Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Agropecuária no Brasil A importância do setor agrícola no Brasil Este setor emprega 20% da mão de obra ativa, gerando, portanto, empregos nas áreas de transporte, comércio, armazenagem e transformação de produtos. Nesse sentido, ele fornece alimentos à população e matéria-prima para os mais diversos setores industriais, como o alimentício, o energético e o têxtil. Logo, é cerca de 25% da renda das exportações nacionais, o que faz o setor agrícola brasileiro apresentar, nos últimos anos, expressivo aumento de produção e produtividade. Tal realidade está relacionada à soma de fatores como: ● a elevação do nível de investimentos realizados no campo por parte dos empresários rurais; ● adoção de políticas agrícolas governamentais que valorizam e bene�ciam o desenvolvimento do cultivo de determinados produtos; ● melhoria na quali�cação pro�ssional do trabalhador rural; ● modernização dos equipamentos agrícolas; ● desenvolvimento de uma tecnologia agrícola nacional; ● expansão do mercado mundial de produtos agrícolas. Contudo, apesar da elevação da produção e da produtividade agrícola, ainda se constata a existência de graves problemas sociais no campo. Nessa perspectiva, segundo muitos analistas, tal fato é resultado da estrutura fundiária historicamente concentrada e também das precárias relações de trabalho existentes na área rural brasileira. O agronegócio e a agricultura familiar As propriedades rurais no Brasil apresentam, atualmente, características diferentes entre dois dos principais setores de produção agrícola: o agronegócio e a agricultura familiar. ● O agronegócio não envolve apenas a produção agrícola, mas também as diferentes etapas antes do cultivo. Logo, essas etapas consistem no desenvolvimento de pesquisas, na elaboração de tecnologias rurais (adubos, máquinas, insumos, rações e sementes) e no processamento e distribuição de produtos agrícolas. ● Já agricultura familiar é a estrutura rural em que pequenos produtores dirigem o processo produtivo, com ênfase na diversi�cação da produção e no predomínio do trabalho familiar, o qual pode ser complementado pelo trabalho assalariado. A estrutura fundiária A estrutura fundiária brasileira se destaca pela histórica concentração de terras nas mãos de poucos proprietários. Nessa lógica, esse problema exerce in�uência em diversos aspectos da economia e da organização social brasileira como: ● na oferta de empregos; ● no nível de remuneração; ● na qualidade de vida e no trabalho da população rural; ● na produção agrícola nacional. Principais áreas de produção agropecuária da região Sudeste No Sudeste, a atividade agrícola se apoiou inicialmente na cana-de-açúcar e, em seguida, na cultura do café, ainda hoje importante na região. As áreas de maior destaque na agricultura são: ● o Planalto Ocidental Paulista; ● o Triângulo Mineiro; ● o sul de Minas Gerais; ● a Zona da Mata Mineira; ● a Planície Litorânea; ● O Planalto Ocidental Paulista, o qual é a principal área agrícola do Sudeste, pois apresenta uma agricultura moderna e bastante diversi�cada, que foi favorecida, sobretudo, por três fatores: → As condições naturais: topogra�a relativamente plana, com predomínio do clima tropical de altitude, o que gera a ocorrência de manchas signi�cativas de terra roxa, etc.; →a imigração e a implantação de infraestrutura de transportes no mesmo período impulsionou a adoção de novas técnicas e cultivos, além da necessidade de escoamento da produção cafeeira a custos acessíveis, o que determinou o incremento das vias férreas e sistema portuário, os quais serviram de base para a expansão de outras culturas; →o crescimento da indústria no estado de São Paulo: o parque industrial fornece insumos à agricultura e consome matérias-primas agrícolas, além de impulsionar o intenso crescimento urbano. Entre as produções locais, as de maior valor econômico são o café, a cana-de-açúcar e a laranja. Mas há também outros produtos que se destacam, como o chá, milho, arroz, algodão e banana. O Planalto Ocidental Paulista também se destaca como área de criação de bovinos de diferentes raças, com o domínio de uma pecuária rica, seja nos moldes do sistema intensivo, com muito investimento, seja no sistema extensivo, porém com grande aplicação de zootecnologia. →Nas proximidades dos grandes centros urbanos, particularmente circundando a Grande São Paulo, há um importante cinturão verde, que produz hortifrutigranjeiros para consumo local e regional. Esse cinturão está se afastando dos núcleos urbanos, em razão da valorização imobiliária e da expansão da mancha urbana em torno das regiões mais ocupadas pela população. Principais áreas de produção agropecuária da região Sul A ocupação do espaço agrícola do Sul do Brasil começou com as grandes fazendas de pecuária. A partir do século XIX, com as correntes imigratórias, a paisagem teve mudanças, sobretudo nas áreas de concentração de colonos, pelas pequenas propriedades policultoras (com regime de trabalho familiar), e por produções típicas de clima temperado, como a cultura do trigo e da uva, visando, principalmente, o abastecimento do mercado regional. A expansão do cultivo da soja, nas últimas décadas, tem provocado alterações no quadro agrário do Sul. Com isso, as propriedades cresceram em tamanho, mecanizaram-se e passaram a privilegiar o mercado externo. Atualmente, cerca de 90% do trigo, 50% do arroz, 66% da uva e aproximadamente um terço da soja e do milho produzidos no Brasil vêm da região Sul. Além disso, destaca-se também a pecuária, em especial, a de suínos, aves e ovinos, sobretudo no Rio Grande do Sul, que detém aproximadamente 24% do rebanho ovino do Brasil. Principais áreas de produção agropecuária da região Nordeste A atividade agrícola é a mais importante atividade econômica do Nordeste. As sub-regiões nordestinas apresentam realidades muito diversas, tanto em termos de produção como na organização do espaço agrícola, em razão do clima e das condições estruturais de cada região. ● a Zona da Mata é bastante úmida; ● o Agreste é semiúmido; ● o Sertão é semiárido; ● o Meio-Norte é bastante úmido. →A Zona da Mata foi a primeira região agrícola a ser ocupada na região, com a cultura da cana-de-açúcar. Na região predomina-se as grandes propriedades e a monocultura voltada para o mercado externo. →No Agreste, região menos úmida, predominam as pequenas propriedades policultoras, as quais se dedicam à produção de gêneros alimentícios, como milho, mandioca, feijão, batata, frutas, café, fava, entre outros. Planta-se, também, o algodão e o sisal. →O Sertão tem como principal plantio comercial o algodão arbóreo, de �bras longas. Já nas áreas mais úmidas, desenvolve-se uma policultura de subsistência, com plantações de milho, feijão e mandioca. Além disso, observa-se também, ao longo do rio São Francisco, a prática de uma agricultura moderna, que depende de irrigação (cebola, frutas, arroz, etc.). Em contrapartida, tratando-se da pecuária, em grande parte dessa sub-região, pratica-se uma pecuária de baixa produtividade, em um sistema extensivo, com predomínio de bovinos, além de grande número de caprinos (cabras e bodes) e asininos (jegues). →O Meio-Norte caracteriza-se pela cultura comercial do arroz, desenvolvida às margens dos rios Parnaíba, Mearim e Pindaré, e por uma pecuária de bovinos extensiva, praticada ao sul dessa sub-região. Principais áreas de produção agropecuária da região Centro-Oeste O Centro-Oeste é a região onde a fronteira agrícola teve maior expansão recente no Brasil: ● a região se tornou uma das principais áreas de produção de soja, arroz, milho, algodão e pecuária do país. →Parte dessa expansão se deve às técnicas de correção da acidez do solo do Cerrado, processo conhecido como calagem; →à elaboração de técnicas de adaptação climática de cultivos como a soja; →à construção de rodovias, que possibilitaram maior integração econômica a outras regiões do país. Tal avanço tem um custo ambiental elevado, o que caracteriza atualmente o Cerrado como uma área de hotspotem biodiversidade, pois cerca de 50% da área original já foi completamente destruída. Entre as principais áreas de produção agrícola do Centro-Oeste, destacam-se: ● a região de Campo Grande e Dourados, no Mato Grosso do Sul, com grande produção de soja, milho, amendoim e trigo; ● a região sudeste de Goiás, com produção de arroz, algodão, milho, soja e café; ● o Vale do Paranaíba, localizado no sul de Goiás, com produção de algodão, amendoim e arroz. Atualmente o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de soja, e o estado do Mato Grosso é o maior produtor brasileiro desse gênero agrícola. Já em relação à pecuária, destaca-se a presença de rebanhos em áreas do Cerrado, em especial o de gado bovino, com produção voltada para a pecuária extensiva e a utilização do rebanho para corte. No Pantanal também há a presença de importantes áreas de pecuária. Principais áreas de produção agropecuária da região Norte A região Norte não tem grande destaque na produção agrícola nacional, mas veri�ca-se, no hodierno, um aumento da produção na região, uma área de expansão da fronteira agrícola. Tal fato tem colocado em risco a Floresta Amazônica. →Entre as áreas agropecuárias mais importantes da região Norte estão: ● a Zona Bragantina, próxima a Belém, com produção de pimenta-do-reino e malva; ● as várzeas do rio Amazonas, com produção de juta; ● algumas regiões de Rondônia, onde se destacam as plantações de soja e de milho; ● Roraima, com criação de bovinos e equinos; ● a ilha de Marajó, com criação de bufalinos.
Compartilhar