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CENÁRIO JURÍDICO NO ÂMBITO DA MOBILIDADE URBANA
Análise e mapeamento de cenários de oportunidade e risco para startup de carsharing
Março/2018
	
	
	
Elaborado por: Verônica dos Santos Machado
Disciplina: Direito Empresarial
Turma: POS-ADM 11
Tópicos desenvolvidos
O documento a seguir apresenta uma visão com base nos tópicos abaixo:
1. Aspectos jurídicos gerais sobre o setor em que o business se insere, apontando principais normas, órgãos reguladores e cenário concorrencial relacionados ao negócio.
2. Mapeamento das principais áreas do Direito que podem influenciar o modelo de negócio.
3. Identificação de impactos negativos e positivos em que o Direito pode interferir no negócio.
4. Sugestão de cuidados para mitigar os riscos jurídicos identificados e transformar oportunidades em mecanismos de crescimento do negócio.
Apresentação e objetivo
O relatório a seguir desenvolve uma análise do cenário jurídico de oportunidade e risco tendo como base o segmento de mobilidade urbana, mais especificamente voltado para o negócio de compartilhamento de carros - carsharing.
O documento tem como objetivo identificar principais tópicos em que o Direito interfere no negócio, tomando conhecimento e organizando uma referência de legislação em torno do mesmo. Assim, podendo analisar o cenário e poder identificar oportunidades e riscos relativos ao cenário colocado.
Desenvolvimento 
Vivemos uma era de intensa transformação na sociedade. O acesso à tecnologia e à informação fomenta novos comportamentos e uma nova cultura, o que abre também oportunidades para o mercado em inúmeros segmentos.
O surgimento de novas tecnologias e principalmente da internet faz com que toda uma cadeia de fornecedores intermediários seja enfraquecida, abrindo precedente para a conexão direta entre provedor de serviço ou produto e o próprio consumidor. Em alguns casos, essa quebra de intermediários acontece ainda mais intensamente, em que surgem plataformas que conectam consumidores que desejam um serviço ou produto e consumidores que possuem aquele serviço ou produto e desejam compartilhá-lo. É a cadeia C2C e a economia compartilhada.
Nesse cenário é que estão conectados os diversos novos negócios no segmento de mobilidade urbana, como aplicativos para fornecimento de táxis, corridas em carros particulares e também de serviços de carros compartilhados, que é o caso analisado neste relatório.
A cultura de compartilhar ao invés de ter já é muito comum em muitos países e pauta também diversos outros serviços surgidos nos últimos anos, como o AirBnb. No caso do serviço de carsharing esse cenário não é diferente. Muito comum em diversos países na Europa e EUA, ainda há uma baixa popularidade para esse serviço no Brasil, se comparado aos demais mercados citados, muito embora possamos notar uma crescente cultural e também de amadurecimento do mercado para tais modelos.
Por se tratar de serviços e modelos de serviços muito recentes, relativamente novos e ainda não escaláveis em massa, as discussões sobre a regulamentação da atividade no Brasil vem à reboque das discussões sobre regulamentação de sistemas como o Uber e Cabify, já amplamente utilizados em escala nacional, mas ainda debatidos muito na esfera municipal. Sendo assim, é possível perceber neste cenário uma grande oportunidade, mas que se torna, pela incerteza das discussões e sua grande diferenciação em território nacional, um risco.
De modo geral, quando avaliamos os aspectos jurídicos gerais sobre o setor, encontramos inúmeras normas e órgãos que regulamentam o segmento, principalmente por se tratar de um serviço relacionado ao transporte, que acaba sendo regido pelo Código de Trânsito e órgãos reguladores de trânsito, que devem regular e fiscalizar a leis sob as quais todos aqueles que prestam serviços relacionados ao transporte acabam sendo impactados. Sendo assim, devemos considerar CONTRAN, CETRAN, DENATRAN E DETRAN.
Quando avaliamos, no aspecto do negócio como realizado por meio de uma plataforma digital, um aplicativo que depende da internet e do acesso a dados de pessoas para funcionar, podemos considerar normas como o Marco Civil, que dá diretrizes sobre o uso da Internet no Brasil, dando deveres aos usuários, provedores de serviços e conteúdos envolvidos com o uso da internet, legislando sobre privacidade, retenção de dados e sua utilização.
Por se tratar de uma prestação de serviço, temos de considerar, ainda, o Código de Defesa do Consumidor e a regulamentação do PROCON, que versam a respeito dos direitos e deveres na relação entre consumidor e empresa/fornecedor, que é o caso do serviço de carsharing. Ainda relacionado ao Código de Defesa do Consumidor, devemos nos atentar ao âmbito relacionado às transações comerciais que podem ocorrer na plataforma em questão, seja site ou aplicativo, por exemplo. Sobre essa função, devemos estar atentos às normas relacionadas ao comércio virtual, regulamentadas por meio do Decreto n. 7.962, de 15 de março de 2013.
Por último, devemos considerar as Leis Federais, Estaduais e Municipais relacionadas. Atualmente, houve uma determinação Federal de que cada município tenha autonomia para legislar a respeito das atividades de serviços de transporte, como Uber, Cabify e 99Pop. Entretanto, quando analisamos o cenário relacionado ao serviço de carros compartilhados, tanto quando se trata da atividade relativa ao aluguel de carros de pessoas para pessoas quanto de empresas que se assemelham a empresas de locação de carros, mas em um modelo ainda mais simplificado e pulverizado, não há regulamentação clara e unificada sobre tais atividades.
Por se tratar de um mercado ainda muito experimental, o cenário concorrencial é amplo, entretanto, sem grandes players de concorrência direta. Na concorrência direta, existem tanto sistemas de aluguel de carros entre pessoas, que utilizam site e aplicativo para fazer a conexão entre elas, quanto empresas de serviços de locação de curto prazo, que possuem frotas e simplificam o acesso ao carro. Nesse primeiro cenário, empresas concentradas em grandes centros e com atuação internacional já se fazem presentes, como Moobie e Parpe. Já no segundo cenário, uma das empresas que mais se destaca no segmento é a Zazcar, que recebeu recentemente aporte de R$7,5 milhões de investidores. Aqui, ainda é possível encontrar um cenário favorável em algumas cidades pela iniciativa municipal de incentivar tais sistemas, como é o caso de Fortaleza, com a VAMO - Veículos Alternativos para Mobilidade.
Com relação à concorrência, ainda devemos considerar que outros serviços de transporte concorrem com o analisado, estes vão desde os aplicativos de corridas como Uber, Cabify, etc, como táxis, bicicletas, transporte urbano e transporte alternativo.
No mapeamento das principais áreas do Direito que possam influenciar o modelo de negócio, podemos destacar, inicialmente, o Direito Tributário, que se relaciona às diretrizes de arrecadação de impostos e taxas, obrigações tributárias e atribuições dos órgãos fiscalizadores sobre o negócio. Por se tratar de uma empresa, que precisa de uma equipe para fazer a sua gestão, devemos considerar também o Direito Trabalhista, ramo que está relacionado às questões do trabalho, entre empregado e empregador.
Ainda com relação às áreas do Direito que podem influenciar no modelo de negócio, é fundamental considerar o Direito Empresarial, pois este está relacionado às relações empresariais, comerciais e contratuais. No caso de uma startup, devemos considerar um modelo de negócio altamente dependente de investidores e essa área do Direito deve influenciar na maneira como essa relação se dá. 
Por último, não podemos esquecer do Direito Do Consumidor. Mais uma vez, aqui estamos analisando um negócio que trata serviço e, sendo assim, possui uma relação de fornecedor e consumidor que deve ser influenciada por essa área.
Ao identificar como o Direito pode interferir no business, causando impactos negativos e colocandoo negócio em risco podemos considerar, principalmente, o surgimento de novas regras que inviabilizem o negócio, uma vez que não há uma legislação clara para esse tipo de negócio de forma ampla. Por exemplo, uma limitação existente em algumas cidades com relação à atividade tem a ver com as regras de que os veículos tinham de ser retirados em pontos dedicados exclusivamente a este fim e deviam ser entregues no mesmo local, dificultando o interesse do público.
Além disso, podem surgir medidas que reduzam o interesse do consumidor para o negócio, como, por exemplo, incentivos para a utilização de transporte alternativo e transporte público ao invés de transporte individual.
Também devemos considerar um impacto negativo a inexistência de regras claras e legislação a respeito, o que, a depender da cultura do local onde o negócio é instalado, gera insegurança nos públicos relacionados e dificulta a credibilidade de negócio.
Por último, também identificamos o Direito causando impacto negativo a partir leis, decretos ou emendas do governo que tenham impacto nos tributos relacionados a atividade e que tenham impacto sobre o retorno para locatários e a vantagem do custo para locadores, obrigando locadores e empresa a pagarem taxas para se manter no mercado. Além disso, outras medidas regulatórias podem deixar o negócio menos competitivo, como a obrigatoriedade de identificação dos carros alugados e compartilhados, que gera uma diferenciação e pode gerar também um custo, reduzindo o interesse pelos prestadores de serviço e reduzindo a competitividade.
Também, ainda com relação a medidas e projetos de leis que possam ameaçar o negócio, temos o exemplo de medidas como a obrigatoriedade de rodízio de placas como medida para amenizar o trânsito, algo que é prática em São Paulo e até poucos anos atrás também era válida para carros compartilhados, uma vez que estes eram considerados carros normais e não regulamentados como serviço. Entretanto, essa mesma última ameaça pode ser entendida como uma oportunidade quando revista, como aconteceu em 2016, durante o governo de Fernando Haddad, em São Paulo, que permitiu a liberação de carros de sistemas de compartilhamento a partir do pagamento de uma taxa.
Quando falamos de impactos positivos que o Direito possa trazer, podemos citar medidas que potencializem o interesse ou o custo/benefício para o consumidor de optar pelo serviço analisado em contraponto à compra de um automóvel. Como exemplo podemos levar em consideração uma medida que aumente o imposto sobre veículos, aumentando assim o custo e tanto a necessidade de proprietários encontrarem meios de amenizarem esse custo quanto de pessoas que não possuam carros a preferirem serviços de compartilhamento em detrimento da compra.
Outra oportunidade possível está relacionada ao surgimento de medidas que viabilizem ainda mais o negócio, com medidas de fomento a formas alternativas de transporte e novos modelos de negócio que reduzam a quantidade de automóveis nas vias. Esse tipo de iniciativa pode ser encontrada em Fortaleza e também foi estudada em São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro.
Como forma de mitigar os riscos identificados acima, sugeriria o acompanhamento das discussões e possíveis alterações legais e regulamentares relacionadas ao segmento, conseguindo mapear com a antecedência necessária tais ameaças. Isso faria com que houvesse tempo necessário para possíveis articulações, defesas e estratégias para converter tais perdas em possíveis oportunidades.
Ao mesmo tempo, o acompanhamento próximo das discussões e evoluções com relação à regulamentação do segmento do negócio pode identificar oportunidades. Sendo assim, é fundamental para o crescimento do negócio esse mesmo acompanhamento, monitoramento e análise constantes. Ao mesmo tempo em que realiza-se esse acompanhamento, a atuação responsável junto aos órgãos competentes e também a promoção de conversas e articulações para viabilizar o negócio são fundamentais para que haja uma efetivação das oportunidades em mecanismos de crescimento do negócio.
Considerações finais 
A partir do relatório realizado, é possível compreender a interface do cenário jurídico com o negócio, gerando oportunidades ou ameaças para uma empresa.
No caso de uma análise para o segmento de carros compartilhados - carsharing - segmento ainda muito novo e com pouca regulamentação, o Direito pode representar muitas oportunidades e, ao mesmo tempo, ameaças. Isto porque o fato de inexistir uma regulamentação clara abre possibilidades para o crescimento livre do negócio, e também para uma atuação mais presente nas discussões e no cenário jurídico, com o objetivo de construir de forma conjunta as propostas possíveis.
Ao mesmo tempo, essa inexistência se torna uma grande ameaça, pois envolve a regulamentação de um novo modelo de negócio e que pode intereferir em sistemas já constituídos e relações também. Nesse sentido, é importante estar atento na tentativa de mitigar medidas que representem ameaças para o negócio.
Referências bibliográficas
Compartilhamento de carros cresce e ganha mais opções no Brasil. G1. Disponível em: <https://g1.globo.com/carros/noticia/compartilhamento-de-carros-cresce-e-ganha-mais-opcoes-no-brasil.ghtml>. Acesso em: março de 2018.
Temer sanciona lei que dá poder a municípios para regulamentar Uber. Folha Online. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/03/temer-sanciona-lei-que-da-poder-a-municipios-para-regulamentar-uber.shtml>. Acesso em: março de 2018
Códigos & Leis. Folha UOL. Disponível em: <http://direito.folha.uol.com.br/principais-leis.html>. Acesso em: março de 2018.
Car sharing ganha força no Brasil. ÉPOCA NEGÓCIOS. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2017/10/car-sharing-ganha-forca-no-brasil.html>. Acesso em: março de 2018.
Depois da Fleety, Pegcar fecha as portas e expõe fragilidades das plataformas de aluguel de carro. GAZETA DO POVO. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/economia/nova-economia/depois-da-fleety-pegcar-fecha-as-portas-e-expoe-fragilidades-das-plataformas-de-aluguel-de-carro-5vy9g3zvqyzto69rzghw097sl>. Acesso em: março de 2018.
Zazcar, de compartilhamento de carros, recebe aporte da Inseed. VALOR ECONÔMICO. Disponível em:<http://www.valor.com.br/empresas/5259171/zazcar-de-compartilhamento-de-carros-recebe-aporte-da-inseed>. Acesso em: março de 2018.
Conceito de carsharing transforma mercado tradicional de locação de carros. DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA E SERVIÇOS. Disponível em: <https://www.dci.com.br/empreendedorismo/conceito-de-carsharing-transforma-mercado-tradicional-de-locac-o-de-carros-1.682892>. Acesso em: março de 2018.
Motoristas de apps terão regras mais rígidas; saiba o que muda. VEJA ABRIL. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/economia/motoristas-de-apps-terao-regras-mais-rigidas-saiba-o-que-muda/>. Acesso em: março de 2018.
Prefeitura de SP libera carros compartilhados de rodízio. ESTADÃO. Disponível em: <http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,prefeitura-de-sp-libera-carros-compartilhados-de-rodizio,10000061878>. Acesso em: março de 2018.
Decisões judiciais livram motoristas na estreia de novas regras para apps. FOLHA UOL. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/01/1949275-decisoes-judiciais-livram-motoristas-na-estreia-de-novas-regras-para-apps.shtml>. Acesso em: março de 2018.
Fortaleza terá mais 7 estações de car-sharing em 2017. MOBILIZE.ORG. Disponível em: <http://www.mobilize.org.br/noticias/10148/fortaleza-tera-mais-7-estacoes-de-carsharing-em-2017.html>. Acesso em: março de 2018.

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