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Recurso Especial

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AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA
Autos n. XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX
Recorrente: Altair XXXXXX
Recorrido: Incorporadora ZZZ
ALTAIR XXXXXX, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, com escritório na rua XXXXXXX, n. XX, bairro XXXX, município XXXXXXX/XX, vem a douta presença de Vossas Senhorias, com fundamento no art. 105, III, “a”, da Constituição Federal e art. 1.029 e seguintes do CPC, interpor o presente:
RECURSO ESPECIAL, em face do acórdão exarado pelo
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA, que manteve sentença que extinguiu o processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, VI, do CPC. 
Na oportunidade, requer que seja recorrida, INCORPORADORA ZZZ, intimada para, querendo, apresentar contrarrazões e após, o exame de admissibilidade, seja o presente, juntamente com as razões recursais anexas, remetido ao Superior Tribunal de Justiça para análise e julgamento.
Termos em que, pede deferimento.
Local e data
Advogado
OAB/SC n. XX.XXX
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Autos n. XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX
Origem: Tribunal de Justiça de Santa Catarina
Recorrente: Altair XXXXXX
Recorrido: Incorporadora ZZZ
RAZÕES RECURSAIS
1. SÍNTESE DO PROCESSO
O recorrente, promitente comprador de um imóvel, ajuizou ação judicial em face da recorrida promitente vendedora, visando a sua condenação ao pagamento de indenização à título de lucros cessantes, em razão da demora exacerbada na entrega da unidade imobiliária e danos de ordem moral.
Em contestação, a recorrida alegou, preliminarmente, ilegitimidade passiva, indicando como responsável pela eventual indenização, a sociedade Construtora VYZ, contratada para efetuar a construção da obra. 
Na sentença, o juízo monocrático acolheu a preliminar suscitada e extinguiu o processo sem resolução do mérito. 
Interposta apelação, o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina manteve a sentença por seus fundamentos, sem, no entanto, motivar especificamente a sua decisão.
Opostos embargos de declaração que, embora tenham suprimido a omissão em pré-questionar a violação da lei federal, foram negados e ainda foi aplicado a multa prevista para embargos meramente protelatórios prevista no art. 1.026, §2º, CPC/15.
Ocorre que a decisão proferida pelo Tribunal a quo deve ser reformada, eis que violou o art. 25, §1º da Lei n. 8.078/90 e o art. 249, do Código Civil, bem como a multa aplicada ser afastada.
2. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 
Cumprindo uma das exigências para o recebimento do presente recurso, as custas referentes ao preparo já foram recolhidas, conforme demonstram as guias e comprovantes anexos.
Exige-se também, para acolhimento o recurso especial, que a matéria tenha sido pré-questionada.
Este requisito foi cumprido, já que, no julgamento dos embargos de declaração, o competente Tribunal manifestou-se sobre a matéria, enfrentando-a.
De qualquer forma, o art. 1.025 do CPC/15, considera incluídos no acórdão os elementos que a embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o Tribunal Superior considere existente erro, omissão, contradição ou obscuridade.
Por fim, nos termos do art. 105, III, “a” da Constituição Federal de 1988 e art. 1.029, do CPC/15, é cabível o recurso especial como meio de alcançar o fim desejado, qual seja, a reforma do acórdão para que o recurso de apelação seja provido e a sentença monocrática, anulada, bem como para afastar a incidência da multa prevista no art. 1.026, §2º do CPC/15, ou ainda, subsidiariamente, que seja o acórdão recorrido anulado por falta de fundamentação.
3. RAZÕES PARA REFORMA DO ACÓRDÃO RECORRIDO
A decisão recorrida, ao manter a sentença monocrática já acolheu a tese da ilegitimidade passiva da incorporadora ZZZ e atingiu o processo sem resolução do mérito, violou expressamente o art. 25, §1º da Lei n. 8.078/90 (havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão solidariamente pela reparação prevista (...)), bem como o art. 942, do Código Civil vigente ((...) se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação). 
	 Com a manifesta violação à lei imperativa federal, imperiosa a reforma do acórdão, sendo o recurso de apelação totalmente provido a fim de que a sentença monocrática seja anulada.
	Doutos julgadores, é atribuição, como sabido, do Superior Tribunal de Justiça, zelar pela unidade, autoridade e uniformidade da lei infraconstitucional, de modo que os órgãos inferiores não podem, de forma temerária, tomar decisões totalmente contrárias as leis federais em vigor, sob pena de ilegalidade, o que deve ser rechaçada por esta Colenda Corte.
	Sob outro prisma, como se nota do acórdão recorrido, este carece de fundamentação específica, o que enseja violação, também, do art. 93, IX, da Constituição Federal e do art. 489, II, e §1º, IV, do CPC/15, o que conduz à sua anulação, com a determinação do retorno dos autos para novo julgamento por àquele Tribunal.
4. DA INAPLICABILIDADE DA MULTA PREVISTA NO ART. 1.026, §2º DO CPC/15
Excelentíssimos Ministros, o acórdão recorrido também condenou o recorrente ao pagamento de multa, por entender que os embargos opostos foram meramente protelatórios. 
	Porém, a condenação não merece ser mantida, pois foi o meio processual adequado usado pelo recorrente para o pré-questionamento dos artigos das leis federais objeto do presente recurso especial.
	É esse o teor da Súmula 211 do STJ que inadmite Recurso Especial quanto à questão não apreciada pelo Tribunal a quo. Mostra-se, pois, cabível a oposição de embargos para suprir a omissão no acórdão, não sendo, deste modo, protelatórios, mas, sim, necessários para fins de prosseguimento do feito.
	Esse mesmo Superior Tribunal de Justiça possui entendimento sumulado no sentido de que os embargos de declaração manifestados com notório propósito de pré-questionamento não tem caráter protelatório (Súmula 98/STJ), não sendo possível a aplicação da multa prevista no Código de Processo Civil.
5. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer o recurso especial seja admitido e, no mérito, provido para que o acórdão exarado pelo Tribunal a quo seja inteiramente reformado, determinado, consequentemente, a anulação da sentença proferida pelo Juízo de Primeiro Grau;
Ato contínuo, requer que seja a multa prevista no art. 1.029, §2º do CPC/15 e imposta ao recorrente totalmente rechaçada por esta Colenda Corte, pois inaplicável a espécie.
Caso esse não seja o entendimento desse E. STJ requer que o acórdão recorrido seja anulado por falta de fundamentação específica. 
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data
Advogado
OAB/SC n. XX.XXX

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