Críticas à Teoria de Sistemas na Administração

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Apreciação Crítica da Teoria de 
Sistemas
Carlo Augusto C. L. Reis
Introdução
Neste tema, abordaremos uma apreciação crítica feita à Teoria Geral de Sistemas –TGS. Estas críticas precedem o
aparecimento, em 1972, de uma nova teoria na administração: a teoria contingencial. É preciso saber o que é
uma abordagem sistema para compreender melhor por quê ela recebeu tantas críticas. Você sabia que a
Abordagem Sistêmica da Administração criou o conceito de homem funcional? Mas o que representa o homem
funcional? Por quê a Teoria de Sistemas recebeu críticas? Estas e outras perguntas serão respondidas ao longo
do tema. Bom estudo!
Ao final desta aula, você será capaz de:
• identificar as principais críticas da teoria de sistemas, reconhecendo o confronto entre sistema aberto e 
fechado, Homem Funcional e Ordem e desordem
Conceitos da apreciação crítica
A Teoria Geral de Sistemas -TGS surgiu no século XX, em um contexto bastante turbulento, pois o mundo passava
por grandes transformações, após a Segunda Guerra Mundial. Assim, a Teoria de Sistemas recebeu influência das
Ciências Biológicas, pelos estudos do biólogo, Ludwig Von Bertalanffy, o pai da TGS. (CHIAVENATO,2003)
A TGS nasce com a proposta de mudar a visão de mundo adotada pela Abordagem Clássica da Administração.
Desse modo, a organização é entendida como um sistema aberto, que interage de forma contínua com o
ambiente. A figura a seguir apresenta uma síntese da Teoria de Sistemas.
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Figura 1 - Resumo da Teoria de sistema
Fonte: SOBRAL, 2013, p.81.
Então, sistema é compreendido como “um conjunto de elementos interdependentes que formam um todo maior
do que a soma de suas partes”. (CHIAVENATO, 2013, p.476)
SAIBA MAIS
Você pode conhecer um pouco mais sobre a Teoria de Sistemas no filme , dePonto de mutação
Bernt Amadeus Capra (1991), baseado na obra do físico Fritjof Capra, de 1982. O filme mostra
o diálogo entre três pessoas: uma física, repleta de conflitos étnicos; um político derrotado nas
eleições e um poeta que sofreu desilusão amorosa. A película aborda um contraponto entre a
visão mecanicista e a visão sistêmica.
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Crítica à Teoria Sistêmica
A Teoria Geral de Sistemas, entre as teorias da Administração, é uma das menos criticadas, entretanto, ainda há
uma abordagem teórica que se opõe a esta vertente. A primeira crítica decorre do conceito de sistemas que
consiste em um conjunto de elementos interdependentes. Assim, o conceito de sistemas significa que quando um
elemento do sistema é alterado, também altera o outro, em uma reação em cadeia. No entanto, a mudança de um
elemento pode impactar apenas em um subsistema e não no sistema inteiro. (MOTTA, 1971)
O sistema fechado é um sistema que não interage com seu ambiente, já o sistema aberto é um sistema que possui
uma constante interação com o meio externo. Apesar das diferenças entre os conceitos de sistema fechado e
aberto, os dois são sistemas e, sendo assim, o suposto confronto entre teorias de sistema aberto e de sistema
fechado parece não se confirmar. (CHIAVENATO, 2013)
Figura 2 - Críticas
Fonte: Twobee, Shutterstock, 2018.
Estes conceitos de sistemas abertos e fechados incorporados às teorias da Administração, colocam em evidência
que mesmo na Abordagem Clássica da Administração, quando as mudanças ambientais eram mais lentas e
gradativas, existiam trocas entre a organização e o ambiente e, assim, algum tipo de influência do sistema aberto.
Nascimento (1977) apud Araújo (2004, p. 57), entende que “o sistema organizacional rígido e fechado não
poderá sobreviver na medida que não consegue responder eficazmente as mudanças contínuas e rápidas do
ambiente.”
Dessa forma, mesmo uma organização do início do século XX, que era regida sob a ótica das teorias clássicas da
Administração, interagia com o seu ambiente, pois ao importar matéria-prima e exportar produtos, estava
trabalhando em um sistema aberto. Portanto, conclui-se que não existe sistema fechado, mas sim, sistemas
menos abertos. (CHIAVENATO, 2013)
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Outra crítica feita com base na visão organizacional é sobre compreender a organização apenas como um
sistema, pois toda empresa é composta por subsistemas, com produção, marketing, logística etc. (CHIAVENATO,
2013).
Na visão macroeconômica, a organização interage em seu ambiente com outras instituições, como governo,
fornecedores, clientes, sociedade, e, dessa forma, também pode ser entendida como um subsistema.
(CHIAVENATO, 2013)
Esta maneira de enxergar a organização, aponta para a teoria de sistemas como multidimensional isto é, na, 
dimensão macroeconômica a organização é compreendida como um subsistema, já na visão microeconômica a
organização é um sistema composto por diversos subsistemas. (CHIAVENATO, 2013)
Outro problema consiste na multidisciplinaridade da teoria, pois apesar da Biologia ter tido maior influência à
TGS, também é possível identificar outras áreas de conhecimento, como a Psicologia, a Economia, a Ecologia, a
Pesquisa operacional, a Sociologia, entre outros. Assim, teoria está repleta de expressões como “geralmente”,
“frequentemente”, “pode ser”, criando, então, uma teoria que estuda a organização a partir de termos
probabilísticos. (CHIAVENATO, 2013)
Segundo Sobral (2013, p. 81), a TGS "não oferece direcionamento acerca das funções e práticas concretas
gerenciais". Desse modo, retrata um aspecto abstrato e de difícil aplicação às situações práticas. Uma das poucas
experiências concretas desta teoria consiste no modelo de Katz e Kahn, aplicado na empresa Volvo, na década de
1974, que recebe fortes críticas. Segundo Motta (1971) “(...) Teoria de Sistemas pode ser responsável por uma
ilusão científica.”.
A crítica ao efeito sinergético e à ordem e desordem
A TGS surgiu em um mundo pós-guerra, caracterizado por um ambiente complexo, com muitas variáveis de
análise, e dinâmico, com mudanças constantes. Nesse cenário, as organizações eram adaptadas a ambientes
estáveis, como os monopólios públicos e organizações de cunho não empresarial, por exemplo o Exército e a
Igreja. Assim, a ideia desenvolvida sobre a aplicabilidade a ambientes dinâmicos e o efeito sinergético são vistas
sob um ponto de vista crítico (CHIAVENATO, 2013).
O efeito sinergético ocorre quando o todo é maior do que a soma das partes em um sistema.
Desse modo, duas críticas são tecidas com relação à ideia de sinergia como uma característica de um sistema
aberto. A primeira consiste em entender que nem toda organização de um sistema aberto irá produzir sinergia,
podendo, inclusive, produzir entropia, ou seja, a perda da energia para o ambiente. E a segunda está relacionada
ao entendimento que alguns sistemas ou subsistemas não querem produzir sinergia, pois não contemplam este
objetivo e, sendo assim, não se organizam para cumprir esta função. Por isso, a crítica feita com relação ao efeito
 sinérgico evidencia que é preciso adaptar os conceitos incorporados da Biologia às Ciências Sociais
(CHIAVENATO, 2013).
Observe uma síntese das críticas estabelecidas na figura a seguir.
FIQUE ATENTO
O sistema aberto consiste em um tipo de sistema em que a organização interage de forma
constante com o seu ambiente. Já o sistema fechado entende que não há influências
ambientais. A Teoria de Sistemas entende que a organização é sempre um sistema aberto.
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Figura 3 - Síntese das críticas à TGS
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Por fim, a principal crítica à Teoria de Sistemas é com relação ao conceito de ordem e desordem. Segundo Silva
(2008, p.328), “a Teoria de Sistemas assenta-se em algumas hipóteses questionáveis”. Este questionamento
associa-se à ideia de homeostasia, ou seja, a capacidade de um sistema em desordem voltar ao seu estado de
equilíbrio.
A TGS aproxima-se da Abordagem Clássica e da Escola Comportamental ao buscar um estado harmônico para a
organização. No entanto, esta condição dificilmente ocorre, pois conceitos como permanência, equilíbrio e
estabilidade não se aplicam às organizações contemporâneas. Atualmente, as organizações são caracterizadas,simultaneamente, por ordem e desordem. A ordem está contida nos seus processos de trabalho, mas a desordem
é fundamental, pois tem o intuito de promover e implementar as mudanças necessárias à sobrevivência
organizacional. (CHIAVENATO, 2003)
FIQUE ATENTO
A homeostasia é uma característica dos sistemas que consiste na capacidade que um sistema
em desordem tem de voltar ao seu estado de ordem ou de equilíbrio, a partir das trocas entre a
organização e o ambiente.
EXEMPLO
Um exemplo de geração de sinergia são as instituições que organizam-se a partir de equipes
multifuncionais. Os Círculos de Controle da Qualidade, surgiu no Japão, com o intuito de
resolver os problemas organizacionais. Neste sistema, diversas pessoas da organização, com
diferentes funções, formações e especialidades, reúnem-se com intuito de achar uma resolução
aos problemas de qualidade. (CHIAVENATO, 2013)
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Homem funcional
Na abordagem sistêmica, o ser humano é visto como um homem funcional. A complexidade da organização,
decorrente do aumento de variáveis da análise organizacional, obriga o homem a desempenhar diversas funções
dentro e fora da organização e, assim, também começa a ter muitas motivações.
Figura 4 - Homem Funcional
Fonte: Twobee, Shutterstock, 2018.
O homem funcional nasce da crença que o ser humano também funciona como um sistema, interagindo com
outras pessoas da organização. A ideia do homem funcional está pautada no gerencialmente simultâneo de
conflitos, desempenho e funções organizacionais. Porém, esta proposta estabelecida pela TGS gera uma
sobrecarga de trabalho no ambiente organizacional, e por este motivo, também tornou-se alvo de críticas.
(SOBRAL, 2013)
Fechamento
Nesta tema, estudamos o surgimento da TGS e os seus conceito, compreendemos as principais críticas com
relação à teoria, entre elas a pouca aplicabilidade das noções e os usos de termos genéricos como “geralmente”
ou “pode ser”. Além disso, entendemos a visão multidimensional que reconhece a organização como sistema e
subsistema.
A ideia de sinergia foi criticada, pois entende a organização sob a ótica da Biologia. O conceito de ordem e
desordem também é foi alvo, pois desconsidera a desordem no equilíbrio organizacional, elemento essencial
para gerar mudança dentro de uma organização. Por fim, compreendemos o conceito de homem funcional, como
aquele que desempenha diversas funções dentro da organização, levando, assim, a sobrecarga empresarial.
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Referências
ARAUJO, L. C. G. de. : aplicação e resultados nas empresas brasileiras. São Paulo:Teoria Geral da Administração
Atlas, 2004
CAPRA, B. . The Atlas Production Company, 1991. Disponível em <Ponto de Mutação https://youtu.be
>/tQlOIa80w5Y . Acessado em 06/09/2018.
CHIAVENATO, I. .v.1 e 2. 7.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003.Teoria Geral da Administração
MOTTA, Fernando C. Prestes. . Revista deA teoria geral dos sistemas na teoria das organizações
Administração de Empresas. vol.11, n.1 São Paulo: 1971.
Disponível em . Acessadohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901971000100003
em 31/08/2018.
SILVA, R. O. da. . São Paulo: Pearson do Brasil, 2008.Teorias da Administração
SOBRAL, F. : teoria e prática no contexto brasileiro / Filipe Sobral, Alketa Peci. 2. ed. São Paulo:Administração
Pearson Education do Brasil, 2013
https://youtu.be/tQlOIa80w5Y
https://youtu.be/tQlOIa80w5Y
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901971000100003
	Introdução
	Conceitos da apreciação crítica
	Crítica à Teoria Sistêmica
	A crítica ao efeito sinergético e à ordem e desordem
	Homem funcional
	Fechamento
	Referências