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Exame Físico Neurológico FACE PARALISIA FACIAL o Periférica unilateral >>> desvio da comissura labial para o lado da hemiface sadia e incapacidade de fechar o olho (lagoftalmo) o Periférica bilateral >>> boca entreaberta, lagoftalmo bilateral, sem rugas ou expressividade (diplegia facial). o Central >>> acomete apenas metade inferior da face contralateral. VII PAR CRANIANO – NERVO FACIAL FUNÇÃO Motora: divide anátomo-clinicamente em dois ramos >>> temporofacial e cervicofacial o Mímica facial Sensibilidade especial: gustação 2/3 anteriores da língua. Autonômica: controle do lacrimejamento e salivação. Divide-se em 5 ramos: temporal, zigomático, bucal, marginal da mandíbula e cervical. Origem: área motora primária Leões SUPRANUCLEARES levam a paresia contralateral significativa apenas da metade inferior da hemiface – é o padrão de paresiai facial central. Lesão NUCLEAR: hemiface ipsilateral – padrão de paresia facial periférica Lesão INFRANUCLEAR: toda hemiface ipsilateral à lesão – paresia facial periférica. EXAME DO NERVO FACIAL 1. Fechar os olhos suavemente e depois com força. 2. Sorrir mostrando os dentes e avaliar se há desvio de rima bucal (boca desvia para o lado sadio). 3. Fazer bico e também encha as bochechas de ar. 4. Contrair o platisma (m. do pescoço) 5. REFLEXOS: a. Reflexo córneo-palpebral b. Reflexo orbicular da boca c. Reflexo glabelar (nasopalpebral ou orbicular dos olhos) SINAIS DE LESÃO Paresia/plegia facial Hiperacusia Ageusia 2/3 anteriores da língua Diminuição da salivação e lacrimejamento Em ambiente ambulatorial: PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA IDIOPÁTICA (PARALISIA DE BELL) >>> é uma condição frequente, pode ser por consequência de infecção viral e não deve ser confundida com acidente vascular encefálico. Na emergência: AVC – paralisia facial central contralateral nas lesões de artéria cerebral média ou de artéria carótida interna. AVC DE TRONCO – as lesões na ponte podem acometer o núcleo no nervo facial e, consequentemente, causar uma paralisa facial do tipo periférica ipsilateral associada a hemiparesia contralateral (hemiparesia alterna). FÁCIES PARKINSONIANA Hipomimia (redução das expressões faciais e da capacidade de gesticulação), em máscara, redução na frequência de piscar, boca entreaberta, saliva, tremor nos lábios ou mandíbulas FÁCIES DE HUTCHINSON Cabeça reclinada para trás e contração da musculatura frontal para compensar ptose palpebral, e escassez de movimentação ocular. Ocorre em oftalmoplegia externa. FÁCIES MIASTÊNICA Semiptose bilateral com alterações assimétricas da motilidade ocular extrínseca (MOE). FÁCIES TETÂNICA Enrugamento da testa, contração palpebral e repuxamento das comissuras labiais, trismo. POSTURA HEMIPLÉGICA/HEMIPARÉTICA Membro superior parético em flexão e leve pronação e membro inferior ipsilateral em hiperextensão e pé equino. PARKINSONIANA Tronco inclinado para frente, membros superiores fletidos e tremor MIOPÁTICA Saliência das escápulas, acentuação da lordose lombar e hipertrofia das panturrilhas ESCOLIÓTICA DE VANZETTI Escoliose com desvio do tronco para lado do membro inferior doloroso (pode ser cruzada). MARCHA 1. CAMINHAR HEMIPLÉGICA/CEIFANTE Membro superior em flexão, membro inferior em extensão, ao dar um passo faz movimento circular com pé equino. Lesão piramidal unilateral. DIPLÉGICA/ESPÁSTICA Arrasta membros inferiores, passos curtos e se espasticidade intensa pode chegar a ser em tesoura. Lesão piramidal bilateral PARÉTICA/ESCARVANTE Pé caído >>> não faz mais flexão dorsal do pé, levanta muito a perna e pousa pé no chão pela ponta. Lesões nervosas periféricas. TABÉTICA/TALONANTE Base de sustentação alargada, membros superiores abduzidos, olhar fixo no chão, elevação súbita dos membros inferiores batendo fortemente o calcanhar. Lesão das vias proprioceptivas, exemplo – em coluna posterior da medula. CEREBELAR/EBRIOSA Em zigue-zague, como bêbado. Lesão cerebelar. PARKINSONIANA Passos curtos com aumento progressivo do ritmo (festinação) e sem balanço em membros superiores. Síndromes parkinsonianas. MIOPÁTICA/ANSERINA Aumento da lordose lombar, tronco e quadril gingando e escápula alada. Lesões musculares Manobra de Gowers: levantar miopático escalando as próprias pernas 2. Andar na ponta dos pés e na ponta dos calcanhares. 3. Andar sobre linha, ou seja, pé-ante-pé (para verificar presença de ataxia). OBS.: EQUILÍBRIO ESTÁTICO SINAL DE ROMBERG Paciente em pé, com pés unidos e braços estendidos ao longo do corpo ou cruzados em frente ao tronco. Examinador faz proteção com os braços para paciente não cair e solicita que feche os olhos. o PRESENTE - se oscila fortemente a ponto de cair se não for ajudado, ou se abre os olhos e/ou abre os braços para evitar queda. o Ataxia sensitiva – queda para qualquer lado o Labirintopatia – queda para o lado da lesão. ROMBERG SENSIBILIZADO: colocando-se um pé a frente do outro ou manter-se apoiado num pé só. TROFISMO MUSCULAR Comparar regiões homólogas. Tipos: eutrófico, hipotrófico/atrófico ou hipertrófico. PALPAÇÃO: CONSISTÊNCIA Pode ser útil, mas há muitas variações entre indivíduos e pode ser de difícil interpretação. MOVIMENTAÇÃO PASSIVA Movimentar de forma inicialmente lenta e depois rápida sem executar movimentos rítmicos. Observar extensibilidade (amplitude) e passividade (resistência). Normalmente a resistência é mínima ou ausente. o MS – cotovelos e punhos. o MI – decúbito dorsal, tornozelo, joelho e quadril. Pode ser usada manobra de colocar mão embaixo do joelho do paciente e levantar subitamente a perna. Se espasticidade, há reflexo de extensão que levanta a perna. BALANÇO PASSIVO Paciente em decúbito dorsal, examinador pressiona perna ou antebraço sobre o leito e movimenta de um lado para outro observando balanço distal. FORÇA MUSCULAR 1. Fazer determinados movimentos livres e contra oposição do examinador. 2. Realizar provas deficitárias (manter o paciente em posturas características por 2 min com olhos fechados): o Mingazzini: membros superiores – sentado, membros superiores estendidos para diante em supinação. // membros inferiores – decúbito dorsal, coxa e pernas fletidas a 90º. o Barré: decúbito ventral, pernas fletidas a 90º e pés na horizontal. REFLEXOS TENDINOSOS PROFUNDOS Mecanismo: arco reflexo monossináptico. O reflexo pode ser reduzido ou abolido se lesão em qualquer dos elementos do arco reflexo como via sensitiva aferente, motoneurônio alfa ou mesmo no efetor, o músculo (se fraqueza e atrofia graves). TIPOS DE MARTELOS Caso necessário, usar manobras de reforço: Manobra de Jendrassik (efeito dura 1 a 6 segundos) – uma mão puxando a outra, para testar membros inferiores. Distração – cerrar os dentes, contar, ler em voz alta, olhar para o teto, fazer cálculos. Aumento da tensão muscular por leve contração do músculo. Graduação: BICIPITAL: Músculo: bíceps braquial Nervo: musculocutâneo (C5-C6) Técnica: palma do polegar sobre tendão do bíceps e percute sobre o dedo. TRICIPITAL: Músculo: tríceps braquial Nervo: radial (C7-C8) Técnica: antebraço a 90°, percussão do tendão do tríceps logo acima da inserção no olecrano da ulna. BRAQUIORRADIAL OU SUPINADOR: Músculo: braquiorradial Nervo: radial (C5-C6) Técnica: percussão logo acima do processo estiloide do rádio ou mais acima. FLEXORES DOS DEDOS (SINAL DE WARTENBERG):Músculo: flexores dos dedos Nervos: mediano ulnar (C8-T1) Técnica: examinador coloca seus dedos médio e indicador contra os dedos do paciente e percute sobre eles. PATELAR: Músculo: quadríceps Nervo: femoral (L2-L4) Técnica: percute tendão patelar AQUILIANO OU DO TRÍCEPS SURAL: Músculo: tríceps sural (gastrocnêmio, sóleo e plantar) Nervo: tibial (S1) Técnica: percute tendão aquileu. AXIAIS DA FACE: Nasopalpebral (orbicular dos olhos) – percute sobre a glabela >>> paciente fecha os olhos (N. facial). Orbicular dos lábios – percute abaixo do nariz e acima da boca >>> projeção dos lábios para frente (N. trigêmeo e facial). Mandibular (massetérico) – percute mento em cima do dedo com a boca entreaberta >>> elevação da mandíbula, normalmente ausente. REFLEXOS SUPERFICIAIS CUTÂNEOS CUTÂNEO-ABDOMINAIS: Desliza chave ou base do martelo em diagonal da parte periférica do abdome (superior, médio e inferior) em direção à cicatriz umbilical e observa contração muscular ipsilateral. CREMASTÉRICO: N. ilioinguinal e genitofemoral (L1, L2) Em decúbito dorsal, examinador estimula porção súpero-interna da coxa causando elevação do testículo ipsilateral por contração do músculo cremastérico. ANAL EXTERNO: N. hemorroidário inferior (S4-S5) Estimular região perianal causando contração do esfíncter externo. REFLEXOS PATOLÓGICOS SINAIS DE LESÃO PIRAMIDAL SINAL DE BABINSKI Importante sinal de lesão piramidal. Estimulação da superfície plantar pela parte lateral do calcanhar até um pouco antes da base do hálux leva à EXTENSÃO DO HÁLUX com ou sem abertura em leque dos dedos. É um reflexo primitivo, sendo normal até, no máximo, 2 anos de idade. CLÔNUS Contrações musculares rítmicas involuntárias induzidas por distensão passiva súbita de um músculo ou tendão. De pé: paciente em decúbito dorsal com membro inferior relaxado, examinador segura o joelho fletido com uma mão e, com a outra mão, segura parte superior da planta do pé em ligeira eversão e faz dorsiflexão brusca do pé, mantendo certa pressão na sola do pé. De patela: paciente em decúbito dorsal com membro inferior relaxado, examinador segura parte superior da patela com indicador e polegar e faz tração súbita para baixo. Clônus: patela com movimentos rítmicos para cima e para baixo. COORDENAÇÃO DIADOCOCINESIA: Mãos em coxas, fazer movimentos rápidos de pronação/supinação por 10 segundos. ÍNDEX-NARIZ-ÍNDEX: Estende o braço e depois toca o nariz com o indicador, repetindo o movimento várias vezes, depois com os olhos fechados. CALCANHAR-JOELHO: Em decúbito dorsal, toca joelho contralateral com calcanhar e depois desliza por crista anterior da tíbia. TESTE DE REBOTE: O braço aduzido no ombro e flexionado no cotovelo com antebraço supinado e punho cerrado. O examinador puxa o punho enquanto o paciente resiste à extensão do cotovelo. O examinador libera subitamente o punho do paciente. Se alteração cerebelar: o paciente vai golpear o rosto ou ombro, por isso o braço livre do examinador deve ficar em posição de fazer a proteção. SENSIBILIDADE 1. Paciente em decúbito dorsal com olhos fechados. SUPERFICIAL TATO: Estímulos com agulha e algodão ou pincel. Muito leve para não fazer estimulação barestésica. DOR: Estímulos com superfície pontiaguda o suficiente para causar sensação levemente dolorosa. PROFUNDA Cinética – inicia exame em hálux alternando movimentos de flexão e extensão e paciente deve informar quando está em movimento. Postural: utilizando o mesmo momento do teste de sensibilidade cinética, o examinador deixa o hálux em flexão/ou extensão e o paciente deve dizer em que posição está. Palestésica: com diapasão. o Inicia teste em hálux. o Posicionar diapasão sobre eminências ósseas e solicitar que paciente informe quando deixa de sentir a vibração. o Comparar dimídios do paciente. Estereognosia: paciente com olhos fechados, colocar caneta e/ou moeda em suas mãos e solicitar que paciente identifique. PARES CRANIANOS I PAR CRANIANO – NERVO OLFATÓRIO SINAIS DE LESÃO Hiposmia ou anosmia ipsilateral Ageusia (a percepção do gosto é um fenômeno complexo que depende das vias gustativas e olfativas). DISFUNÇÃO DO OLFATO ✓ Anosmia >>> ausência do olfato ✓ Hiposmia >>> diminuição do olfato ✓ Hiperosmia >>> aumento do olfato ✓ Agnosia olfativa >>> incapacidade de reconhecer o cheiro. ✓ Disosmia >>> comprometimento ou disfunção do olfato ✓ Parosmia >>> perversão ou distorção do olfato ✓ Cacosmia >>> cheiro desagradável ✓ Coprosmia >>> cacosmia com odor fecal ✓ Fantosmia >>> odor que não é real ✓ Presbiosmia >>> diminuição da olfação devido o envelhecimento 1. Perguntar sobre alterações na capacidade de sentir odores e sensibilidade gustativa. 2. Se necessário investigar: o Explicar exame para o paciente o Checar se as narinas estão pérvias - solicitar que o paciente feche uma narina e inspire com a outra, em seguida faz o mesmo com a outra narina. o Solicitar que o paciente feche os olhos. o Usar tubo contendo substância: café ou canela. o Perguntar se o paciente está sentindo algum cheiro e, em caso de resposta afirmativa, solicitar que o paciente identifique qual é a substância. ALTERAÇÕES NO AMBULATÓRIO Lesões expansivas na região órbitofrontal (como meningiomas) Pode preceder as manifestações motoras da doença de Parkinson. Quimioterapia (as células receptoras olfatórias são constantemente substituídas por células recém-formadas e, portanto, são sensíveis à quimioterapia) COVID-19 ALTERAÇÕES NA EMERGÊNCIA Traumatismos cranioencefálicos com lesão da lâmina crivosa do etmóide acarreta a diminuição ou perda da olfação. II PAR CRANIANO – NERVO ÓPTICO Função: visão e via aferente do reflexo fotomotor. SINAIS DE LESÃO: Comprometimento da visão central e/ou periférica. Diminuição ou ausência do reflexo fotomotor. AVALIAR OLHO Analisar globo ocular em busca de alterações como: catarata, arco senil, anel de kayser-Fleischer (presente na doença de Wilson), corpo estranho, prótese ocular, irritação conjuntival etc. ACUIDADE VISUAL Testar um olho de cada vez. Se o paciente faz uso habitual de óculos, deve usá-lo durante o exame. Tabela de Snellen: com uma distância de 6m para avaliar a acuidade à distância. Cartão de Rosenbaum: para perto (35cm). CAMPO VISUAL POR CONFRONTAÇÃO 1. Ficar em frente ao paciente a uma distância de um braço. 2. Solicitar que o paciente fixe o olhar no nariz do examinador. 3. Solicitar que o paciente oclua um olho enquanto o examinador oclui o próprio olho contralateral ao do paciente. 4. Colocar o braço em uma distância média entre o examinador e o paciente e testar os 4 quadrantes de um olho (temporal superior, temporal inferior, nasal superior e nasal inferior) solicitando que o paciente informe se os dedos estão parados ou em movimento. o Outra opção é solicitar que paciente avise se há 1 ou 2 dedos estendidos ou ir aproximando o dedo da posição central e solicitar que o paciente avise assim que começar a vê-lo DÉFICITS DE CAMPO VISUAL A: Amaurose unilateral esquerda B: Hemianopsia heterônima bitemporal C: Hemianopsia nasal a esquerda D: Hemianopsia homônima direita E: Quadrantanopsia homônima superior direita F: Quadrantanopsia homônima inferior direita G: Hemianopsia homônima direita poupando visão central OFTALMOSCOPIA 1. Reduzir a luminosidade do ambiente 2. Solicitar que o paciente olhe em frente, fixando o olhar em um ponto distante 3. Com a luz em posição obliqua à pupila do paciente, deve-se ir se aproximando aospoucos. 4. Direcionar o oftalmoscópio a fim de examinar todos os quadrantes com movimentos de pequena amplitude. REFLEXO FOTOMOTOR Ver no exame do III par craniano. NO AMBULATÓRIO PAPILEDEMA: síndrome de hipertensão intracraniana ATROFIA ÓPTICA: sequela de episódio de neurite óptica. NA EMERGÊNCIA NEURITE ÓPTICA: redução ou perda da acuidade visual unilateral de evolução subaguda. Pode ter várias causas, inclusive doenças desmielinizantes como esclerose múltipla ou neuromielite óptica. III PAR CRANIANO – NERVO OCULOMOTOR Função: o MOTORA - motricidade ocular extrínseca e músculo elevador da pálpebra. o AUTONÔMICA – participa na inervação parassimpática da pupila (via eferente do reflexo fotomotor). SINAIS DE LESÃO Paresia da MOE: o Diplopia o Estrabismo divergente Ptose palpebral Redução ou abolição do reflexo fotomotor Anisocoria (assimetria no diâmetro das pupilas) por midríase ipsilateral. AVALIAR OLHO 1. Avaliar se há anisocoria 2. Solicitar ao paciente que, inicialmente, olhe para o “infinito – músculos relaxados – estrabismo). 3. Avaliar se há ptose palpebral TESTE DO H – MOVIMENTAÇÃO DA MUSCULATURA EXTRÍNSECA DO OLHO 1. Solicitar que o paciente fixe o olhar na ponta de uma caneta ou mesmo na ponta do dedo do examinador localizado a certa distância. 2. Explicar ao paciente que acompanhe o objeto com o olhar, mas movimentando apenas os olhos e sem mover a cabeça. 3. Movimentar o objeto fazendo a figura de um “H” o Durante os movimentos, observar ocorrência de limitação dos movimentos, nistagmo e diplopia. 4. Deve-se avaliar a movimentação de ambos os olhos simultaneamente. 5. Lembrar de no fim do H, fazer a convergência. REFLEXO FOTOMOTOR 1. Reduzir a luz ambiente. 2. Com uma lanterna, levar a luz para um olho do paciente e observa se há reflexo fotomotor direto. 3. Depois levar a luz para o mesmo olho e dessa vez observa se há reflexo fotomotor consensual no olho contralateral. REFLEXO DE ACOMODAÇÃO 1. Se não há boa resposta ao estímulo luminoso, testar a acomodação aproximando lentamente caneta ou dedo dos olhos do paciente e observando contração pupilar bilateral. 2. Deve-se iniciar com distância aproximada de 15cm para o olho do paciente. NO AMBULATÓRIO NEUROPATIA DIABÉTICA: quadro de paresia é incompleto, sem midríase, pois a lesão é na profundidade do nervo, poupando as fibras parassimpáticas. o Miastenia gravis cursa com ptose palpebral e diplopia. NA EMERGÊNCIA ANEURISMA: aneurisma da artéria comunicante posterior pode comprimir o III par levando a quadro de paresia completa com midríase pois as fibras parassimpáticas cursam na periferia do nervo o que as tornam sensíveis à compressão. AVC: lesões vasculares no mesencéfalo podem levar a déficit do nervo oculomotor ipsilateral associada a hemiparesia contralateral por acometimento do trato córticospinhal ipsilateral (padrão de hemiparesia alternada, típico de lesão do tronco encefálico). IV PAR CRANIANO – NERVO TROCLEAR FUNÇÃO Motora – motricidade ocular extrínseca (músculo oblíquo superior). SINAIS DE LESÃO Paresia do músculo oblíquo superior: diplopia, desvio ocular para cima, paresia do olhar para baixo quando o olho está aduzido, inclinação da cabeça. EXAME: Teste do H VI PAR CRANIANO – NERVO ABDUCENTE FUNÇÃO Motora – motricidade ocular extrínseca (músculo reto lateral). SINAIS DE LESÃO Paresia do músculo reto lateral: diplopia, estrabismo convergente, déficit da abdução do olho. EXAME: Teste do H V PAR CRANIANO – NERVO TRIGÊMEO FUNÇÃO 1. Motora - músculos mastigatórios. 2. Sensibilidade geral – face, couro cabeludo posteriormente até o vértice, cavidades oral e nasal, SAF, dentes, dura intracraniana, vasos intracranianos e propriocepção dos músculos da mastigação. SINAIS DE LESÃO Hipo ou anestesia em hemiface ipsilateral – depende do(s) ramo(s) Redução ou abolição do reflexo corneopalpebral Dor localizada Paresia e atrofia músculos mastigatórios, desvio da mandíbula para lado da lesão ao abrir a boca RAIZ MOTORA Emerge na parte ânterolateral da ponte » atravessa o gânglio de Gasser » sai do crânio pelo forame oval » une-se por curta distância à divisão sensorial mandibular » separa-se para suprir músculos da mastigação: masseter, pterigoides e temporal. FUNÇÃO MOTORA: 1. Inspeção do masseter e pterigoides – em repouso e ao abrir a boca (desvio para o lado afetado). 2. Palpação dos masseteres (na borda anterior) enquanto mandíbula cerrada. o Deve-se avaliar volume e força. o Coloca-se os dedos na margem anterior dos masseteres bilateralmente e solicita que o paciente serre os dentes. Os dedos irão se mover para frente, assim, deve-se avaliar se o movimento é simétrico. RAIZ SENSITIVA Emerge na parte ânterolateral da ponte » forma gânglio gasseriano (fica em depressão do ápice petroso – caverna de Meckel – imediatamente lateral à artéria carótida interna e à parte posterior do seio cavernoso) » divisão em três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. SENSIBILIDADE SUPERFICIAL 1. Solicitar que o paciente feche os olhos 2. Com algodão deve-se avaliar os 3 ramos da mandíbula, comparando um lado com o outro (sensibilidade tátil) 3. Deve-se comparar também se há diferença entre a parte distal e a parte proximal dos ramos, para avaliar se há um padrão em casca de cebola. 4. Com objeto pontiagudo como um palito de dente, deve-se avaliar os 3 ramos da mandíbula, comparando um lado com o outro (sensibilidade dolorosa). REFLEXOS MANDIBULAR OU DO MASSETER 1. Solicitar que o paciente deixe a boca relaxada 2. Colocar o dedo em cima do queixo do paciente e manter a boca semiaberta 3. Percutir em cima do dedo Se alteração: aparece reflexo com elevação da mandíbula. CÓRNEOPALPEBRAL 1. Solicitar que o paciente olhe para o lado contralateral e fixe o olhar em algum ponto 2. Um fiapo de algodão deve ser tocado da córnea sem passar pelo campo de visão do paciente. Ou seja, deve-se levar o algodão pela região lateral da córnea. 3. É observado o fechamento dos olhos bilateralmente. ORBICULAR DA BOCA: ver em VII par VIII PAR CRANIANO – NERVO VESTÍBULOCOCLEAR FUNÇÃO Sensibilidade especial – audição (coclear) e equilíbrio (vestibular). SINAIS DE LESÃO Diminuição ou abolição da audição tipo neurossensorial. Desequilíbrio, vertigem, nistagmo. EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINÂMICO MARCHA E ROMBERG PROVA DE BABINSKI-WEIL 1. Solicitar que o paciente com os olhos fechados caminhe 3 passos para frente e em seguida 3 passos para trás. 2. Repetir esse movimento algumas vezes. Se alteração vestibular: o paciente lateralizará para o lado afetado quando caminhar para frente e em seguida lateralizará para o lado não afetado quando for para trás. Dessa forma, desenhará uma estrela no chão. TESTE DE FUKUDA 1. O paciente deve fechar os olhos e estender os braços 2. Em seguida marchar elevando os membros inferiores em torno de 45 graus com 60 passos em 1 minuto, sem se deslocar de sua posição. O teste é considerado positivo: quando o paciente se desloca mais que 1m e/ou faz uma rotação maior ou igual a 30 para o lado acometido. PARTE COCLEAR (AUDIÇÃO) AUDIÇÃO 1. Solicitar que o paciente feche os olhos 2. Estímulo auditivo na frente de cada meato acústico externo e questiona ao paciente se ouve e se as intensidades estão iguais. TESTE DE WEBER E TESTE DE RINNE Diferenciar hipoacusia condutiva – trajeto do som desde o ambiente até a cóclea (como obstrução do conduto auditivo externo ou doenças do ouvido médio)– da hipoacusa neurossensorial (lesão da cóclea ou do VIII par). TESTE DE WEBER 1. Deve-se posicionar um diapasão (128, 256 ou 512Hz) em vibração na glabela e perguntar ao paciente de que lado o estímulo é melhor percebido. o Em pacientes normais, há percepção igual dos dois lados. o Se há hipoacusia condutiva, nesse lado a percepção da vibração será melhor. o Se há hipoacusia neurossensorial, nesse lado a percepção da vibração será pior. Hipoacusia à direita >>> Se a lesão é: De condução – melhor percepção do lado afetado. Neurossensorial – melhor percepção contralateral. TESTE DE RINNE 1. Colocar o diapasão (128, 256 ou 512Hz) em vibração no processo mastoide. 2. Solicitar ao paciente que informe quando deixar de ouvir o som (não a vibração) 3. Após o paciente avisar que deixou de ouvir no processo mastoide, imediatamente posicionar o diapasão a 2,5cm do meato acústico externo para que o paciente informe se ainda ouve pela condução aérea ou não. o O normal é que a percepção por condução aérea permaneça após cessar a percepção por condução óssea. o Se não há diferença ou a óssea é melhor – hipoacusia condutiva. IX PAR CRANIANO – NERVO GLOSSOFARÍNGEO X PAR CRANIANO – NERVO VAGO FUNÇÃO Nervo Glossofaríngeo Motora: músculos da faringe, junto com X par. O músculo estilofaríngeo é o único inervado exclusivamente pelo IX, com a função de elevar a faringe na deglutição. Sensitiva: faringe, 1/3 posterior da língua, membrana timpânica e conduto auditivo externo Sensitiva especial: gustação 1/3 posterior da língua Sensitiva visceral: corpo carotídeo e seio carotídeo Autonômica: parótida Nervo Vago Motora: palato mole, faringe, laringe (fala, deglutição, respiração) Sensitiva: faringe, laringe, parte externa da membrana timpânica, conduto auditivo externo, meninges da fossa posterior Sensitiva visceral: faringe, laringe, vísceras, barorreceptores e quimiorreceptores aórticos Autonômica: inervação parassimpática tórax e abdome. SINAIS DE LESÃO Disfagia, voz anasalada, regurgitação por nariz Rouquidão, hipofonia (X par) Ageusia e hipoestesia 1/3 posterior da língua ipsilateral (IX) Redução ou ausência do reflexo do vômito ipsilateral e redução ou ausência do reflexo da tosse. Disfunções autonômicas (principalmente X) 1. Observar disfagia, disartria, voz anasalada ou rouquidão. 2. Solicitar que paciente abra a boca e diga “Ahhhh” e observar presença e simetria de movimentos do palato mole, úvula e faringe. o Em caso de lesão unilateral, há desvio da base da úvula para lado normal. 3. Reflexo do vômito (não é feito de rotina). XI PAR CRANIANO – NERVO ACESSÓRIO FUNÇÃO Motora: músculos esternocleido e trapézio SINAIS DE LESÃO Paresia, hipotonia e atrofia do esternocleidomastóideo e do músculo trapézio – escápula alada, abaixamento do trapézio, déficit rotação do pescoço para lado oposto. AVALIAÇÃO DO ESTERNOCLEIDOMASTÓIDEO 1. Solicite que o paciente gire a cabeça para os dois lados 2. Solicite que o paciente gire a cabeça completamente para um lado e em seguida segure a cabeça do paciente nesta posição. 3. Instrua-o a tentar girar a cabeça em direção a linha mediana, contra a resistência imposta pelo examinador, evitando inclinar ou curvar o pescoço. 4. Observe e palpe o músculo contraído. AVALIAÇÃO DO TRAPÉZIO 1. Inspecione o músculo trapézio 2. Deve-se instruir o paciente a elevar os ombros. 3. Faz-se uma resistência no ombro e solicita que o paciente tente erguer o ombro novamente. 4. Pode ser feito individualmente cada lado de uma vez ou pode ser feito os dois lados de uma só vez de forma bimanual. XII PAR CRANIANO – NERVO HIPOGLOSSO FUNÇÃO Motora: motricidade da língua SINAIS DE LESÃO Paresia língua, disartria, disfagia (primeira fase da deglutição) e, dependendo do nível de lesão, pode haver atrofia e fasciculações. AVALIAR SE FRAQUEZA, ATROFIA OU MOVIMENTOS ANORMAIS DA LÍNGUA 1. Inspeção da língua em repouso dentro da boca; 2. Solicitar que paciente faça protrusão da língua 3. Solicitar que paciente movimente a língua de um lado para outro; 4. Se necessário, aferir força da língua solicitando que paciente pressione a bochecha internamente com a ponta da língua e examinador opõe resistência com a ponta do dedo pela parte externa da bochecha. Lesão do XII à esquerda: o lado são, ao protruir a língua, a desvia para o lado afetado.
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