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Eugenia Uniflora

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS 
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 
 
 
 
 
 
 
 
Emilly Gatto Bentes 
Laura Luiza Moreira da Silva Dias 
 
 
 
 
 
 
 
Caracterização da Eugenia uniflora L. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manaus, AM 
2019 
Introdução 
O gênero Eugenia destaca-se pelo vasto potencial econômico e farmacológico das 
espécies que a integram. Somente no Brasil existem cerca de 400 espécies do gênero 
Eugenia distribuídos em todo território nacional (Queiroz et al, 2015) 
Dentre as espécies desse gênero, evidencia-se a Eugenia uniflora L. (família 
Myrtaceae), conhecida popularmente como “Pitangueira”, que apresenta grande 
distribuição geográfica e é bastante utilizada na medicina popular (Queiroz et al, 2015). 
As folhas e frutos dessa planta são considerados excitantes, antifebrífugos, 
aromáticos e antidisentéricos. A infusão de suas folhas tem sido empregada como 
antirreumática e anti-hipertensiva e seu extrato alcoólico é utilizado em bronquites, 
tosses, ansiedades, hipertensão arterial e outros (Queiroz et al, 2015). 
A Eugenia uniflora L. se apresenta como um arbusto ou árvore semidecídua de 04 
a 10 metros de altura, com copa estreita, de tronco liso de cor pardo clara. Suas folhas são 
simples, cartáceas, de 03 a 07 cm de comprimento, com aroma característico. As flores 
são solitárias ou em grupos de 2-3 nas axilas e nas extremidades dos ramos. Os frutos são 
tipo drupa, globulosos e sulcados, brilhantes e de cor vermelha, amarela ou preta, com 
polpa e agridoce, contendo 1 ou 2 sementes (Lorenzi et al, 2002). 
Ensaios farmacológicos realizados com extratos da folha da Eugenia uniflora L. 
evidenciaram a atividade inibitória da enzima xantina-oxidase por ação dos flavonóides 
(Schmeda-Hirschman et al, 1987), diminuição da pressão sanguínea (Consolini et al, 
1999) e atividade antibacteriana contra um conjunto de microrganismos patógenos. 
Caracterização 
• Epiderme e Anexos 
As folhas da Eugenia uniflora L. são hipoestómaticas, sendo seus estômatos 
predominantes anomocítos. Em corte paradérmico, a epiderme da parte superior das suas 
folhas apresenta células ondulada, enquanto em sua parte inferior ela possui classificação 
sinuosa. Ambos os lados da folha apresentam cavidades secretoras , porém são mais 
abundantes na epiderme superior. Em corte transversal é possível notar a presença de 
cutícula (Fiuza et al, 2008). 
 
fonte: Fiuza et al, 2008. 
 
fonte: Fiuza et al, 2008 
• Parênquima, Colênquima e Esclerênquima 
Seu parênquima clorofiliano é assimétrico, com o paliçádico unisseriado e o lacunoso 
com várias camadas indefinidas. Ele se estende até as proximidades do sistema vascular. 
Cavidades secretoras mais abundantes na epiderme da parte superior (Fiuza et al, 2008). 
O colênquima é principalmente anelar, com espessamentos tênues e cerca de três 
camadas celulares na parte superior da folha, e duas camadas ao redor do caule. O sistema 
vascular central é bicolateral, em forma de arco, envolvido por faixa esclerenquimática 
com células em formato de fibras (Fiuza et al, 2008). 
• Xilema e Floema 
O sistema vascular apresenta um floema com abundancia de cristais rômbicos de 
pequenas dimensões, envolto por quatro a oito camadas de tecido parenquimático de 
paredes espessadas (Fundação Oswaldo Crus, 2017), localizado externamente e 
internamente ao xilema, na disposição: floema externo, xilema radial e floema interno. 
O floema é cercado por esclerênquima fibroso, com reservas de amido em abundancia 
por todo seu parênquima. (Fiuza et al, 2008). 
 
fonte: Fiuza et al, 2008 
• Inclusões Celulares 
Grãos de amido, drusas de oxalato de cálcio e cristais ocorrem em abundância por 
todo o parênquima fundamental (Fundação Oswaldo Crus, 2017). 
 
Referências 
1. Consolini, A. E., Baldini, O. A., Amat, A. G ; Pharmacological basis for the 
empirical use of Eugenia uniflora L. (Myrtaceae) as antihypertensive; Journal 
of Ethnopharmacology; v. 66; p. 33-39; 1999. 
2. Fiuza, T. S. et al ; Revista Eletrônica de Farmácia; v. 5, p 21-31, 2008. 
3. Farmacopeia Brasileira; Brasilia: Fundação Oswaldo Cruz; 5º edição; p. 
1206-1211; 2017. 
4. Lorenzi, H. ; MATOS, F. J. A.; Plantas medicinais no Brasil nativas e exóticas; 
Nova Odessa; SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda; 2002. 
5. Queiroz, J. M. G. et al ; Aspectos populares e científicos do uso de espécies 
de Eugenia como fitoterápico; Revista Fitos; Rio de Janeiro; vol. 9, p. 87-100; 
2017. 
6. Schmeda-Hirschman, G. et al; Preliminary pharmacological studies on 
Eugenia uniflora leaves: xanthine oxidade inhibitory activity. Journal of 
Ethnopharmacology; vol. 21; p. 183-186;1987.

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