virtual.
> Compreenda a 
responsabilidade civil 
extracontratual por atos 
ilícitos praticados pela 
Internet.
UNIDADE 3
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3 O MARCO CIVIL 
DA INTERNET E A 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
NO DIREITO DIGITAL
3.1 O MARCO CIVIL DA INTERNET
O Marco Civil da Internet, a Lei n° 12.965, de 23 de abril de 2014, estabelece os princí-
pios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Portanto, estabele-
ce as regras básicas a serem adotadas nas relações envolvendo a Internet no país.
Além disso, essa lei possui grande importância, visto que instituiu uma série de res-
ponsabilidades dos servidores, conforme será exposto. Analisaremos a seguir os prin-
cipais pontos da lei, aqueles de mais utilidade para nosso estudo.
3.1.1 DIREITOS E GARANTIAS AOS USUÁRIOS
O Marco Civil enumera os direitos e garantias mínimos dos usuários. Para 
entendê-los, é imprescindível a leitura dos artigos 7o, que dispõe sobre a 
importância do acesso à Internet, e 8º, que versa sobre a garantia à privacidade 
e liberdade de expressão, da referida lei.
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DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
Art. 7º. O acesso à Internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário 
são assegurados os seguintes direitos:
I - inviolabilidade da intimidade e da vida privada, sua proteção e indenização 
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela Internet, salvo 
por ordem judicial, na forma da lei;
III - inviolabilidade e sigilo de suas comunicações privadas armazenadas, salvo 
por ordem judicial;
IV - não suspensão da conexão à Internet, salvo por débito diretamente decor-
rente de sua utilização;
V - manutenção da qualidade contratada da conexão à Internet;
VI - informações claras e completas constantes dos contratos de prestação 
de serviços, com detalhamento sobre o regime de proteção aos registros de 
conexão e aos registros de acesso a aplicações de Internet, bem como sobre 
práticas de gerenciamento da rede que possam afetar sua qualidade;
VII - não fornecimento a terceiros de seus dados pessoais, inclusive registros 
de conexão, e de acesso a aplicações de Internet, salvo mediante consenti-
mento livre, expresso e informado ou nas hipóteses previstas em lei;
VIII - informações claras e completas sobre coleta, uso, armazenamento, trata-
mento e proteção de seus dados pessoais, que somente poderão ser utilizados 
para finalidades que:
a) justifiquem sua coleta;
b) não sejam vedadas pela legislação; e
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DIREITO DIGITAL 
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c) estejam especificadas nos contratos de prestação de serviços ou em termos 
de uso de aplicações de Internet;
IX - consentimento expresso sobre coleta, uso, armazenamento e tratamento 
de dados pessoais, que deverá ocorrer de forma destacada das demais cláu-
sulas contratuais;
X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a determinada 
aplicação de Internet, a seu requerimento, ao término da relação entre as par-
tes, ressalvadas as hipóteses de guarda obrigatória de registros previstas nesta 
Lei;
XI - publicidade e clareza de eventuais políticas de uso dos provedores de co-
nexão à Internet e de aplicações de Internet;
XII - acessibilidade, consideradas as características físico-motoras, perceptivas, 
sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, nos termos da lei; e
XIII - aplicação das normas de proteção e defesa do consumidor nas relações 
de consumo realizadas na Internet
Art. 8º. A garantia do direito à privacidade e à liberdade de expressão nas co-
municações é condição para o pleno exercício do direito de acesso à Internet.
Parágrafo único. São nulas de pleno direito as cláusulas contratuais que vio-
lem o disposto no caput, tais como aquelas que:
I - impliquem ofensa à inviolabilidade e ao sigilo das comunicações privadas, 
pela Internet; ou
II - em contrato de adesão, não ofereçam como alternativa ao contratante a 
adoção do foro brasileiro para solução de controvérsias decorrentes de servi-
ços prestados no Brasil (BRASIL, Lei n° 12.965/2014, Arts. 7-8).
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SUMÁRIO
Tem-se, desse modo, que o objetivo de tal norma é assegurar os direitos básicos ao 
usuário de Internet, muitos dos quais já consagrados no texto constitucional (como a 
inviolabilidade da intimidade e vida privada, a acessibilidade das pessoas com defi-
ciência, proteção ao consumidor).
Todavia, a criação da lei veio ampliar direitos e, sobretudo, evitar a utilização indevi-
da de dados (algo muito comum nos dias atuais), de forma geral, responsabilizando 
aqueles que infringirem tais preceitos. 
3.1.2 NEUTRALIDADE DE REDE
De acordo com a lei, a neutralidade de rede se dá quando: “Art. 9º. O responsável pela 
transmissão, comutação ou roteamento tem o dever de tratar de forma isonômica 
quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, 
terminal ou aplicação” (BRASIL, Lei n° 12.965/2014, Art. 9º).
Conforme Adrien Duarte (2018), podemos explicar esse princípio da seguinte forma: 
O trecho mais polêmico do projeto de lei trata sobre a neutralidade da web. 
De acordo com este princípio os provedores de serviços de Internet não po-
dem ofertar serviços de conexões diferenciadas, como por exemplo, pacotes 
somente para acesso a e-mails, ou somente vídeos ou redes sociais. A neutra-
lidade foi o princípio que causou mais debate durante todo o processo, já que 
em sua forma original, o texto prevê que as empresas de telecomunicação 
que oferecem serviços de Internet sejam neutras no tráfego de dados, não 
importando a sua origem ou o seu destino. Com isso, o usuário continua livre 
para usar toda a velocidade de conexão contratada, para acessar qualquer 
tipo de conteúdo, sem a preocupação de traffic shaping, ou ver a sua veloci-
dade dar prioridade em certos tipos de serviços, que demandem mais banda, 
como streaming de vídeos, por exemplo (DUARTE, 2018, p. X).
Dessa forma, o objetivo de tal disposição é garantir o tratamento igualitário, sem dis-
criminação entre usuários. Assim, em razão do princípio da neutralidade, o provedor 
de acesso não podeliberar ou não liberar determinados conteúdos. O usuário possui 
liberdade para escolher como usar seus dados, não cabendo interferência pelos pro-
vedores, que devem se limitar a disponibilizar o serviço.
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3.2 RESPONSABILIDADE POR CONTEÚDOS DE 
TERCEIROS
Esta importante disposição relaciona-se à ausência de responsabilidade do provedor 
de conexão por conteúdos de terceiros, por exemplo, uma página falsa ou que tenha 
informações ofensivas ou ilícitas. Não há como responsabilizar o servidor por um ato 
que não foi praticado por ele, mas por outrem, utilizando-se dos seus serviços. Assim, 
caso alguém constitua um blog para atacar alguém, ou uma comunidade no Face-
book que faça apologia a um crime, o hospedeiro do blog e a rede social não poderão 
ser responsabilizados.
Portanto, o provedor só teria responsabilidade caso configurada sua omissão, 
ou seja, quando notificado a retirar determinado conteúdo do ar, não o faz.
Isso é o que dispõe os Arts. 18 e 19 da Lei do Marco Civil:
Art. 18. O provedor de conexão à Internet não será responsabilizado civilmen-
te por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros.
Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a cen-
sura, o provedor de aplicações de Internet somente poderá ser responsabili-
zado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, 
após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e 
nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar in-
disponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições 
legais em contrário (BRASIL, Lei n° 12.965/2014, Arts. 18-19). 
Assim, a legislação, de certo modo, veio proteger os servidores, que só serão respon-
sabilizados em caso de omissão, dada a dificuldade de evitarem a publicação de 
material ofensivo.
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SUMÁRIO
3.3 RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO DIGITAL
A vida em sociedade pressupõe o cumprimento de obrigações por parte dos indiví-
duos, obrigações essas que às vezes encontram sua causa última na manutenção de 
uma série de virtudes do gênero humano (deveres genéricos, como o respeito ao pa-
trimônio alheio), e outras na continuidade plena e eficaz dos vínculos formados por 
esses indivíduos, por motivos, em sua maioria, econômicos (negócios jurídicos, como 
os contratos em geral).
Sabemos que em nossa realidade, predominantemente, há o cumprimento volun-
tário das obrigações assumidas, apresentando-se como exceção o descumprimento, 
que é tido como um ato ilícito, decorrendo daí o conceito de responsabilidade.
Assim, fica clara a existência de dois momentos de atuação obrigacional das pessoas: 
o da conduta comprometida segundo o ordenamento jurídico geral ou ao negócio 
jurídico, e o momento da reparação do dano causado a terceiros por nossos atos (res-
ponsabilidade). No primeiro momento, tem-se a chamada responsabilidade contra-
tual, e no segundo, a extracontratual.
Passaremos a estudar ambas as modalidades de responsabilidade civil em ambiente 
virtual. 
3.3.1 RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL
Com o intuito de estudarmos a responsabilidade contratual propriamente dita, fa-
remos aqui um breve estudo do comércio eletrônico e dos contratos, principais ele-
mentos presentes na atual era digital.
3.3.2 COMÉRCIO ELETRÔNICO
É claro e notório que vivemos um período de transformações econômicas, sociais, po-
líticas e, sobretudo, tecnológicas. Muitos afirmam que estamos inseridos na Terceira 
Revolução Industrial, também chamada Revolução da Informação. 
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Em plena “Era Digital”, o surgimento de novas tecnologias ainda nos deixa surpresos e 
pior, de mãos atadas. Dessa maneira, os operadores do direito responsáveis pela regu-
lamentação de nosso ordenamento e atualização de leis voltadas a tais questões têm 
um papel sobremaneira importante. Ainda mais ao ressaltarmos que o potencial da 
Internet é espantoso, principalmente no que diz respeito às oportunidades geradas 
para o comércio eletrônico, que é uma das maiores fontes de indagação jurídica da 
nossa atualidade. 
O comércio eletrônico pode ser definido como a negociação realizada por via 
eletrônica, por meio do processamento e transmissão eletrônicos de dados, 
incluindo textos, sons e imagens. 
Este tipo de comércio pode ser classificado das seguintes formas: 
I. Comércio eletrônico indireto ou de forma diferida: é a encomenda eletrônica de 
bens, sendo estes entregues fisicamente por meio de formas tradicionais, como 
o serviço postal ou privados de correio expresso. Entram nessa modalidade as 
compras de bens pela Internet, como livros, roupas, calçados, etc.
II. Comércio eletrônico direto ou em tempo real: consiste na encomenda, paga-
mento e entrega direta (em linha) de bens incorpóreos e serviços, tais como 
programas de computador, músicas ou e-books.
III. Business-to-business (B2B): trata-se do comércio realizado entre empresas, en-
volvendo a comercialização de produtos e a prestação de serviços entre produ-
tores, fabricantes, fornecedores e importadores, sem a participação do consu-
midor final. 
IV. Business-to-consumer (B2C): os negócios praticados entre as empresas, na con-
dição de produtoras/fornecedoras, e o consumidor, como destinatário final dos 
respectivos bens e serviços. Por isso, é também denominado varejo eletrônico, 
ou ainda, e-retail. São as compras que realizamos cotidianamente pela Internet.
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SUMÁRIO
3.3.3 CONTRATOS ELETRÔNICOS
O contrato pode ser considerado como o acordo de vontades para o fim 
de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. Para a existência do 
contrato são necessários a manifestação de vontade e o objeto, que pode 
ser um dar (entregar ou restituir algo), um fazer (construir, pintar, prestar 
um serviço), ou um não fazer (uma abstenção, como por exemplo, não fazer 
concorrência).
Para sua validade o contrato requer:
I. a capacidade dos contratantes, ou seja, a pessoa deve ser maior de idade ou 
emancipada, e ter pleno discernimento; 
II. o objeto tem que ser lícito (conforme a lei), possível (física ou juridicamente), 
determinado ou determinável e economicamente apreciável. Não se pode, por 
exemplo, fazer um contrato de compra e venda de drogas, partes do corpo hu-
mano, ou de um bem público, já que não se enquadram nesse critério;
III. o último requisito para a validade dos contratos é a forma (Lei n° 10.406/2002, 
Arts. 104, III, 107 e 1831 ), que deve ser a prescrita ou não defesa em lei. Assim, 
há casos que a lei exige que contratos sejam escritos, ou feitos em cartório. Em 
outros casos, não há qualquer exigência.
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 A noção de contratação eletrônica entre duas ou mais partes, sem contato 
físico, já existe há algum tempo, principalmente nas relações entre empresas. 
Entretanto, ao invés de ser utilizado o computador, o suporte físico era dado 
pelo telex, fax, entre outros.
Não há na lei nenhum impedimento à utilização, aceitação, validade ou mesmo obri-
gatoriedade de contratos eletrônicos, que de forma geral, recebem o mesmo trata-
mento dos contratos tradicionais.
Ao realizar um contrato pela Internet, o usuário terá que, invariavelmente, 
por meio de e-mail ou pela página do vendedor, enviar dados pessoais, bem 
como acertar a forma de pagamento– que muitas vezes pode ser efetuada 
pelo próprio computador. Assim, torna-se notória a manifestação de vontade 
do comprador, que indubitavelmente deve ser considerada expressa, não 
restando quaisquer indagações acerca da formação do contrato.
Entretanto, para que uma manifestação de vontade tenha efeito no meio eletrônico, 
devem ser atendidos dois requisitos básicos de validade, sem os quais o procedimen-
to de contratação será inadmissível: primeiramente, o meio utilizado não deve ser 
adulterável sem deixar vestígios, e, a posteriori, deve ser possível a identificação do 
emitente da vontade registrada.
Entendidos os principais pontos sobre o comércio eletrônico e os contratos, passe-
mos à análise da responsabilidade civil contratual.
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3.3.4 RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL EM 
MEIO DIGITAL
Como exemplos de hipóteses geradoras de responsabilidade civil contratual pela In-
ternet, podemos citar as seguintes.
a) Responsabilidade por serviço prestado inadequadamente por provedor de acesso 
à Internet : imaginemos uma hipótese em que alguém fica duas horas sem o serviço 
de Internet2, o que lhe causa a impossibilidade de concluir um trabalho importante. 
Isso pode gerar direito de indenização.
b) Responsabilidade de bancos por danos causados em razão da utilização de servi-
ços pela Internet: não raro, hackers causam danos aos consumidores ao se apropria-
rem de dados retirados de sites de serviços bancários. Nesse caso, a responsabilidade 
dos bancos é objetiva, independe de culpa e dolo, e deverão indenizar o consumidor 
pelos prejuízos sofridos.
c) Responsabilidade pela utilização indevida de dados de consumidores, conforme 
dispõe o próprio Marco Civil da Internet, em seu Art. 10º:
2 Nesse sentido, insta diferenciar os diferentes tipos de provedores: 
“O provedor de acesso3 é uma atividade-meio, ou seja, um serviço de intermediação entre ‘o usuário e 
a rede. É aquele que presta o serviço de conectar o usuário à Internet. É o típico contrato de prestação 
de serviços em que por um lado o usuário se responsabiliza pelo conteúdo de suas mensagens e pelo 
uso propriamente dito, enquanto por outro o provedor oferece serviços de conexão à rede de forma in-
dividualizada e intransferível e até mesmo o uso por mais de um usuário. É um contrato normalmente 
oneroso e por ter cláusulas arbitradas pelas partes, os seus termos são livres, desde que não contenham 
nada de ilegal. O mesmo se dá, por exemplo, com o contrato para uso de uma linha telefônica, no qual 
o usuário da linha é responsável exclusivo pelo uso que faz dela, não se podendo imputar à empresa de 
telecomunicações responsabilidades civis pelas conseqüências do mau uso. O enfoque legal dos prove-
dores de conteúdo4 é bem diferente dos primeiros, estes podem ser conceituados como os que têm a 
finalidade de coletar, manter e organizar informações para acesso on-line por meio da Internet, ou seja, 
aqueles que oferecem informação através de uma página ou site5. Outra espécie de provedores são os 
hospedeiros, os chamados “Hosting Service Provider”, que têm a função principal de hospedar páginas 
ou sites de terceiros, possibilitando seu acesso pelos demais internautas. Essa espécie de provedor não 
influi em momento algum no conteúdo dos sites ou páginas que hospedam, apenas dão suporte técni-
co, a fim de que as mesmas possam ser acessadas pelos demais usuários ( KAZMIERCZAK, 2018).
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A guarda e a disponibilização dos registros de conexão e de acesso a aplica-
ções de Internet de que trata esta Lei, bem como de dados pessoais e do con-
teúdo de comunicações privadas, devem atender à preservação da intimida-
de, da vida privada, da honra e da imagem das partes direta ou indiretamente 
envolvidas.
§ 1o O provedor responsável pela guarda somente será obrigado a disponibi-
lizar os registros mencionados no caput, de forma autônoma ou associados a 
dados pessoais ou a outras informações que possam contribuir para a iden-
tificação do usuário ou do terminal, mediante ordem judicial, na forma do 
disposto na Seção IV deste Capítulo, respeitado o disposto no Art. 7º.
§ 2o O conteúdo das comunicações privadas somente poderá ser disponibili-
zado mediante ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, 
respeitado o disposto nos incisos II e III do art. 7o (BRASIL, Lei n° 12.965/2014, 
Art. 10º). 
3.4 RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL
Se o campo da responsabilidade civil contratual já é cheio de relações ensejadoras de 
responsabilidade civil, o da responsabilidade extracontratual (ou aquiliana) consegue 
ser mais fértil ainda. Como já dito, a responsabilidade extracontratual decorre da prá-
tica de atos ilícitos, contrários à lei. Muitas condutas geradoras de danos ocorrem pela 
Internet, e estudaremos algumas que consideramos mais interessantes. Vejamos!
a) Responsabilidade civil por criadores de páginas de Facebook ou de grupos de 
WhatsApp por ofensas proferidas através dos mesmos, gerando danos morais e/ou 
materiais, principalmente quando o próprio criador o faz para realizar tais condutas. 
Já existem decisões condenando também administradores de grupos em razão de 
sua omissão, quando não excluem aqueles indivíduos que praticam as violações aos 
direitos de terceiros.
b) Responsabilidade civil por divulgação de fotos ou vídeos íntimos ou privados ou 
cuja publicação não tenha sido autorizada. É muito comum que amigos tirem fotos 
de outros, e sem sequer perguntar, insiram essas mídias nas redes virtuais. Tal condu-
ta é ilícita, por violar o direito de imagem de outra pessoa. Muito mais grave ainda é 
a divulgação de material de conteúdo íntimo, já que os danos causados podem ser 
ainda maiores. Lembre-se, nesse sentido, do caso da atriz Daniela Cicarelli.
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SUMÁRIO
c) Responsabilidade Civil por violação de direito autoral. A reprodução total ou parcial 
de criações de outras pessoas músicas, escritos, vídeos e fotos, por exemplo, sem men-
ção de autoria, é infração aos direitos autorais, e pode gerar a obrigação de indenização.
d) Responsabilidade Civil por divulgação de fotos de cadáveres ou de acusados da 
prática de crimes, que pode gerar o pagamento de indenização.
Pelo que verificamos ao longo da unidade, as hipóteses de responsabilização civil são 
muito comuns em ambiente virtual. Conhecer seus principais conceitos e normas 
aplicáveis é fundamental para visualizar a sua aplicação e, dessa forma, evitar e coibir 
a prática de ilícitos.
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CONCLUSÃO
Por todo o exposto, verifica-se que, pela a Internet, pode-se praticar diversas condu-
tas, derivadas da quebra de um contrato ou de um ato ilícito, aptas a gerar responsa-
bilização civil e, por consequência, o pagamento de indenização por danos (morais e 
materiais) causados. 
Entender essas hipóteses é de suma importância para nossas vidas pessoais e profis-
sionais, vez que só assim poderemos evitar o cometimento de condutas que resul-
tem em responsabilização. Por outro lado, poderemos conhecer nossos direitos em 
caso de infração cometidas em nosso desfavor.
Nesse aspecto, o Marco Civil da Internet, que é considerado como a “Constituição 
da Internet”, é de grande valia, já que estabeleceu direitos e deveres aos usuários 
da Internet e, de forma expressa, dispôs sobre condutas que seriam ilícitas, a fim de 
se apurar eventual responsabilidade. Assim, o Marco civil constitui um repertório de 
direitosque devem ser respeitados, que tornam o ambiente virtual um pouco mais 
seguro, razão pela qual é fundamental o seu estudo.
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SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que você:
> Explique o conceito 
de crimes virtuais.
> Identifique as 
dificuldades na 
responsabilização 
penal pela prática de 
tais condutas.
> Identifique alguns 
dos crimes em 
espécie.
> Descreva a legislação 
aplicável aos crimes 
virtuais.
UNIDADE 4
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4 RESPONSABILIDADE PENAL 
EM ÂMBITO DIGITAL: OS 
CRIMES VIRTUAIS
Caro aluno, seja bem-vindo! Nesta unidade, você entenderá as noções do conceito 
de crimes virtuais, bem como alguns tipos em espécie, as leis penais aplicáveis aos 
crimes digitais, assim como as dificuldades de se responsabilizar aquele que comete 
tais atos devido ao meio em que são praticados.
4.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Das necessidades humanas decorrentes da vida em sociedade, nasce o Direito, que 
visa garantir as condições indispensáveis à coexistência dos elementos que com-
põem o grupo social. Assim, na ocorrência de fatos que contrariem normas de Direito 
(atos ilícitos), cabe ao próprio ordenamento, a fim de garantir sua ordem, aplicar as 
devidas sanções. 
O Direito Penal, tendo como fim a proteção da sociedade e a defesa dos bens jurídi-
cos fundamentais, possui assim papel inigualável nesse contexto. Ele regula o poder 
punitivo do Estado tendo em vista os fatos de natureza criminal e as medidas aplicá-
veis a quem os pratica.
No ambiente virtual, tal como no real, frequentemente ocorrem crimes que devem 
igualmente ser coibidos. Tais crimes são denominados crimes virtuais e são o objeto 
desta unidade.
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SUMÁRIO
4.2 OS CRIMES VIRTUAIS E SUAS 
CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS
FIGURA 4 - INTERNET E OS CRIMES VIRTUAIS
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Os crimes cometidos pela Internet têm recebido, nos últimos anos, denominações 
diferentes, em vários países. Dentre alguns, pode-se citar os crimes virtuais, crimes e 
infrações por computador, infocriminalidade, fraudes informatizadas, delitos infor-
máticos, computer criminals, infrações cometidas por meio de computador. Entre-
tanto, o termo crime virtual ganhou maior simpatia dos estudiosos, sendo por isso 
mais utilizado.
Os crimes virtuais podem ser conceituados como aquelas condutas praticadas 
com o uso de sistema de informática para atentar contra um bem ou interesse 
juridicamente protegido.
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Tais crimes geram atualmente muitos questionamentos jurídicos, que apresentare-
mos de forma breve.
O problema inicial refere-se às normas aplicáveis nos delitos cometidos no território 
brasileiro. É notório o fato de que, com relação aos crimes virtuais, a tutela penal tor-
na-se muito mais dificultosa. Estabelecer o bem jurídico violado, o agente causador, 
bem como a tipificação da infração é um tema complexo. Vamos entender o motivo! 
Primeiramente, porque muitas disposições do Código Penal não são aplicáveis a es-
sas condutas. Isso dá-se em razão do princípio da reserva legal que obriga a legis-
lação a caracterizar determinado fato como criminoso, uma vez que sem lei, não há 
crime (art. 1º do Código de Processo Penal e art. 5º, XXXIX da Constituição Federal).
E, nesse caso, podemos citar, como exemplo, a invasão de dispositivo móvel 
e o furto de imagens e vídeos íntimos para divulgação na rede mundial de 
computadores, como ocorreu com a atriz Carolina Dieckmann.
Alguns anos atrás, não era crime invadir um celular alheio via internet e furtar arqui-
vos, pois o Código Penal determinava expressamente que furto seria “subtrair coisa 
alheia móvel para si ou para outrem”. Entretanto, depois da repercussão do caso da 
atriz Carolina Dieckmann, que teve fotos íntimas roubadas de seu celular e divulga-
das na rede, uma lei específica foi criada, alterando o Código Penal Brasileiro e acres-
centando os artigos 154-A e 154-B ao rol de crimes.
Além disso, não é possível a construção de interpretações extensivas e analógicas para 
criar novas modalidades de crime. Há condutas praticadas pela via eletrônica, que 
são as mesmas tratadas pelo Código Penal, com a peculiaridade de serem praticadas 
por computadores. Para essas, a responsabilização é possível. Para os demais casos, 
tais como a invasão de dispositivo alheio, como citada no exemplo acima, devem ser 
criadas normas específicas. Algumas já foram criadas, tais como a Lei 12.737/2012 
(Lei Carolina Dieckmann), mas ainda são insuficientes.
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Outro ponto de dificuldade é a definição da autoria do crime. Diferentemente do 
mundo real, no ciberespaço, o exame e a autenticação dessa identidade não podem 
ser feitos visualmente, ou pela verificação de documentos ou de elementos identifica-
dores já em si evidentes, como placas de veículos ou a aparência física, por exemplo.
Quando um indivíduo está conectado na rede, só se pode determinar o 
endereço da máquina que envia as informações à Internet e o endereço 
da máquina que recebe tais dados. Esses endereços são chamados de IP — 
Internet Protocol, sendo representados por números, que não revelam nada 
sobre o usuário da Internet e muito pouco sobre os dados que estão sendo 
transmitidos. Isso é muito claro, por exemplo, nas hipóteses de computadores 
públicos, como os de laboratórios de universidades ou lan houses.
Também há de se questionar quanto à autenticidade dos documentos telemáticos 
e quanto à sua integridade. Tais receios só podem ser afastados pela aplicação de 
técnicas de criptografia que possibilita um elevado grau de segurança. Todavia, nem 
sempre um documento ou mensagem, ligado à conduta ilícita, será emitido de for-
ma criptografada e dificilmente será possível identificar quem praticou determinada 
conduta. 
O último ponto a ser destacado é a questão da aplicação da lei penal no espaço. A in-
ternet é uma tecnologia global sem fronteiras e sem donos, sendo quase impossível 
para qualquer nação garantir a execução de leis ou restrições que se busque impor 
no ciberespaço.
Cada país só possui autonomia para aplicar a sua lei dentro do seu território. 
Nesse sentido, se um site está hospedado em outro país, mesmo que os 
resultados do crime sejam causados no Brasil, seria muito difícil se aplicar a 
nossa legislação, o que faz com que vários crimes fiquem impunes.
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Um dos grandes problemas, hoje, para se apurar, identificar e penalizar os criminosos 
virtuais é a chamada deep web, que é um conjunto de páginas que não aparecem 
nas buscas normais e cujo acesso só pode ser feito por meio de protocolos criptogra-
fados e programas muito específicos que garantem a impossibilidade de se identifi-
car seus usuários.
Para entender um pouco mais sobre a chamada Deep Web, pesquise sobre 
o tema disponível na matéria Deep Web: o submundo da internet começa a 
entrar na mira da polícia.
4.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA APLICÁVEL AOS 
CRIMES VIRTUAIS
FIGURA 5 - A LEI E O VIRTUAL
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
DIREITO DIGITAL 
SUMÁRIO
Hoje, no Direito Penal Brasileiro, pode-se aplicar

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