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Atividade Individual Direito Empresarial MBA FGV

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1 
 
ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de atividade individual 
Disciplina: Direito Empresarial para Gestores Módulo: Atividade Individual 
Aluno: Cristiano Alves da Silva Turma: ANM 
Tarefa: Atividade Alternativa de Direito Empresarial. 
Situação hipotética: O proprietário de uma fazenda (Sr. Epaminondas) recebe a notificação que serão 
realizadas atividades de pesquisa e exploração mineral em sua propriedade, por parte da empresa 
Mineração de Granito S.A. Entendendo que como proprietário da fazenda, tudo que há nela lhe pertence, 
ele procura um advogado especialista no ramo (Dr. Percival Antunes). O advogado então encaminha a 
Ouvidoria da ANM alguns questionamentos sobre o caso. 
Metodologia de Desenvolvimento da Tarefa: Foi elaborado um Parecer Técnico, com linguagem 
acessível, seguindo os modus operandi adotado pela ANM ao receber em sua Ouvidoria uma demanda 
como a descrita na situação hipotética desta tarefa. 
 
Introdução 
Este parecer técnico tem como objetivo elucidar as dúvidas do Sr. Epaminondas da Silva, 
CPF: 645.934.853-54, residente na Fazenda Boa Água S/N, município de Canindé, Ceará. 
O Sr. Epaminondas, representado por seu Advogado, Percival Antunes, OAB/CE: 34.576, 
em requerimento realizado no dia 10/04/2021, junto a Ouvidoria da ANM, alega que: 
1. Possui uma propriedade rural no município de Canindé/CE; 
2. Foi comunicado pela empresa Mineração de Granito S.A, CNPJ: 33.014.556/0001-96, 
que a mesma possui autorização da ANM para realizar pesquisas para fins de 
exploração mineral em sua propriedade. 
Ante o exposto, o Sr. Epaminondas requer que a ANM esclareça os seguintes 
questionamentos: 
1. Essa pesquisa e exploração poderia ser realizada sem sua autorização? 
2. Se não conseguir impedir a exploração, caberá alguma indenização pelos danos 
causados à propriedade? 
3. Caberá alguma participação monetária na exploração do minério? 
4. Se não ocorrer acordo sobre os valores arbitrados, o litígio deverá ser encaminhado 
à ANM, que é a Agência Reguladora do setor? 
 
 
 
2 
 
Desenvolvimento 
 
A Agência Nacional de Mineração (ANM), em atenção ao requisitado pelo Sr. 
Epaminondas da Silva, CPF: 645.934.853-54, representado por seu Advogado, Percival Antunes, 
OAB/CE: 34.576, esclarece que: 
1. Essa pesquisa e exploração poderia ser realizada sem sua autorização? 
Sim. As jazidas minerais pertencem à União, sendo o Sr. Epaminondas, perante a 
legislação, apenas proprietário do solo. Conforme previsto na Constituição brasileira de 1988, em 
seu art. 176: 
“...as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos 
minerais e os potenciais de energia hidráulica 
constituem propriedade distinta da do solo, 
para efeito de exploração ou aproveitamento, e 
pertencem à União, garantida ao concessionário a 
propriedade do produto da lavra.” (CF 1988, grifo 
nosso). 
 
Neste contexto, cabe a União, por meio da ANM, outorgar o direito da pesquisa mineral, 
sendo a realização da pesquisa independente da autorização do superficiário (proprietário do 
solo). 
 
2. Se não conseguir impedir a exploração, caberá alguma indenização 
pelos danos causados à propriedade? 
Sim. O Decreto-Lei nº 227 de 28 de fevereiro de 1967 (Código de Mineração), em seu 
art. 27, prevê a indenização por danos e prejuízos causados pelos trabalhos de pesquisa mineral. 
“Art. 27. O titular de autorização de pesquisa poderá 
realizar os trabalhos respectivos, e também as obras e 
serviços auxiliares necessários, em terrenos de 
domínio público ou particular, abrangidos pelas áreas 
a pesquisar, desde que pague aos respectivos 
proprietários ou posseiros uma renda pela 
ocupação dos terrenos e uma indenização pelos 
danos e prejuízos que possam ser causados 
pelos trabalhos de pesquisa... (Decreto-Lei nº 
227/1967, grifo nosso). 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
3. Caberá alguma participação monetária na exploração do minério? 
Sim. A legislação prevê a participação monetária tanto na fase de exploração (pesquisa), 
quanto na fase de lavra do minério (explotação). Vide o art. 27 do Decreto-Lei nº 227 de 28 de 
fevereiro de 1967 (Código de Mineração) e os parágrafos 2 e 3, alínea b do art. 11 da Lei Nº 
8901, de 30 de junho de 1994. 
“Art. 27. O titular de autorização de pesquisa poderá 
realizar os trabalhos respectivos, e também as obras e 
serviços auxiliares necessários, em terrenos de 
domínio público ou particular, abrangidos pelas áreas 
a pesquisar, desde que pague aos respectivos 
proprietários ou posseiros uma renda pela 
ocupação dos terrenos e uma indenização pelos 
danos e prejuízos que possam ser causados pelos 
trabalhos de pesquisa... (Decreto-Lei nº 227/1967, grifo 
nosso). 
 
“Art.11... 
b) o direito à participação do proprietário do 
solo nos resultados da lavra. 
... 
§ 2º O pagamento da participação do proprietário do 
solo nos resultados da lavra de recursos minerais será 
efetuado mensalmente, até o último dia útil do mês 
subsequente ao do fato gerador, devidamente 
corrigido pela taxa de juros de referência, ou outro 
parâmetro que venha a substituí-la. 
§ 3º O não cumprimento do prazo estabelecido no 
parágrafo anterior implicará correção do débito pela 
variação diária da taxa de juros de referência, ou 
outro parâmetro que venha a substituí-la, juros de 
mora de um por cento ao mês e multa de dez por 
cento aplicada sobre o montante apurado.” (Lei Nº 
8901/1994, grifo nosso). 
 
4. Se não ocorrer acordo sobre os valores arbitrados, o litígio deverá ser 
encaminhado à ANM, que é a Agência Reguladora do setor? 
Não. A legislação não prevê como atribuição da ANM a mediação em caso de não acordo 
entre superficiário (proprietário do terreno) e a detentora do direito de pesquisa/lavra outorgado 
pela ANM. Não cabendo a Agência o arbitramento de valores de indenização/renda. 
Em caso de litígio, o juiz natural é a Justiça Comum Estadual. 
 
 
 
 
4 
 
Conclusão 
 
Ante o exposto neste Parecer Técnico, o Sr. Epaminondas da Silva, CPF: 645.934.853-
54, residente na Fazenda Boa Água S/N, município de Canindé, Ceará, não pode impedir a 
pesquisa mineral em sua propriedade, haja vista a propriedade das jazidas minerais ser da 
União. Contudo, o Sr. Epaminondas tem o direito a indenização pelos danos e prejuízos 
que possam ser causados em sua propriedade pelos trabalhos de pesquisa, bem como o 
pagamento de participação nos resultados da lavra de recursos minerais executada em 
sua propriedade. No caso de não acordo com a empresa Mineração de Granito S.A, detentora 
da autorização de pesquisa outorgada pela ANM, o Sr. Epaminondas deve recorrer à Justiça 
Comum Estadual. 
 
Referências bibliográficas 
 
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. [S. l.: s. 
n.], 1988. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 7 abr. 2021. 
 
BRASIL. Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967. Dá nova redação ao Decreto-lei nº 
1.985, de 29 de janeiro de 1940. (Código de Minas). Código de Mineração, [S. l.], 28 fev. 
1967. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 1 abr. 2021. 
 
BRASIL. Lei nº 8901, de 30 de junho de 1994. Regulamenta o disposto no § 2º do art. 
176 da Constituição Federal e altera dispositivos do Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 
1967 - Código de Mineração, adaptando-o às normas constitucionais vigentes. [S. l.], 30 jun. 
1994. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 4 abr. 2021.

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