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EDUCAÇÃO AMBIENTAL TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL – EAD Educação Ambiental – Profª. Dra. Selma Bellusci Meu nome é Danilo Seithi Kato. Sou mestre em Educação pela Faculdade de Educação da USP na área de Ensino de Ciências e Matemática. No mestrado, fiz uma pesquisa sobre formação de professores e os documentos curriculares oficiais, discutindo diretrizes educacionais brasileiras. Desenvolvo um trabalho de Educação Ambiental em Batatais em um núcleo denominado Batea (Batatais Educação Ambiental), que, desde 2008, visa à formação continuada de professores, munícipes e pequenos agricultores. Atualmente, no doutorado, desenvolvo uma pesquisa do tipo "estado da arte" sobre a pesquisa em Educação Ambiental no Brasil, integrando um grupo que envolve cinco universidades públicas. Atuo em um grupo de Educação popular denominado Conexão em que focamos as questões socioambientais de Ribeirão Preto. Trabalho em instituições particulares nos níveis de ensino fundamental, médio e superior. e-mail: katosdan@yahoo.com.br O meu nome é Selma Bellusci. Minha formação acadêmica inicial foi Bacharel em Ciências Biológicas pela UNESP - Botucatu. Fiz o Mestrado no Departamento de Ecologia na área específica de Entomologia na USP de Ribeirão Preto. O meu Doutoramento foi em Entomologia, cujo tema abordava Cronobiologia de Insetos Sociais, mais especificamente, as abelhas sem ferrão, também pela USP de Ribeirão Preto. Posteriormente, fiz pós-doutorado na “The Hebrew University of Jerusalem”, em Israel, na área de Evolução da Ritmicidade Biológica nos Insetos Sociais, cuja pesquisa foi focada nos ritmos circadianos das abelhas do gênero Bombus. Fui professora do ensino fundamental e médio da rede estadual e particular, em São Paulo e Ribeirão Preto. Atualmente, sou professora do curso de graduação presencial e a distância de Ciências Biológicas e do curso de pós-graduação a distância em Gestão Ambiental, do Centro Universitário Claretiano. e-mail: selma.bellusci@gmail.com EDUCAÇÃO AMBIENTAL Profª. Dra. Selma Bellusci Caderno de Referência de Conteúdo © Ação Educacional Claretiana, 2013 – Batatais (SP) Trabalho realizado pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais (SP) Curso: Tecnologia em Gestão Ambiental Disciplina: Educação Ambiental Versão: fev./2013 Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva Vice-Reitor: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. Artieres Estevão Romeiro Coordenadora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental: Profª. Dra. Selma Bellusci Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Luis Henrique de Souza Patrícia Alves Veronez Montera Rita Cristina Bartolomeu Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Viviane Fernanda Zanotin Revisão Felipe Aleixo Rodrigo Ferreira Daverni Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Centro Universitário Claretiano Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretiano.edu.br SUMÁRIO CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7 2 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA ............................................ 8 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 16 4 E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 16 UNIDADE 1 – CAMPO DO CONHECIMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL (EA): DEFINIÇÃO, HISTÓRICO E CARACTERÍSTICAS 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 17 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 17 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 18 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 20 5 DEFINIÇÃO DE MEIO AMBIENTE ..................................................................... 21 6 CLASSIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ............................................................ 23 7 ORIGEM DAS PREOCUPAÇÕES COM O MEIO AMBIENTE ............................ 26 8 HISTÓRICO DA EA ............................................................................................ 27 9 SURGIMENTO DA EA COMO CAMPO DO CONHECIMENTO .......................... 36 10 CONCEITO DE EA ............................................................................................. 42 11 MÉTODOS DE ENSINO ...................................................................................... 44 12 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 45 13 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 45 14 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 46 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 47 UNIDADE 2 – CONTEXTOS, FUNDAMENTOS E PRÁTICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL 1 OBJETIVO .......................................................................................................... 49 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 49 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 49 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 51 5 EDUCAÇÃO PARA A GESTÃO AMBIENTAL ....................................................... 52 6 EA E EDUCAÇÃO PARA GESTÃO AMBIENTAL: APROXIMAÇÕES .................... 54 7 PRINCIPAIS CONCEITOS DA EDUCAÇÃO PARA A GESTÃO AMBIENTAL ........ 55 8 INTERDISCIPLINARIDADE ................................................................................ 70 9 MÉTODOS DE ENSINO ...................................................................................... 72 10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 73 11 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 73 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 74 UNIDADE 3 – EA COMO FERRAMENTA NA GESTÃO AMBIENTAL CORPORATIVA 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 75 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 75 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ...............................................76 4 INTRODUÇÃO Á UNIDADE .............................................................................. 77 5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL .................................................................................. 77 6 GESTÃO AMBIENTAL ........................................................................................ 81 7 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ........................................................................................ 83 8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 87 9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 87 10 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 88 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 88 UNIDADE 4 – EA COMO FERRAMENTA NA GESTÃO PÚBLICA 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 89 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 89 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 90 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 90 5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL ............................................................... 90 6 POLÍTICA NACIONAL, ESTADUAL E MUNICIPAL DA EA .................................. 93 7 ESFERA FEDERAL .............................................................................................. 95 8 ESFERA ESTADUAL ............................................................................................ 96 9 ESFERA MUNICIPAL .......................................................................................... 97 10 EA COMO INSTRUMENTO NA GESTÃO PÚBLICA ........................................... 98 11 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 104 12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 104 13 E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 105 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 105 EA D Conteúdo Original da autora Profª. Drª. Selma Bellusci 1. INTRODUÇÃO Seja bem-vindo à disciplina de Educação Ambiental! Este estudo consiste na apresentação de fundamentos e con- ceitos básicos para que o gestor possa trabalhar novas estratégias. Nos anos 70, devido à crescente preocupação com o meio ambiente, iniciou-se a construção de projetos de educação am- biental no Brasil, provenientes de várias instituições, inclusive do âmbito governamental. No entanto, através de uma análise um pouco mais aprofundada, percebe-se que apesar da diversidade nas estratégias, ou se voltavam para a ecologia ou para a idéia con- servacionista restrita. Caderno de Referência de Conteúdo CRC © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 8 Desta forma, várias linhas de trabalho em Educação Ambien- tal foram criadas, e no final da década de 70, o governo brasileiro criou um grupo de trabalho com a finalidade de conceituar a Edu- cação Ambiental e definir seus objetivos. A partir daí, percebeu-se a importância da visão global e integrada da Educação Ambiental. O inchaço das cidades promove uma variedade de espaços internos em contínua transformação. Existe um conflito entre o poder econômico e a necessidade de habitação e produção. Es- tes conflitos causam impactos negativos na natureza, promovendo desequilíbrios, resultando em prejuízos à qualidade de vida. São necessárias, portanto, mudanças de postura frente aos problemas que foram surgindo. Somente com a conscientização a respeito dos problemas é que novas ações que objetivem a solução e a me- lhoria o estilo de vida, poderão mudar este triste cenário. A Edu- cação Ambiental tem um papel fundamental no desenvolvimento de ações que respeitem a complexidade ambiental e que possam minimizar ou mitigar os impactos causados. Diante deste contexto, é de suma importância que gestor ambiental, através de uma formação sólida e fundamentada, pos- sa criar ou adequar estratégias já existentes para atingir bons re- sultados. Este material o ajudará na busca desta formação! 2. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA Abordagem Geral da Disciplina Profª. Drª. Selma Bellusci Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será es- tudado nesta disciplina. Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o 9© Caderno de Referência de Conteúdo conhecimento básico necessário a partir do qual você possa cons- truir um referencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabilidade social. Vamos co- meçar nossa aventura pela apresentação das ideias e dos princí- pios básicos que fundamentam esta disciplina. Para iniciar nossos estudos da disciplina de Educação Am- biental, você terá oportunidade de entrar em contato com concei- tos e fundamentos que formarão a base do conhecimento nesta área. É importante destacar que a interdisciplinaridade permeia toda esta metodologia, então, se faz necessária uma mudança de postura na forma de trabalho. E esta é a proposta. No Caderno de Referência de Conteúdo (CRC), você encontra- rá temas que são fundamentais no estudo de Educação Ambiental e, portanto, devem ser bem estudados. Na Unidade 1, você encon- trará um histórico dos principais eventos e os avanços para tentar minimizar a degradação ambiental. Na Unidade 2, você compre- enderá fatores sobre a gestão dos recursos naturais e conceitos e princípios envolvidos. A EA como ferramenta na gestão corporati- va apresenta os desafios da EA nas empresas, que serão estudados na Unidade 3. A Unidade 4 vai trabalhar com as políticas públicas da EA. Vamos conhecer os órgãos públicos responsáveis pela ges- tão da EA no Brasil. Sempre que necessário, recorra às referências localizadas no final de cada unidade, pesquise outras e compartilhe com seus colegas e conosco novas informações. Após o estudo de cada uni- dade, complemente o seu conhecimento com textos relacionados ao tema que você acabou de estudar, ou mesmo pesquise sobre algum ponto da unidade que você achou mais interessante. Recorra ao seu tutor ou professor responsável para qualquer dúvida. Esperamos que você tenha um bom desempenho! © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 10 Glossário de Conceitos O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi- da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de co- nhecimento dos temas tratados na disciplina Educação Ambiental. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos desta disciplina: 1) Biodiversidade: refere-se à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a variedade genética dentro das popu- lações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna, de fungos macroscópicos e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comu- nidades, habitats e ecossistemas formados pelos orga- nismos. Refere-se também, tanto ao número (riqueza) de diferentes categorias biológicas quanto à abundân- cia relativa (equitabilidade) dessas categorias. E inclui variabilidade ao nível local (alfa diversidade), comple- mentariedade biológica entre habitats (beta diversida- de) e variabilidade entre paisagens(gama diversidade). Ela inclui, assim, a totalidade dos recursos vivos, ou bio- lógicos, e dos recursos genéticos, e seus componentes (www.biodiversidade.rs.gov.br). 2) Interdisciplinaridade Complexidade e Educação: [...] apesar das disciplinas em questão, partirem cada uma do seu quadro referencial teórico-metodológico, estão em situação de mútua coordenação e cooperação e estão engajadas num processo de construção de re- ferenciais conceituais e metodológicos consensuais (Ve- lasco, 2000, n.p.). 3) Transdisciplinaridade: [...] caracteriza a situação na qual estes referenciais consensuais têm sido construídos e propiciam a re-acomodação, com relativa desaparição, de cada "disciplina" envolvida no estudo e tratamento do fenômeno Considerado (Velasco, 2000, n.p.). 4) Sustentabilidade: [...] se refere a um modelo econômi- co, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem com- prometer a capacidade das gerações futuras de satisfa- 11© Caderno de Referência de Conteúdo zer suas próprias necessidades. Esta concepção começa a se formar e difundir junto com o questionamento do estilo de desenvolvimento adotado, quando se constata que este é ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente perverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social, politicamente injusto com concentração e abuso de poder, cultural- mente alienado em relação aos seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitos humanos e aos das demais espécies (Sachs, 2000, n.p.). Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es- quema dos Conceitos-chave da disciplina. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas próprias percepções. É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en- tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende- -se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co- nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe- dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza- gem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 12 na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es- tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog- nitivas, outros serão também relembrados. Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor- nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe- cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele- cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon- ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). 13© Caderno de Referência de Conteúdo Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave da disciplina Educação Ambiental. Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre os principais conceitos desta disciplina e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, a compreensão do conceito de Educação Ambiental, envolve a inte- gração de vários fatores, como a interdisciplinaridade, que impli- ca no diálogo de saberes, a participação da sociedade, o sistema político referente à ação social, os valores e o meio ambiente. A Educação Ambiental deve ser trabalhada de forma integrada. O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien- te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza- das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co- nhecimento. © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 14 Questões Autoavaliativas No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati- vas. Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática do ensino de Ciências Biológicas pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, me- diante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será disser- tativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional. As questões de múltipla escolha são as que têm como respos- ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res- posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus colegas de turma. Bibliografia Básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus es- tudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as bibliogra- fias apresentadas no Plano de Ensino e no item Orientações para o estudo da unidade. Figuras (ilustrações, quadros...) Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 15© Caderno de Referência de Conteúdo texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- teúdos da disciplina, pois relacionar aquilo que está no campo vi- sual com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. Dicas (motivacionais) O estudo desta disciplina convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação Ambiental como processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóri- cas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comu- nicação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendoa ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. Você, como aluno do curso de Tecnologia em Gestão Am- biental na modalidade EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode- rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ- ções científicas. Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure- cimento intelectual. © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 16 Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a esta disciplina, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, B. P. ; MACIEL, J. L. O território como conceito-chave na Educação Ambiental – reflexões a partir do projeto comunitário "Jardim Botânico e a comunidade preservando a flora nativa". Porto Alegre, Boletim Gaúcho de Geografia n. 31, p. 126-145. 2006. KRASILCHIC, M. Prática de Ensino de Biologia. São Paulo: Edusp, 2004. SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2000. VELASCO, S.L. Como entender a educação ambiental: uma proposta. Revista Ambiente e educação: questões ambientais e educação – a multiplicidade de abordagens, Rio Grande, v.2, n.3, p.107-119, 1997. 4. E-REFERÊNCIA BIODIVERSIDADE. Conceito. Disponível em: <http://www.biodiversidade.rs.gov.br/ portal/index.php >. Acesso em: 24 mar. 2012. EA DCampo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características 1 1. OBJETIVOS • Reconhecer a relevância da EA para as organizações. • Interpretar a EA enquanto campo do conhecimento e seu papel na sociedade. • Identificar o processo histórico sobre o surgimento das questões ambientais e a consolidação da EA. 2. CONTEÚDOS • Conceito e classificação de meio ambiente. • Campo do conhecimento em EA. • Histórico da EA. • Definição de EA. © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 18 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Sistemas de gestão ambiental é um conjunto de pesso- as, recursos e procedimentos que agem de forma orga- nizada segundo um objetivo pré-estabelecido. Aprofun- daremos os estudos sobre esta temática na disciplina Sistemas de Gestão Ambiental. 2) A Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981 dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e meca- nismos de formulação e aplicação, e dá outras providên- cias. Para conhecê-la na integra, acesse: BRASIL, Presi- dência da República – Casa Civil. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm >. Acesso em 11 jan. 2013. 3) Segundo Fiorillo (2004), o termo campo ou zona rural pode ser incluído na definição de meio ambiente artifi- cial por não estar empregado em contraste com o termo rural e qualifica algo que se refere a todos os espaços habitáveis. Em outras palavras, as plantações e constru- ções realizadas na zona rural também são interferências humanas e, portanto, constituem um ambiente artificial. 4) A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambien- te Humano, reunida em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972, esteve atenta à necessidade de um critério e de princípios comuns que ofereçam aos povos do mundo inspiração e guia para preservar e melhorar o meio am- biente humano (DHNET, 2009). 5) O Congresso Mundial de Educação Ambiental de Tbilisi estabeleceu os princípios orientadores da EA e marcou seu caráter interdisciplinar, crítico, ético e transforma- dor (AMBIENTE BRASIL, 2009). 6) ECO-92 ou RIO-92 são os nomes mais utilizados para de- nominar a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD) realizada en- tre 3 e 14 de junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro. 19© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características Este evento foi de grande importância para a consolida- ção do conceito de desenvolvimento sustentável e para a conscientização dos problemas relacionados ao meio ambiente (BRASIL ESCOLA, 2009). 7) A Lei n. 9.795 de 27 de abril de 1999, que dispõe so- bre a EA, institui a Política Nacional de Educação Am- biental e dá outras providências, pode ser acessada pelo site: BRASIL, Presidência da República – Casa Civil. Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L9795.htm>. Acesso em: 6 ago. 2011. 8) O Decreto n. 4281/02 regulamenta a Lei n. 9.795/99. Segue referência para acessá-lo: IBAMA. Decreto n. 4281/02. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/ cgeam/download.php?id_download=9>. Acesso em: 6 ago. 2011. 9) A Conferência Intergovernamental sobre Educação Am- biental considerou os problemas que o meio ambiente impõe à sociedade contemporânea, bem como o papel que a educação pode e deve desempenhar para a com- preensão de tais problemas. Recomendou, portanto, al- guns critérios que poderão contribuir na orientação dos esforços para o desenvolvimento da EA, em âmbito re- gional, nacional e internacional (VERDE ESCOLA, 2009). 10) Grün (1996) chamou de cartesianismo a concepção do conhecimento ligada à ideia da autonomia da razão do indivíduo e sua capacidade de compreender a natureza considerando-a como objeto que pode ser experimenta- do por meio de um método chamado científico. Para ele, Newton utilizou da linguagem matemática para estabe- lecer leis fundamentais que regem e decifram a nature- za, pressupondo de forma reducionista e fragmentada o controle dos processos naturais. 11) Para aprofundar suas reflexões sobre o meio ambiente natural, assista ao filme Efeito borboleta, que trata sobre a teoria do caos e discute a noção de causalidade. © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 20 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE A EA é um campo do conhecimento recente. As primeiras preocupações com a questão ambiental ocorreram somente nas últimas décadas, pois originaram-se ao mesmo tempo em que o desenvolvimento econômico e o modo de produção capitalista e industrial disparam em um processo frenético de produção e in- centivo ao consumo. Vale observar que a valoração monetária dos objetos e a transformação de matérias-primas em produtos industrializados configuraram-se como o grande filão da economia e, com isso, as- pectos e impactos ambientais tornaram-se um ponto nevrálgico das organizações. O referido cenário promoveu a superação de uma educação conservacionista, fundamentada na tentativa de promover a mu- dança de comportamento dos indivíduos para uma manutenção da natureza, por uma EA vinculada com questões sociais, políticas e culturais, uma vez que ela supera uma perspectiva ecológica en- globando questões do meio ambiente humano. Note que essa ideia remete à responsabilidade de cada ci- dadão ou grupo de cidadãos com maneira que interagem e mo- dificam o ambiente em que se instalam e a consequência disso para a comunidade global.Além disso, a gestão ambiental procura construir sistemas de propostas e reflexões que incluam essas di- retrizes na pauta das organizações humanas. Os sistemas de gestão ambiental tornam-se fundamentais no seio de qualquer instituição da atualidade. Isso acontece por- que problemas socioambientais como poluição, degradação da imagem de uma empresa, as falhas no processo de produção, pro- blemas e perdas com o transporte de produtos, obsolescência dos equipamentos e uso de combustíveis, epidemias, incidente ou aci- dente técnico, podem ocorrer em qualquer organização e a gestão desses problemas que configura o processo de gestão ambiental torna as práticas ecologicamente mais equilibradas. 21© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características Para tanto, a primeira etapa de um sistema de gestão am- biental é constituir uma política ambiental que delimita a missão e os principais objetivos e metas da organização com relação às questões socioambientais. Além disso, uma política ambiental precisa, para ser efeti- vamente eficaz, permear todas as pessoas envolvidas na organi- zação, uma vez que somente dessa forma as ações e comporta- mentos poderão resultar em uma diminuição de impactos e uma proximidade com práticas menos agressivas ao meio ambiente. Nesse contexto, a EA é o principal instrumento para o esta- belecimento de uma "política ambiental" em nível organizacional, municipal, regional, federal e até mesmo global. É por meio desse processo educativo que pessoas poderão refletir sobre seu ambien- te de trabalho, sobre suas vivências e sua qualidade de vida como fatores ambientais dependentes de uma sociedade atuante, coleti- va e reflexiva. A prática e a reflexão do coletivo são o cerne da EA e é esse o norte do estudo desta disciplina que iniciaremos agora. Bom estudo! 5. DEFINIÇÃO DE MEIO AMBIENTE O estudo da EA envolve a habilidade peculiar de olhar para o meio ambiente e tentar compreendê-lo em sua totalidade comple- xa. A fragmentação do conhecimento proporcionou uma visão de- turpada da realidade ambiental, promovendo um distanciamento da ideia de meio ambiente da realidade de vivências do cidadão. Meio ambiente é, portanto, tudo o que envolve ou cerca os seres vivos. A palavra ambiente vem do latim. O prefixo ambi dá a ideia de "ao redor de algo" ou de "ambos os lados", enquanto o verbo latino ambio, ambire significa "andar em volta ou em torno de alguma coisa". Cabe notar que as palavras meio e ambiente trazem a ideia de entorno e envoltório, de modo que a expressão meio ambiente encerra uma redundância (FIORILLO, 2004). © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 22 O termo meio ambiente é uma expressão consagrada no Brasil, na Espanha, bem como nos demais países que falam o castelhano (medio ambiente). Já no idioma francês e no inglês utilizam-se as palavras environnement e environment, respectiva- mente, ambas originadas do francês antigo environer, que significa circunscrever, cercar e rodear, o que envolve os seres vivos e as coisas ou o que está ao seu redor do planeta Terra com todos os seus elementos, tantos os naturais quanto os alterados e constru- ídos pelos seres humanos. Essa variação entre os aspectos globais e locais constituem a principal noção das práticas em EA. Portanto, a ideia de meio ambiente deve primordialmente voltar para a realidade conhecida e vivida cotidianamente, uma vez que os problemas socioambientais se apresentam em nosso dia a dia, em nosso trabalho, na vida pessoal, e não apenas em ní- vel global, distante e abstrato. Essa mediação entre os ambientes próximos e sua articulação com aspectos mais gerais é um exercí- cio fundamental em EA. O Art. 225 da CF (Constituição Federal do Brasil) de 1988 uti- liza a expressão sadia qualidade de vida que considera um ambien- te próximo e direto que é a qualidade do meio circundante e um aspecto mais mediato que é a saúde, o bem-estar e a segurança da população que está sintetizada na expressão qualidade de vida (FIORILLO, 2004). As definições sobre meio ambiente podem ser variadas e são determinadas segundo os interesses de quem os define. Por isso, antes de desenvolvermos qualquer atividade em EA é preciso co- nhecer a concepção de meio ambiente das pessoas envolvidas na atividade. Para Reigota (2004, p. 21), o meio ambiente é: [...] um lugar determinado e ou percebido onde estão em relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam processos de criação cultural e tecnológi- ca e processos históricos e políticos de transformação da natureza e da sociedade. 23© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características Assim, por meio ambiente entende-se o ambiente natural e o artificial, isto é, o ambiente físico e biológico original e o que foi alterado, destruído e construído pelos humanos, como as áreas urbanas, industriais e rurais, os quais condicionam a existência dos seres vivos. Pode-se afirmar, portanto, que o meio ambiente não é apenas o espaço onde os seres vivos existem ou podem existir, mas a própria condição para a existência de vida na Terra. Nesta definição, é importante incluir também os aspectos do ambiente cultural e do ambiente do trabalho, que interferem con- sideravelmente nas relações entre os organismos entre si e o meio em que vivem. 6. CLASSIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE O conceito de Meio Ambiente é, de certa forma, impreciso, visto que requer um conjunto de elementos que não se resume apenas ao aspecto da Ecologia, mas sim, que envolve outros as- pectos, como, por exemplo, o ambiente do trabalho e o da cultura. [...] Quando se fala em classificação do meio ambiente, na verdade não se quer estabelecer divisões isolantes ou estanques do meio ambiente, até porque, se assim fosse, estaríamos criando dificulda- des para o tratamento da sua tutela. Mas exatamente pelo motivo inverso, qual seja, de buscar uma maior identificação com a ativi- dade degradante e o bem imediatamente agredido (A ECOL NEWS, 2009). Você verá a seguir os quatro tipos de ambientes: 1) Ambiente natural: por exemplo, as matas virgens e ou- tras regiões auto-sustentadas, pois são acionadas ape- nas pela luz solar e outras forças da natureza, como pre- cipitação, ventos, fluxo de água etc., e não dependem de nenhum fluxo de energia controlado diretamente pelos humanos, como ocorre nos outros ambientes. 2) Ambiente artificial: construído, fabricado ou desenvol- vido pelos humanos, constituído pelas cidades, pelos parques industriais, zonas rurais e corredores de trans- portes como rodovias, ferrovias e portos. © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 24 3) Ambiente cultural: envolve os aspectos culturais dos po- vos, bem como a forma com que interagem entre si e com o meio que os circundam. 4) Ambiente do trabalho: ambiente em que as pessoas de- sempenham suas atividades laborais. Observe que na maioria das vezes as pessoas restringem suas reflexões sobre o meio ambiente ao ambiente natural, consti- tuindo uma visão romântica ou puramente estética com discursos preservacionistas, contudo, pouco engajados ecologicamente. A seguir, vamos conhecer mais profundamente cada uma dessas classificações! Meio ambiente natural O meio ambiente natural é constituído não apenas por seus elementos (água, ar, solo e biodiversidade) em separado, mas também pelo conjunto de interações complexas que ocorrem en- tre esses elementos. O termo equilíbrio ecológico considera essas interações mú- tuas caracterizando um fenômeno conhecido como homeostase, ou seja, um equilíbrio dinâmico entre todos os aspectos envol- vidos no meio. Esse equilíbrio é muito sensível a alterações que ocorrem em cadeia tomando proporções imensuráveis. De acordo com o Art. 225 da CF de 1988: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidadede vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê- -lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Meio ambiente artificial Meio ambiente artificial é o espaço construído ou alterado pela espécie humana, consistente no conjunto de edificações (de- nominado espaço urbano) e pelos equipamentos públicos. Nessa definição, inclui-se o termo campo ou zona rural. 25© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características A CF de 1988 abriga essa definição em dois de seus artigos prevendo a competência material da União Federal de instituir di- retrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, sane- amento básico e transportes urbanos. Meio ambiente cultural O meio ambiente cultural é integrado pelo patrimônio histó- rico, artístico, paisagístico, arqueológico e turístico, que, embora artificial como obra do homem, difere do anterior (que também é cultural) por ter um valor especial (SILVA apud FIORILLO, 2004). Segundo o Art. 216 da CF: Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza ma- terial e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, porta- dores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, ar- tístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. Vale salientar que o patrimônio cultural configura a história de um povo, sua identidade cidadã e constitui, portanto, mais um princípio fundamental das práticas em EA. Meio ambiente do trabalho O meio ambiente do trabalho é constituído pelo local em que as pessoas desempenham suas atividades laborais, remune- radas ou não. Os problemas relativos a esse ambiente são fruto de um desequilíbrio entre as condições de trabalho e a saúde do trabalhador independente da posição que ocupem em uma orga- nização ou na sociedade. © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 26 O conceito de trabalho pode ser entendido como qualquer atividade caracterizada pelo componente de subordinação, desde que passível de valoração econômico-social abrangendo homens, mulheres, maiores ou menores de idade, celetistas, servidores pú- blicos, autônomos etc. A CF também menciona esse ambiente em seu Art. 200: Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: [...] VIII – colaborar na proteção de meio ambien- te, nele compreendido o do trabalho. Assim como os outros tipos de ambiente, este também está sob a tutela do Estado expresso no Art. 225 da CF, que é respon- sável por salvaguardar a saúde e a segurança do trabalhador no ambiente em que desenvolve suas atividades. Quando a espécie humana é inclusa no conceito de meio ambiente (com suas culturas e tecnologias) é esperado que as re- lações e os problemas ambientais deixem de ser uma questão mo- ral apenas normativa e passem a ser uma questão ética, ou seja, de preocupação com a qualidade de vida da sociedade atual e das gerações vindouras. Mas como a EA foi constituída? Quando e por que essas pre- ocupações ambientais surgiram? Vejamos nos tópicos a seguir! 7. ORIGEM DAS PREOCUPAÇÕES COM O MEIO AM- BIENTE As preocupações com as questões ambientais ficaram regis- tradas na história por meio dos encontros, seminários e congres- sos realizados entre nações envolvendo a intelectualidade para o debate sobre o tema. Além disso, os trabalhos que relacionam educação e meio ambiente já apresentam um histórico consolida- do dentro da literatura relacionada ao tema. 27© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características Ao ser publicado na década de 1960, o livro Primavera silen- ciosa, da jornalista norte-americana Rachel Carson, já chamava a atenção para os problemas relativos à interferência do homem no meio ambiente. Desde esse período, a ação antrópica (humana) sobre o ambiente é fator de crescente preocupação. Atualmente, as questões ambientais estão permeando, cada vez mais, a mídia de forma geral, os governos por intermédio de suas políticas públicas, bem como as pessoas que debatem e bus- cam soluções para os problemas ambientais. Segundo Fracalanza (2005), a crise ambiental que vivemos não tem precedentes na história da humanidade. Em decorrência disso, a sociedade deve lutar em conjunto por mudanças radicais de hábitos e por alterações significativas no modelo social. Todos precisam se engajar nos esforços para alterar, reduzir, minimizar os mais diversos aspectos dessa crise. Que ações concretas podem levar a sociedade a minimizar os aspectos da atual crise ambiental? Neste contexto, qual a con- tribuição da EA? Podemos observar que foi a necessidade de construção de novos conhecimentos, de mudanças de atitudes, de hábitos e de comportamentos relacionados ao meio ambiente, a responsável pelo surgimento da necessidade de reformulações no campo edu- cacional, uma vez que impulsionaram a criação de uma educação voltada para as questões ambientais, ou seja, a EA. 8. HISTÓRICO DA EA A primeira reunião formal de especialistas preocupados com a questão ambiental foi realizada em Roma, no ano 1968; foi uma reunião de cientistas dos países desenvolvidos para discutir o consumo e as reservas de recursos naturais não renováveis, bem como o crescimento da população mundial até meados do século 21 (REIGOTA, 2004). © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 28 Os cientistas colocaram a necessidade urgente de se buscar meios para a conservação dos recursos naturais e controlar o cres- cimento da população, uma vez que o que está atingindo e agra- vando o nosso meio ambiente são os índices altos de consumo e desperdício dos recursos naturais. Conforme Reigota (2004, p. 14), Um dos méritos dos debates e das conclusões do Clube de Roma foi colocar o problema ambiental em nível planetário, onde a Orga- nização das Nações Unidas realizou em 1972 em Estocolmo, na Su- écia a Primeira Conferência Mundial do Meio Ambiente Humano. O desenvolvimento industrial proporcionou grande moder- nização, ou seja, as novas tecnologias estão cada vez mais facili- tando o nosso cotidiano, ao mesmo tempo em que promovem o desenvolvimento econômico das nações. Sabemos que para manter essa cadeia produtiva é neces- sário um elemento fundamental: o consumidor. A exploração dos recursos naturais e do próprio trabalho gerou uma inconsistência, que é a manutenção da capacidade de consumo. Dessa maneira, foi preciso implantar um comportamento consumista pautado na obsolescência programada dos produtos industrializados, nos es- tereótipos da moda e na influência da mídia com seus programas de propaganda e marketing. Como podemos supor, esse comportamento exigiu um ritmo cada vez mais acelerado da cadeia produtiva, o que consequente- mente provocou grandes impactos ao meio ambiente. Essa revolu- ção tecnológica, com seus custos e benefícios, geraram um conflito de ideias nas políticas de cada nação diante da preocupação am- biental. Nesse contexto, alguns países em desenvolvimento, como, por exemplo, Brasil e Índia que viviam seus milagres econômicos, justificaram que esse era o preço do desenvolvimento; outros ten- tavam colocar limites para essa produção por meio de acordos. A poluição foi a discussão primordial na Conferência de Es- tocolmo, ocasionada especialmente pelas indústrias economica- mente bem-sucedidas. Essa conferência propôs que se deveria 29© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características educar o cidadão para depois solucionar os problemas ambientais. Com base nisso e acreditando na conscientização das pessoas é que surgea EA. Em 1977 acontece o primeiro Congresso Mundial de Edu- cação Ambiental em Tibilissi, na Geórgia, no qual foram apresen- tados os primeiros trabalhos que estavam sendo desenvolvidos em vários países. Em decorrência do período histórico em que se encontrava a antiga URSS, foram abordados temas como desar- mamento, paz, liberdade e democracia. Concluíram que enquanto não houvesse participação dos cidadãos na construção de proje- tos políticos de sociedade não haveria sentido falar em EA. Tais ideias embasaram outros encontros que continuaram as discus- sões sobre os problemas ambientais e do papel da sociedade para resolvê-los. Já em 1992 ocorreu na cidade do Rio de Janeiro a Eco-92, que também tratou sobre a questão da EA como um instrumento fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável. Esse foi o primeiro evento em que esse termo foi levantado, cuja gran- de preocupação era manter o crescimento econômico das nações sem destruir o meio ambiente, o que prejudicaria as gerações con- temporâneas e as futuras. Os vinte anos que separam a Conferência de Estocolmo e a ECO-92 mostram a mudança de concepções dos governantes com relação à questão ambiental. Enquanto a primeira tinha como pre- ocupação básica a preservação da natureza, a segunda tinha como objetivo discutir o desenvolvimento econômico. Vale ressalvar que a ideia de desenvolvimento sustentável permeia até hoje os discursos de grandes organizações, que é o equilíbrio entre economia e ecologia de maneira a garantir recur- sos naturais e um meio ambiente sadio para gerações futuras (REI- GOTA, 2004). © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 30 Segundo Vicentin (2001, p. 12), A Constituição Brasileira, promulgada em 1988, incluiu, por pres- sões dos movimentos ambientalistas civis, um capítulo sobre o meio ambiente com muitos artigos, incumbindo o Poder público de promover a EA em todos os níveis de ensino sem, no entanto, especificar como esta poderia ser promovida. Como podemos notar, ainda há uma grande necessidade de informações, até de pessoas da área em EA para que os educa- dores e cidadãos possam identificar e desenvolver projetos para resolver os problemas ambientais. A EA deve, portanto, estar presente na sociedade, como um todo, uma vez que por meio dessas práticas, poderemos formar "cidadãos planetários", ou seja, pessoas preocupadas com as in- fluências da sociedade no planeta ao longo dos tempos, começan- do pelo ambiente em que vivem e articulando suas reflexões com o ambiente global. Nesses termos, torna-se necessário abordar a EA como parte integrante e integrada do currículo escolar, pois essa é a instituição delegada ao processo formativo das pessoas, apesar de não ser o único espaço em que os processos educativos ocorrem. A EA deve estimular as pessoas a disseminar soluções, pro- duzir mudanças nas suas próprias condutas, modificando seus há- bitos de consumo, como, por exemplo, economizando água, reci- clando, não provocando queimadas e não poluindo o meio em que vivem. Segundo Vicentin (2001, p. 12-13), Para isso, a escola - ao ser considerado como principal lócus da so- cialização do conhecimento – precisa cumprir seu papel primordial na formação de sujeitos históricos, coletivamente responsável pela sua sociedade, tendo como funções a formação geral, científica, ética e moral. Partindo dessa perspectiva, observamos que os professores, ao obterem formação para atuar na área de EA, terão mais facili- dade para realizar sua atividade, uma vez que terão maior abertu- 31© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características ra para expor suas dificuldades e ideias, bem como para trocar ex- periências, o que possibilita a superação das dificuldades, fazendo da EA uma nova maneira de ensinar. Além disso, observamos que é importante um contínuo es- tudo sobre EA de qualquer profissional, pois não alcançaremos mudanças se não renovarmos as formações profissionais. Por essa razão, não se deve restringir a EA ao ambiente escolar já que, am- pliando o conceito de meio ambiente, observa-se que a questão ambiental é uma preocupação e responsabilidade de todos. Segundo Reigota (2004, p. 22-23), É consenso na comunidade internacional que a educação ambien- tal deve estar presente em todos os espaços que educam o cidadão e a cidadã. Assim, ela pode ser realizada nas escolas, nos parques e reservas ecológicas, nas associações, meios de comunicação de massa, etc. Como você pôde notar, há várias maneiras da EA estar pre- sente em todos os espaços. Um desses espaços é a escola, cuja presença é primordial, pois é nela que iniciamos os nossos conhe- cimentos sobre o meio ambiente. Nos parques e reservas ecológi- cas, a promoção da preservação da biodiversidade e dos recursos naturais também é um aspecto relevante. Contudo, o que se tem percebido é uma restrição da EA a esses aspectos conservacionis- tas e preservacionistas da estética da natureza. Já nas associações de bairros, a EA deve estar presente, uma vez que permite analisar problemas ambientais do dia a dia das pessoas envolvidas e, consequentemente, minimizar ou evitar a incidência de inúmeros danos ambientais. Nos sindicatos, a EA também é importante, pois as condições de trabalho, como, por exemplo, o manuseio de produtos tóxicos que vários trabalhadores são expostos diariamente, é uma ques- tão ambiental relacionada ao meio ambiente de trabalho. Essa educação pode preparar os trabalhadores e os próprios donos de indústrias para uma produção que amenize os riscos de acidentes. © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 32 As universidades, que se dedicam à formação de profissio- nais para atuar nas diversas áreas do conhecimento, poderiam inserir a EA em seus programas, independentemente da área de atuação do profissional, eliminando a fragmentação proporciona- da pelas disciplinas curriculares, pois isso auxiliaria no processo de formação de pessoas preocupadas com as principais questões socioambientais. A ideia de que a EA é uma área de estudo apenas do biólogo ou do geógrafo ainda persiste e prejudica uma visão interdiscipli- nar do meio ambiente. Nos meios de comunicação, a EA é voltada para debates, fil- mes, artigos que tratam sobre os problemas ambientais e contri- buem para a conscientização da população. A visão naturalística e conservacionista apresentada na mídia (especialmente a televi- siva) também é importante para despertar a preocupação com as questões relacionadas com o tema. Os meios de comunicação são relevantes na sociedade atual e inúmeras vezes são considerados os grandes responsáveis pela consolidação de concepções superficiais e, em certos momentos, deturpadas, bem como parciais sobre o ambiente. Independentemente dos espaços ou enfoques dados à EA, ela deve levar o cidadão ao conhecimento e à participação na re- solução dos problemas ambientais de sua comunidade sem, con- tudo, deixar de refletir sobre as questões ambientais planetárias. Em outras palavras, a escola juntamente com outros espaços sociais deve mostrar caminhos e desenvolver atividades atreladas a valores éticos, que possam fazer que as pessoas e a comunidade participem de sua sociedade como um cidadão brasileiro e plane- tário, ou seja, agindo em todos os lugares. Conforme Reigota (2004, p. 28), Quantas vezes os professores organizam, com muita dificuldade, atividades em locais situados a muitos quilômetros de distância da escola, desconsiderando que ali mesmo existem possibilidades 33© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características interessantes? Vemos que essa pergunta é uma forma de perce- bermos, que não precisamos ir longe para visitarmos as áreas pre- servadas, na escola há vários locais, como por exemplo na cozinha observando a presença ou não dos agrotóxicos nos alimentos, os hábitos alimentares, o desperdício que muitas vezes nós provoca- mos sem pensar nosdanos que vamos causar e também nos jar- dins da própria escola, podendo estudar a biodiversidade, ou seja, as variedades das plantas, pois é um ser vivo e precisa de cuidados. Para melhor explicar o que é, então, educação ambiental, na escola ou fora dela, creio ser necessário abordar os seus objetivos especí- ficos, conteúdos, métodos e processo de avaliação dos alunos. O processo reflexivo sobre as principais questões ligadas ao ambiente direto em que o aprendiz está inserido pode dar sen- tido às práticas em EA. Isso não significa que deve ficar restrita ao entorno de vivências de quem aprende, mas é partindo dessas experiências concretas que as pessoas poderão extrapolar suas re- flexões para questões mais amplas e abstratas. O conhecimento é essencial e todas as pessoas devem ter acesso a ele, pois o conhecimento permite que os indivíduos ve- jam melhor os problemas ambientais e possam atuar diante dessa situação com responsabilidade. O processo educativo objetiva levar os indivíduos e os grupos a adquirir o sentido dos valores sociais, um sentimento profundo de interesse pelo meio ambiente e a vontade de contribuir para a construção de um projeto político para a sociedade que priorize o equilíbrio entre as ações antrópicas e os ecossistemas. Tendo em vista essa ideia, é necessário que as pessoas mu- dem os comportamentos individualista, competitivo e imediatista, pessoais e sociais. É por meio da EA que valores como solidarieda- de, cooperação e participação política poderão reverter os meca- nismos que impedem mudanças na forma de interagir uns com os outros e com o meio ambiente. O processo educativo pode desenhar uma sociedade com a habilidade de articular projetos pessoais, profissionais com proje- tos municipais, estaduais, federais e planetários. © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 34 Somente por meio dessa mudança nas próprias relações sociais é que será possível encontrar cidadãos aptos a propor e avaliar programas e projetos voltados para questões relativas ao ambiente em que vivem, bem como para situações globais. Essa prática deve fazer sentido, não apenas como uma postura políti- ca ou ecologicamente correta, mas também como atitude ética, a qual é entendida por cada um como um compromisso com o pró- prio sistema ambiental em que o indivíduo compõe e influencia. Cada cidadão deve avaliar o meio ambiente de acordo com as necessidades de cada área, participar e contribuir para as pro- postas e intervenções. Isso significa afirmar que a EA precisa aju- dar as pessoas a entenderem sobre como e por que esses projetos devem ocorrer e dessa forma poderem avaliar suas ações de ma- neira adequada, isto é, ajudá-las a construir um processo contínuo de reflexão-ação-reflexão juntamente com seus pares sociais. Assim, acreditamos que a participação das pessoas é um as- pecto fundamental na construção de sua cidadania. Além disso, uma melhor qualidade de vida depende das atitudes de cada cidadão ca- pazes de reconhecer e lutar pelos direitos e deveres de cada um. Para tanto, a EA deve partir do processo reflexivo em que a unidade de ação é o grupo, considerando que o pensar e o agir coletivamente são processos árduos de aprendizagem, respeito e tolerância ao diferente. Além disso, é preciso levantar os problemas de vivencia do dia a dia com um grupo que compartilha das mesmas vivências e, portanto, possui perspectivas diferentes sobre as mesmas situa- ções. Essa experiência frequentemente provoca conflitos de inte- resses, o que exige conhecimento e mediações para que o grupo consiga produzir coletivamente. Observa-se, ainda, que muitos são os métodos possíveis para a realização da EA. Dessa maneira, o mais adequado é que cada proponente estabeleça o seu considerando as características de seu público-alvo. 35© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características O método empregado para promoção da EA em um deter- minado contexto exige o conhecimento das características locais, bem como os principais anseios da população envolvida. Esse co- nhecimento proporciona a criação de um caminho procedimental adequado àquela situação. A formação do grupo depende, portanto, da participação dos membros na criação e proposição da metodologia de ação, bem como na avaliação das propostas, ou seja, a formação do coletivo só pode ocorrer de maneira pró-ativa por parte de seus integrantes se eles forem autores dos projetos e da forma de au- toavaliação. Vale salientar que a avaliação deve ser o momento pedagó- gico em que se manifesta mais claramente o nível de envolvimento do cidadão com a sociedade. Para tal fim, é necessário considerar não apenas o conhecimento científico adquirido, mas também os aspectos individuais, de sua cultura, de sua família e da comunida- de em que vive. Portanto, a avaliação não pode ser encarada como uma for- ma de julgamento externo, mas como um processo interno de reflexão sobre parâmetros delimitados pelo próprio grupo como aspectos relevantes às práticas realizadas. Além disso, o educador deve respeitar a cultura de cada cidadão, uma vez que a diversidade cultural é um aspecto a ser considerado tanto em escala local como global, exercitar a tole- rância como forma de respeitar o diferente, considerar as opiniões de todas nas ações do grupo, bem como tolerar os outros (tolerar não é suportar, e sim respeitá-lo). Segundo Reigota (2004, p. 47), "a educação ambiental conta com vários recursos didáticos a ser empregados". Eles podem ser muito simples ou sofisticados, porém qual- quer que seja sua característica, a sua boa aplicação depende mui- to da atividade do professor. © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 36 Com isso, vemos que o professor pode aplicar os recursos didáticos de maneira simples ou sofisticada. Para tanto, é preciso estar cada vez mais preparado para reelaborar informações (den- tre elas a ambiental) que recebe para ajudar os alunos a construir suas expressões dos significados em torno do meio ambiente e da ecologia. 9. SURGIMENTO DA EA COMO CAMPO DO CONHECI- MENTO Quando tratamos da comunidade científica que produz tra- balhos dentro da educação a produção de artigos científicos, dis- sertações de mestrado e teses de doutorado que envolve o tema EA, também, é cada vez maior. Embora a pesquisa em EA seja re- cente no Brasil, a produção acadêmica e científica sobre essa te- mática já é grande e significativa no cenário nacional. Atualmente, diversas instituições dedicam-se à produção de pesquisas em EA e por meio de seus programas de Pós-graduação produzem trabalhos envolvendo a EA vinculados a diversas áreas de conhecimento, tais como (FRACALANZA, 2003): Agronomia. Arquitetura e Urbanismo. Biologia (especialmente Ecologia). Ciências Sociais. Direito. Economia e Administração. Educação. Engenharias. Geologia. Geografia. História. Medicina. Saúde Pública. Veterinária. 37© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características Fracalanza (2005) estima ainda a existência de pelo menos 555 trabalhos de investigação (dissertações e teses) produzidos no Brasil, a maioria dos quais publicados a partir da década de 1990. Mesmo considerando essa notável produção acadêmica so- bre EA, as informações sobre essa produção pouco têm circulado até mesmo na própria academia. Devido à abrangência da temáti- ca e das áreas envolvidas, sendo esta produzida em distintos pro- gramas de Pós-graduação, torna-se difícil a sua recuperação. Para exemplificar esta dificuldade temos o fato de que não são apenas os programas de Pós-graduação em educação que possuem esta produção, mas que outros programas de áreas das mais variadas também possuem (ou, pelo menos, afirmam que possuem) traba- lhos de pesquisa em EA. Estas trazem as mais variadas informações sobre EA, as controvérsias existentes nesse campo, bem como os recortes teóricos, objetivos e procedimentosde investigação que constituem trabalhos como os referidos no parágrafo anterior. Se no contexto da academia essas produções mal circulam, no contexto da escola o acesso é mais restrito, mesmo consideran- do toda a diversidade de diretrizes metodológicas existentes na EA. Estas diretrizes estão muitas vezes distantes das reais necessi- dades das comunidades com as quais se pretende desenvolver um projeto de trabalho. Mesmo com todas as recomendações, produzidas nas dire- trizes curriculares, ou mesmo em conferências, congressos e fó- runs da área, na escola, que considera a temática ambiental como sendo transversal e interdisciplinar, o desenvolvimento dos tra- balhos relacionados à EA origina-se de algumas áreas específicas de conhecimento, com as quais ainda está fortemente vinculado, como é o caso das Ciências (Ensino Fundamental), a Biologia (Ensi- no Médio) e a Geografia (Ensino Fundamental e Médio). Para Penteado (2000, p. 17), [...] ainda são as disciplinas de Ciências e Geografia que, com maior frequência, incluem as questões ambientais, privilegiando uma abordagem das Ciências naturais em detrimento do saber produ- © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 38 zido pelas Ciências humanas. Quando na escola trata-se dos aspec- tos sociais das questões ambientais, geralmente o que se vê é um trabalho voltado para a formação de atitudes preservacionistas, sem se preocupar com a formação da consciência ambiental, que é um "suporte indispensável à incorporação de condutas e oposição a adesões momentâneas ou modismos". Nas diretrizes de propostas curriculares para o Ensino Fun- damental mais recentes, especialmente as que se referem ao âm- bito nacional – Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), a questão ambiental é considerada uma tema de fundamental ur- gência e importância para a sociedade, pois o futuro da humani- dade depende da relação estabelecida entre a natureza e o uso pelo homem dos recursos naturais disponíveis. Nesse sentido, o tema meio ambiente (em todas as suas abordagens) e a EA devem ser considerados transversais nos currículos escolares, permeando toda a prática educacional. Amaral (2000) relata que uma das concepções de Ciências é a de ambiente e que suas diferentes alternativas de abordagem e compreensão são, em parte, reflexos da própria compreensão que temos da ciência, da sociedade, do ser humano e do próprio sig- nificado atribuído ao conhecimento. Desse modo, evidentemente determinam diferentes concepções do papel e da maneira como o ambiente deve ser trabalhado nos currículos escolares, mais espe- cificamente nos currículos de Ciências. Note que há um resgate das relações entre EA e o ensino de Ciências analisando os modelos curriculares oficiais do Estado de São Paulo, particularmente na década de 1990, os Parâmetros Curriculares Nacionais e as coleções didáticas. Utilizando critérios de análise como a interdisciplinaridade, o cientificismo, o antropo- centrismo e o utilitarismo presentes nas concepções de ambiente desenvolvidas nos currículos de Ciências, e partindo das divergên- cias entre os modelos e das controvérsias históricas na EA, o autor estabelece a existência de três modalidades básicas de EA inserida dentro dos currículos de Ciências (AMARAL, 2001, n.p.): 39© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características 1) Apêndice: ambiente tomado como complemento dos diversos tópicos do conteúdo programático convencional. 2) Eixo paralelo: os conteúdos tradicionais são mantidos intac- tos em sua forma convencional, predominantemente teórica e pouco associada a realidade, enquanto os conteúdos ambien- tais ganham tratamento diferenciado, intrinsecamente vincula- dos à realidade, seja natural, seja construída pelo ser humano. 3) Eixo integrador de todo o ensino de Ciências: ( todos os con- teúdos convencionais recebem um tratamento ambiental, por intermédio de uma abordagem metodológica que parte do co- tidiano do aluno e de suas concepções e experiências prévias sobre o assunto, explorando os fenômenos e materiais focaliza- dos e promovendo o seu desenvolvimento conceitual a respei- to, até os limites do seu estágio psico-sócio-cognitivo. No ano de 1998, ocorreu finalmente a inclusão do meio am- biente na nossa legislação (Lei n. 9795/99 e Decreto n. 4281/02), que prevê o ensino da EA em todos os níveis e também a cons- cientização pública para a preservação ambiental. A CF cita quais devem ser as relações entre o homem e a natureza. Retornando a história em 1983, o decreto n. 88.351 regulamentava as Leis 6.938 e 6.902, que determinaram as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente da época. Fracalanza (2008) menciona que, segundo a legislação re- lacionada à Política Nacional de Educação Ambiental, a temática ambiental deve permear todo o processo de escolarização, incluin- do o Ensino Superior desde a Graduação até a Pós-graduação. Cabe, portanto, à universidade a responsabilidade social de participar desse processo preparando quadros que possam con- duzir o estudo adequado da problemática ambiental, com o ob- jetivo de suprir tanto a comunidade interna quanto a externa de conhecimentos que despertem nelas o desejo e o incentivo para participarem da defesa do ambiente e da promoção de uma ade- quada EA. Através da educação formal, como está previsto na legislação que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, faz–se necessária uma medida ampla e urgente de sensibilização, não só nos centros urbanos, como também nas áreas periféricas e rurais, colocando © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 40 o homem no seu verdadeiro lugar, onde ele possa sentir-se força inseparável da natureza, porque é parte de sua estrutura (PARECER 226/87 apud GONÇALVES, 2009). A citação descrita anteriormente trata-se de um excerto do Relatório do parecer 226-87 do Conselho Federal de Educação - MEC, o qual se refere ao tema Educação ambiental. Dessa forma, a EA faz-se necessária na educação formal e na construção da cida- dania. Na ocasião do marco da EA, em 1977 durante a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, organizada pela Unesco e realizada em Tbilisi – Geórgia/CEI, ao elaborar objetivos, princípios, estratégias e recomendações, sugeriu-se que a EA deve: 1) ser atividade contínua; 2) ter caráter interdisciplinar; 3) ter um perfil pluridimensional; 4) ser voltada para a participação social e para a solução de pro- blemas ambientais; 5) visar à mudança de valores, atitudes e comportamentos sociais. Nessa perspectiva, é fundamental que a encaminhamento da EA na escola ocorra paralelamente e de forma integrada com a produção acadêmica na área. Assim, a caracterização, a análise e a organização de trabalhos acadêmicos de pesquisa em EA que sina- lizem perspectivas de orientações de trabalhos de EA no contexto do currículo escolar tornam-se fundamentais. Certamente, a Conferência de Tbilisi apresenta uma visão crítica da realidade remetendo a crise ambiental e os índices de degradação assentadas no sistema cultural da sociedade industrial que reitera um comportamento consumista, economicista e utili- tarista do meio ambiente. Essa visão restritiva ou restrita faz que as pessoas tornem a natureza um objeto, uma coisa que tem valor e que pode ser controlada por meio de práticas pautadas na razão científica. Note que Tbilisi rompe com outros encontros de caráter aca- dêmico que restringia o meio ambiente ao seu aspecto ecológico 41© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características e coloca oposição à ideia, ainda atual, de muitos educadores que creditam os problemas ambientais ao crescimento populacional, agricultura intensiva, crescente urbanização, como se fossem to- talmente dissociados da visão de mundo utilitarista da sociedade que fazem parte (LAYRARGUES, 2000). No Brasil, encontra-se em fase de aprovação junto à Funda- çãode Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), um Projeto Temático cujo objetivo é estabelecer o estado da arte da pesquisa em EA por meio da análise de dissertações de mestrado e teses de doutorado que trabalhem direta ou indiretamente dentro das áreas de conhecimento que fazem interface com a EA (FRA- CALANZA, 2008). Esse projeto intitulado A educação ambiental no Brasil: análise da produção acadêmica (dissertações e teses) é or- ganizado pelo grupo de pesquisa Formar-Ciências da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (Unicamp), por meio do Centro de Documentação da Faculdade de Educação da Unicamp (CEDOC) e conta com apoio do CNPq. Como você pode perceber, embora a pesquisa sobre EA e sua inserção na sociedade seja recente e incipiente, há uma demanda considerável por essas propostas. No entanto, durante pouco mais de vinte anos que a EA surgiu, ainda há dúvidas sobre sua validade enquanto área do conhecimento. Você pode pensar: se o conceito de meio ambiente deve ser ampliado para uma perspectiva do lugar em que está inserido o próprio homem, e se a educação ocorre em um determinado am- biente, só poderíamos qualificar uma EA se houvesse alguma que não o fosse. Segundo Grün (1996), faz sentido ter-se uma EA, uma vez que é ausente no campo da Educação qualquer definição ou tra- tamento mais aprofundado sobre natureza e meio ambiente. Portanto, apesar de constituir um contrassenso incluir o adjetivo "ambiental" nas práticas educativas é importante que as questões socioambientais sejam incluídas no processo educativo como um © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 42 todo, até que haja maturidade suficiente para que qualquer pro- cesso educativo seja ambiental, independentemente que seja o local ou o momento em que ocorra. O próximo questionamento sobre o qual lançaremos nossa reflexão será: como podemos conceituar a EA? 10. CONCEITO DE EA Provavelmente você já teve contato com o termo EA e cer- tamente notou que esse termo está, normalmente, vinculado com práticas de preservação de espécies em extinção ou com a conser- vação de matas virgens intocadas. Os educadores ambientais já possuem um estereótipo, muitas vezes, veiculado pela mídia, de heróis que dedicam suas vidas pela natureza, pela manutenção de sua beleza contra as forças empresariais que as querem destruir. Essa visão contribuiu para o surgimento de uma educação conservacionista, cuja principal meta era a de preservar e conser- var a natureza por seu valor estético e as perspectivas morais liga- das aos seres humanos. Essa visão tem em seus fundamentos um problema considerável: a fragmentação entre Homem e Natureza. Nessa vertente, o meio ambiente natural é como um quadro que é observado pelo ser humano, que por meio de sua razão oci- dental (científica) pode interferir e até controlá-lo. O meio torna- -se, portanto, um objeto e essa dicotomização distanciou os pro- blemas ambientais dos problemas humanos (LAYRARGUES, 2000). É importante salientar que a EA não substitui essa educação conservacionista, pois possuem vertentes teóricas distintas, mas não se pode negar que por meio desse pensamento é que outros aspectos foram inseridos nas preocupações educacionais. Os as- pectos socioculturais e a ampliação do conceito de meio ambiente tornaram-se o foco da EA, exigindo a superação de uma visão car- tesiana-newtoniana que trazem em si um aspecto individualista do conhecimento, engendrado em uma autonomia da razão adian- 43© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características te da natureza, colocada como coisa ou objeto. Essa fragmentação utilitarista e reducionista da natureza impede uma aplicação satis- fatória da EA, que necessita mais de uma visão holística (do todo) e uma abordagem complexa, contextualizada e interdisciplinar do meio ambiente (GRÜN, 1996). A EA deve ser entendida antes de qualquer coisa como uma educação política, uma vez que considera a cidadania como o obje- tivo de suas práticas, ou seja, a participação das pessoas nas ques- tões coletivas. O meio ambiente deixa de ser patrimônio de indi- víduos e passa a ser patrimônio da coletividade. Nesse contexto, a preocupação com a democracia e com os processos participativos na sociedade constituem uma educação política (REIGOTA, 2004). É imprescindível a instauração de uma sociedade verdadei- ramente democrática, em que todas as pessoas se responsabili- zam por questões coletivas articulando-as com projetos pessoais. A legislação pressupõe as práticas em EA como princípio da participação na tutela do meio ambiente (CF – Art. 225). Educar ambientalmente significa: a) reduzir os custos ambientais, à medida que a população atuará como guardiã do meio ambiente; b) efetivar o princípio da prevenção; c) fixar a idéia da consciência ecológica, que buscará sempre a uti- lização de tecnologias limpas; d) incentivar o princípio da solidariedade, no sentido que perce- berá que o meio ambiente é único, indivisível e de titulares in- determináveis, devendo ser justa e distributivamente acessível a todos; e) efetivar o princípio da participação, entre outras finalidades (FIORILLO, 2004, p. 41). O código florestal, em seus Arts. 35 e 42, institui a obrigato- riedade da inclusão de textos sobre educação florestal em livros di- dáticos, bem como de mapas e de cartas que indiquem parques e florestas públicas. Há, também, a deliberação da inclusão de textos e dispositivos de interesse florestal em programas de rádio e televisão. © Educação Ambiental Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 44 De acordo com a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.795), a EA é definida como os processos pelos quais o indi- víduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem como de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade, sendo ainda um componente fundamental e permanente da educação nacional que deve estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades de processo educativo, em caráter formal e não- -formal (FIORILLO, 2004). 11. MÉTODOS DE ENSINO Neste tópico, você encontrará sugestões de atividades para trabalhar cada unidade. Você poderá ajustar a atividade sugerida de acordo com as suas necessidades. Lembre-se de que é impor- tante desenvolver e criar seus métodos de ensino. Além destas ati- vidades, existem vídeos disponibilizados na internet, que poderão complementar a aula. Sugerimos, também, a exibição de filmes que poderão ser debatidos com professores de outras disciplinas. De acordo com o estudo desta unidade, você pode notar que as ações efetivas a favor do meio ambiente foram recentes. Para avaliar quando começou os movimentos ambientalistas, construa com os alunos um "Varal Histórico", usando barbante, prendedo- res e folhas registrando a data dos eventos. Você pode trabalhar com o professor da disciplina de História, avaliando os principais acontecimentos na relação do homem com ambiente desde os primórdios. Relate no varal, cujo barbante é a linha do tempo, os principais eventos históricos e suas consequências para o meio. Concomitantemente, registre no varal também, o início dos movi- mentos que tentam reverter esta situação de degradação, como os congressos, encontros, simpósios que você estudou nesta Unida- 45© Campo do Conhecimento da Educação Ambiental (EA): Definição, Histórico e Características de. Finalmente, analise com os alunos a cronologia dos registros e as mudanças que ocorreram, bem como, as perspectivas futuras. 12. CONSIDERAÇÕES Chegamos ao final da primeira unidade da disciplina Educa- ção Ambiental. Os conteúdos tratados nesta unidade abordaram o campo do conhecimento em EA, a definição de EA e seu histórico, os quais poderão lhe auxiliar no estudo e na compreensão das pró- ximas unidades desta disciplina. Para dar continuidade
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