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Biologia Molecular e Celular Isabel Lima SUPERFÍCIE CELULAR Está perdido? As anotações que eu fiz durante a aula estão em preto. Já as anotações feitas durante a leitura do Alberts estão em azul! Aproveite. Referências utilizadas: ALBERTS, B.; JOHNSON, A.; LEWIS, J.; et al. Biologia molecular da célula. Artmed, 2010. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS ● Capacidade de permeabilidade seletiva ○ A célula tem a capacidade de selecionar algumas que permeiam a célula. ○ O mesmo acontece na membrana interna, nas quais podem se criar microambientes com funções específicas ● Receber informações ● Importar/exportar pequenas moléculas ○ Difusão simples ○ Difusão facilitada (a favor do gradiente) ○ Transporte ativo (contra o gradiente) ● Capacidade de movimentação e expansão ○ Flexibilidade da membrana EXPERIMENTO DE FRYE E EDIDINE Criou-se um heterocarionte com proteínas derivadas de células de camundongos com proteínas de células humanas divididas em dois hemisférios. Após um período de incubação, percebeu-se uma mistura entre as proteínas, já não havendo dois hemisférios. Biologia Molecular e Celular Isabel Lima Com isso, defende-se a TEORIA DO MOSAICO FLUIDO em que o mosaico é formado com diferentes proteínas e lipídios LIPÍDIOS, SUAS ESTRUTURAS E A REGULAÇÃO DA FLUIDEZ ● GLICEROFOSFOLIPÍDIO ○ Compostos por um grupo glicerol (3C) + fosfato (polaridade negativa) + 2x Cadeias hidrocarbonadas 14/24 átomos de C ⇒ Ácido fosfatídico que se liga aos radicais ○ Radicais: ■ Fosfatidiletanolamina ■ Fosfatidilserina ■ Fosfatidilcolina ■ Fosfatidilinositol (menor concentração na membrana, presente na monocamada citosólica) ● ESFINGOMIELINA ○ No lugar do glicerol há uma esfingosina que se liga a uma etanolamina. ○ Ponto de fusão mais elevado! ○ Balsas lipídicas/rafts lipídicos/DRMs —> locais mais densos da membrana ● COLESTEROL ○ Anéis aromáticos rígidos + cadeia linear hidrocarbonada ⇒ Parte apolar ○ Hidroxila (polaridade negativa) ⇒ Parte polar ○ Presente em células animais ■ Células vegetais —> fitoesteróis ● GLICOLIPÍDIOS Biologia Molecular e Celular Isabel Lima ○ Ao invés de ligar com um fosfato, a cadeia hidrocarbonada + glicerol (porção hidrofóbica) se liga a glicerídeos. Possuem uma porção polar/hidrofílica representada pela hidroxila e pelo sacarídeo. As partes HIDROFÓBICAS podem ser saturadas ou insaturadas (que não possuem a saturação de hidrogênio). As insaturadas, por possuirem uma dupla, acaba “entortando” a cadeia hidrocarbonada, criando um espaçamento no mosaico e influenciando na fluidez da membrana. A parte hidrofóbica não faz ligações com soluções aquosas, enquanto que moléculas polares podem fazer ligações dipolo-dipolo (como as lig de H, H-NOF) Moléculas lipídicas com formato cônico formam micelas (a ponta do cone no centro) enquanto que as cilíndricas (como o fosfolipídio) formam bicamadas. Um exemplo de micela são as “gotas lipídicas/adipócitos”onde se acumula triacilglicerídeos e ésteres de colesterol que podem servir como matéria prima para a síntese da mp ou como fonte de alimento. Ela é circundada por uma monocamada repleta de proteínas.(573, big alberts) As bicamadas se fecham em estruturas esféricas, pois a sua versão extendida é instável em meio aquoso (porção hidrofóbica exposta a água, as cabeças hidrofílicas protegem as caudas hidrocarbonadas, proíbe-se a existência de bordas livres). As esferas formadas pela bicamada permitem a construção de ambientes aquosos fora e dentro do composto, ao contrário das micelas. As mesmas forças que formam essa esfera também são responsáveis pela propriedade de auto selamento da membrana, haja vista que uma pequena fenda nela iria expor a parte hidrofóbica a água. (568, albertão) MOVIMENTOS DOS FOSFOLIPÍDIOS ● Difusão lateral (com pequenos saltos) ● Flexão ● Rotação ● Flip-flop (mais raro) ○ O colesterol consegue “flipflopar” com mais frequência ○ Pode ser catalisado por uma flipase/translocadoras de fosfolipídios Biologia Molecular e Celular Isabel Lima ■ Essas enzimas existem para transferir os fosfolipídios da monocamada interna para externa, haja vista que quando essa membrana é feita, ela possui uma única camada. (570, albertão) OBS: As composições dos diferentes tipos de fosfolipídios varia por espécie, tecido e etc. FLUIDEZ Depende de aspectos como: ● Tamanho das caudas hidrocarbonadas ○ Maior a cauda, maior os números de interações de van der walls, menor a fluidez ● Insaturações ○ A presença de uma dupla causa uma torção da cauda, gerando um afastamento entre os fosfolipídios —> aumenta a permeabilidade e aumenta a fluidez (maior a distância mais fraca é a força de interação) ● Colesterol ○ Altas temperaturas —> enrijece a membrana com os anéis reduzindo a mobilidade dos primeiros CH2 das cadeias (freia o excesso de energia cinética) ○ Baixas temperaturas —> impede a gelação/transição de fase (571, albertão) (afasta os fosfolipídios) ● Balsas lipídicas/Rafts lipídicos/DRMs ○ Maior concentração de esfingomielinas + colesterol —> menos fluida ○ Importantes para comunicação celular ○ É uma concentração de lip e prot dinâmica e temporária ligadas por interações proteína-proteína (572, big alberts) Biologia Molecular e Celular Isabel Lima ASSIMETRIA Existem uma assimetria entre a monocamada interna e a monocamada externa da célula. Essa assimetria é mantida a medida que a célula cresce, então ela não é aleatória. ● A fosfatidilserina (negativamente carregada), fosfatidilinositol e a fosfatidiletanolamina são presentes na monocamada interna. ● A esfingomielinas, os glicolipídios e as fosfatidilcolinas estão presentes na monocamada externa. ● O colesterol é presente em ambas as monocamadas. OBS: Colina ta pra cima! Todo o resto das fosfatidil ta pra baixo. Na colina tem uma esfinge e muito açúcar. Essa assimetria é útil para a: 1. presença de uma diferença de potencial. 2. Conversão de sinais extracelulares em sinais intracelulares a. PKC se une a face citosólica com a fosfotidilserina b. O fosfatidilinositol (presente na monocamada interna) pode sofrer diferentes tipos de fosforilação que recrutam proteínas específicas do citosol para a membrana. c. O fosfatidilinositol pode ser clivado pela fosfolipase C gerando dois fragmentos em que um ativa a PKC e outro estimula a liberação de íons cálcio d. O flipflop da fosfatidilserina sinaliza que a célula está em apoptose. i. Primeiro se inativa o translocador deste fosfolipídio e depois se ativa a scramblase que faz essa transferência de maneira aleatória. (574, albertão) O fosfatidilinositol é 1. um substrato para a enzima fosfolipase-c-Beta iniciadas por receptores da proteína G sendo relacionadas a proliferação celular. Biologia Molecular e Celular Isabel Lima 2. Pode ser fosforilado ativando a Akt, importante para inibir a apoptose COMO SURGE ESSA ASSIMETRIA 1. Todos os fosfolipídios em eucariotos são produzidos na membrana do retículo. 2. A scramblase mistura os fosfolipídios aleatoriamente no retículo 3. Quando chega no Golgi as flipases começam a selecionar os fosfolipídios, organizando a assimetria via flip-flop. a. Na região citosólica do golgi há os fosfatidilserina e fosfatidilinositol e na não citosólica há a fosfatidilcolina, esfingomielinas e glicoproteínas. Os fosfolipídios são formados para o folheto citosólico no retículo endoplasmático liso que são redistribuídos pela scramblase (transferência aleatória). Passando para o Golgi as flipases catalisam as transferências de fosfolipídios de maneira mais específica, a fim de manter assimetria a medida que a célula cresce. As proteínas postas na membrana luminal no RE, persistindo como luminal no Golgi e na vesícula de transporte e, quando há a fusão com a membrana plasmática, essa face luminal vira a face não-citosólica (externa). As proteínas inseridas nas faces citosólicas no RE (externo da esfera) continuam voltadas para o citosol quando fundidas a membrana (bicamada interna). Os glicolipídiosficam na face luminal na vesícula presente no RE (dentro da esfera) e adquirem o grupo sacarídeo no golgi, ainda ficando dentro da esfera, passando a fazer parte da face não-citosólica da membrana (bicamada externa). PROTEÍNAS DE MEMBRANA Podem ser: ● Transportadoras/canais ● Âncoras ● Receptores ● Enzimas no domínio citosólico E também se dividem em: Biologia Molecular e Celular Isabel Lima 1. Proteínas periféricas —> ligações iônicas (mais fácil de extrair, solução salina) 2. Proteínas integrais —> ligações covalentes (mais difícil de extrair, detergentes) Aquelas proteínas que atravessam a bicamada são chamadas de TRANSMEMBRANA (integrais) onde a sua porção hidrofóbica se volta para a bicamada e a porção hidrofílica está no centro do poro e voltado para o exterior e o interior. Elas podem ser que podem ser: 1. Alfa-hélice a. Unipasso (1) b. Multipasso (2) 2. Beta pregueada —> que fora os beta barril (3) Também existem proteínas ancoradas por uma alfa-hélice anfifílica a uma única camada (4). Outras integrais estão ligadas a bicamada por uma única ligação covalente (cadeia de ácidos graxos ou um grupo prenila) (5). Existem outras proteínas ancoradas pela glicofosfatidilinositol (GPI) (6). Já para as periféricas/associadas a membrana são ligadas por ligações não-covalentes (7,8) AMINOÁCIDOS Existem 4 tipos de aminoácidos: ácidos (-mente carregatos), básicos (+mente carregados), polares e apolares. Os ácidos, básicos (que possuem carga) e polares (que possuem um dipolo) normalmente procuram ambientes aquosos. Quando uma proteína tem majoritariamente aminoácidos apolares, essa proteína ficará no interior hidrofóbico da bicamada e conseguirá passar por difusão Biologia Molecular e Celular Isabel Lima simples. As carregadas e as polarizadas precisam passar por proteínas transportadoras transmembrana em alfa hélice ou beta pregueada por serem hidrofílicas e não conseguirem passar por difusão simples pela bicamada. TRANSMEMBRANAS As ALFA-HÉLICES podem ser: Unipasso —> possui um pico de hidropatia que localiza um segmento de uma alfa-hélice. Ou seja, possui uma única alfa-hélice. Multipasso —> possui vários picos de hidropatia, sinalizando várias alfas hélices. É a mais comum nos canais de transporte. As BETA PREGUEADAS juntas formam o BETA BARRIL que podem servir para o transporte ou como receptores de enzimas. Elas não são percebidas por gráficos de hidropatia. (581, big alberts) Essas transmembranas transportadoras torna a difusão de substâncias polares/carregadas mais rápida! Se a água, por exemplo, passasse pela bicamada em difusão simples ela demoraria muito, mas passaria. Um poro aquoso possui em seu externo aminoácidos apolares e no centro aminoácidos polares/carregados (ácidos ou básicos). AS ETAPAS DA FORMAÇÃO DE PROTEÍNAS TRANSMEMBRANAS MULTIPASSOS: 1. A recém sintetizada passa lateralmente para o interior hidrofóbico da bicamada, se espalhando pela bicamada 2. A segunda etapa é a junção das transmembranas, enovelando-as As BETA PREGUEADAS juntas formam um sistema de BETA BARRIL. Biologia Molecular e Celular Isabel Lima LIMITAÇÃO DOS MOVIMENTOS DAS PROTEÍNAS DE MEMBRANA 1. Em situações em que a membrana se polariza (não tem relação com eletricidade, ela se divide em ⅔ tipos). a. Por ex, as células epiteliais são divididas em domínios apicais, basolaterais que possuem concentrações de proteínas diferentes. 2. Adensados de proteínas (como balsas lipídicas) 3. Proteínas periféricas da membrana limitando o movimento, prendendo-as a. Currais das proteínas de membrana plasmática ⇒ em que proteínas transmembrana faz contato com proteínas de ancoragem que interage com o citoesqueleto de actina e a espectrina. A actina (um fio) reduz o movimento das proteínas que estão presas seja por ancoras seja por bandas. Associação de proteínas com outras proteínas periféricas de ancoragem ligadas ao citoesqueleto. 4. Proteínas periféricas que ligam proteínas de uma célula a outra através de uma ligação transiente. OBS: O retinal, ao receber fótons, inicia a ressonância, sensibilizando e modificando a conformidade proteica. Isso é útil em bactérias rodopsinas e para a visão. GLICOCÁLICE São glicerídeos (glicoproteínas e glicolipídios juntos) ligadas as proteínas voltadas para a parte externa da célula. Forma uma espécie de um muco que atrai a água e íons (cria uma proteção química como o muco da célula parietal estomacal) e também possui uma afinidade por lectinas Deve-se destacar a presença de aminoácidos de cisteína que se ligam a átomos de enxofre (em ambientes oxidantes, re) ou se ligam a hidrogênios (em ambientes redutores, citosol). Biologia Molecular e Celular Isabel Lima ● Redutor —> Cisteína + hidrogênio (citosol) ● Oxidante —> Cisteína + enxofre = ligações de dissulfeto (lúmen do retículo endoplasmático) ○ Como essas ligações são formadas no lúmen do RE elas passam a ficar no meio externo da célula POR QUE HÁ A FORMAÇÃO DE S-H EM AMBIENTES REDUTORES E S-S EM AMBIENTES OXIDANTES? A sulfidrila/tiol (SH) é formado em ambientes redutores O glicocálice também tem uma função de reconhecimento celular. As células leucocitárias fazem ligações temporárias com outras células reconhecendo células endoteliais a partir do seu glicocálice. A partir das integrinas + icams os leucócitos se movem pelo endotélios. MEMBRANAS CELULARES DE PEIXES EM ÁGUAS GELADAS Seriam membranas com uma alta concentração de colesterol (para evitar a gelação), com cadeias curtas e insaturadas (para aumentar a fluidez e a permeabilidade). Referências ALBERTS, B.; JOHNSON, A.; LEWIS, J.; et al. Biologia molecular da célula. Artmed, 2010.
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