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EDUCAÇÃO AMBIENTAL - INTA - UNINTA

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1 
 
 
2 
 
 
3 
 
Anaisa Alves de Moura 
Adriana Pinto Martins 
Evaneide Dourado Martins 
Neudiane Moreira Felix 
Anacléa de Araújo Bernardo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
2017 
 
 
4 
 
 
 
5 
 
Sumário 
 
Palavra do Professor autor 
Sobre as autoras 
Ambientação da disciplina 
Trocando ideias com os autores 
 Problematizando 
 
UNIDADE 01: HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
O que é Educação Ambiental? 
Um pouco da História da Educação Ambiental 
Agenda 21 
 
UNIDADE 02: RELAÇÃO SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE 
 
Introdução 
Sociedade x meio ambiente 
Espaço, Lugar e Paisagem 
Fundamentos da percepção 
Percepção como Instrumento: Planejamento, Gerenciamento e Educação 
Ambiental. 
 
 
UNIDADE 03: PRÁTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
A Educação Ambiental nas Práticas Escolares 
Trabalhando a Educação Ambiental nos níveis e modalidades da Educação 
Básica 
A prática da Educação Ambiental na visão da Educação Indígena 
A Educação Ambiental na prática das escolas do campo 
A prática da Educação Ambiental nos espaços de Educação Infantil 
A Educação Ambiental e sua prática nos espaços de Educação de Jovens e 
Adultos 
 
 
 
 
6 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura obrigatória 
Pesquisando na internet 
Saiba mais 
Vendo com os olhos de ver 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia 
Bibliografia Web 
Vídeos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Palavra do Professor autor 
 
Olá estudantes! 
 
Estudar a disciplina Educação Ambiental é de suma importância, pois 
se fizermos uma reflexão sobre as práticas sociais e nos atentarmos que o 
nosso planeta está cada vez mais se degradando, veremos que há uma 
mobilização significativa de articulação por parte da sociedade atual para 
protegermos nosso meio ambiente. 
 
Pensando nisso, devemos desde cedo sensibilizar, conscientizar, 
transmitir valores de preservação para os futuros moradores do nosso planeta 
o quão é fundamental a relação do meio ambiente e a sociedade. A dimensão 
ambiental se configura em um grupo de pessoas se engajando no 
conhecimento desse assunto e na capacitação de profissionais. 
 
É para você, estudante do curso em EAD, que oferecemos este livro, 
com o intuito de dialogar sobre Educação Ambiental. Os conteúdos de 
aprendizagem propõem que você seja o construtor do seu conhecimento. 
 
 
As Autoras! 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Sobre as Autoras 
Anaisa Alves de Moura, doutoranda e Mestre em 
Ciências da Educação - Lusófona - Lisboa/Portugal. 
Especialista em Psicopedagogia Institucional, 
Clínica e Hospitalar - INTA (2016). Especialista em 
Educação a Distância pela Universidade Norte do 
Paraná - UNOPAR (2015). Especialista em Gestão 
Escolar pelas Faculdades INTA (2009). Licenciada 
em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do 
Acaraú (2006). Professora do Instituto de Estudos e Pesquisas Vale do Acaraú 
– IVA. Professora Pesquisadora I desde 2013 pelo PARFOR/CAPES/UVA. 
Atualmente, exerce a função de Revisora Crítica/Analista de Qualidade na 
produção de material didático, para os cursos de Educação a Distância do 
Centro Universitário UNINTA. 
 
Adriana Pinto Martins, Especialista em Gestão 
Escolar e Biologia pelo Instituto EDUCAR (2014). 
Pedagoga pela Universidade Estadual Vale do 
Acaraú - UVA (2003). Atualmente Gestora de 
Projetos no acompanhamento da produção de 
material didático para os cursos em Educação a 
Distância do Centro Universitário UNINTA. 
 
 
Evaneide Dourado Martins é especialista em Gestão, 
Coordenação, Planejamento e Avaliação Escolar (2015) e 
especialista em Educação a Distância (2012) pelo Instituto 
Superior de Teologia Aplicada-INTA. Possui graduação 
em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade 
Regional do Cariri (2005). Em 2016 atuou como 
professora convidada nos cursos de Educação a Distância 
do INTA. Atualmente é Autora roteirista multimídia de 
material didático da Pró-Diretoria Pedagógica de Novas Tecnologias em 
Educação e Educação a Distância. 
 
9 
 
 
Neudiane Moreira Felix, especialista em Gestão e 
Docência da Educação Superior pela Universidade 
Estadual Vale do Acaraú - UVA (2014). Ministra 
disciplinas pelo Instituto de Estudos e Pesquisas do 
Vale do Acaraú – IVA /Sobral – CE desde 2010. 
Professora Pesquisadora II do Plano Nacional de 
Articulação e Formação de Professor da Educação 
Básica - PARFOR/UVA/CAPES. Atualmente atua no 
Departamento de Educação a Distância do Centro Universitário UNINTA. 
 
Anacléa de Araújo Bernardo. Graduada em Tecnologia 
da Construção Civil pela Universidade Estadual Vale do 
Acaraú (2008). Tem experiência na área de Engenharia 
Civil, com ênfase em Construção Civil. Desenvolveu 
atividades como Coordenadora de Obra e Urbanismo 
desempenhando o projeto Minha Casa Minha Vida e Selo 
Verde através da Prefeitura Municipal de Croatá/CE. Atualmente acadêmica no 
curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário UNINTA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Ambientação à disciplina 
 
 
A disciplina de Educação Ambiental tem como um dos principais 
objetivos discutir historicamente as questões de degradação e preservação 
ambiental, na relação com o homem e a sociedade. Percebe-se que as 
florestas estão cada vez mais sendo prejudicadas pelas queimadas, há uma 
constante liberação de gases poluentes ocasionando o aquecimento global, 
doenças, falta de água em decorrência da ação inconsequente do homem 
sobre o meio ambiente. 
 
O planeta está pedindo socorro e se não tomarem medidas urgentes 
em relação ao modo de vida da sociedade, o futuro será insustentável. A 
Educação Ambiental é um processo que é construído coletivamente, por isso é 
importante sensibilizar os indivíduos da responsabilidade e da consciência em 
relação à conservação do meio ambiente para o presente e para o futuro. 
 
Portanto, nesta disciplina você terá uma visão do processo histórico 
da Educação Ambiental, terá a oportunidade de compreender o que é a 
Agenda 21, assim como entender a relação sociedade e meio ambiente, a 
diferença entre espaço, lugar e paisagem. Conseguirá identificar os 
fundamentos da percepção, riscos, o planejamento e gerenciamento dos 
aspectos ambientais. Para complementar todos esses conhecimentos você 
entenderá como se dá a prática ambiental dentro de cada nível e modalidades 
da educação. 
 
O conhecimento de tudo que engloba a Educação Ambiental lhe 
dará ferramentas para desenvolvimento das melhores práticas e 
comportamento consciente das questões ambientais, pois a educação é chave 
que abre a porta para um futuro sustentável. 
 
 
Excelentes estudos! 
 
 
11 
 
Trocando ideias com os autores 
 
Agora é o momento de você trocar ideia com os autores. 
 
 
Recomendamos a leitura da obra Educação Ambiental 
e Sustentabilidade com temas de grande relevância na 
atualidade, o livro está estruturado em 5 partes que 
compõem: Introdução, Fundamentação Ambiental, 
Fundamentação em Educação Ambiental, Métodos e 
Estratégias de Educação Ambiental e Estudos 
Aplicados à Educação Ambiental. O material conta com 
a participação de especialistas de diversas áreas, que 
abordam o tema sob perspectiva interdisciplinar, demonstrando a importância 
das relações da educação ambiental. 
 
SARIEGO, JOSÉ CARLOS. Educação ambiental: as ameaças ao planeta 
azul. São Paulo: Scipione, 1994. 240 p. ISBN 85-262-2193-0. 
 
 
Propomos a leitura da obra Educação Ambiental: as 
ameaças ao planeta azul, um indispensável material que 
aborda os seguintes temas: Fragilidade e limites do 
planeta azul. A ciência Ecologia. Conceitos básicos de 
autoecologia entre outros assuntos da área. Uma 
oportunidade para enriquecer ainda mais os assunto 
discutidos na disciplina. 
 
PHILIPPI JUNIOR, ARLINDO; PELICIONI, MariaCecília Focesi. Educação 
ambiental e sustentabilidade. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2014. 1004 p. ISBN 
978-85-204-3200-6. 
 
Guia de Estudo: Após a leitura, escolha uma das obras e faça uma resenha 
crítica e disponibilize na sala virtual. 
 
 
12 
 
Problematizando 
 
 
 
A Educação Ambiental é uma estratégia, que busca solucionar e 
superar os problemas existentes entre proteção ambiental, progresso e 
desenvolvimento de um país. 
 
A Educação Ambiental é um grande mecanismo capaz de acabar 
com a insensibilidade ambiental e apresentar através de ideias, mecanismos 
para solucionar e superar os problemas existentes entre proteção ambiental, 
progresso e desenvolvimento de um país. 
Considerando as informações acima, observe a seguinte situação: um 
professor de Ciências para trabalhar a conscientização dos impactos que o 
homem está causando ao meio ambiente resolve adequar suas aulas de forma 
a incentivar através de palestras e ações, a promoção do equilíbrio na natureza 
formando alunos aptos para serem multiplicadores dessas informações na 
escola e no mundo que habitamos. 
. 
Apresente estratégias que a escola poderia desenvolver para 
conscientização dos estudantes trazendo a relação sociedade e meio 
ambiente? 
 
 
 
 
GUIA DE ESTUDO: Elabores três estratégias de trabalho que o professor pode 
desenvolver na sala de aula com o objetivo de promover a consciência critica 
responsabilidade de cidadão para com o meio ambiente. Disponibilize a sua 
contribuição para o problema apresentado no ambiente virtual (AVA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
HISTÓRICO DA 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
1 
 
 
CONHECIMENTOS 
 
Conhecer o conceito, história, a evolução da Educação Ambiental. 
 
 
HABILIDADES 
 
Reconhecer os conteúdos específicos da Educação Ambiental, possibilitando 
novas experiências e aprendizado. 
 
 
ATITUDES 
 
Aplicar a Educação Ambiental na escola e a sua relevância para o 
desenvolvimento integral do educando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Educação Ambiental 
 
O desenvolvimento e progresso devem caminhar juntos com a 
proteção ambiental; caso contrário está colocando em risco a nossa própria 
existência. A Educação Ambiental deve ser capaz de comprovar que o 
crescimento econômico deve ter seu alicerce na sustentabilidade, com o 
envolvimento entre o desenvolvimento social, desenvolvimento econômico e 
proteção ambiental. 
 
A Educação Ambiental é uma alternativa capaz de viabilizar a vida 
humana no futuro, trabalhando a conscientização da responsabilidade com a 
sustentabilidade e toda riqueza natural da terra. 
 
O futuro do planeta vai depender das decisões que o homem 
praticar agora. São precisamente essas decisões que estão sendo tomadas 
hoje que devemos cuidar e não permitir que o homem fique na ignorância em 
não dar importância a Educação Ambiental. Temos que começar a ter e 
expandir essa consciência ambiental e que ela deve tomar com base para a 
nova realidade socioambiental e tem que atingir toda a comunidade. 
 
Um dos principais pontos a ser transmitido por meio da Educação 
Ambiental é o respeito ao meio ambiente e a informação que ele é finito; o 
respeito ao ser humano, a sua condição de existência, a preocupação com 
nossos descendentes e qual o futuro será destinado a ele. 
 
O dever de cuidar do meio ambiente é de todos. Alguns exemplos 
simples podem ser extremamente significativos e importantes como: 
economizar água, não lançar lixo nas vias publicas, adotar as praticas dos (5Rs 
(Reduzir, Repensar Reaproveitar, Reciclar e Recusar) consumir produtos que 
gerem impactos socioambientais significativos, utilizar fontes alternativas de 
energias entre outras. 
 
Observe que existem inúmeras alternativas para conservação do 
meio ambiente, mas precisamos de iniciativas. O Poder Publico, por meio das 
autoridades ligada à Educação, podem promover inúmeras atividades 
 
16 
 
pedagógicas de sensibilização e conscientização aos alunos sobre os 
diferentes problemas ambientais, forma de preservação; as comunidades 
podem desenvolver projetos de Educação Ambiental, envolvendo seus 
integrantes; empresas podem implantar cursos de Educação Ambiental para 
seus funcionários e outras formas de conscientização e preservação. 
 
 
A comunidade internacional e a conscientização 
ambiental 
 
Para entendermos o presente e nos prepararmos para o futuro 
temos que conhecer e compreender o passado, mas como tudo começou? 
Quando foram as primeiras atividades dirigidas à proteção ambiental? 
 
O despertar para os valores ecológicos e o processo de conscientização 
iniciaram de maneira tardia, somente depois de inúmeros eventos de 
degradação é que sobrevieram, principalmente após a implantação de um novo 
modelo de desenvolvimento determinado pela Revolução Industrial no século 
XVIII que gerou um aumento qualitativo e quantitativo no processo de 
destruição da natureza, esse modelo de produção era baseado no uso intenso 
de energia fóssil, na grande exploração dos recursos naturais e no uso do ar, 
da água e do solo como depósito de excrementos, é indicado como a principal 
causa da destruição do meio ambiente. 
 
 Este processo de destruição ambiental gerou vários sintomas como: 
mudanças climáticas; efeito estufa; erosão do solo; buraco na camada de 
ozônio; desflorestamento; queimadas; desertificação; destruição de habitats 
natural; perda da biodiversidade; poluição; escassez de água potável entre 
outros problemas, que começaram a ser sentido na década de 50. 
 
No ano de 52, um nevoeiro contaminado por fumaça, conhecido 
como “smog”, de origem industrial, provocou muitas mortes em Londres. Nova 
York enfrentou o mesmo problema no período de 1952 a 1960. Várias cidades 
começaram a enfrentar os problemas da poluição do ar, o que gerou inúmeras 
 
17 
 
mortes e intoxicação. Esses eventos desencadearam várias reações e 
provocou a organização de parcela importante da sociedade em torno da 
conservação da natureza, moldando o movimento ambientalista de hoje. 
 
Com base nesses fatos, podemos perceber a importância do estudo 
da história da Educação Ambiental e dos acontecimentos históricos vividos em 
cada época, assim como a necessidade da constante evolução até o presente 
momento e de sua importância para a sociedade como um todo. 
 
A década de 50 foi marcada pela preocupação ecológica na 
comunidade cientifica enquanto que a década de 60 marca a preocupação 
ecológica no sistema social. Neste período começou a surgir vários 
movimentos que transformaram a sociedade com um todo, movimentos esses 
dos hippies, feminista, negro ou Black Power, o pacifismo, a libertação sexual e 
a “pílula”, as drogas, o rock-and-roll, as manifestações anti-Guerra Fria entre 
outros, foi neste período no ano de 1962 que a bióloga, Rachel Carson 
trabalhava no governo americano e lançou o livro intitulado Primavera 
Silenciosa, no qual se torna um clássico do movimento ambientalista mundial, 
neste livro Raquel alertava sobre os efeitos danosos de ações humanas sobre 
o ambiente, como a perda da qualidade de vida, produzida pelo uso 
indiscriminado e excessivo de produtos químicos e seus posteriores efeitos 
sobre o meio ambiente, como a utilização dos pesticidas. 
 
Esse livro contribuiu para proibição destes produtos e ainda causou 
grande comoção na opinião da sociedade americana, sendo de fundamental 
importância para abertura dos debates em grande escala sobre as questões 
ambientais. 
 
Antes, tudo leva a crer que as pessoas acreditavam que os recursos 
am ientais estariam disposição do homem para sempre, que nunca 
acabariam e que a vida sempre continuaria a mesma, ou seja, o homem não 
era capaz de perceber as grandes modificações que ocorriam no meio 
ambiente. 
A consciência da ação do homem sobre o meio ambiente e a 
existênciade problemas ambientais alcançaram o Brasil também e nesse 
 
18 
 
período, vivíamos submetidos ao regime militar, censuras, AI-5, movimentos 
estudantis, guerrilhas, greves, juntamente com manifestações populares sobre 
questões ambientais que começaram a surgir e a ganhar força. 
 
Em 1968, ocorreu a conferencia intergovernamental para o Uso 
Racional e a Conservação da Biosfera, estruturada pela Organização das 
Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). 
 
Na década de 70, foi um período em que houve o maior 
fortalecimento dos movimentos em defesa do meio ambiente em todo mundo, 
foi justamente nesta época que se registrou o começo da preocupação 
ambiental pelo sistema político em geral. Começaram as realizações de 
encontros internacionais, estaduais e municipais em trabalho de 
conscientização e maneira estratégia de modificar e conscientizar as pessoas 
sobre o processo de destruição da natureza, esses encontros concluíram que a 
Educação seria o principal instrumento para consciência ambiental. 
 
Em abril de 1970, mais de 300 mil norte-americanos participaram do 
“Dia da Terra”, considerada a maior manifestação am ientalista da história, 
tornado o ambientalismo, uma questão pública fundamental. 
 
Em 1972 na cidade de Estocolmo, realizou-se a primeira conferência 
internacional destinada a tratar especificamente da questão ambiental, nela 
destacaram-se os problemas da pobreza e do crescimento da população e 
elaborou metas ambientais e sociais, nesse encontro foi elaborada a 
“Declaração sobre o Ambiente Humano”. Nesse encontro foi concluído que as 
ações educativas são fundamentais e indispensáveis para a resolução e 
conscientização das questões ambientais, e nele resultando na criação do 
Programa Internacional de Educação Ambiental, consolidado posteriormente 
em Belgrado no ano de 1975. 
 
A primeira conferência dedicada especialmente para à Educação 
Ambiental ocorreu em Tibilisi, em 1977; nela foram definidos os objetivos e as 
estratégicas para o desenvolvimento da politica de Educação Ambiental sendo 
apresentada como uma educação que tenha a função de orientar, esclarecer e 
 
19 
 
apresentar resolução dos problemas concretos do meio ambiente, através de 
enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada 
pessoa. 
 
 A década de 1980 foi marcada como aquela em que surgiram, em 
quase todos os países, leis regulamentadoras a atividades industriais no que 
se refere à poluição. Também foi nesta década o período que o termo, 
“Educação Am iental” tornou-se popular pelo mundo. 
 
Em 1985 o MEC aprova o parecer 819/85, que apoia a necessidade 
da inclusão de conteúdos ecológicos ao longo de todos os processos de 
formação do Ensino, integrando a todas as áreas do conhecimento de forma 
sistematizada e progressiva, proporcionando assim a “formação da consciência 
ecológica do futuro cidadão”. 
 
A comunidade internacional desenvolve ações, para inclusão de 
matéria na rede de ensino para formação ambiental para o decênio de 90, 
elaborando um documento no final do Congresso Internacional sobre Educação 
e Formação Relativas ao Meio Ambiente, em Moscou na Rússia no ano de 
1987, promovido pela UNESCO. Além de temas como a educação foram 
discutidos no Encontro Desarmamento, acordos de paz entre URSS e EUA, 
democracia e liberdade de opinião. Este documento foi desenvolvido em meio 
a grandes acontecimentos e fortaleceu a importância da formação pessoal em 
diversas áreas formais e não formais da Educação Ambiental e a inclusão da 
dimensão ambiental em todos os níveis de educação. 
 
No Brasil, este período teve início no processo histórico de 
redemocrati ação do país com o fim do regime militar, em . Em , 
promulgada uma nova Constituição e, em 1989, houve eleições presidenciais 
diretas. Na Constituição Federal de 1988 dedica o capítulo IV para o Meio 
Am iente e reforçando no Art. 225, Inciso VI, que o “... Poder Pú lico tem que 
promover a Educação Am iental em todos os níveis de ensino...”, 
apresentando assim, os passos no caminho do desenvolvimento da Educação 
Ambiental. 
 
 
20 
 
Também em 88, a Assembleia Geral das Nações Unidas decide 
realizar uma conferência sobre o meio ambiente e desenvolvimento, que 
deveria ocorrer até 1992. No ano de 1989, a Assembleia Geral da ONU 
confirma que a conferência seria realizada no Brasil, a coincidir com o Dia 
Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, que foi a ECO-92. 
 
Nesse período, o am ientalismo então fortalecido e em 2 
realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, conhecida como Eco-92, na cidade do Rio de Janeiro/Brasil, 
com a participação de representantes de 108 países do mundo, reunidos para 
decidir que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e 
garantir a existência de outras gerações. 
 
Esta década foi marcada como sendo o período em que houve um 
grande maior impulso em relação à consciência ambiental na maioria dos 
países, o termo qualidade ambiental, passou fazer parte de todo universo 
social. 
 
A Conferência ECO-92 resultou em cinco importantes documentos 
que foram: na Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, 
Convenção sobre as Mudanças Climáticas, Convenção sobre a Diversidade 
Biológica, Declaração de Princípios e a criação da Agenda 21. 
 
Ela teve como objetivos: Analisar a situação ambiental do mundo e 
as mudanças ocorridas no meio ambiente depois da Conferência de 
Estocolmo; apresentar novas medidas a serem tomadas para à proteção 
ambiental através de política de desenvolvimento sustentável; Identificar as 
ações desenvolvidas para questões ambientais; Incentivar a regulamentação e 
melhorias da legislação ambiental internacional; Analisar as estratégias 
desenvolvidas para o desenvolvimento sustentável e as ações para eliminação 
da pobreza nos países subdesenvolvidos, entre outros. 
Ainda em 1992, foi realizada, no Rio de aneiro, a ornada de 
Educação Am iental. Este evento ocorreu em paralelo 2 onferência da 
ONU sobre meio ambiente e desenvolvimento, a Rio-92. Esta Jornada teve 
 
21 
 
como objetivo discutir a missão da educação Ambiental como um papel central 
de formação de valores nos diferentes modelos de sociedade. A 
sustentabilidade do planeta, politica vigente, o aumento da pobreza foram 
debatido e neste evento foi elaborado um documento que foi chamado de 
Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e 
Responsabilidade Global. 
 
Neste documento foram apresentados os seguintes princípios: que a 
Educação Ambiental tem que facilitar a cooperação mútua e equitativa nos 
processos de decisão, em todos os níveis e etapas, promover o 
reconhecimento, respeito e recuperar a historia e cultura indígena, desenvolver 
uma consciência ética sobre a preservação do planeta, assim como, respeitar 
seus ciclos vitais e impor limites e ploração dessas formas de vida pelos 
seres humanos. 
 
Podemos perceber que neste Tratado, a Educação Ambiental tem 
como função promover a cooperação e o diálogo entre indivíduos e instituições, 
com a finalidade de criar novos modos de vida, sem distinções étnicas, físicas, 
de gênero, idade, religião ou classe. 
 
Acredita-se que a Educação Ambiental é formadora de valores e 
ações que contribuam para a transformação humana e social, formando 
cidadão com consciência local e planetária, que respeita as diferenças de cada 
povo e a soberania das nações, buscando assim um respeito ao meio ambiente 
e a preservação ambiental, gerando assim uma Educação Transformadora. 
 
Atualmente, a ECO-92 é reconhecida como sendo o encontro 
internacional de maior importância desde que o homem começou a se 
organizar em sociedade. Neste encontro, o planeta Terra passa a ser visto de 
maneira diferente, começa a ter a noção de maneira geral do tamanhodo 
impacto ambiental de forma global, inicia a cobrança do que tem que existir, o 
desenvolvimento sustentável na sociedade como um todo. 
 
Em 1992 no Brasil, podemos evidenciar ações do MEC, com a 
realização do um workshop em Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro, que 
 
22 
 
teve como objetivo, socializar os resultados das experiências nacionais e 
internacionais que foram desenvolvidas para Educação Ambiental, como a 
implantação de metodologias e currículos. Deste encontro resultou a Carta 
Brasileira para a Educação Ambiental. 
 
No ano de 1993 a Portaria 773/93 do MEC, institui em caráter 
permanente, um Grupo de Trabalho para Educação Ambiental com objetivo de 
coordenar, apoiar, acompanhar, avaliar e orientar as ações e desenvolver 
metas e estratégias para Educação Ambiental, nos sistemas de ensino em 
todos os níveis e modalidades. Sendo assim, concretizar as recomendações 
que havia sido aprovada na Segunda Conferência das Nações Unidas sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento. 
 
Na Declaração de Thessaloniki, que foi desenvolvida na Conferência 
Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência 
Pública para a Sustentabilidade, realizada em Thessaloniki, na Grécia nos dias 
8 e 12 de Dezembro de 1997, nela apresentaram os pontos positivos e 
negativos sobre desenvolvimento da Educação Ambiental após a ECO-92. 
 
Nesta Conferência a comunidade internacional chamou a atenção 
para a Educação Ambiental, especificou que a sua base tem que ser fundada 
nos conceitos de ética e sustentabilidade, identidade cultural e diversidade dos 
povos, mobilização para a constituição de fundos de financiamento para ações 
de educação e defesa do meio ambiente. 
 
Segundo a Declaração de Thessaloniki (1997), é necessária uma 
educação apropriada a partir da conscientização pública, sendo para tanto, 
reconhecidos valores de sustentabilidade, aliados a legislação, economia e 
tecnologia. Sendo ao fim de dez anos de sua existência, ou seja, em 2007, ser 
realizada uma conferência para abordar o progresso dos processos 
educacionais recomendados. 
 
No Brasil foi à elaboração dos novos Parâmetros Curriculares 
Nacionais (P Ns) com o tema “ onvívio Social, Ética e Meio Am iente”, onde 
a dimensão ambiental passa a ser implantada como um tema transversal nos 
 
23 
 
currículos do Ensino Fundamental. Apresentando assim noções básicas de 
Meio ambiente, Sustentabilidade e Diversidade em sua composição. 
 
O Brasil foi o primeiro país da América Latina a desenvolver uma 
politica nacional especifica para a Educação Ambiental. Pois no ano de 1999 
foi implantada a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 que institui a Política 
Nacional de Educação Ambiental, que foi regulamentada após as discussões 
na Câmara Técnica Temporária de Educação Ambiental no CONAMA. 
 
Ficou estabelecido que, a lei da Educação Ambiental deve ser o 
meio pelo qual nós devemos trabalhar valores e conhecimentos voltados para 
conservação do meio ambiente, para o bem de uso comum, para uma 
qualidade de vida e da sustentabilidade do planeta. 
 
No ano de 1999 o MEC lança a Portaria 1648/99 que cria o Grupo 
de Trabalho com representantes de todas as suas Secretarias para discutir a 
regulamentação da Lei nº 9795/99, e nesta portaria o MEC propõe os PCNs em 
ações atendendo às solicitações dos Estados e a disciplina de Meio Ambiente 
passa a ser um dos temas transversais a ser trabalhado no ano 2000. 
 
Em abril de 2000, na cidade de Dacar, Senegal, foi realizado o 
Fórum sobre Educação Mundial, em que foi reafirmada a Declaração Mundial 
sobre Educação para Todos, que havia sido adotada no Fórum de Goten na 
Tailândia no ano de 1990, o compromisso de alcançar para todo cidadão, em 
todas as sociedades, os objetivos e as metas apresentadas no Programa 
Educação para Todos. 
 
O Fórum admitiu que a educação um direito humano fundamental 
e fator decisivo para o desenvolvimento sustentável, para termos paz e 
estabilidade do planeta e assim termos um crescimento socioeconômico para a 
construção de uma nação sustentável. 
 
Na década seguinte, em 25 de Junho de 2002, o MEC regulamenta 
a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999, na qual institui a Política Nacional de 
Educação Ambiental. 
 
24 
 
 
Entre os vários documentos elaborados nesse processo, destaca-se 
a Agenda 21, que apresenta um plano de ação para o desenvolvimento 
sustentável para os vários países. Esta agenda deve-se promover, com a 
colaboração apropriada das organizações não governamentais, informando 
que todos os tipos de programas educacionais devem ser centrados nos 
problemas locais, de forma que incentive uma educação continua sobre a 
preservação meio ambiente e desenvolvimento econômico sustentável. No 
capítulo 36 da Agenda 2 , intitulado “Promoção do ensino, da conscienti ação 
e do treinamento”, afirma: 
 
O ensino, o aumento da consciência pública e o treinamento 
estão vinculados virtualmente a todas as áreas de programa 
da Agenda 21 e ainda mais próximas das que se referem à 
satisfação das necessidades básicas, fortalecimento 
institucional e técnica, dados e informação, ciência e papel 
dos principais grupos. Este capítulo formula propostas 
gerais, enquanto que as sugestões específicas relacionadas 
com as questões setoriais aparecem em outros capítulos. A 
Declaração e as Recomendações da Conferência 
Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação Ambiental, 
organizada pela UNESCO e o PNUMA e celebrada em 
1977, ofereceram os princípios fundamentais para as 
propostas deste documento. 
 
A Educação Ambiental desenvolvida junto com os princípios da Agenda 
21 torna um forte caráter social, que ensina a ter forte respeito e valorização da 
cultura, sociedade e o meio ambiente. 
 
 
25 
 
Agenda 21 
 
 
O que é a agenda 21? 
 
 
A agenda 21 é um documento designado à construção do 
desenvolvimento sustentável. Foi assinada em 14 de junho de 1992, no Rio de 
Janeiro, por 7 países, resultado da “ onferência das Nações Unidas so re 
Meio Am iente e Desenvolvimento” – Rio 92, podendo ser motivada como uma 
ferramenta de idealização participativa visando à ampliação do planeta 
sustentável. 
 
A sua construção visa o envolvimento participativo de todo país, 
estado, municípios e cidades para um planejamento futuro dos problemas 
ambientais formando compromissos para solucionar os problemas encontrados 
na sustentabilidade do planeta. 
 
A agenda 21 serve para melhorar a qualidade de vida de toda a 
população sem destruir o meio ambiente, pelo contrário ajudar a organizar e 
estruturar o que nos resta, ajuda a garantir um futuro melhor para os nossos 
filhos e nossos descendentes. Entendendo que a responsabilidade de nosso 
meio ambiente é de todos. A agenda 21 não foi criada para um só dono, ela é 
da autonomia de todos, criada para um bem comum e utilidade a todos. Cabe 
cada um fazer sua parte e colaborar com a proteção do nosso meio ambiente. 
 
 
PARA SABER MAIS: Acesse ao site abaixo e entenda mais sobre o assunto 
estudado. 
http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-
21-brasileira 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Como construir a agenda? 
 
Para construir a agenda deve-se ter uma visão e o entendimento que é 
necessário passar por etapas: 
 
O primeiro passo é programar a Agenda 21 brasileira, o desafio dessa 
etapa é tornar conhecidas as ações e diretrizes por meio de atuações da 
Comissão de Políticas de Desenvolvimento e agenda 21 Brasileira (CPDS); 
implementação do Sistema da Agenda 21; mecanismos de implementação e 
monitoramento; integração das políticas públicas; promoção da inclusão das 
propostas da Agenda 21 Brasileira nos Planos das Agendas 21 Locais. 
 
Outro passo é a elaboração da agenda 21 Locais. Ela mobiliza e troca 
informações em torno dos problemas e soluções locais desde o estado até um 
bairro de um determinado município ou escola.A ação deve ser articulada com 
outros projetos, programas e atividades do governo e sociedade, sendo 
consolidado, dentre outros, a partir do envolvimento dos agentes regionais e 
locais; análise, identificação e promoção de instrumentos financeiros; difusão e 
intercâmbio de experiências; definição de indicadores de desempenho. 
 
Chegando ao ponto crucial que é a criação da Agenda 21. Ela visa 
promover a educação para a sustentabilidade através da propagação e 
intercâmbio de informações e experiências por meio de cursos, seminários, 
workshops e de material didático. Esta ação é essencial para que os 
procedimentos das Agendas 21 Locais ganhem avanços na qualidade, através 
da formulação de bases técnicas e políticas para a sua formação; trabalho 
conjunto com interlocutores locais; identificação das atividades, necessidades, 
custos, estratégias de implementação; aplicação de metodologias apropriadas, 
respeitando o estágio em que a Agenda 21 Local em questão está. 
 
Ações que podem ajudar nos Municípios 
 
Para garantir um futuro com perspectivas de uma boa qualidade de 
vida e construirmos um meio ambiente sustentável, devemos iniciar um projeto 
 
27 
 
que envolve cada um com essa mesma preocupação de Ajudar a salvar o meio 
ambiente, ou pelo menos deveria existir essa preocupação de um planeta sem 
problemas ambientais. 
 
Para planejar o futuro exige a participação de todos, cabe a cada um 
de nós sem interesse próprio sugerir ações que ajude ao nosso planeta se 
tornar melhor. Um dos melhores locais a se iniciar esse aprendizado é na 
escola através da construção da agenda ambiental, onde acontecerão os 
primeiros passos para a transformação e mudanças de hábitos. Ao se iniciar 
nas escolas depois estenderá as ruas, aos bairros e assim se multiplicará 
dando forma ao um novo modelo de vida para as pessoas e melhorando assim 
nosso planeta. 
 
A agenda ambiental é um plano de desenvolvimento e manejo 
ambiental que identifica os problemas e propõe ações para reduzir os impactos 
negativos que os seres humanos causam ao meio ambiente. 
 
Entende-se que a salvação do nosso planeta para uma qualidade de 
vida aos seres humanos está totalmente em nossas mãos e ações, tudo 
depende da consciência e reponsabilidade com a visão e consciência que um 
planeta bem cuidado as perspectivas futuras serão melhores para gerar uma 
qualidade de vida futura. Para que possamos usufruir dessa boa ação será 
necessário iniciarmos hoje essa mudança a começar por cada um. 
 
Para saber mais: Para ampliar seus conhecimentos acesse o site: fala das 
falhas cometidas. 
http://oglobo.globo.com/economia/rio20/depois-de-vinte-anos-de-agenda-21-
nada-festejar-4718720 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
29 
 
RELAÇÃO SOCIEDADE 
E MEIO AMBIENTE 
2 
CONHECIMENTOS 
 
Compreender a relação sociedade e meio ambiente, espaço, lugar e paisagem, 
bem como os fundamentos da percepção, planejamento e gerenciamento de 
educação ambiental. 
 
HABILIDADES 
 
Identificar a diferença de espaço, lugar e paisagem e a percepção de riscos, 
bem como identificar Política, Planejamento, Gerenciamento e Gestão 
ambiental. 
. 
ATITUDES 
 
Posicionar-se criticamente em exercer uma atitude crítica e consciente de 
preservação do meio ambiente. 
 
 
 
 
30 
 
 
31 
 
Introdução 
 
O meio ambiente é constituído por elementos naturais e artificiais que 
se relacionam entre si e são modificados através da ação do homem como o 
solo, o ar, a flora, a fauna, urbanização, conflitos sociais e a água, ou seja, o 
ambiente é composto por fatores físicos biológicos e socioeconômicos. 
 
O conceito de meio ambiente tem sido utilizado como um espaço em 
que os seres vivos se desenvolvem e trocam energia interagindo entre si e se 
transformando. (BRASIL, 1997). A formação de fatores bióticos (organismos 
presentes no ecossistema) e fatores abióticos (substâncias inorgânicas, 
temperatura, luz, água, solo e umidade) são denominados ecossistema. Para 
tanto faz-se necessário um estudo mais detalhado da relação sociedade e meio 
ambiente. 
 
 
Sociedade X meio ambiente 
 
 
Sabe-se que grande parte dos indivíduos que vivem nas cidades não 
tem a percepção que para seus lares tenham comodidade, há um caminho 
percorrido, como por exemplo, a água da qual é ingerida passa por um 
tratamento para que se possa ser consumida sem danos à saúde, o lixo é 
recolhido para que não sejam transmitidas doenças. Enquanto alguns 
indivíduos vivem nessa condição confortável, outros vivem em condições 
desfavoráveis. Devido o desenvolvimento econômico insustentável houve um 
aumento das dificuldades no meio rural, com isso as famílias começam a 
migrar para as grandes cidades provocando a superlotação e como 
consequência ocasionando a poluição, o desemprego, a violência, estresse e 
doenças. 
 
A sociedade vem enfrentando com frequência os impactos 
socioambientais, são eles: miséria, fome, desigualdade, violência, desemprego 
e reações adversas da natureza. Com o crescimento da população e 
 
32 
 
consequentemente o consumo excessivo que tem sido uma das preocupações 
dos ambientalistas, sociólogos, ecologistas e etc. A humanidade não consegue 
visualizar a relação homem versus meio ambiente. 
 
Existem cidades que estão com a capacidade acima do limite, com isso 
o meio ambiente sofre, pois cada dia devido aos avanços de fronteiras 
econômicas, expansão da agricultura, desmatamento desenfreado realizado 
pelos homens, tudo isso acaba gerando danos ao meio ambiente e fica cada 
vez mais difícil reconstruir o ecossistema agredido. 
 
O crescimento populacional pode repercutir na poluição do ar, da água, 
do solo e de resíduos tóxicos. O uso desenfreado da água pode acarretar no 
futuro a falta desse elemento essencial para a vida. Componentes perigosos no 
lixo, como pilhas, tintas, baterias, solventes e lâmpadas podem ser perigosos 
devido conterem metais pesados que podem se juntar a cadeia alimentar do 
homem. As embalagens dos produtos consumidos pela população são também 
extremamente prejudiciais ao meio ambiente, pois não se desintegram e assim 
contribuem para a destruição da camada de ozônio. 
 
A sociedade para ser sustentável carece de que os indivíduos tenham 
a consciência de exercer a cidadania de modo participativo, pois grande parte 
da população não participou de uma ação social que promova uma melhor 
qualidade de vida. 
 
Atualmente, temos uma sociedade dominadora, ameaçadora em 
relação a vida na terra. Não há projetos que discutam sobre uma justiça 
ambiental que procure buscar a sustentabilidade. Apesar de que, há uma 
discussão em relação ao pouco tempo que existe para sensibilizar a sociedade 
a nível global, pois as catástrofes acontecem em grandes escalas. 
 
Por outro lado, tem-se buscado soluções, mas antes de tudo é preciso 
estar atento à banalização feita em muitos discursos no que diz respeito ao 
meio ambiente. A maioria das vezes ou quase sempre as pessoas não param 
de pensar que até mesmo os padrões de consumo acelerado repercutem na 
sociedade, pois o fato de querer comprar de forma compulsiva, como trocar de 
 
33 
 
carro todo ano, lotar seu guarda-roupa com muitas roupas, mesmo sabendo 
que não vai usá-las é como colocar o meio ambiente dentro de uma panela de 
pressão. 
 
O consumo realizado pela sociedade e a forma de consumir pode 
afetar o meio ambiente. Você já parou para pensar e se perguntou de onde 
vem tudo que consumimos e para onde vai tudo que consumimos? 
 
Nossa sociedade vive em um sistema que tem fim, ou seja, finito, as 
pessoas vivem e trabalham em todas as etapas do sistema. Se formos parar 
para pensar um pouco sobre a extração dos recursos naturais, veremos que o 
homem derruba milhares de árvores, extraem os metais, o ser humano 
consome metros e metros cúbicos de água, produzem milhares de lixo e isso 
mexe consequentemente com osanimais. O planeta está sendo deteriorado 
para sustentar o modo de vida da sociedade. 
 
As matérias-primas seguem para a produção nas indústrias, mas para 
que o produto seja fabricado é utilizado a energia e produtos químicos tóxicos, 
e são esses produtos que levamos para nossas casas e consumimos cada vez 
mais de forma acelerada. Com a industrialização e o elevado índice de 
consumo, leva o fim dos recursos naturais, com isso parte desse esgotamento 
acarreta desastres naturais causados pelo homem. 
 
Os produtos tóxicos levam as pessoas que trabalham diretamente nas 
indústrias a adquirir doenças, o ar, a água, o solo é poluído, com isso 
destruindo as florestas. Muitos empresários tentam utilizar os recursos naturais 
e aproveitar os já utilizados, mas infelizmente a sociedade em geral ainda não 
conseguiu enxergar o que realmente precisam consumir. Quando um produto é 
lançado no mercado, as pessoas saem correndo para comprar, com isso é 
necessário o aumento da produção gerando mais resíduos e utilizando mais 
recursos naturais. 
 
O ser humano está cada vez mais afastado da natureza, a 
individualização está cada vez mais presente nos dias atuais. Com isso o 
 
34 
 
homem não consegue visualizar as relações de equilíbrio da natureza. 
Segundo o autor Gonçalves: 
 
O mundo é superpovoado e as cidades substituem com seus 
atrativos artificiais a beleza natural, e o homem corre risco de 
sufocar-se em seu próprio lixo. Os lagos e o mar, 
inevitavelmente poluídos. O ar está irrespirável em muitas 
cidades e o lixo urbano e industrial acumula-se por toda a 
parte. As pragas ceifam os campos agrícolas e os agrotóxicos 
utilizados para impedir sua proliferação concorrem para o 
aumento da poluição das águas e o envenenamento da 
população. (GONÇALVES, 1984 apud GUIMARÃES, 1995, p. 
12). 
 
 
Pode-se observar que a dicotomia do ser humano assim como a 
natureza implicou em uma postura antropocêntrica, em que o ser humano está 
colocado como centro e todas as outras partes que constituem o meio 
ambiente estão a sua disposição. (GUIMARÃES, 1995). O consumismo 
acelerado faz com que haja acúmulo de materiais e essa ação seja valorizada 
e assim as pessoas acabam sendo cada vez mais individuais com isso vendem 
a ideia de que esse modelo de vida da sociedade é viável. 
 
Na sociedade algumas pessoas tem procurado contribuir para que o 
meio ambiente seja sustentável, com isso tem havido seleção de lixo e uma 
luta para a reciclagem, mas não basta apenas se inserir nesse projeto e 
continuar na busca desenfreada por comprar sem necessidade, se não forem 
alterados os valores consumistas de nada adianta. 
 
No Brasil e no mundo a gravidade da situação ambiental é tão 
alarmante que é necessário a implementação da Educação Ambiental para a 
população, cuja finalidade é conscientizar a nova geração à situação na qual 
nos encontramos. 
 
Segundo Lima (20 , p, 5) “a crise socioambiental é um reflexo do 
modelo pautado pelo consumo humano e a concentração de riqueza e recursos 
naturais”. Diante dessa inquietação, Lima (1984) chama atenção sobre o 
consumo humano e lança o seguinte apelo: “A crise socioambiental demanda 
urgência, nunca ficou tão claro que a ação do homem sobre a natureza é 
responsável pelos grandes desastres ambientais, que estão colocando em 
 
35 
 
risco a vida do planeta Terra” (LIMA, 1984, p. 24). Por isso é necessário com 
urgência a mobilização entre as pessoas em relação à conservação dos 
recursos naturais. 
 
Atualmente, o mundo está cada vez mais sujo, nas praias encontramos 
milhares de lixos que prejudicam e contaminam os animais aquáticos. Nossas 
paisagens, lugares e espaços estão sendo deterioradas pelo homem. Agora 
vamos definir com mais detalhes cada um desses termos. 
 
 
Espaço, Lugar e Paisagem 
 
Quando pensamos em espaço logo vem em nossa mente “espaço 
geográfico”, uma porção da Terra. A palavra espaço pode estar associada a 
continente, cidade, bairro, rua e até mesmo uma parte de sua casa. (CASTRO 
et. all., 2000). 
 
Esse tema tem sido motivo de muitas discursões, segundo Moraes 
(1990), Ratzel determina o espaço como algo indispensável para a vida do 
homem encerrando as condições de trabalho, quer sejam naturais, quer sejam 
socialmente produzidos. Na sua antropogeografia Ratzel desenvolve dois 
conceitos: o primeiro a uma parte do espaço utilizado em grupo e o segundo as 
necessidades de uma sociedade em relação ao desenvolvimento tecnológico. 
“Seria assim uma relação de equilí rio entre a população e os recursos, 
mediada pela capacidade técnica”. (MORAES, 1990 p. 23). 
 
“O espaço na visão hartshorniana é o espaço absoluto, isto é, é um 
conjunto de pontos que tem existência em si, sendo independente de qualquer 
coisa” (CASTRO et. all., 2000 p.18). Já para Gomes (2002, p.172) há três 
características que definem o “espaço geográfico”: “É sempre uma e tensão 
fisicamente constituída, concreta, material, substantiva; compõem-se pela 
dialética entre a disposição das coisas e as ações ou práticas sociais; a 
disposição das coisas materiais tem uma lógica ou coerência”. 
 
 
36 
 
Quando você faz a leitura de um jornal você fica sabendo das notícias 
de vários países, as notícias circulam por todo o mundo constantemente e está 
repleto de pessoas. Segundo Santos (1996, p. 26) o espaço deve ser 
“considerado como um conjunto indissociável de que participam, de um lado, 
certo arranjo de objetos geográficos, objetos naturais e objetos sociais, e de 
outro, a vida que os preenche e os anima”. Todas as atividades realizadas 
pelos seres humanos acontecem em algum espaço e essas atividades 
transformam os espaços e também são transformadas pelo próprio espaço. 
 
A primeira é a materialização de um instante da sociedade. (...) 
O espaço contém o movimento. Por isso, paisagem e espaço 
são um par dialético. Complementam-se e se opõem. Um 
esforço analítico impõe que os separemos como categorias 
diferentes, se não queremos correr o risco de não reconhecer o 
movimento da sociedade. (SANTOS, 1996, p.72) 
 
 
Se você considerar a cidade em que vive, perceberá que ela sofreu 
diversas alterações no espaço, seja na vegetação, no relevo, na construção, 
nas ruas, diversas alterações ocorreram. O ser humano sempre está nas suas 
ações provocando alterações nas várias atividades de trabalho, no comércio, 
na agricultura, na construção e no lazer, e todas as outras atividades humanas 
vão transformar o espaço, ou seja, o espaço sofre alterações pelo homem. 
Para Cabral (2007, p. 146) “o espaço pode também ser visto como uma 
comple a composição de formas, sentidos, atividades e conte tos”. 
 
Portanto, o espaço passa a existir quando há interação entre o homem e 
o meio em que vive, promovendo alterações de suas características originais. A 
forma como as sociedades se relacionam com o espaço vai se modificando, 
enquanto sua capacidade de intervenção se acentua e o espaço geográfico 
torna-se cada vez mais abrangente, chegando a quase se sobrepor a todo o 
globo. Além disso, a presença humana efetiva não é imprescindível para que 
uma área seja definida como espaço geográfico, basta que a área esteja 
inserida nos projetos humanos ou que se verifique intervenção indireta, como 
por exemplo, através de delimitação de áreas de preservação. 
 
 
37 
 
Agora vamos falar sobre paisagem. Muitas pessoas entendem 
paisagem como uma pintura ou fotografia e até mesmo confundem com 
paisagismo. Você sabe a diferença de paisagem e paisagismo? Paisagismo é a 
arte de distribuir plantas e objetos no jardim ou parque, a paisagem para 
geografia é indicadora de conteúdo vivo e de processos dinâmicos, isto é que 
estão sempre em atividade. 
 
Paisagem é um conjunto de elementos naturais e culturais visto pelo 
homem em um local. A paisagem natural é aquela em que o homem não 
transformou, formada por elementos naturais constituídaspor lagos, 
montanhas, rios, serras, vegetação e etc. A paisagem cultural é aquela que foi 
modificada pelo homem, formada por elementos constituídos pelos seres 
humanos como casas, prédios, rodovias e pontes etc. As paisagens naturais 
são transformadas pelo homem para dar lugar às paisagens culturais como, 
por exemplo, hotéis, plantação, construção de fábricas e etc. 
 
Existe a representação de vários elementos geográficos físicos como, 
por exemplo, as montanhas, rios e lagos, como também elementos biológicos 
como as árvores e os animais e ainda elementos humanos e produtos da 
atividade humana como os prédios, carros, trem etc. 
 
A paisagem é uma marca, pois expressa uma civilização, mas 
é também uma matriz porque participa dos esquemas de 
percepção, de concepção e de ação – ou seja, da cultura – que 
canalizam, em um certo sentido, a relação de uma sociedade 
com o espaço e com a natureza. (BERQUE, 1998, p. 84-85). 
 
 
A paisagem também se constitui como uma realidade atual construída 
através do acúmulo de acontecimentos ou eventos passados, sendo que o que 
é observado em uma paisagem da atualidade passou por um processo de 
constantes mudanças. Este aspecto pode ser observado através de fotografias 
de uma mesma paisagem referentes a tempos ou gerações diferentes, na qual 
se pode perceber o que permanece e o que é alterado no decorrer dos tempos 
para formar a paisagem atual. De modo geral, as mudanças causadas pela 
natureza (como, por exemplo, a erosão, o aquecimento global) são percebidas 
lentamente, enquanto que as alterações humanas são mais rápidas (como por 
exemplo, a construção de uma cidade ou de uma ponte), embora um evento 
 
38 
 
natural como terremotos e furacões também possa promover grandes 
alterações. 
 
Em relação ao lugar em uma visão humanista em relação ao homem e 
ambiente, o conceito de lugar faz referência a uma realidade de escala local ou 
regional e pode estar associado a cada indivíduo ou grupo. O lugar pode ser 
entendido como a parte do espaço geográfico, área onde se desenvolvem as 
atividades cotidianas ligadas à sobrevivência e às diversas relações 
estabelecidas pelos homens. Para compreensão deste conceito Leite (1998) 
menciona a “valorização das relações de afetividade desenvolvidas pelos 
indivíduos em relação ao seu ambiente”. O lugar significa muito mais do que 
simplesmente uma localização geográfica, ele está relacionado aos diversos 
tipos de experiência e envolvimento com o mundo. 
 
Além disso, o lugar está associado ao sentimento de pertencer a 
determinado espaço, de se identificar com uma determinada área. “Cada 
localidade possui características próprias que, em conjunto, conferem ao lugar 
uma identidade própria e cada indivíduo que convive com o lugar, com ele se 
identifica” (LISBOA, 2007 p.30). Dessa forma, cada indivíduo que ocupa o 
espaço geográfico seja para se relacionar ou interagir compõe o seu lugar, 
mesmo ocupando lugares diferentes e cotidiano diferentes. O lugar possui 
também íntima relação com os aspectos culturais que marcam cada sociedade. 
(LISBOA, 2007). 
 
Fundamentos da percepção 
 
A Educação Ambiental tem sido uma temática muito recorrente nos 
últimos anos e vem sendo motivo de preocupação crescente, colocando, 
portanto, em evidência as questões ambientais nas escolas, a fim de que 
desde cedo os estudantes, como atores sociais alcancem a percepção dos 
problemas ambientais da sociedade atual. Esses problemas têm sido a 
preocupação geral da humanidade, sobretudo, os que se referem a 
preservação do meio ambiente que hodiernamente, é uma questão de 
 
39 
 
sobrevivência, garantir sobrevida às gerações presentes e de possibilitar vida 
às gerações futuras. 
 
Ela se coloca em uma posição contrária ao modelo capitalista, no qual 
os valores éticos de justiça e solidariedade não são valorizados, a cooperação 
não é estimulada, mas que o lucro a qualquer preço é considerado ao lado da 
competição e egoísmo onde os privilégios de poucos são acatados em 
detrimento da maioria da população. 
 
 É através do emprego de temáticas ambientais como meios de 
aprendizagem que a escola conscientiza e prepara o estudante para o 
exercício da cidadania por meio da participação ativa individual e coletiva, 
considerando os processos socioeconômicos, políticos e culturais que a 
influenciam. (BARROS, 2009; SILVA, 2001). 
 
Segundo Segura (2003) a escola é o espaço de trabalho fundamental 
para iluminar as bases de formação para a cidadania e representa o 
fortalecimento da luta ambiental, de modo a contribuir e influenciar a 
formulação de políticas públicas e a construção de uma cultura democrática. 
 
Nesse sentido, a educação ambiental exige um conhecimento 
aprofundado para reflexão crítica que deve gerar a práxis, isto é, ação, reflexão 
ação e justifica-se que seja de fundamental importância, um seguimento tão 
necessário na formação como é a escola, formar para cidadania, buscando 
realizar um trabalho bastante efetivo junto ao estudante através de 
procedimentos que orientem a se tornarem capazes de, com autonomia, 
assumir atitudes e desenvolver ações de cidadania. 
 
Como já foi dito, a reflexão crítica deve conduzir as mudanças 
necessárias da realidade e com isso promover a melhoria da qualidade de vida 
para todos os seres vivos e assim garantir a sustentabilidade. Conforme Freire 
(1986, p. 77-78) ao afirmar que: 
 
 
 
40 
 
O conhecimento mais crítico da realidade, que adquirimos 
através de seu desvelamento, não opera por si só, a mudança 
da realidade. [...] Ao desvelá-la, contudo, dá-se um passo para 
superá-la desde que se engajem na luta política pela 
transformação das condições concretas em que se dá a 
opressão. 
 
 
 A educação exerce um papel muito importante na integração da vida 
econômica e social da humanidade, somente por meio dela é que se poderão 
agregar novas e positivas formas de abordagem e planejamento sendo 
indispensável para a mudança de comportamento em relação ao meio 
ambiente. A partir do conhecimento da percepção ambiental, desenvolvida com 
bases políticas, conceituais, filosóficas e ideológicas, como foram aqui 
elencadas é que o comportamento e as atitudes poderão ser modificados. 
 
Percepção de Riscos, Adaptação e Ajustamento. 
 
Em diversos campos disciplinares, as noções de risco, de ameaça e de 
vulnerabilidade vêm sendo utilizadas, mas ao mesmo tempo dificultam o 
consenso quanto às ideias que possam representar. 
 
O que é risco? 
 
Risco é uma possibilidade de ocorrência de eventuais no espaço e no 
tempo, que causa dano à saúde, às unidades funcionais ou dano 
econômico/financeiro. 
 
Não são poucas as discussões e as interpretações dos pesquisadores 
a respeito do tema. Sabe por quê? Existem alguns casos em que a ausência 
de rigor conceitual tem se mostrado comprometedora no caso da verificação 
dos riscos ambientais, já que atrapalham o diálogo entre os diferentes saberes 
envolvidos, principalmente entre as ciências naturais e humanas. 
 
Existem algumas diferenças entre risco, perigo e dano. Vamos 
aprender a diferenciar cada um, compreendendo suas definições: 
 
 
41 
 
Risco: É uma ou mais condições de uma ocorrência com potencial 
para causar danos. 
Perigo: Expressa a exposição a um risco que tende a ocasionar 
danos. 
Dano: Diz respeito ao agravamento da lesão ou à perda física, 
funcional ou econômica, que podem resultar da perda de 
controle sobre determinado risco. 
 
Os conceitos nos certificam de que esses danos podem ser entendidos 
como lesões a pessoas, em equipamentos ou estruturas, perda de material em 
procedimento de produção ou redução da capacidade de trabalho de uma 
função predeterminada. Havendo risco, haverá probabilidade de ocorrerem 
efeitos adversos. 
 
Tendo como base os fenômenos que constituem a ameaça, a 
classificação dos diferentes tipos de riscos ambientais podeser construída. De 
acordo com essa perspectiva, Cerri e Amaral (1998) propõem uma 
classificação para os riscos ambientais. 
 
Esta classificação parte do princípio de que os riscos ambientais 
constituem a maior classe dos riscos que, por sua vez, são subdivididos em 
classes e subclasses. 
 
O autor abrange, em sua proposta, desde os perigos naturais 
(catástrofes) e impactos até as condições de vida da sociedade, o que implica 
em avaliações em diferentes escalas e períodos de tempo. Ele utiliza as 
categorias risco natural, risco tecnológico e risco social. 
 
A respeito do risco am iental, Egler (op. cit. p. ) esclarece que “a 
análise de risco ambiental deve ser vista como um indicador dinâmico das 
relações entre os sistemas naturais, a estrutura produtiva e as condições 
sociais de reprodução humana em um determinado lugar e momento”. 
 
É importante neste sentido, que seja considerado o conceito de Risco 
Ambiental como a resultante de três categorias básicas: 
 
42 
 
Risco natural: associado ao comportamento dinâmico dos sistemas 
naturais, isto é, considerando o seu grau de estabilidade/instabilidade expresso 
na sua vulnerabilidade a eventos críticos de curta ou longa duração, tais como: 
inundações, desabamentos e aceleração de processos erosivos; 
Risco tecnológico: potencial de ocorrência de eventos danosos à 
vida, a curto, médio e longo prazo, em consequência das decisões de 
investimento na estrutura produtiva. Envolve uma avaliação tanto da 
probabilidade de eventos críticos de curta duração com amplas consequências, 
como explosões, vazamentos ou derramamentos de produtos tóxicos, como 
também a contaminação em longo prazo dos sistemas naturais por lançamento 
e deposição de resíduos do processo produtivo. 
Risco social: resultante das carências sociais ao pleno 
desenvolvimento humano que contribuem para a degradação das condições de 
vida. Sua manifestação mais aparente está nas condições de habitabilidade, 
expressa no acesso aos serviços básicos, tais como: água tratada, 
esgotamento de resíduos e coleta de lixo. 
Para melhor compreender essa categorização caro estudante, observe 
com muita atenção a imagem abaixo: 
 
FIGURA 1 - PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS 
AMBIENTAIS. 
 
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAg2vAAF/relatorio-area-risco-2011 
 
43 
 
Kates ( 7 , p. ) alerta para o fato de que: “A criação de taxonomias 
ou classificações de eventos de risco e consequências devem ser abordadas 
com cautela”. Dessa forma, todo o cuidado é necessário a fim de que 
equívocos possíveis e mais graves não impliquem imprecisões, especialmente 
sob o ponto de vista do plano ideológico e até mesmo do método. 
 
Para Prieto (2009), o estudo da Educação Ambiental na percepção é 
um poderoso instrumento que permite ao pesquisador aprofundar e analisar a 
concepção das inter-relações entre a sociedade e o ambiente no qual vive, 
principalmente quanto às noções, condutas e costumes que confirmam como 
cada sujeito compreende e responde às ações sobre o local em que vive. 
 
Entretanto, para se conseguir o objetivo de modificar a forma de olhar, 
ou perceber o ambiente, deve-se inserir um programa de educação ambiental 
voltado para a realidade da sociedade. É uma atitude prática e não apenas 
teórica, que incentiva em mudanças de comportamentos e atitudes 
ambientalmente adequadas a fim de que os indivíduos atinjam um pensamento 
mais crítico e reflexivo sobre tais ações. 
 
 
Percepção como Instrumento: Planejamento, 
Gerenciamento e Educação Ambiental. 
 
A importância do planejamento, que se mostra cada vez mais 
importante na sociedade de hoje tem sido um instrumento muito importante na 
complementação dos projetos de planejamento ambiental, sobretudo na 
responsabilidade social de gestão e uso dos recursos naturais. 
 
No dia a dia, as pessoas estão sempre planejando e tomando direções 
a serem seguidas, mesmo sem perceberem a tomada de decisões é algo que 
faz parte da nossa atitude racional, de cidadão ou mesmo grupos que 
procuram atingir seus objetivos. Entretanto, nem toda decisão que tomamos é 
considerada planejada. 
 
 
44 
 
Pensar em planejamento é falar tanto da realidade atual como do futuro 
desejado, assim como dos caminhos possíveis entre ambos, cuja escolha e 
aplicação vão depender dos interesses e das circunstâncias, em constante 
mutação. 
 
Segundo Baptista (1991) o planejamento é uma lógica que se utiliza 
para analisar os problemas, estudar as diferentes opções para solução e 
organizar as ações necessárias. Contudo o planejamento não vem pronto 
como também não se tem a disposição fórmulas para serem aplicadas com 
exatidão em momentos ou circunstâncias adversas. 
 
Tendo como ênfase o setor ambiental, existem vários tipos de 
planejamento são eles: o planejamento de obras, organizações, projetos 
educativos, campanhas etc. Toda essa imensidão corresponde a crescente 
complexidade e fragmentação da sociedade e de suas instituições, na busca 
de respostas para os problemas na variedade de contextos, escalas e de 
horizontes que especificam o atual processo de planejamento. 
 
Como bem dizia Schopenhauer, filósofo alemão do século XIX, “não 
e iste vento favorável para quem não sa e onde deseja ir”. Assim o 
planejamento ele se torna indispensável para efetivação do que se propõe a 
realizar. De acordo com Silva, (2001, p.161) deve-se lembrar: “planeja quem 
e ecuta e e ecuta quem planeja”, mas tendo consciência que nenhum 
planejamento de caráter ambiental se efetiva por si só. 
 
As experiências com essa área faz-se perceber que sem a participação 
popular ou grupos sociais a proposta de educação ambiental dificilmente 
acontece, pois quando pensamos em educação ambiental não focamos numa 
única e específica figura individual, mas no pluralismo das coletividades, como 
as classes e categorias de pessoas, em diversos lugares e meios que 
compõem a nossa sociedade. O objetivo é alcançar o bem comum a todos os 
indivíduos sem exceção. 
 
Para se atingir tais premissas é necessário responder alguns 
questionamentos básicos: a) quais são os grupos sociais prioritários no 
 
45 
 
processo de planejamento? b) qual conteúdo específico para cada grupo 
social? c) qual caminho metodológico? Quais são as estratégias adequadas 
para atingir tais propostas? 
 
Na tentativa do encontro de respostas para essas interrogativas surge 
uma questão muito importante: a participação social, ou seja, um planejamento 
participativo. 
 
Inúmeros estudos de avaliação de projetos demonstram que, se as 
comunidades e grupos, não se sentem envolvidos nas ações dos programas e 
projetos, a sua sustentabilidade, manutenção e desenvolvimento fica 
comprometida. 
 
Todo processo de planejamento deve ter necessariamente quatro 
etapas: 
1) O conhecimento da realidade; 
2) A concepção de um plano; 
3) A execução do plano; 
4) O acompanhamento e a avaliação das ações; 
 
 
Essa sequência na prática é um ciclo continuado, dessa forma cada etapa 
se integra envolvendo-se simultaneamente. É um processo permanente o 
conhecimento da realidade. 
 
Outro conceito que emerge desses aspectos são os termos: política, 
gestão, gerenciamento e planejamento que vem sendo utilizados quase sempre 
como sinônimos, mas na verdade correspondem a definições bem distintas. 
 
Caro estudante, para sua melhor compreensão, tendo como referência o 
setor ambiental destacamos os seguintes conceitos segundo FRANK (1995): 
 
 
 
 
46 
 
Política ambiental: é o conjunto consistente de princípios doutrinários que 
confirmam as aspirações sociais ou governamentais, no controle e na 
proteção do ambiente. 
Planejamento ambiental: é um estudo prospectivo que visa o controle e 
proteção do ambiente as aspirações sociais ou governamentais, expressas 
formal ou informalmente em uma política ambiental, por meio da articulaçãoe 
implementação de projetos de intervenção. 
Gerenciamento ambiental: é o conjunto de ações destinado a regular uso, 
controle e proteção do ambiente e a avaliar a conformidade da situação atual 
com os princípios doutrinários estabelecidos pela política ambiental. 
Gestão ambiental: é o processo de articulação das ações dos diferentes 
agentes sociais que interagem em um dado espaço com vistas a garantir 
adequação dos meios de exploração dos recursos ambientais, naturais, 
econômicos e socioculturais. 
 
Em suma pode-se dizer que a Educação Ambiental é designada a 
desenvolver nas pessoas conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para 
a preservação do meio ambiente. Para tanto, são necessários diferentes 
olhares sobre a questão ambiental, ou seja, o envolvimento de diferentes 
disciplinas e mais a interdisciplinaridade entre elas. 
 
 
 
 
 
47 
 
PRÁTICA DA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL 
3 
CONHECIMENTOS 
 
Entender como trabalhar a Educação Ambiental nos níveis e modalidades da 
Educação Básica, bem como na Educação Indígena, a prática das Escolas do 
Campo, Educação Infantil e EJA. 
. 
 
HABILIDADES 
 
Identificar como desenvolver o conteúdo sobre educação ambiental em cada 
nível e modalidade da educação. 
 
. 
ATITUDES 
Aplicar no âmbito escolar aulas em espaços abertos, possibilitando aos 
estudantes o contato com a terra, água e ar a fim de motivá-los a respeitarem 
como fontes fundamentais de vida e energia. 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
49 
 
A Educação Ambiental nas Práticas Escolares 
 
Em todos os níveis e modalidades de ensino, na educação escolar, o 
Órgão Gestor – nomeadamente o MEC – tem a obrigação de apoiar a 
comunidade escolar – professores, estudantes, direção, funcionários, pais e 
amigos – a se tornarem educadores e educadoras ambientais com uma leitura 
crítica da realidade, uma leitura da palavra-mundo conforme Paulo Freire. 
 
A educação ambiental incorporando-a ao projeto político-pedagógico e 
adequando-a à realidade local da comunidade escolar, como operacionalizar? 
Infelizmente a PNEA não resolve, é um dilema, mas a partir de seus princípios 
e objetivos é possível extrair algumas diretrizes comuns, como, as interações 
entre ambiente, cultura e sociedade, a visão da complexidade da questão 
ambiental, o caráter crítico, político, interdisciplinar, contínuo e permanente. E 
além dessas diretrizes comuns, existem aspectos da educação e da dimensão 
ambiental que podem ser desenvolvidos em cada nível e modalidade da 
educação formal. 
 
Trabalhando a Educação Ambiental nos níveis e modalidades 
da Educação Básica 
 
É importante enfatizar a sensibilização com a percepção, interação, 
cuidado e respeito das crianças para com a natureza e cultura destacando a 
diversidade dessa relação na educação infantil e no início do ensino 
fundamental. Convém desenvolver nos anos finais do ensino fundamental o 
raciocínio crítico, prospectivo e interpretativo das questões socioambientais 
bem como a cidadania ambiental. No ensino médio e na educação de jovens e 
adultos, o pensamento crítico, contextualizado e político, e a cidadania 
ambiental devem ser ainda mais aprofundados, podendo ser incentivada a 
atuação de grupos não apenas para a melhoria da qualidade de vida, mas 
especialmente para a busca de justiça socioambiental, frente às desigualdades 
sociais que expõem grupos sociais economicamente vulneráveis em condições 
de risco ambiental. 
 
50 
 
No âmbito do ensino médio e educação superior, no ensino técnico é 
fundamental o conhecimento de legislação e gestão ambiental, aplicáveis às 
atividades profissionais enfatizando a responsabilidade social e ambiental dos 
profissionais. 
 
Seria vantajosa na educação superior a criação de disciplina ou 
atividade que trate da educação ambiental, de legislação e gestão ambiental, 
incluindo o enfoque da sustentabilidade na formação dos profissionais que 
atuam nas diferentes áreas. 
 
É importante a revitalização da história e cultura de cada comunidade 
comparando-as com a cultura contemporânea e seus atuais impactos 
socioambientais, especialmente aqueles causados por modelos produtivos. 
Para a educação indígena e quilombola é oportuna em ambas as modalidades 
bem como na educação no campo, a reflexão sobre processos de proteção 
ambiental, práticas produtivas e manejo sustentável. 
 
A prática da Educação Ambiental na visão da Educação Indígena 
 
É uma relação com o comportamento das pessoas, com suas vidas e 
seus jeitos. É bastante abrangente e se aplica também à educação ambiental 
quando se fala em educação: porque se está falando de vida e de recursos que 
tocam a vida, de que pode haver paz dentro de um ambiente quando se 
consegue entender o papel, a função de cada elemento que faz parte do seu 
mundo. 
 
No caso do povo indígena e a natureza, os choques entre as 
populações acontecem a partir de orientações e da introdução de conceitos 
que são de outra realidade ou cultura, que são impostos dentro da 
comunidade. Percebe-se que a educação, no caso dos povos indígenas está 
ligada à estrutura social do povo e sua relação com a natureza. Porque essa 
relação se constrói, não se criam regras, não se impõe sobre a natureza, se 
obedece ao que a natureza orienta, se planeja de acordo com o que a natureza 
oferece. 
 
 
51 
 
Por exemplo, na época de chuva, se faz determinado tipo de trabalho. 
No verão, se aproveita e se faz outro tipo de trabalho, é um processo comum 
perceber este procedimento. Então, existem atividades que não se fazem 
quando está chovendo, e atividades que não se fazem, quando está seco. É 
esse o entendimento de que as pessoas se obrigam a obedecer ao que a 
natureza dita como regra. Entra-se em choque com ela quando se criam regras 
contrárias à orientação da natureza. 
 
É muito forte essa relação indígena com a natureza, porque existe um 
jeito de distribuir ao longo do tempo o descanso para cada uma das espécies. 
Áreas de refúgio, de reprodução, sejam da fauna ou da flora, a natureza tem 
um jeito de lidar com essa questão. Há situações que hoje a comunidade 
indígena está sofrendo porque foi orientada, muitas vezes, a deixar o seu jeito 
de ser, de estar, respeitar as orientações da natureza para impor uma política 
diferente (ASHANINKA, F. P., 2006). 
 
As culturas indígenas se pautam material e simbolicamente no meio 
ambiente em que se constituíram – daí sempre se extraiu a matéria-prima para 
a produção da cultura material (casas, artefatos de uso cotidiano e ritualístico 
etc.) e para a subsistência (caça, pesca, coleta de frutos e raízes, roça etc.). 
Essa integração ser humano-meio se dá no dia a dia, nas tarefas domésticas 
ou de subsistência, nas relações interpessoais, na maneira como cada 
indivíduo interpreta a realidade a fim de apreendê-la. É nesse contexto que as 
tradições, os costumes, a língua, a religião e a estrutura social foram 
construídos e transmitidos de geração em geração. É através dessa mediação 
cultural que comunidades indígenas exercitam uma educação profundamente 
comprometida com seu meio socioambiental. Não são apenas os 
conhecimentos tradicionais que podem acrescentar muito à educação 
ambiental – nesse aspecto a relevância e as formas de transmissão 
comunitária dessa mediação cultural devem ser consideradas. 
 
 
 
 
 
52 
 
Temas transversais na prática da Educação Ambiental Indígena 
 
O primeiro tema transversal é a terra e conservação da biodiversidade. 
A questão territorial é um foco clássico dos movimentos indígenas, batalha de 
séculos contra governos e interesses econômicos. Autonomia política, 
econômica e cultural assim como o uso sustentável dos recursos naturais são 
questões na pauta do dia. A preservação dos biomas nesses territórios é uma 
demanda atual das lideranças e está associada a outro tema transversal; 
autossustentação. O universo do trabalho sofre transformações,e nas regiões 
onde a degradação ambiental gerou déficits graves, a carência, inclusive 
alimentar, é imensa. Novas necessidades são incorporadas (vestuário, 
remédios, material escolar), e as comunidades se organizam em associações, 
fazem parcerias com ONGs e universidades, encaminham projetos e 
reivindicações aos governos a fim de buscar soluções. E muitas parecem estar 
construindo esse caminho através de projetos de produção econômica 
comunitária e familiar, manejo ambiental, registro e difusão cultural, entre 
outros. Seguem abaixo as diretrizes nacionais para o trabalho em sala de aula 
com esses temas. 
 
Terra e conservação da Biodiversidade (Tema Transversal no1/ RCNEIS) 
 
 Identificar as áreas indígenas existentes no Brasil e os valores de 
relação com seu habitat. 
 Reconhecer a riqueza biológica de sua área indígena e do Brasil. 
 Conhecer a Constituição, que assegura o direito à terra e seu usufruto. 
 Valorizar a biodiversidade existente em áreas indígenas. 
 Reconhecer os materiais existentes na natureza que possibilitam as 
manifestações artístico/culturais de seu povo. 
 Valorizar o meio em que vive destacando a biodiversidade existente 
nele. 
 Conhecer e discutir a questão das terras indígenas e a situação fundiária 
no Brasil. 
 
 
 
53 
 
Autossustentação (Tema Transversal no 2/ RCNEIS) 
 
 Aplicar os conhecimentos das diferentes áreas de estudo para apoiar a 
discussão do mundo produtivo e do trabalho. 
 Permitir aos alunos uma escolha mais consciente das alternativas de 
autossustentação hoje presentes para sua sociedade ajudando a fazer 
da escola um local de reflexão sobre a vida e o trabalho, numa 
perspectiva de progressiva autonomia. 
 Refletir sobre o que permaneceu e o que mudou nessas práticas 
produtivas e culturais. 
 Conhecer, a partir de diferentes fontes, as alternativas econômicas do 
grupo étnico antes do contato. 
 Participar da criação de alternativas de autossustento a partir das 
condições socioambientais atuais. 
 Participar da busca das alternativas de comercialização nos mercados 
regional, nacional e internacional. 
 Conhecer outras práticas produtivas para o autossustento de sociedades 
em condições ambientais e socioculturais similares. 
 Compreender a noção de atividade predatória. 
 Conhecer procedimentos e técnicas adequadas cultural e 
ambientalmente corretas, que permitam o enriquecimento alimentar e a 
melhoria das condições de vida e saúde. 
 Desenvolver atitudes para o trabalho e a vida social que reforcem os 
laços de solidariedade familiar e comunitária. 
 
 
A Educação Ambiental na prática das escolas do campo 
 
Apesar de ter como preocupação comum o meio ambiente e de 
reconhecer o papel central da educação na melhoria da relação do ser humano 
e da sociedade com o ambiente, pesquisadores e educadores ambientais vêm 
adotando diferentes discursos propondo diferentes correntes, ou seja, maneiras 
de conceber e de praticar a educação ambiental. É uma complexa dimensão da 
educação, caracterizada por uma grande diversidade de teorias e práticas, 
portanto, não pode ser entendida no singular. 
 
54 
 
 
Defendemos que as escolas do campo precisam de uma educação 
ambiental diferenciada, específica, isto é, baseada em um contexto próprio, 
voltada aos interesses e às necessidades dos povos que moram e trabalham 
no campo. Não podemos esquecer que a realidade do campo é diversa, 
heterogênea, portanto, a educação ambiental não pode ser para todos os 
povos, idêntica, mas deve ser articulada às demandas e especificidades de 
cada território, de cada comunidade, de cada localidade. 
 
A educação ambiental deve estar vinculada às causas, aos desafios, 
aos sonhos e à cultura dos povos que vivem no campo. Em outras palavras, 
que veicule um saber significativo, crítico, contextualizado, do qual se extraem 
indicadores para a ação, reforçando um projeto político-pedagógico vinculado a 
uma cultura política libertária, baseada em valores como a solidariedade, 
igualdade, diversidade. 
 
Por essa razão, necessitamos encontrar um lugar adequado para a 
educação ambiental dentro do projeto educativo das escolas, bem como 
corroborar e fortalecer as suas relações com outros aspectos da educação do 
campo. Necessitamos ter cada vez mais claro qual é o papel político da 
educação ambiental: ela não é apenas um suplemento da educação, mas é 
uma educação que submerge a reconstrução do sistema de relações entre as 
pessoas, o ambiente natural e a sociedade. 
 
Exemplos de Projetos de trabalho para a Educação Ambiental nas escolas 
do campo 
 
Por meio de projetos de trabalho intencionalmente planejados 
(conectados com as políticas públicas de educação, com a proposta político-
pedagógica da escola do campo e com as pretensões da comunidade), as 
questões socioambientais relevantes em nível local, contextualizadas em uma 
realidade global, podem ser trazidas para dentro da escola. 
Além de permitirem o acesso a novas informações, os projetos de 
trabalho na escola, favorecem a problematização da realidade, contribuem para 
a comunidade ler a realidade (analisá-la e interpretá-la) com outros olhos, 
 
55 
 
averiguar as dificuldades e tumultos socioambientais favorecendo o 
desenvolvimento de uma sensibilidade política e de valores humanos que 
aceitam ao sujeito posicionar-se frente à realidade. 
 
Na região do Alto Uruguai Gaúcho, a agroecologia, transgênicos, 
conservação da floresta ombrófila mista conservação e uso sustentável das 
águas, temas de grande relevância sociocultural, são objetos de projetos de 
trabalho desenvolvidos pelas escolas rurais, que atendem filhos de agricultores 
familiares. E as educadoras que atuam nas escolas rurais da região, 
participantes do Projeto Lambari, têm elaborado seus projetos de trabalho 
tendo como referência três etapas construídas pelo grupo, descritas a seguir. 
(Tente trabalhar sua realidade local). 
 
1ª ETAPA: Estudando a realidade local e definindo os temas dos projetos 
 
A partir da análise da situação, do contexto e das demandas da 
comunidade bem como das suas contribuições para a comunidade local são 
definidos pela comunidade escolar os temas dos projetos de trabalho e seus 
objetivos gerais. 
 
2ª ETAPA: Tecendo redes de relações 
 
Por meio da construção das redes de relações, o tema central do 
projeto é visto sob a óptica de todas as disciplinas do currículo escolar 
buscando o diálogo entre as diferentes visões. Nessas redes são definidos não 
só os conceitos ou proposições a serem trabalhadas, mas também as dúvidas, 
as contradições existentes. 
 
Nas redes os conceitos não procedem necessariamente de outros mais 
gerais e inclusivos, mas eles adquirem em si mesmos a categoria de nós 
articuladores que colaboram para a explicação e representação de um 
fenômeno. 
 
Uma nova abrangência dos professores sobre o tema do projeto 
aparece do confronto das diferentes visões e do uso do conhecimento que 
 
56 
 
cada um detém de sua área. E a troca de conhecimentos específicos permite 
aos professores apreender aspectos antes não observados. Desse modo são 
deliberados os objetivos específicos e os conteúdos a serem trabalhados 
durante o projeto estabelecendo relação entre eles. 
 
3ª ETAPA: Traçando trajetórias 
 
São trabalhados pelos professores, os conteúdos selecionados que 
projetam suas atividades e as confrontam com os outros professores. São 
então definidas as atividades iniciais do projeto (atividades desencadeadoras), 
as atividades de desenvolvimento (que buscam a aquisição de novos 
conhecimentos, de procedimentos e de novos valores com todos os envolvidos 
no processo) e de fechamento do projeto (produto final). Também são definidos 
os recursos imprescindíveis e constituído o cronograma de realização do 
projeto. As atividades também são oferecidas e discutidas com a comunidade 
escolar, proporcionando

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